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CONTABILIDADE PARA ENTIDADES DE INTERESSE SOCIAL AULA 1 Edicreia Andrade dos Santos CONVERSA INICIAL Um dos setores que tem apresentado um alto índice de crescimento nos últimos anos é o terceiro setor. De acordo com Mackinsey (2001), no início do século XXI já era estimada a existência de cerca de 250 mil entidades no Brasil, movimentando cifras que correspondem a 1,5% do PIB brasileiro, com a expectativa de que futuramente tais organizações movimentem somas ainda maiores, equivalentes a até 5% do PIB do país (Leal, Famá, 2007). Apesar da sua representatividade, o terceiro setor ainda é pouco abordado. Por isso, o objetivo da presente aula refere-se à explanação da conceituação das entidades do terceiro setor, de sua caracterização e estrutura, além das leis que regem sua criação e seu funcionamento. Saiba mais Assista aos vídeos a seguir para conhecer melhor o conceito de organizações não governamentais: ONGs Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=81- 0RqOKDWA>. O papel das ONGs hoje Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=vpgT1NJgMtk>. CONTEXTUALIZANDO Normalmente, o intuito da criação de uma organização é a obtenção do lucro. No entanto, muitas vezes os indivíduos sem unem com outra finalidade, como prática da assistência social, ajuda aos mais necessitados ou até mesmo compartilhamento de uma crença, nascendo assim as instituições do terceiro setor. O primeiro setor corresponde às instituições privadas; o segundo setor, às instituições públicas; já o terceiro setor é a “combinação” das funções dos dois primeiros. As entidades de interesse social (ou terceiro setor) existem para suprir as necessidades que não estão sendo providas pelo Estado, desenvolvendo ações que visam ajudar a população no geral. As entidades de interesse social são todas as associações com finalidade de natureza social que não possuem fins lucrativos. Para serem assim 3 caracterizadas, é preciso que exerçam, por meio de seus objetivos, uma missão que possua relevância para os membros da sociedade (Conselho Federal de Contabilidade, 2015). São suas ações: Fazer contraponto às ações do Governo: já que os bens e serviços públicos são resultado da atuação do Estado e também da reprodução de várias iniciativas particulares; Fazer contraponto às ações do mercado: ao abrirem os campos de interesse coletivo para a iniciativa individual; Oferecer maior dimensão aos elementos que as compõem: ao enfatizarem o valor político e econômico das ações sociais sem fins lucrativos; e Projetar uma visão que unifica a vida pública: com a complementação das ações públicas e privadas (de Albuquerque, 2006). Apesar da importância, a gestão social é uma atividade ainda nova, regida por uma legislação especifica que precisa ser bem compreendida para ser cumprida. Os que atuam no terceiro setor devem conhecer e interpretar todas as particularidades deste setor para dessa forma fazerem bem o seu trabalho (Sazazi, 2006). Nas próximas rotas, serão apresentadas a história e a evolução das entidades de interesse social, além da legislação que concerne aos tipos de instituições que se incluem no terceiro setor, a forma de estruturação, tributação e qualquer particularidade que seja diferente das relativas aos demais setores. TEMA 1 – CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA Os atos de ajuda coletiva visando o atendimento de necessidades básicas dos menos favorecidos iniciados nos primórdios da humanidade são o marco do surgimento do terceiro setor (Mañas, de Medeiros, 2012). Estudiosos encontraram evidências que atribuem às primeiras civilizações a criação de códigos de justiça, nos quais as pessoas buscavam ajudar umas às outras em suas necessidades, transportando os membros da comunidade mais carentes até o outro lado do rio, sem nenhuma cobrança, oferecendo ainda alimentação e abrigo (Hudson, 1999; Mañas, de Medeiros, 2012). Séculos depois nasceram as primeiras associações de caráter religioso e político da Europa, da América do Norte e da América Latina. Já no século XVIII, 4 surgiram as primeiras associações patronais e os sindicatos dos trabalhadores. Com a Segunda Guerra Mundial, o mundo passou por grandes transformações políticas e sociais, refletidos também nos agentes sociais (Abre, 2012). Após essas mudanças, surgiram grandes problemas sociais de caráter mundial, os quais os administradores não conseguiam solucionar totalmente. Como forma de interferência, a sociedade civil criou as organizações não governamentais (ONGs) atuando de forma assistencialista ao executar atividades de ajuda e assistência e serviços voltados para educação, saúde, moradia etc. (Mañas, de Medeiros, 2012). No entanto, o termo “terceiro setor” só começou a ser utilizado na década de 1970 por estudiosos norte-americanos, segundo Alves (2002) “para identificar as organizações sem fins lucrativos voltadas para a produção e a