Buscar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SUMÁRIO
1. FILOSOFIA DA IDADE MEDIA ...........................................................................04
2. NEOPLATONISMO ................................................................................................05
3. PATRÍSTICA (PADRES) ........................................................................................05
4. SANTO AGOSTINHO 
4.1. PESSOA ...........................................................................................................06
4.2. FILÓSOFO ........................................................................................................07
5. ESCOLÁSTICA .......................................................................................................09
6. PROJETO CAROLINO ...........................................................................................10
7. O INICIO DAS UNIVERSIDADES ........................................................................10
8. O RENASCER DAS IDEAIS DE ARISTÓTELES .................................................11
9. CONFLITO ENTRE RAZÃO E FÉ – HERESIVES A MITICISMO .....................11
10. ABELARDO, O SER LÓGICO ...............................................................................12
11. GUILHERME DE OCKHAM
11.1. FINAL DA ESCOLÁSTICA ...........................................................................14
12. FILOSOFIA DE TOMÁS DE AQUINO .................................................................15
13. RELAÇÃO ENTRE FILOSOFIA E TEOLOGIA ...................................................16
14. META FISICA TOMISTA ......................................................................................16
15. ATO PURO – PROVAS DA EXISTENCIA DE DEUS .........................................17
15.1. A ALMA .................................................................................................18
16. A QUESTÃO DOS UNIVERSAIS ..........................................................................18
17. CONCLUSÃO ..........................................................................................................19
1. FILOSOFIA DA IDADE MEDIA 
A filosofia medieval ocorreu no período helenista, aproximadamente entre 111 D.C. a XIV D.C..
Havia historiadores que definiram esse período como idade das trevas, alegando que foi um período escasso economicamente e intelectualmente. 
Essa filosofia é dividida em duas partes:
· Patrística- formou-se nos primeiros séculos da idade média (111D.C.), criada por padres, de onde vem o nome. 
· Escolástica- formada na segunda metade da idade das trevas (VI D.C.), onde era ensinado filosofia em conventos e escolas episcopais, por isso o nome escolástica. 
Durante a passagem da patrística à escolástica, houve um renascimento; a filosofia dos padres era desenvolvida perante o pensamento de Platão, o renascimento aconteceu quando os padres conheceram as obras de Aristóteles com preocupações mais empíricas. 
A escolástica cristã é exercida por filósofo de índole Cristã, ou seja, são religiosos que utilizaram a filosofia grega para entender/ explicar as escrituras. 
As duas correntes filosóficas não se diferenciam muito em suas abordagens, ambas utilizam o pensamento grego, a primeira usa Platão traduzindo por platino e a outra contata-se com as obras de Aristóteles através das traduções de avicena e averróis. 
Patrística é a filosofia cristã nos primeiros séculos do cristianismo, escolástica é a fase final da idade média, período onde o cristianismo perdeu as forças para o empirismo. 
O imperador Constantino, governante do Império Romano, teve grande importância para expansão do Cristianismo, a sede de seu império era em uma cidade helenista (grega) e lá ele declarou que todo cidadão é livre para seguir a religião que lhe interessa, assim foi a ascendência do cristianismo perante a religião grega (helenista).
A intenção dos filósofos cristãos era de interpretar as escrituras, porem devido ao fato de muitos “pagãos” questionarem suas ideias, eles foram obrigados a utilizar a lógica e a persuasão para convencê-los de sua metafísica. 
Após o Édipo de Milão, o imperador tornou o cristianismo religião oficial do império, mesmo assim ainda havia discussões entre os pensadores gregos e cristãos. Os epicuristas (que valorizava os prazeres como caminho para a felicidade), eram os maiores opositores do Cristianismo, esse que preferia uma vida privada dos prazeres (ascetismo), esse era o embate. 
2. NEOPLATONISMO
Seu iniciador foi Amônio Sacas, ele era cristão e após se converteu pagão ao conhecer a filosofia, Amônio também foi tutor de Plotino, foi através dele que hoje conhecemos Sacas, seu tutor e o celebre Platão.
Os filósofos cristãos que liam Plotino, acreditavam que suas ideias “platônicas” tinham concordância com as escrituras. 
Plotino ditou a teoria do emanacionismo, essa dizia: 
“Há quatro graus de ontologicidade decrescente, uno, nous, alma e matéria. 
