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30/03/2013 1 METALURGIA DA SOLDAGEMMETALURGIA DA SOLDAGEM TRINCAS Tipo mais grave de descontinuidade em uma junta soldada. Formam-se quando tensões de tração se desenvolvem em um material fragilizado. • Das expansões e contrações térmicas localizadas (associadas com o aquecimento não uniforme característico da soldagem); • Das variações de volume devido a transformações de fase, e; • Como resultado das ligações entre as peças sendo soldadas e o restante da estrutura. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS 30/03/2013 2 A fragilização na região da solda pode resultar de: • mudanças estruturais; • da absorção de elementos nocivos; • de alterações posteriores durante outras operações de fabricação (por exemplo, tratamentos térmicos) ou, ainda, em serviço. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS • Podem ocorrer tanto em aços como em ligas não ferrosas; • Podem ocorrer na ZF, na ZTA e no metal base; • Podem ser macroscópicas, com até vários cm de comprimento (macrofissuras) ou serem visíveis somente com um microscópio (microfissuras). FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS 30/03/2013 3 Mecanismos de Fissuração Podem ser: • Específicos para diferentes materiais e processos de soldagem; • Comuns para um tipo particular de material. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS Soldagem dos aços, particularmente, os aços carbono e de baixa liga. Baseada na temperatura e no momento de formação da descontinuidade. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS Material submetido a altas temperaturas – Próximo à temperatura liquidus. • Fissuração na solidificação; • Fissuração por liquação na ZTA; • Fissuração por perda de ductilidade. 30/03/2013 4 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS Durante a soldagem, ou logo após esta operação – Abaixo da temperatura liquidus. • Fissuração pelo Hidrogênio (fissuração a frio); • Decoesão Lamelar. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS Ocorrem em operações subsequentes de fabricação ou durante o serviço. • Fissuração ao Reaquecimento • Decoesão Lamelar • Fissuração por Corrosão sob Tensão • Fadiga 30/03/2013 5 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO NA SOLIDIFICAÇÃO Associada com a presença de segregações que levam à formação de filmes líquidos intergranulares, nas etapas finais da solidificação. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS Apresenta as seguintes características: Ocorre a altas temperaturas – Próximas à temperatura solidus do material; A trinca aparece entre os contornos de grão, contornos interdendríticos ou entre células; Quando a trinca aflora externamente, a sua superfície apresenta-se geralmente oxidada, refletindo a sua alta temperatura de formação; 30/03/2013 6 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS As trincas são, em geral, longitudinais e superficiais, ocorrendo, com frequência no centro do cordão mas, podem ser também transversais, de cratera, ou radiais. Trincas internas podem também ser formadas e serem macro ou microscópicas; Esta forma de fissuração pode ocorrer em associação a todos os processos de soldagem. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS Pode ocorrer na soldagem da maioria das ligas usadas industrialmente. Algumas são particularmente sensíveis: • Aços Cr-Ni com estrutura de solidificação completamente austenítica; • Ligas de Al com Si (0 - 1,5%), Cu (0,5 - 5,0%) ou Mg (1,0 - 4,0); • Ligas de Cu contendo Bi ou Pb; • Bronze de Al (com cerca 7,5%), e; • Ligas de Ni contendo elementos como Pb, Bi, S, P, Cd, Zr e B. 30/03/2013 7 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS O nível de restrição da junta aumenta a chance de formação de trincas; A forma da poça de fusão e o seu padrão de solidificação também influenciam a sensibilidade à fissuração; FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS Pode-se associar a formação de uma trinca de solidificação com dois fatores básicos: Incapacidade do material se deformar, e; Presença de esforços de tração, causando tensões que eventualmente podem ultrapassar a capacidade de resistência do material. 30/03/2013 8 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO POR LIQUAÇÃO NA ZTA. • Trincas formadas na ZTA; • Regiões aquecidas a temperaturas próximas do solidus do MB; • Associadas com a formação, por diferentes causas, de bolsões de material líquido nesta região. O material fica fragilizado e trincas podem se formar no resfriamento, com o aparecimento de tensões trativas. O líquido, em contato com contornos de grão e dependendo de sua capacidade de molhá-los, pode espalhar-se entre os grãos na forma de um fino filme. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS Este tipo de fissuração foi observado em aços austeníticos e ligas não ferrosas e está associado a inclusões e precipitados que podem se fundir durante o ciclo térmico de soldagem. A formação de líquido é causada pela dissolução fora do equilíbrio de precipitados durante o aquecimento rápido que ocorre na soldagem. 