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MATERIAL- DIREITO DO TERCEIRO SETOR - 2018-2 (2)

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42
CURSO DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO DO TERCEIRO SETOR
AGOSTO/2018
Para entendimento do que é o Terceiro Setor temos que saber sobre: Primeiro Setor e o Segundo Setor. 
O Primeiro Setor é o Estado, representado por entes políticos (Prefeituras Municipais, Governos dos Estados e Presidência da República), além das entidades a estes entes ligados: (Ministérios, Secretarias, Autarquias, entre outras).
 
É chamado de Primeiro Setor, o setor público, que obedece ao seu caráter público e exerce atividades públicas. 
Em termos financeiros, o Estado (1o setor) aplica o dinheiro público em ações para a sociedade. 
O Segundo Setor é o Mercado (Empresas Mercantis), composto por entidades privadas que exercem atividades privadas, com fins lucrativos, ou seja, atuam em benefício próprio e particular. 
O Mercado (2o setor) investe o seu dinheiro privado, nas suas próprias atividades, visando obter lucros, para divisão entre os sócios, ao final do exercício fiscal, dentro do que estiver estabelecido em seu Ato Constitutivo (Contrato Social ou Estatuto). 
O Terceiro Setor, é composto por organizações privadas sem fins lucrativos, que atuam nas lacunas deixadas pelos setores públicos e privado, buscando a promoção do bem-estar social. 
O terceiro setor não é nem público nem privado; é um espaço institucional que abriga entidades privadas com finalidade pública. Esta atuação é realizada por meio da produção de bens e prestação de serviços, com o investimento privado adquirido, na área social. 
Isso, não significa eximir o governo de suas responsabilidades, mas, reconhecer que a parceria com a sociedade, permite a formação de uma sociedade melhor. Portanto, o Terceiro Setor não é, e não pode ser substituto da função do Estado. 
A ideia, do Terceiro Setor, é de complementação e auxílio, na resolução de problemas sociais. 
	Setor 
	
	Recurso 
	
	Fim 
	1o setor (Estado) 
	
	Público ⇒ 
	
	Público 
	2o setor (Mercado) 
	
	Privado ⇒ 
	
	Privado 
	3o setor (Sociedade Civil) 
	
	Público e Privado ⇒ 
	
	Público 
Exemplos de organizações do Terceiro Setor, são as organizações não governamentais (ONGs), as Cooperativas, as Associações, Fundações, Institutos, Instituições Filantrópicas, Entidades de Assistência Social e, hoje em dia, também as ONGs depois de certificadas como: Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs - Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público). Todas são entidades de interesse social, e apresentam, como característica em comum, a ausência de lucro e o atendimento de fins públicos e sociais. 
A Lei - Direito Internacional
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 10 de Dezembro de 1948 estipula na alínea 1 do Artigo 20 que:
 "Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas."
A Convenção Europeia dos Direitos Humanos, aprovada por ratificação pela Lei nº 65/78, de 13 de Outubro, convenciona que:
"1. Qualquer pessoa tem direito à liberdade de reunião pacífica e à liberdade de associação, incluindo o direito de, com outrem, fundar e filiar-se em sindicatos para a defesa dos seus interesses;”
“2. O exercício deste direito só pode ser objeto de restrições que, sendo previstas na lei, constituírem disposições necessárias, numa sociedade democrática, para a segurança nacional, a segurança pública, a defesa da ordem e a prevenção do crime, a proteção da saúde ou da moral, ou a proteção dos direitos e da liberdade de terceiros."
A Lei - Direito brasileiro
Segundo o art. 53 do Código Civil Brasileiro, Associações:
“Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos” 
Assim, quando regularmente registrada e constituída, a associação é uma espécie de pessoa jurídica, na qual não há finalidade econômica. Ou seja, é formada por pessoas naturais que têm objetivos comuns, exceto o de auferir lucros através da pessoa jurídica formada.
Por exemplo, no Brasil, as organizações não governamentais (ONGs), são do ponto de vista legal, Associações. Portanto, há grande diferença entre Associação e Sociedade; pois nas sociedades (com exceção das Cooperativas, que têm regras específicas e diferenciadas) a principal finalidade é a obtenção de lucro.
No Brasil para se constituir uma pessoa jurídica, sendo esta uma Associação é preciso realizar alguns procedimentos legais para que a associação tenha personalidade jurídica. O processo de criação de Associação no Brasil acontece com a reunião de pessoas que deliberam e decidem fundar uma entidade com personalidade jurídica. 
Toda Associação tem um estatuto que é aprovado pela Assembleia Geral, convocada em edital publicado em mídia de acesso ao território que se planeja representar. O estatuto deve observar o que disciplina o art. 54 e seguintes do Código Civil e, assim como a ata, deve ser assinado por um advogado devidamente registrado na OAB. 
Depois de aceito o estatuto e a ata da reunião, assinada pelos presentes e descrito todos os responsáveis, tais como; presidente e secretário eleitos pelos presentes. Depois desses eventos são encaminhados os documentos ao Cartório; deve-se ainda, registrar inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, no Instituto Nacional do Seguro Social, na Junta Comercial do Estado e na Prefeitura da cidade, sede onde obterá o alvará de licença de funcionamento. Os registros na Junta Comercial e no INSS só são necessários se a entidade praticar algum ato comercial.
Toda associação com personalidade jurídica é dotada de patrimônio e movimentação financeira, porém não poderá repartir o retorno econômico entre os associados, uma vez que será usada no fim da associação e nunca está sujeita à falência ou recuperação econômica.
No Brasil, as associações têm sua disciplina legal nos artigos 53 a 61 do Código Civil. 
Por exemplo, tanto as ONGs quanto as OSCIPS são espécies de associações civis, sendo que, no entanto, as OSCIPs são uma modalidade diferenciada, a qual tem mais requisitos (deveres) do que as demais espécies de associações e, em consequência, mais direitos. Inclusive, as OSCIPs não se regem apenas pelos dispositivos do Código Civil, mas também pela Lei 9.790/1999, a qual é dedicada exclusivamente às OSCIPs e criou o termo de parceria, mediante o qual a organização pode celebrar termos de parceria com o Poder Público, condição que não ocorre no caso das ONGs. Além disso, algumas doações destinadas às OSCIPs têm benefícios fiscais, o que igualmente não ocorre no caso das ONGs.
LEGISLAÇÃO APLICADA EM ENTIDADE DO TERCEIRO SETOR
Assistência Social
I. Constituição Federal 1988, artigos 203 e 204.
II. Lei Orgânica da Assistência Social: Lei 8.742 de 7 de dezembro de 1993.
III. Entidades e organizações de assistência social: Decreto 6.308 de 14 de dezembro de 2007.
IV. Processo de escolha dos representantes do Conselho Nacional de Assistência Social: Decreto 5.003 de 4 de março de 2004.
V. Certificação das Entidades beneficentes - Lei 12.101 de 27 de novembro de 2009.
VI. Regulamenta a Lei 12.101/2009 - Decreto n. 7237 de 20 de julho de 2010.
Audiovisuais
I. Fomento à atividade audiovisual: - Lei 8.695 de 20 de julho de 1993.
II. Regulamentação da lei dos audiovisuais e criação de mecanismos de fomento à atividade - Decreto 6.304 de 12 de dezembro de 2007.
Associações
I. Liberdade de Associação - Constituição Federal – Artigo 5. 
II. Código Civil - Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002 – artigos 53 a 61.
Auxílios e Subvenções
I. Normas de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, Estados e Municípios - Lei 4.320 de 17 de março de 1964.
Fundações
I. Atribuições do Ministério Público - Constituição Federal – artigos 127 e 129.
II. Lei Orgânica do Ministério Público - Lei 8.625 de 12 de fevereiro de 1993.
III. Manual de Atuação Funcional dos Membros do Ministério Público do Estado de São Paulo - Ato Normativo n. 168/98 - PGJ – CGMP.
IV. Código Civil – Fundações - Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002 – artigos 62 a 69.
V. Código de Processo Civil - Organização e Fiscalizaçãodas Fundações - Lei 5.869 de 11 de janeiro de 1973 – artigos 1.199 a 1204.
 
