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Direito Previdenciário 1/105 Prof. Miriam Denise Xavier SEGURIDADE SOCIAL E PREVIDÊNCIA SOCIAL I – INTRODUÇÃO 1. ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA A Previdência Social teve sua origem na busca do homem de amparar a si mesmo e aos seus dependentes no caso de eventos fortuitos como doença, invalidez, idade avançada e morte que o impedissem de trabalhar e prover a manutenção daqueles que dependiam economicamente dele. A primeira tentativa de prevenção quanto aos riscos individuais foi feita de forma solitária, entretanto o homem chegou a conclusão que ser previdente sozinho não lhe assegurava os meios de manutenção. Em seguida, tentou fazer, em grupo, uma previdência coletiva onde foram estabelecidas regras para uso do fundo comum e valores de contribuição. Várias outras alternativas foram experimentadas em face da insegurança sentida pelos trabalhadores, mas só a partir de 1883, com a política de BISMARCHI, na Alemanha, teve início o período de formação, de fato, da Previdência Social no mundo. No Brasil, várias formas de amparo ao trabalhador foram apresentadas e, dentre elas, podemos registrar, resumidamente: 1888 a 1922 - Foram criados alguns benefícios para trabalhadores específicos, por exemplo, empregados dos correios. 1923 - Marco da Legislação Previdenciária - Lei Eloi Chaves, que criou a Caixa de Aposentadoria e pensões para empregados da Rede Ferroviária. 1923 a 1933 - Criação das caixas de aposentadorias e pensões. 1930 - O Decreto n° 19.433, de 26 de novembro de 1930, criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, tendo como uma das atribuições orientar e supervisionar a Previdência Social, inclusive como órgão de recursos das decisões das Caixas de Aposentadorias e Pensões. 1933 a 1939 - Reestruturação do modelo, com fusão das caixas em Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPM, IAPI, IAPC, IAPB, IAPETC, IAPE). 1938 - O Decreto-Lei n° 288, de 23 de fevereiro de 1938, criou o Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado - IPASE. 1960 - A Lei n° 3.807, de 26 de agosto de 1960, criou a Lei Orgânica de Previdência Social - LOPS, que unificou a legislação referente aos Institutos de Aposentadorias e Pensões. 1963 - A Lei n° 4.214, de 2 de março de 1963, criou o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL). No entanto, a parte referente à Previdência Social Rural não foi regulamentada. 1966 - O Decreto-Lei n° 72, de 21 de novembro de 1966, reuniu os seis Institutos de Aposentadorias e Pensões no Instituto Nacional de Previdência Social - INPS, para atender os trabalhadores urbanos, a partir de 1º de janeiro de 1967 - Regime Geral de Previdência Social. Direito Previdenciário 2/105 Prof. Miriam Denise Xavier 1971 - A Lei Complementar n° 11, de 25 de maio de 1971, institui o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural - PRÓ-RURAL, em substituição ao plano básico de Previdência Social Rural. 1972 - A Lei 5859, de 11 de dezembro de 1972, incluiu os empregados domésticos obrigatoriamente na Previdência Social. 1973 - A Lei n° 5.939, de 19 de novembro de 1973, instituiu o salário-de-benefício do jogador de futebol profissional. 1974 - A Lei n° 6.036, de 1° de maio de 1974, criou o Ministério da Previdência e Assistência Social, desmembrado do Ministério do Trabalho e Previdência Social. 1977 - A Lei n° 6.439, de 1° de setembro de 1977, instituiu o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social - SINPAS, orientado, coordenado e controlado pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, responsável “pela proposição da política de previdência e assistência médica, farmacêutica e social, bem como pela supervisão dos órgãos que lhe são subordinados” e das entidades a ele vinculadas. Paralelamente, extinguiu o FUNRURAL e o IPASE, reorientando o INPS. Passam a integrar o SINPAS as seguintes entidades: • INPS - responsável pela concessão de benefícios e reabilitação profissional; • IAPAS - responsável pela arrecadação, fiscalização e cobrança das contribuições; • DATAPREV - responsável pelo processamento de dados; • INAMPS - rresponsável pela assistência médica à população previdenciária; • CEME - Central de Medicamentos. Distribuía medicamentos, gratuitamente, à população previdenciária. • FUNABEM - promovia a execução da política nacional do bem-estar do menor; • LBA - responsável pela assistência social à população carente. 1988 - A Constituição Federal dispõe sobre a seguridade social. 1990 - A Lei n° 8.029, de 12 de abril de 1990, extinguiu o Ministério da Previdência e Assistência Social e restabeleceu o Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Criação do INSS através da fusão do INPS e IAPAS, com a finalidade de arrecadar e conceder benefícios previdenciários. 1991 - A Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991, dispôs sobre a organização da Seguridade Social e instituiu seu novo Plano de Custeio. A Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, instituiu o Plano de Benefícios da Previdência Social. 1992 - A Lei nº 8.490, de 19 de novembro de 1992, extinguiu o Ministério do Trabalho e da Previdência Social e restabeleceu o Ministério da Previdência Social (MPS). 