30/03/2013 9 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS Trincas de liquação ocorrem sempre próximas à LF. Ao microscópio ótico, este tipo de trinca apresenta um aspecto serrilhado típico de abertura variável, ocorrendo sempre ao longo dos contornos de grão. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS 30/03/2013 10 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO POR PERDA DE DUCTILIDADE Em certas ligas, problemas de fissuração a alta temperatura foram observados sem a formação de fase líquida e têm sido associados à uma perda de ductilidade à temperatura elevada. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO POR PERDA DE DUCTILIDADE • Ocorre ao longo dos contornos de grãos; • Não apresenta evidências de filmes de segregação na superfície dos grãos; • Parece ocorrer a temperaturas baixas, assim, a sua presença é mais comum em regiões mais afastadas da linha de fusão, podendo ocorrer em associação com trincas iniciadas durante a solidificação ou por liquação. 30/03/2013 11 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO POR PERDA DE DUCTILIDADE • Mecanismo fragilizante pouco conhecido; • Pode estar associado com a segregação, durante exposição a temperaturas elevadas, de impurezas, principalmente o fósforo, e de elementos de liga, como o níquel, para contornos de grão. • Paralelamente, a ocorrência de precipitação no interior dos grãos causaria um endurecimento destes concentrando os esforços nos contornos. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO • Um dos maiores problemas de soldabilidade dos aços estruturais comuns, particularmente para processos de baixa energia de soldagem. • Pode ocorrer tanto na ZTAZTA como na ZFZF. • A trinca se forma quando o material está próximo da temperatura ambiente. 30/03/2013 12 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO • Tende a crescer de forma lenta e descontínua, levando até 48 horas após soldagem para a sua completa formação. • A fissuração pelo hidrogênio tem sido associada muitas vezes com a falha prematura de componentes soldados, ajudando a iniciação de fratura frágil ou por fadiga. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO As trincas podem ser: • Longitudinais; • Transversais; • Superficiais ou sub-superficiais; • Originam-se, frequentemente, a partir de concentradores de tensão, como a margem ou a raiz da solda. 30/03/2013 13 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO Ocorre principalmente na ZTA, na região de crescimento de grão, mas pode também ocorrer na zona fundida. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃOEM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO É causada quando ocorrem simultaneamente 3 fatores: • Presença de hidrogênio na região da solda; • Formação de microestrutura de elevada dureza, capaz de ser fortemente fragilizada pelo hidrogênio, e; • Solicitação de tensões residuais e externas. 30/03/2013 14 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO O hidrogênio proveniente de moléculas de material orgânico e umidade que são dissociadas no arco é absorvido pela poça de fusão, ficando em solução na solda após a solidificação. Difunde-se rapidamente no aço, atingindo regiões da ZF e, principalmente, da ZTA cuja microestrutura é fortemente fragilizada pela sua presença. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO Na ocorrência de tensões de tração (residuais e externas), fissuras podem ser formadas. A fragilização pelo hidrogênio é particularmente intensa à temperatura ambiente. 30/03/2013 15 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO Microestruturas de elevada dureza, particularmente a martensita, são, em geral, mais sensíveis à fissuração pelo hidrogênio. Neste contexto, fórmulas de carbono- equivalente, que representam o efeito dos diversos elementos de liga, na temperabilidade, em termos de seu teor equivalente de carbono, servem para avaliar a sensibilidade do MB a fissuração pelo hidrogênio. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO Carbono-Equivalente: CE < 0,4: o aço é insensível à fissuração; CE > 0,6: o material é fortemente sensível, exigindo técnicas especiais de soldagem, por exemplo, o uso de processos de baixo nível de hidrogênio e de pré- aquecimento. 30/03/2013 16 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO O nível de tensões residuais na solda pode ser minimizado, por medidas que podem ser tomadas no projeto. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO Exemplos: • Seleção adequada da disposição das soldas e da sequência de montagem do componente ou estrutura. • Na execução, a adoção de seqüências especiais de deposição e cuidados para se evitar a presença de mordeduras, reforço excessivo e falta de penetração na raiz também ajudam a minimizar o nível de tensões localizadas na solda e, desta forma, a chance de fissuração. 30/03/2013 17 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO Processos de Soldagem • É limitada por considerações práticas e econômicas. • Exigências de propriedades mecânicas, particularmente tenacidade, podem forçar a utilização de um dado processo em lugar de outro. • Processos que usam elevada energia de soldagem, como a soldagem a arco submerso e por eletroescória, apresentam menor risco de fissuração pelo hidrogênio. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO Processo Eletrodo Revestido Aço carbono: Juntas de pequena espessura eletrodos celulósicos e rutílicos são comumente usados. Aços ligados e aços de alta resistência mecânica: Eletrodos básicos são mais utilizados pois estes podem garantir menor quantidade de hidrogênio na soldagem. 30/03/2013 18 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO Eletrodos básicos: São altamente higroscópicos e exigem cuidados especiais para a sua armazenagem e uso para evitar que absorvam umidade. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO Limpeza pré-soldagem Cuidados devem ser tomados para evitar a contaminação de consumíveis ou do metal base com umidade, óleo ou graxa, pois estas substâncias podem fornecer hidrogênio à solda. 30/03/2013 19 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO Pré-aquecimento Pode controlar a fissuração por hidrogênio. Reduz a velocidade de resfriamento, possibilitando a formação de uma estrutura menos dura na ZTA e propiciando um maior tempo para que o hidrogênio escape da peça antes que se atinja as temperaturas de fragilização por este elemento. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO Pré-aquecimento Pode ser uniforme em toda a peça ou, mais comumente, localizado, na região da junta. Nesse caso, deve-se garantir que uma faixa suficientemente larga do material seja aquecida até uma temperatura adequada (por exemplo, 75 mm de cada lado da junta). 30/03/2013 20 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO Pós-aquecimento Casos mais favoráveis: A junta ou toda a peça pode ser mantida aquecida após a soldagem Permite que o hidrogênio escape da região da solda, reduzindo, assim, a chance de formação de trincas. Efetividade: • Temperaturas superiores a 200ºC; • Tempos relativamente longos (superiores a 2 h): • Resfriamento final, até a T amb, deve ser lento. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO PELO HIDROGÊNIO A fissuração pelo hidrogênio é muitas vezes citada na literatura técnica com diferentes nomes: • "cold cracking" (fissuração a frio); • "delayed cracking" (fissuração retardada); • "underbead cracking“ (fissuração sob o cordão); • "toe cracking" (fissuração na margem do cordão). 30/03/2013 21 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS DECOESÃO LAMELAR ou TRINCA LAMELAR Fissuração que ocorre no MB (e às vezes na ZTA), em planos que são essencialmente paralelos à superfície da chapa. Ocorrência típica em soldas multipasses em juntas em T feitas em chapas ou placas laminadas de aço com espessura entre cerca de 12 e 60 mm. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS DECOESÃO LAMELAR ou TRINCA LAMELAR Foram observadas na construção de prédios e pontes de estrutura metálica e na fabricação de vasos de pressão, navios, estruturas "off-shore“, caldeiras e equipamento nuclear. 30/03/2013 22 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS DECOESÃO LAMELAR ou TRINCA LAMELAR Na análise macrográfica, a trinca lamelar apresenta uma aparência típica em degraus, que por sua vez está associada com o seu mecanismo de formação. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS DECOESÃO LAMELAR ou TRINCA LAMELAR Maior influência Inclusões não metálicas no metal base. Resultado do processo de laminação: Chapa ou placa de aço possui uma certa quantidade de inclusões alongadas sulfeto e silicato são os tipos mais deformáveis apresentam-se numa forma alongada. Estas inclusões prejudicam fortemente a ductilidade na direção Z, tendo um efeito muito menor nas outras direções. 30/03/2013 23 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS DECOESÃO LAMELAR ou TRINCA LAMELAR Fator chave para evitar a formação de trincas lamelares: Uso de um MB com boas propriedades na direção Z, em juntas que apresentam condições favoráveis à sua formação. Como? Redução do teor de enxofre no aço e/ou adição de certos elementos de liga que tendam a tornar as inclusões menos deformáveis. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS DECOESÃO LAMELAR ou TRINCA LAMELAR Avaliação da sensibilidade de um aço à decoesão: Ensaio de tração de um corpo de prova pode ser utilizado, sendo a redução de área (RA) o parâmetro mais usado nesta avaliação. 30/03/2013 24 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS DECOESÃO LAMELAR ou TRINCA LAMELAR Critérios: Se RA for superior a 30%, o material não é sensível ao problema; Se RA estiver entre 20 e 30%, o material é pouco sensível, e; Para RA inferior a 20%, o material é considerado fortemente sensível. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS DECOESÃO LAMELAR ou TRINCA LAMELAR Outras medidas para minimizar a ocorrência de trincas lamelares são: Mudanças no projeto da junta, ou; No procedimento de soldagem. 30/03/201325 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS DECOESÃO LAMELAR ou TRINCA LAMELAR Exemplos de mudanças no projeto da junta, compreendem: Redução do volume de metal depositado por mudança da geometria da junta; FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS DECOESÃO LAMELAR ou TRINCA LAMELAR Exemplos de mudanças no projeto da junta, compreendem: Redução do nível de tensões na direção z por alteração da configuração da junta; 30/03/2013 26 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS DECOESÃO LAMELAR ou TRINCA LAMELAR Exemplos de mudanças no projeto da junta, compreendem: Substituição local da chapa laminada por um material insensível ao problema, por exemplo, uma peça forjada. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS DECOESÃO LAMELAR ou TRINCA LAMELAR Cuidados relacionados com o procedimento: Martelamento entre passes (quando permitido); Utilização de eletrodo de menor limite de escoamento; Soldagem com processo de baixo hidrogênio, e; "amanteigamento“, na região de alto risco, com um material de alta ductilidade antes da soldagem propriamente dita. 30/03/2013 27 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS FISSURAÇÃO EM SERVIÇO Inúmeros fatores podem levar ao aparecimento de trincas em uma junta soldada nas etapas posteriores de um processo de fabricação ou durante o uso (serviço). Durante a fabricação, trincas podem ser formadas em uma junta em função: Das solicitações mecânicas excessivas devido a um processamento inadequado; Da absorção de um elemento nocivo, como hidrogênio, durante a deposição de camadas protetoras por método eletroquímico. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS TRINCAS DE REAQUECIMENTO (ou trincas de alívio de tensão). Podem ser formadas durante TT pós-soldagem (a temperaturas entre cerca de 450 e 700ºC) em alguns materiais, particularmente aços Cr-Mo-V e aços inoxidáveis austeníticos. Um tipo similar de fissuração pode, também, se desenvolver em juntas soldadas, após vários anos de serviço a temperaturas em torno de 300 a 400ºC, em usinas térmicas, químicas ou em refinarias. 30/03/2013 28 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS TRINCAS DE REAQUECIMENTO (ou trincas de alívio de tensão). Região de ocorrência: Em geral, na ZTA, região de crescimento de grão, e propagação ao longo dos contornos de grãos austeníticos (no caso de aços estruturais ferríticos, os contornos dos grãos austeníticos que existiam quando o material estava submetido a alta temperatura). FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS TRINCAS DE FADIGA TÉRMICA. Juntas soldadas de materiais dissimilares, em equipamentos submetidos a temperaturas elevadas, em função de diferenças nos coeficientes de expansão térmica dos materiais. 30/03/2013 29 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS TRINCAS DE FADIGA. Causadas por esforços mecânicos variáveis. É um fenômeno progressivo, que se inicia em regiões localizadas, nas quais existe, em geral, um entalhe qualquer, originário de projeto ou do processo de fabricação, capaz de causar uma concentração de tensões. Em juntas soldadas, mordeduras, falta de penetração na raiz, trincas pré-existentes e outras descontinuidades podem desempenhar este papel e acelerar o aparecimento da trinca de fadiga. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS TRINCAS DE FADIGA. Propaga-se lentamente por um período de tempo até atingir um tamanho crítico, quando a ruptura final tende a ocorrer de forma rápida e, em geral, inesperada e com consequências desastrosas. Devido às suas características, particularmente à possibilidade de ruptura inesperada com tensões nominais abaixo do limite de escoamento, a possibilidade da ocorrência de fadiga é uma consideração fundamental no projeto e fabricação de vários componentes soldados. 30/03/2013 30 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS TRINCAS DE FADIGA. Macrografia de uma junta soldada, parte de um braço de uma escavadeira, que falhou em serviço devido a formação de uma trinca de fadiga. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS TRINCAS DE CST Soldas de diferentes materiais quando estes estão tensionados e em contato simultâneo com um dado ambiente corrosivo. Não é específico de juntas soldadas, mas, nestas, a sua ocorrência é facilitada pela presença de um nível elevado de tensões residuais. 30/03/2013 31 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS TRINCAS DE CST Além disso, as alterações microestruturais causadas pela soldagem podem tornar o material mais sensível à CST do que o MB em um dado ambiente. As trincas de CST tendem a se formar após um período de incubação que pode ser mais ou menos longo e propagar de forma relativamente rápida (em comparação, por exemplo, com a fadiga). FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS TRINCAS DE CST Na região da solda, as tensões residuais podem atingir um valor próximo ao limite de escoamento do material e, em geral, superior ao limite mínimo para a formação de trincas de CST. 30/03/2013 32 FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS TRINCAS DE CST Características: Trincas altamente ramificadas. FISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADASFISSURAÇÃO EM JUNTAS SOLDADAS TRINCAS DE CST Controle: Em alguns casos, pode ser reduzida ou inibida pelo controle do procedimento de soldagem. Por exemplo, a fissuração em aço carbono em ambiente de H2S necessita de um nível de tensão relativamente elevado e o problema pode ser controlado limitando-se a dureza da solda a valores inferiores a 200 HB. Em outros casos, um TTAT pode ser realizado após soldagem para reduzir a chance de ocorrência de CST.
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