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14 11 TCC II - RIBAMAR - TERCEIRO SETOR 14 11 13

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1 
 
 
 
 
 
BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
JOSÉ RIBAMAR PEREIRA DO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
A CONTABILIDADE NO TERCEIRO SETOR - A IMPORTANCIA DA GESTÃO 
CONTABIL NO TERCEIRO SETOR, ESTUDO DE CASO: SANTA CASA DE 
MISERICÓRDIA DE FORTALEZA - CE. 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2013
1 
JOSE RIBAMAR PEREIRA DO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
A CONTABILIDADE NO TERCEIRO SETOR - A IMPORTANCIA DA GESTÃO 
CONTABIL NO TERCEIRO SETOR, ESTUDO DE CASO: SANTA CASA DE 
MISERICÓDIA DE FORTALEZA - CE. 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso 
apresentado ao curso de Ciências 
Contábeis da Faculdade Ateneu – 
Campus Messejana, como requisito para 
obtenção do grau de Bacharel em 
Ciências Contábeis. 
Orientador: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2013
2 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todas as instituições ‘sem fins lucrativos’ 
tem algo comum: são agentes de 
 mudança humana. ‘Seu produto’ é um 
paciente curado, uma criança que 
aprende; um jovem que se transforma em 
um adulto com respeito próprio; isto é 
tôda uma vida transformada”. 
 
Peter F. Drucker. 
 
3 
 
3 
LISTA DE SIGLAS 
 
CFC Conselho Federal de Contabilidade 
IDIS Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social 
NBC Norma Brasileira de Contabilidade 
OSCIP Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público 
ONGs Organizações não Governamentais 
OS Organização Social 
 
4 
 
4 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 00 
1.1 Delimitação do tema ...................................................................................... 00 
1.2 Objetivos ........................................................................................................ 00 
1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................ 00 
1.2.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 00 
1.3 Justificativa ..................................................................................................... 00 
1.4 Problematização .............................................................................................. 00 
1.5 Hipóteses ....................................................................................................... 00 
1.6 Metodologia ..................................................................................................... 00 
1.6.1 Tipos de pesquisa ........................................................................................... 00 
1.6.2 Métodos utilizados na pesquisa ..................................................................... 00 
1.6.3 Técnicas de apresentação dos resultados ..................................................... 00 
1.7 Referencial teórico ......................................................................................... 00 
1.8 Etapas da pesquisa ........................................................................................ 00 
2 TERCEIRO SETOR........................................................................................ 00 
2.1 Origem ........................................................................................................... 00 
2.2 Conceito ........................................................................................................ 00 
2.3 Legislação aplicável ao Terceiro Setor ........................................................... 00 
3 PESSOAS JURIDICAS ................................................................................. 00 
3.1 Conceito ......................................................................................................... 00 
3.2 Classificação das pessoas jurídicas .............................................................. 00 
3.2.1 Classificação da pessoas jurídica quanto as suas funções e capacidades 
 .................................................................................................................................. 00 
3.2.1.1 Pessoas jurídicas de direito publico interno ................................................ 00 
3.2.1.2 Pessoas jurídicas de direito publico externo ............................................... 00 
3.2.2.3 Pessoas jurídicas de direito privado ............................................................ 00 
3.3 Classificação da pessoa jurídica quanto a sua estrutura ................................ 00 
4. TIPOS DE ORGANIZAÇÕES ......................................................................... 00 
4.1 Associações ................................................................................................... 00 
4.2 Fundações ..................................................................................................... 00 
4.3 Organizações sociais .................................................................................... 00 
4.4 Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIPs ................ 00 
5 
 
5 
4.5 Organizações Religiosas .............................................................................. 00 
4.6 Partidos políticos ........................................................................................... 00 
 
 
5 DEMONTRAÇÕES CONTABEIS PARA ENTIDADES SEM FINS 
LUCRATIVOS ........................................................................................................... 00 
5.1 Balanço patrimonial ....................................................................................... 00 
5.2 Demonstrações do superávit ou déficit do exercício ...................................... 00 
5.3 Demonstrações do patrimônio social.............................................................. 00 
5.4 Demonstrações de origens e aplicações de recursos ................................... 00 
5.5 Demonstrações do fluxo de caixa ................................................................. 00 
5.6 Notas explicativas .......................................................................................... 00 
6 ESTUDO DE CASO ...................................................................................... 00 
6.1 Breve histórico da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza ........................ 00 
6.2 Funcionamento da entidade ........................................................................... 00 
6.3 Estrutura funcional.......................................................................................... 00 
6.4 Organograma ................................................................................................. 00 
6.5 Estratégia e planos para o futuro ................................................................... 00 
6.5.1 Autossustentação ......................................................................................... 00 
6.5.2 Relações com o mercado ............................................................................. 00 
6.5.3 Área jurídica ................................................................................................ 00 
6.5.4 Expectativas para 2014 ............................................................................... 00 
6.6 Demonstrações financeiras ......................................................................... 00 
6.6.1 Notas explicativas ás demonstrações contábeis em 31.12.2012 ................ 00 
6.6.2 Índices – indicadores econômico-financeiros .............................................. 00 
6.6.3 Analise do resultado econômico-financeiro em 2012 ................................. 00 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................00 
 REFERENCIAS 
 
 
 
6 
 
6 
1. INTRODUÇÃO 
 A contabilidade existe desde a antiguidade e seu papel social 
é estabelecer um sistema de informação para as organizações, sejam 
elas com ou sem fins lucrativos. Sua evolução acompanhou o próprio 
desenvolvimento social, cultural e econômico das sociedades humanas, 
surgindo de uma necessidade pratica, pois a medida que o homem a ter 
maior quantidade de recursos financeiros e bens, enfrentava dificuldade 
para memorizar suas riquezas, passando assim, a requerer registros 
para controlar o patrimônio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
7 
1.1 Delimitação do tema 
 
 Pretende-se através deste trabalho, medir o grau de importância da 
contabilidade para seus usuários internos e externos, as técnicas aplicadas e 
utilizadas na Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, organização beneficente 
do Terceiro Setor situada na cidade de Fortaleza, Estado do Ceará no ano de 
2013. 
 Analisando esses aspectos, formula-se o seguinte problema de 
pesquisa: Qual a relevância da contabilidade no processo de gestão para o 
Terceiro Setor? 
 
1.2 Objetivos 
 De acordo com Gil (2006) o objetivo da pesquisa define o que o 
pesquisador pretende realizar tendo em vista o problema levantado. 
 
1.2.1 Objetivo geral 
 O presente trabalho tem como objetivo geral, demonstrar a 
aplicabilidade da contabilidade, sendo ferramenta de suporte à boa gestão dos 
recursos financeiros captados para o Terceiro Setor. 
 
1.2.2 Objetivos específicos 
 Demonstrar os aspectos formais e legais de uma entidade do 
Terceiro Setor. 
 Esclarecer a importância da contabilidade para o terceiro setor, a 
tributação das entidades do terceiro setor, o significado e classificação do 
terceiro setor. 
Estudo de caso na Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza. 
 
