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DH Resumo 3a Prova (1)

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RESUMO DOS SLIDES DE DIREITOS HUMANOS
TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS (1 slide)
· ARTIGOS DA DECLARAÇÃO DE VIENA:
· O art. 78 da Declaração de Viena e Programa de Ação, de 1993, diz que a conferência mundial sobre direitos do homem considera a informação ao público sobre os direitos humanos tão importante quanto a compreensão, a tolerância e a paz, para se ter relações harmoniosas e estáveis nas comunidades.
· O art. 79 diz que os Estados devem lutar pelo fim do analfabetismo, e deverão direcionar o ensino para o desenvolvimento da personalidade humana e o reforço do respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais. ‘’A Conferência Mundial sobre Direitos do Homem apela a todos os Estados e instituições que incluam os direitos humanos como disciplinas curriculares em todos os estabelecimentos de ensino, em moldes formais e não formais.’’
· Art. 80 diz que a educação sobre direitos do homem deverá incluir a paz, a democracia, o desenvolvimento e a justiça social, visando reforçar a consciência humanitária.
· Art. 81 recomenda que os Estados desenvolvam programas científicos e estratégias que assegurem uma educação sobre direitos humanos o mais ampla possível e a divulgação de informação ao público, com particular incidência sobre as necessidades das mulheres no campo dos direitos humanos. 
· Art. 82 diz que os Governos, com o apoio de outras organizações, deverão promover uma maior consciencialização dos direitos humanos e da tolerância mútua.
· Art. 83: A Conferência Mundial sobre Direitos do Homem diz para os Governos incluírem no seu direito interno as normas sobre direitos humanos e a reforçar as estruturas, as instituições e os órgãos nacionais que desempenham um papel na promoção e na salvaguarda dos direitos humanos.
· A Declaração Universal dos Direitos Humanos tem como o ideal atingir todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tenham sempre em mente esta Declaração e se esforcem, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades.
· CONCEITO: Direitos humanos são direitos inerentes à dignidade humana. Trata-se de direitos reconhecidos ao longo da história da Humanidade e que serviram de instrumento contra a tirania e a opressão, mas que sofreram alteração em seu objeto, conteúdo e alcance sob as transformações sociais, econômicas e culturais experimentadas pela Humanidade.
· Adverte Joaquim Herrera Flores:
Falar de dignidade humana não implica falar de um conceito ideal ou abstrato. A dignidade humana é um fim material. Um objetivo que se concretiza no acesso igualitário e generalizado aos bens que fazem com que a vida seja ‘digna’ de ser vivida [...]. A dignidade consiste na obtenção de acesso igualitário aos bens tanto materiais como imateriais que se foram conseguindo no constante processo de humanização do ser humano [...]. Viver com dignidade [...] em termos materiais significa gerar processos igualitários de acesso aos bens materiais e imateriais que conformam o valor da ‘dignidade humana’.
· Assim, os direitos humanos são concebidos na perspectiva de possibilitar que a pessoa persiga a felicidade, um direito de todos e reconhecido na Constituição dos Estados Unidos.
· Em suma, são elementos caracterizadores dos direitos humanos: a) a condição de pessoa do ser humano; b) a racionalidade do homem; c) a dignidade essencial do homem; d) a natureza humana como fundamento; e) a inerência dos direitos humanos ao homem.
· DIREITOS HUMANOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS
· Sobre os direitos fundamentais são encontradas na doutrina duas vertentes de pensamento:
· A primeira vincula os direitos fundamentais à sua constitucionalização, sendo afirmado que direitos fundamentais são os direitos inerentes à dignidade humana, positivados pela Constituição de um determinado país.
· A segunda considera a positivação dos direitos inerentes à dignidade humana, em sentido mais amplo, afirmando que os direitos fundamentais são os direitos inerentes à dignidade humana, reconhecidos pela ordem jurídica de um país, isto é, pela Constituição e pelas leis infraconstitucionais. 
· José Joaquim Gomes Canotilho afirma que “‘direitos do homem’ são direitos válidos para todos os povos e em todos os tempos (dimensão jusnaturalista-universalista); ‘direitos fundamentais’ são os direitos do homem, jurídico-institucionalmente garantidos e limitados espacio-temporalmente”.
· Observe-se que na Constituição Federal de 1988 está disposto no seu Título II que se trata DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS. Já os direitos humanos têm sua força normativa reconhecida no art. 5, § 1º dispõe que “As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata”, no § 2º que “Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”, e no § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. Ressalte-se que no § 4º deste mesmo Dispositivo Constitucional, “o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.”.
· Além disto, os direitos humanos são universais, posto que têm como titular todos os seres humanos, independentemente da sua origem, raça, sexo, cor, idade e crença, enquanto os direitos fundamentais têm como titulares as pessoas do país em que foram assegurados na sua Constituição. As esferas de proteção destes direitos também se diferenciam, visto que uma pode ser reivindicada em plano interno e externo, e a outra somente em plano interno.
· Ingo W. Sarlet chama a atenção para o fato de que, “reconhecer a diferença”, contudo, não significa desconsiderar a íntima relação entre os direitos humanos e os direitos fundamentais, uma vez que a maior parte das Constituições do Segundo Pós-Guerra se inspirou tanto na Declaração Universal de 1948, quanto nos diversos documentos internacionais e regionais que as sucederam.
· DIGNIDADE HUMANA:
· A preocupação com a dignidade humana foi positivada na Carta das Nações Unidas, no Estatuto da Unesco, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, no Preâmbulo do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos e na Constituição Federal de 1988, vinculando a ordem social à garantia de uma existência digna, ressaltando-se que a justiça social pressupõe condições mínimas para uma existência digna. 
· Apesar de o princípio da dignidade humana ser um dos fundamentos da República, a sua definição não é, para Béatrice Maurer, viável, pois definir dignidade é “impor-lhe limites e subtrair do conceito um aspecto essencial de sua riqueza, na medida em que a dignidade e a liberdade são inseparáveis”.
· Para Ingo Wolfgang Sarlet, a dignidade da pessoa humana é a 
[...] qualidade intrínseca e distintiva reconhecida em cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa e corresponsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com os demais seres humanos.
· A dignidade da pessoa humana constitui limite e tarefa do Estado. Limite da atividade do Estado, porque a dignidade não pode ser negada ou desconsiderada. A dignidade como tarefa do Estado diz respeito à exigência de direção de suas ações no sentido de conservá-la e criar condições que possibilitem o seu pleno exercício. O homem é o limite do Estado, bem como o destinatário das suas ações e tarefas.
· A dignidade humana não está adstrita apenas aos valores ligados à personalidade e à privacidade,entre outros direitos de cunho não patrimonial. A dignidade abarca também o reconhecimento de condições materiais para a participação do indivíduo na vida social (trata-se do mínimo existencial).
· Contudo, a dignidade humana não pode ser vista apenas sob a ótica do indivíduo em si considerado ou como merecedor de condições que lhe permitam conviver com o grupo social. A dignidade também deve ser considerada na relação entre indivíduos, ou seja, sob a perspectiva do respeito mútuo da dignidade (perspectiva solidarista ou comunitária). O homem somente se realiza e desenvolve plenamente nas suas relações em sociedade, assim considerada como “um conjunto no qual os vários componentes são interdependentes, como acontece em um organismo no qual a parte coloca em perigo o todo”. A dignidade é plena, portanto, quando se refere à relação para com o outro e não apenas individualmente.
· Esta conclusão é autorizada pelo art. 1º da Declaração Universal dos Direitos do Homem, quando afirma que todas as pessoas são iguais em dignidade, o que significa que a dignidade também deve ser considerada na relação do indivíduo com o outro, o que também pode ser afirmado à luz da Constituição Federal, que institui como objetivo fundamental da República construir uma sociedade livre, justa e solidária, erradicar a pobreza e marginalização, reduzir as desigualdades sociais e promover o bem de todos (art. 3º, I, III e IV). 
Afirmação histórica dos Direitos Humanos (slide 2)
→ Breve olhar para a história, os principais acontecimentos e instrumentos que influenciaram os direitos humanos. O primeiro instrumento internacional dos direitos humanos foi a Declaração Universal dos Direitos humano
Declaração Universal dos Direitos Humanos/ Declaração de Paris
 Direitos históricos, direitos culturais, conquistados com muita luta, como por exemplo, as duas guerras mundiais. Código de conduta ética para regular as relações humanas.
● Esta declaração foi aprovada em 10/12/1948 pela Assembleia Geral da ONU, possuindo 30 artigos. 
● Preâmbulo (relatório que antecede uma lei ou decreto): valores: dignidade e valor da pessoa humana, liberdade, justiça, paz, desenvolvimento de relações amistosas, igualdade de direitos entre homens e mulheres, progresso social, melhores condições de vida, cooperação, universalização de direitos, ensino e educação, fraternidade, igualdade, vida, segurança pessoal e social, reconhecimento da personalidade jurídica, honra e reputação, propriedade, trabalho, saúde, bem-estar, dentre outros. 
