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DIREITO PREVIDENCIARIO MODULO 3

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA CONCURSOS 
| Módulo 3 – Prof. Leandro Macêdo 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
1 
 
OS: 0136/5/18-Gil 
CONCURSO: 
 
ASSUNTO: 
 
6 – Beneficiários do Regime Geral de Previdência Social....................................................................01 
7 – Prestações Previdenciárias – Aspectos Gerais...............................................................................29 
8 – Período de Carência........................................................................................................................34 
9 – Critérios de Cálculo e de Reajustamento dos Benefícios Previdenciários.....................................39 
10 – Aposentadores por Invalidez, Auxílio-Doença e Auxílio-Acidente..............................................52 
11 – Aposentadoria por Idade, por Tempo de Contribuição, Especial e do Seg. com Deficiência......59 
12 – Salário Maternidade e Salário Família..........................................................................................73 
13 – Pensão por Morte, Auxílio Reclusão, Reabilitação Profissional e Serviço Social........................77 
14 – Acidente do Trabalho....................................................................................................................84 
15 – Contagem Recíproca de Tempo de Contribuição.........................................................................87 
16 – Aspectos Diversos Relativos às Prestações Previdenciárias........................................................89 
17 – Questões de Concursos.................................................................................................................91 
18 – Slides............................................................................................................................................100 
 
6 BENEFICIÁRIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 
As pessoas que têm direito a proteção previdenciária provida pelo ente gestor do Regime Geral de Previdência 
Social são chamadas de beneficiárias do Regime Geral de Previdência Social (art. 10 da Lei 8.213/1991). Os beneficiários, por 
sua vez, classificam-se em segurados e dependentes, todos pessoas físicas. Neste tópico, iremos abordar os titulares da 
proteção previdenciária do regime geral. 
 
6.1 SEGURADOS 
Observe-se, inicialmente, que os segurados são, ao mesmo tempo, beneficiários da proteção previdenciária e 
contribuintes da previdência social, conforme o disposto nos arts. 12 e 14 da Lei 8.212/1991 (classificam os segurados como 
contribuintes da seguridade social, ao lado da empresa e do empregador doméstico) e nos arts. 11 e 13 da Lei 8.213/1991 
(classifica os segurados como beneficiários do regime geral, ao lado dos dependentes). Os dependentes, por sua vez, não são 
obrigados a contribuir para a previdência social. Por outras palavras, a qualidade de dependente não está condicionada a 
qualquer obrigação contributiva. 
Os segurados do Regime Geral de Previdência Social são chamados de beneficiários diretos da previdência 
social – a utilização do termo beneficiário direto deve ser entendida no sentido de que os segurados se vinculam diretamente 
à previdência social, sem interposta pessoa –, visto que a sua condição de protegidos (e de contribuintes) da previdência 
social decorre de atos próprios, quais sejam, o exercício de atividade remunerada prevista em lei ou o pagamento de 
contribuição para aquele que não exerce atividade remunerada e se encontra alijado da proteção previdenciária obrigatória 
(filiação facultativa). 
Os segurados do Regime Geral de Previdência Social, portanto, dividem-se em obrigatórios e facultativos. 
 
6.1.1 Segurados obrigatórios 
Todo aquele que exerce atividade laborativa remunerada, à exceção dos ocupantes de cargos efetivos 
pertencentes a Regime Próprio de Previdência Social, é segurado obrigatório do Regime Geral de Previdência Social. 
Contudo, o tratamento previdenciário dispensado ao trabalhador é diferenciado, seja no que diz respeito à obrigação 
contributiva, seja no que concerne ao direito às prestações previdenciárias. Como a regulamentação previdenciária dos 
trabalhadores não é a mesma em razão do tipo de atividade exercida, impôs-se ao legislador a necessidade de dividir os 
trabalhadores em classes. Por essa razão, a lei previdenciária dividiu os segurados obrigatórios em cinco classes: empregado, 
empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso e segurado especial. 
 
 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA CONCURSOS 
| Módulo 3 – Prof. Leandro Macêdo 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
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2 
 
OS: 0136/5/18-Gil 
Esquematicamente, tem-se: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, são segurados obrigatórios da previdência social as seguintes pessoas físicas:1 
I – como empregado: em linhas gerais, é segurado empregado aquele que presta serviço de natureza urbana 
ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado, 
ou seja, o empregado dito celetista (regido pela CLT). Considera-se diretor empregado aquele que, participando ou não do 
risco econômico do empreendimento, seja contratado ou promovido para cargo de direção das sociedades anônimas, 
mantendo as características inerentes à relação de emprego; diretor não empregado é, por sua vez, aquele que, participando 
ou não do risco econômico do empreendimento, seja eleito, por assembleia geral dos acionistas, para cargo de direção das 
sociedades anônimas, não mantendo as características inerentes à relação de emprego (art. 9.º, §§ 2.º e 3.º, do Decreto 
3.048/1999). 
Do mesmo modo, o servidor público vinculado ao Regime Geral será enquadrado como segurado empregado 
(servidor público ocupante exclusivamente de cargo em comissão, de cargo temporário, de cargo efetivo em ente federativo 
que não tem regime próprio e de emprego público). 
Também é considerado segurado empregado: 
a) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, por prazo não superior a três meses, 
prorrogável, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a 
acréscimo extraordinário de serviço de outras empresas, na forma da legislação própria (empregado de empresa de trabalho 
temporário); 
b) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado no exterior, 
em sucursal ou agência de empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede e administração no País. Registre-se 
que neste caso a vinculação será ao Regime Geral, incondicionalmente, ou seja, independentemente de vinculação ao regime 
de previdência do país da prestação de serviço. É a aplicação extraterritorial da legislação previdenciária brasileira. 
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa 
domiciliada no exterior com maioria do capital votante pertencente a empresa constituída sob as leis brasileiras, que tenha 
sede e administração no País e cujo controle efetivo esteja em caráter permanente sob a titularidade direta ou indireta de 
pessoas físicas domiciliadas e residentes no País ou de entidade de direito público interno. Do mesmo modo, a vinculação ao 
Regime Geral será incondicional. É mais um exemplo de aplicação extraterritorial da legislação previdenciária brasileira 
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a 
órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não brasileiro sem residência 
permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do paísda respectiva missão diplomática ou 
repartição consular. Observe que o não brasileiro sem residência permanente no Brasil que presta serviço no Brasil a missão 
diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e 
repartições, não pertence ao Regime Geral, da mesma forma que o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país 
da respectiva missão diplomática ou repartição consular 
e) o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismos oficiais internacionais dos quais o 
 
1 Art. 12 da Lei 8.212/1991, art. 11 da Lei 8.213/1991 e art. 9.º do Decreto 3.048/1999. 
SEGURADOS 
OBRIGATÓRIOS 
SEGURADO ESPECIAL 
TRABALHADOR AVULSO 
CONTRIBUINTE INDIVIDUAL 
EMPREGADO DOMÉSTICO 
EMPREGADO 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA CONCURSOS 
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OS: 0136/5/18-Gil 
Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se amparado por Regime Próprio de Previdência 
Social. O enquadramento como segurado empregado exige que o brasileiro civil trabalhe para a União no exterior, em 
organismos oficiais internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo. No entanto, não haverá a vinculação ao Regime 
Geral se o brasileiro civil for amparado pelo regime de previdência do país da prestação de serviço. 
f) o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em repartições governamentais brasileiras, lá 
domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local de que tratam os arts. 56 e 57 da Lei 11.440, de 29 de dezembro de 2006, 
este desde que, em razão de proibição legal, não possa filiar-se ao sistema previdenciário local. Do mesmo modo, não haverá 
a vinculação ao Regime Geral se o brasileiro civil for amparado pelo regime de previdência do país da prestação de serviço. 
g) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa em desacordo com a Lei 11.788, de 25 de 
setembro de 2008. O estágio de acordo com a Lei do estágio não gera filiação obrigatória. O estagiário, caso queira, poderá 
filiar-se facultativamente ao regime geral. 
h) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante, 
exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; 
i) o servidor do Estado, Distrito Federal ou Município, bem como o das respectivas autarquias e fundações, 
ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade, não esteja amparado por Regime Próprio de Previdência Social; 
j) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem como pelas respectivas 
autarquias e fundações, por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos 
termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal; 
l) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante 
de emprego público; 
m) o escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços notariais e de registro a partir de 21 de 
novembro de 1994, bem como aquele que optou pelo Regime Geral de Previdência Social, em conformidade com a Lei 8.935, 
de 18 de novembro de 1994; 
n) o exercente de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal, nos termos da Lei 9.506, de 30 de 
outubro de 1997, desde que não amparado por Regime Próprio de Previdência Social;2 
o) empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando 
coberto por Regime Próprio de Previdência Social; 
p) o trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física, na forma do art. 14-A da Lei 5.889, de 8 de 
junho de 1973, para o exercício de atividades de natureza temporária por prazo não superior a dois meses dentro do período 
de um ano; 
q) o aprendiz, com idade de quatorze a 24 anos ou com deficiência, independentemente da idade, sujeito à 
formação profissional metódica do ofício em que exerça o seu trabalho. 
 
