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DISCIPLINA: Fundamentos de Climatologia PROFESSORA: Daisy Beserra Lucena UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS E-mail: daisyblucena@gmail.com UNIDADE 11 – Classificação Climática – Introdução 02 Profa. Daisy Lucena “O clima é o resultado de um processo complexo envolvendo todos os componentes terrestres (relevo, vegetação, hidrografia, tipos de solo, entre outros) em uma expressiva variabilidade temporo- espacial, sendo, portanto, um elemento definidor na organização do espaço e um fator configurador de um lugar” (JURCA, 2005) CLASSIFICAÇÕES CLIMÁTICAS UMA FORMA DE ORGANIZAÇÃO ESPACIAL Introdução 03 Profa. Daisy Lucena Cada área tem particularidades climáticas que, muitas vezes, não se encontram em uma área vizinha, embora ambas possam ser incluídas em um mesmo tipo de clima por terem características gerais semelhantes. Embora NÃO existam dois lugares na superfície da Terra com climas idênticos, é possível definir áreas com combinações de diversos elementos e fatores, que pode-se considerar relativamente homogêneo. Atribui-se a essa região o nome de REGIÃO CLIMÁTICA. LUZ SOLAR ABSORVIDA TEMPERATURA RADIAÇÃO IV QUE SAI CALOR SENSÍVEL + FLUXO DE ENERGIA POTENCIAL FLUXO DE CALOR LATENTE FLUXO OCEÂNICO Albedo terra-água Área de gelo Área de neve Albedo Composição atmosférica Vapor à superfície por unidade quadrada Vapor d’água precipitável Umidade do solo Gradiente de pressão Umidade relativa Vento horizontal Correntes Latitude Profundidade de mistura Rugosidade à superfície Vento vertical Cobertura de nuvens Transmissividade refletividade Propriedades óticas da atmosfera RADIAÇÃO SOLAR Precipitação Gradiente de temperatura Evaporação Figura - Sistema interativo dos mecanismos de causa e efeitos (realimentação) envolvidos no clima. Fonte: Adaptado de Kellogg e Schneider (1974) Como visualizado na Figura anterior, é bastante difícil analisar o conjunto de informações para caracterizar o clima de uma determinada região. Diante disso, vários esquemas de classificação climática tem sido desenvolvidos. Alguns deles buscam incluir o maior número possível de parâmetros meteorológicos e climáticos, com o intuito de dividir os climas do Planeta em grupos distintos, em sua maioria identificados por nomes e/ou símbolos. Essa natureza aleatória e multivariada do clima, sempre leva ao questionamentos e reflexões acerca dos métodos de classificação, por isso deve-se levar sempre em consideração a escala, os objetivos e os dados disponíveis. Introdução 05 Profa. Daisy Lucena Introdução 06 Profa. Daisy Lucena Apesar de ser útil o mapeamento do clima, o exercício da classificação é difícil, pois enfrenta problemas comuns a qualquer tipo de classificação. Como a classificação climática é desenvolvida pelos humanos, e conhecendo a natureza, sendo ela é artificial, subjetiva, ... É claro que a classificação climática apresenta dificuldades para estabelecer fronteiras. Outra dificuldade relaciona-se á inadequação dos dados meteorológicos e climáticos disponíveis, tanto em termos de distribuição espacial como duração e confiabilidade. (MENDONÇA; DANNI-OLIVEIRA, 2007) Essa condição média é que irá condicionar a distribuição dos seres vivos no globo. A distribuição da vegetação natural nas diversas regiões da Terra depende basicamente do clima. VEGETAÇÃO NATURAL Assim, regiões com alta disponibilidade de água e energia apresentam maior biodiversidade, enquanto que nas regiões frias ou secas somente alguns poucas espécies ocorrem Introdução 07 Profa. Daisy