Segundo essa teoria, tudo no mundo provem (emana) de um Deus, o uno é Deus ou o bem em si. O nous é o espírito, é nele que se encontra as ideias universais. A alma provem do nous, o espírito “da” as ideias e a alma criam os modelos, através desses, a alma da vida a matéria, essa que pode ser potência, também pode “devir o mal”. 
Nessa teoria há muitas “ligações” com as escrituras, como por exemplo a “santíssima Trindade” e algumas passagens ditas em Genesis. 
Plotino influenciou Santo Agostinho e até Santo Tomás de Aquino, sua obra foi imensurável. 
3. PATRÍSTICA (PADRES)
Patrística tem esse nome pois representa o pensamento dos Padres da Igreja. Santo Agostinho foi o divisor de águas desse período, que foi dividido em três: pré agostiano, agostiano e pós agostiano. No primeiro período estão os padres apologistas, no segundo esta Agostinho como sistematizador e no terceiro havia menores autores que influenciaram o enfraquecimento do império de Roma. 
Os padres que merecem ênfase são os apologistas, estes utilizavam discursos para defender/falar bem do pensamento cristão, com objetivo de converter os pagãos ao cristianismo. Os padres utilizavam alegorias para ter a exegese (interpretação) das escrituras, a importância e autenticidade da alegoria dependiam do autor, outro fator importante do discurso é a citação da fonte. 
Há quatro pensadores importantes nesse período – Jerônimo, foi quem traduziu a Bíblia do hebraico para o latim, essa obra foi muito bem avaliada. Justino foi o primeiro filosofo cristão autor de duas apologias da Religião Cristã dirigidas aos imperadores romanos, Adriano e Marco Aurélio Clemente de Alexandria, dizia que a filosofia deveria ser utilizada para interpretar as escrituras. Orígenes, discípulo de Clemente assumir a direção do Didascálio (Didaskaleion), escola de catequese na qual se estudava a filosofia grega para auxiliar na interpretação da doutrina cristã.
Os quatros pensadores eram a favor do uso da filosofia como ferramenta de interpretação, mas havia também padres que eram contra o uso da filosofia, alegando que essa é pagã, esses denominados de teólogos polemista eram – Taciano, Tertuliano e Lactâncio. 
Os filósofos Basílio e Gregório Nazianzzeno são conhecidos como “os luminares da Capadócia” (os sábios da Capadócia), foram até considerados os doutores pela igreja. Em 381, sistematizaram a Teologia, com um “formado” aristotélico na intenção de combater heresias, tudo isso no segundo Concílio Ecumênico de Constantinopla. 
4. SANTO AGOSTINHO
4.1. PESSOA
Seu nome era Aurélio Agostinho, ele nasceu em uma região da Numídia, em uma cidade chamada Tagasta, hoje é Argélia. 
Aos dezesseis anos ele faz um curso elementar e após vai para Cartago, planejando seguir carreira de retórica. Lecionando em Cartago e Roma, ele tem um filho chamado À Deodato. Sua mãe era católica e seu pai pagão e foi esse quem o incentivou para aquela carreira de orador. Na adolescência, ele andava com jovens rebeldes, nessa época ele só buscava prazeres, no decorrer de sua média idade, ele para com suas atitudes rebeldes, mas se tem uma coisa Aurélio não paroutodo esse tempo, foi em busca pela verdade. 
Dois acontecimentos existenciais ajudaram para “endireitar” o futuro santo, ele relata isso em sua obra “confissões”. Na primeira, ele diminui sua rebeldia e se torna mais responsável e segundo ele, roubava, não pelo objeto aderido, mas pelo ato prazeroso de roubar, isso só parou quando ele ingressou no campo filosófico e duas coisas o motivaram intensamente para sua primeira mudança de vida: a primeira foi o nascimento de seu filho e a segunda foi a leitura de um livro (Hortensius). 
Os dois fatos, o filho e o livro, despertam-no da alienação e deixam-no mais confiante na continuidade de sua busca.
Após esse episódio ele ingressa em uma seita maniqueísta, que era dualista, essa acreditava que o bom provem de Deus e o mau das trevas ou demônio. Frequentou por nove e se decepciona com ela, pois ele encontrou contradições entre o que a seita dizia e o que ela fazia. 
