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METODOLOGIA DO 
ENSINO DE ARTES
PROPOSTA TRIANGULAR DO ENSINO DA 
ARTE E O CONHECIMENTO SENSÍVEL
Metodologia do Ensino de Artes é uma disciplina de grande importância 
na formação de professores, pois tem por objetivo refletir a respeito dos 
fundamentos da prática docente e a construção da formação e do profissional 
de Arte na educação.
Iniciamos também um diálogo sobre uma área que trabalha diretamente 
com o conhecimento sensível, histórico e cultural, a Arte.
Conhecer a história da Arte/educação e as contribuições de pesquisadores 
para o desenvolvimento do ensino da Arte no Brasil nos permite compreender 
influências históricas que até se fazem presentes nas metodologias adotadas 
em sala de aula.
Saber selecionar melhor os conteúdos, elaborar bons objetivos, 
escolher procedimentos adequados de ensino, planejar melhor nossas 
aulas, compreender os nossos processos de formação e qualificação como 
professores trará contribuições substanciais à nossa prática. E é a isso que 
nos propusemos ao elaborar esse Curso.
Vamos nos sensibilizar juntos, conhecendo a trajetória desta área de 
conhecimento que vem ganhando espaço nos currículos escolares.
Bom estudo e muita sensibilidade artística nas suas discussões!
Profª Tatiana dos Santos da Silveira
APRESENTAÇÃO
Organização
Tatiana dos Santos 
da Silveira
Tutoria Interna 
de Artes Visuais
Reitor da 
UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora do EAD
Prof.ª Francieli Stano 
Torres
Edição Gráfica 
e Revisão
UNIASSELVI
 CURSO LIVRE - PROPOSTA TRIANGULAR DO ENSINO DA ARTE E O CONHECIMENTO SENSÍVEL
PROPOSTA 
TRIANGULAR DO ENSINO 
DA ARTE E O CONHECIMENTO 
SENSÍVEL
.04
1 INTRODUÇÃO
É comum no meio educacional , pr incipalmente nas conversas 
relacionadas ao ensino da Arte, escutar professores mencionarem como 
referência a Proposta Triangular do Ensino da Arte, proposta por Ana Mae 
Barbosa.
Esta proposta aparece de forma indireta nos documentos que regem a 
educação brasileira, como os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte e o 
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, quando sugerem o 
Ensino de Arte articulado entre as vertentes do fazer, apreciar e refletir Arte. 
Compreendemos a trajetória do Ensino da Arte como uma construção 
em busca de propostas que valorizem esta área de conhecimento e trabalhem 
de forma articulada com o conhecimento sensível das pessoas.
Nesta etapa, apresentaremos os fundamentos que norteiam a Proposta 
Triangular do Ensino da Arte, bem como as categorias do conhecimento 
sensível.
2 A PROPOSTA DE ANA MAE BARBOSA
A Proposta Tr iangu la r nasceu de uma preocupação e de um 
questionamento de profissionais ligados ao ensino de Arte sobre a proposta 
educativa em Arte centrada apenas no fazer das diversas linguagens (Teatro, 
 CURSO LIVRE - PROPOSTA TRIANGULAR DO ENSINO DA ARTE E O CONHECIMENTO SENSÍVEL
Dança, Música e Artes Plásticas) que predominava nos anos de 1970. Nessa 
década, o ensino de Arte se deu na perspectiva do fazer artístico, ainda 
sofrendo as influências da Escolinha de Arte do Brasil, de Augusto Rodrigues.
O trabalho dos professores de Arte estava centrado nas propostas de 
experimentação expressiva como a mola propulsora para o processo criador. 
Era valorizado o desenvolvimento da autodescoberta e da livre-expressão. 
Durante esse período, entre os profissionais ligados ao ensino de Arte, nasceu 
uma preocupação e um questionamento sobre a proposta educativa em Arte 
centrada apenas no fazer das diversas linguagens (Teatro, Dança, Música e 
Artes Plásticas). 
