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CONTABILIDADE PARA 
ENTIDADES DE INTERESSE 
SOCIAL 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Edicreia Andrade dos Santos
 
 
CONVERSA INICIAL 
Um dos setores que tem apresentado um alto índice de crescimento nos 
últimos anos é o terceiro setor. De acordo com Mackinsey (2001), no início do 
século XXI já era estimada a existência de cerca de 250 mil entidades no Brasil, 
movimentando cifras que correspondem a 1,5% do PIB brasileiro, com a 
expectativa de que futuramente tais organizações movimentem somas ainda 
maiores, equivalentes a até 5% do PIB do país (Leal, Famá, 2007). 
Apesar da sua representatividade, o terceiro setor ainda é pouco 
abordado. Por isso, o objetivo da presente aula refere-se à explanação da 
conceituação das entidades do terceiro setor, de sua caracterização e estrutura, 
além das leis que regem sua criação e seu funcionamento. 
Saiba mais 
Assista aos vídeos a seguir para conhecer melhor o conceito de 
organizações não governamentais: 
ONGs 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=81-
0RqOKDWA>. 
O papel das ONGs hoje 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=vpgT1NJgMtk>. 
CONTEXTUALIZANDO 
Normalmente, o intuito da criação de uma organização é a obtenção do 
lucro. No entanto, muitas vezes os indivíduos sem unem com outra finalidade, 
como prática da assistência social, ajuda aos mais necessitados ou até mesmo 
compartilhamento de uma crença, nascendo assim as instituições do terceiro 
setor. 
O primeiro setor corresponde às instituições privadas; o segundo setor, 
às instituições públicas; já o terceiro setor é a “combinação” das funções dos 
dois primeiros. As entidades de interesse social (ou terceiro setor) existem para 
suprir as necessidades que não estão sendo providas pelo Estado, 
desenvolvendo ações que visam ajudar a população no geral. 
As entidades de interesse social são todas as associações com finalidade 
de natureza social que não possuem fins lucrativos. Para serem assim 
 
 
3 
caracterizadas, é preciso que exerçam, por meio de seus objetivos, uma missão 
que possua relevância para os membros da sociedade (Conselho Federal de 
Contabilidade, 2015). São suas ações: 
 Fazer contraponto às ações do Governo: já que os bens e serviços 
públicos são resultado da atuação do Estado e também da reprodução de 
várias iniciativas particulares; 
 Fazer contraponto às ações do mercado: ao abrirem os campos de 
interesse coletivo para a iniciativa individual; 
 Oferecer maior dimensão aos elementos que as compõem: ao 
enfatizarem o valor político e econômico das ações sociais sem fins 
lucrativos; e 
 Projetar uma visão que unifica a vida pública: com a complementação das 
ações públicas e privadas (de Albuquerque, 2006). 
Apesar da importância, a gestão social é uma atividade ainda nova, regida 
por uma legislação especifica que precisa ser bem compreendida para ser 
cumprida. Os que atuam no terceiro setor devem conhecer e interpretar todas as 
particularidades deste setor para dessa forma fazerem bem o seu trabalho 
(Sazazi, 2006). 
Nas próximas rotas, serão apresentadas a história e a evolução das 
entidades de interesse social, além da legislação que concerne aos tipos de 
instituições que se incluem no terceiro setor, a forma de estruturação, tributação 
e qualquer particularidade que seja diferente das relativas aos demais setores. 
TEMA 1 – CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA 
Os atos de ajuda coletiva visando o atendimento de necessidades básicas 
dos menos favorecidos iniciados nos primórdios da humanidade são o marco do 
surgimento do terceiro setor (Mañas, de Medeiros, 2012). Estudiosos 
encontraram evidências que atribuem às primeiras civilizações a criação de 
códigos de justiça, nos quais as pessoas buscavam ajudar umas às outras em 
suas necessidades, transportando os membros da comunidade mais carentes 
até o outro lado do rio, sem nenhuma cobrança, oferecendo ainda alimentação 
e abrigo (Hudson, 1999; Mañas, de Medeiros, 2012). 
Séculos depois nasceram as primeiras associações de caráter religioso e 
político da Europa, da América do Norte e da América Latina. Já no século XVIII, 
 