II – como empregado doméstico: aquele que presta serviços contínuos, mediante remuneração, a pessoa ou 
família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos. A Lei Complementar 150/2015, que dispõe sobre o 
contrato de trabalho doméstico, em seu art. 1º assim define empregado doméstico: “(...) aquele que presta serviços de 
forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial 
destas, por mais de 2 (dois) dias por semana (...)” A definição da Lei Complementar 150/2015 não é incompatível com a 
definição da Lei 8.213/91, sendo apenas mais analítica e prescrevendo que o vínculo empregatício doméstico somente se 
 
2 O Supremo Tribunal Federal, no Recurso Extraordinário 351.717-1 (DJU 21.11.2003), declarou inconstitucional o art. 12, inciso I, alínea h, 
da Lei 8.212/1991, com a redação dada pela Lei 9.506/1997, que enquadrou o exercente de mandato eletivo federal, estadual, distrital 
ou municipal como segurado empregado do Regime Geral de Previdência Social, por entender que “não poderia a lei criar figura nova de 
segurado obrigatório, tendo em vista o disposto no art. 195, II, da CF. Ademais, a Lei 9.506/1997, § 1.º, do art. 13, ao criar figura nova de 
segurado obrigatório, instituiu fonte nova de custeio da seguridade social, instituindo contribuição social sobre o subsídio de agente 
político. A instituição dessa nova contribuição, que não estaria incidindo sobre a ‘folha de salários, faturamento e os lucros’ (art. 195, I, 
sem a EC 20/1998), exigiria a técnica da competência residual da União, art. 154, I, ex vi do disposto no art. 195, § 4.º, ambos da CF. É 
dizer, somente por lei complementar poderia ser instituída citada contribuição”. Os Ministros Sepúlveda Pertence e Carlos Ayres de Brito 
ressalvaram expressamente que o julgamento teve como cenário os dispositivos constitucionais vigentes antes da publicação da Emenda 
Constitucional 20/1998. A Resolução 26 do Senado Federal suspendeu a execução da alínea h do inciso I do art. 12 da Lei 8.212/1991. Em 
razão dessa decisão do Supremo Tribunal Federal, a Lei 10.887, de 18.06.2004, acrescentou a alínea j ao inciso I dos arts. 12 da Lei 
8.212/1991 e 11 da Lei 8.213/1991, com a mesma redação da mencionada alínea h. 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA CONCURSOS 
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OS: 0136/5/18-Gil 
caracteriza quando a prestação de serviços ocorre por mais de dois dias por semana. Comparativamente, tem-se: 
DEFINIÇÃO DE SEGURADO EMPREGADO DOMÉSTICO DA LEI 
8.213/91 
DEFINIÇÃO DE EMPREGADO DOMÉSTICO DA LC 
150/2015 
São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes 
pessoas físicas: (...) II - como empregado doméstico: aquele 
que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou família, 
no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos 
(art. 11, II) 
Aquele que presta serviços de forma contínua, 
subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade 
não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito 
residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por 
semana (art. 1º) 
 
De acordo com a definição de empregado doméstico da Lei Complementar 150/2015, o trabalho doméstico 
pode geram a filiação como segurado empregado doméstico ou contribuinte individual: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O parágrafo único do art. 1º da Lei Complementar 150/2015, por sua vez, dispõe que “É vedada a contratação 
de menor de 18 (dezoito) anos para desempenho de trabalho doméstico, de acordo com a Convenção no 182, de 1999,da 
Organização Internacional do Trabalho (OIT) e com o Decreto no 6.481, de 12 de junho de 2008.” Assim, a idade mínima para 
a prestação de trabalho doméstico é dezoito anos, sendo regra especial em relação à regra geral dos dezesseis anos de idade. 
Esquematicamente, tem-se: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São considerados segurados empregados domésticos, entre outros, o motorista particular, a cozinheira, a 
lavadeira, o jardineiro, a babá, a copeira, o empregado de sítio de veraneio e de casa de praia, a governanta, a 
acompanhante, a passadeira, o mordomo e outros que se enquadram na definição acima; 
III – como contribuinte individual:3 o contribuinte individual pode ser considerado o segurado obrigatório 
“genérico”, já que várias atividades laborativas remuneradas são enquadradas como segurados contribuinte individuais. 
 
3 Os segurados anteriormente denominados “empresário”, “trabalhador autônomo” e “equiparado a trabalhador autônomo”, a partir 
de 29 de novembro de 1999, com a Lei 9.876, foram considerados uma única categoria e passaram a ser chamados de “contribuinte 
individual”. 
TRABALHO 
DOMÉSTICO 
Até dois dias 
na semana 
Mais de dois 
dias na 
semana 
Contribuinte 
individual 
Empregado 
doméstico 
SEGURADOS 
EM GERAL 
SEGURADO 
EMPREGADO 
DOMÉSTICO 
16 ANOS, SALVO NA CONDIÇÃO DE APRENDIZ, 
QUE É A PARTIR DOS 14 ANOS (ART. 7º, XXIII, CF) 
A PARTIR DOS 18 ANOS (ART. 1º, 
PARÁGRAFO ÚNICO, LC 150/2015) 
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OS: 0136/5/18-Gil 
Assim, é contribuinte individual precipuamente aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual,4 
a uma ou mais empresas sem relação de emprego ou que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza 
urbana, com fins lucrativos ou não. Também é considerado contribuinte individual: 
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter 
permanente ou temporário, em área, contínua ou descontínua, superior a quatro módulos fiscais; ou, quando em área igual 
ou inferior a quatro módulos fiscais ou atividade pesqueira ou extrativista, com auxílio de empregados permanentes ou por 
intermédio de prepostos5; ou ainda nas hipóteses de descaracterização do segurado especial em razão do membro do grupo 
familiar possuir outra fonte de rendimento não prevista nas exceções legais;6 
b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral – garimpo –, em caráter 
permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a 
qualquer título, ainda que de forma não contínua;7 
c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem 
religiosa; 
d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro 
efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por Regime Próprio de Previdência Social. Caso o 
brasileiro civil prestar serviço diretamente à União em organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, o 
seu enquadramento será como segurado empregado. 
e) desde que receba remuneração decorrente de trabalho na empresa: 
1. o titular de firma individual urbana ou rural; 
2. qualquer sócio nas sociedades em nome coletivo, de capital e indústria; 
3. o sócio administrador, o sócio cotista e o administrador não sócio e não empregado na sociedade limitada, 
urbana ou rural, conforme definido no Código Civil; 
4. o membro de conselho de administração na sociedade anônima ou o diretor não empregado que, 
participando do risco econômico do empreendimento, seja eleito por assembleia geral dos acionistas para cargo de direção 
de sociedade anônima, desde que não mantidas as características inerentes à relação de emprego; 
5. o membro de conselho fiscal de sociedade ou entidade de qualquer natureza; 
f) o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou 
finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam 
remuneração. No caso do síndico, a isenção da taxa condominial é considerada remuneração. 
g) o cooperado de cooperativa de produção que, nesta condição, presta serviço à sociedade cooperativa 
mediante remuneração ajustada ao trabalho executado; 
h) o médico residente de que trata a Lei 6.932, de 7 de julho de 1981, na redação dada pela Lei 10.405, de 9 
de janeiro de 2002; 
i) o árbitro de jogos desportivos e seus auxiliares que atuem em conformidade com a Lei 9.615, a partir de 25 
de março de 1998; 
j) o membro de cooperativa de trabalho que, nesta condição, preste serviço a empresas ou a pessoas físicas 
mediante remuneração ajustada ao trabalho executado; 
k) o membro do conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, quando 
remunerado; 
l) o Micro Empreendedor Individual - MEI, de que tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar nº 123, de 
14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em 
valores fixos mensais, observado: 
 