Foi nesse contexto que surgiu a proposta de profissionais ligados ao 
ensino de Arte de iniciar um processo de discussão e pesquisa que direcionasse 
o ensino também para o conhecimento da Arte e sua apreciação. Para Barbosa 
(2002, p. 34-35):
A produção de arte faz a criança pensar inteligentemente acerca da criação 
de imagens visuais, mas somente a produção não é suficiente para a leitura 
e o julgamento de qualidade das imagens produzidas por artistas ou do 
mundo cotidiano que nos cerca. [...] Temos que alfabetizar para a leitura da 
imagem. Através da leitura das obras de artes plásticas, estaremos preparando 
a criança para a decodificação da gramática visual, da imagem fixa e, através 
da leitura do cinema e da televisão, a prepararemos para aprender a gramática 
da imagem em movimento. Essa decodificação precisa ser associada ao 
julgamento da qualidade do que está sendo visto aqui e agora e em relação 
ao passado.
A Proposta Triangular foi empregada por Ana Mae Barbosa nos anos de 
1980, quando a autora esteve na direção do Museu de Arte Contemporânea da 
Universidade de São Paulo. Essa proposta está fundamentada em abordagens 
epistemológicas como: Escuelas al Aire Libre, do México; Critical Studies, 
da Inglaterra; e Discipline Based Art Education (DBAE), dos Estados Unidos. 
Destacamos, entre as abordagens mencionadas, o DBAE, por ser usada por 
Barbosa para sistematizar a Proposta Triangular.
O projeto Discipline Based Arte Education (DBAE), desenvolvido nos 
Estados Unidos desde a década de 1980, postula a educação/ensino da 
Arte por meio da articulação diálogo entre três momentos educativos: 
leitura de imagem, produção e reflexão. 
Para Barbosa (1991, p. 10), na escola, a Arte pretende, sobretudo, “formar 
o conhecedor, fruidor e decodificador da obra de arte [...]. A escola seria a 
instituição pública que pode tornar o acesso à arte possível para a vasta 
maioria dos estudantes em nossa nação [...]”. Ainda para a autora, 
 CURSO LIVRE - PROPOSTA TRIANGULAR DO ENSINO DA ARTE E O CONHECIMENTO SENSÍVEL
[...] do ensino das artes corresponde às quatro mais importantes coisas que 
as pessoas fazem com a arte. Elas a produzem, elas a veem, elas procuram 
entender seu lugar na cultura através do tempo, elas fazem julgamento de 
sua qualidade. (BARBOSA, 1991, p. 36-37).
Barbosa (1991) entende o ensino da Arte como forma contextualizada de 
ver a Arte e a cultura. Entende a articulação dos três eixos da Proposta Triangular 
– fruir Arte, contextualizar Arte e produzir Arte – como a possibilidade de o 
educando ler o mundo de forma mais ampla e sensível. Nesta Proposta, existe 
uma junção da crítica e da estética que a autora chamou de apreciação ou 
leitura de imagem; o fazer artístico ou produção artística; e a história da Arte 
ou reflexão da produção artística. 
A Proposta Triangular, de Barbosa, então, é constituída por três eixos, 
conforme mostramos na Figura.
FONTE: Obra: Pescador – Tarsila do Amaral. Disponível em: <http://
museuvirtualsemanaartemoderna.arteblog.com.br>. Acesso em: 7 abr. 2011.
FIGURA 1 – PROPOSTA TRIANGULAR DO ENSINO DA ARTE
Conforme mostra a imagem, a Proposta Triangular é constituída por três 
eixos: leitura de imagem, reflexão ou contextualização e produção ou fazer 
artístico. Esse triângulo é considerado referência dos eixos de aprendizagem 
que dominam o ensino atualmente. O triângulo ajuda na prática pedagógica 
de Arte nas escolas brasileiras.
Leitura de imagem, ou fruição da Arte, primeiro eixo da Proposta 
Triangular, baseia-se nas diferentes possibilidades de o educando entrar em 
contato com a Arte, os diferentes modos de ver e interpretar as obras de arte, 
o que pode despertar a capacidade crítica dos educandos. (BARBOSA, 1998). 
A leitura da imagem, para Pillar (1992), desenvolve os modos de interpretar, 
visualizar e julgar a qualidade das obras, compreendendo os elementos e as 
relações que a compõe. 