1993 - Extinção do INAMPS e criação do SUS. A Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, dispôs sobre a Organização da Assistência Social. 1995 - A Medida Provisória n° 813, de 1° de janeiro de 1995, transformou o Ministério da Previdência Social (MPS) em Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS). 1998 - Emenda Constitucional 20, de 15 de dezembro de 1998. Aposentadoria por tempo de contribuição. Direito Previdenciário 3/105 Prof. Miriam Denise Xavier 1999 - A Lei n° 9876, de 22 de novembro de 1999, instituiu o fator previdenciário. 2003 - A Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, restabeleceu o Ministério da Previdência Social (MPS) e criou o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que passou a cuidar da Assistência Social. 2005 - A Lei 11.098, de 13 de janeiro de 2005, atribuiu ao Ministério da Previdência Social competências relativas à arrecadação, fiscalização, lançamento e normatização de receitas previdenciárias e autorizou a criação da Secretaria da Receita Previdenciária no âmbito do referido Ministério. 2007 - A Lei 11.457, de 16 de março de 2007, transfere para a Secretaria da Receita Federal do Brasil - Ministério da Fazenda as competências relativas à arrecadação, fiscalização, lançamento e normatização de receitas previdenciárias. 2. SEGURIDADE SOCIAL (CF88, artigos 194 e 195) Conceito: A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Organização e princípios: Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I - universalidade da cobertura e do atendimento; II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; V - equidade na forma de participação no custeio; VI - diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis específicas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social, preservado o caráter contributivo da previdência social; VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. a. O princípio da solidariedade está apenas implícito no texto constitucional (arts. 194 e 195), embora seja o mais importante de todos neste campo. É a solidariedade que impõe que o financiamento seja por repartição simples, que todosque exercem atividade remunerada são obrigados a contribuir. Direito Previdenciário 4/105 Prof. Miriam Denise Xavier b. Universalidade Este princípio incorpora a idéia de amparar todas as pessoas (universalidade do atendimento) em todas as suas necessidades sociais (universalidade da cobertura). c. Uniformidade e equivalência A uniformidade significa um único regime de previdência para os urbanos e rurais. A equivalência refere-se ao aspecto quantitativo dos benefícios desse mesmo regime, isto é, os valores dos benefícios devem ser calculados da mesma forma para ambas as populações. d. Seletividade e distributividade A seletividade significa que determinadas prestações podem ser asseguradas somente àqueles que se encontrem em estado mais grave de necessidade social, até como forma de realizar a isonomia, ou seja, de tratar desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades. Ex.: o salário-família. A distributividade tem a ver com a principal função do sistema, que é a de funcionar como instrumento de distribuição de rendas. Não se coaduna muito com a previdência social, mas encontra campo fértil na área da saúde e, principalmente, na da assistência social. Ex.: o benefício de que trata o art. 203, V, da CF/88. e. Irredutibilidade Refere-se, especificamente, ao campo da previdência social, e significa o óbvio, ou seja, que os valores nominais e reais dos benefícios não podem sofrer redução. A Lei 8.213/91, no artigo 41-A, determina que o valor dos benefícios em manutenção será ajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do salário- mínimo, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. f. Equidade Este princípio traduz a dimensão do princípio da capacidade contributiva no âmbito da seguridade social. Deve ser analisado conjuntamente com o § 9º do art. 195 da CF/88: § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas “b” e “c” do inciso I do caput. g. Diversidade Direito Previdenciário 5/105 Prof. Miriam Denise Xavier Ao mesmo tempo em que reflete a solidariedade (todos devem contribuir), este princípio, ao determinar que sejam estabelecidas diversas fontes de financiamento, visa imprimir maior garantia à sustentação econômica da seguridade social, já que, entrando em crise uma dessas fontes, as demais prosseguem transferindo recursos ao sistema. h. Caráter democrático e descentralizado da administração Visa à participação da sociedade na organização e no gerenciamento do sistema, mediante gestão quadripartite. Este princípio é reflexo imediato do art. 10 da CF/88: Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. Reflete, também, diretriz estabelecida na primeira convenção da OIT, em 1919, segundo a qual o Estado deve garantir esse tipo de participação. Exemplos de observância desse princípio encontramos nos seguintes órgãos, todos com representantes dos setores mencionados no inciso VII do parágrafo único do art. 194 da CF/88. • Conselho Nacional de Previdência Social - CNPS • Conselho Nacional da Saúde - CNS • Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS • Conselho de Recursos da Previdência Social - CRPS