Decepcionado, volta a sentir angustia, com isso ele se torna um pouco cético sobre sua vida, descrendo de tudo, tudo isso em Roma. De lá ele vai para Milão, na casa de um amigo, lá ocorre a segunda conversão porem essa é mais religiosa do que racional. Agostinho se interessa pelos sagrados Escrituras e tem então a intuição de que Deus é a única felicidade, ao mesmo tempo que se apresenta como o caminho certo e preciso para chegar a verdade. “Ele foi batizado aos 33 anos e virou escritor, dentre as obras destacam-se confissões, contra os mamiqueus de magistro, contra os acadêmicos, a cidade de deus, sobre a Doutrina Cristã, sobre a Trindade, sobre a imortalidade da alma, sobre a livre arbítrio.”
Após a segunda conversão, ele não voltou mais para a rebeldia e morreu aos 75 anos, no ano de 430. 
4.2. FILÓSOFO
O pensamento filosófico agostiano é formado de uma junção entre o neoplatonismo e os ensinamentos evangélicos de João e Paulo os apóstolos, em sequência do platonismo e cristianismo. 
Aurélio começou o racionalismo, alegando que antes era necessário crer par ver. Após ele negar o materialismo, dizendo que é uma luz interna que nos ilumina e guia e que essa luz é Deus. Sua síntese filosófica não é uma sistematização de teorias, que problematizam o universo físico, exemplo dos filosóficos gregos. Ao contrário, é uma narrativa da condição humana, a partir de sua própria experencia, em direção de beatitude. 
Agostinho dizia que não dava para tirar conclusões baseado na experiencia sensível e que a fonte da verdade é o espírito. Segundo ele, as sensações não são falsas, pois são reações que percebemos do meio e que todos temos ela dentro de nós, mas a verdade absoluta vem de Deus (sumo bem) com a nossa verdade lógica. Ele não acha necessário provar a existência de Deus pois “as coisas naturais falam por si o tempo todo”. O criador para ele é diferente do uso de Platino, pois esse está abrangendo tudo, o Deus de Agostinho é onipotente sobre a criação e não o mesmo que ele. 
Agostinho sustenta que Deus é o único ser que tem existência verdadeira porque é o único que não depende de nada e amam como Descartes mais a frente, Agostinho diz que a dúvida é o princípio metodológico.
 A criação tem esse nome pois foi uma materização das ideias do criador (Deus), o que foi criado partiu de uma dicotomia, o de emanação e da criação a partir do anda; em outras palavras, segundo Agostinho “tudo partiu do nada”. 
	O tempo passou a existir junto com a criação e que somente as almas podem notar a passagem do tempo, Deus está fora do tempo, pois esse é criatura de Deus. 
	O mal segundo Agostinho “não é uma realidade independente, é uma inversão da vontade humana através de seu distanciamento de Deus”, ou seja, o mal é a ausência do bem, este que provem de Deus.
Agostinho era dualista, assim como Platão (corpo material e alma espiritual), e a alma era superior pois comandava o corpo, porem esse não é mal/ruim, ele junta as sensações externas e encaminha para alma. O filósofo supera o dualismo de Platão alegando que entre o corpo e a alma há o “homem interior” como se fosse o inconsciente de Freud, é as luzes esse mediador que recebe as luzes (conhecimento por emanação) de Deus. 
Aurélio acreditava que todo homem tem um chamado para adorar seu criador. 
A alma tem três faculdades: memoria, inteligência e vontade; ambas são opostas, mas se preenchem consubstanciais. 
Os ideais políticos de Agostinho são transmitidos na obra “a cidade de Deus”, lá existe duas cidades, a celeste e a terrena, onde está é um caos e a divina utópica. Essa metáfora de Agostinho diz que as cidades brigam entre si para ver qual vai, denominar, a cidade dos justos, amantes de Deus ou a cidade do “diabo”, habilidade por narcisistas. 
5. ESCOLÁSTICA
Se estabeleceu na segunda metade da idade das trevas, ela não elaborou nenhum método/sistema filosófico, porem sistematizou e lapidou a filosofia cristã de herança grega. É classificada “clássica” a filosofia desse período, pois houve o contato com as obras de Aristóteles. 
Esse período pode ser dividido assim como a Patrística em três partes: pré tomista, período esse de iniciação (sec. IX ao XIII); pós tomistas, foi o período de declívio (XIII ao XV). 
A Escolástica ocorreu no período “político-cultural de expansão do cristianismo na Europa. 