 
4 
surgiram as primeiras associações patronais e os sindicatos dos trabalhadores. 
Com a Segunda Guerra Mundial, o mundo passou por grandes transformações 
políticas e sociais, refletidos também nos agentes sociais (Abre, 2012). 
Após essas mudanças, surgiram grandes problemas sociais de caráter 
mundial, os quais os administradores não conseguiam solucionar totalmente. 
Como forma de interferência, a sociedade civil criou as organizações não 
governamentais (ONGs) atuando de forma assistencialista ao executar 
atividades de ajuda e assistência e serviços voltados para educação, saúde, 
moradia etc. (Mañas, de Medeiros, 2012). 
No entanto, o termo “terceiro setor” só começou a ser utilizado na década 
de 1970 por estudiosos norte-americanos, segundo Alves (2002) “para identificar 
as organizações sem fins lucrativos voltadas para a produção e a distribuição de 
bens e de serviços públicos”. Posteriormente, na década de 1980, o termo 
também passou a ser utilizado por pesquisadores europeus. Mas por que 
“terceiro setor”? 
A economia clássica afirma que a sociedade é dividida em setores 
definidos de acordo com a finalidade econômica dos agentes sociais (agentes 
de natureza pública e privada) (Weisbrod, 1988; Alves, 2002). Dessa forma, 
agentes de natureza e bens privados são denominados “primeiro setor”, setor 
este que corresponde ao mercado. O “segundo setor” é caracterizado por 
agentes de natureza e fins públicos, ou seja, o Estado. Então, os agentes de 
natureza privada que praticam ações com finalidade pública são denominados 
“terceiro setor”. 
A Figura 1 apresenta um esquema para melhor entendimento da 
setorização supramencionada. 
 
 
 
5 
Figura 1 – Setorização 
 
Fonte: Fernandes, 1994; Alves, 2002. 
De acordo com a Figura 1, é possível concluir que as ações do terceiro 
setor envolvem atividades que não são ao mesmo tempo nem mercantis nem 
governamentais (Alves, 2002). E no Brasil? Como ocorreu a origem e o 
desenvolvimento do terceiro setor? 
No Brasil, os primeiros registros são datados do período colonial, no 
entanto o desenvolvimento da área só ocorreu posteriormente, com o surgimento 
das primeiras ações de cunho social vinculadas à igreja no período republicano 
(Mañas, de Medeiros, 2012). Na década de 1970 nasciam as organizações não 
governamentais voltadas, sobretudo, à defesa do meio ambiente; na década de 
1990, novas entidades surgiram, voltadas para o atendimento das necessidades 
da parcela da população mais carente (Mañas, de Medeiros, 2012). 
Nos últimos anos, o setor social continua em evolução e tem unido suas 
ações tanto ao governo como ao setor empresarial visando fazer uso da 
capacidade gerencial que o último possui (Mañas, de Medeiros, 2012). 
As entidades de interesse social são diferentes de qualquer outra 
instituição. Desta maneira, é preciso estabelecer seus objetivos, características 
e classificação. Nessa direção, na próxima rota são caracterizadas as 
organizações que compõem o terceiro setor. 
 
 
6 
TEMA 2 – OBJETIVOS, CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS 
ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR 
No Código Civil (2002), as pessoas jurídicas são classificadas em duas 
categorias: as pessoas jurídicas de direito púbico (art. 43, da Lei n. 10.406, de 
10 de janeiro de 2002) e as de direito privado (art. 44, da Lei n. 10.406/2002). As 
pessoas jurídicas de direito privado são classificadas em: sociedades, 
fundações, organizações religiosas, partidos políticos, empresas individuais deresponsabilidade limitada, além de associações. 
Entre as pessoas jurídicas de direito privado, estão incluídas as entidades 
de interesse social que, apesar de serem constituídas como instituições 
privadas, atuam em áreas de interesse público, ou seja, visando o atendimento 
“de necessidades da coletividade, tais como promoção da assistência social, 
educação, saúde, proteção do idoso e à criança em situação de vulnerabilidade 
social, defesa do meio ambiente e pesquisas científicas, entre outras” (Conselho 
Federal de Contabilidade, 2015). 
Essas instituições possuem preocupações voltadas para o cumprimento 
de exercícios sociais, sem a finalidade lucrativa, gerando, direta ou 
indiretamente, bens e serviços que se assemelham aos prestados pelo Poder 
Público, em que os resultados alcançados são revertidos para a própria 
sociedade (Voese, Reptczuk, 2011). 
O Código Civil (2002) identifica e define como entidades sem finalidade 
lucrativa as seguintes instituições: 
Tabela 1 – Tipos de organizações do terceiro setor 
Instituição Conceituação 
Associações União de duas ou mais pessoas sem finalidade 
lucrativa. 
Fundações Organizações criadas com finalidade religiosa, 
moral, cultural ou assistencial. 
Organizações religiosas União de duas ou mais pessoas para a 
profissão de uma religião. 
Partidos políticos Organização voluntária, criada de forma legal, 
visando a ocupação de cargos políticos. 
Fonte: Artigo 44 do Código Civil (2002) 
Conforme a Tabela 1, é possível auferir que nem sempre as organizações 
sem finalidade lucrativa estão vinculadas a fins públicos ou limitadas ao formato 
 