Financiamento Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social; III - sobre a receita de concursos de prognósticos. Direito Previdenciário 6/105 Prof. Miriam Denise Xavier IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. Breve análise dos parágrafos do artigo 195. § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. Cada um dos entes federados (Estados, DF e Municípios) deverá destacar, em seus respectivos orçamentos anuais, os recursos destinados à prestação dos serviços relativos à seguridade social no seu próprio âmbito. § 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. Refere-se ao trabalho técnico que antecede a elaboração do orçamento anual da União, dos Estados, do DF e dos Municípios, o qual deve ser feito conjuntamente por membros das três áreas da Seguridade Social (Saúde, Previdência Social e Assistência Social). A gestão dos recursos, todavia, é feita individualmente por cada uma das citadas áreas. § 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. Trata-se de sanção aos inadimplentes junto à Seguridade Social. Com base neste dispositivo, uma empresa em atraso com as suas contribuições sociais para a seguridade social não pode, por exemplo, participar de concorrência pública, nem usufruir de isenções tributárias, nem obter empréstimos concedidos por instituições financeiras públicas. § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. A qualquer momento, poderão ser criadas outras fontes destinadas ao financiamento ou expansão da seguridade social, além das atualmente previstas nos quatro incisos do próprio art. 195. Contudo, a criação da nova fonte deve ocorrer por meio de lei complementar, desde que seja não-cumulativa e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios de outra contribuição social. § 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. Também conhecido como princípio da pré-existência da fonte de custeio, da reserva do possível ou da contrapartida, significa que se um novo tipo benefício for criado, ou um benefício já existente for majorado ou estendido (isto é, assegurado a pessoas que a eles até então não tinham direito), deverá ser criada, simultaneamente, a fonte de custeio equivalente ao desembolso inédito que a previdência social terá que realizar, ou seja, deverá ser criado também um novo tipo de contribuição, ou majorada alguma contribuição já existente, via aumento de alíquota ou de base de cálculo. Direito Previdenciário 7/105 Prof. Miriam Denise Xavier § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído oumodificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b. A cobrança de contribuição nova ou aumentada torna-se possível dentro do mesmo ano em que publicada a lei que instituiu a novidade, bastando que dessa publicação se aguarde o lapso temporal de 90 (noventa) dias. § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Não se cuida propriamente de isenção, mas de imunidade, já que o benefício está previsto na Constituição Federal. A matéria atualmente encontra-se regulada pela Lei n° 12.101, de 27 de novembro de 2009. § 8º - O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. Trata-se de pequenos produtores rurais pessoas físicas. A CF determina que a base de cálculo da contribuição dessas pessoas seja a receita de vendas da sua produção. § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas “b” e “c” do inciso I do caput. A lei poderá dar tratamento diferenciado às pessoas indicadas no inciso I do caput (empregador, empresa e entidade a ela equiparada), no tocante à determinação das alíquotas das contribuições previstas no mesmo dispositivo (sobre as remunerações dos trabalhadores a seu serviço, sobre a receita ou o faturamento e sobre o lucro), em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. A partir da EC 103/19 a adoção de base de cálculo diferenciada passou a ser possível apenas para as contribuições sobre a receita ou o faturamento e sobre o lucro, ficando excluída as contribuições sobre as remunerações dos trabalhadores a seu serviço. Exemplo prático disso é a contribuição das instituições financeiras. § 10 – A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Direito Previdenciário 8/105 Prof. Miriam Denise Xavier Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. Caberá à lei ordinária a definição dos critérios a serem obedecidos para efeito de transferência de recursos da seguridade social para as áreas da saúde e assistência social. § 11 – São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60 (sessenta) meses e, na forma de lei complementar, a remissão e a anistia das contribuições sociais de que tratam a alínea “a” do inciso I e o inciso II do caput. Resumidamente, em Direito Tributário “remissão” e “anistia” significam, respectivamente, perdão da dívida tributária e esquecimento da infração cometida pelo contribuinte. Para as contribuições sociais das empresas incidentes sobre a folha de salários e as contribuições dos trabalhadores (contribuições sociais previdenciárias – CR/88, art. 167, XI), nenhum débito poderá ser remitido ou anistiado. A partir da EC 103/19, não poderá ser concedida moratória nem parcelamento em período superior a 60 meses. § 12 – A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. Introduzido