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Apostila Direito previdenciário 2021 (1)

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Direito Previdenciário 1/105 
Prof. Miriam Denise Xavier 
 
SEGURIDADE SOCIAL E PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 
I – INTRODUÇÃO 
 
1. ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
 
A Previdência Social teve sua origem na busca do homem de amparar a si mesmo e 
aos seus dependentes no caso de eventos fortuitos como doença, invalidez, idade 
avançada e morte que o impedissem de trabalhar e prover a manutenção daqueles 
que dependiam economicamente dele. 
 
A primeira tentativa de prevenção quanto aos riscos individuais foi feita de forma 
solitária, entretanto o homem chegou a conclusão que ser previdente sozinho não lhe 
assegurava os meios de manutenção. 
 
Em seguida, tentou fazer, em grupo, uma previdência coletiva onde foram 
estabelecidas regras para uso do fundo comum e valores de contribuição. 
 
Várias outras alternativas foram experimentadas em face da insegurança sentida pelos 
trabalhadores, mas só a partir de 1883, com a política de BISMARCHI, na Alemanha, 
teve início o período de formação, de fato, da Previdência Social no mundo. 
 
No Brasil, várias formas de amparo ao trabalhador foram apresentadas e, dentre elas, 
podemos registrar, resumidamente: 
 
1888 a 1922 - Foram criados alguns benefícios para trabalhadores específicos, 
por exemplo, empregados dos correios. 
1923 - Marco da Legislação Previdenciária - Lei Eloi Chaves, que criou a 
Caixa de Aposentadoria e pensões para empregados da Rede Ferroviária. 
1923 a 1933 - Criação das caixas de aposentadorias e pensões. 
1930 - O Decreto n° 19.433, de 26 de novembro de 1930, criou o Ministério do 
Trabalho, Indústria e Comércio, tendo como uma das atribuições orientar e 
supervisionar a Previdência Social, inclusive como órgão de recursos das decisões 
das Caixas de Aposentadorias e Pensões. 
1933 a 1939 - Reestruturação do modelo, com fusão das caixas em Institutos de 
Aposentadorias e Pensões (IAPM, IAPI, IAPC, IAPB, IAPETC, IAPE). 
1938 - O Decreto-Lei n° 288, de 23 de fevereiro de 1938, criou o Instituto de 
Previdência e Assistência dos Servidores do Estado - IPASE. 
1960 - A Lei n° 3.807, de 26 de agosto de 1960, criou a Lei Orgânica de 
Previdência Social - LOPS, que unificou a legislação referente aos Institutos de 
Aposentadorias e Pensões. 
1963 - A Lei n° 4.214, de 2 de março de 1963, criou o Fundo de Assistência ao 
Trabalhador Rural (FUNRURAL). No entanto, a parte referente à Previdência Social 
Rural não foi regulamentada. 
1966 - O Decreto-Lei n° 72, de 21 de novembro de 1966, reuniu os seis Institutos 
de Aposentadorias e Pensões no Instituto Nacional de Previdência Social - INPS, para 
atender os trabalhadores urbanos, a partir de 1º de janeiro de 1967 - Regime Geral de 
Previdência Social. 
Direito Previdenciário 2/105 
Prof. Miriam Denise Xavier 
 
1971 - A Lei Complementar n° 11, de 25 de maio de 1971, institui o Programa de 
Assistência ao Trabalhador Rural - PRÓ-RURAL, em substituição ao plano básico de 
Previdência Social Rural. 
1972 - A Lei 5859, de 11 de dezembro de 1972, incluiu os empregados 
domésticos obrigatoriamente na Previdência Social. 
1973 - A Lei n° 5.939, de 19 de novembro de 1973, instituiu o salário-de-benefício 
do jogador de futebol profissional. 
1974 - A Lei n° 6.036, de 1° de maio de 1974, criou o Ministério da Previdência e 
Assistência Social, desmembrado do Ministério do Trabalho e Previdência Social. 
1977 - A Lei n° 6.439, de 1° de setembro de 1977, instituiu o Sistema Nacional de 
Previdência e Assistência Social - SINPAS, orientado, coordenado e controlado pelo 
Ministério da Previdência e Assistência Social, responsável “pela proposição da 
política de previdência e assistência médica, farmacêutica e social, bem como pela 
supervisão dos órgãos que lhe são subordinados” e das entidades a ele vinculadas. 
Paralelamente, extinguiu o FUNRURAL e o IPASE, reorientando o INPS. 
Passam a integrar o SINPAS as seguintes entidades: 
• INPS - responsável pela concessão de benefícios e reabilitação profissional; 
• IAPAS - responsável pela arrecadação, fiscalização e cobrança das 
contribuições; 
• DATAPREV - responsável pelo processamento de dados; 
• INAMPS - rresponsável pela assistência médica à população previdenciária; 
• CEME - Central de Medicamentos. Distribuía medicamentos, gratuitamente, à 
população previdenciária. 
• FUNABEM - promovia a execução da política nacional do bem-estar do menor; 
• LBA - responsável pela assistência social à população carente. 
 
1988 - A Constituição Federal dispõe sobre a seguridade social. 
1990 - A Lei n° 8.029, de 12 de abril de 1990, extinguiu o Ministério da 
Previdência e Assistência Social e restabeleceu o Ministério do Trabalho e da 
Previdência Social. 
Criação do INSS através da fusão do INPS e IAPAS, com a finalidade de 
arrecadar e conceder benefícios previdenciários. 
1991 - A Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991, dispôs sobre a organização da 
Seguridade Social e instituiu seu novo Plano de Custeio. A Lei n° 8.213, de 24 de julho 
de 1991, instituiu o Plano de Benefícios da Previdência Social. 
1992 - A Lei nº 8.490, de 19 de novembro de 1992, extinguiu o Ministério do 
Trabalho e da Previdência Social e restabeleceu o Ministério da Previdência Social 
(MPS). 
1993 - Extinção do INAMPS e criação do SUS. A Lei nº 8.742, de 7 de dezembro 
de 1993, dispôs sobre a Organização da Assistência Social. 
1995 - A Medida Provisória n° 813, de 1° de janeiro de 1995, transformou o 
Ministério da Previdência Social (MPS) em Ministério da Previdência e Assistência 
Social (MPAS). 
1998 - Emenda Constitucional 20, de 15 de dezembro de 1998. Aposentadoria por 
tempo de contribuição. 
Direito Previdenciário 3/105 
Prof. Miriam Denise Xavier 
 
1999 - A Lei n° 9876, de 22 de novembro de 1999, instituiu o fator previdenciário. 
2003 - A Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, restabeleceu o Ministério da 
Previdência Social (MPS) e criou o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à 
Fome, que passou a cuidar da Assistência Social. 
2005 - A Lei 11.098, de 13 de janeiro de 2005, atribuiu ao Ministério da 
Previdência Social competências relativas à arrecadação, fiscalização, lançamento e 
normatização de receitas previdenciárias e autorizou a criação da Secretaria da 
Receita Previdenciária no âmbito do referido Ministério. 
2007 - A Lei 11.457, de 16 de março de 2007, transfere para a Secretaria da 
Receita Federal do Brasil - Ministério da Fazenda as competências relativas à 
arrecadação, fiscalização, lançamento e normatização de receitas previdenciárias. 
 
2. SEGURIDADE SOCIAL (CF88, artigos 194 e 195) 
Conceito: A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de 
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos 
relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
Organização e princípios: 
Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base 
nos seguintes objetivos: 
I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e 
rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; 
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - equidade na forma de participação no custeio; 
VI - diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis 
específicas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, 
previdência e assistência social, preservado o caráter contributivo da previdência 
social; 
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão 
quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos 
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. 
a. O princípio da solidariedade está apenas implícito no texto constitucional (arts. 
194 e 195), embora seja o mais importante de todos neste campo. 
É a solidariedade que impõe que o financiamento seja por repartição simples, que 
todosque exercem atividade remunerada são obrigados a contribuir. 
 