 
7 
legal das associações e fundações. Outro fator importante é a exclusão das 
cooperativas do grupo de empresas do terceiro setor, já que visam lucros 
(Pereira, 2016). 
Uma das formas de constituição citadas, as associações são uma 
modalidade de instituição com o intuito de atender tanto aos interesses sociais 
como os dos associados. Elas consistem na união de um certo número de 
pessoas com o mesmo objetivo ou finalidade, independente da presença do 
desígnio lucrativo ou de capital. De acordo com o Conselho Federal de 
Contabilidade (2015), as associações podem ter como finalidade: 
a) altruística (associação beneficente, esportiva ou recreativa); 
b) egoística (associação literária, associação de colecionadores); e 
c) econômica não lucrativa (associação de socorro mútuo, associação 
de bairro). 
Do mesmo modo que as associações, as organizações religiosas são 
pessoas jurídicas constituídas por pessoas unidas com o intuito de realizar 
atividades sem finalidade lucrativa, voltadas à profissão da fé e à coletividade 
(Conselho Federal de Contabilidade, 2015). O reconhecimento de sua existência 
se deu através da inclusão do parágrafo 1º e do inciso IV do art. 44 do Código 
Civil Brasileiro pela Lei n. 10.825, de 22 de dezembro de 2003 (Monello, 2016). 
A organizações religiosas consistem em entidades que vão desde igrejas 
a institutos de vida consagrada, cujos fundamentos e orientações sejam 
derivados de uma religião, crença, espiritualidade, carisma ou de uma prática de 
vida religiosa ou uma expressão de vivência comunitária religiosa. De acordo 
com o estatuto que rege as organizações religiosas, é preciso deixar bem claras 
as caracterizações desse tipo de entidade para que não haja confusão entre 
organizações religiosas e associações (Monello, 2016). 
Por último temos as fundações. De acordo com o Conselho Federal de 
Contabilidade (2015), “as fundações são pessoas jurídicas formadas a partir de 
um patrimônio, de modo a atingir o cumprimento das finalidades estipuladas pelo 
instituidor”. Diferentes das associações, que possuem ampla liberdade para a 
instituição de sua finalidade, a fundação possui limites. A fundação somente 
poderá constituir-se para fins de (art. 62, da Lei n. 10.406/2002; Lei n. 13.151, 
de 28 de julho de 2015): 
I – assistência social; 
II – cultura defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; 
III – educação; 
IV – saúde; 
 
 
8 
V – segurança alimentar e nutricional; 
VI – defesa, preservação e conservação do meio-ambiente e promoção 
do desenvolvimento sustentável; 
VII – pesquisa cientifica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, 
modernização do sistema de gestão, produção e divulgação de 
informações e conhecimentos técnicos e científicos; 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos 
humanos; e 
IX – atividades religiosas. 
Podemos destacar cinco características fundamentais das instituições 
denominadas fundações (Conselho Federal de Contabilidade, 2015): 
a) a finalidade ou os fins; 
b) a origem ou a forma de criação; 
c) o patrimônio; 
d) o modo de administração; e 
e) o velamento do Ministério Público. 
As fundações possuem como intuito a destinação de um patrimônio para 
uma determinada finalidade social. Com base nesse patrimônio e na 
escrituração pública (ou testamento) com prévia consulta no Ministério Público 
elas se originam. O instituidor poderá declarar o modo de administração 
escolhido pela organização e a área de atuação. 
Por fim, temos os partidos políticos. Sua instituição é prevista no artigo 17 
da Constituição Federal (1988), que dispõe que “é livre a criação, fusão, 
incorporação e extinção de partidos políticos, resguardando a soberania 
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da 
pessoa humana”. Todavia, de acordo com a Lei n. 13.165, de 29 de setembro de 
2015, só é admitido o registro do estatuto de partido político que: 
Tenha caráter nacional, considerando-se como tal aquele que 
comprove, no período de dois anos, o apoiamento de eleitores não 
filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco 
décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a 
Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os 
nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo 
de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado em cada 
um deles. (Planalto, 2005) 
Após conhecer a caracterização dessas entidades na próxima rota, serão 
exploradas a filosofia e a missão dessas instituições. 
TEMA 3 – FILOSOFIA E MISSÃO DE ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR 
Em regra, todas as entidades, independente do setor, possuem como 
finalidade ocasionar mudanças na sociedade. Cada uma dessas organizações 
tem sua própria filosofia de forma clara ou informal. O método utilizado por essas 
 