 CURSO LIVRE - PROPOSTA TRIANGULAR DO ENSINO DA ARTE E O CONHECIMENTO SENSÍVEL
Quanto à contextualização ou a história da Arte, segundo eixo da Proposta 
Triangular, Barbosa (1998) a entende como o momento de contextualizar o 
artista e a obra de arte no tempo. Trata de compreender a obra de arte e o 
contexto onde foi criada, bem como as ideologias que podem estar presentes 
na criação.
O último dos três eixos da Proposta Triangular – o fazer artístico ou a 
produção artística – Barbosa (1998), compreende como o momentocriativo 
do educando, o momento de representação pessoal de cada um. 
O fazer artístico, segundo Plácido, (2007, p. 40):
Está ca lcado no processo cr iat ivo, encarado como interpretação e 
representação pessoal. É por meio do fazer artístico que o aluno descobre as 
possibilidades e as limitações das linguagens expressivas, de seus diferentes 
materiais e instrumentos. É ainda a interpretação e representação a partir 
daquilo que foi visto, pensado, analisado, conhecido. Ao mesmo tempo em 
que estimula o pensar sobre a criação visual, a produção associada às imagens 
pode colaborar para a construção de formas de maior força expressiva.
O trabalho desenvolvido com base na Proposta Triangular do Ensino 
da Arte, articulado entre os três eixos mencionados, possibilita, por meio de 
informações e reflexões acerca do contexto e do mundo onde o educando 
está inserido, o desenvolvimento do conhecimento em Arte. Neste sentido, 
para que a Arte seja compreendida como criação agregada de cultura e 
ideologias políticas, econômicas e sociais do contexto onde está inserida, é 
fundamental a mediação do professor em sala de aula.
Barbosa (1998) faz correções ao termo utilizado Metodologia Triangular, 
até por ela mesma, no seu livro A Imagem no Ensino da Arte, dizendo: “Culpo-
me por ter aceitado o apelido e usado a expressão Metodologia Triangular 
em meu livro”. A autora afirma que, após anos de experimentação, está 
convencida de que metodologia é a construção de cada professor na sua 
prática pedagógica e que, dessa forma gostaria de ver a expressão Proposta 
Triangular, e não mais Metodologia Triangular (BARBOSA, 1998). 
Em 1987, a Proposta Triangular foi amplamente utilizada em atividades 
com crianças e adolescentes e para a formação de professores de Arte, no 
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Esses professores 
se tornaram multiplicadores do trabalho praticado na instituição que passou a 
ser referência para outras experiências no ensino de Arte. As reflexões teórico-
práticas referentes ao ensino de Arte, levadas a efeito por Ana Mae Barbosa, 
estão inscritas na vertente educacional realista-progressista. Em síntese, essas 
reflexões apontam para a democratização do conhecimento da Arte, para a 
construção do conhecimento e, sobretudo, para o rompimento da prática 
tecnicista que permeia, ainda, o ensino de Arte entre nós. Para a autora 
conhecer a Arte do país, é fundamental para o desenvolvimento histórico 
 CURSO LIVRE - PROPOSTA TRIANGULAR DO ENSINO DA ARTE E O CONHECIMENTO SENSÍVEL
e social do ser humano. É por meio da Arte que podemos conhecer nossas 
raízes e compreender nossa história. A criança, quando entra em contato com 
a Arte, percebe um mundo de informações e possibilidades de expressão e 
criação e passa a entender melhor o meio social onde está inserida.
3 ARTE E CONHECIMENTO SENSÍVEL
O ser sensível é como um espelho d’água encrespando ao mais ligeiro vento 
e onde uma pedrinha jogada ao acaso traça ondas em círculos sempre 
crescentes. (OSTROWER,1986)
Iniciamos nossa discussão com as palavras de Ostrower (1986), sobre 
o ser sensível. Compreendemos em seus dizeres a relação da sensibilidade 
com o modo de “ver” e “olhar” das pessoas. A possibilidade de encantamento 
com a simplicidade e a valorização da essência.