distribuição de bens e de serviços públicos”. Posteriormente, na década de 1980, o termo também passou a ser utilizado por pesquisadores europeus. Mas por que “terceiro setor”? A economia clássica afirma que a sociedade é dividida em setores definidos de acordo com a finalidade econômica dos agentes sociais (agentes de natureza pública e privada) (Weisbrod, 1988; Alves, 2002). Dessa forma, agentes de natureza e bens privados são denominados “primeiro setor”, setor este que corresponde ao mercado. O “segundo setor” é caracterizado por agentes de natureza e fins públicos, ou seja, o Estado. Então, os agentes de natureza privada que praticam ações com finalidade pública são denominados “terceiro setor”. A Figura 1 apresenta um esquema para melhor entendimento da setorização supramencionada. 5 Figura 1 – Setorização Fonte: Fernandes, 1994; Alves, 2002. De acordo com a Figura 1, é possível concluir que as ações do terceiro setor envolvem atividades que não são ao mesmo tempo nem mercantis nem governamentais (Alves, 2002). E no Brasil? Como ocorreu a origem e o desenvolvimento do terceiro setor? No Brasil, os primeiros registros são datados do período colonial, no entanto o desenvolvimento da área só ocorreu posteriormente, com o surgimento das primeiras ações de cunho social vinculadas à igreja no período republicano (Mañas, de Medeiros, 2012). Na década de 1970 nasciam as organizações não governamentais voltadas, sobretudo, à defesa do meio ambiente; na década de 1990, novas entidades surgiram, voltadas para o atendimento das necessidades da parcela da população mais carente (Mañas, de Medeiros, 2012). Nos últimos anos, o setor social continua em evolução e tem unido suas ações tanto ao governo como ao setor empresarial visando fazer uso da capacidade gerencial que o último possui (Mañas, de Medeiros, 2012). As entidades de interesse social são diferentes de qualquer outra instituição. Desta maneira, é preciso estabelecer seus objetivos, características e classificação. Nessa direção, na próxima rota são caracterizadas as organizações que compõem o terceiro setor. 6 TEMA 2 – OBJETIVOS, CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR No Código Civil (2002), as pessoas jurídicas são classificadas em duas categorias: as pessoas jurídicas de direito púbico (art. 43, da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002) e as de direito privado (art. 44, da Lei n. 10.406/2002). As pessoas jurídicas de direito privado são classificadas em: sociedades, fundações, organizações religiosas, partidos políticos, empresas individuais deresponsabilidade limitada, além de associações. Entre as pessoas jurídicas de direito privado, estão incluídas as entidades de interesse social que, apesar de serem constituídas como instituições privadas, atuam em áreas de interesse público, ou seja, visando o atendimento “de necessidades da coletividade, tais como promoção da assistência social, educação, saúde, proteção do idoso e à criança em situação de vulnerabilidade social, defesa do meio ambiente e pesquisas científicas, entre outras” (Conselho Federal de Contabilidade, 2015). Essas instituições possuem preocupações voltadas para o cumprimento de exercícios sociais, sem a finalidade lucrativa, gerando, direta ou indiretamente, bens e serviços que se assemelham aos prestados pelo Poder Público, em que os resultados alcançados são revertidos para a própria sociedade (Voese, Reptczuk, 2011). O Código Civil (2002) identifica e define como entidades sem finalidade lucrativa as seguintes instituições: Tabela 1 – Tipos de organizações do terceiro setor Instituição Conceituação Associações União de duas ou mais pessoas sem finalidade lucrativa. Fundações Organizações criadas com finalidade religiosa, moral, cultural ou assistencial. Organizações religiosas União de duas ou mais pessoas para a profissão de uma religião. Partidos políticos Organização voluntária, criada de forma legal, visando a ocupação de cargos políticos. Fonte: Artigo 44 do Código Civil (2002) Conforme a Tabela 1, é possível auferir que nem sempre as organizações sem finalidade lucrativa estão vinculadas a fins públicos ou limitadas ao formato 7 legal das associações e fundações. Outro fator importante é a exclusão das cooperativas do grupo de empresas do terceiro setor, já que visam lucros (Pereira, 2016). Uma das formas de constituição citadas, as associações são uma modalidade de instituição com o intuito de atender tanto aos interesses sociais como os dos associados. Elas consistem na união de um certo número de pessoas com o mesmo objetivo ou finalidade, independente da presença do desígnio lucrativo ou de capital. De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (2015), as associações podem ter como finalidade: a) altruística (associação beneficente, esportiva ou recreativa); b) egoística (associação literária, associação de colecionadores); e c) econômica não lucrativa (associação de