4 Atividade em caráter eventual é a prestada de forma não contínua e esporádica, sem subordinação e horário. 
5 Entende-se que a pessoa física, proprietária ou não, explora atividade através de prepostos quando, na condição de parceiro 
outorgante, desenvolve atividade por intermédio de parceiros ou meeiros. 
6 Também será considerado contribuinte individual o cônjuge ou companheiro do produtor que participe da atividade rural por este 
explorada. 
7 A Lei 8.398/1992 excluiu o garimpeiro da categoria de segurado especial. A partir de então, o garimpeiro, em qualquer situação, é 
considerado segurado contribuinte individual. 
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 1. é considerado MEI o empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 
2002 (Código Civil), que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior até o limite definido por lei complementar, 
optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática de recolhimento mencionada neste 
inciso; e 
2. poderá se enquadrar como MEI o empresário individual que possua um único empregado que receba 
exclusivamente um salário mínimo ou o piso salarial da categoria profissional. 
IV – como trabalhador avulso: aquele, portuário ou não portuário, sindicalizado ou não, que preste serviço de 
natureza urbana ou rural a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do órgão de 
gestão de mão de obra - OGMO, nos termos da Lei nº 9.719, de 27 de novembro de 1998, e da Lei nº 12.815, de 5 junho de 
2013, ou do Sindicato da categoria, respectivamente. O órgão de gestão de mão de obra é a entidade civil de utilidade 
pública, sem fins lucrativos, constituída pelos operadores portuários, em conformidade com a Lei nº 12.815, de 5 junho de 
2013, tendo por finalidade administrar o fornecimento de mão de obra do trabalhador avulso portuário. 
O que caracteriza o trabalhador avulso e o diferencia do trabalhador eventual contribuinte individual é 
justamente a intermediação obrigatória do Órgão Gestor de Mão de Obra ou do sindicato da categoria (a prestação de 
serviço do trabalhador avulso ocorre numa relação triangular: tomador deserviço, órgão gestor de mão de obra ou sindicato 
da categoria e trabalhador avulso). Esquematicamente: 
 
 
O trabalhador avulso portuário é aquele que, registrado ou cadastrado no órgão de gestão de mão de obra, 
sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do órgão de gestão de mão de obra, nos termos da Lei nº 9.719, 
de 27 de novembro de 1998 e da Lei nº 12.815, de 5 junho de 2013, presta serviço a diversos operadores portuários de 
capatazia, estiva, conferência de carga, conserto de carga, bloco e vigilância de embarcações na área dos portos organizados. 
Entende-se por: 
a) capatazia: a atividade de movimentação de mercadorias nas instalações dentro do porto, compreendendo o 
recebimento, conferência, transporte interno, abertura de volumes para conferência aduaneira, manipulação, arrumação e 
entrega, bem como o carregamento e descarga de embarcações, quando efetuados por aparelhamento portuário; 
b) estiva: a atividade de movimentação de mercadorias nos conveses ou nos porões das embarcações 
principais ou auxiliares, incluindo transbordo, arrumação, peação e despeação, bem como o carregamento e a descarga das 
mesmas, quando realizados com equipamentos de bordo; 
c) conferência de carga: a contagem de volumes, anotação de suas características, procedência ou destino, 
verificação do estado das mercadorias, assistência à pesagem, conferência do manifesto e demais serviços correlatos, nas 
operações de carregamento e descarga de embarcações; 
d) conserto de carga: o reparo e a restauração das embalagens de mercadoria, nas operações de carregamento 
e descarga de embarcações, reembalagem, marcação, remarcação, carimbagem, etiquetagem, abertura de volumes para 
vistoria e posterior recomposição; 
f) vigilância de embarcações: a atividade de fiscalização da entrada e saída de pessoas a bordo das 
embarcações atracadas ou fundeadas ao largo, bem como da movimentação de mercadorias nos portalós, rampas, porões, 
conveses, plataformas e em outros locais da embarcação; 
OGMO OU 
SINDICATO
EMPRESA
TRABALHADOR 
AVULSO
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g) bloco: a atividade de limpeza e conservação de embarcações mercantes e de seus tanques, incluindo 
batimento de ferrugem, pintura, reparos de pequena monta e serviços correlatos. 
O trabalhador avulso não-portuário, com a intermediação do sindicato da categoria, é aquele que: 
a) presta serviços de carga e descarga de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério, o 
trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios), o amarrador de embarcação, o ensacador de café, 
cacau, sal e similares, aquele que trabalha na indústria de extração de sal, o carregador de bagagem em porto, o prático de 
barra em porto, o guindasteiro, o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos; e 
b) exerce atividade de movimentação de mercadorias em geral, nas atividades de costura, pesagem, 
embalagem, enlonamento, ensaque, arrasto, posicionamento, acomodação, reordenamento, reparação da carga, 
amostragem, arrumação, remoção, classificação, empilhamento, transporte com empilhadeiras, paletização, ova e desova de 
vagões, carga e descarga em feiras livres e abastecimento de lenha em secadores e caldeiras, operações de equipamentos de 
carga e descarga, pré-limpeza e limpeza em locais necessários à viabilidade das operações ou à sua continuidade. 
 V – como segurado especial: a Constituição Federal, em seu art. 195, § 8.º, estabelece que o “produtor, o 
parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas 
atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social 
mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus a os benefícios nos 
termos da lei”. Não há dúvidas de que o produtor rural e o pescador artesanal são trabalhadores e, nessa qualidade, 
devem ser protegidos pela previdência social. Sucede que a previdência social tem caráter contributivo, vale dizer, a 
inclusão do trabalhador na previdência social implica a obrigação de contribuir. Indaga-se: o que denunciaria a capacidade 
contributiva do produtor rural e do pescador artesanal? Esses trabalhadores ostentam condições de contribuir justamente 
no momento em que comercializam a produção. Foi essa, portanto, a opção da Constituição Federal. O produtor rural e o 
pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, 
sem empregados permanentes, integram a previdência social do Regime Geral e contribuirão para a seguridade social 
mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção. 
E como ocorrerá a proteção previdenciária desses trabalhadores? A Constituição Federal, nesse aspecto, 
delegou a regulamentação ao legislador infraconstitucional (“e farão jus aos benefícios nos termos da lei”). Ora, esses 
trabalhadores não contribuem necessariamente todos os meses para a previdência social, já que o fato gerador da 
contribuição previdenciária (comercialização da produção) não ocorre inexoravelmente todos os meses. Na verdade, o 
produtor rural e o pescador artesanal somente contribuem para a previdência social se e quando comercializam a produção. 
Na hipótese da agricultura desenvolvida ser de subsistência, por exemplo, sem comercialização da produção rural, é possível 
que o produtor rural passe vários anos vinculado à previdência social sem que haja o fato gerador da contribuição 
previdenciária (comercialização da produção). 
Essa maneira peculiar do produtor rural e do pescador artesanal contribuir repercute no direito aos benefícios 
previdenciários. Esclarecendo melhor: não é razoável exigir-se desses trabalhadores, para a concessão da aposentadoria por 
idade, por exemplo, a comprovação do recolhimento de cento e oitenta contribuições mensais, como se exige para os demais 
segurados da previdência social, sob pena de inviabilizar a concessão desse benefício para a grande maioria dos produtores 
rurais e pescadores artesanais. E qual a solução dada pela legislação infraconstitucional? No lugar da comprovação do período 
de carência, a lei exige que o produtor rural e o pescador artesanal comprovem o exercício de atividade rural, ainda que de 
forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, igual ao número de meses 
correspondentes à carência do benefício requerido.8 É dizer: o direito aos benefícios previdenciários previstos no art. 39, inciso I, 
da Lei 8.213/1991, independe do cumprimento de carência, bastando o produtor rural e o pescador artesanal comprovarem o 
exercício de atividade rural pelo período correspondente à carência. E qual é o valor dos benefícios devidos ao produtor rural e 
o pescador artesanal nessa situação? Invariavelmente um salário-mínimo (exceto o auxílio-acidente). 
Percebe-se, assim, que o produtor rural e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que 
exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, têm toda uma sistemática especial 
de proteção previdenciária: contribuem se e quando comercializam a produção, têm direito a benefícios sem necessidade de 
comprovar cumprimento de período de carência, bastando comprovar atividade rural pelo período correspondente à 
carência e o valor dos benefícios é invariavelmente de um salário-mínimo. Diante desse tratamento peculiar, a Lei 8.212/91 
(art. 12, inciso VII) e a Lei 8.213/1991 (art. 11, inciso VI) denominaram esses trabalhadores, emblematicamente, de segurados 
especiais. 
A Lei 8.213/1991, em sua versão original, definiu como segurado especialo produtor, o parceiro, o meeiro e o 
arrendatário rurais, o garimpeiro, o pescador artesanal e o assemelhado, que exerçam suas atividades, individualmente ou 
 