Lucena CLIMAS DO MUNDO Por fim, as classificações climáticas constituem importante subsídio às atividades que, direta e indiretamente, dependem do meio ambiente (do clima). Permitem também comparação climática entre condições em nível mundial, sendo suas denominações universais, e uma vez identificas, possuem características em qualquer parte do mundo, avançando na compreensão dos complexos padrões climáticos do mundo e, para de fato conseguir ter um entendimento melhor sobre eles. Introdução Profa. Daisy Lucena 08 latitude Altitude/relevo distribuição de oceanos e continentes movimentos da Terra correntes oceânicas centros de alta e baixa pressões semi-permanentes massas de ar variações da composição atmosférica VARIÁVEIS (no tempo e no espaço) PERMANENTES Ainda tem-se os elementos (fatores ) em escalas menores (meso e micro) tais como exposição e configuração do terreno, cobertura do terreno... Diversos FATORES atuam para a formação das condições do TEMPO de um local e, conseqüentemente, para a formação de seu CLIMA. Esses fatores são agentes causais que condicionam os elementos. Introdução 09 Profa. Daisy Lucena A classificação climática OBJETIVA caracterizar uma área, região, zonas... com características climáticas, relativamente, homogêneas. Essa classificação pode ser feita com base em diversos critérios, que dependem dos propósitos a que se destina. A classificação pode ser feita com base: Considera a ocorrência ou não de vegetação, e o tipo de vegetação predominante. Esse critério baseia-se no fato da vegetação ser um integrador dos estímulos do ambiente. Por exemplo: florestas tropicais, desérticas, permanentemente cobertas por gelo, e sem vegetação, temporariamente coberta com neve... O clima é caracterizado pelos elementos meteorológicos e suas combinações. PAISAGEM NATURAL ÍNDICES CLIMÁTICOS Classificação Climática 10 Profa. Daisy Lucena As inúmeras variações no clima de local para local, determinadas pelas diferentes combinações de elementos (fatores), produzem um grande número de tipos climáticos. Uma região com condições climáticas aproximadamente homogênea é denominada REGIÃO CLIMÁTICA. Classificação Climática 11 Uma região climática é caracterizada por uma certa área da superfície da Terra, sobre a qual, os efeitos combinados de diversos fatores resultam em um conjunto de condições climáticas aproximadamente homogêneas. Para facilitar a descrição e proceder ao mapeamento das regiões climáticas, é necessário identificá-las e classificá-las em diferentes tipos. A climatologia regional dedica-se a essa tarefa e para isso utiliza-se de técnicas analíticas e descritivas. Classificação Climática 12 Profa. Daisy Lucena OBJETIVOS: A classificação climática tem como objetivo a definição dos limites geográficos dos diferentes tipos de clima que ocorrem em todo mundo, sendo considerado um estudo básico para áreas afins. As classificações climáticas possuem três objetivos que se inter- relacionam: - Ordenar grande quantidade de informações; - Facilitar a rápida recuperação; - Facilitar a comunicação. Para isso, faz-se a descrição e mapeamento das regiões climáticas, necessitando-se identificá-las e classificá-las em diferentes tipos. Classificação Climática 13 Profa. Daisy Lucena FINALIDADE: A finalidade predominante de qualquer sistema de classificação é a obtenção de um arranjo eficiente de informações em uma forma simplificada e generalizada. O número de elementos que devem ser combinados em uma determinada classificação climática depende do propósito a que ela se destina. Por