pela Emenda Constitucional nº 42, de 19/12/2003, este parágrafo abre a possibilidade de que lei ordinária, a ser futuramente editada pelo Legislativo Federal, defina os setores de atividade econômica que estarão protegidos contra a cumulatividade da contribuição sobre a receita ou o faturamento (art. 195, I, b), ou daquela devida pelo importador (ou equiparado) de bens ou serviços do exterior (art. 195, IV). Noutros termos, em relação às duas exações em apreço, os contribuintes que atuem nos setores eleitos pela lei, estarão imunes ao chamado “efeito cascata” (ou seja, da sobreposição do tributo cobrado numa operação sobre ele mesmo na operação seguinte). § 13 – Este parágrafo foi revogado pela EC 103/19. Assim, não é mais possível que a contribuição patronal incidente sobre a folha de salários seja substituída pela contribuição sobre a receita ou faturamento (desoneração da folha de pagamento). § 14. O segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social a competência cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida para sua categoria, assegurado o agrupamento de contribuições. Este parágrafo foi introduzido pela EC 103/19 e impõe que para a contagem do mês como tempo de contribuição, o salário de contribuição mínimo mensal seja o mínimo estabelecido para a categoria do segurado, podendo agrupar contribuições de vários meses até atingir o mínimo e contar como um mês. Seguridade social Direito Previdenciário 9/105 Prof. Miriam Denise Xavier Saúde MS/SUS Lei 8.080/90 (LOS) Previdência Social ME/SRFB – custeio – Lei 8.212/91 ME/INSS – benefícios – Lei 8.213/91 Decreto 3.048/99 – RPS Assistência Social Ministério da Cidadania/INSS Lei 8.742/93 (LOAS) Decreto 6.214/07 - BPC INSS – Instituto Nacional do Seguro Social Autarquia federal que tem por atribuição gerir, acompanhar e avaliar a concessão e manutenção dos benefícios do RGPS e da assistência social. 3. PREVIDÊNCIA SOCIAL A Previdência Social é o seguro social para a pessoa que contribui. É uma instituição pública que tem como objetivo reconhecer e conceder direitos aos seus segurados. A renda transferida pela Previdência Social é utilizada para substituir a renda do trabalhador contribuinte, quando ele perde a capacidade de trabalho, seja pela doença, invalidez, idade avançada ou desemprego involuntário, ou mesmo a maternidade, morte e a prisão. REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RPPS (CF88, art. 40) Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Tem que garantir, no mínimo, aposentadoria e pensão. REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS (CF88, art. 201) Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a: I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade avançada; II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. NOTA: RGPS x RPPS – exclusão dos segurados do RPPS – Lei 8.213/91, art. 12. Caso exerça atividade abrangida pelo RGPS, é segurado obrigatório e terá direitoàs coberturas dos dois regimes. file:///G:/Miriam/Meritus/RFB/art_40_.htm Direito Previdenciário 10/105 Prof. Miriam Denise Xavier § 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados: I – com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar; II – cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. Este parágrafo impõe que os únicos motivos para a concessão de aposentadorias pelo RGPS com idades e tempos de contribuição inferiores aos demais segurados são a deficiência e o trabalho com exposição a agentes nocivos. § 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. § 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. § 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. § 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. § 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: I – 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição; II – 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. § 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será reduzido em 5 (cinco) anos, para o professor que comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar. § 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição entre o Regime Geral de Previdência Social e os regimes próprios de previdência social, e destes entre si, observada a compensação financeira, de acordo com os critérios estabelecidos em lei. Direito Previdenciário 11/105 Prof. Miriam Denise Xavier § 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades de que tratam os arts. 42, 142 e 143 e o tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social ou a regime próprio de previdência social terão contagem recíproca para fins de inativação militar ou aposentadoria, e a compensação financeira será devida entre as receitas de contribuição referentes aos militares e as receitas de contribuição aos demais regimes. § 10. Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de benefícios não programados, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo Regime Geral de Previdência Social e pelo setor privado. § 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. § 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com alíquotas diferenciadas, para atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusive os que se encontram em situação de informalidade, e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda. § 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o § 12 terá valor de 1 (um) salário-mínimo. § 14. É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de concessão dos benefícios previdenciários e de contagem recíproca. § 15. Lei complementar estabelecerá vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciários. § 16. Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas, das sociedades de economia mista e das suas subsidiárias serão aposentados compulsoriamente, observado o cumprimento do tempo mínimo de contribuição, ao atingir a idade máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma estabelecida em lei. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR (CF88, art. 202) Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. LC 109/01 e LC 108/01. 4. ASSISTÊNCIA SOCIAL, Lei 8.742/93 (alterada pela Lei 13.982, de 2/4/20) e Decreto 6.214/07 O benefício de Prestação Continuada da Assistência Social – BPC-LOAS consiste no pagamento de 01 (um) salário mínimo mensal a pessoas com 65 anos ou mais de idade e a pessoas com deficiência incapacitante para a vida independente e para o trabalho, onde em ambos os casos a renda per capita familiar seja igual ou inferior a ¼ do salário mínimo. Direito Previdenciário 12/105 Prof. Miriam Denise Xavier O Benefício é gerido pelo Ministério da Cidadania – Secretaria Especial do Desenvolvimento Social a quem compete sua gestão, acompanhamento e avaliação e, ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a sua operacionalização. Os recursos para custeio do BPC provêm do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS). São consideradas membros da família, para o cálculo da renda per capita, as pessoas que vivem sob o mesmo teto com o mesmo parentesco dos dependentes descritos na Lei 8.213/91, artigo 16, ou seja, conjunto de pessoas composto pelo requerente, o cônjuge, o companheiro, a companheira, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados. Entram no cálculo da renda mensal bruta familiar: a soma dos rendimentos brutos auferidos mensalmente pelos membros da família composta por salários, proventos, pensões, pensões alimentícias, benefícios de previdência pública (exceto se o valor for de até 1 salário mínimo) ou privada, seguro-desemprego, comissões, pro-labore, outros rendimentos do trabalho não assalariado, rendimentos do mercado informal ou autônomo, rendimentos auferidos do patrimônio, Renda Mensal Vitalícia e Benefício de Prestação Continuada. O valor do Benefício de Prestação Continuada concedido a idoso ou pessoa com deficiência não será computado no cálculo da renda mensal bruta familiar para fins de concessão do Benefício de Prestação Continuada a outro idoso ou pessoa com deficiência da mesma família. Não entram no cálculo da renda mensal bruta familiar: benefícios e auxílios assistenciais de natureza eventual e temporária, bolsas de estágio curricular, rendas de natureza eventual ou sazonal, remuneração da pessoa com deficiência na condição de aprendiz, benefício previdenciário no valor de até 1 salário mínimo. A acumulação do benefício com a remuneração advinda do contrato de aprendizagem pela pessoa com deficiência está limitada ao prazo máximo de dois anos. O Benefício de Prestação Continuada deverá ser revisto a cada dois anos. O Benefício de Prestação Continuada não está sujeito a desconto de qualquer contribuição e não gera direito ao pagamento de abono anual, é intransferível, não gerando direito à pensão por morteaos herdeiros ou sucessores. Do indeferimento do benefício caberá recurso à Junta de Recursos do Conselho de Recursos da Previdência Social, no prazo de trinta dias, a contar do recebimento da comunicação. Os beneficiários e suas famílias deverão ser cadastrados no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico. O Benefício de Prestação Continuada será suspenso em caráter especial quando a pessoa com deficiência exercer atividade remunerada, inclusive na condição de microempreendedor individual, mediante comprovação da relação trabalhista ou da atividade empreendedora. O pagamento do benefício suspenso será restabelecido mediante requerimento do interessado que comprove a extinção da relação trabalhista Direito Previdenciário 13/105 Prof. Miriam Denise Xavier ou da atividade empreendedora, e, quando for o caso, o encerramento do prazo de pagamento do seguro-desemprego, sem que tenha o beneficiário adquirido direito a qualquer benefício no âmbito da Previdência Social. 