8 Art. 39, inciso I, da Lei 8.213/1991. 
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em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou 
companheiros e filhos maiores de 14 (quatorze) anos9 ou a eles equiparados, desde que trabalhem, comprovadamente, com 
o grupo familiar respectivo. A Lei 8.398, de 07.01.1992, que alterou a redação do inciso VII do art. 12 da Lei 8.212/1991, 
excluiu o garimpeiro da condição de segurado especial. Entendia-se como regime de economia familiar a atividade em que o 
trabalho dos membros da família era indispensável à própria subsistência e era exercido em condições de mútua 
dependência e colaboração, sem utilização de empregado. O auxílio eventual de terceiros, por sua vez, era aquele exercido 
ocasionalmente, em condições de mútua colaboração, não existindo subordinação nem remuneração. 
A definição legal de segurado especial dada pela Lei 8.213/1991, sem maiores detalhamentos, deixou margens 
para várias dúvidas: é possível o exercício de outra atividade no período de entressafra e de defeso? O tamanho da 
propriedade explorada é relevante para a qualificação do segurado especial? A percepção de outra fonte de rendimentos 
descaracteriza a condição de segurado especial? O exercício de atividades artesanal e artística desqualifica o segurado 
especial? É possível explorar, paralelamente ao labor rural, atividade turística na propriedade? 
Outra matéria que era objeto de questionamentos, na definição original de segurado especial trazida pela Lei 
8.213/1991, era a descaracterização da condição de segurado especial pela contratação de empregados. Os 
questionamentos eram feitos em razão do art. 195, § 8.º, da Constituição Federal permitir a utilização de empregados de 
forma não permanente. A definição original da Lei 8.213/1991 era peremptória quanto à proibição de contratação de 
empregados a qualquer título. 
Finalmente, a comprovação do exercício da atividade rural tornava-se muito difícil, principalmente pela falta de 
qualquer registro formal dessa atividade. Essa dificuldade era recrudescida pelo fato dos segurados especiais procurarem a 
previdência social somente no momento em que iam requerer benefícios, ou seja, não havia a prévia inscrição dos segurados 
especiais na previdência social. 
Diante dessas dificuldades na caracterização do segurado especial, foi editada a Lei 11.718, em 20.06.2008 
(DOU 23.06.2008), cujos principais focos foram: a) detalhar várias hipóteses de caracterização e descaracterização do 
segurado especial; b) permitir a contratação de empregados e trabalhadores eventuais de forma temporária; e c) estabelecer 
a inscrição prévia do segurado especial, vinculando-o à propriedade em que trabalha e ao grupo familiar respectivo, com 
atualização obrigatória dos dados anualmente. 
De acordo com a nova redação do art. 11, inciso VII, da Lei 8.213/1991, dada pela Lei 11.718/2008, segurado 
especial é a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo10 que, individualmente ou em 
regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de: 
a) produtor, seja ele proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, 
comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: 
1. agropecuária em área contínua ou não de até quatro módulos fiscais; ou 
2. de seringueiro ou extrativista vegetal na coleta e extração, de modo sustentável, de recursos naturais 
renováveis, e faça dessas atividades o principal meio de vida; 
b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; 
e 
c) cônjuge ou companheiro11, bem como filho maior de dezesseis anos de idade ou a este equiparado, do 
segurado produtor e pescador artesanal, que, comprovadamente, tenham participação ativa nas atividades rurais do grupo 
familiar. 
 
 
 