Fundo Nacional de Apoio à Criança e ao Adolescente
I. Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei 8.069 de 13 de julho de 1990 – artigos 1, 2 e 260.
II. Limite de dedução do Imposto de Renda - Decreto 794 de 5 de abril de 1993.
III. Conselho Nacional do Direito da Criança e do Adolescente – Conanda - Decreto 5.089 de 20 de maio de 2004.
Imunidade Tributária
I. Limitação ao Poder de Tributar - Constituição Federal - artigo 150.
II. Limitação da Competência Tributária - Lei 5.172 de 25 de novembro de 1966 (CTN) – artigos 9 a 15.
Lei Rouanet
I. Lei Rouanet – Programa Nacional de Apoio à Cultura - Lei 8.313 de 23 de dezembro de 1991.
II. Procedimentos para acompanhamento, controle e avalição para utilização de benefícios fiscais instituídos pela Lei Rouanet - Instrução Normativa Conjunta MINC-MF n. 1 de 13 de junho de 1995.
Licitações
I. Normas de licitação e contratos da Administração Pública - Lei. 8.666 de 21 de junho 1993.
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP
I. Qualificação de entidades como OSCIP - Lei 9.790 de 23 de março de 1999.
II. Regulamentação da qualificação - Decreto 3.100 de 30 de junho de 1999.
Organizações Sociais
I. Qualificação de entidades como Organizações Sociais - Lei, 9.637 de 15 de maio de 1998.
Seguridade Social
I.  Fundamentos da Seguridade Social - Constituição Federal – artigos 194 e 195.
II. Organização da Seguridade Social e Plano de Custeio - Lei 8.212 de 24 de julho de 1991.
III. Isenção – Regulamento da Previdência Social - a. Decreto 3048 de 6 de maio de 1999 - b. Lei Complementar n. 70 de 30 de dezembro de 1991.
Serviço Voluntário 
I. Serviço Voluntário - Lei 9.608 de 18 de fevereiro de 1998.
Utilidade Pública 
I. Regras para as sociedades declaradas de Utilidade Pública - Lei n. 91 de 28 de agosto de 1935.
II. Regulamentação da lei n. 91/1935 - Decreto n. 50.517 de 2 de maio de 1971.
III. Distribuição Gratuita de Prêmios - Lei 5.768 de 20 de dezembro de 1971.
IV. Regulamentação da lei 5.768/71 - Decreto n. 70.951 de 9 de agosto de 1972. 
ASSOCIAÇÃO
Associação é uma organização resultante da reunião legal entre duas ou mais pessoas, com ou sem personalidade jurídica, para a realização de um objetivo comum.
DA FORMAÇÃO DE UMA ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL -ONG
O movimento da sociedade, visando emancipar-se do comodismo de esperar que o governo resolva tudo, ganhou força com a união das pessoas, em organizações não governamentais (ONG). 
As ONGs, caracterizam-se como entidades que não têm finalidade de lucro e não derivam do poder público, congregando objetivos sociais, filantrópicos, culturais, recreativos, religiosos, ecológicos ou artísticos. 
O primeiro passo para, se constituir uma entidade não governamental (ONG), é a mobilização, de pessoas com interesses sociais; que convoca uma reunião informal através de telefonemas, cartas, anúncios, panfletos e jornais, ou outros meios, para atrair pessoas em relação à importância da criação de uma determinada entidade, marcando uma data e horário para uma apresentação inicial dos planos e objetivos das atividades da mesma.
Nessa reunião, sugere-se a formação de uma "Comissão de Redação do Estatuto Social", de preferência, um grupo pequeno e ágil, no sentido de formular e apresentar uma proposta, que será discutido, analisado, modificado (se necessário) para finalmente ser aprovado pela Assembleia Geral (a ser convocada).
A partir da identificação dos interessados em participar, do projeto que foi apresentado para a formação da ONG, faz-se expedição de uma carta convite a cada pessoa interessada, contendo o dia, hora, local, objetivos e pauta da reunião, para a realização da Assembleia Geral de fundação, com a aprovação do Estatuto, na mesma reunião, depois de aprovado o Estatuto, é realizada a eleição da primeira Diretoria, bem como do Conselho Fiscal e outros Conselhos que comporão a ONG.
Após os trâmites acima, registra-se o Estatuto no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, obtendo-se posteriormente o CNPJ junto à Receita Federal.
A partir do registro, a entidade tem existência legal, e pode, dentro das normas estatutárias, receber contribuições, atuar para atingir seus objetivos e angariar associados e mantenedores
O Estatuto deverá conter, entre outros assuntos:
- nome e sigla da entidade;
- sede e foro;
- finalidades e objetivos;
- formas de captação de recursos;
- os associados e seus tipos, entrada e saída, direitos e deveres;
- poderes, tais como assembleia, diretoria, conselho fiscal;
- tempo de duração; (via de regra todas nascem por tempo indeterminado).
- como os estatutos poderão ser modificados;
- como a entidade será dissolvida;
- qual o destino do patrimônio, em caso de dissolução.
A CONSTRUÇÃO DO TERCEIRO SETOR PARA O 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO DO PAÍS 
A expressão “terceiro setor” é uma tradução do termo em inglês third sector, que nos Estados Unidos, é usado junto com outras expressões, como “organizações sem fins lucrativos” ou “setor voluntário”.
Na Inglaterra, legalmente se utiliza a expressão “caridades” (charities), o que reflete a origem histórica medieval do termo e ressalta o aspecto de obrigação religiosa das primeiras ações comunitárias.
O termo “filantropia” (philantropy) também aparece com certa frequência, sendo um conceito mais moderno e humanista da antiga caridade religiosa.
Na Europa continental predomina a expressão “organizações não governamentais” (NGOs, ONGs em português). Sua origem remonta ao sistema de representações da Organização das Nações Unidas, que denominava assim as organizações internacionais que, embora não representassem seus países, tinham atuação significativa para justificar sua presença oficial na ONU. 
Por extensão, com a formulação de programas de cooperação internacional, para o desenvolvimento estimulado pela ONU nas décadas de 1960 e 1970, cresceram na Europa Ocidental, ONGs destinadas a promover projetos de desenvolvimento nos países de Terceiro Mundo. Assim, as ONGs europeias estabeleceram parcerias em vários países, levando ao surgimento de ONGs também no hemisfério sul. 
No Brasil e na América Latina, se utilizava a expressão “Sociedade Civil”. Esse conceito tem origem no século XVIII. Na época, designava um plano intermediário entre o Estado e a natureza pré social, e inicialmente incluía as organizações particulares que interagiam na sociedade – inclusive as empresas e seus negócios - limitadas pelos sistemas legais nacionais. 
SOBRE O MANUAL DAS INSTITUIÇÕES DE TERCEIRO SETOR
O Manual sobre as instituições sem fins lucrativos no sistema de contas nacionais (Handbook on nonprofit institutions of nacional accounts), elaborado pela Divisão de Estatísticas das Nações Unidas, em conjunto com a Universidade Jonhs Hopkins, adotou os seguintes critérios e características para definir as entidades que comporiam o Terceiro Setor:
São elas:
- Devem estar organizadas formalmente, ou seja, com estrutura interna, com estabilidade relativa de objetivos formais, distinguindo sócios de não sócios.
- São privadas, ou seja, separadas institucionalmente do governo.
- São auto administradas ou capazes de administrar as próprias atividades.
- Não distribuem lucros a seus proprietários ou administradores.
- Têm alto grau de participação cidadã ou do voluntariado, isto é, podem ser livremente constituídas por qualquer grupo de pessoas, sendo a atividade da entidade livremente decidida por seus membros.
Com a preocupação mundial, com tudo que vinha acontecendo no mundo, começa-se a se ter uma visão de preocupação com o futuro, levando a todos ou quase todos, a pensar em soluções que minimizasse os problemas que já eram claramente preocupantes.
O crescimento desordenado da população e o mau uso dos recursos naturais causaram vários impactos ambientais, sociais e econômicos ao longo dos anos. A fim de minimizar tais problemas, foram desenvolvidos projetos mundiais como o relatório de Brundtland, ECO-92 (Agenda 21), Cartada Terra e MDM – Metas do Desenvolvimento do Milênio e Pacto Global. 
Estes projetos orientam as organizações à prática de uma gestão responsável, considerando a relação ética e transparente com todos os públicos: clientes, consumidores, fornecedores, acionistas – que se relacionam com a empresa para o desenvolvimento sustentável do seu negócio e da sociedade, preservando os recursos ambientais e humanos para as gerações futuras proporcionando diversos benefícios para sociedade e organizações.
* Relatório Brundtland é o documento intitulado Nosso Futuro Comum (Our Common Future), publicado em 1987. Neste documento o desenvolvimento sustentável é concebido como: “O desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. 
* A Eco 92, foi o debate ambiental preocupado com a busca por estratégias que promovessem o desenvolvimento sustentável. Que resultou na Agenda 21.
Agenda 21 foi um dos principais resultados da conferência Eco-92 ou Rio-92, ocorrida no Rio de Janeiro, em 1992. Agenda 21 é um documento que estabeleceu a importância de cada país a se comprometer, a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não-governamentais e todos os setores da sociedadede, de como poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas socioambientais. Cada país teria que desenvolver a sua Agenda 21.
A Agenda 21 se constitui num poderoso instrumento de reconversão da sociedade industrial rumo a um novo paradigma, que exige a reinterpretação do conceito de progresso, contemplando maior harmonia e equilíbrio holístico entre o todo e as partes, promovendo a qualidade e, não apenas a quantidade do crescimento.
No Brasil as discussões, a respeito de sua Agenda 21; são coordenadas pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável (CPDS).
* A Carta da Terra é uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção, no século XXI, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica. Busca inspirar todos os povos a um novo sentido de interdependência global e responsabilidade compartilhada, voltado para o bem-estar de toda a família humana, da grande comunidade da vida e das futuras gerações. É uma visão de esperança e um chamado à ação. Oferece um novo marco, inclusivo e integralmente ético para guiar a transição para um futuro sustentável. Ela reconhece que os objetivos de proteção ecológica, erradicação da pobreza, desenvolvimento econômico equitativo, respeito aos direitos humanos, democracia e paz são interdependentes e indivisíveis.
*MDM – Metas do Desenvolvimento do Milênio e Pacto Global - foi uma iniciativa proposta pela Organização das Nações Unidas, com o intuito de encorajar empresas a adotar políticas de responsabilidade social, corporativa e de sustentabilidade. Esse pacto pretendeu promover um diálogo entre empresas, Organizações das Nações Unidas, sindicatos, organizações não-governamentais e demais parceiros, para o desenvolvimento de um mercado global mais inclusivo e sustentável, a idéia é conseguir dar uma dimensão social a globalização. 
Para que esse objetivo seja atendido, foi sujerido busca-se a mobilização da comunidade empresarial internacional por meio da adoção de dez princípios relacionados a direitos humanos, trabalho, meio ambiente e corrupção. Vale ressaltar que o Pacto Global, apesar de ter como propulsor as Organizações das Nações Unidas, não é ela uma agência desse sistema e nem mesmo um instrumento regulador ou um código de conduta.
DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O conceito de Desenvolvimento Sustentável se originou no Relatório Brundtland – documento é intitulado de “Nosso Futuro Comum”, publicado em 1987. Este relatório está baseado no princípio de que o ser humano deve usufruir dos recursos naturais de acordo com a capacidade de renovação dos mesmos, evitando assim, o seu esgotamento. 
Posteriormente, outro evento que impulsionou as práticas de desenvolvimento sustentável foi a ECO-92, onde após várias análises foram desenvolvidos documentos, nos quais constam a Carta da Terra e a Agenda 21, que expõe a situação atual do planeta e o que a humanidade deve fazer para continuar crescendo, mas de maneira consciente. Portanto, nesses documentos determina que são imprescindíveis uma utilização sustentável dos recursos naturais, e que todos os cidadãos sejam consumidores responsáveis, atribuindo-se a eles o comprometimento em minimizar o desperdício, para poupar os recursos naturais em escala macro ambiental.
POSICIONAMENTO DE ALGUNS JURISTAS SOBRE SUSTENTABILIDADE
“(BEZERRA e BURSZTYN (2000). O desenvolvimento sustentável é um processo de aprendizagem social de longo prazo, que por sua vez, é direcionado por políticas públicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacional. Assim, a quantidade expressiva de fatores sociais e interesses presentes na sociedade, coloca-se como um obstáculo às políticas públicas para o desenvolvimento sustentável.”
“(CAVALCANTI, 2003). Sustentabilidade significa a possibilidade de se obter continuamente condições iguais ou superiores de vida para um grupo de pessoas e seus sucessores em dado ecossistema.”
“(CAMARGO, 2004). O avanço maior foi o reconhecimento do desenvolvimento sustentável como uma possível e aceitável solução para os problemas ambientais e sociais enfrentados pelo mundo” 
“(SATTERTHWAITE, 2004). Desenvolvimento sustentável é a resposta às necessidades humanas nas cidades com o mínimo ou nenhuma transferência dos custos da produção, consumo ou lixo para outras pessoas ou ecossistemas, hoje e no futuro.)”
“(CANEPA, 2007). O desenvolvimento sustentável caracteriza-se, portanto, não como um estado fixo de harmonia, mas sim como um processo de mudanças, no qual se compatibiliza a exploração de recursos, o gerenciamento de investimento tecnológico e as mudanças institucionais com o presente e o futuro.” 
Na prática, o desenvolvimento sustentável é uma estratégia eficaz, que reúne os anseios e capacidades de governo, setor privado e sociedade, para criar uma visão de futuro, trabalhando estratégica e progressivamente seus objetivos. Estas estratégias incidem sobre o que é realmente praticável, pois um planejamento eficaz e abrangente, envolve e compromete toda a população.
O desenvolvimento sustentável deve ser uma consequência do desenvolvimento social, econômico e de preservação ambiental, realizado com sustentabilidade. Pois, sustentabilidade em sua essência é, a capacidade de um indivíduo em se manter num determinado ambiente, usando os recursos naturais de acordo com a capacidade de renovação dos mesmos, sem degradar esse meio.
OSCIPs. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
	