 
1.3 Justificativa 
 A contabilidade é uma ciência social e seu objeto é o controle e 
analise do patrimônio das organizações, sejam elas com ou sem fins lucrativos. 
Assim sendo, demonstra aos usuários internos e externos informações 
8 
 
8 
econômicas financeiras sobre seus patrimônios e suas variações, utilizando-se 
de registros contábeis, demonstrações, diagnósticos e prognósticos expressos 
sob a forma de relatórios e pareceres. 
 As associações do Terceiro Setor têm como objetivo principal a 
melhoria da qualidade de vida das pessoas necessitadas. Portanto, atuam nas 
áreas de educação, saúde, esportes, lazer, orientação vocacional, qualificação 
profissional, cultura, etc. 
 O Terceiro Setor é mantido com recursos de doações de empresas 
e pessoas físicas e, também, com repasse de verbas públicas. Existem 
também muitas associações que conseguem obter recursos através da 
organização de festas, jantares, bazares e venda de produtos (artesanatos, 
bijuterias, camisas, agendas, etc). 
 A sustentabilidade das organizações do Terceiro Setor está 
atrelada à sua capacidade de gestão, é um equivoco afirmar que as empresas 
sem fins lucrativos não podem auferir lucros. Elas não só podem ser lucrativas 
como devem, do contrario, incapacita-se de investir em novos projetos sociais. 
Tal proibição reside na distribuição e não na geração e reinvestimento desses 
lucros. 
 Terceiro Setor é um termo usado para fazer referência ao conjunto 
de sociedades privadas ou associações que atuam no país sem finalidade 
lucrativa. O terceiro setor atua exclusivamente na execução de atividades de 
utilidade pública. Possuem gerenciamento próprio, sem interferências externas. 
 A maior parte das organizações do Terceiro Setor depende 
financeiramente da solidariedade alheia, não havendo uma certeza de entrada 
permanente de recursos, condição de sobrevivência que, ao lidar com 
escassez de recursos, exige uma gestão eficiente da organização. 
 Portanto, este ambiente dinâmico, de competitividade por recursos, 
impõe nova postura gerencial e de controle: cultivo da transparência, avaliação 
de desempenho e evidenciação contábil. 
 O Terceiro Setor é composto de organizações sem fins lucrativos, 
criadas e mantidas principalmente pela participação voluntaria, em um âmbito 
não governamental, dando continuidade às praticas tradicionais da caridade, 
da misericórdia, e da filantropia. 
9 
 
9 
 Diante dessa realidade, vê-se a relevância do estudo do tema em 
questão, uma vez que mesmo com a visão voltada para o social, o Terceiro 
Setor também tem um processo econômico que precisa ser acompanhado, e a 
contabilidade é fundamental, pois contribui para manter a transparência e 
credibilidade junto a seus colaboradores e a sociedade. Assim sendo, é 
necessário e imprescindível que os profissionais da contabilidade tenham 
conhecimento aprofundado de um setor que só cresce na conjuntura social 
atual. 
 
1.4 Problematização 
 Segundo Gil (2006), o problema de pesquisa é qualquer questão 
não resolvida e que é objeto de discussão, em qualquer domínio do 
conhecimento. 
Pretende-se demonstrar que o Terceiro Setor trata-se de uma junção do setor 
estatal (agentes políticos atuando para fins públicos) e do setor mercado 
(agentes privados atuando para fins privados), para uma finalidade maior, 
suprir as falhas do Estado e do setor privado em atendimento às necessidades 
da população (agentes privados atuando para fins públicos) em especial a 
população carente. Daí a necessidade de uma contabilização adequada dos 
atos e fatos ocorridos nas instituições. 
Para o presente trabalho de pesquisa sobre o terceiro setor, é 
indispensável que se estabeleça uma relação formal entre um caso real e os 
referenciais teóricos, portanto é necessário conhecer e compreender a 
formação das políticas públicas que norteiam o setor e, para tanto, resta saber 
o grau de envolvimento do poder público com as entidades não 
governamentais. 
Qual a relevância da contabilidade no processo de gestão para o 
Terceiro Setor? 
 
 
1.5 Hipóteses 
As Entidades do Terceiro Setor devem ser consideradas como 
empresas, pois apesar do rotulo de atividade sem fins lucrativos, as mesmas 
10 
 
10 
visam fins econômico ou “superávit”. Estas instituições possuem atividades a 
cumprir e publico alvo. 
 As Organizações do Terceiro Setor brasileiras exigem um padrão 
especifico de registro contábil para que possam produzir prestações de contas 
compatíveis com sua realidade, a fim de oferecê-las à sociedade civil e ao 
Estado e aos seus mantenedores. 
 As Empresas do Terceiro Setor não possuem fins lucrativos, mas 
recebem doações do governo ou de entidades/empresas para o custeio de 
suas atividades. A partir desta premissa é que se pode afirmar que uma 
contabilidade formal é tão indispensável nessas entidades quanto em uma 
empresa que visa lucros. 
 O Terceiro Setor, apesar de atividade não lucrativa, capta e gera 
recursos, o que requer uma contabilidade formal e organizacional. Diante 
destes fatos a Contabilidade atua, como sendo uma ferramenta de informação 
formal e estruturada. 
 São componentes do terceiro setor: as Associações, as Sociedades, 
as Fundações Privadas, os Partidos Políticos e as Organizações Religiosas. 
 
1.5 Metodologia 
 
 Para realizar este trabalho a metodologia aplicada terá o intuito de 
aumentar o conhecimento do pesquisador, visando se utilizar de procedimentos 
de pesquisas, métodos e técnicas descritas nos tópicos seguintes. 
 
1.6.1 Tipos de pesquisa 
 GIL (2002, p. 41) descreve que as pesquisas podem ser 
classificadas em três grandes grupos: exploratórias, descritivas e explicativas. 
Esta pesquisa foi classificada em exploratória e descritiva. 
 
1.6.2 Métodosutilizados na pesquisa 
 O método utilizado na pesquisa pretende ser apresentado de forma 
racional e ordenado, para se alcançar os objetivos estabelecidos. 
 O método de abordagem aplicado foi o método dedutivo no qual 
este fará uma relação lógica a fatos verídicos. 
11 
 
11 
 
1.6.3 Técnicas de apresentação dos resultados 
 Quanto à técnica aplicada, trata-se de um estudo de caso, que se 
caracteriza pelo aprofundamento de informações no campo pratico, de maneira 
que permita a investigação de forma ampla e detalhada. 
 Outra modalidade aplicada nesta pesquisa será através do estudo 
de caso, com o propósito de se obter um trabalho amplo e pormenorizado, com 
situações concretas para que se tenha um resultado abrangedor. 
 Serão realizadas entrevistas, bem como repassados questionários 
ao publico gestor da entidade investigada, com fim destinado a se visualizar, 
não só falhas contábeis possivelmente existentes, mas de verificar como são 
aplicadas as regras contábeis normatizadoras no funcionamento da casa de 
saúde. 
 Pretende-se que ao final, após uma analise do que foi coletado, 
tenha um resultado de grande valia para os atuais e futuros profissionais da 
contabilidade. 
 