● Direitos civis e políticos art. 1 ao 21: direito a vida e a integridade física, direito à igualdade, direito de propriedade, direito à liberdade de pensamento, consciência e religião, direito à liberdade de opinião e de expressão e à liberdade de reunião 
● Direitos sócias em sentido amplo art. 22 ao 28: direito à segurança social, ao trabalho, o direito à livre escolha da profissão e o direito à educação, assim como o “direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis” (direitos ao mínimo existencial – art. XXV). 
● Art. 29°: toda pessoa tem deveres para com a comunidade e estará sujeita as limitações de direitos, para assegurar os direitos dos outros e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem estar de uma sociedade democrática. 
● Art. 30° dispõe que nenhuma disposição da Declaração pode ser interpretada para justificar ato destinado à destruição de quaisquer direitos e liberdades nela estabelecidos, demonstrando que os direitos não são absolutos. (Não pode haver uma mudança do seu sentindo para retirar, suprimir, ou retirar direitos assegurados em outros instrumentos). 
● Fundamentos dos direitos humanos:
1. Proteção e promoção da dignidade humana; 
2. Proteger e promover a liberdade e a igualdade; 
3. Proteger a pessoa humana contra a tirania e a opressão (os direitos humanos é considerado um instrumento de resistência contra a tirania e a opressão);
 4. Propiciar relações humanas e sociais harmoniosas e promover a paz). 
5. Realizar a justiça social, o desenvolvimento sustentável.
· Influências para o surgimento dos Direitos Humanos
↪ Código de Hamurabi: conta com 282 artigos esculpidos na rocha, entre eles o direito à vida, propriedade, honra. Estes artigos consolidaram os costumes e estendeu a lei a todos os súditos do Império. 
↪ Cilindro de Ciro: considerado o primeiro tratado de Direitos do Homem, nele está escrito que o Rei Ciro 11 autoriza exilados a voltarem as suas terras de origem e possui uma declaração de permissão para que o povo vivesse em paz. 
↪ Antiguidade: entre os séculos VIII e II a..c vários filósofos trataram dos direitos individuais baseado no amor e respeito ao próximo, como na Pérsia, Índia (bem comum em uma sociedade pacifica), China (amor aos indivíduos) e Israel.
↪ Herança Grega: direitos políticos, democracia ateniense. Platão (república, igualdade e noção de bem comum), Aristóteles (importância de agir com justiça para o bem de todos da polis) 
↪República Romana: Lei das 12 Tabuas (estipulou a escrita), consagração de vários direitos como propriedade e liberdade, reconhece a igualdade entre todos os seres humanos.
↪ O antigo e o novo testamento e as influências do cristianismo e da idade média: Livro de Moisés: pregam a solidariedade e a preocupação com o bem estar de todos; Antigo Testamento: respeito a todos em especial os vulneráveis; Cristianismo: igualdade e solidariedade com o semelhante, dignidade da pessoa e a fraternidade universal; Filósofos católicos (Santo Agostinho: livre arbitro; Tomás de Aquino: ‘a dignidade do homem advém do fato de ele ser imagem de Deus’, ‘ iguais em dignidade, sem distinção de raça, cor ou cultura.).
↪ A crise da idade média, início da modernidade e os primeiros diplomas de direitos humanos: 
 → Idade média europeia: nessa época surgem os primeiros movimentos de reivindicações de liberdade a determinados estamentos como a Declaração das Cortes de Leão (consagrou a luta dos senhores feudais contra a centralização). A Magna Carta de 1215 (primeira vez que houve a positivação de direitos individuais) continha o catalogo de direitos dos indivíduos contra o Estado, tais como direitos a vida, a herança, a administração da justiça, garantias de processo criminal, liberdade de circulação e comércio. Ninguém estava acima do direito, nem o rei, nem o conselho (limitação dos poderes do rei e do conselho). O conselho era composto pelo clero e pela nobreza. O artigo 39° da Magna Carta é considerada a origem dos direitos fundamentais “a origem dos direitos fundamentais na liberdade de locomoção e sua proteção contra prisão arbitrária, por constituir o pressuposto necessário ao exercício das demais liberdades, inclusive da liberdade de culto e religião.” O texto da carta serviu como fixador de princípios, de obediência a legalidade, de direitos da comunidade que o próprio rei devia respeitar, destacando-se entre outras garantias a previsão do devido processo legal, o livre acesso a justiça. Pela primeira vez um rei seguia as regras que ele próprio editava. 
Petição de Direitos de 1629: ratificou as liberdades consagradas pela Magna Carta, previa que nenhum homem livre ficasse na prisão ou detido ilegalmente, ninguém seria chamado a responder ou a prestar juramento, ou serviço. 
Lei de Habeas Corpus de 1679: estabelecia que por meio de reclamação ou requerimento escrito quem estava detido ou acusado da prática do crime, o lorde, ou em tempos de suas férias algum juiz poderia conceber o Habeas Corpus. Issoconsolidou a ideia de que essa garantia judicial foi criada para proteger a liberdade de locomoção. 
Bill of Rights de 1689: Promulgada um século antes da Revolução francesa, pôs fim ao regime de monarquia absoluta, os poderes de legislar e de crias tributos foi passada ao parlamento. Garantia a liberdade pessoal, a propriedade privada, a segurança pessoal, o direito de petição, a proibição de penas cruéis . A revolução inglesa influenciou a Revolução Americana onde houve a declaração de Independência dos EUA na qual Thomas Jefferson (redigiu a próprio punho, não gostou, rasgou e redigiu novamente) escreveu “todos os homens são criados iguais, dotados pelo seu Criador de certos Direitos inalienáveis, entre eles estão a vida, a liberdade a busca da felicidade” As primeiras Declarações de direitos do Estado são as da Virgínia, Pensilvânia e Maryland, todas de 1776 – e mais tarde a Constituição Federal de 1787 (os costumes transformaram-se em princípios.) 
Mais espetacular e radical foi a contribuição francesa que em nome da Razão Universal produz a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, em que afirma solenemente que qualquer sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos humanos nem estabelecida a separação dos poderes não tem constituição. A declaração assegura a igualdade e a liberdade, que levaram à abolição de privilégios e direitos feudais. LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE era o lema dos revolucionários. 
 Projeto de Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã de 1791 reivindicou a igualdade de direitos de gênero. Em 1791 foi editada a primeira Constituição da França, nela foi consagrada a perda dos direitos absolutos do monarca, implantando-se uma monarquia constitucional e reconheceu o voto censitário. Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão, consagrada como a primeira com vocação universal, esse universalismo foi o grande alicerce para a futura afirmação dos direitos humanos do século XX, com a edição da Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
↪ Debate das ideias e iluministas: 
 Hugo Grócio: ‘Sobre a lei da Guerra e da paz” de 1625 – defendeu a existência do direito natural, de cunho racionalista mesmo sem Deus, reconhecendo que as normas decorrem de princípios inerentes ao ser humano. Para Grócio a guerra seria um modo de proteger os direitos e punir os erros, a guerra justa é uma guerra para obter um direito. 
Thomas Hobbes: ‘Leviatã’ 1651 – o Estado deve existir para proteger os indivíduos, e os indivíduos deve abrir mão de sua liberdade para obter essa proteção do Estado. 
John Locke: Para ele se os governantes exercessem o poder além do direito, será uma degeneração tirânica, e nesse caso os cidadãos possuem o direito a resistência e contestação da legitimidade do governo. (O Estado não devia intervir na vida privado das indivíduos) Locke também dizia que a razão e a propriedade privada são direitos naturais, por isso o Estado deve proteger a propriedade privada. 
 Jean Jacques Rousseau: Para ele o que causava a desigualdade social era a utilização indevida da propriedade privada. Ele já partia do pressuposto que o ‘homem é bom por natureza, mas a sociedade o corrompe”. ‘Todos devem ser iguais perante a lei’. 
 Cesare Beccaria: “Dos delitos e das penas” 1766- sustenta que o Estado deve educar as pessoas e evitar a punição, evitando os delitos e as penas. 
Immanuel Kant: “Fundamentação da metafisica dos costumes e outros escritos” 1785- defendeu a existência da dignidade intrínseca a todo ser racional, que não tem preço ou equivalente, em virtude dessa dignidade, não se pode tratar o ser humano como um meio, mas sim como um fim em si mesmo 
↪ A fase do constitucionalismo liberal e das declarações de direitos: 
Revolução inglesa: Petition of rights de 1628 (buscou garantir determinadas liberdades individual) e o Bill of Rights de 1689 (consagravam a supremacia de Parlamento e o império da lei). 
 Revolução Americana: criada a primeira Constituição do mundo, a norte-americana de 1787 e em 1791 foram aprovadas 10 emendas introduzindo um rol de direitos. 
Revolução Francesa: adoção da Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão, que consagrou a igualdade e liberdade, levou a abolição de privilégios dos direitos feudais e imunidades de várias castas. Em 1791 foi editada sua primeira Constituição.
↪ A fase do socialismo e do constitucionalismo social: 
 Karl Max: ele dizia que “o trabalhador que é explorado não tem cidadania plena”, pois não tem liberdade existencial, depende do outro. Para ele “a democracia plena só ocorre quando há igualdade social” por isso a revolução social seria o caminho para igualdade. Portanto para Marx não devia ter as divisões de classes, todos deveriam ser iguais em sociedade. 