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público ou OSCIP é um título fornecido pelo Ministério da Justiça do Brasil, cuja finalidade é facilitar o aparecimento de parcerias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos (federal, estadual e municipal) e permite que doações realizadas por empresas ..
A lei que regula as OSCIPs é a Lei nº 9.790 de 23 março de 1999. Esta lei traz a possibilidade das pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos serem qualificadas pelo Poder Público, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIPs, esta qualificação, da às OSCIPs o poder de relacionar-se por meio de parceria, desde que os seus objetivos sociais e as normas estatutárias atendam os requisitos que a lei impõe. 
A entidade receberá a qualificação de OSCIP, depois que o seu Estatuto de instituição, tenha sido redigido, analisado e aprovado pelo Ministério da Justiça. Para tanto é necessário que o Estatuto atenda a certos pré-requisitos que estão descritos nos artigos 1, 2, 3 e 4 da Lei nº 9.790/99. 
Pode-se dizer que, ser uma OSCIPs, é ter o reconhecimento oficial e legal, que a entidade ONG, teve seu reconhecimento, de Entidade Social de Interesse Público, especialmente porque são marcadas por uma extrema transparência administrativa.Contudo, ser uma OSCIP é uma opção institucional, não uma obrigação. 
Em geral, o poder público sente-se muito à vontade para se relacionar com esse tipo de instituição, porque divide com a sociedade civil o encargo de fiscalizar o fluxo de recursos públicos em parcerias. 
A certificação da ONG, em OSCIP dá a organização da sociedade civil, no caso de parceria com o poder público, de utilizar-se também, recursos públicos para suas finalidades, dividindo dessa forma o encargo administrativo e de prestação de contas. 
Assim, pode-se dizer que OSCIPs são ONGs, criadas por iniciativa privada, que obtêm uma certificação emitida pelo poder Público Federal, ao comprovar o cumprimento de certos requisitos, especialmente aqueles derivados de normas de transparência administrativas. 
Em contrapartida, as ONGs certificadas como OSCIPs; podem celebrar com o poder público federal, os chamados termos de parceria, que são uma alternativa interessante de convênios, para ter maior agilidade e razoabilidade em prestar contas.
OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.
De modo geral, a OSCIP é entendida como uma instituição em si mesma, porém OSCIP é uma qualificação decorrente da Lei nº 9.790/99, regulamentada pelo Decreto nº 3.100, de 30 junho de 1999 (Lei do Terceiro Setor). O Decreto nº 3.100, que disciplina questões e obrigações, define documentos e atos necessários para quem estiver pleiteando a certificação da OSCIP; estabelece métodos e detalhes a serem observados pelo administrador público que vai conceder o título; orienta sobre a interpretação de conceitos determinados na Lei nº 9.790/99; e estipula os direitos das partes. 
“É um título fornecido pelo Ministério da Justiça do Brasil, cuja finalidade é facilitar o aparecimento de parcerias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos (federal, estadual e municipal) e permite que doações realizadas por empresas possam ser descontadas no imposto de renda.” 
Em outras palavras, OSCIP é uma qualificação jurídica dada a pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa de particulares, para desempenhar serviços sociais não exclusivos do Estado com incentivo e fiscalização do Poder Público, mediante vínculo jurídico instituído por meio de termo de parceria. Assim sendo, trata-se de uma sigla e não um tipo específico de organização. Por ser uma qualificação, e não uma forma de organização em si mesma, vários tipos de instituições podem solicitar a qualificação como OSCIP.
“Pode-se dizer que as OSCIPs são o reconhecimento oficial e legal mais próximo do que modernamente se entende por ONG, especialmente porque são marcadas por exigências legais de prestação de contas referente a todo o dinheiro público recebido do Estado. Contudo, ser uma OSCIP é uma opção institucional, não uma obrigação.”
 “Em geral, o poder público divide com a sociedade civil o encargo de fiscalizar o fluxo de recursos públicos em parcerias, o que pode incentivar a realização de tais parcerias. A OSCIP é uma organização da sociedade civil que, em parceria com o poder público, utilizará também recursos públicos para suas finalidades, dividindo dessa forma o encargo administrativo e de prestação de contas.” 
Tem-se que OSCIPs são ONGs, que obtêm um certificado emitido pelo poder público federal ao comprovar o cumprimento de certos requisitos. Assim, OSCIPs normalmente são sociedades civis sem fins lucrativos, de direito privado e de interesse público, ou são entidades privadas atuando em áreas típicas do setor público. O interesse social que despertam merece ser, eventualmente, financiado pelo Estado ou pela iniciativa privada, para que suportem iniciativas sem retorno econômico. 
Como qualificação, ser uma OSCIP é opcional. Significa dizer que as ONGs já constituídas podem optar por obter a qualificação. (ver Lei 13.019/2014)
 