1.7 Referencial teórico 
 
1.8 Etapas da pesquisa 
 
 
12 
 
12 
2 TERCEIRO SETOR 
2.1 Origem 
 
Os registros do Terceiro Setor no mundo remontam à Historia Antiga 
(civilizações gregas, egípcias, remanas etc). Pode-se afirmar que a cultura que 
influencia a formação do Terceiro do Setor teve sua origem basicamente em 
duas grandes correntes: a Religiosa e a Greco-Romana. 
Assim sendo, as organizações do Terceiro Setor despontaram em 
todas as partes do mundo como um movimento fundamentado nos princípios 
da caridade, beneficência, filantropia e solidariedade, através da sociedade civil 
organizada – igrejas cristãs. 
O surgimento do Terceiro Setor no Brasil ocorre de uma 
necessidade da iniciativa privada em promover ações voltadas para o âmbito 
social, educacional, cultural e ambiental, a fim de suprir a ineficiência e 
incapacidade do Estado em atender as crescentes necessidades econômicas 
sociais das populações mais carentes. Não se tem o dado exato de qual seja o 
inicio das primeiras organizações deste setor. “A Santa Casa de Misericórdia 
de Santos, criada em 1543, talvez seja a primeira instituição do Terceiro Setor 
de que sem tem registro no Brasil”. (REVISTA BRASILEIRA DE 
ADMINISTRAÇÃO. 2002 p. 30). 
Esse fenômeno passa a ter maior ressonância para a sociedade 
principalmente a partir da Constituição de 1988. No entanto estudos mostram 
que, desde a colonização, estas organizações atuam no Brasil. Em um primeiro 
momento, em associações voluntarias fundada pela Igreja Católica, que atuava 
nas áreas assistenciais, como a saúde e a educação. Num segundo momento, 
na década de 30, no governo de Getulio Vargas, período em que o 
assistencialismo predominou na estratégia política do governo, também se 
vislumbra a atuação dessas organizações. Num terceiro momento, na década 
de 70, em que as instituições de caráter filantrópico e os movimentos sociais, 
com o apoio da Igreja Católica, tornaram-se porta vozes de problemas, como a 
repressão, desigualdade e injustiça social também se notam a ação das 
mesmas. Finalmente, o quarto momento pode ser formalmente marcado com o 
advento da Constituição de 1988, que definiu o conceito de cidadania e traçou 
a elaboração de políticas sociais. Com isso, foram elaboradas varias outras 
13 
 
13 
leis, como a Lei de Incentivo à Cultura, a Lei Orgânica da Assistência Social e a 
mais importante: a Lei 9.790/99, que criou as Organizações da Sociedade Civil 
de Interesse Público, as chamadas OSCIPs. 
Para Araujo (2009, p. 1), o Terceiro Setor pode ser caracterizado 
como um “agente de transformação do ser humano”. No entendimento do 
autor, os serviços prestados pelas entidades do Terceiro Setor visam, 
principalmente, à transformação do ser humano. Essa iniciativa tem raízes 
históricas antigas. 
No Brasil, uma retrospectiva dos principais fatos históricos, relativos 
ao período de 1543 e 1999, voltados ao Terceiro Setor pode ser destacada 
conforme abaixo: 
● 1543 – Fundação da Santa Casa de Misericórdia da então Vila de 
Santos – SP. 
● 1549 – Chegada da primeira missão jesuítica do Brasil; 
● 1908 – Chegada da Cruz Vermelha ao Brasil; 
● 1910 – O escotismo, fundado dois anos antes na Inglaterra por 
Robert Baden-Powel, se estabeleceu aqui, para “ajudar o próximo em toda e 
qualquer ocasião”; 
● 1935 – Promulgada a Lei de declaração de utilidade publica, que 
regula a relação e colaboração do Estado com as Entidades Sem Fins 
Lucrativos – ESFL; 
● 1945 – O presidente Getulio Vargas cria a Legião Brasileira de 
Assistência – LBA; 
● 1961 – Nasceu a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais 
- APAE, que mudou o conceito de assistência aos excepcionais, atualmente 
denominados de Portadores de Necessidades Especiais; 
● 1967 – O Governo criou o Projeto Rondon e levou universitários ao 
interior do país para atender comunidades carentes; 
● 1983 – Surgiu a Pastoral da Criança, treinando lideres 
comunitários para combater a mortalidade infantil; 
● 1993 – Herbert de Souza, o Betinho, fundou a Ação da Cidadania 
contra a Miséria e pela Vida; 
● 1995 – Fernando Henrique Cardoso criou o programa Comunidade 
Solidária que substituiu a Legião Brasileira de Assistência; 
14 
 
14 
● 1995 – Implantado o programa Universidade Solidária – Unisol, 
atuante a partir de 1996; 
● 1998 – Foi promulgada a Lei 9.608, que regulamenta a pratica do 
voluntariado; 
● 1999 – A Lei 9.790 qualificou as organizações da sociedade civil 
de direito público e disciplinou um termo de parceria; 
Ainda na década de 90, com a reforma do Estado, iniciada por 
Fernando Collor de Melo, e continuada por Fernando Henrique Cardoso, 
surgiram as Organizações Sociais (O.S), sendo sua existência atrelada a um 
titulo público, o título de O.S, fornecido pelo Estado para a organização que 
reúnem impostas pela concedente. Efetivamente uma O.S é uma organização 
do Terceiro Setor (associação ou fundação), cuja função é cumprida com o 
apoio do Estado, que se deu pela promulgação da Lei Federal no. 9.637, de 15 
de Maio de 1998, que inseriu também um novo conceito e uma nova forma de 
atuação e de cooperação entre o Estado e as chamadas entidades sem fins 
lucrativos, através do contrato de gestão. Pode-se perceber, portanto que essa 
categoria de organizações sem fins lucrativos apresentam uma característica 
conferida pela lei, que é a de manter o contrato de gestão. 
 
Observando-se a retrospectiva histórica do Terceiro Setor no Brasil, 
verifica-se, inicialmente, a preocupação com os segmentos filantrópicos, 
voltados ao assistencialismo religioso e de saúde. As entidades que, em sua 
maioria, eram patrocinadas pela Igreja Católica, procuravam preencher a 
necessidade de prover a saúde da população mais carente. 
 