 
9 
instituições para especificar a filosofia da entidade é definir de forma explícita e 
objetiva o porquê (missão) e para que (objetivos fundamentais) a entidade existe 
(dos Santos, Freitas, Pires, 2010). 
Com as organizações do terceiro setor não é diferente. Apesar de não 
serem uma organização de caráter privado ou público, elas precisam estabelecer 
sua missão e filosofia. Estas devem ser administradas com o intuito de aprender 
a melhor forma de utilizar as ferramentas gerenciais para que seus objetivos 
sejam atingidos com eficiência (Kloeckner, et al., 2009). 
A missão é a representação do motivo da existência de qualquer 
organização. “Uma empresa não se define pelo nome, estatuto ou produto que 
faz, ela se define pela sua missão, somente uma definição clara da missão é a 
razão de existir de uma organização e torna possível, claro e realista o seu 
objetivo” (Druker, 1994). As instituições de interesse social devem focar seus 
esforços no estabelecimento de sua missão e filosofia, já que essas 
características a distinguem das empresas privadas e públicas (Kloeckner et. al., 
2009). 
Segundo Olak (2010), a missão está estritamente ligada à entidade, 
tornando os seus objetivos maisnítidos, concretizando seus negócios e visando 
a obtenção de um resultado futuro com valores e crenças de caráter imaterial e 
emotivo para desenvolver e alcançar seus objetivos fundamentais dentro da 
empresa. Não existe uma organização que não possua objetivos: a empresa tem 
que ter metas básicas para a satisfação das necessidades dos consumidores, 
garantindo assim a sobrevivência delas mesmas (dos Santos, Freitas, Pires, 
2010). 
Oster (1995) aponta que, ao direcionar a missão para as entidades do 
terceiro setor, é possível concluir que ela contribui para delimitação de funções, 
motivação de pessoal e de seus doadores. A missão ainda possui outra 
contribuição, ao possibilitar um maior envolvimento dos colaboradores com a 
organização criando um sentimento de união (Santos et. al., 2015). 
A missão nas entidades sem fins lucrativos constitui a razão de ser e o 
ponto inicial de todas as suas atividades; já a visão é um método de elaboração 
do planejamento do futuro da organização, determinando o que e como deverá 
ser feito (Porras,1996; Santos et. al., 2015). A visão pode ser percebida como a 
direção desejada, o caminho para alcançar o objetivo almejado, uma proposta 
de o que a organização deseja ser no médio e no longo prazos (Ramos, 2016). 
 
 
10 
Segundo Silva (2006), essa fase do planejamento da visão e da missão 
da entidade citadas anteriormente é o reflexo da filosofia da instituição (Santos 
et. al., 2015). Na próxima rota, são apresentadas as formas de constituição e 
funcionamento das entidades. 
Saiba mais 
Quais são as missões e os valores das instituições do terceiro setor 
pelo mundo? 
Quando se fala em missão e visão de uma organização, a primeira 
coisa que vem à mente é a busca por crescimento ou por ser referência em 
um determinada área em determinado período. Empresas com finalidade 
social também são assim? 
Wikimidia: Empoderar e engajar pessoas pelo mundo para coletar e 
desenvolver conteúdo educacional sob uma licença livre ou no domínio 
público, e para disseminá-lo efetivamente e globalmente. 
Oxfam Brasil: Contribuir para a construção de um Brasil justo, 
sustentável e solidário que elimine as causas da pobreza e da desigualdade. 
Trabalhamos com parceiros e aliados como parte de um movimento nacional 
e global pela transformação social. 
Médicos Sem Fronteiras: Levar ajuda médico-humanitária às 
populações em perigo e às vítimas de catástrofes de origem natural ou 
humana e de situações de conflito, sem qualquer discriminação racial, 
religiosa, filosófica ou política. Trabalhando com neutralidade e imparcialidade, 
Médicos Sem Fronteiras reivindica, em nome da ética médica universal e do 
direito à assistência humanitária, a liberdade total e completa do exercício de 
suas atividades. 
TEMA 4 – CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO DAS ENTIDADES DO 
TERCEIRO SETOR 
As organizações de interesse social são pessoas jurídicas de direito 
privado que têm sua constituição e seu funcionamento regidos pelo Código Civil 
(2002). As entidades do terceiro setor podem ser constituídas de duas formas: 
associações ou fundações (Lei n. 10.406/2002 e Lei n. 10.825/2003). 
 
 
11 
Para que uma associação comece a funcionar, ela precisa cumprir alguns 
requisitos (art. 54 da Lei n. 10.406/2002; Lei n. 11.127, de 28 de junho de 
2005).São eles: 
I – a denominação, os fins e a sede da associação; 
II – os requisitos para admissão, demissão e exclusão dos associados; 
III – os direitos e deveres dos associados; 
IV – as fontes de recursos para sua manutenção; 
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos 
deliberativos; 
VI – as condições para a alteração das disposições estatuárias e para 
a dissolução; e 
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas 
contas. 
Apesar de não ser uma exigência legal, é aconselhado incluir no estatuto 
a localidade onde associação atuará ou se atuará em território nacional. Nesse 
estatuto, é necessária a assinatura do futuro presidente da associação, que pode 
ser dispensada caso o próprio estatuto possua disposição contrária (Conselho 
Federal de Contabilidade, 2015). 
Em relação à forma de administração da associação, em regra se dá com 
a presença de três órgãos: “a Assembleia Geral (enquanto órgão de deliberação 
das decisões mais importantes para o destino institucional da entidade); a 
Diretoria Executiva (estatutária ou não estatutária, responsável pela gestão) e o 
Conselho Fiscal” (Conselho Federal de Contabilidade, 2015). O órgão máximo 
da associação é a assembleia geral, que possui como atribuições a destituição 
dos administradores e a alteração do estatuto (Lei n. 11.127/2005). 
Assim como a associação, a fundação é instituída por escritura pública. 
De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (2015), “a escritura pública 
é o ato unilateral de vontade, lavrado em cartório de notas perante o tabelião, 
com a interveniência do promotor de justiça curador de fundações”. Segundo o 
artigo 62 do Código Civil (2002), a fundação somente poderá constituir-se para fins 
de: 
I – assistência social; 
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; 
III – educação; 
IV – saúde; 
V – segurança alimentar e nutricional; 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e 
promoção do desenvolvimento sustentável; 
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, 
modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de 
informações e conhecimentos técnicos e científicos; 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos 
humanos; e 
 