Para obter essa qualificação, é necessário o cumprimento de alguns pré-requisitos que a legislação estabelece, mas, principalmente, enquadrar-se em alguns dos objetivos sociais e finalidades já dispostos em lei: 
• promoção da assistência social; 
• promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; 
• promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações; 
• promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações; 
• promoção da segurança alimentar e nutricional; 
• defesa, preservação, conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; 
• promoção do voluntariado; 
• experimentação sem fins lucrativos de novos modelos sócio produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; 
• promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; 
• promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; 
• estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos. 
PRINCÍPIOS A SEREM OBSERVADOS PELAS OSCIPs.
A OSCIP uma vez qualificada deverá observar, os mesmos princípios que regem a Administração Pública (art. 37 da Constituição da República de 1988): 
1. Legalidade: significa dizer que deverão cumprir o que diz a legislação vigente e seus atos constitutivos; 
2. Impessoalidade: determina que seus processos decisórios sejam imparciais; 
3. Moralidade: as escolhas da gestão devem ser éticas e íntegras; 
4. Publicidade: seus atos e fatos devem ser divulgados, tais como relatórios e contas, para que qualquer pessoa tenha conhecimento; 
5. Economicidade: deverá observar o que tiver maior relação custo/ benefício, otimizando o emprego do capital, e suas contratações devem ser por preços de mercado – vantajosos/justos para a organização; 
6. Eficiência: impõe-se ao estabelecimento de metas, formulação de projetos e avaliação de resultados.
OSCIP X ONG
Uma ONG não é uma OSCIP. A figura da ONG não existe no ordenamento jurídico brasileiro. A sigla é usada de maneira genérica para identificar organizações do terceiro setor, ou seja, que atuam sem fins comerciais e cumprindo um papel de interesse público, tais como associações, cooperativas, fundações, institutos etc.
As qualificação de OSCIP é o reconhecimento oficial e legal mais próximo do que se entende por ONG, especialmente porque é marcada por exigências legais de prestação de contas referente a todo o dinheiro público recebido do Estado. Contudo, ser uma OSCIP é uma opção institucional, não uma obrigação. 
Dessa forma, já que a OSCIP é uma qualificação para entidades do Terceiro Setor, pode-se dizer que toda OSCIP é uma ONG, mas nem toda ONG é uma OSCIP.
Não há no direito brasileiro, nem no Novo Código Civil ou em outra lei qualquer, designação de ONG. Não há uma espécie de sociedade chamada ONG no Brasil, mas um reconhecimento supralegal, de cunho cultural, político e sociológico, que está em vigor mundo afora.
Pode-se dizer que há um entendimento social de que ONGs são entidades às quais as pessoas se vinculam, por identificação pessoal com a causa que elas promovem. As ONGs surgiram com o objetivo de fazer uma parte que, em tese, é de responsabilidade do Estado, ou então complementá-lo, quando ele não atua.
As ONGs, buscam fazer o possível, para ajudar pessoas excluídas da sociedade, e pessoas que não têm voz. Assim sendo, essas entidades, por natureza, não têm finalidade lucrativa, mas uma finalidade maior, geralmente filantrópica, humanitária, de defesa de interesses que costumam ser de toda a população e que, historicamente, deveriam ser objeto de atividade do poder público. 
A sigla ONG expressa, genericamente, organizações não governamentais do terceiro setor, tais como associações, cooperativas, fundações, institutos etc. Por “não governamentais”, considera-se o fato de que essas organizações normalmente exercem alguma função pública. 
Embora não pertençam ao Estado,ofertam serviços sociais, geralmente de caráter assistencial, que atendem a um conjunto da sociedade maior do que apenas os fundadores ou administradores da organização. A esfera de atuação das ONGs, é a esfera pública, embora não estatal. É importante mencionar, também, que nem todas as ONGs têm uma função pública direcionada à promoção do bem-estar social (educacionais, de tratamento médico, de caridade aos pobres, científicas, culturais etc.)
Há ONGs cuja função é, única e exclusivamente, atender aos interesses do seu grupo fundador ou administrador, como alguns sindicatos, as cooperativas, as associações de seguro mútuo etc. Caracterizam-se normalmente por serem organizações com finalidade não econômica e não visam ao lucro. Constituídas em grande medida com trabalho voluntário, geralmente dependem de doações privadas. Nada impede, contudo, que tenham fins econômicos ou atividades de cunho econômico, entre e para seu grupo.
Em resumo, ONG não existe no ordenamento jurídico brasileiro. É um fenômeno mundial, onde a sociedade civil se organiza espontaneamente para a execução de certo tipo de atividade cujo cunho, o caráter, é de interesse público. A forma societária mais utilizada é a da associação civil (em contrapartida às organizações públicas e às organizações comerciais). São regidas por estatutos, têm finalidade não econômica e não lucrativa. Fundações também podem vir a ser genericamente reconhecidas como ONGs.
VANTAGENS DA QUALIFICAÇÃO COMO OSCIP 
1ª vantagem: O título de OSCIP.
A lei ao conceder o título de OSCIP; se preocupa primeiro, em identificar quem faz parte do terceiro setor e quem não faz. Foi um passo importante. Trata-se de uma questão de identidade e as entidades de tipo novo, as que se autodenominam ONGs, nunca se identificaram completamente com o setor filantrópico antigo. Não que houvesse alguma incompatibilidade ou vontade de se distinguir, mas porque em matéria legal, desde tempos idos, o poder público tem reconhecido as entidades de caráter assistencial, puramente caritativo e típico de movimentos religiosos. 
Mesmo o título anterior que mais se parecia com o de OSCIP – o de utilidade pública – falava de utilidade e não de interesse, de importância, de reconhecimento. As entidades de estilo novo se reconhecem por atuar em campo notoriamente público, de interesse público. Representam a sociedade civil organizada, agrupada em entidades de direito privado, que somente existem para atuar no campo definido genericamente como público. O título de OSCIP, portanto, é uma vitória em si. Diferença entre título e os outros Antes da Lei 9.790/99 já havia outros títulos e registros no Brasil. 
Falar de terceiro setor é falar também dos títulos de utilidade pública, do registro no CNAS, do certificado de filantropia. São títulos bons, conhecidos e concedem certos benefícios, especialmente a permissão de abater doações no Imposto de Renda (utilidade pública) e isenção de contribuição patronal ao INSS (filantropia). 
Todavia, o fato de o título de OSCIP não significar por ora nenhum benefício fiscal ou tributário não quer dizer que não se pretenda estender estes benefícios às entidades que venham a portá-lo. É fato que até agora não se conseguiu qualquer benefício fiscal, mas a luta em obtê-los continua, é por natureza longa e já se contabilizam algumas pequenas vitórias. No campo do microcrédito (ou micro finanças), por exemplo, o Banco Central já reconheceu que as ONGs que sejam OSCIP não incorrem na lei de usura. 
Isso é fundamental para todo aquele que pretenda praticar contratos de mútuo (empréstimo etc.) e tem compelido as ONGs que atuam em micro finanças a se transformarem em OSCIP. O Viva-Cred, por exemplo, já obteve o título. Outro fator fundamental de distinção entre os títulos antigos e o novo é a forma de obter o título de OSCIP.
Com a introdução da Lei 13.019 de 31 de julho de 2014, modificou-se o artigo 1º da Lei nº 9.790/99, in verbis...
“Art. 1º. Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos por esta lei.”
A nova redação dada ao art. 1º...
“Art. 1º. Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos por esta Lei”.
Assim, não mais se pode nascer OSCIP, há que está em funcionamento no mínimo por 03 (três) anos de atividade.
Pensando em não ficar sem a colaboração das ONGs, a Lei nº 13.204 de 14 de dezembro de 2015, em seu artigo 33, inciso V, alínea “a”, tal preocupação em baixar o tempo de existência é com fim de que não se encontre nenhuma organização que tenha o tempo de existência, (três anos de funcionamento).
"Art. 33.  Para celebrar as parcerias previstas nesta Lei, as organizações da sociedade civil deverão ser regidas por normas de organização interna que prevejam, expressamente:
........................................................................................... 
II - ...
III - ....
IV - ......
a) .....
b) ....
V - possuir: 
a) no mínimo, um, dois ou três anos de existência, com cadastro ativo, comprovados por meio de documentação emitida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, com base no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ, conforme, respectivamente, a parceria seja celebrada no âmbito dos Municípios, do Distrito Federal ou dos Estados e da União, admitida a redução desses prazos por ato específico de cada ente na hipótese de nenhuma organização atingi-los; “
No mesmo diploma, em seu art. 35, traz a permissão da atuação em rede de duas ou mais organizações, ficando a organização celebrante do termo de fomento ou de colaboração, integralmente com a responsabilidade sobre os recursos. Atendidos o que prescreve o artigo.
"Art. 35-A.  É permitida a atuação em rede, por duas ou mais organizações da sociedade civil, mantida a integral responsabilidade da organização celebrante do termo de fomento ou de colaboração, desde que a organização da sociedade civil signatária do termo de fomento ou de colaboração possua: 
I - mais de cinco anos de inscrição no CNPJ; 
II - capacidade técnica e operacional para supervisionar e orientar diretamente a atuação da organização que com ela estiver atuando em rede. 
Parágrafo único.  A organização da sociedade civil que assinar o termo de colaboração ou de fomento deverá celebrar termo de atuação em rede para repasse de recursos às não celebrantes, ficando obrigada a, no ato da respectiva formalização: 
I - verificar, nos termos do regulamento, a regularidade jurídica e fiscal da organização executante e não celebrante do termo de colaboração ou do termo de fomento, devendo comprovar tal verificação na prestação de contas; 
II - comunicar à administração pública em até sessenta dias a assinatura do termo de atuação em rede."
DAS ENTIDADES QUE NÃO SÃO PASSIVEIS DE CERTIFICAÇÃO
Conforme art. 2º da Lei 9.790/99, não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei:
I - as sociedades comerciais;
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
VIII - as escolas privadasdedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras;
IX - as organizações sociais;
X - as cooperativas;
XI - as fundações públicas;
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações públicas;
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipos de vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.
A Emenda Constitucional nº 40, de 29 de maio de 2003, deu nova redação ao art. 192 CEF/88.
“Art. 2°- O art. 192 da Constituição Federal passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.”
2ª vantagem: O termo de parceria. 
Falar de terceiro setor é também falar da forma como o poder público e a sociedade interagem. Nesta interação, há formas mútuas de repasse de bens, tecnologias etc... 