 Friedrich Engels: defendeu a liberdade e a igualdade contratual, disse que o trabalhador deveria ter direito ao voto, e também que todos deveriam ter a liberdade do casamento. 
 Revolução Russa de 1917: estipulou novos avanços na defesa da igualdade e justiça social, e apontava uma opção a ideologia capitalista que conduz a edição de leis de proteção social como forma de auto defesa do capital com o comunismo, ele dizia que “proteger e garantir condições dignas de trabalho ao proletariado era assegurar a ordem capitalista”. 
Em 1918, os bolcheviques proclamaram uma Declaração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado, nela não incluía nenhum direito político ou legal, a meta era abolir toda a exploração do homem pelo homem e eliminar completamente a divisão da sociedade em classes, esmagar implacavelmente a resistência dos exploradores e estabelecer uma organização socialista da sociedade. 
Em 1936 Stálin proclamou uma nova Constituição que afirmava garantir a liberdade de expressão, de imprensa e de religião. 
Revolução Industrial: introdução da máquina a vapor nos meios de trabalho ocasionando um enorme desemprego. Os indivíduos da classe operária sozinho não tinha defesa, mas ao se reunir com outros na mesma situação poderiam conquistar direitos. Havia uma grande exploração do trabalho das mulheres e crianças tomando os postos de trabalhos de homens. 
 Introdução dos direitos sociais: visavam assegurar condições materiais mínimas de existência, em várias constituições, sendo a pioneira a Constituição do México em 1917, da Alemanha em 1919 e do Brasil em 1934. No plano do Direito internacional: A Liga das nações em 1919 reuniu-se em Versalhes com os vencedores da Primeira Guerra Mundial para negociar um acordo de paz, neste acordo a Alemanha se declarou culpada pela guerra. E ainda em 1919 pelo Tratado de Versalhes houve a Organização Internacional do Trabalho (combate ao trabalho escravo, ao trabalho infantil) está organização foi criada para instituir parâmetros mínimos de condições de trabalho, ela criava estas condições mínimas civilizatórios de direitos para regular as relações de trabalho para evitar a concorrência desleal entre os Estados, sendo que este mesmo Tratado de Versalhes colocou fim na Primeira Guerra Mundial.
A Internacionalização dos direitos humanos (slide 3)
Quando se inicia o processo de internacionalização dos direitos humanos?
· Constituição da Organização Internacional do Trabalho:
↪ Preâmbulo:"Considerando que a paz para ser universal e duradoura deve assentar sobre a justiça social (participação equilibrada dos trabalhadores e dos empregadores na relação de trabalho); Considerando que existem condições de trabalho que implicam, para grande número de indivíduos, miséria e privações, e que o descontentamento que daí decorre põe em perigo a paz e a harmonia universais, e considerando que é urgente melhorar essas condições no que se refere, por exemplo, à regulamentação das horas de trabalho, à fixação de uma duração máxima do dia e da semana de trabalho, ao recrutamento da mão-de-obra, à luta contra o desemprego, à garantia de um salário que assegure condições de existência convenientes, à proteção dos trabalhadores contra as moléstias graves ou profissionais e os acidentes do trabalho, a proteção das crianças, dos adolescentes e das mulheres, as pensões de velhice e de invalidez, defesa dos trabalhadores estrangeiros, ‘para igual trabalho, igual salário’ (todas essas condições são formas de realizar a justiça social, sendo que a justiça social mantem a paz.). Considerando que a não adoção por qualquer nação de um regime de trabalho realmente humano cria obstáculos aos esforços das outras nações desejosas de melhorar a vida dos trabalhadores nos seus próprios territórios (em 2017 o Brasil foi incluído nas listas de trabalhadores sujos)
↪ Com base neste preâmbulo foi aprovada a Constituição da Organização Internacional do Trabalho. 
● Declaração referente aos fins e objetivos da Organização Internacional do Trabalho:
↪A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho, reunida na Filadélfia em 10/05/1944. Nessa declaração esta os princípios que vão nortear o agir da OIT na concepção dos seus objetivos. Sendo os princípios fundamentais: → 1°- O trabalho não é uma mercadoria (O ser humano não tem uma quantia. O ser humano é um fim em si mesmo, não pode ser utilizado para outro atingir o seu fim); 2°- A liberdade de expressão e de associação é uma condição indispensável a um progresso ininterrupto (liberdade de participar de associações e sindicato, poder falar e ser ouvido); 3°- A penúria, seja onde for, constitui um perigo para a prosperidade geral (ausência de pobreza); 4° A luta contra a carência, em qualquer nação, deve ser introduzida com infatigável energia, e por um esforço internacional continuo e conjugado, no qual os representantes dos empregadores e dos empregados discutam, em igualdade, com os dos Governos, e tomem com eles decisões de caráter democrático, visando o bem comum.
↪ A Conferência convencida que a paz para ser duradoura, deve assentar sobre a justiça social, afirma que: 1°- todos os seres humanos tem o direito de assegurar o bem-estar material e o desenvolvimento espiritual dentro da liberdade e dignidade, da tranquilidade econômica e com as mesmas possibilidades; 2°- a realizações de condições que permitam o exercício de tal direito; 3°- quaisquer planos ou medidas, no terreno nacional ou internacional, máxime os de caráter econômico e financeiro, devem ser considerados sob esse ponto de vista e somente aceitos, quando favorecerem, e não entravarem, a realização desse objetivo principal; 4°- compete a OIT apreciar, no domínio internacional, todos os programas de ação e medidas de caráter econômico e financeiro; 5°- no desempenho das funções que lhe são confiadas, a Organização Internacional do Trabalho tem capacidade para incluir em suas decisões e recomendações quaisquer disposições que julgar convenientes, após levar em conta todos os fatores econômicos e financeiros de interesse.
↪ A Conferência proclama que a OIT tem a obrigação de auxiliar as Nações do Mundo na execução de programas que visem: 1°- proporcionar emprego integral a todos e elevar os níveis de vida; 2°- dar a cada trabalhador uma ocupação na qual ele tenha a satisfação de utilizar. 3°- favorecer as possibilidades de formação profissional e facilitar as transferências e migrações de trabalhadores e de colonos; 4°- assegurar o direito de ajustes coletivos, incentivar a cooperação entre empregadores e trabalhadores para a melhoria contínua da organização. Entre esses há diversos outros programas, mas todos eles auxiliam na proteção e no bom desenvolvimento do trabalhador, nunca dando menos do que ele realmente precisa.
↪ A Declaração da Filadélfia foi redigida em 1944 e é um elemento integrante da Constituição da OIT. Ela incorpora quatro princípios: 1°. O trabalho não é uma mercadoria; 2°. A liberdade de expressão e de associação é essencial para o progresso permanente; 3°. A pobreza, em qualquer lugar, representa uma ameaça à prosperidade de todos; 4°. Todos os seres humanos têm o direito de assegurar o seu bem estar material e seu desenvolvimento espiritual em condições de liberdade e dignidade, de segurança econômica e em igualdade de oportunidades.
↪ Internacionalização dos direitos sociais com a criação da OIT: Trabalho decente: liberdade sindical e reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva, eliminação de todas as formas de trabalho forçado, abolição efetiva do trabalho infantil, eliminação de todas as formas de discriminação em matéria de emprego e ocupação), a promoção do emprego produtivo e de qualidade, extensão da proteção social e o fortalecimento do diálogo social. A internacionalização dos Direitos Humanos com a OIT, instituiu convenções e recomendação para todos os seus Estados Membros, isso significa internacionalizar os direitos sociais humanos. Foi com a OIT que começou esse processo de internacionalização. Com a OIT a um processo de criar patamares mínimos, direitos sociais para regular as relações entre Estados, para evitar a guerra e promover a paz 
● Segunda Guerra Mundial: principais causas e consequências: ↪ O Tratado de Versalhes instituiu a Liga das Nações com o intuito de promover a paz, mas isso não foi possível, pois foi um dos principais motivos para a instituição do regime nazista alemão, já que a Alemanha nunca se conformou por ter sido obrigada a assumir uma confissão de culpa e a se sujeitar ao pagamento de uma vultosa indenização, além de 5 milhões e meio de desempregados na Alemanha explica o sucesso crescente do partido de Hitler. As novas formas de racismo, antissemitismo e sexismo ofereciam explicações biológicas para o caráter natural da diferença humana. No novo racismo, os judeus não eram apenas os assassinos de Jesus: a sua inerente inferioridade racial ameaçava macular a pureza dos brancos por meio da miscigenação. Os negros já não eram inferiores por serem escravos: mesmo quando a abolição da escravatura avançou por todo o mundo, o racismo se tornou mais, e não menos, venenoso. As mulheres não eram menos racionais que os homens, a sua biologia as destinava a vida privada e doméstica e as tornavam inteiramente inadequadas para as políticas. O novo antissemitismo combinava elementos tradicionais e modernos: os judeus deviam ser excluídos dos direitos e até expulsos da não porque eram demasiado diferentes e demasiado poderosos. A barbárie do totalitarismo nazista gerou a ruptura do paradigma da proteção nacional dos direitos humanos, cuja insuficiência levou à negação do valor do ser humano como fonte essencial do Direito. Para o nazismo, a titularidade de direitos dependia da origem racial ariana. Os demais indivíduos não mereciam a proteção do Estado. Vários acontecimentos marcaram a segunda guerra mundial, sendo alguns deles o sacrifício da população soviética, genocídio dos judeus e o crime inesquecível das bombas nucleares norte-americanas. Podemos chegar à conclusão que a liga das nações unidas não teve capacidade pra cumprir seus objetivos pra qual foi criada, no entanto ela foi extinta e criaram a Organização das Nações Unidas. 