 
12 
 IX – atividades religiosas. 
Segundo o artigo 215 do Código Civil, as seguintes condições devem ser 
seguidas para escrituração pública: 
I - Data e lugar de sua realização; 
II - Reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de 
quantos haja comparecido ao ato, por si, como representantes, 
intervenientes ou testemunhas; 
III - Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e residência 
das partes; 
IV - Manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes; 
V - Referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais 
inerentes à legitimidade do ato; 
VI - Declaração de ter sido lida na presença das partes e das demais 
comparecentes, ou de que todos a leram; 
VII - Assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a 
do tabelião ou de seu substituto legal, encerrando o ato. 
Existem duas opções para a sua criação (Conselho Federal de 
Contabilidade, 2015): 
a) com o instituidor em vida, após a aprovação do Ministério Público ou 
o competente suprimento judicial; ou 
b) após o falecimento do instituidor, em obediência às disposições 
testamentárias por ele deixadas, a partir de decisão tomada nos autos 
do competente inventário. 
No estatuto da fundação, deve estar descrito como a entidade será 
administrada, apontando os órgãos que farão parte de sua estrutura de poder, 
além das suas competências (Conselho Federal de Contabilidade, 2015). O 
primeiro requisito é a existência legal das pessoas jurídicas, as quais só 
começam com o registro de seus atos constitutivos (art. 120 da Lei n. 6.015, de 
31 de dezembro de 1973). Nos artigos 67, 68 e 69 do Código Civil, estão 
elencados alguns requisitos obrigatórios: 
 Para que o estatuto da fundação seja mudado, é preciso que a reforma 
seja deliberada por pelo menos dois terços dos competentes por sua 
representação e gestão; 
 Qualquer alteração não pode contrariar ou desvirtuar o seu fim; 
 Caso a mudança seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, o 
prazo máximo é de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual, ou no caso 
de o Ministério Público a denegar,poderá o juiz supri-la, a 
requerimento do interessado; e 
 Caso a atividade torne-se ilícita, impossível ou inútil à finalidade a que 
visa à fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do 
Ministério Público, ou qualquer interessado, promoverá a sua extinção, 
incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato 
constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, 
que se proponha a fim igual ou semelhante. 
 
 
13 
Além de os itens obrigatórios descritos, o Conselho Federal de 
Contabilidade (2015) cita outras disposições de caráter optativo e altamente 
recomendadas. São elas: 
a) a denominação, a sede e o tempo de duração da fundação; 
b) a existência, ou não, de filiais; 
c) as finalidades; 
d) as atividades que serão desenvolvidas; 
e) o patrimônio; 
f) a receita; 
g) a forma como a entidade será administrada; 
h) os cargos que representarão a fundação, ativa e passivamente, 
judicial e extrajudicialmente; 
i) a maneira como podem ser promovidas alterações estatutárias; 
j) a maneira como a entidade pode ser extinta; 
k) o exercício financeiro e orçamentário; 
l) a prestação de contas; 
m) a responsabilidade civil e criminal dos administradores e se estes 
respondem ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; 
Em regra a administração da fundação é composta de três órgãos: um 
deliberativo, um de controle de contas e um executivo. O órgão 
deliberativo é comumente denominado Conselho Curador ou Conselho 
Superior. O órgão de controle de contas geralmente denominado de 
Conselho Fiscal e o órgão executivo de Diretoria Executiva. 
Apesar de estarem incluídas na forma de constituição das fundações, as 
organizações religiosas possuem algumas particularidades. Tais instituições 
estão envolvidas em um contexto diferenciado no qual existem regras do direito 
próprio de sua formação religiosa e suas regras orientativas. Como existem 
denominações religiosas diferentes (episcopal, presbiterial, congregacional etc.), 
também existem sistemas organizacionais diferentes (Conselho Federal de 
Contabilidade, 2015). 
Os membros das organizações religiosas devem reunir-se em Assembleia 
Geral e elaborar uma ata que deve conter (Conselho Federal de Contabilidade, 
2015): 
a) explicitamente, a informação de se tratar de ata de instituição da 
organização religiosa; 
b) o nome e a qualificação completa de cada membro fundador; 
c) a pauta da reunião, na forma como convocada (instituição da 
organização religiosa, aprovação do estatuto, definição da sede 
provisória ou definitiva e eleição dos membros diretivos e consultivos). 
Essa ata será responsável pela aprovação do estatuto da organização 
religiosa, o qual deverá conter os seguintes requisitos legais (art. 46 e 54 da Lei 
n. 10.406/2002; art. 120 da Lei n. 6.015/1973): 
a) a denominação, os fins e a sede da organização religiosa; 
b) o fundo social, quando houver; 
c) o tempo de duração; 
d) os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos membros; 
 