socorro mútuo, associação de bairro). Do mesmo modo que as associações, as organizações religiosas são pessoas jurídicas constituídas por pessoas unidas com o intuito de realizar atividades sem finalidade lucrativa, voltadas à profissão da fé e à coletividade (Conselho Federal de Contabilidade, 2015). O reconhecimento de sua existência se deu através da inclusão do parágrafo 1º e do inciso IV do art. 44 do Código Civil Brasileiro pela Lei n. 10.825, de 22 de dezembro de 2003 (Monello, 2016). A organizações religiosas consistem em entidades que vão desde igrejas a institutos de vida consagrada, cujos fundamentos e orientações sejam derivados de uma religião, crença, espiritualidade, carisma ou de uma prática de vida religiosa ou uma expressão de vivência comunitária religiosa. De acordo com o estatuto que rege as organizações religiosas, é preciso deixar bem claras as caracterizações desse tipo de entidade para que não haja confusão entre organizações religiosas e associações (Monello, 2016). Por último temos as fundações. De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (2015), “as fundações são pessoas jurídicas formadas a partir de um patrimônio, de modo a atingir o cumprimento das finalidades estipuladas pelo instituidor”. Diferentes das associações, que possuem ampla liberdade para a instituição de sua finalidade, a fundação possui limites. A fundação somente poderá constituir-se para fins de (art. 62, da Lei n. 10.406/2002; Lei n. 13.151, de 28 de julho de 2015): I – assistência social; II – cultura defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III – educação; IV – saúde; 8 V – segurança alimentar e nutricional; VI – defesa, preservação e conservação do meio-ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII – pesquisa cientifica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização do sistema de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; e IX – atividades religiosas. Podemos destacar cinco características fundamentais das instituições denominadas fundações (Conselho Federal de Contabilidade, 2015): a) a finalidade ou os fins; b) a origem ou a forma de criação; c) o patrimônio; d) o modo de administração; e e) o velamento do Ministério Público. As fundações possuem como intuito a destinação de um patrimônio para uma determinada finalidade social. Com base nesse patrimônio e na escrituração pública (ou testamento) com prévia consulta no Ministério Público elas se originam. O instituidor poderá declarar o modo de administração escolhido pela organização e a área de atuação. Por fim, temos os partidos políticos. Sua instituição é prevista no artigo 17 da Constituição Federal (1988), que dispõe que “é livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardando a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana”. Todavia, de acordo com a Lei n. 13.165, de 29 de setembro de 2015, só é admitido o registro do estatuto de partido político que: Tenha caráter nacional, considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado em cada um deles. (Planalto, 2005) Após conhecer a caracterização dessas entidades na próxima rota, serão exploradas a filosofia e a missão dessas instituições. TEMA 3 – FILOSOFIA E MISSÃO DE ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR Em regra, todas as entidades, independente do setor, possuem como finalidade ocasionar mudanças na sociedade. Cada uma dessas organizações tem sua própria filosofia de forma clara ou informal. O método utilizado por essas 9 instituições para especificar a filosofia da entidade é definir de forma explícita e objetiva o porquê (missão) e para que (objetivos fundamentais) a entidade existe (dos Santos, Freitas, Pires, 2010). Com as organizações do terceiro setor não é diferente. Apesar de não serem uma organização de caráter privado ou público, elas precisam estabelecer sua missão e filosofia. Estas devem ser administradas com o intuito de aprender a melhor forma de utilizar as ferramentas gerenciais para que seus objetivos sejam atingidos com eficiência (Kloeckner, et al., 2009). A missão é a representação do motivo da existência de qualquer organização. “Uma empresa não se define pelo nome, estatuto ou produto que faz, ela se define pela sua missão, somente uma definição clara da missão é a razão de existir de uma organização e torna possível, claro e realista o seu objetivo” (Druker, 1994). As instituições de interesse social devem focar seus esforços no estabelecimento de sua missão e filosofia, já que essas características a distinguem das empresas privadas e públicas (Kloeckner et. al., 2009). Segundo Olak (2010), a missão está estritamente ligada à entidade, tornando os seus objetivos maisnítidos, concretizando seus negócios e visando a obtenção de um resultado futuro com valores e crenças de caráter imaterial e emotivo para desenvolver e alcançar seus objetivos fundamentais dentro da empresa. Não existe uma organização que não possua