● Carta das Nações Unidas
Foi elaborada pelos representantes de 50 países presentes em São Francisco no dia 25 de abril a 26 de junho de 1945, no último dia foi assinada pelos 50 países a Carta com a Polônia. Entretanto ela começou a existiroficialmente em 24 de outubro de 1945, após a ratificação da Carta por China, EUA, Reino Unido e a União soviética. 
↪ Preâmbulo da Carta da ONU: Praticar a tolerância e viver em paz, uns com os outros, como bons vizinhos, e unir as nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais, e a garantir, pela aceitação de princípios e a instituição dos métodos, que a força armada não será usada a não ser no interesse comum, a empregar um mecanismo internacional para promover o progresso econômico e social de todos os povos. 
↪ Nesta carta tem menção aos direitos humanos, direitos fundamentais, direitos de liberdade. 
Na Carta da ONU não foram inseridos um rol direitos essenciais e individuais, por este motivo em 10 de dezembro de 1948 foi aprovada a declaração universal dos direitos humanos 
● Universalização dos Direitos Humanos
A primeira manifestação de proteção ao ser humano ocorreu com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que serviu de base para outros diplomas internacionais como o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, 1966. A criação do Direito Internacional dos Direitos Humanos está relacionada a nova organização da sociedade pós segunda guerra mundial, o marco dessa nova etapa foi a Conferencia de São Francisco em 1945.
● Natureza da Declaração Universal de Direitos Humanos 
Não a um tratado, há divergências na doutrina e na pratica dos estados sobre a sua força vinculante, existem 3 vertente: 1) aqueles que consideram que ela possui força normativa por se constituir em interpretação autentica do termo “direitos humanos”. 2) aqueles que sustentam que a declaração universal dos direitos humanos possui força vinculante por representar o costume internacional sobre a matéria (tem caráter vinculante e normativo por se tornar uma norma costumeira) 3) finalmente, aqueles que defendem que a declaração universal dos direitos humanos representa tão somente a soft law (norma leve) na matéria, que consiste em um conjunto de normas ainda não vinculantes, mas que buscam orientar a ação futura dos Estados para que, então, venha a ter força vinculante. Do ponto de vista contemporâneo, parte da declaração é entendida como um espelho do costume internacional de proteção de direitos humanos, em especial quanto aos direitos à integridade física, igualdade e devido processo legal. 
● Carta Internacional de Direitos Humanos
↪ Declaração Universal dos Direitos Humanos; Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e Pacto Internacional de Direitos Sociais, Econômicos e Culturais. (Interpretação dos Pactos em conexão com a declaração universal dos direitos humanos)
→ A consagração da internacionalização dos direitos humanos no mundo pós-Guerra Fria ocorreu na Conferência Mundial de Direitos Humanos de Viena, de 1993. Tal Conferência foi um marco na proteção de direitos humanos no mundo, uma vez que reuniu mais de 170 Estados, bem como foram credenciadas como observadoras oficiais mais de 800 organizações não governamentais e cerca de 2.000 reuniram-se no “Fórum das ONG’s”. Ao longo de quinze dias, aproximadamente dez mil indivíduos, com experiência na proteção de direitos humanos ou representando seus Estados, dedicaram-se exclusivamente à discussão do tema. O resultado foi a elaboração de uma Declaração e um programa de ação para a promoção e proteção de direitos humanos, que contou com o reconhecimento claro do universalismo, da indivisibilidade e da interdependência dos direitos protegidos. 
↪ Sistema Nacional de Proteção: institucionalização dos direitos humanos no texto da Constituição e a incorporação no âmbito interno dos tratados internacionais dos quais o país seja signatário, mediante o acesso ao Poder Judiciário.
Sistema Constitucional de Proteção: alguns países possuem províncias e estas podem, no âmbito interno, instituírem direitos humanos.
Classificação dos Direitos Humanos (slide 4)
● Introdução: Norberto Bobbio afirma que, “do ponto de vista teórico, sempre defendi – e continuo a defender, fortalecido por novos argumentos – que os direitos do homem, por mais fundamentais que sejam, são direitos históricos, ou seja, nascidos em certas circunstâncias, caracterizadas por lutas em defesa de novas liberdades contra velhos poderes, e nascidos de modo gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas. O jurista checo Karel Vasak foi quem idealizou a divisão. Em 1979, apresentou no Instituto Internacional de Direitos Humanos, em Estrasburgo, uma classificação em gerações visando demonstrar a evolução destes direitos. As gerações guardam estrita relação com as expressões liberdade, igualdade e fraternidade da Revolução Francesa: a primeira, dos direitos civis e políticos, encontram fundamento na liberdade; a segunda, dos direitos econômicos, sociais e culturais, se baseia na ideia de igualdade; a terceira, dos direitos de solidariedade, encontraria sua bandeira na fraternidade.
●1° dimensão: Tradicional – as gerações/dimensões de direitos humanos Primeira dimensão: Estado Liberal – Revoluções Burguesas dos Séculos XVII e XVIII (revolução inglesa, norte americana e francesa) e Iluminismo que predominou o pensamento nos séculos XVI e XIX. Direitos individuais. Direitos humanos liberais ou direitos civis e políticos (os direitos civis visam a proteção dos atributos que caracterizam a personalidade moral e física do indivíduo, enquanto os direitos políticos são exercidos frente ao Estado, como poderes da pessoa de tomar parte da vida política e na direção dos assuntos políticos de um país). ↪ Características: institucionalização de ideias direcionadas às liberdades individuais básicas (usualmente englobadas como liberdades civis), como, por exemplo, de locomoção, de expressão, de reunião, de contratação, de trabalho (‘liberdade de trabalhar’); institucionalização de ideias direcionadas às liberdades públicas, como de reunião e associação, bem como de imprensa (liberdades de caráter civil mas também de natureza política); institucionalização da ideia de submissão, ao império da lei, do poder político, das instituições públicas e privadas, bem como dos indivíduos; institucionalização de ideias e fórmulas de controle do poder político e de representação política da sociedade civil no plano da sociedade política (neste plano, ainda que restrito, de representação política emergem também os direitos e liberdades denominadas políticos. Tais ideias, direitos e formulas inovadoras não abrangiam nem incorporavam a grande maioria das populações não eram contemplados pelos avanços jurídicos e institucionais proposto pelo Estado liberal. ↪ Instrumentos normativos Internacionais: Declaração Universal dos Direitos Humanos, Pacto internacional de Direitos Civis e Políticos, Convenção contra a Tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes, Convenção Americana de Direitos Humanos. ↪ O papel do Estado na defesa dos direitos de primeira dimensão é tanto o tradicional papel passivo (abstenção em violar os direitos humanos) quanto ativo, pois exige ações do Estado para garantia da segurança pública, administração da justiça. 
● 2° dimensão: Estado social- surge a partir de meados do século XIX, Revoluções industriais, Direitos coletivos, Direitos econômicos, sociais e culturais.
↪ Origem: Surge em razão da “deplorável situação da população pobre das cidades industrializadas da Europa Ocidental, constituída sobretudo por trabalhadores expulsos do campo e/ou atraídos por ofertas de trabalho nos grandes centros. Como resposta ao tratamento oferecido pelo capitalismo industrial de então, e diante da inércia própria do Estado Liberal, a partir de meados do século XIX florescem diversas doutrinas de cunho social, defendendo a intervenção estatal como forma de reparar a iniquidade vigente. Os direitos humanos de segunda dimensão são frutos das chamadas lutas sociais na Europa e Américas, sendo seus marcos a Constituição mexicana de 1917 (que regulou o direitoao trabalho e à previdência social), a Constituição alemã de Weimar de 1919 (que, em sua Parte II, estabeleceu os deveres do Estado na proteção dos direitos sociais) e, no Direito Internacional, o Tratado de Versailles, e da criação, por este documento multilateral, da Organização Internacional do Trabalho (1919).
↪ Características: Inserção dos chamados direitos sociais na constituições, principalmente no campo do Direito do Trabalho e do Direito da Seguridade Social (com a positivação desses direitos possibilitou a cidadania social, todas as pessoas tem direito a usufruir dos direitos sociais, econômicos e culturais. 
↪ Principais instrumentos normativos: Declaração universal dos direitos humanos, Pacto econômico dos direitos econômicos sociais e culturais, Protocolo de San Salvador, Convenção Americana sobre Direitos Humanos. Na Europa a Carta Social de 18/10/1961 constituiu a primeira ampla codificação de direitos sociais. No continente Africano, a Carta africana de direitos Humanos e dos Povos contem direitos fundamentais e sociais.