	Há uma vertente bizantina, o representante é Fócio esse foi responsável por um projeto que conservava a filosofia antiga para a futuras gerações. 
Outra vertente da Escolástica é a muçulmana, os filósofos árabes tentavam conciliar os dogmas do Alcorão sob a ética de Aristóteles. Desses filósofos árabes, se destacam Avicena e Averróis. Esse primeiro lhe foi concedido o título de “príncipe dos médicos”. Ele explicava o mundo de acordo com as categorias metafísicas de Aristóteles (potencia, ato, matéria e forma). Averróis foi tradutor e comentador das obras de Aristóteles. Ambos são importantes para a escolástica, pois proporcionaram a leitura das obras aristotélicas aos filósofos escolásticos. 
A terceira vertente é a hebraica, essa que tem também acesso a filosofia grega, principalmente a de Aristóteles, usam essa filosofia para explicar o Torá. Nessa vertente existe a Calala, essa que almeja desvendar o ocultismo e pelo ocultismo as verdades é Maimônides, uma de suas obras é considerada uma das melhores da teologia judaica. Tomás de Aquino o fez referência, dizendo: Ralbin Moises. 
6. PROJETO CAROLINO
Em ótica política e cultural, a escolástica foi muito fornecida pelo projeto do imperador Carlos (também conhecido como renascimento carolino. Carlos Magno, como também é conhecido, o imperador queria deixar todo seu império uniforme, queria até que os bárbaros se adaptassem ao cristianismo, ele fez isso com um plano bem bolado, pensando em abranger todos. 
	O imperador não só apoiou o ensino, ele até o expandiu, houve:
· A criação das escolas palacianas e episcopais. 
· Convocação de assembleias para solucionar os problemas do reino.
· A expansão dos comércios com o oriente. 
· Criação de novos reinos a partir das guerras de catequistas. 
· O controle da administração dos condes e dos bispos por intermédio dos emissários do senhor. 
7. O INICIO DAS UNIVERSIDADES
Carlos Magno no final do século VIII, convocou à corte o sábio Alcuíno na intenção de concretizar seu projeto. Alcuíno criou os métodos de ensino, que se consistia: artes liberais – trívio e quadrívio – Medicina, Filosofia, Teologia e mais a frente, no tempo, Direito. As escolas palacianas tem esse nome pois foram fundadas perto dos palácios, por exigência do imperador, já as escolas monacais (monastério) se preocupava somente na formação de monges e ou futuros professores para as universidades.
Nas escolas monacais e episcopais (bispos), haviam duas formas de ensino /aprendizagem: lição (lectio e discussão (disputativo), a lição eram leitura retiradas das escrituras reafirmadas por um severo mestre, já a discussão era a dialética, um debate com tese e antítese com objetivo de os futuros escolásticos formassem seus argumentos contra os heréticos. Portanto, ler e comentar é o método didático. “Aprincipal obra objeto de estudos nas discussões eram os livros de lógica de Aristóteles, um dos materiais de estudo da lectio era a leitura de citações das autoridades edesiásticas sobre o catolicismo e seus dogmas, outro material é a suma, que é um resumo, são perguntas e respostas para ser mais fácil de aprender e guardar na memória. O conteúdo das sumas era: 
· Os atributos de Deus, a existência e a natureza;
· A criação e a ordem temporal e hierárquica das criaturas;
· As faculdades espirituais e a natureza dos anjos;
· A presença do mal no mundo como obra satânica;
· O homem, sua origem, composição, corpo e alma, vontade, conhecimento, livre-arbítrio e destino. 
 	A formação das universidades é um amadurecimento da cultura medieval, as primeiras universidades formavam: mestre em Artes, mestre em Filosofia, mestre em Teologia, mestre em Medicina e mestre em Direito. As primeiras universidades são: Nápoles (1224), Roma (1265), Paris (1215), Bolonha (famosa pelo curso de Direito), Montpellier (1289), Tolosa (1233), Louvain (1245), Oxford (1258), Salamanca (1248). 
8. O RENASCER DAS IDEAIS DE ARISTÓTELES
Conhecer as ideias aristotélicas é uma causa básica do auge escolástico. Graças aos árabes e nos judeus o ocidente teve acesso ao pensamento para o latim e há comentários de importância intelectual dos muçulmanos, Guilherme de Moerbecke também traduziu do árabe para o latim junto de Avicena e Averróis. 