Há algum tempo, o poder público notou que em muitos campos, embora seja de sua obrigação constitucional, sua atuação não é satisfatória ou, ao menos, é menos eficaz do que a de outras entidades. 
As ONGs têm atuado com desenvoltura e extrema competência nos campos da educação, saúde, defesa da infância, ambientalismo etc. Assim, tornou-se 16 praxe o repasse de verbas públicas para aplicação em programas de natureza pública a serem desenvolvidos por entidades de direito privado. 
Neste sentido a Lei 9.790/99 criou uma forma de repasse, o termo de parceria, que pretende ser um veículo legítimo e adequado ao repasse de verbas públicas para entidades de direito privado. Diferença entre o termo de parceria e os outros métodos de repasse de verbas públicas.
Antes da Lei 9.790/99 a forma mais popular de interação financeira do setor público com o privado era o convênio. Dotado de regulamentação experimentada na prática, o convênio não era, contudo, inteiramente adequado para o que se pretendia. A princípio, convênio é a forma de pacto entre pessoas de direito público. Portanto, todo convênio tem que respeitar as regras adequadas ao poder público. Ao aplicar a metodologia de convênios ao setor privado, a lei não fez grandes concessões, e exigiu do setor privado a mesma natureza de prestação de contas que vale para o setor público; a prestação de contas em si era somente uma prestação formal de contas, um infindável gasto de papéis que deixaria qualquer ambientalista apavorado. Há os que consideram que a mata atlântica está desaparecendo por conta dos convênios. 
Tornou-se consenso entre as ONGs que o tempo que se gasta com prestação de contas em convênio é contraproducente no que diz respeito à atividade conveniada. Depois, e principalmente, o convênio não prevê o concurso de projetos e, ademais, sua prestação de contas não leva em consideração os resultados obtidos. Já o Termo de Parceria tenta evitar tudo isso, com uma prestação de contas que privilegia os resultados efetivamente obtidos, menos burocratizada, e possibilita o concurso de projetos com a escolha da entidade mais capaz. 
A Lei nº 13.204 de 14 de dezembro de 2015, veio normatizar a transferência de recursos financeiros, entre a administração pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação. A Lei substitui o Termo de Parceria, por Termo de Colaboração e Termo de Fomento ou Acordos de Cooperação.
A Lei nº 13.204/15, traz também, em seu art. 2º, incisos I (a,b,c) à XV, as respectivas definições.
“Art. 2o  ....................................................................... 
I - organização da sociedade civil: 
a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplique integralmente na consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva; 
b) as sociedades cooperativas previstas na Lei no 9.867, de 10 de novembro de 1999; as integradas por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou social; as alcançadas por programas e ações de combate à pobreza e de geração de trabalho e renda; as voltadas para fomento, educação e capacitação de trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência técnica e extensão rural; e as capacitadas para execução de atividades ou de projetos de interesse público e de cunho social. 
c) as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de interesse público e de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos; 
II - administração pública: União, Estados, Distrito Federal, Municípios e respectivas autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço público, e suas subsidiárias, alcançadas pelo disposto no § 9o do art. 37 da Constituição Federal; 
III - parceria: conjunto de direitos, responsabilidades e obrigações decorrentes de relação jurídica estabelecida formalmente entre a administração pública e organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividade ou de projeto expressos em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação; 
III-A - atividade: conjunto de operações que se realizam de modo contínuo ou permanente, das quais resulta um produto ou serviço necessário à satisfação de interesses compartilhados pela administração pública e pela organização da sociedade civil; 
III-B - projeto: conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto destinado à satisfação de interesses compartilhados pela administração pública e pela organização da sociedade civil; 
IV - dirigente: pessoa que detenha poderes de administração, gestão ou controle da organização da sociedade civil, habilitada a assinar termo de colaboração, termo de fomento ou acordo de cooperação com a administração pública para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, ainda que delegue essa competência a terceiros; 
V - administrador público: agente público revestido de competência para assinar termo de colaboração, termo de fomento ou acordo de cooperação com organização da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, ainda que delegue essa competência a terceiros; 
VI - gestor: agente público responsável pela gestão de parceria celebrada por meio de termo de colaboração ou termo de fomento, designado por ato publicado em meio oficial de comunicação, com poderes de controle e fiscalização; 
VII - termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros; 
VIII - termo de fomento: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de recursos financeiros; 
VIII-A - acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros;
............................................................................................X - comissão de seleção: órgão colegiado destinado a processar e julgar chamamentos públicos, constituído por ato publicado em meio oficial de comunicação, assegurada a participação de pelo menos um servidor ocupante de cargo efetivo ou emprego permanente do quadro de pessoal da administração pública; 
XI - comissão de monitoramento e avaliação: órgão colegiado destinado a monitorar e avaliar as parcerias celebradas com organizações da sociedade civil mediante termo de colaboração ou termo de fomento, constituído por ato publicado em meio oficial de comunicação, assegurada a participação de pelo menos um servidor ocupante de cargo efetivo ou emprego permanente do quadro de pessoal da administração pública;
............................................................................................. 
XIII - bens remanescentes: os de natureza permanente adquiridos com recursos financeiros envolvidos na parceria, necessários à consecução do objeto, mas que a ele não se incorporam; 
XIV - prestação de contas: procedimento em que se analisa e se avalia a execução da parceria, pelo qual seja possível verificar o cumprimento do objeto da parceria e o alcance das metas e dos resultados previstos, compreendendo duas fases:
3ª vantagem: A remuneração de dirigentes 
O artigo 4°, VI, da Lei 9.790/99 institui a possibilidade de se remunerar dirigentes. Pode parecer contraditório, mas antes da lei já era possível remunerar dirigentes. O que mudou não foi a possibilidade de remunerar dirigentes, mas o conceito de finalidade não lucrativa. A remuneração de dirigentes, em si, não faz com que uma entidade passe a ter ou não finalidade não lucrativa. A finalidade não lucrativa é um conceito jurídico doutrinário, não legal, que se baseia no fato de a organização não distribuir o resultado positivo de suas operações (lucro) entre os sócios. Ou seja, a finalidade não lucrativa não depende da remuneração, mas da não distribuição de lucros. 
Remuneração é contrapartida a trabalho (esforço/labor), lucro é contrapartida a participação societária, responsabilidade e risco. São conceitos distintos. É uma constante encontrarmos em textos legais dispersos que a finalidade não lucrativa, para efeitos próprios de benefícios daquela lei específica, depende da não distribuição de lucros e não remuneração de sócios. Assim, na prática, acaba se proibindo a remuneração dos dirigentes e criando uma cortina de trejeitos e jeitinhos, onde o sócio da organização deve deixar de ser sócio para receber a justa remuneração por seus serviços. Foi nesse ponto que a Lei 9.790/99 inovou, ao reconhecer pela primeira vez em uma lei que a finalidade não lucrativa não depende da não remuneração, contudo o fez somente para os efeitos daquela lei. Logo, quem por ora resolver remunerar os dirigentes não terá direito à isenção de Imposto de Renda, por exemplo, embora possa concorrer ao título de OSCIP. É o primeiro passo de uma longa caminhada.
O Art. 4º alínea “a” do § 2º do ar. 12 da Lei nº 9.522, 10/12/1997, passou a vigora com a seguinte redação (Lei 13.204/2015)
“Art. 4o  A alínea a do § 2o do art. 12 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação: 
“Art. 12.  .....................................................................
......................................................................................... 
§ 2o  ............................................................................. 
a) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados, exceto no caso de associações, fundações ou organizações da sociedade civil, sem fins lucrativos, cujos dirigentes poderão ser remunerados, desde que atuem efetivamente na gestão executiva e desde que cumpridos os requisitos previstos nos arts. 3o e 16 da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999, respeitados como limites máximos os valores praticados pelo mercado na região correspondente à sua área de atuação, devendo seu valor ser fixado pelo órgão de deliberação superior da entidade, registrado em ata, com comunicação ao Ministério Público, no caso das fundações;”
4ª vantagem: O controle social 
Uma das grandes características das ONGs é que, em geral, o seu compromisso público é tão profundo que não temem de sorte alguma prestar contas, pelo contrário, temem não prestá-las, prestar contas em convênios é um ato difícil e não necessariamente de resultados compreensíveis para o setor privado. Uma grande vantagem da Lei 9.790/99 é que esta tornou oficialmente possível uma contínua prestação de contas por métodos que se baseiam mais na eficiência/eficácia do que na formalidade. O acesso público irrestrito às contas das organizações é uma grande vitória delas, por contraditório que possa parecer, porque desvenda a todos o compromisso do setor com a transparência e com o interesse público. A Lei 9.709/99 disciplina formas de prestação de contas bastante revolucionárias, instituindo a publicidade e, ainda, submete o título ao questionamento público. A transparência na prestação de conta é reforçada pelas Leis 13.019/14; 13.204/2015. Por lei, qualquer cidadão pode requerer judicial ou administrativamente a cassação do título de OSCIP de uma entidade de Terceiro Setor. 
DO CHAMAMENTO PÚBLICO (“licitação do terceiro setor”)
Previsto na Lei 13.019/2014, seção VIII, arts. 23 a 32.
A administração pública deve adotar procedimentos claros, objetivos e simplificados que orientem os interessados e facilitem o acesso direto aos seus órgãos e instâncias decisórias, independentemente da modalidade de parcerias. Deverá a administração pública designar todos os critérios que serão observados; objetos, metas, custos, indicadores, quantitativos ou qualitativos, de avaliação de resultados, para o edital de chamamento público, de selecionamento das organizações da sociedade civil.
Conforme art. 35-A, da Lei 13.204/2015, poderá haver atuação em rede. Ficando a responsabilidade com a organização da sociedade civil que assinar o termo de colaboração ou fomento. 
DAS VEDAÇÕES (impedimentos para parceria)
Lei 13.019/2014, Seção X, arts. 39 à 41. 
 