9 A Constituição Federal, em seu art. 7.º, inciso XXXIII, com a redação dada pela Emenda Constitucional 20/1998, estabeleceu a idade 
mínima para o trabalho em dezesseis anos, salvo na condição de menor aprendiz, a partir dos quatorze anos. Registre-se a posição 
adotada pela Turma Nacional de Uniformização da Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais na Súmula 5: “A prestação de 
serviço rural por menor de 12 a 14 anos, até o advento da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, devidamente comprovada, pode ser 
reconhecida para fins previdenciários”. 
10 Considera-se que o segurado especial reside em aglomerado urbano ou rural próximo ao imóvel rural onde desenvolve a atividade 
quando resida no mesmo município de situação do imóvel onde desenvolve a atividade rural, ou em município contíguo ao em que 
desenvolve a atividade rural. 
11 Considera-se segurada especial a mulher que, além das tarefas domésticas, exerce atividades rurais com o grupo familiar respectivo 
ou individualmente. 
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Esquematicamente, tem-se: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O termo “módulo fiscal” foi criado pelo Estatuto da Terra (Lei 4.504/1964), em seu art. 50, que cuida do cálculo 
do ITR (Imposto Territorial Rural). Módulo fiscal é, portanto, uma forma de catalogação econômica dos imóveis rurais, 
variando com base em indicadores econômicos e de produtividade de cada região e indicadores específicos de cada imóvel. 
Assim, o cálculo de quantos módulos fiscais possui cada imóvel rural leva em consideração dois aspectos: a região em que se 
encontra (aspecto geral) e as particularidades do imóvel (aspecto particular). 
A atividade é desenvolvida em regime de economia familiar quando o trabalho dos membros do grupo familiar 
é indispensável à sua subsistência e desenvolvimento socioeconômico, sendo exercido em condições de mútua dependência 
e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes, independentemente do valor auferido pelo segurado especial 
com a comercialização da sua produção, quando houver, observado que: 
 I - integram o grupo familiar, também podendo ser enquadrados como segurado especial, o cônjuge ou 
companheiro, inclusive homoafetivos, e o filho solteiro maior de dezesseis anos de idade ou a este equiparado, desde que 
comprovem a participação ativa nas atividades rurais do grupo familiar; 
II - a situação de estar o cônjuge ou o companheiro em lugar incerto e não sabido, decorrente do abandono do 
lar, não prejudica a condição de segurado especial do cônjuge ou do companheiro que permaneceu exercendo a atividade, 
individualmente ou em regime de economia familiar; 
III - o falecimento de um ou ambos os cônjuges ou companheiros não retira a condição de segurado especial do 
filho maior de dezesseis anos, desde que permaneça exercendo a atividade, individualmente ou em regime de economia 
familiar; 
IV - não integram o grupo familiar do segurado especial os filhos casados, separados, divorciados, viúvos e 
ainda aqueles que estão ou estiveram em união estável, inclusive os homoafetivos, os irmãos, os genros e as noras, os 
sogros, os tios, os sobrinhos, os primos, os netos e os afins; e 
V - os pais podem integrar o grupo familiar dos filhos solteiros que não estão ou estiveramem união estável. 
Para efeitos do enquadramento como segurado especial, considera-se produtor rural o proprietário, 
condômino, usufrutuário, possuidor, assentado, acampado, parceiro, meeiro, comodatário, arrendatário rural, quilombola, 
a) Produtor, seja 
proprietário, usufrutuário, 
possuidor, assentado, 
parceiro ou meeiro 
outorgados, comodatário 
ou arrendatário rurais, que 
explore atividade. 
b) Pescador artesanal ou a 
este assemelhado, que faça 
da pesca profissão habitual ou 
principal meio de vida 
c) Cônjuge ou companheiro, bem como filho 
maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a 
este equiparado, do segurado de que tratam 
as alíneas a e b deste inciso, que, 
comprovadamente, trabalhem com o grupo 
familiar respectivo. 
A pessoa física 
residente no 
imóvel rural ou 
em aglomerado 
urbano ou rural 
próximo a ele 
que, 
individualmente 
ou em regime de 
economia 
familiar, ainda 
que com o auxílio 
eventual de 
terceiros a título 
de mútua 
colaboração, na 
condição de: 
1. Agropecuária em 
área de até 4 
(quatro) módulos 
fiscais 
2. De seringueiro ou 
extrativista vegetal 
que faça dessas 
atividades o principal 
meio de vida 
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seringueiro ou extrativista vegetal, que reside em imóvel rural, ou em aglomerado urbano ou rural próximo, e desenvolve 
atividade agrícola, pastoril ou hortifrutigranjeira, individualmente ou em regime de economia familiar, considerando que: 
 I - condômino é aquele que explora imóvel rural, com delimitação de área ou não, sendo a propriedade um 
bem comum, pertencente a várias pessoas; 
II - usufrutuário é aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural, tem direito à posse, ao uso, à 
administração ou à percepção dos frutos, podendo usufruir o bem em pessoa ou mediante contrato de arrendamento, 
comodato, parceria ou meação; 
III - possuidor é aquele que exerce, sobre o imóvel rural, algum dos poderes inerentes à propriedade, utilizando 
e usufruindo da terra como se proprietário fosse; 
IV - assentado é aquele que, como beneficiário das ações de reforma agrária, desenvolve atividades agrícolas, 
pastoris ou hortifrutigranjeiras nas áreas de assentamento; 
V - acampado é aquele que se encontra organizado coletivamente no campo, pleiteando sua inclusão como 
beneficiário dos programas de reforma agrária, desenvolvendo atividades rurais em área de terra pertencente a terceiros; 
VI - parceiro é aquele que tem acordo de parceria com o proprietário da terra ou detentor da posse e 
desenvolve atividade agrícola, pastoril ou hortifrutigranjeira, partilhando lucros ou prejuízos; 
VII - meeiro é aquele que tem acordo com o proprietário da terra ou detentor da posse e, da mesma forma, 
exerce atividade agrícola, pastoril ou hortifrutigranjeira, partilhando rendimentos ou custos; 
VIII - comodatário é aquele que, por meio de acordo, explora a terra pertencente a outra pessoa, por 
empréstimo gratuito, por tempo determinado ou não, para desenvolver atividade agrícola, pastoril ou hortifrutigranjeira; 
IX - arrendatário é aquele que utiliza a terra para desenvolver atividade agrícola, pastoril ou hortifrutigranjeira, 
mediante pagamento de aluguel, em espécie ou in natura, ao proprietário do imóvel rural; 
X - quilombola é afrodescendente remanescente dos quilombos que integra grupos étnicos compostos de 
descendentes de escravos, considerado segurado especial, desde que comprove o exercício de atividade rural, nos termos 
desta Seção; e 
XI - seringueiro ou extrativista vegetal é aquele que explora atividade de coleta e extração de recursos naturais 
renováveis, de modo sustentável, e faz dessas atividades o principal meio de vida. 
O pescador artesanal, ou a este assemelhado, é o segurado especial que, individualmente ou em regime de 
economia familiar, faz da pesca sua profissão habitual ou principal meio de vida, observado que: 
I - pescador artesanal é aquele que: 
a) não utiliza embarcação; 
b) utilize embarcação de pequeno porte (quando possui arqueação bruta - AB igual ou menor que 20), nos 
termos da Lei nº 11.959, de 29 de junho de 2009. 
II - é assemelhado ao pescador artesanal aquele que, utilizando ou não embarcação pesqueira, exerce 
atividade de captura ou de extração de elementos animais ou vegetais, que tenham na água seu meio normal ou mais 
frequente de vida, na beira do mar, no rio ou na lagoa; 
IV - os órgãos competentes para certificar a capacidade total da embarcação são: a capitania dos portos, a 
delegacia ou a agência fluvial ou marítima, sendo que, na impossibilidade de obtenção da informação por parte desses 
órgãos, será solicitada ao segurado a apresentação da documentação da embarcação fornecida pelo estaleiro naval ou 
construtor da respectiva embarcação; 
V - os sindicatos e as colônias de pesca e aquicultura poderão informar, utilizando a declaração própria, que o 
pescador artesanal exerce suas atividades utilizando embarcação enquadrada no conceito de "Embarcação Miúda", definido 
em norma do Ministério da Defesa, Comando da Marinha do Brasil, sendo dispensada, em tais situações, a exigência de 
certificação emitida pelos órgãos competentes com a arqueação bruta da embarcação para fins de enquadramento; 
VI - embarcação miúda é qualquer tipo de embarcação ou dispositivo flutuante: 
 a) com comprimento inferior ou igual a cinco metros; ou 
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b) com comprimento inferior a oito metros e que apresente as seguintes características: convés aberto, convés 
fechado mas sem cabine habitável e sem propulsão mecânica fixa e que, caso utilize motor de popa, este não exceda trinta 
Horse-Power - HP; 
 VII - as embarcações miúdas sem propulsão a motor e as usadas como auxiliares de outra maior e cujo motor 
não exceda a trinta HP, estão dispensadas da inscrição nas Capitanias dos Portos - CP, suas Delegacias - DL e Agências - AG e 
consequente registro no Tribunal Marítimo - TM. Para as demais embarcações miúdas será exigida a apresentação da 
inscrição simplificada nos termos definidos por norma do Ministério da Defesa, Comando da Marinha do Brasil dispensando-
se, em tais situações, a exigência de certificação emitida pelos órgãos competentes com a arqueação bruta da embarcação 
para fins de caracterização do pescador artesanal como segurado especial. 
Não é segurado especial o membro12 de grupo familiar que possuir outra fonte de rendimento,13 exceto se 
decorrente de: 
I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor 
benefício de prestação continuada da previdência social;14 
II – benefício previdenciário pela participação em plano de previdência complementar instituído por entidade 
classista a que seja associado, em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor rural em regime de economia familiar; 
III – exercício de atividade remunerada em período não superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou 
intercalados, no ano civil, ficando obrigado a contribuir em razão dessa atividade; 
IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria de trabalhadores rurais; 
V – exercício de mandato de vereador do município onde desenvolve a atividade rural, ou de dirigente de 
cooperativa rural constituída exclusivamente por segurados especiais, ficando obrigado a contribuir em razão dessa 
atividade; 
VI – parceria ou meação outorgada, por meio de contrato escrito, de até cinquenta por cento de imóvel rural 
cujaárea total, contínua ou descontínua, não seja superior a quatro módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado 
continuem a exercer a respectiva atividade, individualmente ou em regime de economia familiar; 
VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo 
ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que, nesse caso, a renda mensal obtida na atividade não exceda ao 
menor benefício de prestação continuada da previdência social; e 
VIII – atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de prestação continuada da 
previdência social. 
Como visto acima, os rendimentos do exercício de atividade remunerada não superior a cento e vinte dias, 
corridos ou intercalados, no ano civil, bem como provenientes do exercício do mandato de vereador do município onde 
desenvolve a atividade rural, ou de dirigente de cooperativa rural constituída exclusivamente por segurados especiais, não 
descaracterizam a condição de segurado especial. Com efeito, deve-se interpretar esses dispositivos legais da seguinte 
forma: o exercício dessas atividades remuneradas não retira o direito à proteção do trabalhador na condição de segurado 
especial. Logicamente que durante o exercício dessas atividades remuneradas o trabalhador não é segurado especial, já que 
irá enquadrar-se em outra categoria de segurado obrigatório, devendo contribuir de acordo com esse novo enquadramento. 
Mas o exercício dessa atividade, indicando a inteligência dos dispositivos legais, não lhe retira o direito à proteção 
previdenciária como segurado especial.15 Advirta-se, contudo, que, na hipótese de verificação da contingência social 
enquanto o trabalhador estiver exercendo essas atividades remuneradas, é possível que ele tenha o direito à proteção 
 