objetivos: a empresa tem que ter metas básicas para a satisfação das necessidades dos consumidores, garantindo assim a sobrevivência delas mesmas (dos Santos, Freitas, Pires, 2010). Oster (1995) aponta que, ao direcionar a missão para as entidades do terceiro setor, é possível concluir que ela contribui para delimitação de funções, motivação de pessoal e de seus doadores. A missão ainda possui outra contribuição, ao possibilitar um maior envolvimento dos colaboradores com a organização criando um sentimento de união (Santos et. al., 2015). A missão nas entidades sem fins lucrativos constitui a razão de ser e o ponto inicial de todas as suas atividades; já a visão é um método de elaboração do planejamento do futuro da organização, determinando o que e como deverá ser feito (Porras,1996; Santos et. al., 2015). A visão pode ser percebida como a direção desejada, o caminho para alcançar o objetivo almejado, uma proposta de o que a organização deseja ser no médio e no longo prazos (Ramos, 2016). 10 Segundo Silva (2006), essa fase do planejamento da visão e da missão da entidade citadas anteriormente é o reflexo da filosofia da instituição (Santos et. al., 2015). Na próxima rota, são apresentadas as formas de constituição e funcionamento das entidades. Saiba mais Quais são as missões e os valores das instituições do terceiro setor pelo mundo? Quando se fala em missão e visão de uma organização, a primeira coisa que vem à mente é a busca por crescimento ou por ser referência em um determinada área em determinado período. Empresas com finalidade social também são assim? Wikimidia: Empoderar e engajar pessoas pelo mundo para coletar e desenvolver conteúdo educacional sob uma licença livre ou no domínio público, e para disseminá-lo efetivamente e globalmente. Oxfam Brasil: Contribuir para a construção de um Brasil justo, sustentável e solidário que elimine as causas da pobreza e da desigualdade. Trabalhamos com parceiros e aliados como parte de um movimento nacional e global pela transformação social. Médicos Sem Fronteiras: Levar ajuda médico-humanitária às populações em perigo e às vítimas de catástrofes de origem natural ou humana e de situações de conflito, sem qualquer discriminação racial, religiosa, filosófica ou política. Trabalhando com neutralidade e imparcialidade, Médicos Sem Fronteiras reivindica, em nome da ética médica universal e do direito à assistência humanitária, a liberdade total e completa do exercício de suas atividades. TEMA 4 – CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO DAS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR As organizações de interesse social são pessoas jurídicas de direito privado que têm sua constituição e seu funcionamento regidos pelo Código Civil (2002). As entidades do terceiro setor podem ser constituídas de duas formas: associações ou fundações (Lei n. 10.406/2002 e Lei n. 10.825/2003). 11 Para que uma associação comece a funcionar, ela precisa cumprir alguns requisitos (art. 54 da Lei n. 10.406/2002; Lei n. 11.127, de 28 de junho de 2005).São eles: I – a denominação, os fins e a sede da associação; II – os requisitos para admissão, demissão e exclusão dos associados; III – os direitos e deveres dos associados; IV – as fontes de recursos para sua manutenção; V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; VI – as condições para a alteração das disposições estatuárias e para a dissolução; e VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. Apesar de não ser uma exigência legal, é aconselhado incluir no estatuto a localidade onde associação atuará ou se atuará em território nacional. Nesse estatuto, é necessária a assinatura do futuro presidente da associação, que pode ser dispensada caso o próprio estatuto possua disposição contrária (Conselho Federal de Contabilidade, 2015). Em relação à forma de administração da associação, em regra se dá com a presença de três órgãos: “a Assembleia Geral (enquanto órgão de deliberação das decisões mais importantes para o destino institucional da entidade); a Diretoria Executiva (estatutária ou não estatutária, responsável pela gestão) e o Conselho Fiscal” (Conselho Federal de Contabilidade, 2015). O órgão máximo da associação é a assembleia geral, que possui como atribuições a destituição dos administradores e a alteração do estatuto (Lei n. 11.127/2005). Assim como a associação, a fundação é instituída por escritura pública. De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (2015), “a escritura pública é o ato unilateral de vontade, lavrado em cartório de notas perante o tabelião, com a interveniência do promotor de justiça curador de fundações”. Segundo o artigo 62 do Código Civil (2002), a fundação somente poderá constituir-se para fins de: I – assistência social; II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III – educação; IV – saúde; V – segurança alimentar e nutricional; VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; e 