OSCIP E SUA LEGISLAÇÃO
Decreto nº 3100, de 30 de junho de 1999.
Regulamenta a Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999, que dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências.
Decreto nº 6.170, de 25 de julho de 2007.
Dispõe sobre as normas relativas à transferências de recursos da União mediante convênios e contratos de repasse, e dá outras providências.
Decreto nº 6.932, de 11 de agosto de 2009.
Simplifica o atendimento público prestado ao cidadão, ratifica a dispensa do reconhecimento de firma em documentos produzidos no Brasil, institui a “Carta de Serviços ao Cidadão” e dá outras providencias.
Decreto nº 7.568, de 16 de setembro de 2011.
Altera o Decreto nº 6.170, de 25 de julho de 2007, que dispõe sobre as normas relativas às transferências de recursos da União mediante convênios e contratos de repasse, o Decreto nº 3.100, de 30 de junho de 1999, que regulamenta a Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999, e dá outras providências.
Decreto nº 7.592, de 28 de outro de 2011.
Determina a avaliação da regularidade da execução dos convênios, contratos de repasse e termos de parceria celebrados com entidades privadas sem fins lucrativos até a publicação do Decreto nº 7.568, de 16 de setembro de 2011, e dá outras providências.
Decreto nº 7.594, de 31 de outubro de 2011.
Altera o Decreto nº 6.170, de 25 de julho de 2007, que dispõe sobre as normas relativas às transferências de recursos da União mediante convênios e contratos de repasse.
Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.
Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999.
Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplinao Termo de Parceria, e dá outras providências.
Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002.
O art. 34 estabelece que a opção pela remuneração dos dirigentes da OSCIP não impede que sejam deduzidas as doações feitas a estas entidades na forma do art. 13 da Lei nº 9.249/95 e nem obstam o gozo da imunidade reconhecida no art. 150, inciso VI, alínea “c” da Constituição Federal, desde que atendidos os requisitos legais para tanto.
Lei nº 12.879, de 5 de novembro de 2013.
Dispõe sobre a gratuidade dos atos de registro, pelas associações de moradores, necessários à adaptação estatutária à Lei nº10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e para fins de enquadramento dessas entidades como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.
Lei nº 13.019, de 31de julho de 2014.
Dispõe sobre o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mutua cooperação, par a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação; define diretrizes para a política de fomento, de colaboração e de cooperação com organizações da sociedade civil; e altera as Leis nºs. 8.429, de 2 de junho de 1992, e 9.970, de 23 de março de 1999.
Lei nº 13.102, de 26 de fevereiro de 2015.
Altera a Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014, que estabelece o regime jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferências de recursos financeiros, entre a administração pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público; define diretrizes para a política de fomento e de colaboração com organizações da sociedade civil, institui o termo de colaboração e o termo de fomento; e altera as Leis nºs. 8.429, de 2 de junho de 1992, e 9.790, de 23 de março de 1999.
Lei nº 13.204, de 14 de dezembro de 2015.
Altera a Lei no 13.019, de 31 de julho de 2014, “que estabelece o regime jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferências de recursos financeiros, entre a administração pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público; define diretrizes para a política de fomento e de colaboração com organizações da sociedade civil; institui o termo de colaboração e o termo de fomento; e altera as Leis nos 8.429, de 2 de junho de 1992, e 9.790, de 23 de março de 1999”; altera as Leis nos 8.429, de 2 de junho de 1992, 9.790, de 23 de março de 1999, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 9.532, de 10 de dezembro de 1997, 12.101, de 27 de novembro de 2009, e 8.666, de 21 de junho de 1993; e revoga a Lei no 91, de 28 de agosto de 1935.
Medida Provisória nº 2.172/32, de 23 de agosto de 2001.
O art. 4º, III, desta Medida Provisória exclui as OSCIPs que se dedicam ao microcrédito das disposições relativas à prática de usura.
Medida Provisória nº 2.158/35, de 24 de agosto de 2001.
Os artigos 59 e 60 dispõem sobre a necessidade de renovação anual da qualificação como OSCIP e estabelecem a possibilidade de que as doações feitas por empresas e entidades qualificadas sejam deduzidas na apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 13 da Lei nº 9.249/95.
Portaria MJ nº 361, de 27 de julho de 1999.
Dispõe sobre o procedimento de qualificação como OSCIP junto ao Ministério da Justiça.
Portaria SNJ nº 31, de 20 de junho d 2005.
Delega competência ao diretor do DJCTQ para opinar nos processos de utilidade pública e OSCIPS nos casos de deferimento das qualificações. Publicada em 24/06/05.
Portaria SNJ nº 30, de 20 de junho de 2005.
Determina aproveitamento de documentos em novos pedidos de qualificação como OSCIP feitos por entidade que teve um pedido anterior indeferido. Publicada no Diário Oficial em 23/06/05.
Portaria nº 06, de 1º de fevereiro de 2012.
Altera a Portaria SNJ nº 24, de 11 de outubro de 2007 e regulamenta a Prestação de Conta das Entidades de Utilidade Pública Federal, Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público e Organizações Estrangeiras.
Portaria MJ nº 252, de 27 de dezembro de 2012. 
O Cadastro Nacional de Entidades de Utilidade Pública – CNEs/MJ, fica transformado em Cadastro Nacional de Entidades Sociais – CNES/MJ.
Portaria Interministerial nº 492, de 10 de novembro de 2011.
Altera a Portaria Interministerial nº 127/MP/CGU/MF, de 29 de maio de 2008.
Resolução nº 144, de 11 de agosto de 2005.
Instruir os Conselhos Municipais de Assistência Social, Conselho de Assistência Social do DF, e Conselhos Estaduais de Assistência Social que podem inscrever as entidades qualificadas como OSCIP, desde que preencham os requisitos legais previstos na legislação municipal, estadual ou do Distrito Federal.
DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OS)
Organização Social é uma qualificação, um título, que a Administração outorga a uma entidade privada, sem fins lucrativos, para que ela possa receber determinados benefícios do Poder Público (dotações orçamentárias, isenções fiscais etc.), para a realização de seus fins, que devem ser necessariamente de interesse da comunidade.
A locução Organização Social, é muito genérica, pois ambas as palavras têm um significado muito abrangente. Esta, porém foi à denominação que o legislador resolveu outorgar àquelas entidades, em substituição ao desmoralizado título de utilidade pública, concedido a entidades assistenciais que de beneficentes só tinham o rótulo, por servirem a interesses particulares. Conforme expôs o Professor Paulo Modesto (então Assessor Especial do Ministério de Administração e Reforma do Estado), no XII Congresso de Direito Administrativo, em agosto de 1998, na impossibilidade política de revogar a Lei n. 91, de 1935, que regulava a aprovação do benefício "de utilidade pública", o Governo resolveu aprovar outra lei, criando a nova qualificação.
Nos termos da Lei Federal n. 9.637, de 18.5.1998, o Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sociais sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos os requisitos previstos nesse mesmo diploma.
O objetivo declarado pelos autores da reforma administrativa, com a criação da figura das organizações sociais, foi encontrar um instrumento que permitisse a transferência para as mesmas de certas atividades que vêm sendo exercidas pelo Poder Público e que melhor o seriam pelo setor privado, sem necessidade de concessão ou permissão. 