 
2.2 Conceito 
 A expressão Terceiro Setor tem origem no termo inglês Third 
Sector. São empregadas também outras denominações como, Voluntary, 
Independent ou Non-profit Sector e Public Charities. 
 O conceito de Terceiro Setor tem gerado muita controvérsia dentro 
e fora do mundo acadêmico, não existindo unanimidade entre os diversos 
autores, inclusive no tocante a sua abrangência. 
15 
 
15 
 São muitas as designações dadas às entidades que são públicas 
quanto aos seus objetivos, pois visam à transformação da sociedade, sem 
privilegiar o interesse de alguns, e que, por outro lado, são privadas quanto a 
sua forma de constituição e manutenção. Essas entidades são constituídas a 
partir de associações voluntarias e mantidas a partir das ações desse 
voluntariado. 
 Segundo Souzain Oliveira e Romão (2001, p. 28) conceitua o 
Terceiro Setor no Brasil e acrescenta como é considerado juridicamente. 
Escreve ele: 
A definição do Terceiro Setor a partir da análise do ordenamento jurídico 
brasileiro é tarefa hercúlea. Somando-se ao sem número de elementos 
teóricos que balizam os estudos doutrinários sobre o tema, a própria 
legislação constitucional e infraconstitucional é heterogênea na definição 
do Terceiro Setor. As denominações encontradas nos textos legais são as 
mais diversas, apesar de muitas vezes estarem se referindo à mesma 
situação jurídica. Registra-se a utilização de termos legislativos cmo 
associação, associação civil, serviço social, estabelecimento particular de 
educação gratuita, instituição artística, instituição científica, instituição de 
ensino, instituição fundada por associação civil, instituição de iniciativa de 
indivíduos, associação particular, associação profissional, templo de 
qualquer culto, igreja, partido político, instituição de assistência social, 
serviço assistencial, instituição privada, entidade filantrópica, entidade som 
fins lucrativos, organização representativa da população, escola 
comunitária, escola filantrópica, entidade sindical, sindicato, entidade 
beneficente de assistência social e, por fim entidade não governamental. 
 
 De qualquer maneira, pode-se dizer que, no Brasil, a denominação 
Terceiro Setor é utilizada para identificar as atividades da sociedade civil que 
não se enquadram na categoria das atividades estatais (Primeiro Setor, 
representado por entes da Administração Pública) ou das atividades de 
mercado (Segundo Setor, representado pelas empresas com finalidade 
lucrativa). 
 Podem ser distinguidas nesse contexto três esferas, a estatal, em 
que tanto os “meios” quantos os “fins” são públicos; o mercado, em que tanto 
os meios quanto os “fins” são privados, e uma terceira esfera, em que os 
“meios” são privados, no entanto os “fins” podem ser públicos ou privados. A 
16 
 
16 
essa terceira esfera, que não é estatal nem de mercado, tem se atribuído, com 
ampla aceitação, a designação de Terceiro Setor. 
 Qualificam-se como entidades do Terceiro Setor as Organizações 
Não Governamentais (ONGs), que por sua vez compreendem as Associações, 
Fundações, Entidades Assistenciais, Institutos, Clubes Recreativos, Entidades 
Desportivas e qualquer outra união de pessoas que buscam ao bem comum 
não visando lucro. 
De acordo com Araujo, (2009 p. 1). 
No atual panorama econômico mundial, pode-se afirmar que existem três 
setores distintos, que de formas diversificadas fazem movimentar a 
economia e trabalham para a evolução da sociedade. 
 Situado no primeiro setor está o Estado, que, por meio de seus órgãos e 
entidades, exerce suas múltiplas atividades, quais sejam, política, administrativa, econômica e 
financeira, com o objetivo de cumprir suas finalidades básicas, desempenhando as seguintes 
funções: 
 ● instituição e dinamização de uma ordem jurídica; 
 ● resolução dos conflitos sociais por meio da aplicação das normas 
instituídas; 
 ● administração e gerenciamento dos bens públicos para atender as 
necessidades da coletividade. 
 
 Assim sendo, o Primeiro Setor compreende o poder publico 
responsável pelas questões coletivas, o Segundo Setor é a iniciativa privada 
(empresas), tendo interesses mercantis e, por fim, o Terceiro Setor, que 
compreende as organizações representadas pela sociedade civil, com 
características privadas, porem sem fins lucrativos, em geral com finalidade 
puramente social. 
 O segundo setor é o privado, responsável pelas questões 
individuais, tendo objetivo primordial o lucro. 
 O terceiro setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e 
não governamentais, que tem como objetivo gerar serviços de caráter público. 
 O Terceiro Setor é assim chamado porque engloba instituições com 
fins públicos, produzem e comercializam bens e serviços, não são estatais, 
nem visam lucro financeiro com os empreendimentos efetivados, de caráter 
privado, que não se enquadram, portanto no Primeiro Setor (Estado). 
17 
 
17 
 Estas entidades sem fins lucrativos são instituições privadas com 
propósitos específicos de provocar mudanças sociais e cujo patrimônio é 
constituído, mantido e ampliado a partir das contribuições, doações, 
subvenções, receitas de aplicações financeiras, receitas de capital, 
mercadorias e serviços, taxas e outras. 
 Oliveira e Romão (2011 p.28) escrevem: 
Genericamente, o Terceiro Setor é visto como derivado de uma conjugação 
das finalidades do Primeiro Setor com a metodologia do Segundo, ou seja, 
composto por organizações que visam a benefícios coletivos, embora não 
sejam integrantes do governo. São de natureza privada, embora não 
objetivem auferir lucros. As organizações que atuam efetivamente em ações 
sociais, na busca de benefícios coletivos públicos, que podem ser 
consideradas como de utilidade pública, são capazes de auxiliar o Estado 
no cumprimento de seus deveres, atentando para as desigualdades 
vigentes no país e a incapacidade do Estado de desempenhar com 
eficiência as atividades que lhe são atribuídas. 
 
 
2.3 Legislações aplicáveis ao terceiro setor 
 A legislação aplicável às Entidades do Terceiro Setor inicia-se com 
a Constituição Federal que deve ser respeitada em toda a sua magnitude e o 
Código Civil (Lei nº 10.406/02) – arts. 44 a 52 (Normas Gerais); arts. 53 a 61 
(Associações); arts. 62 a 69 (Fundações); e; arts. 2.031, 2.033 e 2.034 
(Adaptação ao Código Civil). Outras legislações também são aplicáveis, dentre 
essas leis destacam-se o Decreto 3.000/1999 que trata dos aspectos tributários 
das empresas ou a Lei nº 6.404/76 que abrange os aspectos societários e 
contábeis. 
 No Brasil, o principal diploma legal sobre regulamentação contábil é 
a Lei nº 6.406, de 15 de dezembro de 1976, conhecida como a Lei das SAs. 
“Embora essa lei refira-se às Sociedades Anônimas, caracterizadas por terem 
seu capital social dividido em partes iguais e ideias denominadas ações e cujos 
sócios tem a sua responsabilidade limitada ao valor das ações que 
subscreveram, ainda assim, essa lei pode ser aplicada às demais sociedades 
ou organizações que se utilizem de recursos no cumprimento dos seus 
objetivos” (ARAUJO, p.53 2009). 
 A Lei nº 6.406/76 é seguida por todos os segmentos empresariais 
na estruturação de suas contas contábeis e na publicação das demonstrações 
financeiras. A Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, veio alterar alguns 
dispositivos desta Lei 6.406/76 no sentido de adequar as demonstrações 
contábeis aos padrões internacionais, atendendo as diversas mudanças 
18 
 