exemplo: Uma classificação climática baseada em temperaturas críticas e limites de umidade é satisfatória para o crescimento de certas plantas ou para organismos animais (mas não para fins de previsão de tempo, sendo assim portanto, primordial identificar o fim a que se destina essa classificação) 14 Profa. Daisy Lucena Classificação Climática PROBLEMAS: Um dos problemas atribuídos á classificação está na complexidade da vegetação, solo, relevo, altitude. A associação deste fatores tornam algumas classificação subjetivas e pouco conclusivas.Os elementos climáticos mais frequentemente usados para caracterizar o clima sobre uma determinada área são a temperatura e a precipitação. Para superar os problemas criados pela natureza multivariada do clima, alguns esquemas de classificação têm tomado a vegetação natural como um índice das condições climáticas predominantes na área. 15 Profa. Daisy Lucena Classificação Climática 16 Profa. Daisy Lucena Classificação Climática A temperatura é , sem dúvida, um dos principais elementos do clima e, daí, a primeira distinção feita, baseada nas zonas térmicas da Terra, fornecendo o primeiro indicador climático: CLIMAS QUENTES: regiões quentes de baixas latitudes, sem inverno (faixa intertropical; CLIMAS TEMPERADOS: regiões temperadas (latitudes médias) com estações bem definidas; CLIMAS FRIOS: regiões frias de altas latitudes, com verões poucos acentuados ou sem verão (regiões polares). Entretanto é perceptível que é insatisfatório ter como base apenas a temperatura, uma vez que, para definir as regiões úmidas, secas ou desérticas é preciso considerar outros elementos como a precipitação. MÉTODOS ANALÍTICOS MÉTODOS GENÉTICO Tem sido amplamente difundido e aceito, principalmente pela facilidade de uso e simplicidade de aplicação. Este modelo é visto como empírico- quantitativo Classificação do clima baseada nos elementos climáticos. Enfatiza o estado médio abstração da realidade Caráter estático desconsidera a dinâmica da atmosfera Enfatiza especialmente a circulação e a dinâmica atmosférica Proporciona uma explicação dos sistemas classificados, por meio qualitativo é denominado sistema climático explicativo-descritivo. Classificação dinâmica. Expressa diferentes unidades climáticas O fato que deve ser considerado é que os controles do clima, como as massas de ar, são muito mais difíceis de medir ou avaliar o grau de influência, do que os elementos climáticos. 17 Profa. Daisy Lucena Classificação Climática Vários autores propuseram um método para se estabelecer a classificação climática de uma região, como GAUSSEN, GAUSSEN E BAGNOLDS, THORNTHWAITE, KÖPPEN, STRAHLER, MARTONNE, entre outros. Dentre os numerosos modelos de classificação climática destacam-se os de Köppen e Thornthwaite, utilizados em várias partes do mundo. 18 Profa. Daisy Lucena Classificação Climática Na determinação dos tipos climáticos de Köppen-Geiger são considerados a sazonalidade (estações do ano) e os valores médios anuais e mensais da temperatura do ar e da precipitação. Cada grande tipo climático é denotado por um código, constituído por letras maiúsculas e minúsculas, para designar os grandes grupos climáticos, os subgrupos ou ainda as subdivisões que indicam características especiais sazonais. Classificação climática de Köppen-Geiger, mais conhecida por classificação climática de Köppen, é o sistema de classificação global dos tipos climáticos mais utilizada em geografia, climatologia e ecologia. Classificação Climática de Köppen-Geiger 19 Profa. Daisy Lucena ESTRUTURA GERAL DA CLASSIFICAÇÃO