12 IX – atividades religiosas. Segundo o artigo 215 do Código Civil, as seguintes condições devem ser seguidas para escrituração pública: I - Data e lugar de sua realização; II - Reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de quantos haja comparecido ao ato, por si, como representantes, intervenientes ou testemunhas; III - Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e residência das partes; IV - Manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes; V - Referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais inerentes à legitimidade do ato; VI - Declaração de ter sido lida na presença das partes e das demais comparecentes, ou de que todos a leram; VII - Assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a do tabelião ou de seu substituto legal, encerrando o ato. Existem duas opções para a sua criação (Conselho Federal de Contabilidade, 2015): a) com o instituidor em vida, após a aprovação do Ministério Público ou o competente suprimento judicial; ou b) após o falecimento do instituidor, em obediência às disposições testamentárias por ele deixadas, a partir de decisão tomada nos autos do competente inventário. No estatuto da fundação, deve estar descrito como a entidade será administrada, apontando os órgãos que farão parte de sua estrutura de poder, além das suas competências (Conselho Federal de Contabilidade, 2015). O primeiro requisito é a existência legal das pessoas jurídicas, as quais só começam com o registro de seus atos constitutivos (art. 120 da Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973). Nos artigos 67, 68 e 69 do Código Civil, estão elencados alguns requisitos obrigatórios: Para que o estatuto da fundação seja mudado, é preciso que a reforma seja deliberada por pelo menos dois terços dos competentes por sua representação e gestão; Qualquer alteração não pode contrariar ou desvirtuar o seu fim; Caso a mudança seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, o prazo máximo é de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual, ou no caso de o Ministério Público a denegar,poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado; e Caso a atividade torne-se ilícita, impossível ou inútil à finalidade a que visa à fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, promoverá a sua extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante. 13 Além de os itens obrigatórios descritos, o Conselho Federal de Contabilidade (2015) cita outras disposições de caráter optativo e altamente recomendadas. São elas: a) a denominação, a sede e o tempo de duração da fundação; b) a existência, ou não, de filiais; c) as finalidades; d) as atividades que serão desenvolvidas; e) o patrimônio; f) a receita; g) a forma como a entidade será administrada; h) os cargos que representarão a fundação, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; i) a maneira como podem ser promovidas alterações estatutárias; j) a maneira como a entidade pode ser extinta; k) o exercício financeiro e orçamentário; l) a prestação de contas; m) a responsabilidade civil e criminal dos administradores e se estes respondem ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; Em regra a administração da fundação é composta de três órgãos: um deliberativo, um de controle de contas e um executivo. O órgão deliberativo é comumente denominado Conselho Curador ou Conselho Superior. O órgão de controle de contas geralmente denominado de Conselho Fiscal e o órgão executivo de Diretoria Executiva. Apesar de estarem incluídas na forma de constituição das fundações, as organizações religiosas possuem algumas particularidades. Tais instituições estão envolvidas em um contexto diferenciado no qual existem regras do direito próprio de sua formação religiosa e suas regras orientativas. Como existem denominações religiosas diferentes (episcopal, presbiterial, congregacional etc.), também existem sistemas organizacionais diferentes (Conselho Federal de Contabilidade, 2015). Os membros das organizações religiosas devem reunir-se em Assembleia Geral e elaborar uma ata que deve conter (Conselho Federal de Contabilidade, 2015): a) explicitamente, a informação de se tratar de ata de instituição da organização religiosa; b) o nome e a qualificação completa de cada membro fundador; c) a pauta da reunião, na forma como convocada (instituição da organização religiosa, aprovação do estatuto, definição da sede provisória ou definitiva e eleição dos membros diretivos e consultivos). Essa ata será responsável pela aprovação do estatuto da organização religiosa, o qual deverá conter os seguintes requisitos legais (art. 46 e 54 da Lei n. 10.406/2002; art. 120 da Lei n. 6.015/1973): a) a denominação, os fins e a sede da organização religiosa; b) o fundo social, quando houver; c) o tempo de duração; d) os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos membros; 14 e) os direitos e deveres dos