18 
ocorridas nos planos mundiais nos níveis econômicos e sociais. Com ela, 
procurou-se também facilitar a inserção das empresas nacionais no processo 
de convergência contábil internacional, o que permitirá o aumento da 
transparência das demonstrações financeiras. 
 Entretanto a Lei nº 9.790 de 23 de março de 1999, trata-se de uma 
legislação exclusiva para as OSCIPs, que qualifica a pessoa jurídica como 
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público e cria o Termo de 
Parceria. Na esfera contábil, a principal contribuição desse expediente legal 
está no seu artigo quarto que dispõe sobre as normas mínimas de prestação 
de contas a serem observadas por este tipo de entidade. 
 Outra legislação fundamental à contabilidade das entidades do 
Terceiro Setor, incluindo-se as OSCIPs, é a Resolução do Conselho Federal de 
Contabilidade – CFC nº 877, de 18 de abril de 2000, (CFC, p.212, 2006), que 
em seuartigo primeiro aprova a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 
10.19 - Entidades sem Finalidade de Lucros. Esta legislação veio regulamentar 
os processos de contabilidade institucionalizados até então e revesti-los do 
rigor legal. 
 Outras legislações do CFC também são aplicáveis a determinadas 
entidades do Terceiro Setor. A NBC T 10.4 (CFC, p.159, 2006), refere-se aos 
critérios contábeis aplicáveis às Fundações e a NBC T 10.18 (CFC, p.207, 
2006), trata das Entidades Sindicais e Associações de Classe. 
 Num aspecto mais genérico a NBC T 3 (CFC, p. 95, 2006) e a NBC 
T 6 (CFC, p. 116, 2006), vem fundamentar a contabilidade, sendo que a 
primeira trata dos conceitos, conteúdo, Estrutura e Nomenclatura das 
Demonstrações Contábeis e a segunda trata de sua divulgação. Entretanto, 
cabe ressaltar que as entidades do Terceiro Setor possuem características 
especificas que são complementadas pela NBC T 10.19.(CFC, p.212, 2006). 
 
19 
 
19 
PESSOAS JURIDICAS 
3.1 Conceito 
 A pessoa jurídica não é algo de físico e palpável, que pode ser 
tocado como é o homem, pessoa natural. A existência da pessoa jurídica e a 
natureza destas organizações são identificadas pelo Código Civil. Pessoas 
Jurídicas são entidades a que a lei empresta personalidade, isto é, são seres 
Pessoa Jurídica é a unidade de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa 
à concepção de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e 
de obrigações. No Brasil, Alemanha, Espanha e Itália usa-se a expressão 
“pessoa jurídica”, em Portugal, “pessoa coletiva”, na França “pessoa moral”. 
 Para Oliveira e Romão (2011 p.3): 
A figura da pessoa jurídica é um instituto da ciência do direito, que tem merecido um 
tratamento especial, dadas as suas variadas e múltiplas aplicações. Para que se tenha 
melhor compreensão sobre o instituto jurídico, é necessário entender que num dado 
momento o individuo debate-se com as suas limitações, tornando-se incapaz de trazer 
ao cenário das realizações certos anseios que nutrem, pois tais anseios são maiores 
do que suas energias; portanto, acima dos seus limites individuais. 
 A definição de Pessoa Jurídica é encontrada no Código Civil em seu Artigo 
40 e define Pessoa Jurídica como uma entidade a que a lei empresta o seu nome, 
atuando com personalidade distinta da dos membros que a criaram – que combinam 
seus esforços e recursos para atingir os objetivos traçados. 
 
 A existência da Pessoa Jurídica inicia-se com o registro do instrumento de 
constituição (Ex. Contrato Social, Estatuto) em Órgão de Registro (Ex. Juntas 
Comerciais e Cartórios de Registro de Títulos e Documentos). O estatuto social deve 
refletir os objetivos e formas da atuação da entidade, devendo ser revisto na medida em 
que as regras básicas nele contidas se mostram omissas ou defasadas em relação ao 
grau de amadurecimento da entidade. Os membros da entidade devem analisar 
criteriosamente o seu estatuto e verificar até que ponto possibilita um trabalho livre e 
autônomo da diretoria ou trazem em seu conteúdo vícios ou casos não previstos. 
 Existem estatutos sociais que se revelam omissos em alguns aspectos, 
como no caso das eleições que não esclarecem sobre a possibilidade de reeleição da 
diretoria ou sobre o preenchimento dos cargos em vacância, ou ainda sobre os 
requisitos para assumir a direção da entidade. O Artigo 54 do Código Civil Brasileiro 
20 
 
20 
dispõe sobre os requisitos básicos do estatuto social de uma Entidade. Assim sendo, 
basicamente o Estatuto deverá conter: 
● a denominação; 
● os fins a que se destina a sociedade; 
● o prazo de duração da entidade, não dispondo o estatuto será por tempo 
indeterminado; 
● endereço da sede; 
● o modo pelo qual se administra; 
● o modo como se representa ativa e passivamente; 
● o modo como se representa judicial e extrajudicialmente; 
● se os membros respondem subsidiariamente pelas obrigações sociais; 
● se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que 
modo; 
● os direitos e deveres de cada membro da associação; 
● as condições para extinção da entidade; 
● a destinação do seu patrimônio em caso de extinção; 
● a remuneração ou não de seus membros. 
 
 
3.2 Classificações das pessoas jurídicas 
 A doutrina apresenta a classificação das pessoas jurídicas de 
maneira não uniforme, pois grande parte dos doutrinadores de pronto se 
preocupa em fazer distinção entre as pessoas jurídicas de direito publico ou de 
direito privado. Segundo Oliveira e Romão (2011 p. 10), as pessoas jurídicas 
podem ser classificadas: a) quantos as suas funções e capacidade; b) quanto a 
sua estrutura; c) quanto a sua nacionalidade. 
 
3.2.1 Classificação da pessoa jurídica quanto as suas funções e 
capacidades 
 De acordo com Oliveira e Romão (2011 p. 11), 
 Considerando o primeiro aspecto, as pessoas jurídicas estão 
classificadas como de direito publico, interno ou externo, e de direito privado. 
 
3.2.1.1 Pessoas jurídicas de direito publico interno 
21 
 
21 
 São caracterizadas não só pela personalidade jurídica de direito 
publico, como também pelo regime jurídico de direito público a que se 
submetem. 
 As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente 
responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a 
terceiros, ressalvando direito regressivo contra os causadores do dano, se 
houver, por parte destes, culpa ou dolo. (Código Civil Brasileiro, 2002 Art. 43) 
Estão classificadas como pessoas jurídicas de direito publico interno, (Código 
Civil Brasileiro, 2002 Art. 41): 
 I – a União; 
 II – os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
 III – os Municípios; 
 IV – as autarquias, inclusive as associações publicas (alterado pela Lei nº 
11.107, de 6-4-2005 – DOU de 7-4-2005); 
 V – as demais entidades de caráter publico criadas por lei. 
 O parágrafo único estabelece: 
 Salvo disposições em contrario, às pessoas jurídicas de direito, a que se 
tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao 
seu funcionamento, pelas normas deste Código. 
 