O conhecimento sensível vem sendo estudado por filósofos, teóricos, 
professores, especialistas em educação e admistradores de diferentes 
campos, e, com diferentes concepções, onde muitos acreditam na relação 
do conhecimento sensível com o processo cognitivo e com o processo de 
ensino aprendizagem. 
Para Pillotto (2004), a expressão “conhecimento sensível” está relacionada 
à estética, teve origem na concepção grega e significa a possibilidade de 
conhecer perante os sentidos e as sensações.
Espec i f icamente , neste Curso, daremos enfoque à re lação do 
conhecimento sensível e o Ensino da Arte, pois a Arte está presente na vida 
das pessoas desde o início da humanidade como forma de comunicação e 
expressão. Por meio das expressões artísticas, é possível manifestar sentimentos 
e perceber o mundo de forma poética e sensível. Assim, ouvir uma música, 
uma poesia, apreciar um quadro, uma fotografia, uma apresentação de teatro 
ou dança, são modos de sentir Arte. 
Sentir Arte é um processo pelo qual o ser humano conhece a respeito 
de si e do mundo. O trabalho com a Arte está relacionado à percepção, à 
emoção, à intuição, à sensibilidade. “A arte é, por conseguinte, uma maneira de 
despertar o indivíduo para que este dê maior atenção ao seu próprio processo 
de sentir” (DUARTE JÚNIOR 1988, p. 65). Por meio da Arte, podemos conhecer 
e entender a cultura do nosso tempo, sendo este um processo fundamental 
para a construção humana sensível. 
Para o autor, “o sentir é anterior ao pensar, e compreende aspectos 
perceptivos (internos e externos) e aspectos emocionais. Por isso pode-se afirmar 
que, antes de ser razão, o homem é emoção”. (DUARTE JUNIOR, 1988, p.16) 
 CURSO LIVRE - PROPOSTA TRIANGULAR DO ENSINO DA ARTE E O CONHECIMENTO SENSÍVEL
Segundo Pillotto (2004, p. 38), “A arte como linguagem, expressão e 
comunicação, trata da percepção, da emoção, da imaginação, da intuição, 
da criação, elementos fundamentais para a construção humana sensível”. 
Como vetor de construção humana sensível, a Arte possibilita contato com 
o mundo e consigo mesmo. Permite que, por meio dela, a criança conheça 
e compreenda o contexto onde está inserida, bem como desenvolva 
conhecimentos artísticos, culturais e históricos. 
Kant (1991) definiu como categorias do Conhecimento Sensível, a 
percepção, a intuição, a imaginação, a emoção e a sensibilidade. Compreendia 
uma interação entre as categorias que vê como elementos distintos. Acredita 
que essas categorias correspondem a uma maneira particular de ver o mundo.
Na área de Arte, Ostrower (1986) desenvolveu estudos referente a este, 
pois acredita que o conhecimento sensível é essencial ao desenvolvimento 
humano.
A autora afirma que:
[...] o homem cria, não apenas porque quer, ou porque gosta, e sim porque 
precisa; ele só pode crescer como ser humano, coerentemente, ordenando, 
dando forma, criando. Os processos de criação ocorrem no âmbito da intuição. 
[...] toda experiência possível ao indivíduo, também a racional, trata-se de 
processos essencialmente intuitivos. Intuitivos, esses processos se tornam 
conscientes na medida em que lhes damos uma forma. Entretanto, mesmo que 
a sua elaboração permaneça em níveis subconscientes, os processos criativos 
teriam que referir-se à consciência dos homens, pois só assim poderiam ser 
indagados a respeito dos possíveis significados que existem no ato criador. 
(OSTROWER, 1986, p. 10)
 
Para a autora, a criação está relacionada ao “ser sensível”, e ser sensível 
é privilégio de todo ser humano.
Pensar o conhecimento sensível como parte integrante do ensino 
aprendizagem da Arte, é nossa função enquanto educadores. É necessário 
articular os eixos da Proposta Triangular do Ensino da Arte com as Categorias 
do Conhecimento Sensível. É necessário oportunizar momentos de Fruição 
da Arte onde a criança poderá desenvolver sua capacidade de intuição e 
percepção de mundo, compreendendo o contexto onde está inserida de 
forma crítica e sensível.