Direito Previdenciário 4/105 
Prof. Miriam Denise Xavier 
 
b. Universalidade 
Este princípio incorpora a idéia de amparar todas as pessoas (universalidade do 
atendimento) em todas as suas necessidades sociais (universalidade da cobertura). 
 
c. Uniformidade e equivalência 
A uniformidade significa um único regime de previdência para os urbanos e rurais. 
A equivalência refere-se ao aspecto quantitativo dos benefícios desse mesmo 
regime, isto é, os valores dos benefícios devem ser calculados da mesma forma para 
ambas as populações. 
 
d. Seletividade e distributividade 
A seletividade significa que determinadas prestações podem ser asseguradas 
somente àqueles que se encontrem em estado mais grave de necessidade social, até 
como forma de realizar a isonomia, ou seja, de tratar desigualmente os desiguais, na 
medida de suas desigualdades. 
 
Ex.: o salário-família. 
 
A distributividade tem a ver com a principal função do sistema, que é a de 
funcionar como instrumento de distribuição de rendas. Não se coaduna muito com a 
previdência social, mas encontra campo fértil na área da saúde e, principalmente, na 
da assistência social. 
 
Ex.: o benefício de que trata o art. 203, V, da CF/88. 
 
e. Irredutibilidade 
Refere-se, especificamente, ao campo da previdência social, e significa o óbvio, 
ou seja, que os valores nominais e reais dos benefícios não podem sofrer redução. 
A Lei 8.213/91, no artigo 41-A, determina que o valor dos benefícios em 
manutenção será ajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do salário-
mínimo, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, apurado pela 
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. 
 
f. Equidade 
Este princípio traduz a dimensão do princípio da capacidade contributiva no 
âmbito da seguridade social. 
Deve ser analisado conjuntamente com o § 9º do art. 195 da CF/88: 
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão 
ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica, da utilização 
intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do 
mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases de cálculo 
diferenciadas apenas no caso das alíneas “b” e “c” do inciso I do caput. 
 
g. Diversidade 
Direito Previdenciário 5/105 
Prof. Miriam Denise Xavier 
 
Ao mesmo tempo em que reflete a solidariedade (todos devem contribuir), este 
princípio, ao determinar que sejam estabelecidas diversas fontes de financiamento, 
visa imprimir maior garantia à sustentação econômica da seguridade social, já que, 
entrando em crise uma dessas fontes, as demais prosseguem transferindo recursos ao 
sistema. 
 
h. Caráter democrático e descentralizado da administração 
Visa à participação da sociedade na organização e no gerenciamento do sistema, 
mediante gestão quadripartite. 
Este princípio é reflexo imediato do art. 10 da CF/88: 
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos 
colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou 
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. 
 
Reflete, também, diretriz estabelecida na primeira convenção da OIT, em 1919, 
segundo a qual o Estado deve garantir esse tipo de participação. 
Exemplos de observância desse princípio encontramos nos seguintes órgãos, 
todos com representantes dos setores mencionados no inciso VII do parágrafo único 
do art. 194 da CF/88. 
• Conselho Nacional de Previdência Social - CNPS 
• Conselho Nacional da Saúde - CNS 
• Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS 
• Conselho de Recursos da Previdência Social - CRPS 
Financiamento 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e 
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições 
sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, 
incidentes sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a 
qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo 
empregatício; 
b) a receita ou o faturamento; 
c) o lucro; 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser 
adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não 
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral 
de Previdência Social; 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
Direito Previdenciário 6/105 
Prof. Miriam Denise Xavier 
 
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. 
Breve análise dos parágrafos do artigo 195. 
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à 
seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento 
da União. 
 
Cada um dos entes federados (Estados, DF e Municípios) deverá destacar, em seus 
respectivos orçamentos anuais, os recursos destinados à prestação dos serviços 
relativos à seguridade social no seu próprio âmbito. 
 
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma 
integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência 
social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes 
orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. 
 
Refere-se ao trabalho técnico que antecede a elaboração do orçamento anual da 
União, dos Estados, do DF e dos Municípios, o qual deve ser feito conjuntamente por 
membros das três áreas da Seguridade Social (Saúde, Previdência Social e 
Assistência Social). A gestão dos recursos, todavia, é feita individualmente por cada 
uma das citadas áreas. 
 
§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como 
estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber 
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. 
 
Trata-se de sanção aos inadimplentes junto à Seguridade Social. Com base neste 
dispositivo, uma empresa em atraso com as suas contribuições sociais para a 
seguridade social não pode, por exemplo, participar de concorrência pública, nem 
usufruir de isenções tributárias, nem obter empréstimos concedidos por instituições 
financeiras públicas. 
 
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou 
expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. 
A qualquer momento, poderão ser criadas outras fontes destinadas ao financiamento 
ou expansão da seguridade social, além das atualmente previstas nos quatro incisos 
do próprio art. 195. Contudo, a criação da nova fonte deve ocorrer por meio de lei 
complementar, desde que seja não-cumulativa e não tenham fato gerador ou base de 
cálculo próprios de outra contribuição social. 
 
§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado 
ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. 
 
Também conhecido como princípio da pré-existência da fonte de custeio, da reserva 
do possível ou da contrapartida, significa que se um novo tipo benefício for criado, ou 
um benefício já existente for majorado ou estendido (isto é, assegurado a pessoas que 
a eles até então não tinham direito), deverá ser criada, simultaneamente, a fonte de 
custeio equivalente ao desembolso inédito que a previdência social terá que realizar, 
ou seja, deverá ser criado também um novo tipo de contribuição, ou majorada alguma 
contribuição já existente, via aumento de alíquota ou de base de cálculo. 
Direito Previdenciário 7/105 
Prof. Miriam Denise Xavier 
 
 
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após 
decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído oumodificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b. 
 
A cobrança de contribuição nova ou aumentada torna-se possível dentro do mesmo 
ano em que publicada a lei que instituiu a novidade, bastando que dessa publicação 
se aguarde o lapso temporal de 90 (noventa) dias. 
 
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes 
de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. 
 
Não se cuida propriamente de isenção, mas de imunidade, já que o benefício está 
previsto na Constituição Federal. 
 
A matéria atualmente encontra-se regulada pela Lei n° 12.101, de 27 de novembro de 
2009. 
 
§ 8º - O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, 
bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de 
economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade 
social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da 
produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. 
 
Trata-se de pequenos produtores rurais pessoas físicas. A CF determina que a base 
de cálculo da contribuição dessas pessoas seja a receita de vendas da sua produção. 
 
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter 
alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da 
utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural 
do mercado de trabalho. 
 
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter 
alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de 
mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, 
sendo também autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas apenas no 
caso das alíneas “b” e “c” do inciso I do caput. 
 
A lei poderá dar tratamento diferenciado às pessoas indicadas no inciso I do caput 
(empregador, empresa e entidade a ela equiparada), no tocante à determinação das 
alíquotas das contribuições previstas no mesmo dispositivo (sobre as remunerações 
dos trabalhadores a seu serviço, sobre a receita ou o faturamento e sobre o lucro), em 
razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da 
empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. 
 
A partir da EC 103/19 a adoção de base de cálculo diferenciada passou a ser possível 
apenas para as contribuições sobre a receita ou o faturamento e sobre o lucro, ficando 
excluída as contribuições sobre as remunerações dos trabalhadores a seu serviço. 
 
Exemplo prático disso é a contribuição das instituições financeiras. 
 
§ 10 – A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de 
saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os 
Direito Previdenciário 8/105 
Prof. Miriam Denise Xavier 
 
Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida 
de recursos. 
 
Caberá à lei ordinária a definição dos critérios a serem obedecidos para efeito de 
transferência de recursos da seguridade social para as áreas da saúde e assistência 
social. 
 
§ 11 – São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60 (sessenta) 
meses e, na forma de lei complementar, a remissão e a anistia das contribuições 
sociais de que tratam a alínea “a” do inciso I e o inciso II do caput. 
 
Resumidamente, em Direito Tributário “remissão” e “anistia” significam, 
respectivamente, perdão da dívida tributária e esquecimento da infração cometida pelo 
contribuinte. 
 
Para as contribuições sociais das empresas incidentes sobre a folha de salários e as 
contribuições dos trabalhadores (contribuições sociais previdenciárias – CR/88, art. 
167, XI), nenhum débito poderá ser remitido ou anistiado. 
A partir da EC 103/19, não poderá ser concedida moratória nem parcelamento em 
período superior a 60 meses. 
 