3.2.2.2 Pessoas jurídicas de direito publico externo 
 São pessoas de direito publico externo os Estados estrangeiros e 
todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional publico. (Código 
Civil, 2002 Art. 42). 
Assim temos que: 
 Todas as pessoas jurídicas de direito publico externo, regidas pelo 
direito internacional publico, são as nações estrangeiras e a Santa Sé. Entre 
elas pode ser igualmente incluída a Organização das Nações Unidas (ONU) 
(Oliveira e Romão, 2011 p. 11). 
 
3.2.2.3 Pessoas jurídicas de direito privado 
 O nosso ordenamento jurídico ocupa-se do tema quando no Código 
Civil Brasileiro (Lei nº 10.406, de 1º de janeiro de 2002) traz no seu Art. 44: 
 São pessoas jurídicas de direito privado: 
 I – as associações; 
 II – as sociedades; 
 III – as fundações; 
22 
 
22 
 Pela aprovação da Lei nº 10.825, de 22 de dezembro de 2003, temos a 
inclusão de mais dois incisos, que são: 
 IV – as organizações religiosas; 
 V – os partidos políticos. 
 § 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o 
funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público 
negar-lhes reconhecimento ou registrodos atos constitutivos e necessários 
ao seu funcionamento. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003). 
 § 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se 
subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial 
deste Código. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003). 
 § 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme 
disposto em lei especifica. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003). 
 
3.3 Classificações da pessoa jurídica quanto a sua estrutura 
 Neste ponto o Código Civil vigente traz ao seu texto alguns 
dispositivos que apontam para exigências quanto à estrutura das pessoas 
jurídicas no que se refere aos seus atos constitutivos. Não há um tratamento 
uniforme, mas particularidades que merecem considerações. 
 
23 
 
23 
4. TIPOS DE ORGANIZAÇÕES 
 
4.1 Associações 
 Constituem-se as associações pela união de pessoas que se 
organizam para fins não econômicos. (Código Civil, 2002 Art. 53) 
 As associações são entidades de direito privado, constituídas pela 
união ou reunião de pessoas que objetivam uma determinada atividade com 
fim não lucrativo, ou seja, sem interesse de dividir o resultado financeiro entre 
elas, podendo ser de caráter social, educacional, beneficente, de classe entre 
outras. São assim caracterizadas por efetivamente, não distribuir ou dividir 
entre os membros integrantes os resultados financeiros. Toda a renda 
proveniente de suas atividades deve ser revertida para os seus objetivos 
estatutários. 
 As associações são pessoas jurídicas, regidas por um estatuto 
social próprio, podendo haver ou não capital no ato da constituição. As rendas 
provenientes da atividade explorada são destinadas à finalidade descrita em 
seu estatuto. 
O novo Código Civil em seu cap. II, Art. 54, dispõe: 
 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: 
 I – a denominação, os fins e a sede da associação; 
 II – os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; 
 III – os direitos e deveres dos associados; 
 IV – as fontes de recursos para sua manutenção; 
 V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
(Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005); 
 VI – as condições para alteração das disposições estatutárias e para a 
dissolução; 
 VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas 
contas. (Incluído pela Lei nº 11.127, de 2005). 
 O Art. 55 e Art. 56 do mesmo Código dispõem: “Art. 55 Os 
associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias 
com vantagens especiais. Art. 56 A qualidade de associado é intransmissível, 
se o estatuto não dispuser o contrario.” 
 
4.2 Fundações 
 Fundação é uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins 
econômicos ou lucrativos, que se forma a partir da existência de um patrimônio 
destacado pelo seu instituidor, através de escritura pública ou testamento, para 
servir a um objeto especifico, voltado a causas de interesse público. 
24 
 
24 
 De acordo com o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento 
Social (IDIS), as fundações privadas são entidades de direito privado com fim 
altruístico, dotadas de personalidade jurídica. 
 Estas são administradas de acordo com as determinações de seus 
fundamentos e criadas por vontade de um instituidor, que pode ser pessoas 
física ou jurídica capaz de designar um patrimônio no ato da sua constituição. 
 O novo Código Civil (2002, p. 7) diz em seu Art. 62 cap. III, que a 
Fundação será instituída mediante: 
 Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública 
ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que 
se destina, e declarando, se quiser a maneira de administrá- la. 
 Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins 
religiosos, morais, culturais ou de assistência. 
 O novo Código Civil (2002, p. 7) dispõe nos artigos 63 e 65 sobre 
as Fundações: 
 Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela 
destinados serão se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados 
em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante. 
 Art. 64. Constituída a fundação por negocio jurídico entre vivos, o instituidor 
é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens 
dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado 
judicial. 
 Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em 
tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases 
(art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à 
aprovação da autoridade competente, com recursos do juiz. 
 
 Assim como as associações, as fundações estão inseridas nas 
mesmas características. Logo, as fundações somente poderão constituir-se 
para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência, conforme o art. 62 da 
Lei 10.406/2002. 
 Para constituir uma associação o primeiro passo é a realização de 
uma reunião entre as pessoas interessadas em se organizar juridicamente para 
desenvolver e implementar o desejo que possuam em comum, ou seja, trata-
se de uma Assembleia Geral de Criação da Organização, onde serão definidos 
os, os aspectos que irão nortear a associação, tais como: missão, objetivos, 
forma de atuação da diretoria e dos conselhos, principais atividades a serem 
25 
 
25 
desenvolvidas para o cumprimento da missão e consecução dos objetivos, 
entre outros aspectos que envolvam a criação da organização. 
 Na reunião, as pessoas deverão decidir pela elaboração dos 
documentos básicos, que são: Estatuto Social e Ata de Constituição. 
 No estatuto social, contem as regras de funcionamento da entidade. 
 A ata de constituição é o instrumento jurídico que relata o que foi 
discutido na reunião de constituição, inclusive a aprovação do estatuto e 
eleição dos dirigentes da associação. 
 Todos os documentos deverão ser registrados no Cartório de 
Registro Civil das Pessoas Jurídicas, observando-se que o estatuto deve ser 
visado por um advogado, nos termos da lei. 
De acordo com Araujo, (2009, p. 16). 
 Essa assembleia deverá ser presidida por um membro interessado e 
escolhido entre os presentes, devendo ser secretariada por um membro 
também escolhido entre os presentes, que irá transcrever para a ata de 
fundação ou criação da associação todos os acontecimentos e decisões 
ocorridos naquela assembleia – ainda segundo o mesmo autor, assemelha-
se muito a uma assembleia de condomínio residencial. 
 