A razão e a intuição precisam trabalhar de forma associada, pois não 
existem isoladamente. Para Ostrower (1986, p. 58):
Intuir, questionar, indagar, aprender e avaliar o real das coisas, intuitivamente, é 
um caminho de conhecimento típico do homem. Caminho dos mais criativos 
representa sempre um modo dinâmico, um contínuo sair-de-si em busca de 
conteúdos significativos – a partir de determinadas intenções – para poder 
agir. A própria percepção é, fundamentalmente, um constante intuir. 
 CURSO LIVRE - PROPOSTA TRIANGULAR DO ENSINO DA ARTE E O CONHECIMENTO SENSÍVEL
Para a autora este ato dialógico de intuir e perceber o meio cultural 
proporciona um repensar e agir sobre situações novase diferenciadas. O 
ato de intuir a partir dos conhecimentos reais e da sensibilidade propicia a 
construção de novas criações e possibilidades para novas situações.
Desta forma, segundo Pillotto (2004, p. 50), “o conhecimento sensível 
desencadeia um processo de enfrentamento do mundo e relações entre o 
limiar do racional e emocional. 
Podemos sistematizar as categorias do conhecimento sensível articuladas 
com o ensino da arte da seguinte forma:
FIGURA 2 – CATEGORIAS DO CONHECIMENTO SENSÍVEL E O ENSINO DA ARTE
FONTE: A autora.
Com base na figura apresentada, podemos compreender o processo 
de criação em arte como uma conquista de maturidade, que perpassa as 
categorias do conhecimento sensível.
Compreendemos essas categorias da seguinte forma:
Percepção: é um elemento sutil, dificilmente reconhecido de imediato. 
Perceber é apreender o mundo externo, é ir ao encontro do que no íntimo 
se quer perceber. “está fundamentada no que o professor é capaz de sentir 
e compreender sobre si mesmo, sobre os alunos e sobre a vida”. (MIGUEL, 
2007, p.119)
 CURSO LIVRE - PROPOSTA TRIANGULAR DO ENSINO DA ARTE E O CONHECIMENTO SENSÍVEL
Intuição: Tem capacidade de construir ideias através das informações 
internalizadas pelos indivíduos. 
[...] intuir, observar, relacionar, são caminhos criativos que representam um 
modo dinâmico de conhecimento, no qual o professor torna-se protagonista 
no diálogo entre a sua percepção e os significados que constrói na sala de 
aula e no modo como espaços, objetos e pessoas lhe falam e lhe afetam. 
(MIGUEL, 2007, p. 119)
Emoção: Serve como um sistema primário de aviso. É significativa, fica 
armazenada no banco de memória emocional e é parte da racionalidade. 
(GARDNER, 1999, p. 89)
Imaginação: é um pensar específico sobre um fazer concreto. Nasce do 
interesse e do entusiasmo. 
Criação: Inicia-se em um processo de pura sensibil idade, onde a 
mobilização interior leva a pessoa a criar mergulhada no próprio inconsciente. 
Consciente e inconsciente se complementam na completa entrega de si 
em busca do desenvolvimento da própria personalidade. Em busca de uma 
construção de olhar para o mundo, e para a própria existência. 
Para Pillotto (2004, p. 53), “o conhecimento acontece nos níveis da 
racionalidade (argumentação/reflexão) e do sensível (emoção, intuição, 
percepção). Ambos devem ser considerados nos processos de aprendizado, 
pois fazem parte do contexto cotidiano, e, sobretudo, da experiência humana”. 
Em consonância com a autora, Ostrower aponta que “quando uma 
pessoa é aberta à vida, sem preconceitos, e receptiva às novas experiências, 
quando ela é capaz de diferenciar-se e reintegrar-se de amadurecer e crescer 
espiritualmente, ela terá condições de criar. (apud MIGUEL, 2007, p. 115)
Compreender as categorias do conhecimento sensível e articulá-las ao 
ensino da Arte e pela Arte, possibilita uma visão completa de ser humano, 
em que as possibilidades não se esgotam, onde a criação e a imaginação 
perpassam pela compreensão que se tem de si e do mundo. Está muito além 
do que muitos acreditam saber sobre o ensino a Arte nas escolas, pois envolve 
a essência da sensibilidade humana, envolve razão e emoção, aprendizagem 
e uma constante busca de conhecimento.