A classificação climática de Köppen-Geiger divide os climas em 5 grandes grupos ("A", "B", "C", "D", "E") e diversos tipos e subtipos. Cada clima é representado por um conjunto variável de letras (com 2 ou 3 caracteres) com a seguinte significação: PRIMEIRA LETRA: maiúscula ("A", "B", "C", "D", "E") que denota a característica geral do clima de uma região, constituindo o indicador do grupo climático (em grandes linhas, os climas mundiais escalonam-se de "A" a "E", indo do equador aos pólos); 20 Profa. Daisy Lucena Classificação Climática de Köppen As cinco zonas climáticas de Köppen 21 Profa. Daisy Lucena Classificação Climática de Köppen- CÓDIGO TIPO DESCRIÇÃO A Clima tropical ou tropical úmido -Climas megatérmicos - temperatura média do mês mais frio do ano > 18°C - estação do inverno ausente - forte precipitação anual (superior à evapotranspiração potencial anual) B Clima árido ou secos - clima secos (precipitação anual inferior a 500mm) -Evapotranspiração potencial anual superior à precipitação anual - não existem cursos de água permanentes C Clima temperado ou clima temperado quente -Clima mesotérmicos - temperatura média do ar dos 3 meses mais frios compreendidas entre -3°C e 18°C - temperatura média do mês mais quente > 10°C - estações de verão e inverno bem definidas D Clima continental ou clima temperado frio -Clima microtérmicos - temperatura média do ar no mês mais frio < -3°C - temperatura média do ar no mês mais quente > 10°C - estações de verão e inverno bem definidas E Clima glacial ou polar -Climas polares e de alta montanha - temperatura média do ar no mês mais quente < 10°C - estação do verão pouco definida ou inexistente. Classificação Climática de Köppen- ESTRUTURA GERAL DA CLASSIFICAÇÃO SEGUNDA LETRA: minúscula, que estabelece o tipo de clima dentro do grupo, e denota as particularidades do regime pluviométrico, isto é a quantidade e distribuição da precipitação (apenas utilizada caso a primeira letra seja "A", "C" ou "D"). Nos grupos cuja primeira letra seja "B" ou "E", a segunda letra é também uma maiúscula, denotando a quantidade da precipitação total anual (no caso "B") ou a temperatura média anual do ar (no caso "E"); TERCEIRA LETRA: minúscula, denotando a temperatura média mensal do ar dos meses mais quentes (nos casos em que a primeira letra seja "C" ou "D") ou a temperatura média anual do ar (no caso da primeira letra ser "B"). 23 Profa. Daisy Lucena Classificação Climática de Köppen- CÓDIGO DESCRIÇÃO APLICA-SE AO GRUPO S -Clima das estepes - precipitação anual total média compreendida entre 380 e 760mm B W -Clima desértico - precipitação anual total média < 250 mm B f -Clima úmido - ocorrência de precipitação em todos os meses do ano - inexistência de estação seca definida A – C – D w - Chuvas de verão A – C – D s - Chuvas de inverno A – C – D w’ - Chuvas de verão-outono A – C – D s’ - Chuvas de inverno – outono A – C – D m -Clima de monção - precipitação total anual média > 1500 mm - precipitação do mês mais seco < 60 mm A T - Temperatura média do ar no mês mais quente compreendida entre 0 e 10°C E F - Temperatura média do mês mais quente < 0°C E M -Precipitação abundante -Inverno pouco rigoroso E Classificação Climática de Köppen A terceira letra utiliza-se para distinguir climas com diferentes variações de temperatura do ar, definindo-se com ela subtipos para os climas dos grupos B, C e D: CÓDIGO DESCRIÇÃO APLICA-SE AO GRUPO a: verão quente - Temperatura média do ar no mês mais quente > 22°C C – D b: verão temperado -Temperatura média do ar no mês mais quente < 22°C - temperatura média do ar nos 4 meses mais quente > 10°C C – D c: verão curto e fresco -Temperatura média do ar no mês mais quente < 22°C - temperatura do ar > 10°C durante menos de 4 meses - temperatura média do ar no mês mais frio > -38°C C – D d: inverno muito frio - Temperatura média do ar no mês mais frio < -38°C D h: seco e quente -Temperatura média do ar > 18°C - deserto ou semi-deserto quente (temperatura anual média do ar igual ou superior a 18°C) B k: seco e frio -Temperatura média anual doar < 18°C -Deserto ou semi-deserto frio (temperatura anual média do ar inferior a 18°C) B 25 Profa. Daisy Lucena Classificação Climática de Köppen 1 - Parâmetros t = temperatura média anual tq = temperatura média do mês mais quente tf = temperatura média do mês mais frio P = total anual de precipitação Pc = total de precipitação do mês mais chuvoso Ps = total de precipitação do mês mais seco E = total anual de evaporação CRITÉRIO PARA CLASSIFICAÇÃO 26 Profa. Daisy Lucena ClassificaçãoClimática de Köppen 2 – Identificação do Grupo climático 2.1. Calcular E E = 20 (t+14) para chuvas de verão E = 20 (t + 7) para chuvas ao longo do ano E = 20t para chuvas de inverno 2.2. Comparar E com P P ≤ E grupo B P > E grupo A, C, D ou E 27 Profa. Daisy Lucena CRITÉRIO PARA CLASSIFICAÇÃO Classificação Climática de Köppen 2 – Identificação do Grupo climático 2.3. Analisar tf tf > 18°C grupo A -3°C < tf < 18°C grupo C tf < -3°C grupo D ou E 2.4. Analisar tq tq ≥ 10°C grupo D tq < 10°C grupo E 28 Profa. Daisy Lucena CRITÉRIO PARA CLASSIFICAÇÃO Classificação Climática de Köppen 3 – Identificação do tipo fundamental para o grupo A 3.1. Analisar Ps Ps ≥ 60 mm tipo Af Os < 60 mm Tipo Am, Aw, Aw’, Aw’’, As, As’, As’’, Ax (depende das estações seca e chuvosa, item 10) 4 – Identificação do tipo fundamental para o grupo B 4.1. Comparar P com 0,5E P ≤ 0,5E tipo BW P > 0,5E Tipo BS 29 Profa. Daisy Lucena CRITÉRIO PARA CLASSIFICAÇÃO Classificação Climática de Köppen 5 – Identificação do tipo fundamental para o grupo C 5.1. Verificar se o período seco situa-se próximo ao verão ou ao inverno. 5.2. Para o período seco de verão – comparar Pc com Ps Pc < 3Ps tipo Cf Pc ≥ 3Ps e Ps ≥ 30 mm tipo Cfs Pc ≥ 3Ps e Ps < 30 mm tipo Cs, Cs’, Cs’’ e Cx (depende do período das chuvas – item 10) 5.3. Para o período seco de inverno – comparar Pc com Ps Pc < 10Ps tipo Cf Pc ≥ 10Ps tipo Cw, Cw’ ou Cw’’ (depende do período das chuvas – item 10) 30 CRITÉRIO PARA CLASSIFICAÇÃO Classificação Climática de Köppen 6 – Identificação do tipo fundamental para o grupo D 6.1. Comparar Pc com Ps Pc < 10Ps tipo Df Pc ≥ 10Ps tipo Dw ou Dw’ (depende do período das chuvas – item 10) 7 – Identificação do tipo fundamental para o grupo E 7.1. Comparar tq com 0°C tq ≥ 0°C tipo ET tq < 0°C tipo EF 31 Profa. Daisy Lucena CRITÉRIO PARA CLASSIFICAÇÃO Classificação Climática de Köppen 8 – Identificação do subtipo térmico para o grupo B 8.1. Analisar t, tq e tf t ≥ 18°C e tf ≥ 18°C subtipo h’ t ≥ 18°C e tf < 18°C subtipo h t < 18°C e tq ≥ 18°C subtipo k t < 18°C e tq < 18°C subtipo k’ 32 Profa. Daisy Lucena CRITÉRIO PARA CLASSIFICAÇÃO Classificação Climática de Köppen 9 – Identificação do subtipo térmico para os grupos C e D 9.1. Verificar quantos meses consecutivos com t ≥ 0°C 9.2. Quatro ou mais meses consecutivos com t ≥ 0°C – comparar tq com 22°C tq ≥ 22°C subtipo a tq < 22°C subtipo b 9.3. menos que quatro meses consecutivos com t ≥ 0°C – comparar tf com -38°C tf ≥ -38°C subtipo c tf < -38°C subtipo d 33 CRITÉRIO PARA CLASSIFICAÇÃO Classificação Climática de