12 “A circunstância de um dos integrantes do núcleo familiar desempenhar atividade urbana não implica, por si só, a descaracterização 
do trabalhador rural como segurado especial, condição que deve ser analisada no caso concreto” (Súmula 41 da Turma Nacional de 
Uniformização da Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais). 
13 Registre-se que a regra geral é a percepção de rendimentos desqualificar a condição de segurado especial, salvo as exceções 
expressamente previstas no art. 11 da Lei 8.213/1991. O legislador compreendeu que a proteção previdenciária diferenciada 
franqueada ao segurado especial não será possível quando a atividade exercida pelo produtor rural e pescador artesanal não for o 
principal meio de subsistência do núcleo familiar. 
14 Independentemente de esses benefícios serem rurais ou urbanos. Entende-se que, na verdade, o valor de referência deve ser o 
salário-mínimo, nada obstante o salário-família e o auxílio-acidente, que são benefícios de prestação continuada, poderem ter valor 
mensal inferior ao salário-mínimo. 
15 “O exercício de atividade urbana intercalada não impede a concessão de benefício previdenciário de trabalhador rural, condição que 
deve ser analisada no caso concreto” (Súmula 46 da Turma Nacional de Uniformização da Jurisprudência dos Juizados Especiais 
Federais). 
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previdenciária, se mais vantajosa, em razão desse novo enquadramento, e não como segurado especial. 
Não descaracteriza a condição de segurado especial: 
I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação ou comodato, de até cinquenta por cento de 
imóvel rural cuja área total, contínua ou descontínua, não seja superior a quatro módulos fiscais, desde que outorgante e 
outorgado continuem a exercer a respectiva atividade, individualmente ou em regime de economia familiar; 
II – a exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive com hospedagem, por não mais de cento 
e vinte dias ao ano; 
III – a participação em plano de previdência complementar instituído por entidade classista a que seja 
associado, em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor rural em regime de economia familiar; 
IV – a participação como beneficiário ou integrante de grupo familiar que tem algum componente que seja 
beneficiário de programa assistencial oficial de governo; 
V – a utilização pelo próprio grupo familiar de processo de beneficiamento ou industrialização artesanal, na 
exploração da atividade;16 
 VI - a associação em cooperativa agropecuária ou de crédito rural; e 
VII - a incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI sobre o produto das atividades desenvolvidas 
em razão da participação do segurado especial em sociedade empresária, em sociedade simples, como empresário individual 
ou como titular de empresa individual de responsabilidade limitada de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial ou 
agroturístico, considerada microempresa nos termos da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, 
O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por prazo determinado ou de trabalhador 
eventual, à razão de no máximo 120 (cento e vinte) pessoas por dia no ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou, 
ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho, não sendo computado nesse prazo o período de afastamento em 
decorrência da percepção de auxílio-doença. 
O segurado especial fica excluído dessa categoria: 
I – a contar do primeiro dia do mês em que: a) deixar de satisfazer as condições caracterizadoras do segurado 
especial, sem prejuízo do gozo do período de graça, ou exceder qualquer dos limites da outorga, por meio de contrato escrito 
de parceria, meação ou comodato, de até 50% (cinquenta por cento) de imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 
(quatro) módulos fiscais; b) enquadrar-se em qualquer outra categoria de segurado obrigatório do Regime Geral de 
Previdência Social, ressalvado o exercício de atividade remunerada em período não superior a 120 (cento e vinte) dias, 
corridos ou intercalados, no ano civil, o exercício de mandato de vereador do Município em que desenvolve a atividade rural 
ou de dirigente de cooperativa rural constituída, exclusivamente, por segurados especiais, o exercício de atividade artesanal 
desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra 
origem, desde que a renda mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício de prestação continuada da 
Previdência Social, o exercício de atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de prestação 
continuada da Previdência Social e a participação do segurado especial em sociedade empresária, em sociedade simples, 
como empresário individual ou como titular de empresa individual de responsabilidade limitada de objeto ou âmbito 
agrícola, agroindustrial ou agroturístico, considerada microempresa nos termos da Lei Complementar 123, de 14 de 
dezembro de 2006, sem prejuízo do gozo do período de graça; c) tornar-se segurado obrigatório de outro regime 
previdenciário; e d) participar de sociedade empresária, de sociedade simples, como empresário individual ou como titular 
de empresa individual de responsabilidade limitada, quando não mantido o exercício da sua atividade rural ou a pessoa 
jurídica não seja composta apenas de segurados de igual natureza e não tenha sede no mesmo Município ou em Município 
limítrofe àquele em que eles desenvolvam suas atividades. 
II – a contar do primeiro dia do mês subsequente ao da ocorrência, quando o grupo familiar a que pertence 
exceder o limite de: a) utilização de terceiros na exploração da atividade rural; b) dias em atividade remunerada extrarural; e 
c) dias de hospedagem . 
Enquadra-se como segurado especial o índio reconhecido pelaFundação Nacional do Índio – FUNAI, 
independentemente do local onde resida ou exerça suas atividades, sendo irrelevante a definição de indígena aldeado, 
indígena não-aldeado, índio em vias de integração, índio isolado ou índio integrado, desde que exerça a atividade rural em 
regime de economia familiar e faça dessas atividades o principal meio de vida e de sustento. 
 
16 Considera-se processo de beneficiamento ou industrialização artesanal aquele realizado diretamente pelo próprio produtor rural 
pessoa física, desde que não esteja sujeito à incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI. 
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Ainda acerca dos segurados obrigatórios, devem ser observadas as seguintes regras: 
a) O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social que voltar a exercer atividade abrangida por esse 
regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata a Lei 8.212/1991.17 
b) O dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato, o mesmo enquadramento no Regime Geral de 
Previdência Social de antes da investidura no cargo.18 
c) Aquele que exerce, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de 
Previdência Social é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma dessas atividades.19 
d) O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem 
como o das respectivas autarquias e fundações, são excluídos do Regime Geral de Previdência Social, desde que amparados 
por Regime Próprio de Previdência Social.20 Entende-se por regime próprio de previdência social o que assegura, pelo menos, 
aposentadoria e pensão por morte previstas no art. 40 da Constituição Federal.21 
e) Caso o servidor ou o militar, amparados por Regime Próprio de Previdência Social, sejam requisitados para 
outro órgão ou entidade, cujo regime previdenciário não permita a filiação nessa condição, permanecerão vinculados ao 
regime de origem, obedecidas as regras que cada ente estabeleça acerca de sua contribuição.22 
f) Se o servidor ou o militar vierem a exercer, concomitantemente, uma ou mais atividades abrangidas pelo 
Regime Geral de Previdência Social, tornar-se-ão segurados obrigatórios em relação a essas atividades.23 
Quanto ao direito interespacial referente aos segurados do Regime Geral, pode-se fazer o seguinte resumo: 
APLICAÇÃO EXTRATERRITORIAL DA LEGISLAÇÃO DO RGPS 
APLICAÇÃO EXTRATERRITORIAL DA LEGISLAÇÃO 
PREVIDENCIÁRIA ESTRANGEIRA NO BRASIL 
SEGURADO EMPREGADO 
SEGURADO CONTRIBUINTE 
INDIVIDUAL 
SEGURADO EMPREGADO 
- O brasileiro ou estrangeiro domiciliado e 
contratado no Brasil para trabalhar como 
empregado em sucursal ou agência de 
empresa nacional no exterior; 
- O brasileiro ou estrangeiro domiciliado e 
contratado no Brasil para trabalhar como 
empregado em empresa domiciliada no 
exterior, cuja maioria do capital votante 
pertença a empresa brasileira de capital 
nacional 
- O brasileiro civil que trabalha para a 
União, no exterior, em organismos 
oficiais brasileiros ou internacionais dos 
quais o Brasil seja membro efetivo, ainda 
que lá domiciliado e contratado, salvo se 
segurado na forma da legislação vigente 
do país do domicílio 
O brasileiro civil que trabalha 
no exterior para organismo 
oficial internacional do qual 
o Brasil é membro efetivo, 
ainda que lá domiciliado e 
contratado, salvo quando 
coberto por regime próprio 
de previdência social 
- O não-brasileiro sem residência permanente no 
Brasil e o brasileiro amparado pela legislação 
previdenciária do país da respectiva missão 
diplomática ou repartição consular que presta 
serviço no Brasil a missão diplomática ou a 
repartição consular de carreira estrangeira e a 
órgãos a ela subordinados, ou a membros dessas 
missões e repartições, excluídos o não-brasileiro 
sem residência permanente no Brasil e o brasileiro 
amparado pela legislação previdenciária do país 
da respectiva missão diplomática ou repartição 
consular 
- O empregado de organismo oficial internacional 
ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, 
quando coberto por regime próprio de 
previdência social do respectivo país do 
organismo oficial 
 
 
 