● 3° Dimensão: Estado Democrático de Direito, Direitos de Toda a Humanidade, Direitos Humanos globais ou direitos humanos de solidariedade internacional, Direitos culturais 
↪ Origem: Após a Segunda Grande Guerra, já na segunda metade dos anos de 1940, é que nasce na Europa Ocidental o novíssimo – e atual – paradigma de constitucionalismo, conhecido como constitucionalismo humanista e social contemporâneo. Foi capitaneado pelas Constituições da França, de 1946, da Itália, de 1947, e da Alemanha, de 1949. Seguido pela Constituição de Portugal, de 1976, e da Espanha, de 1978, esse novo constitucionalismo chegou ao Brasil apenas por intermédio da Constituição da República de 1988. Nesse novo paradigma é que se constrói o presente conceito de Estado Democrático de Direito. 
↪ Características: a consagração da matriz princípio lógica das novas constituições; a institucionalização da natureza normativa dos princípios jurídicos; a estruturação de um rol de princípios humanísticos e sociais imperativos, todos apontando para a centralidade da pessoa humana na ordem social, econômica e jurídica, a extensão da ideia de Democracia para além do simples campo do Estado e de suas instituições, de maneira a fazê-la presente também no âmbito das instituições da vida social e econômica privada. O conceito de Estado Democrático de Direito – inovação singular do novo constitucionalismo humanista e social – bem sintetiza a natureza, os objetivos e a força dessa nova matriz constitucional com respeito à estruturação da sociedade política e da sociedade civil. E este conceito, conforme dito, é que expressa um dos principais eixos da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988.
↪ Compõem esta geração os direitos ao meio ambiente (manutenção da biodiversidade, o desenvolvimento sustentado, o controle da temperatura global e da integridade da atmosfera), por exemplo, à paz, ao desenvolvimento, à livre determinação dos povos, dentre outros.
Há quem se refira aos direitos da terceira geração como “direitos de fraternidade (numa combinação entre a ideia das três gerações de direitos humanos e a divisa da Revolução Francesa) ou como ‘de solidariedade’.
● 4° Dimensão: ‘São direitos da quarta geração, o direito à democracia, o direito à informação e o direito ao pluralismo. Deles depende a concretização da sociedade aberta do futuro, em sua dimensão máxima de universalidade, para a qual parece o mundo inclinar-se no plano de todas as relações de convivência’ – Paulo Bonavides ‘Só poderiam chamar-se de direitos de quarta geração, referentes aos efeitos cada vez mais traumáticos da pesquisa biológica, que permitirá manipulações do patrimônio genético de cada indivíduo [...]. Mais uma prova, se isso ainda fosse necessário, de que os direitos não nascem todos de uma vez. Nascem quando devem ou podem nascer. Nascem quando o aumento do poder do homem sobre o homem – que acompanha inevitavelmente o progresso técnico, isto é, o progresso da capacidade do homem de dominar a natureza e os outros homens’ – Norberto Bobbio 
● 5° Dimensão: composta pelo direito à paz em toda a humanidade (surgiu a partir de 11 de setembro) 
● Criticas as classificações em gerações/dimensões:
1°- quando se fala em gerações pode dar a entender que uma geração foi sucedendo a outra. Uma geração não sucede a outra, mas se interage com ela, estando em constante dinâmica e relação. 
2° - a enumeração das gerações pode dar a ideia de antiguidade ou posteridade de um rol de direitos em relações a outros, como se os direitos de primeira geração teriam sidos reconhecidos antes dos direitos de segunda geração, o que efetivamente não aconteceu. 
3°- a teoria geracional é rechaçada por apresentar os direitos humanos de forma fragmentada e ofensiva à indivisibilidade (...). O caso sempre lembrado dessa consequência da teoria geracional é a diferença entre o regime de proteção dos direitos de primeira geração em relação aos direitos de segunda geração. 
4°- é também criticável em face das novas interpretações sobre o conteúdo dos direitos. Como classificar o direito à vida? Em tese, seria um direito tradicionalmente inserido na primeira geração de Vasak, mas hoje há vários precedentes internacionais e nacionais que exigem que, por exemplo, saúde, moradia, educação etc., o que o colocaria na segunda geração. O exemplo mais marcante dessa nova interpretação do conteúdo do direito à vida é a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que exige um claro conteúdo social na promoção do direito à vida.
● Classificação segundo os instrumentos de direitos humanos
↪ Direitos civis: são aquele que pertencem ao homem pelo fato de ser membro da sociedade. Aqueles que definem e garantem os direitos e liberdades básicos de uma pessoa, a serem assegurados pelo Estado, entre eles estão o direito à vida, a integridade física, a liberdade da palavra, de pensamento e de fé. 
↪ Direitos naturais: são aqueles que pertencem ao homem pelo fato de existir, dizem respeito aos direitos de o homem agir para o seu bem, conforto e sua felicidade sem desrespeitar os direitos naturais de outrem.
↪ Direitos sociais: dizem respeito ao estabelecimento de um padrão de vida adequado, Art. 11 a 15 do PIDESC, destacando-se o direito à alimentação, vestimenta, moradia e educação. Tem por finalidade a melhoria das condições de vida dos vulneráveis, efetivando-se a igualdade social que é um dos fundamentos do Estado Democrático Brasileiro – (Art. 1º , IV da CR/88). Possuem o objetivo de impor diretrizes, deveres e tarefas a serem realizadas pelo Estado, visando uma melhor qualidade de vida e dignidade como pressuposto do próprio exercício da liberdade.
↪ Direitos econômicos: são os direitos que se materializam, visam disciplinar as relações trabalhistas, como a liberdade de escolha de trabalho, condições justas e favoráveis, remuneração justa, sem distinção entre homens e mulheres, proteção à família, mães e gestantes, restrição do trabalho de crianças e adolescentes. 
↪ Direitos culturais: São integrantes dos direitos humanos conforme Art. 27 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, bem como Art. 15 do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Art. 13 Protocolo de São Salvador, adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos. É o conjunto dos traços distintivos, espirituais e materiais, intelectuais e afetivos que caracterizam uma sociedade. Abarca os modos de vida, os sistemas de valores, as tradições e as crenças de uma comunidade. (Declaração do México sobre Políticas Culturais, UNESCO, 1982). Ex.: o direito autoral, direito a livre participação na vida cultural , direito a identidade cultural etc.
↪ Patrimônio Cultural: obras de artistas, arquitetos, músicos, escritores e sábios, o conjunto de valores que dão sentido a vida de um povo. A língua, os ritos, as crenças, lugares, monumentos históricos, a cultura, os lugares de arte e os arquivos e bibliotecas.
↪ Declaração Universal sobre DiversidadeCultural – 2001: destaca a diversidade como patrimônio comum da humanidade.
↪ Preâmbulo da Constituição da UNESCO: a ampla difusão da cultura e da educação da humanidade para a justiça, a liberdade e a paz são indispensáveis para a dignidade do homem. É um dever de todas as nações.
● Diversidade Cultural e Direitos Humanos: Art. 4 – os direitos humanos, garantias da diversidade cultural. A defesa da diversidade cultural é um imperativo ético, inseparável do respeito à dignidade humana. Ninguém pode invocar a diversidade cultural para violar os direitos humanos garantidos pelo direito internacional, nem para limitar seu alcance (Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural).
↪ Ingo W. Sarlet (2006, p. 56-57): a nota distintiva destes direitos é a sua dimensão positiva. Propiciar um direito de participar do bem estar social. Liberdade perante o Estado.
↪ José Luiz Quadros de Magalhães. Classifica o direito em 04 grupos: 1 Direitos individuais onde o ponte de convergência é a liberdade à vida, a propriedade, a segurança e a igualdade. 2 Direitos sociais compreendem os direitos relativos à saúde, à educação, à previdência e à assistência social, ao lazer, ao trabalho, à segurança e ao transporte. 3 Direitos econômicos que são o direito ao emprego, ao transporte integrado à produção, o direito ambiental e os direitos do consumidor. 4 Direitos políticos que são a participação popular no poder do Estado, direitos de votar e ser votado.
● Classificação pela função: 
A) Direitos de defesa para defender determinadas posições subjetivas contra a intervenção do poder público ou mesmo particular. Visam criar uma proteção contra o poder estatal de forma a gerar a eficácia vertical dos direitos humanos (indivíduo x Estado) e/ ou também contra o particular, consagrando a eficácia horizontal dos direitos humanos (indivíduo x indivíduo), além da eficácia diagonal dos direitos humanos, que consiste na invocação de direitos nas relações entre particulares, nas quais uma das partes ostenta vulnerabilidade, fazendo nascer uma prevalência de determinado direito de um particular sobre o outro. Outra classificação possível dos direitos de defesa: os direitos ao não impedimento (liberdade de expressão), direitos ao não embaraço (direito à inviolabilidade domiciliar, intimidade e direitos a não supressão de determinadas situações jurídicas. 