Köppen 10 – Identificação do subtipo hídrico para os grupos A, B, C e D - inverno seco com chuvas de verão subtipo w - inverno seco com chuvas de outono subtipo w’ - inverno seco, 2 estações de chuva separadas por 2 períodos secos subtipo w’’ - verão seco , chuvas no inverno subtipo s - verão seco com chuvas de outono subtipo s’ - verão seco, 2 estações de chuvas separadas por 2 períodos secos subtipo s’’ - verão seco, chuvas de primavera subtipo x - chuvas escassas, mas de mesma intensidade em todas as estações subtipo x’ 34 Profa. Daisy Lucena CRITÉRIO PARA CLASSIFICAÇÃO Classificação Climática de Köppen Na visão global, o Brasil esta localizado em duas áreas climáticas. 92% do território esta acima do trópico de capricórnio, sendo então da zona tropical. Apenas a região sul e o sul de São Paulo se localiza na zona temperada. Outro fator marcante do Brasil é seu grande e extenso litoral, fazendo assim um país bastante úmido. Ou seja, basicamente o Brasil é um país quente e úmido, mas logicamente nem todos lugares do território nacional é assim. Veja ao lado o mapa de classificação mais precisa, feita por Köppen - Geiger. 35 Classificação Climática de Köppen Am Temperaturas elevadas e pluviosidade elevada. As médias de temperatura são maiores que 22°C em todos os meses e as mínimas no mês mais frio são maiores que 20°C. Aw Temperaturas elevadas com chuva no verão e seca no inverno. As médias de temperatura dos meses é maior que 20°C e no mês mais frio do ano as mínimas são menores que 18°C. Af Temperatura elevada sem estação seca. Temperaturas sempre maiores que 20°C. As Chuva de inverno e outono com temperaturas elevadas sempre maiores que 20°C. 36 Classificação Climática de Köppen BSh Temperaturas altas com chuvas escassas no inverno. Temperaturas maiores que 22°C. Cwa Temperaturas moderadas com verão quente e chuvoso. No mês mais frio a média de temperatura é menor que 20°C. Aw´ Temperatura elevada com chuva no verão e outono. Temperatura sempre maior que 20°C. Cfb Temperatura moderada com chuva bem distribuída e verão brando. Podem ocorrer geadas, tanto no inverno como no outono. As médias de temperatura são inferiores a 20°C, exceto no verão. No inverno média inferior a 14°C como mínimas inferiores a 8°C. 37 Classificação Climática de Köppen Cwb Verão brando e chuvoso com temperatura moderada. Há geadas no inverno e as médias de temperatura no inverno e outono é inferior a 18°C com temperaturas mínimas inferior a 12°C. Cfa Temperatura moderada com chuvas bem distribuídas e verão quente. Nos meses de inverno há ocorrência de geadas sendo a média de temperatura neste período inferior a 16°C. No mês mais quente as máximas são maiores que 30°C. 38 Classificação Climática de Köppen ÍNDICE HÍDRICO (Ih) ÍNDICE ARIDEZ (Ia) ÍNDICE DE UMIDADE (Iu) ETP EXC 100Ih ETP DEF 100Ia Ia0,6IhIu A classificação de Thornthwaite utiliza ÍNDICES calculados com base no BHC, comparando a disponibilidade hídrica com a demanda de evapotranspiração. A partir dos valores anuais são definidos os seguintes índices ligados à disponibilidade hídrica: Classificação Climática de Thornthwaite 39 Profa. Daisy Lucena Onde: DEF é a deficiência hídrica; EXC excesso de água no solo; e ETP a evapotranspiração potencial. Com base no ÍNDICE DE UMIDADE, Thornthwaite definiu os tipos climáticos Tabela I – Tipos Climáticos, segundo Thornthwaite, com base no índice de umidade. TIPO DE CLIMA Iu A superúmido Iu ≥ 100 B4 úmido 80 ≤ Iu < 100 B3 úmido 60 ≤ Iu < 80 B2 úmido 40 ≤ Iu < 60 B1 úmido 20 ≤ Iu < 40 C2 subúmido 0 ≤ Iu < 20 C1 subúmido