membros; f) se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; g) as fontes de recursos para sua manutenção; h) o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; i) as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução; j) o destino do patrimônio na hipótese de dissolução; k) a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas; e l) o modo como à associação será representada, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente. (Conselho Federal de Contabilidade, 2016) Após compreender como essas entidades são constituídas e como funcionam, na próxima rota será apresentada a forma de tributação das organizações do terceiro setor. TEMA 5 – LEGISLAÇÃO APLICADA AO TERCEIRO SETOR E TRIBUTAÇÃO DO TERCEIRO SETOR É inegável a importância das organizações do terceiro setor no que tange ao desempenho do papel social. Elas atuam em benefício da sociedade visando a melhor performance mesmo sem visar o lucro. Os órgãos governamentais, objetivando contribuir com essas organizações que prezam pelo bem comum, na instituição da Constituição Federal, estabeleceram benefícios fiscais para associações, fundações e organizações religiosas, sendo um deles benefícios é a imunidade. Conforme o Portal Tributário (2016), a imunidade tributária “ocorre quando a Constituição, ao realizar a repartição de competência, coloca fora do campo tributário certos bens, pessoas, patrimônios ou serviços”. Conforme o artigo 150 da Constituição Federal (1988), é vetado a União, estados e municípios cobrar impostos sobre membros de qualquer culto e patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. No entanto, existem alguns requisitos que as instituições citadas devem cumprir para receberem imunidade tributária. Sobre isso, o Conselho Federal de Contabilidade (2016) destaca o artigo 14 do Código Tributário Nacional (1966), que dispõe sobre o tema: 15 Art. 14. O disposto na alínea e do inciso IV do art. 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; II – aplicarem, integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. O artigo 14 do Código Tributário Nacional (1966) deixa claro que, além da obrigação do desenvolvimento das atividades dessas instituições em nosso país e a finalidade não lucrativa, tais entidades possuem a obrigação de prestar contas conforme as Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade, além de realizar o registro no Cartório das Pessoas Jurídicas do livro razão e o preenchimento do livro diário (Conselho Federal de Contabilidade, 2015). Os tributos abrangidos pela imunidade tributária são apresentados na tabela abaixo: Tabela 2 – Imunidade de tributos Federal Estadual Municipal Imposto sobre a Rendas de Proventos de qualquer Natureza (IR) Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) Imposto Territorial Rural (ITR) Imposto sobre Transmissão Causa Mortis ou Doação de Bens e Diretos (ITCMD) Imposto sobre Transmissão Intervivos de Bens Imóveis (ITBI) Imposto sobre Importação (II) Imposto sobre Exportação (IE) Fonte: Conselho Federal de Contabilidade (2016). Além dos impostos citados, a contribuição da cota patronal do Imposto Nacional de Seguridade Social (INSS) pode também ser sujeita à imunidade (Conselho Federal de Contabilidade, 2015). Outro benefício tributário de que essas entidades dispõem é a isenção, só que, diferente da imunidade, existe uma dispensa temporária do crédito tributário – o fato gerador ocorre, só que não gera cobrança (Portal Tributário, 2016). Segundo o Conselho Federal de Contabilidade (2015), “as isenções podem alcançar todos os tipos de tributo (impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais). Cada esfera de Governo (federal, estadual e municipal) legisla sobre a isenção dos tributos desua competência.” 16 Desse modo, as instituições do terceiro setor que não se enquadrarem na imunidade tributária devem buscar normas referentes à isenção tributária, visando encontrar modalidades desse benefício em que possam se encaixar. Caso a entidade passe por fiscalização e não esteja cumprindo os requisitos necessários à imunidade, pode ser cassada (Conselho Federal de Contabilidade, 2015). Há ainda uma terceira opção para as entidades de interesse social: o Poder Público lhes concede alguns registros e títulos, mediante o atendimento de determinados requisitos legais, os quais são apresentado na Tabela 3: Tabela 3 – Registros, títulos e qualificações por órgãos governamentais Tipo Leis relacionadas Entidades Beneficiadas Benefícios Título de Utilidade Pública Federal Decreto n. 50.517/61 Entidades que: a) receber subvenções, auxílios e doações da União; Decreto n. 60.931/67 a) que se constitua no país; b) realizar sorteios (art. 4º da Lei n. 5.768/71); b) que tenha personalidade jurídica; c) receber doações de empresas, dedutíveis do lucro operacional da pessoa jurídica doadora, antes de computada a sua dedução, efetuadas a entidades civis, legalmente constituídas no Brasil, sem fins lucrativos, que