5. CONCEITO PREVIDENCIÁRIO DE EMPRESA E EMPREGADOR DOMÉSTICO, Lei 8.212/91, art. 15; Lei 8.213/91, art. 14; RPS, art. 12. A Lei 8.212/91, no artigo 15, traz os conceitos de empresa e de empregador doméstico, no âmbito previdenciário: Art. 15. Considera-se: I - empresa - a firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e fundacional; II - empregador doméstico - a pessoa ou família que admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico. Parágrafo único. Equiparam-se a empresa, para os efeitos desta Lei, o contribuinte individual e a pessoa física na condição de proprietário ou dono de obra de construção civil, em relação a segurado que lhe presta serviço, bem como a cooperativa, a associação ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras. Assim, consideram-se empresa: - a firma individual; - a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não; - os órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e fundacional. Equiparam-se a empresa: - o contribuinte individual em relação a segurado que lhe presta serviço; - a pessoa física ou dono de obra de construção civil em relação a segurado que lhe presta serviço; - o operador portuário e o órgão gestor de mão de obra; - a cooperativa; - a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade; - a missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras. 6. SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 6.1. SEGURADOS OBRIGATÓRIOS – Lei 8.212/91, art. 12; Lei 8.213/91, art. 11; RPS, art. 9o (com atualizações do Decreto 10.410/20). Trabalhadores urbanos e rurais que exercem atividade remunerada (a partir de 16 anos) Direito Previdenciário 14/105 Prof. Miriam Denise Xavier NOTA: sobre a idade mínima, onde se lê 14 (quatorze anos) na Lei 8.212/91, deve-se ler 16 (dezesseis) anos, pois esta é a atual idade mínima, prevista na Constituição Federal após a Emenda nº 20/98, para que alguém possa ingressar no mercado de trabalho (exceto na condição de menor aprendiz, em que tal limite é de quatorze anos). I – Empregado (RPS, art. 9o, I) Aqueles contratados por empresas urbanas ou rurais para prestar serviços em caráter não eventual, sob subordinação e mediante remuneração. Pressupostos: pessoa física (pessoalidade), empresa, não eventualidade, subordinação e onerosidade. Não eventualidade - relaciona-se com a natureza do serviço (e não com a frequência) - entende-se por serviço prestado em caráter não eventual aquele relacionado direta ou indiretamente com as atividades normais da empresa (RPS, art. 9º, §4º). Subordinação - Subordinação jurídica - o direito do empregador de dirigir e fiscalizar a prestação do trabalho e dispor dos serviços contratados como melhor lhe aprouver. Também é considerado segurado empregado o aprendiz, com idade entre 14 e 24 anos, sujeito à formação profissional metódica do ofício em que exerça seu trabalho. Alíneas do inciso I do artigo 9º do RPS: a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado; b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, na forma prevista em legislação específica, por prazo não superior a cento e oitenta dias, consecutivos ou não, prorrogável por até noventa dias, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviço de outras empresas; c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado no exterior, em sucursal ou agência de empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede e administração no País; d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior com maioria do capital votante pertencente a empresa constituída sob as leis brasileiras, que tenha sede e administração no País e cujo controle efetivo esteja em caráter permanente sob a titularidade direta ou indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes no País ou de entidade de direito público interno; e) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Direito Previdenciário 15/105 Prof. Miriam Denise Xavier Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular; NOTA:diferentemente da alínea anterior, neste caso o brasileiro e o estrangeiro são contratados por outro país, mas prestam serviços no Brasil, ficando excluídos (1) o estrangeiro sem residência permanente no Brasil e (2) o brasileiro amparado por regime próprio de previdência do país contratante. f) o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismos oficiais internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se amparado por regime próprio de previdência social; g) o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em repartições governamentais brasileiras, lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local de que tratam os arts. 56 e 57 da Lei 11.440, de 29 de dezembro de 2006, este desde que, em razão de proibição legal, não possa filiar-se ao sistema previdenciário local; h) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa, em desacordo com a Lei no 11.788, de 25 de setembro de 2008; i) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou Município, bem como o das respectivas autarquias e fundações, ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade, não esteja amparado por regime próprio de previdência social; l) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem como pelas respectivas autarquias e fundações, por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal; m) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante de emprego público; n) revogado; o) o escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços notariais e de registro a partir de 21 de novembro de 1994, bem como aquele que optoupelo Regime Geral de Previdência Social, em conformidade com a Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994; e p) aquele em exercício de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal, desde que não seja vinculado a regime próprio de previdência social; q) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; r) o trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física, na