Trata-se de uma nova forma de parceria, com a valorização do chamado terceiro setor, ou seja, serviços de interesse público, mas que não necessitam que sejam prestados pelos órgãos e entidades governamentais. Sem dúvida, há outra intenção subjacente, que é a de exercer um maior controle sobre aquelas entidades privadas, que recebem verbas orçamentárias para a consecução de suas finalidades assistenciais, mas que necessitam enquadrar-se numa programação de metas e obtenção de resultados.
Essas pessoas jurídicas de direito privado são aquelas previstas no Código Civil, sociedades civis, religiosas, científicas, literárias e até mesmo as fundações (art. 16, I CC). Podem já existir ou serem criadas para o fim específico de receberem o título de organização social e prestarem os serviços desejados pelo Poder Público. O que importa é que se ajustem aos requisitos da lei.
São requisitos básicos:
a) não podem ter finalidade lucrativa e todo e qualquer legado ou doação recebida deve ser incorporado ao seu patrimônio; de igual modo, os excedentes financeiros decorrentes de suas atividades;
b) finalidade social em qualquer das áreas previstas na lei: ensino, saúde, cultura, ciência, tecnologia e meio ambiente;
c) possuir órgãos diretivos colegiados, com a participaçãode representantes do Poder Público e da comunidade;
d) publicidade de seus atos;
e) submissão ao controle do Tribunal de Contas dos recursos oficiais recebidos (o que já existe);
f) celebração de um contrato de gestão com o Poder Público, para a formação da parceria e a fixação das metas a serem atingidas e o controle dos resultados.
Submetendo-se a essas exigências e obtendo a qualificação de organização social, a entidade poderá contar com os recursos orçamentários e os bens públicos (móveis e imóveis) necessários ao cumprimento do contrato de gestão. Os bens ser-lhe-ão transferidos mediante permissão de uso e os recursos serão liberados de acordo com o cronograma de desembolso estabelecido no contrato de gestão. Mais ainda: é facultado ao Poder Executivo a cessão especial de servidor à organização social, com ônus para o órgão de origem.
Se o Poder Público cumprir efetivamente as obrigações assumidas no contrato de gestão, pode ser de grande interesse para as entidades privadas que já venham prestando serviços de interesse da comunidade obter sua qualificação como organização social, ainda que com certa perda de autonomia.
Nesse ponto, convém alertar que o Conselho de Administração da entidade deverá exercer papel fundamental na sua administração. Em sua composição, os representantes da comunidade e do Poder Público devem constituir maioria absoluta, controlando os atos da diretoria executiva, cujos membros serão, designados e dispensados pelo Conselho.
De certa forma, o Poder Público se assenhoreia (apodera) do controle da entidade privada – com a colaboração da comunidade – para que ela possa vir a exercer as atividades sociais desejadas, utilizando-se de recursos oficiais. Aliás, segundo o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, publicação do Ministério de Administração e Reforma do Estado, um dos objetivos desse novo tipo de parceria é precisamente reforçar o controle social direto desses serviços, através dos seus conselhos de administração.
A qualificação da entidade privada como organização social é ato administrativo discricionário do Poder Público. No âmbito federal, o exame da conveniência e oportunidade da medida cabe ao Ministro ou titular do órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao objeto social da entidade pretendente, assim como ao Ministro da Administração. Essa discricionariedade é criticada por alguns doutrinadores, por entenderem tratar-se de uma brecha perigosa no princípio da legalidade, dando ensejo a decisões subjetivas dos governantes.
Não obstante, como esclarece Hely Lopes Meirelles, Poder discricionário não se confunde com Poder arbitrário: "A faculdade discricionária distingue-se da vinculada pela maior liberdade de ação que é conferida ao administrador. Se para a prática de um ato vinculado a autoridade está adstrita à lei em todos os seus elementos formadores, para praticar um ato discricionário é livre, no âmbito em que a lei lhe confere essa faculdade."
Ora, a lei confere ao Executivo a liberdade de examinar a conveniência e a oportunidade de qualificar como organização social a entidade pleiteante, precisamente para verificar se é de interesse público transferir ao setor privado o serviço que vem sendo realizado pela própria Administração, ou, então, estimular o serviço já prestado pela entidade privada com recursos públicos. É indispensável que a Administração possa aferir as vantagens e desvantagens que possam advir para a comunidade dessa transferência.
A Administração há de justificar devidamente o seu ato: o porquê da outorga (ou não) do título jurídico de organização social à entidade que o pleiteia. Todo e qualquer ato administrativo deve ser motivado, principalmente aqueles resultantes do poder discricionário, pois são precisamente estes que precisam estar embasados na clara demonstração do interesse público que os fundamenta. Celso Antônio Bandeira de Mello diz bem que; tratando-se de ato administrativo discricionário, "o ato não motivado está irremissivelmente maculado de vício e deve ser fulminado por inválido."
O Poder Executivo também poderá desqualificar a entidade privada, retirando-lhe o título de organização social, mas essa providência há de estar baseada no descumprimento das disposições contidas no contrato de gestão e devidamente apuradas em processo administrativo, assegurado o direito de defesa dos dirigentes da organização.
O contrato de gestão, portanto, é o instrumento jurídico básico dessa nova forma de parceria entre o setor público e o privado. Embora a lei denomine esse instrumento de contrato, na verdade, trata-se de um acordo operacional entre a Administração e a entidade privada – é o acordo de direito público que mais se aproxima de um convênio, em que as partes fixam os respectivos direitos e obrigações para a realização de objetivos de interesse comum. Mas, como os convênios, também ficaram desmoralizados (porque ninguém cumpria a sua parte e não havia sanções) resolveu-se procurar instrumento mais eficaz.
Nos termos da lei federal, o contrato de gestão discriminará as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder Público e da Organização Social, mas, sobretudo, deverá especificar o programa de trabalho proposto, a fixação das metas a serem atingidas e os respectivos prazos de execução, bem como os critérios objetivos de avaliação de desempenho, mediante indicadores de qualidade e produtividade. Além disso, o contrato deve prever os limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens a serem percebidos pelos dirigentes e empregados da Organização Social, além de outras cláusulas, julgadas convenientes pelo Poder Público.
A eficácia do contrato de gestão está precisamente na possibilidade do exercício do controle de desempenho. Havendo indicadores, objetivos de qualidade, produtividade, metas a serem alcançadas e prazos de execução, o Poder Público pode perfeitamente acompanhar os trabalhos da entidade privada, e verificar a atuação de seus dirigentes, para tomar as providências cabíveis, que podem ir desde a substituição dos diretores (deve-se lembrar que os representantes do Poder Público e da comunidade constituem maioria absoluta no Conselho de Administração) até a cassação do título de Organização Social.
Os Estados e Municípios perante a Lei federal n. 9.637/98.
Na verdade, os Estados e Municípios, se quiserem se utilizar dessa nova forma de parceria na sua administração, deverão aprovar suas próprias leis. Deve-se lembrar de que a matéria diz respeito à forma de prestação de serviços de competência da respectiva entidade estatal. Por conseguinte, somente a entidade estatal competente pode legislar sobre o tema. A Lei n. 9.637/98 não é uma lei nacional, cujas normas gerais seriam aplicáveis aos Estados e Municípios, tanto assim que ela não faz menção ao assunto, como ocorre, por exemplo, com a Lei Geral de Licitações e Contratos (Lei n. 8.666/93, art. 1º, parágrafo único).
“...Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios...” 
(Esta lei determina pra que veio)
   