prestem serviços gratuitos em benefício de empregados da pessoa jurídica doadora, e respectivos dependentes, ou em benefício da comunidade onde atuem; c) que tenha estado em normal funcionamento, nos últimos 3 (três) anos, em respeito aos estatutos; d) não remuneração nem recebimento de vantagens pelos diretores e associados; e) que comprove, por meio de relatórios trianuais, a promoção de educação, de atividades científicas, culturais, artísticas ou filantrópicas; 17 f) que os diretores possuam folha corrida e moralidade comprovada; g) que se obriga a publicar, anualmente, a demonstração da receita e despesa realizadas no período anterior, desde que contemplada com subvenção por parte da União, neste mesmo período; Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas) Lei n. 12.101/09 Entidade beneficente que demonstre, no exercício fiscal anterior ao do requerimento, observado o período mínimo de 12 (doze) meses de constituição da entidade que seja constituída como pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de assistência social, saúde ou educação; Certificado Isenção – Requisitos do Art. 29 da Lei n.º 12.101/09 Lei n.º 12.101/09 Entidades beneficentes certificadas em que seus dirigentes estatutários, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores remuneração, vantagens ou benefícios, direta ou indiretamente, por qualquer forma ou título, em razão das competências, funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos respectivos atos constitutivos; Isenção do pagamento da contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social e das contribuições a cargo da empresa provenientes do faturamento e do lucro, destinadas à Seguridade Social; Ministério da Saúde - I - Entidades que celebrem contrato, convênio ou instrumento congênere celebrado com o gestor do SUS; Concessão de pagamento as entidades de saúde para o atendimento da população em geral; II – Entidades que ofertam a prestação de seus serviços ao SUS no percentual mínimo de 60% (sessenta por cento); e III – Entidades que comprovam, anualmente, da forma regulamentada pelo Ministério da Saúde, a prestação dos serviços de que trata o item anterior, com base nas internações e nos atendimentos ambulatoriais realizados; Ministério de Educação Lei n. 12.101/2009 Entidade de educação que atua nas diferentes etapas e modalidades da educação básica, regular e presencial; Concessão de bolsas; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Lei n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993 A certificação ou sua renovação é concedida à entidade de assistência social que presta serviços ou realiza ações socioassistenciais, de forma gratuita, continuada e planejada, para os usuários e para quem deles necessitar, As entidades certificadas como de “assistência social” terão prioridade na celebração de convênios, contratos ou instrumentos congêneres com o 18 Poder Público para a execução de programas, projetos e ações de assistência social; Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Lei n.º 9.790/99 I. promoção da assistência social; a) a possibilidade da celebração de termo de parceria com o Poder Público para o recebimento de recursos; e II. promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; b) a possibilidade de o doador – pessoa jurídica – deduzir do cálculo do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro, até o limite de 2% sobre o lucro operacional, o valor das doações efetuadas, conforme previsto no art. 59, da Medida Provisória n.º 2.158-35, de 27 de agosto de 2001, e art. 34 da Lei n. 10.637/2002 III. promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; IV. promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; V. promoção da segurança alimentar e nutricional; VI. defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII. promoção do voluntariado; VIII. promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; IX. experimentação, não lucrativa, de novos modelos socioprodutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; X. promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; XI. promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, 19 da democracia e de outros valores universais; XII. estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo. Organização Social (OS) Lei n.