Para aceitação do seu pensamento estagirita houve diferentes respostas: uma aceitação moderada, uma aprovação radical (onde a filosofia de Aristóteles é aceita como filosofia de vida, um dos adeptos dessa aceitação foi Siger de Brabante) e uma aceitação intermediária (síntese entre teologia Cristã e a filosofia aristotélica, um adepto dessa aceitação é Tomás de Aquino. 
9. CONFLITO ENTRE RAZÃO E FÉ – HERESIAS E MISTICISMO
A razão era utilizada basicamente em dois períodos da filosofia medieval. No primeiro momento, os padres da igreja usavam a “razão” para defender sua doutrina, a razão era auxiliar a fé, assim convertiam novos povos, esses povos que eram considerados diferentes/estrangeiros pelos conversores. No segundo período, a filosofia era ensinada na escola dos mosteiros com a intenção de interpretar os textos bíblicos, havia a “catequese” dos pagãos, mas a nova intenção é a interpretação das escrituras como havia mais filosofia dentro das escolas, os tutores e conversores não veem mais ninguém como diferente. 
Fé na idade medieval significa “adesão do devoto aos preceitos de sua religião”, já a fé para um cristão é “fidelidade as verdades reveladas”, a fé pode ser falsa quando não é firmada sob uma ideologia sólida e tradicional, assim ocorre o subjetivismo, com isso, heresia e apostasia. Heresia era agir de maneira contrária a igreja, apostasia é o abandono da fé, os devotos deviam ser obedientes, aceitavam as escrituras legalmente, sem contestar com a razão, talvez por medo ou falta desta. 
Nas aulas de “discussão” havia o conflito entre a opinião oposta (heterodoxia) e a mesma opinião (ortodoxia), em toda idade média houve esse embate. 
Nesse período era comum haver misticismos, isso é, aceitar e afirmar de acordo somente com a fé, deixando de lado a razão. A exceção é santo Agostinho, esse soube conciliar fé e razão, ele entende que temos que acreditar para entender, ou seja, fé em primeiro lugar, mas sempre há a razão ele se torna herege. O filosofo escolástico “transfere-se do campo logico – metodológico para o âmbito da liberdade humana”, ou seja, a missão do filosofo medieval é achar a síntese “entre a verdade que o homem pode com os seus poderes naturais e a que lhe foi revelada pelo alto e importa pelas hierarquias “(Abbagnano)
10. ABELARDO, O SER LÓGICO
É de sua autoria a frase, “a dúvida nos leva, para a investigação, a investigação nos leva para a ciência.”
Seu primeiro nome é Pedro, Pedro Abelardo, ele nasceu na França, em uma família de guerreiros em 1079; aprendeu jovem como levantar argumentos nas discussões (disputationes), também se tornou professor escolástico. Casou-se com a sobrinha de um padre que perseguiu Pedro para castiga-lo. Abelardo virou monge no mosteiro de Saint Dinis, lá escreveu suas melhores obras e viveu solitário até os 63 anos. Heloisa foi obrigada a entregar a criança a adoção e foi para o convento e faleceu no ano de 1166, a pedido, seus restos foram juntados aos de Pedro. Abelardo ministrou aulas nas cidades de Melun e Corbell, após isso ele abriu sua própria escola em Paris, na colina de Santa Genoveva.
A igreja tinha hábito de confiscar os escritos de Pedro, ele foi acusado e condenado duas vezes, no Concílio de Soisson (1121) foi condenado por suas teses sobre a Santíssima Trindade; no Concílio de Sena (1140) foi acusado de cometer desvios em suas teses baseado em sua lógica na interpretação das Escrituras. Abelardo é considerado por pesquisadores como desafiador, pois ao invés dele se submeter a Igreja Católica e dizer que era um ser de fé, ele dizia “ser cristão significa ser lógico.
Para explicar os conflitos das categorias de gênero, espécie, diferença, propriedade e acidente (universais) Abelardo usa a definição de Aristóteles “o gênero universal é o que nasceu para ser predicado (qualidade) de muitas coisas “rejeitando assim a suposta realidade metafísica. 