17 Art. 11, § 3.º, da Lei 8.213/1991. O art. 18, § 2.º, da Lei 8.213/1991, dispõe que “O aposentado pelo Regime Geral de Previdência 
Social – RGPS que permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da Previdência 
Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado”. 
18 Art. 11, § 4.º, da Lei 8.213/1991. 
19 Art. 11, § 2.º, da Lei 8.213/1991. 
20 Art. 12, caput, da Lei 8.213/1991. 
21 Art. 10, § 3.º, do Decreto 3.048/1999. 
22 Art. 12, § 2.º, da Lei 8.213/1991. 
23 Art. 12, § 1.º, da Lei 8.213/1991. 
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6.1.2 Segurados facultativos 
A qualidade de segurado é condição necessária para a aquisição do direito à proteção previdenciária e a sua 
perda importa em caducidade dos direitos inerentes a essa qualidade (art. 102, caput, da Lei 8.213/1991). Muitas vezes, o 
segurado obrigatório não consegue, por fatores alheios à sua vontade, permanecer exercendo atividade laborativa 
remunerada (é o caso do segurado empregado que é despedido sem justa causa, por exemplo). Ao deixar de exercer 
atividade remunerada (e ultrapassado o período de graça), haverá a perda da qualidade de segurado e, consequentemente, 
do direito à proteção previdenciária. A continuidade da filiação, portanto, é fundamental para a manutenção da condição de 
protegido pela previdência social. Daí o princípio da continuidade da filiação. E justamente para evitar a perda da condição 
de segurado, o legislador faculta a permanência da condição de segurado para aqueles que deixaram de exercer atividade 
laborativa remunerada, por meio da filiação facultativa, mediante contribuição. O outro fundamento da existência do 
segurado facultativo é de natureza constitucional: trata-se do princípio da universalidade de atendimento da seguridade 
social. Na previdência social essa universalidade se concretiza pela possibilidade de todos participarem dos planos 
previdenciários, mediante contribuição. 
São segurados facultativos os maiores de dezesseis anos de idade24 que se filiarem ao Regime Geral de 
Previdência Social, mediante contribuição, desde que não estejam exercendo atividade remunerada que os enquadre como 
segurados obrigatórios da previdência social nem participem de Regimes Próprios de Previdência Social.25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Podem filiar-se facultativamente, entre outros: 
I - a dona de casa; 
II - o síndico de condomínio, desde que não remunerado; 
III - o estudante; 
IV - o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior; 
V - aquele que deixou de ser segurado obrigatório da Previdência Social; 
VI - o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, quando não 
remunerado e desde que não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; 
VII - o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa, de acordo com a Lei nº 11.788, de 25 de 
setembro de 2008; 
 
24 O art. 14 da Lei 8.212/1991 e o art. 13 da Lei 8.213/1991 estabelecem como idade mínima paraa filiação facultativa quatorze anos. 
Contudo, com a Emenda Constitucional 20/1998, a idade mínima para trabalhar e, portanto, tornar-se segurado obrigatório, passou a 
ser de dezesseis anos, salvo na condição de menor aprendiz. O Decreto 3.048/1999, em seu art. 11, caput, editado após a publicação 
da Emenda Constitucional 20/1998, estabeleceu como limite mínimo de idade para a filiação facultativa o mesmo limite da filiação 
obrigatória, qual seja, dezesseis anos. 
25 Art. 14 da Lei 8.212/1991, art. 13 da Lei 8.213/1991 e art. 11 do Decreto 3.048/1999. 
PRESSUPOSTOS 
DA FILIAÇÃO 
FACULTATIVA 
Idade mínima de 16 anos (ou 14 anos segundo o art. 
13 da lei 8.213/91 
Não pertencer a RPPS 
Não exercer atividade remunerada 
como segurado obrigatório do RGPS 
FATO GERADOR 
DA FILIAÇÃO 
FACULTATIVA 
Inscrição formalizada com o 
recolhimento da primeira 
contribuição sem atraso 
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VIII - o bolsista que se dedica em tempo integral à pesquisa, curso de especialização, pós-graduação, mestrado 
ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; 
IX - o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer regime de previdência 
social; 
X - o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime previdenciário de país com o qual 
o Brasil mantenha acordo internacional; 
XI - o segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semiaberto, que, nesta condição, preste serviço, 
dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade 
afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria; 
XII - o beneficiário de auxílio-acidente ou de auxílio suplementar, desde que simultaneamente não esteja 
exercendo atividade que o filie obrigatoriamente ao RGPS; e 
XIII - o segurado sem renda própria que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua 
residência, desde que pertencente à família de baixa renda, com pagamento de alíquota de 5% (cinco por cento), observado 
que: 
a) o segurado facultativo que auferir renda própria não poderá recolher contribuição na forma prevista no 
inciso II, b, do art. 21 da Leis n° 8.212, de 1991, salvo se a renda for proveniente, exclusivamente, de auxílios assistenciais de 
natureza eventual e temporária e de valores oriundos de programas sociais de transferência de renda; 
b) considera-se de baixa renda aquele segurado inscrita no CadUnico, cuja renda mensal familiar seja de até 
dois salários mínimos; 
c) o conceito de renda própria deve ser interpretado de forma a abranger quaisquer rendas auferidas pela 
pessoa que exerce trabalho doméstico no âmbito de sua residência e não apenas as rendas provenientes de trabalho; e 
d) as informações do CadUnico devem ser atualizadas pelo menos a cada dois anos. 
 É vedada a filiação como segurado facultativo no RGPS para os participantes do RPPS, não podendo ser 
consideradas, para qualquer efeito, as contribuições vertidas para o RGPS do servidor público efetivo civil da União, de suas 
respectivas Autarquias ou Fundações, participante de RPPS, inclusive na hipótese de afastamento sem vencimentos, a partir 
de 15 de maio de 2003, data da publicação da Lei nº 10.667, de 14 de maio de 2003. 
É vedada a filiação ao Regime Geral de Previdência Social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa 
participante de Regime Próprio de Previdência Social,26 salvo na hipótese de afastamento sem vencimento e desde que não 
permitida, nesta condição, contribuição ao respectivo Regime Próprio.27 Nesse sentido, o servidor público efetivo civil da 
União, de suas respectivas Autarquias ou Fundações, participante de regime próprio, na hipótese de afastamento sem 
vencimentos, a partir de 15 de maio de 2003, data da publicação da Lei nº 10.667, de 14 de maio de 2003, não poderá 
contribuir para o regime geral como segurado facultativo, já que esta lei assegura o direito do servidor afastado contribuir 
facultativamente para o regime próprio federal. 
O art. 55, § 4º, II, da Instrução Normativa INSS/PRES 77/2015 dispõe que para o servidor público aposentado, 
qualquer que seja o regime de Previdência Social a que esteja vinculado, não será permitida a filiação facultativa no Regime 
Geral de Previdência Social – RGPS. Essa vedação da Instrução Normativa guarda coerência lógica com a proibição de filiação 
facultativa de quem exerce atividade remunerada como segurado obrigatório (art. 13 da Lei 8.213/1991) e de quem pertence 
a Regime Próprio de Previdência Social (art. 201, § 5º, da Constituição Federal). 
 
6.1.3 A aquisição da qualidade de segurado 
Quando se fala em aquisição da qualidade de segurado está se cogitando do fato propulsor da relação jurídica 
previdenciária. O fato que torna alguém segurado, que filia alguém ao Regime Geral de Previdência Social, é o que faz nascer 
a dita relação jurídica previdenciária, sendo o seu fato jurídico. 
 