 Para a criação de uma fundação, deve-se consultar previamente o 
Ministério Público para o direcionamento das ações a serem adotadas, dentre 
as quais: (a) lavratura da escritura de instituição; (b) elaboração de estatuto 
pelos instituidores; (c) aprovação do estatuto pelo Ministério Público (Curadoria 
de Fundações) e; (d) registro da escritura de instituição, do estatuto e 
respectivas atas no Cartório competente. 
 Observe-se que todos os acontecimentos de uma fundação deverão 
ser acompanhados e fiscalizados pelo Promotor de Justiça, também conhecido 
como Curador de Fundações. 
 Código Civil artigo 66: 
 Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do 
estado onde situadas. 
 
 Após o registro dos documentospelo Cartório e adquirida a 
personalidade jurídica, a entidade (associação ou fundação) deverá realizar os 
demais registros necessários ao seu funcionamento. (Secretaria da Receita 
Federal, Prefeitura, INSS, Caixa Econômica, etc). 
 
26 
 
26 
Diferenças Básicas entre 
Associação e Fundação 
Quadro Comparativo 
Associação Fundação 
Constituída por pessoas Constituída por patrimônio, aprovado 
previamente pelo Ministério Público. 
Pode (ou não) ter patrimônio inicial O patrimônio é condição para sua 
criação 
A finalidade é definida pelos 
associados 
A finalidade deve ser religiosa, moral, 
cultural ou de assistência, definida 
pelo instituidor. 
A finalidade pode ser alterada A finalidade é perene 
Os associados deliberam livremente. As regras para deliberações são 
definidas pelo instituidor e fiscalizadas 
pelo Ministério Público. 
Registro e administração são mais 
simples 
Registro e administração são mais 
burocráticos. 
Regida pelos artigos 44 a 61 do 
Código Civil. 
Regida pelos artigos 62 a 69 do 
Código Civil. 
Criada por intermédio de decisão em 
assembleia, com transcrição em ata e 
elaboração do estatuto. 
Criada por intermédio de escritura 
pública ou testamento. Todos os atos 
de criação, inclusive o estatuto, ficam 
condicionados à prévia aprovação do 
Ministério Público. 
 
 
4.3 Organizações Sociais 
 De acordo com a Lei nº 9.637. de 15 de maio de 1998, o Poder 
Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de 
direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à 
pesquisa cientifica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação 
do meio ambiente, à cultura e atividades à saúde, atendidos os requisitos 
previstos nesse diploma. 
 Segundo o artigo 2º da mesma Lei, para as organizações sociais 
comprovarem o registro de seu ato constitutivo terão de dispor sobre: a 
natureza social relacionada à sua área de atuação, a sua finalidade lucrativa, 
conselho administrativo, a previsão de participação e atribuições da diretoria, 
27 
 
27 
obrigatoriedade de publicação anual, sendo associação civil, a aceitação de 
novos associados, proibição da distribuição de bens ou parcela do patrimônio 
liquido, previsão de participação no órgão colegiado de deliberação superior. 
 Terão que ter aprovação quanto a conveniência e oportunidade de 
sua qualificação como organização social, do Ministério ou titular de órgão 
superior ou regulador da área de atividade correspondente ao seu objeto social 
e do Ministério de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado. 
 O embasamento jurídico para o surgimento das Organizações 
Sociais (OS) se deu pela promulgação da Lei Federal nº 9.637, de 15 de maio 
de 1998, que inseriu uma nova forma e conceito de cooperação entre o Estado 
e entidades sem fins lucrativos, o contrato de gestão. 
 Segundo Rocha in Araujo (2009, p. 21): 
 “a figura do contrato de gestão ocupa lugar de destaque na estratégia 
administrativa preocupada em alterar o perfil do Estado. A relação entre o núcleo estratégico 
do Estado e os demais setores deixa de ser disciplinado pela lei, na qual impera uma relação 
de mando, de subordinação, e passa a ser disciplinado pelo contrato, no qual impera uma 
relação de coordenação e cooperação, sendo que por intermédio do contrato de gestão o 
núcleo estratégico do setor do Estado apresenta aos demais núcleos de objetivos que devem 
ser cumpridos”. 
 Conforme a Lei das OS, Lei nº 9.637/98, o contrato de gestão deve 
seguir regras para permitir às Organizações Sociais (OS) uma melhor 
execução de tarefas e objetivos, cumprindo assim sua missão e trazendo 
transparência na utilização dos recursos. 
 Para Araújo (2009, p. 24), as principais regras contidas na legislação 
que tratam do contrato de gestão estão apresentadas na seção III dessa 
mesma lei que diz: 
 “Do contrato de Gestão 
 Art. 5 Para os efeitos desta lei entende-se por contrato o instrumento firmado entre 
o Poder Público e o Estado e a entidade qualificada como organização social, com vista à 
formação de parceria entre as partes para fomento e execução de atividades nas áreas 
relacionadas (...)”. 
 
4.4 Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIPs 
 É a qualificação outorgada pelo Ministério da Justiça 
(Fundamentação Legal: Lei nº 9.790/99 e Decreto nº 3.100/99) às entidades 
que possuem como finalidade o desenvolvimento de uma das seguintes 
atividades: (a) promoção da assistência social; (b) promoção da cultura, defesa 
e conservação do patrimônio histórico e artístico; (c) promoção gratuita da 
educação, observando-se a forma complementar de participação das 
organizações de que trata esta Lei; (d) promoção gratuita da saúde, 
observando-se a forma complementar de participação das organizações de que 
28 
 
28 
trata esta Lei; (e) promoção da segurança alimentar e nutricional; (f) defesa, 
preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento 
sustentável; (g) promoção do voluntariado; (h) promoção do desenvolvimento 
econômico e social e combate à pobreza; (i) experimentação, não lucrativa, de 
novos modelos socioprodutivo e de sistemas alternativos de produção, 
comercio, emprego e credito; (j) promoção de direitos estabelecidos, 
construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse 
suplementar; (k) promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos 
humanos, da democracia e de outros valores universais e (i) estudos e 
pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação 
de informações e conhecimentos técnicos científicos que digam respeito às 
atividades mencionadas neste artigo. 
 A legislação especifica que as atividades podem ser desenvolvidas 
mediante execução direta, por meio de doação de recursos físicos, humanos e 
financeiros, ou ainda pela prestação de serviços intermediários. 
 Vantagens: 
(a) oferecer dedutibilidade do Imposto de Renda das pessoas 
jurídicas doadoras; 
(b) possibilitar a remuneração de dirigentes sem a perda do 
beneficio fiscal e; 
(c) celebrar Termos de Parceria com o Poder Público. 
 