↪ Convenção Americana de Direitos Humanos Cap. II Direitos Civis e Políticos: direito ao reconhecimento da personalidade jurídica, direito à vida, direito à liberdade pessoal, liberdade de consciência e de religião, liberdade de pensamento e expressão, liberdade de associação, proteção a família, garantias judiciais, principio da legalidade e da retroatividade
B) Direito a prestações: Condutas de proteção aos direitos, para dar existência real aos direitos previstos no ordenamento jurídico (prestações jurídicas e prestações materiais)
↪ Convenção Americana de Direitos Humanos Cap. III Direitos Econômicos, sociais e Culturais: desenvolvimento progressivo ao direitos que decorrem das normas econômicas, sociais e sobre educação, ciência e cultura.
C) Direitos a procedimentos e instituições: O Estado deve estruturar órgãos e corpo institucional apto, de forma a oferecer bens ou serviços indispensáveis à efetivação dos direitos humanos. Permitir que determinadas condutas do Estado, voltadas a desmantelar uma instituição essencial para a efetividade dos direitos humanos seja passível de questionamento.
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS (Slide 05)
● Universalidade: consiste na atribuição dos direitos humanos a todos os seres humanos, não importando nenhuma outra qualidade adicional, como nacionalidade, opção política, orientação sexual, credo, entre outros. Possui vínculo indissociável com o processo de internacionalização dos direitos humanos.
Marco: Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948: dispõe que basta a condição humana para a titularidade de direitos essenciais. O art. 1º da Declaração de 1948 é claro: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”. A Proclamação de Teerã, em 1968, na qual ficou disposto que “é indispensável que a comunidade internacional cumpra sua obrigação solene de fomentar e incentivar o respeito aos direitos humanos e as liberdades fundamentais para todos, sem distinção nenhuma por motivo de raça, cor, sexo, idioma ou opiniões políticas ou de qualquer outra espécie”.
↪Declaração e Programa de Ação de Viena, prevê, no seu n. 1, que a natureza universal dos direitos humanos “está fora de questão” e, no n. 5, que “Todos os direitos humanos são universais, interdependentes e inter-relacionados”.
↪A Declaração e Programa de Ação de Viena (1993), no seu n. 10, “reafirma o direito ao desenvolvimento, previsto na Declaração sobre Direito ao Desenvolvimento, como um direito universal e inalienável e parte integral dos direitos humanos fundamentais”. 
↪Como afirma a Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento, a pessoa humana é o sujeito central do desenvolvimento. Embora o desenvolvimento facilite a realização de todos os direitos humanos, a falta de desenvolvimento não poderá ser invocada como justificativa para se limitar direitos humanos internacionalmente reconhecidos.
↪ Universalistas “os direitos humanos decorrem da dignidade humana, na qualidade de valor intrínseco à condição humana. Relativistas “a noção de direitos está diretamente relacionada ao sistema político, econômico, cultural e social vigente em determinada sociedade. 
● Transnacionalidade: É o reconhecimento dos direitos humanos onde quer que o indivíduo esteja. Essa característica é ainda mais importante na ausência de uma nacionalidade (apátridas) ou na existência de fluxos de refugiados. Dever internacional de proteção aos indivíduos, confirmando-se o caráter universal e transnacional desses direitos. 
● Especificidade: Alguns indivíduos, tornaram-se merecedores de atenção especial, exigida pelo princípio do respeito à dignidade humana. Daí a consagração de direitos especiais aos enfermos, aos deficientes, às crianças, aos idosos etc. Incrementa-se o quantitativo dos bens tidos como merecedores de proteção.
↪ A Declaração e Programa de Ação de Viena, de 1993, sobre o tema estabelece que: A Conferência Mundial sobre Direitos Humanos reconhece a dignidade inerente e o contributo único dos povos indígenas para o desenvolvimento e o pluralismo da sociedade e reafirma fortemente o empenho da comunidade internacional no seu bem-estar económico, social e cultural e no seu gozo dos frutos do desenvolvimento sustentável. Os Estados deverão garantir a participação plena e livre dos povos indígenas em todos os aspectos da vida social. 
↪ Convenção sobre os Direitos da Criança é o reconhecimento dos Direitos Humanos das crianças na Declaração Mundial sobre a Sobrevivência, a Proteção e o Desenvolvimento das Crianças e Plano de Ação, adotados pela Conferência Mundial para a Infância, insta à ratificação universal da Convenção até 1995 e à sua efetiva aplicação pelos Estados Partes através da adoção de todas as medidas legislativas, administrativas e outras necessárias, bem como da máxima afetação de todos os recursos disponíveis. A cooperação e a solidariedade internacionais deverão ser promovidas, com vista a apoiar a aplicação da Convenção, e os direitos da criança deverão constituir uma prioridade no âmbito da ação alargada do sistema das Nações Unidas na área dos Direitos Humanos. A Conferência Mundial sobre Direitos Humanos sublinha também que, para um desenvolvimento harmonioso e pleno da sua personalidade, a criança deverá crescer num ambiente familiar, que é assim merecedor de uma proteção mais ampla. 
↪ Haverá que prestar atenção especial para garantir a não discriminação e o gozo, em termos de igualdade, de todos os Direitos Humanos e liberdades fundamentais por parte de pessoas com deficiência, incluindo a sua participação ativa em todos os aspectos da vida em sociedade.
● Indivisibilidade: um direito humano não há primazia frente a outro direito humano,na medida em que todos são essenciais à promoção e tutela da dignidade humana. A indivisibilidade de tais direitos foi confirmada em várias ocasiões: A Proclamação de Direitos Humanos da 1ª Conferência Mundial de Direitos Humanos da ONU realizada em Teerã (1968) foi o primeiro texto a reconhecer que “os direitos humanos e as liberdades fundamentais são indivisíveis, a realização dos direitos civis e políticos sem o gozo dos direitos econômicos, sociais e culturais resulta impossível.”
↪ Em 1986, na Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento estabeleceu-se que “todos os direitos humanos e todas as liberdades fundamentais são indivisíveis e interdependentes; a realização, a promoção e a proteção dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais devem se beneficiar de uma atenção igual e ser encaradas com uma urgência igual” (art. 6º, §2º).
A Declaração de Viena e Programa de Ação (aprovada na 2ª Conferência Mundial de Direitos Humanos da ONU em 1993) repetiu a Proclamação de Teerã e reiterou que “todos os direitos humanos são universais, indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados. A comunidade internacional deve tratar os direitos humanos de forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade e com a mesma ênfase”. (§5º). “Reconheceu-se que os direitos humanos formam uma unidade de direitos tida como indivisível, interdependente e inter-relacionada. Como bem expressa a Declaração de Viena (em seu §15º) “o respeito aos direitos humanos e liberdades fundamentais, sem distinções de qualquer espécie, é uma norma fundamental do direito internacional na área dos direitos humanos. 
↪ Art. 18 da Declaração e Programa de Ação de Viena, 1993: “Os direitos humanos das mulheres e das meninas do sexo feminino são inalienáveis e constituem parte integral e indivisível dos direitos humanos universais. A plena participação das mulheres, em condições de igualdade, na vida política, civil, econômica, social e cultural em níveis nacional, regional e internacional e a erradicação de todos as formas de discriminação sexual são objetivos prioritários da comunidade internacional. A violência e todas as formas de abuso e exploração sexual, incluindo o preconceito cultural e o tráfico internacional de pessoas, são incompatíveis com a dignidade e o valor da pessoa humana e devem ser eliminadas. 
● Interdependência: o gozo dos direitos civil e políticos e condição para o gozo dos direitos sociais, econômicos e culturais e vice-versa, ao passo que a violação de uma das classes destes direitos é violar todas as outras. A interdependência ou inter-relação consiste no reconhecimento de que todos os direitos humanos contribuem para a realização da dignidade humana, interagindo para a satisfação das necessidades essenciais do indivíduo, o que exige, novamente, a atenção integral a todos os direitos humanos, sem exclusão. O art. 8, da Declaração e Programa de Ação de Viena, de 1993, prevê que, “a democracia, o desenvolvimento e o respeito pelos Direitos do homem e pelas liberdades fundamentais são interdependentes e reforçam-se mutuamente.
● Intransmissíveis, irrenunciáveis e imprescritíveis: Os direitos humanos são, ainda, intransmissíveis e irrenunciáveis, no sentido de que o seu exercício não pode sofrer limitações voluntárias, e imprescritíveis, no sentido de que o seu respeito pode ser exigido a qualquer tempo, independentemente do momento em que a sua lesão teve início. Em suma, é imprescritível a pretensão surgida da violação de direitos dos quais o titular não pode dispor, exceto em relação à reparação dos danos surgidos desta violação. A “indisponibilidade ou irrenunciabilidade revela a impossibilidade de o próprio ser humano – titular desses direitos – abrir mão de sua condição humana e permitir a violação desses direitos. O respeito à liberdade e autonomia da vontade. Inicialmente, o indivíduo é livre para não exercer seus direitos, salvo quando há lesão à dignidade humana. Esse limite à autonomia quanto ao exercício dos direitos ocorreu no chamado Caso do Arremesso do Anão, na França. No caso, ocorreu a proibição desse tipo de conduta (arremesso de anão) oferecida por uma casa noturna.