§ 12 – A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições 
incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. 
 
Introduzido pela Emenda Constitucional nº 42, de 19/12/2003, este parágrafo abre 
a possibilidade de que lei ordinária, a ser futuramente editada pelo Legislativo Federal, 
defina os setores de atividade econômica que estarão protegidos contra a 
cumulatividade da contribuição sobre a receita ou o faturamento (art. 195, I, b), ou 
daquela devida pelo importador (ou equiparado) de bens ou serviços do exterior (art. 
195, IV). Noutros termos, em relação às duas exações em apreço, os contribuintes 
que atuem nos setores eleitos pela lei, estarão imunes ao chamado “efeito cascata” 
(ou seja, da sobreposição do tributo cobrado numa operação sobre ele mesmo na 
operação seguinte). 
 
§ 13 – Este parágrafo foi revogado pela EC 103/19. Assim, não é mais possível 
que a contribuição patronal incidente sobre a folha de salários seja substituída pela 
contribuição sobre a receita ou faturamento (desoneração da folha de pagamento). 
 
§ 14. O segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição ao Regime 
Geral de Previdência Social a competência cuja contribuição seja igual ou superior à 
contribuição mínima mensal exigida para sua categoria, assegurado o agrupamento 
de contribuições. 
 
Este parágrafo foi introduzido pela EC 103/19 e impõe que para a contagem do 
mês como tempo de contribuição, o salário de contribuição mínimo mensal seja o 
mínimo estabelecido para a categoria do segurado, podendo agrupar contribuições de 
vários meses até atingir o mínimo e contar como um mês. 
 
 
Seguridade social 
 
Direito Previdenciário 9/105 
Prof. Miriam Denise Xavier 
 
Saúde MS/SUS 
Lei 8.080/90 (LOS) 
Previdência Social ME/SRFB – custeio – Lei 8.212/91 
ME/INSS – benefícios – Lei 8.213/91 
Decreto 3.048/99 – RPS 
Assistência Social Ministério da Cidadania/INSS 
Lei 8.742/93 (LOAS) 
Decreto 6.214/07 - BPC 
 
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social 
 
Autarquia federal que tem por atribuição gerir, acompanhar e avaliar a concessão e 
manutenção dos benefícios do RGPS e da assistência social. 
 
 
3. PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 
A Previdência Social é o seguro social para a pessoa que contribui. É uma 
instituição pública que tem como objetivo reconhecer e conceder direitos aos seus 
segurados. A renda transferida pela Previdência Social é utilizada para substituir a 
renda do trabalhador contribuinte, quando ele perde a capacidade de trabalho, seja 
pela doença, invalidez, idade avançada ou desemprego involuntário, ou mesmo a 
maternidade, morte e a prisão. 
 
 
REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RPPS (CF88, art. 40) 
 
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos 
efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente 
federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios 
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. 
 
Tem que garantir, no mínimo, aposentadoria e pensão. 
 
 
REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS (CF88, art. 201) 
 
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de 
Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados 
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a: 
 
I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho 
e idade avançada; 
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; 
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa 
renda; 
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e 
dependentes, observado o disposto no § 2º. 
 
NOTA: RGPS x RPPS – exclusão dos segurados do RPPS – Lei 
8.213/91, art. 12. Caso exerça atividade abrangida pelo RGPS, é 
segurado obrigatório e terá direitoàs coberturas dos dois regimes. 
 
file:///G:/Miriam/Meritus/RFB/art_40_.htm
Direito Previdenciário 10/105 
Prof. Miriam Denise Xavier 
 
§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de 
benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibilidade de previsão 
de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de 
aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados: 
 
I – com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por 
equipe multiprofissional e interdisciplinar; 
 
II – cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, 
físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a 
caracterização por categoria profissional ou ocupação. 
 
Este parágrafo impõe que os únicos motivos para a concessão de aposentadorias 
pelo RGPS com idades e tempos de contribuição inferiores aos demais segurados são 
a deficiência e o trabalho com exposição a agentes nocivos. 
 
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do 
trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. 
 
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão 
devidamente atualizados, na forma da lei. 
 
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter 
permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. 
 
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de 
segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. 
 
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos 
proventos do mês de dezembro de cada ano. 
 
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos 
da lei, obedecidas as seguintes condições: 
 
I – 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois) anos de 
idade, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição; 
 
II – 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, 
se mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em 
regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o 
pescador artesanal. 
 
§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será reduzido em 5 (cinco) 
anos, para o professor que comprove tempo de efetivo exercício das funções de 
magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei 
complementar. 
 
§ 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem recíproca do tempo de 
contribuição entre o Regime Geral de Previdência Social e os regimes próprios de 
previdência social, e destes entre si, observada a compensação financeira, de acordo 
com os critérios estabelecidos em lei. 
 
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§ 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades de que tratam os arts. 42, 
142 e 143 e o tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social ou a 
regime próprio de previdência social terão contagem recíproca para fins de inativação 
militar ou aposentadoria, e a compensação financeira será devida entre as receitas de 
contribuição referentes aos militares e as receitas de contribuição aos demais 
regimes. 
 
§ 10. Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de benefícios não 
programados, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida 
concorrentemente pelo Regime Geral de Previdência Social e pelo setor privado. 
 
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao 
salário para efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em 
benefícios, nos casos e na forma da lei. 
 
§ 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com alíquotas 
diferenciadas, para atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusive os que se 
encontram em situação de informalidade, e àqueles sem renda própria que se 
dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde 
que pertencentes a famílias de baixa renda. 
 
§ 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o § 12 terá valor de 1 (um) 
salário-mínimo. 
 
§ 14. É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de concessão 
dos benefícios previdenciários e de contagem recíproca. 
 
§ 15. Lei complementar estabelecerá vedações, regras e condições para a 
acumulação de benefícios previdenciários. 
 
§ 16. Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas, das 
sociedades de economia mista e das suas subsidiárias serão aposentados 
compulsoriamente, observado o cumprimento do tempo mínimo de contribuição, ao 
atingir a idade máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma 
estabelecida em lei. 
 
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR (CF88, art. 202) 
 
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de 
forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, 
baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado 
por lei complementar. 
 
LC 109/01 e LC 108/01. 
 
 
4. ASSISTÊNCIA SOCIAL, Lei 8.742/93 (alterada pela Lei 13.982, de 2/4/20) e 
Decreto 6.214/07 
 
O benefício de Prestação Continuada da Assistência Social – BPC-LOAS consiste no 
pagamento de 01 (um) salário mínimo mensal a pessoas com 65 anos ou mais de 
idade e a pessoas com deficiência incapacitante para a vida independente e para o 
trabalho, onde em ambos os casos a renda per capita familiar seja igual ou inferior 
a ¼ do salário mínimo. 
Direito Previdenciário 12/105 
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O Benefício é gerido pelo Ministério da Cidadania – Secretaria Especial do 
Desenvolvimento Social a quem compete sua gestão, acompanhamento e avaliação 
e, ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a sua operacionalização. 
 
Os recursos para custeio do BPC provêm do Fundo Nacional de Assistência Social 
(FNAS). 
 
São consideradas membros da família, para o cálculo da renda per capita, as pessoas 
que vivem sob o mesmo teto com o mesmo parentesco dos dependentes descritos na 
Lei 8.213/91, artigo 16, ou seja, conjunto de pessoas composto pelo requerente, o 
cônjuge, o companheiro, a companheira, os pais e, na ausência de um deles, a 
madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os 
menores tutelados. 
 
Entram no cálculo da renda mensal bruta familiar: a soma dos rendimentos brutos 
auferidos mensalmente pelos membros da família composta por salários, proventos, 
pensões, pensões alimentícias, benefícios de previdência pública (exceto se o valor for 
de até 1 salário mínimo) ou privada, seguro-desemprego, comissões, pro-labore, 
outros rendimentos do trabalho não assalariado, rendimentos do mercado informal ou 
autônomo, rendimentos auferidos do patrimônio, Renda Mensal Vitalícia e Benefício 
de Prestação Continuada. 
 