 
14 
e) os direitos e deveres dos membros; 
f) se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas 
obrigações sociais; 
g) as fontes de recursos para sua manutenção; 
h) o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos 
deliberativos; 
i) as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a 
dissolução; 
j) o destino do patrimônio na hipótese de dissolução; 
k) a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas 
contas; e 
l) o modo como à associação será representada, ativa e passivamente, 
judicial e extrajudicialmente. (Conselho Federal de Contabilidade, 
2016) 
Após compreender como essas entidades são constituídas e como 
funcionam, na próxima rota será apresentada a forma de tributação das 
organizações do terceiro setor. 
TEMA 5 – LEGISLAÇÃO APLICADA AO TERCEIRO SETOR E TRIBUTAÇÃO DO 
TERCEIRO SETOR 
É inegável a importância das organizações do terceiro setor no que tange 
ao desempenho do papel social. Elas atuam em benefício da sociedade visando 
a melhor performance mesmo sem visar o lucro. 
Os órgãos governamentais, objetivando contribuir com essas 
organizações que prezam pelo bem comum, na instituição da Constituição 
Federal, estabeleceram benefícios fiscais para associações, fundações e 
organizações religiosas, sendo um deles benefícios é a imunidade. Conforme o 
Portal Tributário (2016), a imunidade tributária “ocorre quando a Constituição, ao 
realizar a repartição de competência, coloca fora do campo tributário certos bens, 
pessoas, patrimônios ou serviços”. 
Conforme o artigo 150 da Constituição Federal (1988), é vetado a União, 
estados e municípios cobrar impostos sobre membros de qualquer culto e 
patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, 
das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e 
assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. No entanto, 
existem alguns requisitos que as instituições citadas devem cumprir para 
receberem imunidade tributária. Sobre isso, o Conselho Federal de 
Contabilidade (2016) destaca o artigo 14 do Código Tributário Nacional (1966), 
que dispõe sobre o tema: 
 
 
15 
Art. 14. O disposto na alínea e do inciso IV do art. 9º é subordinado à 
observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: 
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas 
rendas, a qualquer título; 
II – aplicarem, integralmente, no País, os seus recursos na manutenção 
dos seus objetivos institucionais; 
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros 
revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. 
O artigo 14 do Código Tributário Nacional (1966) deixa claro que, além da 
obrigação do desenvolvimento das atividades dessas instituições em nosso país 
e a finalidade não lucrativa, tais entidades possuem a obrigação de prestar 
contas conforme as Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho 
Federal de Contabilidade, além de realizar o registro no Cartório das Pessoas 
Jurídicas do livro razão e o preenchimento do livro diário (Conselho Federal de 
Contabilidade, 2015). Os tributos abrangidos pela imunidade tributária são 
apresentados na tabela abaixo: 
Tabela 2 – Imunidade de tributos 
Federal Estadual Municipal 
Imposto sobre a Rendas de 
Proventos de qualquer 
Natureza (IR) 
Imposto sobre a Circulação 
de Mercadorias e Serviços 
(ICMS) 
Imposto sobre Propriedade 
Predial e Territorial Urbana 
(IPTU) 
Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI) 
Imposto sobre a Propriedade 
de Veículos Automotores 
(IPVA) 
Imposto sobre Serviços de 
Qualquer Natureza (ISS) 
Imposto Territorial Rural (ITR) Imposto sobre Transmissão 
Causa Mortis ou Doação de 
Bens e Diretos (ITCMD) 
Imposto sobre Transmissão 
Intervivos de Bens Imóveis 
(ITBI) 
Imposto sobre Importação (II) 
Imposto sobre Exportação (IE) 
Fonte: Conselho Federal de Contabilidade (2016). 
Além dos impostos citados, a contribuição da cota patronal do Imposto 
Nacional de Seguridade Social (INSS) pode também ser sujeita à imunidade 
(Conselho Federal de Contabilidade, 2015). Outro benefício tributário de que 
essas entidades dispõem é a isenção, só que, diferente da imunidade, existe 
uma dispensa temporária do crédito tributário – o fato gerador ocorre, só que não 
gera cobrança (Portal Tributário, 2016). 
Segundo o Conselho Federal de Contabilidade (2015), “as isenções 
podem alcançar todos os tipos de tributo (impostos, taxas, contribuições de 
melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais). Cada esfera de 
Governo (federal, estadual e municipal) legisla sobre a isenção dos tributos desua competência.” 
 