↪ “Em sentido contrário, o tribunal constitucional da Alemanha considerou inconstitucional lei de segurança aérea de 2004, pela qual as autoridades poderiam abater aeronave em voo com passageiros inocentes, caso se constatasse que esta seria utilizada para atentado contra a vida de pessoas no solo e este (o abate) fosse o último recurso para impedir a conduta. Para o Tribunal alemão, tal abate instrumentalizava em absoluto os passageiros inocentes (para salvar outras vidas) e violava o direito à vida e à dignidade humana.
↪ A irrenunciabilidade dos direitos humanos suscita importantes discussões envolvendo o direito à vida, como eutanásia, aborto e a recusa em receber transfusão de sangue. o questionamento base é o seguinte: se a vida é irrenunciável, como validar eutanásia e aborto? havendo risco de morte, a manifestação de vontade da pessoa em não aceitar a transfusão de sangue deve ser considerada? A resposta a essas perguntas passa pela compreensão da relatividade dos direitos humanos e da necessidade de harmonizá-los com outros valores.
● Inalienáveis: o art. 10, da Declaração e Programa de Ação de Viena, de 1993, que “a Conferência Mundial sobre Direitos do Homem reafirma o direito ao desenvolvimento, conforme estabelecido na Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento, enquanto direito universal e inalienável e parte integrante dos Direitos do homem fundamentais.” A “inalienabilidade pugna pela impossibilidade de se atribuir uma dimensão pecuniária desses direitos para fins de venda. A Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento (1986) prevê, no art. 1º, que o direito ao desenvolvimento é um direito humano inalienável, definindo, portanto, a inalienabilidade como característica dos direitos humanos.
● Superioridade normativa: são superiores a demais normas, não se admitindo o sacrifício de um direito essencial para atender as ‘razões de Estado’, representando preferências preestabelecidas que, em conflito com outra norma, devem prevalecer. Quem dita a última palavra sobre interpretação e aplicação das normas de direitos humanos é a jurisdição internacional, e dizer por último significa estabelecer soberana e definitivamente o direito. O art. 29.b da Convenção Americana de Direitos Humanos estabelece que o conflito de normas deve ser solucionado pela prevalência da norma mais favorável à pessoa humana.
● Reciprocidade: São direitos de todos e não sujeitam apenas o Estado e os agentes públicos, mas toda a coletividade.
● Interdisciplinaridade: Direitos Internacional dos Direitos Humanos: direitos reconhecidos a todas as pessoas da terra; Direito Internacional Humanitário: que trata da proteção da pessoa humana em circunstância de guerra; Direito Internacional dos refugiados: diz respeito à garantia de asilo quando recluso de seus país.
● Historicidade: os direitos humanos são frutos de um processo temporal e complexo no qual vá se formando suas particularidades e sutilezas. Em razão desta característica os direitos humanos são mutáveis, adaptáveis e aperfeiçoáveis. A evolução dos direitos humanos observa um fluxo evolutivo contínuo, a maior ou menor velocidade a depender do período cronológico. Os direitos humanos não são estáticos, estando em constante evolução, de acordo com as novas necessidades que os novos tempos e desenvolvimento das relações humanas.
● Complementariedade: Os sistemas regionais descentralizam a ONU para respeitar a complementariedade, ou seja, os diferentes elementos de base cultural religiosa e social das diversas regiões. Mediante o processo de regionalização é possível manter a característica da universalidade sem perder as peculiaridades culturais, religiosas, sociais e econômicas das diversas regiões do globo. 
↪ Por “contra da apontada identidade de propósitos, os instrumentos de proteção internacional dos direitos humanos, quer no plano global, quer no plano regional, interagempara fortalecerem-se mutuamente, acarretando a extensão ou ampliação da proteção devida às supostas vítimas. Revela-se, assim, uma complementariedade, descartando-se pretensos antagonismos entre soluções nos planos global e regional.”
● Essencialidade: significa que os direitos humanos apresentam valores indispensáveis e que todos devem protegê-los. Além disto, os direitos humanos são essenciais para a proteção da pessoa humana em sua dignidade e em seus direitos, conferindo proteção imprescindível aos bens jurídicos inatos à natureza humana, devidamente reconhecidos nos sistemas de proteção dos direitos humanos.
COSTUME INTERNACIONAL E PRINCIPIOS GERAIS E ESPECIFICOS DO DIDH (Slide 6)
COSTUME INTERNACIONAL
● Definição: são práticas/atos aceitos pelos Estados como direito aplicável, durante um período razoável, versando um assunto da mesma forma. São normas de conduta oriundas da prática social observadas como obrigatórias. Ou seja, existe “uma vontade de validade”, a vontade coletiva de que a norma é “obrigatória e coercível por um mecanismo social organizado.”
● Elemento objetivo ou material: prática reiterada de atos no mesmo sentido. E o chamado “uso”. As práticas internacionais podem ser de diversos tipos, posições dos agentes diplomáticos nas negociações internacionais, atos judiciários, normas. “Essa posição foi consolidada no direito internacional por um contencioso entre a Colômbia e o Peru, onde se discutia o direito de asilo. Sobre o ponto que nos interessa, a Colômbia alegava que havia um costume regional de possibilidade de qualificação do crime, o que foi negado pela Corte, porque não havia uma prática estável sobre o tema.
● Elemento subjetivo: (psicológico ou espiritual): é a crença de que a prática é obrigatória nos termos do Direito, no plano jurídico. Os Estados devem aceitar a prática. Não haverá costume se o ato for apenas tolerado ou, menos ainda, se a prática for imposta por meio da força.
“A importância dos costumes no direito internacional decorre do tradicional baixo nível de codificação normativa entre os Estados. Ainda hoje, a maioria das situações é regulada por práticas tradicionais, sobretudo aquelas consolidadas por decisões judiciais, que se perpetuam ao longo do tempo.
●Ônus da prova: Incumbe àquele que o alega, e nem sempre é tarefa fácil, principalmente, quando se trata de um costume regional ou mesmo bilateral, isto é, considerado não a partir da prática comum na sociedade internacional, mas apenas da prática existente entre um grupo pequeno de Estados.
Os Costume Internacionais encontram prova nos atos estatais, nos textos legais e nas decisões judiciárias acerca de temas relacionados ao "jus cogens". No plano internacional, busca-se a prova do Costume Internacional na jurisprudência internacional ou nos tratados. 
●No parecer consultivo sobre a licitude do uso de armas nucleares, a CIJ avaliou a existência de um costume internacional suficiente para considerar ilegal o uso das armas nucleares, a partir de um pedido de parecer pelo então Secretário Geral da ONU, Boutros-Boutros Ghali. Os dois elementos foram analisados da seguinte forma:
a) Elemento objetivo: argumentava-se no caso que os, Estados nunca utilizaram armas nucleares em conflitos armados, desde 1945, e a omissão seria suficiente para configurar a prática do costume. Logo, as armas estavam sendo utilizadas e, portanto, não haveria o elemento objetivo.
b) Elemento subjetivo: a Corte finalmente considerou que não era possível identificar o elemento subjetivo do não uso, porque efetivamente, durante toda a Guerra Fria, a possibilidade de uso esteve presente entre os Estados e foi considerada como possível pela comunidade internacional.
●Em síntese: O reconhecimento de determinada prática estável entre os Estados passa por três etapas: a) o reconhecimento desta prática como costume, pela continuidade; b) a fixação precisa de seu conteúdo, com os pontos comuns entre as diversas formas de sua manifestação; c) a determinação entre quais sujeitos de direito internacional pode ser aplicada.
●Extinção do costume: a) quando deixa de ser praticado pelos sujeitos de direito internacional (os Estados deixam de usar a prática durante um período razoável de tempo, quando a prática não mais ocorre ou quando é substituída por outra prática distinta, que pode a chegar a se tornar um novo costume diferente do primeiro); b) quando um tratado, contrário ao costume, é ratificado entre os Estados (os Estados decidem que o costume até então praticado não mais lhes convém e regulam o tema de forma distinta).
Princípios Gerais de Direito
●Definição: Joaquín Arce y Flórez-Valdés afirma que princípios gerais de direito são “as ideias fundamentais sobre a organização jurídica de uma comunidade, emanadas da consciência social, que cumprem funções fundamentadora, interpretativa e supletiva a respeito do seu total ordenamento jurídico.”.
Os princípios gerais do direito “contribuem materialmente para uma melhor coerência e completude da ordem jurídica internacional.
Entre os princípios gerais do direito internacional destacam-se:
●Proibição do uso da força: consagrado no artigo 2º (4) da carta ONU, é considerado como a própria essência do direito internacional, em um mundo de Estado interdependentes. 
●Solução pacífica de controvérsias: é necessária a utilização de meios pacíficos que se subdividem em diplomáticos, políticos, jurídicos e jurisdicionais.
●não intervenção nos assuntos internos dos Estados: as relações internacionais de um Pais devem consolidar-se na soberania politica e econômica, e de autodeterminação dos povos, repudiando a intervenção direta ou indireta nos negócios de outros Estados.
●Dever de cooperação internacional: os Estados devem agir em conjunto, colaborando para a busca de objetivos comuns.