O valor do Benefício de Prestação Continuada concedido a idoso ou pessoa com 
deficiência não será computado no cálculo da renda mensal bruta familiar para 
fins de concessão do Benefício de Prestação Continuada a outro idoso ou 
pessoa com deficiência da mesma família. 
 
Não entram no cálculo da renda mensal bruta familiar: benefícios e auxílios 
assistenciais de natureza eventual e temporária, bolsas de estágio curricular, rendas 
de natureza eventual ou sazonal, remuneração da pessoa com deficiência na condição 
de aprendiz, benefício previdenciário no valor de até 1 salário mínimo. 
 
A acumulação do benefício com a remuneração advinda do contrato de aprendizagem 
pela pessoa com deficiência está limitada ao prazo máximo de dois anos. 
 
O Benefício de Prestação Continuada deverá ser revisto a cada dois anos. 
 
O Benefício de Prestação Continuada não está sujeito a desconto de qualquer 
contribuição e não gera direito ao pagamento de abono anual, é intransferível, não 
gerando direito à pensão por morteaos herdeiros ou sucessores. 
 
Do indeferimento do benefício caberá recurso à Junta de Recursos do Conselho de 
Recursos da Previdência Social, no prazo de trinta dias, a contar do recebimento da 
comunicação. 
 
Os beneficiários e suas famílias deverão ser cadastrados no Cadastro Único para 
Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico. 
 
O Benefício de Prestação Continuada será suspenso em caráter especial quando a 
pessoa com deficiência exercer atividade remunerada, inclusive na condição de 
microempreendedor individual, mediante comprovação da relação trabalhista ou da 
atividade empreendedora. O pagamento do benefício suspenso será restabelecido 
mediante requerimento do interessado que comprove a extinção da relação trabalhista 
Direito Previdenciário 13/105 
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ou da atividade empreendedora, e, quando for o caso, o encerramento do prazo de 
pagamento do seguro-desemprego, sem que tenha o beneficiário adquirido direito a 
qualquer benefício no âmbito da Previdência Social. 
 
 
5. CONCEITO PREVIDENCIÁRIO DE EMPRESA E EMPREGADOR DOMÉSTICO, 
Lei 8.212/91, art. 15; Lei 8.213/91, art. 14; RPS, art. 12. 
A Lei 8.212/91, no artigo 15, traz os conceitos de empresa e de empregador 
doméstico, no âmbito previdenciário: 
 
Art. 15. Considera-se: 
 
I - empresa - a firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade 
econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos 
e entidades da administração pública direta, indireta e fundacional; 
 
II - empregador doméstico - a pessoa ou família que admite a seu serviço, 
sem finalidade lucrativa, empregado doméstico. 
 
Parágrafo único. Equiparam-se a empresa, para os efeitos desta Lei, o 
contribuinte individual e a pessoa física na condição de proprietário ou dono de 
obra de construção civil, em relação a segurado que lhe presta serviço, bem 
como a cooperativa, a associação ou a entidade de qualquer natureza ou 
finalidade, a missão diplomática e a repartição consular de carreira 
estrangeiras. 
 
Assim, consideram-se empresa: 
- a firma individual; 
- a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com 
fins lucrativos ou não; 
- os órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e fundacional. 
 
Equiparam-se a empresa: 
- o contribuinte individual em relação a segurado que lhe presta serviço; 
- a pessoa física ou dono de obra de construção civil em relação a segurado que 
lhe presta serviço; 
- o operador portuário e o órgão gestor de mão de obra; 
- a cooperativa; 
- a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade; 
- a missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras. 
 
 
6. SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 
6.1. SEGURADOS OBRIGATÓRIOS – Lei 8.212/91, art. 12; Lei 8.213/91, art. 11; 
RPS, art. 9o (com atualizações do Decreto 10.410/20). 
 
Trabalhadores urbanos e rurais que exercem atividade remunerada (a partir de 16 
anos) 
Direito Previdenciário 14/105 
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NOTA: sobre a idade mínima, onde se lê 14 (quatorze anos) na Lei 
8.212/91, deve-se ler 16 (dezesseis) anos, pois esta é a atual idade 
mínima, prevista na Constituição Federal após a Emenda nº 20/98, para 
que alguém possa ingressar no mercado de trabalho (exceto na 
condição de menor aprendiz, em que tal limite é de quatorze anos). 
 
I – Empregado (RPS, art. 9o, I) 
 
Aqueles contratados por empresas urbanas ou rurais para prestar serviços em 
caráter não eventual, sob subordinação e mediante remuneração. 
Pressupostos: pessoa física (pessoalidade), empresa, não eventualidade, 
subordinação e onerosidade. 
Não eventualidade - relaciona-se com a natureza do serviço (e não com a 
frequência) - entende-se por serviço prestado em caráter não eventual aquele 
relacionado direta ou indiretamente com as atividades normais da empresa (RPS, art. 
9º, §4º). 
Subordinação - Subordinação jurídica - o direito do empregador de dirigir e 
fiscalizar a prestação do trabalho e dispor dos serviços contratados como melhor lhe 
aprouver. 
Também é considerado segurado empregado o aprendiz, com idade entre 14 e 24 
anos, sujeito à formação profissional metódica do ofício em que exerça seu trabalho. 
 
Alíneas do inciso I do artigo 9º do RPS: 
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em caráter não 
eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor 
empregado; 
 
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, na forma prevista em 
legislação específica, por prazo não superior a cento e oitenta dias, consecutivos ou 
não, prorrogável por até noventa dias, presta serviço para atender a necessidade 
transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo 
extraordinário de serviço de outras empresas; 
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar 
como empregado no exterior, em sucursal ou agência de empresa constituída sob 
as leis brasileiras e que tenha sede e administração no País; 
d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar 
como empregado em empresa domiciliada no exterior com maioria do capital 
votante pertencente a empresa constituída sob as leis brasileiras, que tenha 
sede e administração no País e cujo controle efetivo esteja em caráter permanente 
sob a titularidade direta ou indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes no 
País ou de entidade de direito público interno; 
e) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular 
de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas 
missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no 
Direito Previdenciário 15/105 
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Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva 
missão diplomática ou repartição consular; 
NOTA:diferentemente da alínea anterior, neste caso o brasileiro e o 
estrangeiro são contratados por outro país, mas prestam serviços no 
Brasil, ficando excluídos (1) o estrangeiro sem residência permanente 
no Brasil e (2) o brasileiro amparado por regime próprio de previdência 
do país contratante. 
f) o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismos oficiais 
internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e 
contratado, salvo se amparado por regime próprio de previdência social; 
g) o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em repartições 
governamentais brasileiras, lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local de 
que tratam os arts. 56 e 57 da Lei 11.440, de 29 de dezembro de 2006, este desde 
que, em razão de proibição legal, não possa filiar-se ao sistema previdenciário local; 
h) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa, em desacordo com a Lei 
no 11.788, de 25 de setembro de 2008; 
i) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias 
e fundações, ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de 
livre nomeação e exoneração; 
j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou Município, bem como o das respectivas 
autarquias e fundações, ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade, não 
esteja amparado por regime próprio de previdência social; 
l) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem como 
pelas respectivas autarquias e fundações, por tempo determinado, para atender a 
necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do 
art. 37 da Constituição Federal; 
m) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas 
autarquias e fundações, ocupante de emprego público; 
n) revogado; 
o) o escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços notariais e de registro a 
partir de 21 de novembro de 1994, bem como aquele que optoupelo Regime Geral de 
Previdência Social, em conformidade com a Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 
1994; e 
p) aquele em exercício de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal, 
desde que não seja vinculado a regime próprio de previdência social; 
q) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento 
no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; 
r) o trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física, na forma do art. 14-A 
da Lei no 5.889, de 8 de junho de 1973, para o exercício de atividades de natureza 
temporária por prazo não superior a dois meses dentro do período de um ano. 
../../paginas/22/Consti.htm
../../paginas/42/1994/8935.htm
../../paginas/42/1994/8935.htm
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NOTA: a MP 410, de 28/12/07, convertida na Lei 11.718, de 20/06/08, 
acrescentou o art. 14-A à Lei 5.889, de 08/06/73, dispondo sobre o 
contrato de trabalhador rural por pequeno prazo, normas de sua filiação 
e inscrição. 
 
s) aquele contratado como trabalhador intermitente para a prestação de serviços, com 
subordinação, de forma não contínua, com alternância de períodos de prestação de 
serviços e de inatividade, em conformidade com o disposto no § 3º do art. 443 da 
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de 
maio de 1943. 
 