seco -20 ≤ Iu < 0 D semiárido -40 ≤ Iu < -20 E árido -60 ≤ Iu < -40 40 Classificação Climática de Thornthwaite Com base nos ÍNDICES DE ARIDEZ E HÍDRICO, Thornthwaite determina os subtipos Tabela II – Subtipos climáticos, segundo Thornthwaite, com base no índice de aridez CLIMAS ÚMIDOS (A, B, C2) ÍNDICE DE ARIDEZ (Ia) r sem ou com pequena deficiência hídrica 0 ≤ Ia < 16,7s deficiência hídrica moderada no verão 16,7 ≤ Ia < 33,3 w deficiência hídrica moderada no inverno 16,7 ≤ Ia < 33,3 s2 grande deficiência hídrica no verão Ia ≥ 33,3 w2 grande deficiência hídrica no inverno Ia ≥ 33,3 41 Profa. Daisy Lucena Classificação Climática de Thornthwaite Tabela III – Subtipos climáticos, segundo Thornthwaite, com base no índice hídrico CLIMAS SECOS (C1, D, E) ÍNDICE HÍDRICO (Ih) d excedente hídrico pequeno ou nulo 0 ≤ Ih < 10 s excedente hídrico moderado no verão 10 ≤ Ih < 20 w excedente hídrico moderado no inverno 10 ≤ Ih < 20 s2 grande excedente hídrico no verão Ih ≥ 33,3 w2 grande excedente hídrico no inverno Ih ≥ 33,3 42 Profa. Daisy Lucena Com base nos ÍNDICES DE ARIDEZ E HÍDRICO, Thornthwaite determina os subtipos Classificação Climática de Thornthwaite Os 10 tipos climáticos quanto ao fator térmico foram definidos com base na evapotranspiração potencial anual, e os 8 subtipos dependem da relação porcentual ETP no verão/ETP anual. Tabela IV - Tipos e subtipos climáticos segundo Thornthwaite, com base no índice térmico (ETP anual) TIPOS ETP ANUAL (mm) A’ megatérmico ETP ≥ 1140 B’4 mesotérmico 1140 > ETP ≥ 997 B’3 mesotérmico 997 > ETP ≥ 885 B’2 mesotérmico 885 > ETP ≥ 712 B’1 mesotérmico 712 > ETP ≥ 570 C’2 microtérmico 570 > ETP ≥ 247 C’1 microtérmico 427 > ETP ≥ 285 D’ tundra 285 > ETP ≥ 142 E’ gelo perpétuo ETP < 142 43 Classificação Climática de Thornthwaite A fórmula climática de Thornthwaite é, então representada por quatro letras consecutivas, de acordo com os valores das Tabelas I, II, III, IV e V respectivamente. Tabela V - Tipos e subtipos climáticos segundo Thornthwaite, com base na porcentagem de ETP acumulada no verão Verão no HS DEZ – JAN - FEV SUBTIPOS (ETP NO VERÃO / ETP ANUAL) * 100 a’ menor que 48% b’4 entre 48 e menos que 51,9% b’3 entre 51,9 e menos que 56,3% b’2 entre 56,3 e menos que 61,6% b’1 entre 61,6 e menos que 68% c’2 entre 68 e menos que 76,3% c’1 entre 76,3 e menos que 88% d igual ou maior que 88% 44 Profa. Daisy Lucena Classificação Climática de Thornthwaite EXEMPLO Com os dados do BHC, com CAD = 100mm, de Ribeirão Preto/SP, classificar o clima dessa localidade segundo Thornthwaite. Dados: DEF = 70 mm EXC = 522 mm ETP = 1082 mm ETPverão = 336 mm Pelas tabelas, temos que a fórmula climática é: B2rB’4a’ Calcula-se: Ih = 48,2 Ia = 6,5 Iu = 44,3 tipo mesotérmico úmido, com pequena deficiência hídrica. 45 Profa. Daisy Lucena Classificação Climática de Thornthwaite 46 Profa. Daisy Lucena Classificação de Strahler A classificação de Strahler baseia-se nas áreas da superfície terrestre, controladas ou dominadas pelas massas de ar, baseando- se também nos centros de ações e processos frontológicos, além das características das precipitações. É considerada bastante simples e muito eficaz. A classificação dividiu o clima do Planeta em três tipos principais: GRUPO I - Climas de latitudes baixas; GRUPO II - Climas das latitudes médias; e GRUPO III - Climas das latitudes altas 47 GRUPOS SUBTIPOS I – Climas das baixas latitudes: climas controlados pelas células subtropicais de alta pressão e pela grande depressão equatorial que se encontra entre elas, quase que permanentemente