O grande fator de Abelardo é sua habilidade lógica (dialética), ele sabia dosa-la em sua teologia nos embates com seus adversários. Pedro desenvolveu um método de discussão, ele expunha argumentos incontestáveis juntamente com perguntas e respostas, assim ele avaliava tudo e demonstrava o que era verdade e o que não era (o sim e o não). Seu método foi muito eficiente que ele fez uma obra sobre isso, intitulada sim e não, com isso ele impulsionou a filosofia racional e começou a deixar vidente que para a teologia chegar à ciência, precisa-se da lógica. As obras de Abelardo podem ser divididas em três grupos: Ética, lógica e teológica. A obra conhece-te a ti mesmo, foi considerada a primeira Ética da idade média, aqui ele propõe que ao analisar a ação de alguém, devemos analisar sua intensão primordialmente. Em Lógica, a obra que o tornou mais célebre foi sim ou não (sic et non), que são perguntas e respostas, essas que se contradiziam e Pedro apresentava soluções para as contradições, sempre com um tom provocativo, demonstrando o porquê de ser considerado por alguns o ser lógico. Em Teologia, sua obra foi Teologia Cristã, mais tarde teve seu nome mudado para Introdução à Teologia, por motivos didáticos. 
Abelardo foi o primeiro a conceituar teologia como síntese da doutrina cristã, antes dele, esse termo significava “uma especulação puramente filosófica sobre a divindade”, (Reali Antiseri).
Apesar do desgosto que passou em sua vida amorosa, vale-se destacar essa figura nesse enfoque escolástico cristão, mesmo Abelardo sendo “grego e cristão, filosofo e teólogo, cético e sistemático, com um grande pendor, para a crítica e para dialética” (Padovani; Castagnoli). 
11. GUILHERME DE OCKHAM
11.1. FINAL DA ESCOLÁSTICA
O final da idade média foi no século XIV (14), nesse período a Alemanha se afasta dos “poderes Católicos” com a sanção pragmática de Frankfurt a mando do imperador Ludovico V. isso foi o plantio da semente, um século depois, Martinho Lutero rompeu também o poder de Roma, essa foi a arvore crescida. 
No final da idade média, a população no geral quis fazer o mesmo que a Alemanha e Lutero, romper com os poderes de Roma, transferindo-o para o Estado. 
Nesse período conflituoso, surge Guilherme de Ockham, filosofo franciscano. Ele é “príncipe dos nominalistas”, nascido em Ockham, por isso o sobrenome, em 1280, aos 20 anos entrou para abadia, ao concluir sua formação, receber o título de bacharel em sentenças por comentar a obra sentenças de Pedro Lombardo. Guilherme aproveitou para concluir suas melhores obras, suma de toda a lógica e tratado dos sacramentos. 
Na ordem franciscana , Guilherme teve complicações, ele havia se aliado aos “rebeldes”, pensando que os bens, riquezasda igreja, deveria ser compartilhado com o povo, para diminuir a pobreza, isso não era do interesse papal, então Guilherme fugiu de seu julgamento e foi para o território do imperador alemão Ludovico que o apoiava na questão da distribuição de bens. 
Guilherme argumenta sobre a Santíssima Trindade, alegando que uma coisa não pode ser três, para razão não, mas para igreja católica sim. Em outras palavras a razão é insuficiente para as escrituras, Guilherme assumiu isso, nas palavras dele “a razão não está em condições de oferecer qualquer suporte para a fé porque não consegue tomar o dado revelado mais transparente do que pode fazê-lo a fé”.
A razão e a fé são diferentes e não são compatíveis, cada uma em sua área distinta. 
Com a ruptura entre razão e fé, houve também a ruptura da filosofia e da teologia, nisso a escolástica cristã, com quase dez séculos perdeu toda sua força. 
A população, não acreditando mais em nada metafisico, passa a acreditar somente na sua razão, na sua experiencia, nisso surgiu o Empirismo e o racionalismo.
12. FILOSOFIA DE TOMÁS DE AQUINO
Nascido no sul da Itália, em 1225, apelidado de Aquinate por ser descendente dos condes de Aquino. Iniciou seus estudos no monteiro monte Cassino, depois foi para a universidade de Nápoles, cursando moral, metafísica e Artes Liberais. Após adentrou na ordem dos dominicanos e em 1245 (aos 20 anos) virou monge e fez sua confissão de fé. 
Tomas sempre foi esforçado e dedicado, isso o ajudou a “adquirir” tamanha sabedoria, ele foi o sistematizador dos conteúdos do cristianismo. 