II – Empregado doméstico (RPS, art. 9o, II) 
 
Aquele que presta serviço de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal a pessoa ou 
família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos, por mais de dois dias por 
semana; 
 
III – Contribuinte individual (autônomo, empresário) (RPS, art. 9o, V) 
 
Trabalhadores que exercem atividades por conta própria ou prestam serviços a 
empresa sem relação de emprego. 
 
Alíneas do inciso V do artigo 9º do RPS. 
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer 
título, em caráter permanente ou temporário, em área, contínua ou descontínua, 
superior a quatro módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a quatro 
módulos fiscais ou atividade pesqueira ou extrativista, com auxílio de empregados ou 
por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 8o e 23 deste artigo; 
b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - 
garimpo -, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de 
prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda 
que de forma não contínua; 
c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de 
congregação ou de ordem religiosa; 
d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual 
o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando 
coberto por regime próprio de previdência social; 
NOTA: este brasileiro civil difere do citado na alínea “f” do inciso I do 
mesmo artigo (que é considerado empregado) pelo simples fato de não 
prestar serviços para a União, mas para os citados organismos 
internacionais do qual o Brasil seja membro efetivo (Ex. ONU). Deixará, 
no entanto, de ser segurado do RGPS, caso esteja amparado por 
regime próprio de previdência social. 
e) desde que receba remuneração decorrente de trabalho na empresa: 
1. o empresário individual e o titular de empresa individual de responsabilidade limitada, 
urbana ou rural; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm#art9is
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art443%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art443%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art443%C2%A73
Direito Previdenciário 17/105 
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2. o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade 
anônima; 
3. o sócio de sociedade em nome coletivo; e 
4. o sócio solidário, o sócio gerente, o sócio cotista e o administrador, quanto a este 
último, quando não for empregado em sociedade limitada, urbana ou rural; 
f) revogado; 
g) revogado; 
h) revogado; 
i) o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de 
qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para 
exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração; 
j) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou 
mais empresas, sem relação de emprego; 
l) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza 
urbana, com fins lucrativos ou não; 
m) o aposentado de qualquer regime previdenciário nomeado magistrado da Justiça 
Eleitoral, na forma dos incisos II do art. 119 ou III do §1º do art. 120 da Constituição 
Federal; 
n) o cooperado de cooperativa de produção que, nesta condição, presta serviço à 
sociedade cooperativa mediante remuneração ajustada ao trabalho executado; 
o) revogado; 
p) o Micro Empreendedor Individual - MEI de que tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei 
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos 
impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais. 
 
q) o médico participante do Projeto Mais Médicos para o Brasil, instituído pela Lei nº 
12.871, de 22 de outubro de 2013, exceto na hipótese de cobertura securitária 
específica estabelecida por organismo internacional ou filiação a regime de 
seguridade social em seu país de origem, com o qual a República Federativa do Brasil 
mantenha acordo de seguridade social; 
 
r) o médico em curso de formação no âmbito do Programa Médicos pelo Brasil, 
instituído pela Lei nº 13.958, de 18 de dezembro de 2019; 
 
São, portanto, características do autônomo: 
- a pessoalidade na prestação dos serviços; 
- a profissionalidade; 
- a assunção de riscos; 
- a independência. 
 
../../paginas/22/Consti.htm
../../paginas/22/Consti.htm
http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/43/2006/123.htm
http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/43/2006/123.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm#art9vq
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12871.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12871.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/Lei/L13958.htm
Direito Previdenciário 18/105 
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Segundo o Regulamento da Previdência Social (art. 9º, §15), enquadram-se 
como trabalhadores autônomos, dentre outros: 
 
1. aquele que trabalha como condutor autônomo de veículo rodoviário, inclusive como 
taxista ou motorista de transporte remunerado privado individual de passageiros, ou 
como operador de trator, máquina de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados, 
sem vínculo empregatício; 
2. aquele que exerce atividade de auxiliar de condutor autônomo de veículo rodoviário, 
em automóvel cedido em regime de colaboração, nos termos da Lei nº 6.094, de 30 de 
agosto de 1974; 
3. aquele que, pessoalmente, por conta própria e a seu risco, exerce pequena 
atividade comercial em via pública ou de porta em porta, como comerciante 
ambulante, nos termos da Lei nº 6.586, de 6 de novembro de 1978; 
4. o trabalhador associado a cooperativa que, nessa qualidade, presta serviço a 
terceiros; 
5. o membro de conselho fiscal em sociedade por ações (de acordo com o § 1º do art. 
161 da Lei nº 6.404/76, “o conselho fiscal será composto de, no mínimo, 3 (três) e, no 
máximo, 5 (cinco) membros, e suplentes em igual número, acionistas ou não, eleitos 
pela assembléia-geral.”); 
6. aquele que presta serviço de natureza não contínua, por conta própria, a pessoa ou 
família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos, até dois dias por 
semana (“diarista”); 
7. o notário ou tabelião e o oficial de registros ou registrador, titular de cartório, que 
detêm a delegação do exercício da atividade notarial e de registro, não remuneradospelos cofres públicos, admitidos a partir de 21 de novembro de 1994; 
8. aquele que, na condição de pequeno feirante, compra para revenda produtos 
hortifrutigranjeiros ou assemelhados; 
9. a pessoa física que edifica obra de construção civil; 
10. o médico-residente de que trata a Lei nº 6.932, de 7 de julho de 1981, com as 
alterações da Lei nº 8.138, de 28 de dezembro de 1990. 
11. o pescador que trabalha em regime de parceria, meação ou arrendamento, em 
embarcação de médio ou grande porte, nos termos da Lei nº 11.959, de 2009; 
12. o incorporador de que trata o art. 29 da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964; 
13. o bolsista da Fundação Habitacional do Exército contratado em conformidade com 
a Lei nº 6.855, de 18 de novembro de 1980; 
14. o árbitro e seus auxiliares que atuam em conformidade com a Lei nº 9.615, de 24 
de março de 1998; 
15. o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de 
julho de 1990, quando remunerado; 
16. o interventor, o liquidante, o administrador especial e o diretor fiscal de instituição 
financeira, empresa ou entidade referida no § 6º do art. 201; 
17. o transportador autônomo de cargas e o transportador autônomo de cargas 
auxiliar, nos termos do disposto na Lei nº 11.442, de 5 de janeiro de 2007; 
18. o repentista de que trata a Lei nº 12.198, de 14 de janeiro de 2010, desde que não 
se enquadre na condição de empregado, prevista no inciso I do caput, em relação à 
referida atividade; e 
19. o artesão de que trata a Lei nº 13.180, de 22 de outubro de 2015, desde que não 
se enquadre em outras categorias de segurado obrigatório do RGPS em relação à 
referida atividade. 
 