º 9.637/98 Fundações e as associações cujas atividades sejam dirigidas ao ensino Possibilidade de receber recursos financeiros e de administrar bens, equipamentos e pessoal do Poder Fonte: Conselho Federal de Contabilidade (2015). Os incentivos fiscais citados na Tabela 3 possuem como finalidade impulsionar as organizações do terceiro setor, beneficiando, além dessas instituições, seus doadores ou financiadores. Posteriormente, são apresentadas atividades relacionadas ao tema estudado para a fixação do conteúdo. TROCANDO IDEIAS Para ter ainda mais informações sobre o tema, acesse o Sitecontabil e saiba mais sobre o terceiro setor. Disponível em: <http://www.sitecontabil.com.br/noticias/artigo.php?id=1084>. NA PRÁTICA As entidades do terceiro setor são pessoas jurídicas do direito privado, no entanto não possuem finalidade lucrativa. Afinal, que tipo de empresa são essas instituições? As organizações de interesse social consistem em organizações privadas, sem finalidade lucrativa, e não atuam em caráter subsidiário ou complementar à atuaçãoestatal nem mediante permissão ou concessão de serviço público. Tais organizações desempenham serviços que não são exclusivos do Estado, porém com a colaboração deste, recebendo sempre que possível alguma espécie de incentivo do poder público. Para receberem esses benefícios, as entidades precisam se habilitar como organização social. Tal habilitação precisa estar prevista no seu ato constitutivo, entre outros requisitos de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade 20 moral. São exemplos das entidades do terceiro setor entidades beneficentes e organizações não governamentais. Qual o contexto histórico culminou com a criação do Terceiro Setor? Os movimentos sociais foram os percussores da formação das instituições de filantropia. Desde o período antigo, existe a união de pessoas voltadas para o bem comum, e ao longo dos séculos posteriores nasceram as primeiras associações de caráter religioso e político nos continentes europeu e americano. Com a Segunda Guerra Mundial, o cenário mundial passou por transformações sem precedentes que mudaram a política e a economia e aumentaram a desigualdade e os índices de violência, pobreza, preconceito etc. Para a resolução desses problemas, houve a necessidade de articulação da sociedade, de onde submergiram tais organizações. FINALIZANDO As organizações do terceiro setor surgiram com o intuito de suprir as necessidades de atendimento das questões sociais que o Estado não conseguia prover. São essas associações sem fins lucrativos que contribuem para o bem- estar coletivo e a solidariedade social. Cabe ressaltar que essas instituições não substituem as obrigações do Estado, mas sim atuam de forma auxiliar. De acordo com o conteúdo apresentado nesta aula, foi possível compreender os aspectos conceituais das sociedades denominadas terceiro setor, desde as leis que asseguram a sua criação, caracterização e funcionalidade aos regulamentos que oferecem benefícios especiais para a garantia da sua continuidade. REFERÊNCIAS ABREU, A. P. Assessoria de impressa e terceiro setor: um improvável encontro. Revista Ciências Humanas, v. 3, n. 2, 2012. ALBUQUERQUE, A. C. C. Terceiro setor: história e gestão de organizações. São Paulo: Summus Editorial, 2006. ALVES, M. A. Terceiro setor: as origens do conceito. ENANPAD Encontro anual da Anpad, v. 26, 2002. BRASIL. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. BRASIL. Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 dez. 1973. BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 jan. 2002. BRASIL. Lei n. 11.127, de 28 de junho de 2005. Brasília, DF, 28 jun. 2005. BRASIL. Lei n. 13.165, de 29 de setembro de 2015. Brasília, DF, 29 set. 2015. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Manual de procedimentos contábeis para fundações e entidades de interesse social. 2015. DRUCKER, Peter F. The theory of the business. Harvard business review, v. 72, n. 5, p. 95-104, 1994. HUDSON, M. Administrando organizações do terceiro setor: o desafio de administrar sem receita. São Paulo: Makron Books, 1999. KLOECKNER, V. P. P.; SEMENSATO, B. I.; BENETTI, B.; LHAMBY, A. Terceiro Setor e Gestão de Pessoas: Profissionalização e Competências Voltadas à Missão Institucional. CONTECSI - INTERNATIONAL CONFERENCE ON INFORMATION SYSTEMS & TECHNOLOGY MANAGEMENT, 12, 2009. LEAL, E. A.; FAMÁ, R. Governança nas organizações do terceiro setor: um estudo de caso. SemeAd-Seminário em Administração, v. 10, 2007. MACKINSEY & COMPANY. Empreendimentos Sociais Sustentáveis: Como elaborar Planos de negócio para organizações sociais. São Paulo: Fundação Peirópolis, 2001. 22 MAÑAS, A. V.; DE MEDEIROS, E. E. Terceiro setor: um estudo sobre a sua importância no processo de desenvolvimento socioeconômico. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, v. 2, n. 2, p. 15-29, 2012. MÉDICOS SEM FRONTEIRAS. Carta de princípios. Disponível em: <http://www.msf.org.br/quem-somos/carta-de-principios>. Acesso em: 31 ago. 2017. MELLO, R. Aspectos contábeis do terceiro setor ainda geram dúvidas. Site Contábil. Disponível em: <http://www.sitecontabil.com.br/noticias/artigo.php?id=1084>. Acesso em: 31 ago. 2017. MONELLO, S. R. A organização religiosa, seu estatuto e suas obrigações legais. Disponível em: <http://www.advocaciasergiomonello.com.br/sitesterceiros/adv_sergio_monello 2/index.php/noticias/59-a-organizacao-religiosa-seu-estatuto-e-suas- obrigacoes-legais>. Acesso em: 31 ago. 2017. OLAK, P. A.; NASCIMENTO, D. T. 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