Aquino e seu mestre (Alberto) criaram um grupo de estudo chamado “Studium Generale”, grupo religioso que fazia pesquisas e os alunos viam e ouviam os mestres discutindo temas católicos. 
Em Paris, recebeu o título de mestre em Teologia, em 1257, também pelo seu comportamento severo e sua comprovada inteligência, ele recebeu o título de Doutor Angélico. Após essas conquistas, Tomás foi a Itália e conheceu Guilherme de Moerbecke que lhe apresenta obras de Aristóteles traduzidas do grego. 
Aquino quis explicar as ideias de Aristóteles com óticas católicas e quis também fazer uma síntese teológica que seria sua obra prima. Essas foram as tarefas que Tomás “tomou as rédeas”. 
Pela sua imensa importância, foi convidado pelo papa (Gregório X) para presenciar o Concílio de Lião, durante a viagem, Tomás adoeceu e faleceu aos 49 anos. 
Entre comentários sobre Aristóteles, interpretações do novo e do antigo testamento e outros feitos, sua obra mais bem avaliada e “completa”, foi a suam teológica, que expos ao máximo a escolástica cristã. 
13. RELAÇÃO ENTRE FILOSOFIA E TEOLOGIA
O monte da escolástica é deus, porem para se chegar lá é necessário algo, a filosofia (razão). Na patrística era divergente, a fé (Deus) estava acima de tudo, não era necessário a razão. Na escolástica, a filosofia tem função de “discernir, interpretar e classificar o mundo para aceitação das verdades teológicas.
Tomás de Aquino dizia que filosofia e teologia são divergentes, a teologia é a razão que provem de Deus, já a filosofia provem da razão do homem. Há diferença, mas também há conexão, que é a razão, ambas chegam a ela. As verdades teológicas só podem ser confirmadas por Deus, já o homem, através de sua lógica e razão (filosofia) pode “degustar” dessas confirmações divinas (teologia).
A filosofia não pode contrariar a teologia, se não se torna heresia, ambas podem somente cooperar entre si e no caso da filosofia, essa em certo período teve de se deixar subordinar (período patrística). Ou seja, hora a fé ilumina a razão, hora a razão ajuda a entender a fé.
14. META FISICA TOMISTA
Aquino não quis contrariar o legado a igreja católica, ele não contrariou as escrituras, porem utilizou a “logica de Aristóteles” para explicar o mundo e o criador. 
Não há falhas em sua metafisica, foi tudo muito bem organizado, em tudo há harmonia, conexão. 
	Sua metafisica é dívida entre geral e especial, a primeira estuda o ser em sua amplitude e a especial tem como objeto de estudo também e Deus, só que em diferente foco, como alma, espirito e mundo e é chamada de teologia natural para diferenciar da teologia revelada. Para idealizar sua metafisica, Tomás utilizou a “ferramenta conceitual de Aristóteles”. Ato e potência, essa é o tornar-se o que pode ou não ser, a mudança, o ato é o que foi realizado, o que está imóvel, pode ser anterior ou posterior a potência. Em outras palavras, a potência é a possibilidade de vir a ser um ato, esse que já é. 
	Um dos grandes feitos de Tomás de Aquino, foi esse sistema filosófico metafísico, conciliando o aristotelismo com os dogmas Católicos. Ele diz que as formas são imateriais, e são transmitidos por um intelecto agente, já o intelecto passivo recebe essa transmissão e consegue a razão através da “adequatio” (adequação) entre a coisa e o intelecto passivo. 
15. ATO PURO – PROVAS DA EXISTENCIA DE DEUS
Ato puro é Deus, pois esse é isento de potência. Para Aquino, Deus é a origem de tudo e também a explicação, por ele não ter passado por potências, ele é o ato que gera potências, o motor imóvel e o criador também não é unido ao mundo, eles não são a mesma coisa. 
Tomás pensava que o homem não podia alcançar a Deus, nem pela fé, nem pela intuição, só se poderia alcançar a Deus através de provas lógicas e demonstrativas. A partir disso, Aquino toma essa tarefa, provar racionalmente a existência de Deus. Dai, criou as cinco vias:
1. A constatação dos motores que movem os moveis, exige um primeiro motor imóvel. 
2. O encadeamento em série de causas eficientes exige uma primeira causa na série. 
3. Há necessidade de um ser não contingente na ordem dos seres contingentes. 
4. As perfeições em menor grau constatadas nos seres, supõem essas mesmas perfeições, em grau máximo, concentrados em um ser supremo. 