IV – Trabalhador avulso (RPS, art. 9o, VI) 
 
Trabalha para empresa, sem vínculo empregatício. A contratação é feita por órgão 
gestor de mão-de-obra – OGMO ou sindicato da categoria. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11442.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12189.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13180.htm
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Aquele que: 
a) sindicalizado ou não, preste serviço de natureza urbana ou rural a diversas 
empresas, ou equiparados, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória 
do órgão gestor de mão de obra, nos termos do disposto na Lei nº 12.815, de 5 de 
junho de 2013, ou do sindicato da categoria, assim considerados: 
1. o trabalhador que exerça atividade portuária de capatazia, estiva, conferência 
e conserto de carga e vigilância de embarcação e bloco; 
2. o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão 
e minério; 
3. o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios); 
4. o amarrador de embarcação; 
5. o ensacador de café, cacau, sal e similares; 
6. o trabalhador na indústria de extração de sal; 
7. o carregador de bagagem em porto; 
8. o prático de barra em porto; 
9. o guindasteiro; e 
10. o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos; 
e 
b) exerça atividade de movimentação de mercadorias em geral, nos termos do 
disposto na Lei nº 12.023, de 27 de agosto de 2009, em áreas urbanas ou rurais, sem 
vínculo empregatício, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria, por 
meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho, nas atividades de: 
1. cargas e descargas de mercadorias a granel e ensacados, costura, pesagem, 
embalagem, enlonamento, ensaque, arrasto, posicionamento, acomodação, 
reordenamento, reparação de carga, amostragem, arrumação, remoção, classificação, 
empilhamento, transporte com empilhadeiras, paletização, ova e desova de vagões, 
carga e descarga em feiras livres e abastecimento de lenha em secadores e caldeiras; 
2. operação de equipamentos de carga e descarga; e 
3. pré-limpeza e limpeza em locais necessários às operações ou à sua 
continuidade; 
V – Segurado Especial (RPS, art. 9o, VII) 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm#art9via.0
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm#art9vib.0
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12023.htm
Direito Previdenciário 20/105 
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Pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a 
ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio 
eventual de terceiros a título de mútua colaboração, na condição de: 
 
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro 
outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: 
 
1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; ou 
2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do 
inciso XII do caput do art. 2o da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas 
atividades o principal meio de vida; 
 
b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissão habitual ou 
principal meio de vida, desde que não utilize embarcação ou utilize embarcação de 
pequeno porte, nos termos da Lei 11.959, de 29/6/09 (RPS, art. 9º, §14, com a 
redação dada pelo Decreto 8.424/15). 
 
NOTA: A Lei 11.959/09, no art. 10, §1º, I, define o que é embarcação de 
pequeno porte: quando possui arqueação bruta - AB igual ou menor 
que 20 (vinte). 
 
Assemelham-se ao pescador o mariscador, o caranguejeiro, o eviscerador (limpador 
de pescado), o observador de cardumes, o pescador de tartarugas, o catador de 
algas. 
 
Considera-se assemelhado ao pescador artesanal aquele que realiza atividade de 
apoio à pesca artesanal, exercendo trabalhos de confecção e de reparos de artes e 
petrechos de pesca e de reparos em embarcações de pequeno porte ou atuando no 
processamento do produto da pesca artesanal. 
 
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de dezesseis anos de idade ou a 
este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas “a” e “b” deste inciso, que, 
comprovadamente, tenham participação ativa nas atividades rurais do grupo familiar. 
 
A Lei 11.718, de 23/6/08, incluiu os parágrafos 7º a 13 no artigo 12 da Lei 8.212/91 (o 
Decreto nº 6.722, de 30/12/2008, alterou a redação do §8o e incluiu os parágrafos 18 a 
25 no artigo 9º do RPS). 
 
Resumindo, atualmente, o segurado especial pode: 
• exercer atividade remunerada, não superior a cento e vinte dias, corridos ou 
intercalados, no ano civil; 
• utilizar de empregado, à razão de, no máximo, cento e vinte pessoas dia dentro 
do ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em 
horas de trabalho, à razão de oito horas/dia e quarenta e quatro horas/semana; 
• explorar a propriedade rural para turismo, inclusive com hospedagem, por não 
mais de cento e vinte dias ao ano; 
• exercer atividade artesanal (com matéria prima adquirida) ou artística desde que 
a renda mensal obtida na atividade não exceda um salário-mínimo. Se a atividade 
artesanal for realizada com matéria prima própria, não há limite para a renda mensal 
com esta atividade. 
 
Não descaracteriza a condição de segurado especial: 
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- a associação a cooperativa agropecuária ou de crédito rural; 
- a incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI sobre o produto 
das atividades desenvolvidas nos termos do disposto no inciso VIII; e 
- a participação do segurado especial em sociedade empresária ou em sociedade 
simples ou a sua atuação como empresário individual ou como titular de empresa 
individual de responsabilidade limitada de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial ou 
agroturístico, considerada microempresa nos termos do disposto na Lei Complementar 
nº 123, de 2006, desde que, mantido o exercício da sua atividade rural na forma 
prevista no inciso VII do caput e no § 5º, a pessoa jurídica seja composta apenas por 
segurados especiais e sediada no mesmo Município ou em Município limítrofeàquele 
em que ao menos um deles desenvolva as suas atividades. 
Lei 13.846/2019: 
Art. 38-A O Ministério da Economia manterá sistema de cadastro dos segurados 
especiais no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), observado o disposto 
nos §§ 4º e 5º do art. 17 desta Lei, e poderá firmar acordo de cooperação com o 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e com outros órgãos da 
administração pública federal, estadual, distrital e municipal para a manutenção e a 
gestão do sistema de cadastro. 
§ 1º O sistema de que trata o caput deste artigo preverá a manutenção e a 
atualização anual do cadastro e conterá as informações necessárias à caracterização 
da condição de segurado especial, nos termos do disposto no regulamento. 
[...] 
§ 4º A atualização anual de que trata o § 1º deste artigo será feita até 30 de junho 
do ano subsequente. 
§ 5º É vedada a atualização de que trata o § 1º deste artigo após o prazo de 5 
(cinco) anos, contado da data estabelecida no § 4º deste artigo. 
§ 6º Decorrido o prazo de 5 (cinco) anos de que trata o § 5º deste artigo, o 
segurado especial só poderá computar o período de trabalho rural se efetuados em 
época própria a comercialização da produção e o recolhimento da contribuição 
prevista no art. 25 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. 
 
Vide art. 106 da Lei 8.213/91 e art. 19-D do RPS – comprovação de 
atividade rural 
 
 
Aquele que exerce, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada 
sujeita ao Regime Geral de Previdência Social - RGPS é obrigatoriamente filiado 
em relação a cada uma dessas atividades. 
 
O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS que estiver 
exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é 
segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às 
contribuições de que trata a Lei 8.212/91, para fins de custeio da Seguridade 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm#art9%C2%A718vi.0
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212cons.htm#art25
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Social. 
O vínculo empregatício mantido entre cônjuges ou companheiros não 
impede o reconhecimento da qualidade de segurado do empregado, excluído o 
doméstico, observado o disposto no art. 19-B (art. 9o, § 27). 
 
 
 
 
6.2. SEGURADO FACULTATIVO – Lei 8.212/91, art. 14; Lei 8.213/91, art. 13; 
RPS, art. 11. 
 
Pessoa com mais de 16 anos de idade, que não recebe remuneração e opta por se 
filiar à previdência social. Somente poderá inscrever-se nesta condição aquele que 
não é segurado obrigatório. 
 
Ex: dona de casa, estudante, desempregado, síndico que não recebe pró-labore (se 
recebe é CI), estagiário. 
 
A CR/88 excetua da possibilidade de filiar-se facultativamente a pessoa participante de 
regime próprio de previdência social, salvo na hipótese de afastamento sem 
vencimento e desde que não permitida, nesta condição, contribuição ao respectivo 
regime próprio (art. 11, § 2º). 
 
Para os servidores públicos civis da União, suas autarquias e fundações, a partir de 15 
de maio de 2003, data da publicação da Lei nº 10.667, é vedada a filiação ao RGPS, 
na qualidade de segurado facultativo, do participante do regime próprio de 
Previdência Social - RPPS, inclusive na hipótese de afastamento sem 
vencimentos, pois há previsão de contribuição, nesta condição, ao RPPS da União. 
 
É vedada a filiação facultativa ao RGPS de servidor público aposentado, qualquer que 
seja o regime de previdência social a que esteja vinculado. 
 
Observe que o RPS dispõe que “o segurado facultativo somente poderá recolher 
contribuições em atraso quando não tiver ocorrido perda da qualidade de segurado, 
conforme o disposto no inciso VI do art. 13”. 
 
É segurado facultativo o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja 
vinculado a qualquer regime de previdência social. E também o segurado recolhido à 
prisão sob regime fechado ou semi-aberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro 
ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação da 
organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade artesanal por conta 
própria. 
 
 
7. FILIAÇÃO X INSCRIÇÃO – Lei 8.213/91, art. 17, RPS, art. 18. 
 
Filiação - vínculo estabelecido com a previdência social, da qual decorre direitos e 
obrigações. 
 