 
16 
Desse modo, as instituições do terceiro setor que não se enquadrarem na 
imunidade tributária devem buscar normas referentes à isenção tributária, 
visando encontrar modalidades desse benefício em que possam se encaixar. 
Caso a entidade passe por fiscalização e não esteja cumprindo os requisitos 
necessários à imunidade, pode ser cassada (Conselho Federal de 
Contabilidade, 2015). Há ainda uma terceira opção para as entidades de 
interesse social: o Poder Público lhes concede alguns registros e títulos, 
mediante o atendimento de determinados requisitos legais, os quais são 
apresentado na Tabela 3: 
Tabela 3 – Registros, títulos e qualificações por órgãos governamentais 
Tipo 
Leis 
relacionadas 
Entidades Beneficiadas Benefícios 
Título de 
Utilidade Pública 
Federal 
Decreto n. 
50.517/61 
Entidades que: 
a) receber 
subvenções, auxílios e 
doações da União; 
Decreto n. 
60.931/67 
a) que se constitua no país; 
b) realizar sorteios 
(art. 4º da Lei n. 
5.768/71); 
 
b) que tenha personalidade 
jurídica; 
c) receber doações de 
empresas, dedutíveis 
do lucro operacional 
da pessoa jurídica 
doadora, antes de 
computada a sua 
dedução, efetuadas a 
entidades civis, 
legalmente 
constituídas no Brasil, 
sem fins lucrativos, 
que prestem serviços 
gratuitos em benefício 
de empregados da 
pessoa jurídica 
doadora, e respectivos 
dependentes, ou em 
benefício da 
comunidade onde 
atuem; 
 c) que tenha estado em normal 
funcionamento, nos últimos 3 
(três) anos, em respeito aos 
estatutos; 
 
 d) não remuneração nem 
recebimento de vantagens pelos 
diretores e associados; 
 
 e) que comprove, por meio de 
relatórios trianuais, a promoção de 
educação, de atividades 
científicas, culturais, artísticas ou 
filantrópicas; 
 
 
 
17 
 f) que os diretores possuam folha 
corrida e moralidade comprovada; 
g) que se obriga a publicar, 
anualmente, a demonstração da 
receita e despesa realizadas no 
período anterior, desde que 
contemplada com subvenção por 
parte da União, neste mesmo 
período; 
 
Certificado de 
Entidade 
Beneficente de 
Assistência 
Social (Cebas) 
Lei n. 
12.101/09 
Entidade beneficente que 
demonstre, no exercício fiscal 
anterior ao do requerimento, 
observado o período mínimo de 12 
(doze) meses de constituição da 
entidade que seja constituída 
como pessoas jurídicas de direito 
privado, sem fins lucrativos, 
reconhecidas como entidades 
beneficentes de assistência social 
com a finalidade de prestação de 
serviços nas áreas de assistência 
social, saúde ou educação; 
Certificado 
Isenção – 
Requisitos do 
Art. 29 da Lei n.º 
12.101/09 
Lei n.º 
12.101/09 
Entidades beneficentes 
certificadas em que seus 
dirigentes estatutários, 
conselheiros, sócios, instituidores 
ou benfeitores remuneração, 
vantagens ou benefícios, direta ou 
indiretamente, por qualquer forma 
ou título, em razão das 
competências, funções ou 
atividades que lhes sejam 
atribuídas pelos respectivos atos 
constitutivos; 
Isenção do 
pagamento da 
contribuição a cargo 
da empresa, 
destinada à 
Seguridade Social e 
das contribuições a 
cargo da empresa 
provenientes do 
faturamento e do 
lucro, destinadas à 
Seguridade Social; 
Ministério da 
Saúde 
- 
I - Entidades que celebrem 
contrato, convênio ou instrumento 
congênere celebrado com o gestor 
do SUS; 
Concessão de 
pagamento as 
entidades de saúde 
para o atendimento da 
população em geral; 
II – Entidades que ofertam a 
prestação de seus serviços ao 
SUS no percentual mínimo de 
60% (sessenta por cento); e 
III – Entidades que comprovam, 
anualmente, da forma 
regulamentada pelo Ministério da 
Saúde, a prestação dos serviços 
de que trata o item anterior, com 
base nas internações e nos 
atendimentos ambulatoriais 
realizados; 
Ministério de 
Educação 
Lei n. 
12.101/2009 
Entidade de educação que atua 
nas diferentes etapas e 
modalidades da educação básica, 
regular e presencial; 
Concessão de bolsas; 
Ministério do 
Desenvolvimento 
Social e Combate 
à Fome 
Lei n. 8.742, 
de 7 de 
dezembro de 
1993 
A certificação ou sua renovação é 
concedida à entidade de 
assistência social que presta 
serviços ou realiza ações 
socioassistenciais, de forma 
gratuita, continuada e planejada, 
para os usuários e para quem 
deles necessitar, 
As entidades 
certificadas como de 
“assistência social” 
terão prioridade na 
celebração de 
convênios, contratos 
ou instrumentos 
congêneres com o 
 