dominados por massas de ar equatorial e tropicais. - Equatorial úmido (Tm e Em) - Litorâneo com ventos alísios (Tm) -Desértico tropoical e de estepe (Tc) -Desértico da costa ocidental(Tm) -Tropical seco-úmido(Tm, Em a Tc) II – Clima das latitudes médias: climas regulados por massas de ar polares a tropicais em permanente interação. Denomina-se a essa área de zona forntal polar e compõe-se de cinco tipos climáticos dominados -Subtropical úmido (Tm e Pc) -Marítimo da costa ocidental (Pm) -Mediterrâneo (Pm e Tm) -Desértico e de estepe de latitude média (Tc, Pm e Pc) -Continental úmido (Tm e Pc) III – Clima das latitudes altas: climas regulados por massas de ar polares a árticas -Continental subártico (Pc e Pm) -Marítimo subártico (Pm) -Tundra (Pc, Pm e A) - Calota de gelo - Terras altas Tabela - Classificação Genética para os climas proposto por Strahler (1969) Fonte: Ayoade (2003) 48 Profa. Daisy Lucena 49 Profa. Daisy Lucena Classificação de Strahler 50 Domínios climáticos do Brasil e seus principais subtipos Fo n te: M e n d o n ça e D an n i-O liveira (2 0 0 7 ). O climograma é uma ferramenta clássica de representação do clima que permite uma compreensão mais fácil do perfil climático de determinada região. Através do climograma pode se representar graficamente as variações de temperatura e precipitações durante um determinado período de tempo, geralmente de 1 ano. 51 Profa. Daisy Lucena Classificação de Strahler 1- Clima Equatorial: encontra-se na região da Amazônia. As temperaturas são elevadas durante quase todo o ano. Chuvas em grande quantidade, com índice pluviométrico acima de 2500 mm anuais. 52 Profa. Daisy Lucena Classificação de Strahler Clima Tropical : temperaturas elevadas (média anual por volta de 20°C), presença de umidade e índice de chuvas de médio a elevado. 53 Profa. Daisy Lucena Classificação de Strahler Clima Semi-árido: presente, principalmente, no sertão nordestino, caracteriza-se pela baixa umidade e pouquíssima quantidade de chuvas. As temperaturas são altas durante quase todo o ano. 54 Profa. Daisy Lucena Classificação de Strahler Clima Tropical Atlântico (tropical úmido): presente, principalmente, nas regiões litorâneas do Sudeste, apresenta grande influência da umidade vinda do Oceano Atlântico. As temperaturas são elevadas no verão (podendo atingir até 40°C) e amenas no inverno (média de 20º C). Em função da umidade trazida pelo oceano, costuma chover muito nestas áreas 55 Profa. Daisy Lucena Classificação de Strahler Clima Subtropical: presente na região sul dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Caracteriza-se por verões quentes e úmidos e invernos frios e secos. Chove muito nos meses de novembro à março. O índice pluviométrico anual é de, aproximadamente, 2000 mm. As temperaturas médias ficam em torno de 20º C. Recebe influência, principalmente no inverno, das massas de ar frias vindas da Antártida. 56 Profa. Daisy Lucena Classificação de Strahler Clima Tropical de altitude: ocorre principalmente nas regiões serranas do Espirito Santo, Rio de Janeiro e Serra da Mantiqueira. As temperatura médias variam de 15 a 21º C. As chuvas de verão são intensas e no inverno sofre a influência das massas de ar frias vindas pela Oceano Atlântico. Pode apresentar geadas no inverno. 57 Profa. Daisy Lucena Classificação de Strahler NÓBREGA, R.S. Um pensamento crítico sobre classificações climáticas: de Köppen até Stralher. Revista Brasileira de Geografia Física. v.3. 2010. 58 Profa. Daisy Lucena Sugestão de Leitura
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