Automática: independentemente de formalização material (inscrição), quando exerce 
atividade remunerada sujeita à filiação obrigatória (RPS, art. 20). 
 
http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/2003/10667.htm
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Facultativo: depende de inscrição + recolhimento da primeira contribuição (RPS, art. 
11, §3o) 
 
Inscrição – comprovação dos dados pessoais e elementos que caracterizam a 
condição de segurado (RPS, art. 18). 
 
NIT – número de identificação do trabalhador (atribuído pelo INSS); NIS – número de 
identificação social (atribuído pela CEF). 
 
Empregado: pelo empregador, por meio da formalização do contrato de trabalho e, a 
partir da obrigatoriedade do uso do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações 
Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas - eSocial, instituído pelo Decreto nº 8.373, de 11 
de dezembro de 2014, ou do sistema que venha a substituí-lo, por meio do registro 
contratual eletrônico realizado nesse Sistema. 
 
Trabalhador avulso: pelo cadastramento e pelo registro no órgão gestor de mão de 
obra, no caso de trabalhador portuário, ou no sindicato, no caso de trabalhador não 
portuário, e a partir da obrigatoriedade do uso do eSocial, ou do sistema que venha a 
substituí-lo, por meio do cadastramento e do registro eletrônico realizado nesse 
Sistema. 
 
Empregado doméstico: pelo empregador, por meio do registro contratual eletrônico 
realizado no eSocial. 
 
Contribuinte individual: 
a) por ato próprio, por meio do cadastramento de informações para identificação 
e reconhecimento da atividade, hipótese em que o Instituto Nacional do Seguro Social 
- INSS poderá solicitar a apresentação de documento que comprove o exercício da 
atividade declarada; 
b) pela cooperativa de trabalho ou pela pessoa jurídica a quem preste serviço, 
no caso de cooperados ou contratados, respectivamente, se ainda não inscritos no 
RGPS; e 
c) pelo MEI, por meio do sítio eletrônico do Portal do Empreendedor; 
Segurado especial: preferencialmente, pelo titular do grupo familiar que se enquadre 
em uma das condições previstas no inciso VII do caput do art. 9º, hipótese em que o 
INSS poderá solicitar a apresentação de documento que comprove o exercício da 
atividade declarada, observado o disposto no art. 19-D. 
Segurado facultativo: por ato próprio, por meio do cadastramento de informações 
pessoais que permitam a sua identificação, desde que não exerça atividade que o 
enquadre na categoria de segurado obrigatório. 
O número de inscrição é um só – comunica ao INSS apenas se mudar de categoria 
(ex. CI para empregado). 
 
Atividades concomitantes: ex. empregado e contribuinte individual – filiação em cada 
uma delas. 
 
A inscrição pós-morte é admitida para o segurado especial. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Decreto/D8373.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Decreto/D8373.htm
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II - REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS 
 
 
1. PRESTAÇÕES 
 
Lei 8.213, de 24 de julho de 1991. 
 
 
Art. 201, CR/88 Benefícios 
Incapacidade (doença e invalidez) Auxílio por incapacidade temporária 
(auxílio-doença) 
Aposentadoria por incapacidade 
permanente (aposentadoria por invalidez) 
Auxílio-acidente 
Idade avançada Aposentadoria programada (por idade) 
Aposentadorias programadas Aposentadoria da pessoa com deficiência 
Aposentadoria Especial 
Encargos familiares Salário família 
Salário maternidade 
Prisão Auxílio reclusão 
Morte Pensão por morte 
Desemprego involuntárioSeguro desemprego 
 
Mais: abono anual, serviço social e reabilitação profissional 
 
 
BENEFÍCIOS/SERVIÇOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 
 
Quanto ao segurado 1. Aposentadoria por incapacidade 
permanente 
2. Aposentadoria programada 
3. Aposentadoria por idade do 
trabalhador rural 
4. Aposentadoria especial 
5. Auxílio por incapacidade 
temporária 
6. Salário-família 
7. Salário-maternidade 
8. Auxílio-acidente 
Quanto aos dependentes 9. Pensão por morte 
10. Auxílio-reclusão 
Ambos 11. Reabilitação profissional 
12. Abono anual 
 
Obs: Aposentadoria por tempo de contribuição – regras de transição. 
 
 
 
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CONCEITO PREVIDENCIÁRIO DE ACIDENTE DO TRABALHO, Lei 8.213/91, art. 19 
a 23 
 
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho, provocando lesão 
corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, 
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. 
 
Consideram-se acidente do trabalho as seguintes entidades mórbidas: 
 
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício 
do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação 
elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e da Previdência Social; 
 
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de 
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione 
diretamente, constante da relação mencionada. 
 
Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação resultou 
das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona 
diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho. 
 
 
Não são consideradas como doença do trabalho: 
 
a) a doença degenerativa; 
b) a inerente a grupo etário; 
c) a que não produza incapacidade laborativa; 
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se 
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto 
determinado pela natureza do trabalho. 
 
 
Equiparam-se também ao acidente do trabalho: 
 
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja 
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua 
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua 
recuperação; 
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em 
conseqüência de: 
 
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro 
de trabalho; 
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao 
trabalho; 
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro 
de trabalho; 
d) ato de pessoa privada do uso da razão; 
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força 
maior; 
 
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de 
sua atividade; 
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: 
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a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; 
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou 
proporcionar proveito; 
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta 
dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente 
do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; 
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer 
que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. 
 
A empresa e o empregador doméstico deverá comunicar o acidente do trabalho à 
Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de 
morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa. 
 
Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a 
data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o 
dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo 
para este efeito o que ocorrer primeiro. 
 
 
 
2. DEPENDENTES – Lei 8.213/91, art. 16; RPS, art. 16. 
 
Dependentes – pessoas que podem usufruir o benefício. Subdividem-se em 3 classes: 
 
a) classe I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não 
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou 
inválido ou que tenha deficiência intelectual, mental ou grave; 
b) classe II – pais; 
c) classe III – o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual, mental 
ou grave. 
 
 
Dependentes se inscrevem quando do requerimento do benefício. 
 
A existência de dependentes na classe I exclui os dependentes das outras classes 
(idem para classe II em relação a III). A dependência econômica dos beneficiários da 
classe I é presumida (exceto para enteado e tutelado), dos demais deve ser 
comprovada. 
 
Dependentes de uma mesma classe concorrem entre si em igualdade de condições, 
sendo os benefícios a eles devidos concedido por rateio. 
 
No caso de invalidez de dependente, esta deve acontecer anteriormente à maioridade. 
 
 
Perda da condição de dependente: 
• por falecimento; 
• para o menor de 21 anos: quando completa 21 anos ou é emancipado; 
• para o maior de 21 anos inválido: se cessar a invalidez ou emancipação (exceto 
colação de grau); 
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• para o deficiente intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente 
incapaz, assim declarado judicialmente, pelo levantamento da interdição; 
• para o cônjuge/companheiro: pela separação/divórcio/interrupção da união 
estável sem pensão alimentícia, pela anulação do casamento. 
 
COMPANHEIRO (A) 
Para ser considerado companheiro(a) é preciso comprovar união estável com o(a) 
segurado(a). 
 
NOTA: A Ação Civil Pública nº 2000.71.00.009347-0 determina que 
companheiro(a) homossexual de segurado(a) terá direito a pensão por morte e 
auxílio-reclusão. 
 
 
Para comprovação do vínculo e da dependência econômica, conforme o caso, 
devem ser apresentados no mínimo DOIS documentos (RPS, art. 22, §3o). 
 
As provas de união estável e de dependência econômica exigem início de prova 
material contemporânea dos fatos, produzido em período não superior aos vinte e 
quatro meses anteriores à data do óbito ou do recolhimento à prisão do segurado. 
 
Os documentos podem ser, dentre outros: 
I - certidão de nascimento de filho havido em comum; 
II - certidão de casamento religioso; 
III- declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado 
como seu dependente; 
IV - disposições testamentárias; 
V - revogado 
VI - declaração especial feita perante tabelião; 
VII - prova de mesmo domicílio; 
VIII - prova de encargos domésticos evidentes e existência de sociedade ou 
comunhão nos atos da vida civil; 
IX - procuração ou fiança reciprocamente outorgada; 
X - conta bancária conjunta; 
XI - registro em associação de qualquer natureza, onde conste o interessado 
como dependente do segurado; 
XII - anotação constante de ficha ou livro de registro de empregados; 
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XIII- apólice de seguro da qual conste o segurado como instituidor do seguro e a 
pessoa interessada como sua beneficiária; 
XIV - ficha de tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o 
segurado como responsável; 
XV - escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de 
dependente; 
XVI - declaração de não emancipação do dependente menor de vinte e um 
anos; ou 
XVII - quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar. 
 