26 Art. 201, § 5.º, da Constituição Federal. 
27 Art. 11, § 2.º, do Decreto 3.048/1999. Dispõe o art. 55, § 5º, da Instrução Normativa INSS/PRES 77/2015: “É vedada a filiação como 
segurado facultativo no RGPS para os participantes do RPPS, não podendo ser consideradas, para qualquer efeito, as contribuições 
vertidas para o RGPS do: (...) III - servidor público efetivo civil da União, de suas respectivas Autarquias ou Fundações, participante de 
RPPS, inclusive na hipótese de afastamento sem vencimentos, a partir de 15 de maio de 2003, data da publicação da Lei nº 10.667, de 
14 de maio de 2003.”” 
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Destarte, para os segurados obrigatórios, a aquisição da qualidade de segurado ocorre independentemente da 
sua vontade. É a própria lei que estabelece a filiação dos segurados obrigatórios ao Regime Geral de Previdência Social. A 
vontade do segurado em se filiar ou não a esse Regime não tem a menor importância. Essa filiação ocorre por força de lei, 
compulsoriamente, independentemente da vontade dos segurados. 
A filiação do segurado obrigatório se diz automática porque é gerada pelo simples exercício de atividade 
remunerada prevista em lei. Representa a condição de contribuinte e de beneficiário da previdência social do segurado 
obrigatório, nos termos do art. 12 da Lei 8.212/1991 e do art. 11 da Lei 8.213/1991, respectivamente. A utilização da 
expressão “simples exercício” é para realçar que a aquisição da qualidade de segurado obrigatório independe de qualquer 
formalidade, como, por exemplo, o cadastramento (inscrição) no ente previdenciário. Do mesmo modo, a qualidade de 
segurado obrigatório não é condicionada, em hipótese alguma, ao recolhimento de contribuições. O recolhimento efetivo de 
contribuições para o segurado obrigatório não tem qualquer importância para a aquisição dessa qualidade. Isso não significa 
que a proteção previdenciária será sempre concedida sem se levar em conta o cumprimento da obrigação contributiva do 
segurado obrigatório. Não se trata disso. A qualidade de segurado é condição necessária, intransponível, para a aquisição do 
direito à proteção previdenciária. Condição necessária, mas não suficiente. Determinadas prestações previdenciárias, para 
serem concedidas, exigem o recolhimento de certo número de contribuições mensais. É o chamado período de carência. 
Neste caso, não bastará a qualidade de segurado e a ocorrênciado evento previsto em lei para se ter direito à proteção 
previdenciária. O período de carência terá também de ser cumprido. O recolhimento das contribuições, insista-se, é uma 
condição para que o segurado tenha direito à proteção previdenciária. Mas a qualidade de segurado obrigatório não está, de 
forma alguma, vinculada ao efetivo recolhimento das contribuições previdenciárias.28 Devem ser compatibilizados, assim, os 
princípios constitucionais da filiação obrigatória e do caráter contributivo da previdência social. 
Ao contrário da filiação obrigatória, que se dá por força de lei, a filiação facultativa depende da manifestação 
de vontade do segurado. O legislador, atento ao princípio constitucional da universalidade subjetiva (art. 194, parágrafo 
único, inciso I, da Constituição Federal), bem como ao princípio da continuidade da filiação, autoriza àqueles que estão 
alijados da proteção previdenciária obrigatória que se filiem ao Regime Geral de Previdência Social na condição de segurados 
facultativos. Essa filiação depende, portanto, da manifestação de vontade do interessado e deve ocorrer de maneira formal, 
por meio da inscrição. A pessoa comparece à Agência de Previdência Social do ente segurador estatal e manifesta a sua 
vontade de participar do plano previdenciário do Regime Geral de Previdência Social. Assim, enquanto a filiação obrigatória é 
uma imposição legal, a filiação facultativa é uma autorização legal. 
O vínculo só se torna perfeito, completo, quando o segurado facultativo, após manifestar a sua vontade, 
recolhe as contribuições previdenciárias. O fato que faz nascer o vínculo do segurado facultativo com o ente segurador 
estatal será justamente o recolhimento da contribuição previdenciária.29 Em resumo: a aquisição da qualidade de segurado 
facultativo depende da manifestação da vontade do interessado e a filiação somente se perfaz com o recolhimento da 
contribuição previdenciária. 
 
6.1.4 A inscrição dos segurados 
Impõe-se, no presente momento, estabelecer a distinção entre filiação e inscrição. A filiação é o vínculo que se 
estabelece entre os segurados e o ente gestor da previdência social, do qual decorrem direitos e obrigações.30 Da filiação 
deflui a qualidade de segurado. A inscrição, por sua vez, é o cadastramento feito pelo segurado e seus dependentes perante 
a previdência social. É a qualificação, por ato formal, dos beneficiários do Regime Geral de Previdência Social perante o ente 
segurador estatal. 
O direito à proteção previdenciária decorre da filiação. Somente terá direito à proteção previdenciária a pessoa 
previamente filiada ao Regime Geral de Previdência Social ou que depende de alguém previamente filiado a esse Regime. A 
inscrição, por seu turno, é o ato administrativo pelo qual os beneficiários se apresentam perante o ente segurador estatal, 
qualificando-se. A inscrição é fundamental para individualizar a pessoa que terá direito à proteção previdenciária e a pessoa 
que é devedora de contribuição previdenciária. 
Para o segurado obrigatório, a inscrição jamais precede à filiação. A filiação ocorrerá com o simples exercício de 
atividade remunerada prevista em lei. No que concerne ao segurado facultativo, a situação se inverte. Como a sua filiação ao 
 
28 É o que dispõe o art. 9.º, § 12, do Decreto 3.048/1999: “O exercício de atividade remunerada sujeita a filiação obrigatória ao Regime 
Geral de Previdência Social”. 
29 É o que dispõe o art. 11, § 3.º, do Decreto 3.048/1999: “A filiação na qualidade de segurado facultativo representa ato volitivo, 
gerando efeito somente a partir da inscrição e do primeiro recolhimento, não podendo retroagir e não permitindo o pagamento de 
contribuições relativas a competências anteriores à data da inscrição, ressalvado o disposto no § 3.º do art. 28”. 
30 Art. 20, caput, do Decreto 3.048/1999. 
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Regime Geral de Previdência Social dependerá da manifestação de sua vontade, antes de se filiar, o segurado facultativo se 
inscreve, se cadastra, individualiza seus dados perante o ente segurador estatal. Feita a inscrição, a filiação somente se 
aperfeiçoará com o recolhimento da contribuição previdenciária. Mas antes desse recolhimento, fez-se necessária a 
qualificação do interessado, por meio da inscrição, qualificação esta fundamental para individualizar a pessoa que contribuirá 
facultativamente e que passa a ter direito à proteção previdenciária. 
A filiação é própria dos segurados. Os dependentes do Regime Geral de Previdência Social não se filiam à 
previdência social, visto que a condição de dependente não está de modo algum relacionada ao exercício de atividade 
remunerada prevista em lei (filiação obrigatória) ou ao recolhimento de contribuição (filiação facultativa). A inscrição, 
contudo, deve ser feita tanto em relação ao segurado como ao dependente. A proteção previdenciária será ministrada a 
pessoas específicas, individualizadas. Assim, para exercer os direitos perante a previdência social, é fundamental que os 
beneficiários (segurados e dependentes) se qualifiquem, se cadastrem.31 Daí dizer-se que a inscrição é condição para o 
exercício dos direitos em face da previdência social, mas não para adquiri-los. Esquematicamente, tem-se: 
FILIAÇÃO 
X 
INSCRIÇÃO 
É o vínculo que se estabelece entre pessoas 
que contribuem para a previdência social e 
esta, do qual decorrem direitos e obrigações 
O ato pelo qual o segurado é cadastrado no Regime Geral 
de Previdência Social, mediante comprovação dos dados 
pessoais e de outros elementos necessários e úteis a sua 
caracterização 
 
A forma de inscrição é matéria a ser tratada pelo Regulamento.32 De acordo com o Decreto 3.048/1999,33 
considera-se inscrição de segurado para os efeitos da previdência social o ato pelo qual este é cadastrado no Regime Geral de 
Previdência Social, mediante comprovação dos dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis à sua caracterização, 
na seguinte forma: 
I – empregado34 e trabalhador avulso35 – pelo preenchimento dos documentos que os habilitem ao exercício da 
atividade, formalizados pelo contrato de trabalho, no caso de empregado, e pelo cadastramento e registro no sindicato ou 
órgão gestor de mão de obra, no caso de trabalhador avulso; 
II – empregado doméstico – pela apresentação de documento que comprove a existência de contrato de 
trabalho; 
III – contribuinte individual36 – pela apresentação de documento que caracterize a sua condição ou o exercício 
de atividade profissional, liberal ou não; 
IV – segurado especial – pela apresentação de documento que comprove o exercício de atividade rural; e 
V – facultativo37 – pela apresentação de documento de identidade e declaração expressa de que não exerce 
 
31 Quando da concessão das prestações previdenciárias, poderá ser exigida a comprovação dos dados pessoais e de outros elementos 
necessários e úteis à caracterização do segurado para fins de proteção previdenciária, mesmo já tendo havido a sua anterior 
inscrição. 
32 Art. 17 da Lei 8.213/1991. 
33 Art. 18. 
34 A inscrição do filiado empregado será formalizada pelo preenchimento, de responsabilidade do empregador, dos documentos que o 
habilite ao exercício da atividade, por meio de contrato de trabalho (...) com inclusão automática no CNIS proveniente da declaração 
prestada em Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP” (art. 9º da Instrução Normativa INSS/PRES 
77/2015). 
35 “A inscrição do filiado trabalhador avulso será formalizada com o cadastramento e registro no sindicato ou órgão gestor de mão de 
obra, responsável pelo preenchimento dos

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