 
18 
Poder Público para a 
execução de 
programas, projetos e 
ações de assistência 
social; 
Organização da 
Sociedade Civil 
de Interesse 
Público (Oscip) 
Lei n.º 
9.790/99 
I. promoção da assistência social; 
a) a possibilidade da 
celebração de termo 
de parceria com o 
Poder Público para o 
recebimento de 
recursos; e 
II. promoção da cultura, defesa e 
conservação do patrimônio 
histórico e artístico; 
b) a possibilidade de o 
doador – pessoa 
jurídica – deduzir do 
cálculo do lucro real e 
da base de cálculo da 
Contribuição Social 
sobre o Lucro, até o 
limite de 2% sobre o 
lucro operacional, o 
valor das doações 
efetuadas, conforme 
previsto no art. 59, da 
Medida Provisória n.º 
2.158-35, de 27 de 
agosto de 2001, e art. 
34 da Lei n. 
10.637/2002 
III. promoção gratuita da 
educação, observando-se a forma 
complementar de participação 
das organizações de que trata 
esta Lei; 
 
IV. promoção gratuita da saúde, 
observando-se a forma 
complementar de participação 
das organizações de que trata 
esta Lei; 
 
V. promoção da segurança 
alimentar e nutricional; 
 
VI. defesa, preservação e 
conservação do meio ambiente e 
promoção do desenvolvimento 
sustentável; 
 
VII. promoção do voluntariado; 
VIII. promoção do 
desenvolvimento econômico e 
social e combate à pobreza; 
 
IX. experimentação, não lucrativa, 
de novos modelos 
socioprodutivos e de sistemas 
alternativos de produção, 
comércio, emprego e crédito; 
 
X. promoção de direitos 
estabelecidos, construção de 
novos direitos e assessoria 
jurídica gratuita de interesse 
suplementar; 
 
XI. promoção da ética, da paz, da 
cidadania, dos direitos humanos, 
 
 
 
19 
da democracia e de outros 
valores universais; 
XII. estudos e pesquisas, 
desenvolvimento de tecnologias 
alternativas, produção e 
divulgação de informações e 
conhecimentos técnicos e 
científicos que digam respeito às 
atividades mencionadas neste 
artigo. 
 
Organização 
Social (OS) 
Lei n.º 
9.637/98 
Fundações e as associações 
cujas atividades sejam dirigidas ao 
ensino 
Possibilidade de 
receber recursos 
financeiros e de 
administrar bens, 
equipamentos e 
pessoal do Poder 
Fonte: Conselho Federal de Contabilidade (2015). 
Os incentivos fiscais citados na Tabela 3 possuem como finalidade 
impulsionar as organizações do terceiro setor, beneficiando, além dessas 
instituições, seus doadores ou financiadores. Posteriormente, são apresentadas 
atividades relacionadas ao tema estudado para a fixação do conteúdo. 
TROCANDO IDEIAS 
Para ter ainda mais informações sobre o tema, acesse o Sitecontabil e saiba 
mais sobre o terceiro setor. Disponível em: 
<http://www.sitecontabil.com.br/noticias/artigo.php?id=1084>. 
NA PRÁTICA 
As entidades do terceiro setor são pessoas jurídicas do direito 
privado, no entanto não possuem finalidade lucrativa. Afinal, que tipo de 
empresa são essas instituições? 
As organizações de interesse social consistem em organizações privadas, 
sem finalidade lucrativa, e não atuam em caráter subsidiário ou complementar à 
atuaçãoestatal nem mediante permissão ou concessão de serviço público. Tais 
organizações desempenham serviços que não são exclusivos do Estado, porém 
com a colaboração deste, recebendo sempre que possível alguma espécie de 
incentivo do poder público. Para receberem esses benefícios, as entidades 
precisam se habilitar como organização social. Tal habilitação precisa estar 
prevista no seu ato constitutivo, entre outros requisitos de participação, no órgão 
colegiado de deliberação superior, de representantes do Poder Público e de 
membros da comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade 
 
 
20 
moral. São exemplos das entidades do terceiro setor entidades beneficentes e 
organizações não governamentais. 
Qual o contexto histórico culminou com a criação do Terceiro Setor? 
Os movimentos sociais foram os percussores da formação das 
instituições de filantropia. Desde o período antigo, existe a união de pessoas 
voltadas para o bem comum, e ao longo dos séculos posteriores nasceram as 
primeiras associações de caráter religioso e político nos continentes europeu e 
americano. Com a Segunda Guerra Mundial, o cenário mundial passou por 
transformações sem precedentes que mudaram a política e a economia e 
aumentaram a desigualdade e os índices de violência, pobreza, preconceito etc. 
Para a resolução desses problemas, houve a necessidade de articulação da 
sociedade, de onde submergiram tais organizações. 
FINALIZANDO 
As organizações do terceiro setor surgiram com o intuito de suprir as 
necessidades de atendimento das questões sociais que o Estado não conseguia 
prover. São essas associações sem fins lucrativos que contribuem para o bem-
estar coletivo e a solidariedade social. Cabe ressaltar que essas instituições não 
substituem as obrigações do Estado, mas sim atuam de forma auxiliar. 
De acordo com o conteúdo apresentado nesta aula, foi possível 
compreender os aspectos conceituais das sociedades denominadas terceiro 
setor, desde as leis que asseguram a sua criação, caracterização e 
funcionalidade aos regulamentos que oferecem benefícios especiais para a 
garantia da sua continuidade. 
 
 
 
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