Segundo Araújo (2009, p. 25), “[...] as organizações da sociedade 
civil de interesse público (OSCIP) são organizações do terceiro setor 
que, por intermédio da lei, relacionam-se com o estado através de 
termo de parceria. São organizações parceiras do Estado”. 
A Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999, a chamada Lei do Terceiro 
Setor, é o instrumento disciplinador das OSCIPs. Esta Lei foi 
regulamentada pelo Decreto nº 3.100, de 30 de junho de 1999, 
destacando como requisitos básicos legais para qualificar uma 
OSCIP o seguinte: 
Art. 1º - Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse 
Público as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, desde que os 
respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos 
instituídos por esta Lei. 
Para Araújo ( 2009, p.30): 
Os avanços promovidos pela chamada Lei do Terceiro Setor, ao exigir a correta 
aplicação dos recursos, bem como a manutenção de contabilidade completa de 
suas operações e a necessidade de auditoria independente para as OSCIPs, não 
29 
 
29 
devem ser considerados com meros aspectos intervencionistas do Estado no 
terceiro setor, mas como instrumento que evoca a transparência na gestão dessas 
organizações. 
E a contabilidade como instrumento de evidenciação e analise de operações e 
gestão está presente como condição sem a qual a OSCIP não mantém essa 
denominação (que vem aconpanhada de direitos e obrigações específicos), e isso 
enseja a aplicação do disposto no inciso IV do art. 4º citado, que a obriga a 
entregar os bens adquiridos com recursos públicos provenientes do termo de 
parceria a outra organização da mesma natureza. 
 
No que tange à remuneração de dirigentes, prevista na Lei do 
Terceiro Setor, a polemicasobre a perda da imunidade tributaria, por 
força da legislação do Imposto de Renda, foi resolvida. A OSCIP 
pode remunerar dirigentes sem que haja fato gerador de tributos 
administrados pela Secretaria da Receita Federal. Assim consta do 
texto da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2003, em seu art. 34: 
“Art. 34. A condição e a vedação estabelecidas, respectivamente, no 
art. 13, § 2º, III, b, da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, e no 
art. 12, § 2º, a, da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, não 
alcançam a hipótese de remuneração de dirigente, em decorrência 
de vinculo empregatício, pelas Organizações da Sociedade Civil de 
Interesse Público (Oscip), qualificadas segundo as normas 
estabelecidas na Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999, e pelas 
Organizações Sociais (OS), qualificadas consoante os dispositivos 
da Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente à 
remuneração não superior, em seu valor bruto, ao limite 
estabelecido para a remuneração de servidores do Poder Executivo 
Federal”. 
Essa lei veio a dirimir a dúvida, estendendo também às OSs a 
mesma condição de remuneração de seus dirigentes sem a 
preocupação com a perda da isenção ou imunidade do Imposto de 
Renda e demais tributos federais. 
Assim, com a promulgação da Lei nº 10.637/2002 o Estado repara 
uma injustiça que cometia, pois não fazia distinção entre a condição 
de entidade “sem fins lucrativos”, que não distribui resultados, e 
daquela entidade privada e “que realiza distribuição de resultados”, 
pois a remuneração de dirigentes em organizações do terceiro setor 
é, tão somente, contraprestação pelos serviços que o diretor 
empregado realiza, diferentemente dos rendimentos dos sócios de 
organizações com finalidade de lucros. 
Em outras palavras, após a edição da Lei nº 10.637/2002, é possível 
a remuneração de dirigente pela associção sem a perda da condição 
de “entidade sem fins lucrativos”, desde que cumpra os requisitos 
dessa lei. 
30 
 
30 
4.5 Organizações Religiosas 
 
 
4.6 Partidos políticos ........................................................................................... 00 
 
31 
 
31 
5 DEMONTRAÇÕES CONTABEIS PARA ENTIDADES SEM FINS 
LUCRATIVOS 
 
5.1 Balanço patrimonial 
 O CFC, com base na NBC T 3, conceitua o Balanço Patrimonial 
como “ a demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativamente e 
qualitativamente, numa determinada data, o Patrimônio e o Patrimônio Liquido 
da entidade”. 
 O Patrimônio Líquido, segundo a NBC T “compreende os 
recursos próprios da entidade e o seu valor é a diferença 
entre o valor do Ativo e o valor do Passivo, que pode ser 
positivo, nulo ou negativo”. A NBC T, determina ainda, a 
substituição da conta Capital Social das organizações 
com finalidade de lucros pela expressão ‘Patrimônio 
Social’, não fazendo alusão a mudança de denominação 
do Grupo do Patrimônio Liquido (ARAUJO, p.55, 2009). 
 
 Pode-se concluir que Patrimônio Líquido possui as mesmas 
características das empresas do segundo setor e a denominação de Patrimônio 
Social considera o fato de o patrimônio pertencer à sociedade e não a 
particulares. 
 
5.2 Demonstrações do superávit ou déficit do exercício 
5.3 Demonstrações do patrimônio social.............................................................. 00 
5.4 Demonstrações de origens e aplicações de recursos ................................... 00 
5.5 Demonstrações do fluxo de caixa ................................................................. 00 
5.6 Notas explicativas .......................................................................................... 00 
6 ESTUDO DE CASO ...................................................................................... 00 
6.1 Breve histórico da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza ........................ 00 
6.2 Funcionamento da entidade ........................................................................... 00 
6.3 Estrutura funcional.......................................................................................... 00 
6.4 Organograma ................................................................................................. 00 
6.5 Estratégia e planos para o futuro ................................................................... 00 
6.5.1 Autossustentação .......................................................................................... 00 
6.5.2 Relações com o mercado ............................................................................. 00 
6.5.3 Área jurídica ................................................................................................ 00 
6.5.4 Expectativas para 2014 ............................................................................... 00 
32 
 
32 
6.6 Demonstrações financeiras ......................................................................... 00 
6.6.1 Notas explicativas ás demonstrações contábeis em 31.12.2012 ................ 00 
6.6.2 Índices – indicadores econômico-financeiros .............................................. 00 
6.6.3 Analise do resultado econômico-financeiro em 2012 ................................. 00 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 00 
 
 
 
 
33 
 
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REFERENCIAS 
ARAUJO, Osório Cavalcante, Contabilidade para organizações do terceiro 
setor. São Paulo, 2009. 
BRASIL, [Código Civil (2002)], Código Civil: Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 
2002. – 6ª Ed. – Brasília – Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2012, 
p.20. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do 
Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em 
www.presidencia.gov.br/legislação. Acesso em 29 set 2013. 
BRASIL. Decreto 3.000/1999 – Regulamento do Imposto de Renda, 
disponível no site www.planalto.gov.br, acessado em 29 set 2013. 
BRASIL. Lei nº 9.637, de 00 de março de 1998. 
BRASIL. Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999. Dispõe sobre a qualificação 
de Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de 
Parceria e dá outras providencias. Lei das OSCIPs. Disponível em 
www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9790.htm. Acesso em 29 set 2013. 
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princípios fundamentais e 
normas brasileiras de contabilidade. Conselho Federal de Contabilidade: 
Brasília CFC, 2006. 
 
GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2006. 
IDIS. Instituto para o desenvolvimento do investimento social. Disponível 
em http://www.idis.org.br/sobre-o-idis Acesso em: 30 set 2013. 
OLIVEIRA, Aristeu - ROMÃO Valdo. Manual do terceiro setor e instituições 
religiosas: trabalhista, previdenciária, contábil e fiscal. 3ª Edição. São 
Paulo: Atlas, 2011. 
TERCEIRO SETOR: A sociedade por ela própria. Revista Brasileira de 
Administração. Ano XII, n.38. set. 2002. p. 30-36.

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