Encerramos esta etapa com os dizeres sensíveis de Miguel, (2007, p. 126): 
 
Educar pelo e para o sensível pode ser um caminho possível para a educação 
que se propõe. Mediar conhecimentos é compreender o ser humano, 
comprometer-se com a ética, com a estética, com o conhecimento também 
sensível, com a vida e com tudo o mais que faz sentido e gera mudanças em 
produções de sentidos.
 CURSO LIVRE - PROPOSTA TRIANGULAR DO ENSINO DA ARTE E O CONHECIMENTO SENSÍVEL
AUTOATIVIDADE
Este é o momento de escrever sobre as categorias do conhecimento sensível. 
Como você pôde verificar no estudo desta etapa, o conhecimento sensível é 
alvo de várias pesquisas e, no que diz respeito ao ensino da Arte, o trabalho 
com essas categorias deve ser articulado com a Proposta Triangular do 
Ensino da Arte. Sua atividade é discorrer sobre as possibilidades pedagógicas 
de articulação entre a proposta de Ana Mae Barbosa e as categorias do 
conhecimento sensível.
 CURSO LIVRE - PROPOSTA TRIANGULAR DO ENSINO DA ARTE E O CONHECIMENTO SENSÍVEL
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte: anos oitenta e novos 
tempos. São Paulo: Perspectiva, 1991.
______. A imagem no ensino da Arte. São Paulo: Max Limonad, 2002.
______. Tópicos utópicos. Belo Horizonte: C/Arte, 1998. 
DUARTE JÚNIOR, João Francisco. Por que arte-educação?. 5. ed. 
Campinas: Papirus, 1988.
KANT, I. Crítica da Razão pura. Tradução de Valério Rohen e Udo Baldur 
Moosburger. São Paulo: Nova Cultural, 1991.
MIGUEL, Marelenquelem. O lúdico e o imaginário no desenvolvimento 
infantil. In PILLOTTO, Silvia Sell Duarte . (org.) Linguagens da arte na 
infância. Joinville: Ed. da Univille, 2007. 
OSTROWER, Fayga Perla. Universos da Arte. Rio de Janeiro: Campus, 1986.
PILLAR, Analice Dutra. O vídeo e a metodologia triangular no ensino da 
arte. Porto Alegre: Fundação Iochpe, 1992.
PILLOTTO, Silvia Sell Duarte. O Conhecimento sensível: uma contribuição 
para o aprendizado humano. In: PILLOTO, Silvia Sell Duarte; SCHRAMM, 
Marilene K.; CABRAL, Rozenei W. (Orgs.). Arte e o Ensino da Arte. 
Blumenau: Nova Letra, 2004.
PLÁCIDO, Mirian Jane Medeiros. As artes visuais e o conhecimento 
sensível do autista. 2007. Dissertação (Mestrado em Educação), 
Universidade Regional de Blumenau (FURB), Blumenau, SC, 2007.
 CURSO LIVRE - PROPOSTA TRIANGULAR DO ENSINO DA ARTE E O CONHECIMENTO SENSÍVEL
GABARITO
Este é o momento de escrever sobre as categorias do conhecimento sensível. 
Como você pôde verificar no estudo desta etapa, o conhecimento sensível é 
alvo de várias pesquisas e, no que diz respeito ao ensino da Arte, o trabalho 
com essas categorias deve ser articulado com a Proposta Triangular do 
Ensino da Arte. Sua atividade é discorrer sobre as possibilidades pedagógicas 
de articulação entre a proposta de Ana Mae Barbosa e as categorias do 
conhecimento sensível.
R.: O acadêmico deverá apontar a importância do trabalho articulado entre 
essas duas vertentes tendo como base a leitura e contextualização de imagem 
articulados com a percepção, a intuição, a imaginação e a emoção, assim 
como o fazer artístico articulado com a intuição, a emoção, a imaginação e 
a criação. É importante que o acadêmico compreenda que as duas vertentes 
se completam.

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