 
Emancipação 
 
Atualmente, a maioridade civilocorre aos 18 anos de idade, contudo, o menor pode 
ser emancipado, nos termos do artigo 5º, parágrafo único do Código Civil, Lei 10.406, 
de 10 de janeiro de 2002. 
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica 
habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante 
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do 
juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; 
II - pelo casamento; 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de 
emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha 
economia própria. 
 
 
 
3. MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO – Lei 8.213/91, art. 15; RPS, 
art. 13. 
 
Hipóteses em que, mesmo tendo deixado de efetuar recolhimentos, a pessoa mantém 
a qualidade de segurado do RGPS. 
 
Hipótese Período de graça 
Enquanto estiver recebendo benefício, sem limite de prazo 
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exceto auxílio-acidente 
Após cessar serviço militar 3 meses 
Segurado facultativo que deixou de 
contribuir 
6 meses 
Após livramento (retido ou recluso) 
Após cessar a segregação compulsória 
Após cessar contribuições* para segurado 
com até 120 contribuições 
12 meses 
Após cessar contribuições* para segurado 
com mais de 120 contribuições sem perda 
da qualidade de segurado 
24 meses 
* O prazo será acrescido de 12 meses (Lei 8.213/91, art. 15, §2o) para o segurado 
desempregado que compre essa situação pelo registro no órgão próprio da Secretaria 
de Trabalho/ME (recebimento de seguro desemprego ou inscrição no SINE). 
 
Perde-se a qualidade após o 15o dia do 2o mês após o término do período de graça. 
 
Nos casos de aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria 
especial, a perda da qualidade de segurado não implica a caducidade dos direitos a 
esses benefícios. O mesmo acontece no caso de aposentadoria por idade, desde 
que cumprida a carência exigida (180 contribuições). 
 
No caso de fuga do recolhido à prisão, será descontado do prazo para 
perda da qualidade de segurado a partir da data da fuga, o período de 
graça já usufruído anteriormente ao recolhimento. Havendo livramento 
do recolhido à prisão, permanece o prazo integral de doze meses, 
contado a partir da soltura, conforme o inciso IV do art.13 do RPS, 
aprovado pelo Decreto nº 3.048/99. (IN INSS/PRES 77, de 21/1/2015, 
art. 139) 
 
O segurado obrigatório que, durante o prazo de manutenção da sua 
qualidade de segurado (12, 24 ou 36 meses, conforme o caso), se filiar 
ao RGPS como facultativo, ao deixar de contribuir nesta última, terá o 
direito de usufruir o período de graça de sua condição anterior. (IN 
INSS/PRES 77, de 21/1/2015, art. 137, §8º) 
 
 
 
4. CARÊNCIA - RPS, art. 26 a art. 30. 
 
Tempo correspondente ao número mínimo de contribuições mensais exigidas para 
ter direito ao benefício, consideradas as competências cujo salário de contribuição 
seja igual ou superior ao seu limite mínimo mensal. 
 
Segurados Início da contagem 
empregado 
trabalhador avulso 
contribuinte individual que presta serviço a 
empresa (desde 04/03) 
empregado doméstico (desde 06/15) 
Data de filiação 
Recolhimento é presumido 
contribuinte individual que trabalha por 
conta própria 
segurado facultativo 
Segurado especial que opta por contribuir 
data do efetivo recolhimento da primeira 
contribuição sem atraso (não são 
consideradas contribuições recolhidas 
com atraso referentes a competências 
file:///G:/Miriam/23/1999/3048.htm%23L_2_T_2_CP_1_S_I_SB_ART13_IV
file:///G:/Miriam/23/1999/3048.htm%23L_2_T_2_CP_1_S_I_SB_ART13_IV
Direito Previdenciário 30/105 
Prof. Miriam Denise Xavier 
 
como CI anteriores) 
 
 
Para o segurado especial não há “carência” (o segurado especial não precisa 
comprovar tempo de contribuição), mas precisa comprovar tempo de exercício da 
atividade que o enquadra como segurado especial pelo mesmo período, que começa a 
contar a partir do efetivo exercício da atividade rural, mediante comprovação. 
 
Benefício Segurado carência 
Auxílio por incapacidade temporária 
Aposentadoria por incapacidade permanente 
todos 12 contribuições 
Obs: Acidente de qualquer natureza, acidente do trabalho, 
doença profissional e do trabalho + doenças da lista do MS/ME 
(Lei 8.213/91, art. 26, II e art. 151) 
sem carência 
Aposentadoria por idade 
Aposentadoria por TC 
Aposentadoria especial 
todos 180 contribuições 
 
Salário maternidade Contribuinte 
Individual 
Facultativo 
 
10 contribuições* 
Salário maternidade Empregados 
Empregados 
domésticos 
Trabalhadores 
avulsos 
Sem carência 
Auxílio-reclusão todos 24 contribuições 
Pensão por morte 
Salário-família 
Auxílio-acidente 
 Sem carência 
*parto antecipado: reduz pelo mesmo número de meses em que o parto foi 
antecipado. 
 
Segurado especial - Comprovar o exercício da atividade em período correspondente 
à carência do benefício requerido, ainda que descontinuamente. 
 
 
Perda da qualidade de segurado (Lei 8.213/91, art. 27-A): 
 
Havendo perda da qualidade de segurado, perde-se também a carência para 
concessão dos benefícios por incapacidade temporária e permanente, salário-
maternidade e auxílio-reclusão. 
 
As contribuições anteriores à perda da qualidade de segurado somente serão 
computadas para fins de carência quando o segurado, a partir da nova filiação, contar 
com metade do número de contribuições exigidas para cumprimento da carência 
prevista na lei. 
 
 
CONTAGEM DE TEMPO COMO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – Lei 8.213/91, art. 55, 
RPS, art. 19-C, art. 188-G 
 
Qualquer tempo em que tenha havido contribuição é considerado. 
 
Direito Previdenciário 31/105 
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Tempo de serviço militar, tempo intercalado de recebimento de benefício por 
incapacidade, o tempo em que o anistiado político esteve compelido ao afastamento de suas 
atividades profissionais, o tempo de serviço do segurado trabalhador rural anterior à 
competência novembro de 1991. 
 
RPS, art. 19-C 
Será computado o tempo intercalado de recebimento de benefício por incapacidade, na 
forma do disposto no inciso II do caput do art. 55 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, 
exceto para efeito de carência. 
As competências em que o salário de contribuição mensal tenha sido igual ou superior 
ao limite mínimo serão computadas integralmente como tempo de contribuição, 
independentemente da quantidade de dias trabalhados. 
Na hipótese de o débito ser objeto de parcelamento, o período correspondente ao 
parcelamento somente será computado para fins de concessão de benefício no RGPS e de 
emissão de certidão de tempo de contribuição para fins de contagem recíproca após a 
comprovação da quitação dos valores devidos. 
 
 
5. SALÁRIO DE BENEFÍCIO E RENDA MENSAL DO BENEFÍCIO – EC 103/19 
 
Salário de benefício (SB): consiste no resultado da média aritmética simples dos 
salários de contribuição (SC) correspondentes a cem por cento do período contributivo 
desde a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior a 
essa competência. 
 
Caso os segurados empregado, trabalhador avulso e empregado doméstico não 
possam comprovar o valor dos seus SC para algumas competências no período 
básico de cálculo, para tais competências será considerado, para fins de cálculo do 
benefício, o valor do salário mínimo, devendo a renda ser recalculada quando da 
apresentação de prova dos SC. 
 
Para os demais segurados somente serão computados os SC referentes aos meses 
de contribuição efetivamente recolhida. 
 
Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefício por 
incapacidade, considerar-se-á como salário-de-contribuição, no período, o salário-de-
benefício

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