5. A organização perfeita do mundo requer uma inteligência organizadora que seja infinita e onipotente. 
Em outras palavras:
1. Para uma coisa (ato) ser movida (potência) há de existir algo que mova e não se mova. (Aristóteles).
2. Para que haja continuidade nas causas eficientes (a que produz mudanças), há de existir algum “moderador” para isso (Avicena).
3. Contingencia é possibilidade, para que haja a concretização desse, é necessário um ato que não se altere, Maimônides.
4. Tudo que há de perfeito foi retirado de uma forma com perfeição pura, que é Deus (Agostinho).
5. Se há algo nesse mundo que é organizado, isso foi idealizado por alguém e somente o criador tem posse sobre a criatura (Anaxágoras e Platão).
Enfim, “Deus existe pois o mundo existe”. 
Aquino não criou a partir do zero sua metafísica, cada via foi dita por um filosofo, ou escolástico. Seu grande mérito não foi o de criar, e sim sistematizar esses pensamentos, utilizando a lógica, para provar a existência de Deus. 
15.1 A Alma
Para Tomás de Aquino, a alma era a essência (forma0 do corpo (matéria). Se manifestava de três formas: vegetativa (plantas), sensitiva (animais), racional (humana), nesse último o corpo possui os dons das duas primeiras e ainda é privilegiada por possuir dons de intelecto e da verdade. Ela é imortal. 
A alma que dá forma (vida) ao corpo (matéria) foi criada por Deus, tudo isso ocorre no nascimento. Com a morte, o corpo se desfaz e a alma o abandona, criando um corpo sem matéria. A alma é imortal.
16. A QUESTÃO DOS UNIVERSAIS
Essa questão já era mencionada por Aristóteles, porem ficou reconhecida a partir da obra de Porfirio, chamada Isagoge (significa conduzir pensamento com noções básicas). Essa obra apresenta o problema, só não demonstra a resposta, devido a isso, as respostas para isso, são inúmeras, porem existem três soluções dadas pela escolástica – o realismo o nominalismo e o conceitualismo. 
Um universal é uma categoria abstrata que define a coisa concreta. 
Realismo – o objeto concreto não existe, ele é substituído por uma ideia que traz as características dos nossos conceitos abstratos. O problema dessa vertente é que não especifica o local dos universais. 
Nominalismo – o objetoconcreto existe, o universal não. Este recebe um nome, através da experiencia (a posteriori). O problema dessa vertente é explicar como se formam os caracteres de universalidade. 
Conceitualismo – o objeto real e a ideia dele existem, isso é definido através da razão (a priori). O problema aqui é saber se ocorre alguma ligação entre eles. 
Na época, essas eram as melhores respostas para o problema dos universais, como avanço da ciência (cognitiva) “entende-se que os universais não tem outra objetividade que não seja a fabricada pelo espírito: uma objetividade conceitual não real.
Os universais são categorias conceituais presentes na linguagem humana que os homens utilizam semanticamente no exercício de comunicação em sociedade. 
Tomás de Aquino também discorrem sobre o problema e em sua época existiam duas respostas, o realismo e o nominalismo. Ele sintetizou ambas vertentes, resultando em: os universais existem na mente a partir da experiencia corporal da realidade, o universal existe, não como diferente do objetivo real, mas sim como uma fase/momento desse objeto. 
No período pós tomista (final do século XIII ao XV), ocorreu um retorno ao platonismo, com misturas aristotélicos, como cada vertente tem seu enfoque, esse foi o declínio, pois novamente a fé veio antes da razão (fideísmo), houve retrocesso do pensamento escolástico par o patrístico. 
17. CONCLUSÃO
Agostinho com sua fé e verdade, utiliza o pensamento platônico para explicar a Deus e o mundo. Já Tomás utiliza a maneira de pensar de Aristóteles, sua lógica para explicar o mundo e a Deus. 
Comparando as filosofias, dá para se dizer que Agostinho criou uma sabedoria existencial e crista, enquanto São Tomás gerou uma metafísica que sistematizou a doutrina cristã, separando assim a filosofia da teologia (colocando cada uma em seu lugar).

Mais conteúdos dessa disciplina