Declaração Sobre o Direito ao Desenvolvimento
Artigo 6º
§1. Todos os Estados devem cooperar, com vistas a promover, encorajar e fortalecer o respeito universal à observância de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião.
§2. Todos os direitos humanos e liberdades fundamentais são indivisíveis e interdependentes; atenção igual e consideração urgente devem ser dadas à implementação, promoção e proteção dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais.
§3. Os Estados devem tomar providências para eliminar os obstáculos ao desenvolvimento resultantes da falha na observância dos direitos civis e políticos, assim como dos direitos econômicos, sociais e culturais.
Artigo 7º: Todos os Estados devem promover o estabelecimento, a manutenção e o fortalecimento da paz e segurança internacionais e, para este fim, deveriam fazer o máximo para alcançar o desarmamento geral e completo do efetivo controle internacional, assim como assegurar que os recursos liberados por medidas efetivas de desarmamento sejam usados para o desenvolvimento amplo, em particular o dos países em via de desenvolvimento.
●Autodeterminação dos Povos: O Estado pode organizar-se e governar-se de acordo com os seus próprios interesses. Anote-se que: 1) A sujeição de povos ao jugo, ao domínio e à exploração de estrangeiros, constitui uma denegação dos direitos fundamentais, é contrária à Carta das Nações Unidas e é um obstáculo à promoção da paz mundial e da cooperação entre os Estados; 2) Todos os povos têm direito à autodeterminação, podendo, em virtude desse direito, escolher livremente o seu estatuto político, assim como livremente promover o seu desenvolvimento econômico, social e cultural; 3) A falta de preparo político, econômico ou educacional não poderá jamais servir de pretexto para adiar a consecução da independência;
●Igualdade soberania dos Estados: trata-se de princípio derivado da ideia de comunidade internacional, que foi inspirada na comunidade de indivíduos, onde todos são iguais perante a lei. Este princípio legitima o respeito entre os Estados, seja qual for seu porte, cultura, número de habitantes ou regime de governo.
●Igualdade de Direitos: se todos possuemum governo, um território e um povo próprio, nenhum deles poderá ser superior ou mais importante no cenário internacional para justificar qualquer desigualdade entre os mesmos.
●Boa-fé no cumprimento das obrigações internacionais: é inerente a qualquer ordenamento jurídico, guiando o comportamento dos sujeitos de direito.
●Princípio da prevalência dos direitos humanos, ou do respeito aos direitos humanos, um dos mais importantes a serem considerados, que teve o auge do seu desenvolvimento após o fim da Segunda Guerra Mundial, ante aos intensos abusos cometidos durante aquele período. Significa que todos os Estados devem buscar a proteção dos direitos humanos, hoje considerado um valor comum a todos os sistemas de direito. Representa ao mesmo tempo um objetivo comum e um pressuposto do direito internacional para o reconhecimento do próprio Estado.
●Princípio da responsabilidade coletiva dos Estados: o caráter objetivo dos direitos humanos implica a responsabilidade coletiva dos Estados quanto à aplicação das normas internacionais, que com eles se relacionam, não se devendo permitir a invocação do princípio da não ingerência nos assuntos internos – princípio fundante do Direito Internacional clássico.
Declaração Sobre o Direito ao desenvolvimento (1986)
Artigo 3º
§1. Os Estados têm a responsabilidade primária pela criação das condições nacionais e internacionais favoráveis à realização do direito ao desenvolvimento.
§2. A realização do direito ao desenvolvimento requer pleno respeito aos princípios do direito internacional, relativos às relações amistosas de cooperação entre os Estados, em conformidade com a Carta das Nações Unidas.
§3. Os Estados têm o dever de cooperar uns com os outros para assegurar o desenvolvimento e eliminar os obstáculos ao desenvolvimento. Os Estados deveriam realizar seus direitos e cumprir suas obrigações, de modo que a promover uma nova ordem econômica internacional, baseada na igualdade soberana, interdependência, interesse mútuo e cooperação entre todos os Estados, assim como a encorajar a observância e a realização dos direitos humanos.
●Finalidades da responsabilidade internacional para fins de proteção dos direitos humanos: 1) “visa coagir psicologicamente os Estados, a fim de que eles não deixem de cumprir com os seus componentes internacionais em matéria de direitos humanos; 2) visa atribuir ao indivíduo que sofreu um prejuízo, em decorrência de um ato ilícito cometido por um Estado, uma justa e devida reparação, seja de ordem pecuniária ou de outra natureza e 3) “impor aos Estados limites de atuação no plano externo, impedindo-lhes de agir de forma leviana ou da maneira que lhes convém, visando a que não prejudiquem terceiros e não desequilibrem as relações pacíficas entre os demais Estados”.
●Digno de registro que os princípios gerais do Direito Internacional Público são observados no art. 4º, da Constituição Federal, que dispõe o seguinte:
 “A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
 I - Independência nacional;
 II - Prevalência dos direitos humanos;
 III - autodeterminação dos povos;
IV - Não-intervenção;
 V - Igualdade entre os Estados;
 VI - Defesa da paz;
 VII - solução pacífica dos conflitos;
 VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
 IX - Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
 X - Concessão de asilo político.
 Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.”
Princípios Específicos do DIDH
Os princípios não são apenas valores cuja realização fica na dependência de meras preferências pessoais. Os princípios instituem o dever de adotar comportamentos necessários à realização de um estado de coisas ou, inversamente, instituem o dever de efetivação de um estado de coisas pela adoção de comportamentos a ele necessários
●Vedação a interpretação deturpada: (art. XXX, DUDH; arts. 80, Carta da ONU; 5º e 46º do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Político; art. 5º, 24º e 25º, do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais; e art. 29 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos – Normas e Interpretação.
CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS.
Artigo 29.  Normas de interpretação
 Nenhuma disposição desta Convenção pode ser interpretada no sentido de:
 a. permitir a qualquer dos Estados Partes, grupo ou pessoa, suprimir o gozo e exercício dos direitos e liberdades reconhecidos na Convenção ou limitá-los em maior medida do que a nela prevista;
 b. limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou liberdade que possam ser reconhecidos de acordo com as leis de qualquer dos Estados Partes ou de acordo com outra convenção em que seja parte um dos referidos Estados;
 c. excluir outros direitos e garantias que são inerentes ao ser humano ou que decorrem da forma democrática representativa de governo; e
 d. excluir ou limitar o efeito que possam produzir a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e outros atos internacionais da mesma natureza.
●Pro homine ou da primazia da norma mais favorável: assegura a prevalência da norma que melhor e mais eficazmente projeta os direitos humanos — os direitos internacionais apenas vêm a aprimorar e fortalecer, jamais a restringir ou debilitar, o grau de proteção dos direitos consagrados no plano normativo constitucional.
●Princípio da não-discriminação (de qualquer tipo) e da igualdade: A Convenção Americana de Direitos Humanos, à cláusula da não discriminação conjuga-se o princípio da igualdade formal, previsto pelo artigo 3º da Carta das Nações Unidas, por meio do qual “todas as pessoas beneficiam-se de uma total igualdade perante a lei. Todas as pessoas têm direito a uma igual proteção da lei.” 
Convenção Americana de Direitos Humanos:
Artigo 1. Obrigação de respeitar os direitos
 1. Os Estados Partes nesta Convenção comprometem-se a respeitar os direitos e liberdades nela reconhecidos e a garantir seu livre e pleno exercício a toda pessoa que esteja sujeita à sua jurisdição, sem discriminação alguma por motivo de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou social, posição econômica, nascimento ou qualquer outra condição social.
2. Para os efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser humano.
Artigo 24.  Igualdade perante a lei
 Todas as pessoas são iguais perante a lei.  Por conseguinte, têm direito, sem discriminação, a igual proteção da lei.
Princípio da inviolabilidade da pessoa (englobando o respeito à vida, à integridade física, psíquica e moral, e aos atributos da personalidade): não se pode impor sacrifícios a um indivíduo em razão de que tais sacrifícios resultarão em benefício a outra pessoa. Artigo 4.  Direito à vida
Artigo 5.  Direito à integridade pessoal
 1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua integridade física, psíquica e moral.
 2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes.  Toda pessoa privada da liberdade deve ser tratada com o respeito devido à dignidade inerente ao ser humano.
 3.  A pena não pode passar da pessoa do delinquente.
 4.  Os processados devem ficar separados dos condenados, salvo em circunstâncias excepcionais, e ser submetidos a tratamento adequado à sua condição de pessoas não condenadas.
 5.  Os menores, quando puderem ser processados, devem ser separados dos adultos e conduzidos a tribunal especializado, com a maior rapidez possível, para seu tratamento.
 6. As penas privativas da liberdade devem ter por finalidade essencial a reforma e a readaptação social dos condenados.
Princípio da autonomia da pessoa: toda pessoa é livre para a realização de qualquer conduta, desde que seus atos não prejudiquem terceiros.
Princípio da dignidade da pessoa humana: verdadeiro núcleo-fonte de todos os demais direitos fundamentais do cidadão, por meio do qual "todas as pessoas devem ser tratadas e julgadas de acordo com

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