“...Art. 1o O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos nesta Lei...”
(Já esta lei diz da qualificação de uma organização já formada).
A Lei federal n. 9.637/98 pode servir como modelo para os Estados e Municípios, com as adaptações indispensáveis às suas peculiaridades, em especial no que diz respeito aos serviços que entendam convenientes que sejam prestados pelo setor privado. Em alguns lugares serão atividades voltadas à cultura (proteção ao patrimônio histórico, museus etc.), em outros à preservação do meioambiente (parques florestais, jardins públicos), em outros ao ensino e à pesquisa (institutos de pesquisa) ou à saúde (ambulatórios, creches, asilos) etc. A vantagem de se acolher o modelo federal é a possibilidade de se obter para as organizações sociais do Estado ou Município o mesmo benefício concedido às organizações sociais da União (repasse de verbas federais, sessão de bens etc.), desde que a legislação local não contrarie os preceitos da lei federal (art. 15).
Não é obrigatório o modelo federal. É apenas conveniente. Segundo consta, muitos Estados e Municípios já aprovaram suas leis, ainda com base na Medida Provisória n. 1.648/97 (da qual resultou a Lei n. 9.637/98), alguns com pleno êxito, como Porto Alegre.
Brasil – Objetivo Social
No Brasil, segundo a lei Nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, dispõe a Lei Orgânica da Assistência Social, no artigo 2:
“Art. 2 - A assistência social tem por objetivos: 
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de 01 (um) salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família.
Procedimento para registro de uma entidade filantrópica
Entidade Filantrópica é uma pessoa jurídica que presta serviços à sociedade, principalmente às pessoas mais carentes, e que não possui como finalidade a obtenção de lucro. 
Para que as entidades filantrópicas possam gozar de certos incentivos fiscais oferecidos pela Constituição, Legislação tributária, bem como, previdenciária é necessário o cumprimento de certas obrigações acessórias ou mesmo o preenchimento de requisitos para sua caracterização.
As entidades que podem ser caracterizadas como filantrópicas são: fundações, templos de qualquer culto, partidos políticos, entidades sindicais, associações, entidades culturais, de proteção à saúde, instituições de ensino dentre outras. 
Com o nome da Entidade e o endereço aprovado, o interessado deve dirigir-se ao Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, para arquivamento da documentação necessária para tal procedimento.
Documentos:
- Estatuto Social em 03 vias;
- Certidão de Busca da entidade para inscrição no município;
- Pagamento das taxas pertinentes no próprio cartório.
- Registra-se no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica na Secretaria da Receita Federal.
- Alvará de licença para funcionamento e do Corpo de Bombeiros
Algumas Entidades Filantrópicas nacionais:
- Aldeias Infantis SOS Brasil - São Paulo (SP)
- Ação da Cidadania - Rio de Janeiro (RJ)
- Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais - Brasília (DF)
- Alcoólicos Anônimos (AA) - São Paulo (SP)
- Asas de Socorro - Anápolis (GO)
- Associação Brasileira Terra dos Homens - Rio de Janeiro (RJ)
- Doutores da Alegria - São Paulo (SP)
- Fundação Gol de Letra - São Paulo (SP)
- União dos Escoteiros do Brasil - Curitiba (PR) 
- Lar São Domingos – Maceió (AL)
- Grupo de Apoio à Criança com Câncer - Salvador (BA)
- Instituto de Cegos da Bahia Salvador (BA)
- Casa da Acolhida Marista de Vila Velha - Vila Velha - (ES); e muitas outras.
Associativismo
A expressão associativismo designa, por um lado à prática social da criação e gestão das associações (organizações providas de autonomia e de órgãos de gestão democrática: assembléia geral, direção, conselho fiscal) e, por outro lado, a apologia ou defesa dessa prática de associação, enquanto processo não lucrativo de livre organização de pessoas (os sócios) para a obtenção de finalidades comuns.
O associativismo, enquanto forma de organização social, caracteriza-se pelo seu carácter, normalmente, de voluntariado, por reunião de dois ou mais indivíduos usado como instrumento da satisfação das necessidades individuais humanas (nas suas mais diversas manifestações).
A Imunidade Tributária e a Isenção muitas vezes são confundidas:
Imunidade Tributária: é uma garantia constitucional, isto é, a imunidade é a proibição garantida constitucionalmente que impede os poderes tributadores.
- União, Estados, Distrito Federal e Municípios, de instituir tributo em relação a certas pessoas, entes ou em determinadas situações.
Na imunidade, como inexiste o poder de tributar, não há fato gerador. 
Isenção: na isenção o fato gerador é a lei ordinária; na isenção ocorre mera dispensa do pagamento do tributo devido. A isenção é um favor legal que a qualquer momento pode ser retirado. 
O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Tributo é uma prestação pecuniária compulsória que não constitui sanção de ato ilícito, instituída por lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, conforme o art. 3º do Código Tributário Nacional.
“Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”
Tributo, portanto, é um gênero, que tem diferentes espécies. Os tributos mais conhecidos são: o imposto; a taxa e a contribuição de melhoria. O nosso sistema tributário admite também os empréstimos compulsórios e as contribuições parafiscais.
Imposto – é o tributo de caráter genérico que não se prende a qualquer atividade específica do Estado em relação ao contribuinte. Ou seja, o pagamento pelo contribuinte não lhe confere direito a uma contraprestação específica. Presta-se para manter serviços gerais, que servem à coletividade como um todo, como por exemplo, a segurança pública.
Taxa – é um tributo que está diretamente relacionado a uma prestação de um serviço específico e divisível pelo Estado ao contribuinte. 
Exemplo: fornecimento de água tratada (art.77 CTN).
Contribuição de Melhoria – é o tributo cobrado em relação à valorização imobiliária decorrente de alguma obra pública.
Empréstimo Compulsório – é o tributo restituível que a União será autorizada a criar mediante lei complementar para atender a despesas extraordinárias que surgem de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência ou de necessidade urgente de investimento público de interesse nacional.
O empréstimo compulsório consiste na tomada compulsória de certa quantidade em dinheiro do contribuinte a título de "empréstimo", para que este o resgate em certo prazo, conforme as determinações estabelecidas por lei.
Contribuições parafiscais – são aquelas sempre cobradas compulsoriamente pela União para que este repasse para as autarquias e os entes parestatais. São elas classificadas em três tipos:
1. Contribuições sociais: cobradas pela seguridade social e pelo PIS/PASEP;
1. Contribuições de intervenção no domínio econômico: assegurar a livre concorrência, defender o consumidor, preservar o meio ambiente e os recursos naturais;
1. Contribuições do interesse de categorias profissionais: contribuições sindicais e de outros organismos profissionais como CRC, OAB e CREA.
Classificação dos impostos de competência da União, dos Estados e dos Municípios:
Impostos da União: Imposto de Importação (II); Imposto de Exportação (IE), Imposto de Renda (IR); Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Imposto de Operações de Crédito, Câmbio, Seguro ou Títulos e Valores Mobiliários (IOF), Imposto Propriedade Territorial Rural (ITR), Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), que ainda não está em vigor e aguarda lei complementar e Imposto Extraordinário.
Impostos dos Estados: Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD), Imposto de Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) e Imposto de Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Impostos dos Municípios: Imposto de Propriedade e Territorial Urbana (IPTU), Imposto de Transmissão (onerosa) Inter Vivos de Bens

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