forma do art. 14-A da Lei no 5.889, de 8 de junho de 1973, para o exercício de atividades de natureza temporária por prazo não superior a dois meses dentro do período de um ano. ../../paginas/22/Consti.htm ../../paginas/42/1994/8935.htm ../../paginas/42/1994/8935.htm Direito Previdenciário 16/105 Prof. Miriam Denise Xavier NOTA: a MP 410, de 28/12/07, convertida na Lei 11.718, de 20/06/08, acrescentou o art. 14-A à Lei 5.889, de 08/06/73, dispondo sobre o contrato de trabalhador rural por pequeno prazo, normas de sua filiação e inscrição. s) aquele contratado como trabalhador intermitente para a prestação de serviços, com subordinação, de forma não contínua, com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, em conformidade com o disposto no § 3º do art. 443 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. II – Empregado doméstico (RPS, art. 9o, II) Aquele que presta serviço de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos, por mais de dois dias por semana; III – Contribuinte individual (autônomo, empresário) (RPS, art. 9o, V) Trabalhadores que exercem atividades por conta própria ou prestam serviços a empresa sem relação de emprego. Alíneas do inciso V do artigo 9º do RPS. a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área, contínua ou descontínua, superior a quatro módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a quatro módulos fiscais ou atividade pesqueira ou extrativista, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 8o e 23 deste artigo; b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo -, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa; d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; NOTA: este brasileiro civil difere do citado na alínea “f” do inciso I do mesmo artigo (que é considerado empregado) pelo simples fato de não prestar serviços para a União, mas para os citados organismos internacionais do qual o Brasil seja membro efetivo (Ex. ONU). Deixará, no entanto, de ser segurado do RGPS, caso esteja amparado por regime próprio de previdência social. e) desde que receba remuneração decorrente de trabalho na empresa: 1. o empresário individual e o titular de empresa individual de responsabilidade limitada, urbana ou rural; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm#art9is http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art443%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art443%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art443%C2%A73 Direito Previdenciário 17/105 Prof. Miriam Denise Xavier 2. o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima; 3. o sócio de sociedade em nome coletivo; e 4. o sócio solidário, o sócio gerente, o sócio cotista e o administrador, quanto a este último, quando não for empregado em sociedade limitada, urbana ou rural; f) revogado; g) revogado; h) revogado; i) o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração; j) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; l) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não; m) o aposentado de qualquer regime previdenciário nomeado magistrado da Justiça Eleitoral, na forma dos incisos II do art. 119 ou III do §1º do art. 120 da Constituição Federal; n) o cooperado de cooperativa de produção que, nesta condição, presta serviço à sociedade cooperativa mediante remuneração ajustada ao trabalho executado; o) revogado; p) o Micro Empreendedor Individual - MEI de que tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais. q) o médico participante do Projeto Mais Médicos para o Brasil, instituído pela Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013, exceto na hipótese de cobertura securitária específica estabelecida por organismo internacional ou filiação a regime de seguridade social em seu país de origem, com o qual a República Federativa do Brasil mantenha acordo de seguridade social; r) o médico em curso de formação no âmbito do Programa Médicos pelo Brasil, instituído pela Lei nº 13.958, de 18 de dezembro de 2019; São, portanto, características do autônomo: - a pessoalidade na prestação dos serviços; - a profissionalidade; - a assunção de riscos; - a independência. ../../paginas/22/Consti.htm ../../paginas/22/Consti.htm http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/43/2006/123.htm http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/43/2006/123.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm#art9vq http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12871.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12871.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/Lei/L13958.htm Direito Previdenciário 18/105 Prof. Miriam Denise Xavier Segundo o Regulamento da Previdência Social (art. 9º, §15), enquadram-se como trabalhadores autônomos, dentre outros: 1. aquele que trabalha como condutor autônomo de veículo rodoviário, inclusive como taxista ou motorista de transporte remunerado privado individual de passageiros, ou como operador de trator, máquina de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados, sem vínculo empregatício; 2. aquele que exerce atividade de auxiliar de condutor autônomo de veículo rodoviário, em automóvel cedido em regime de colaboração, nos termos da Lei nº 6.094, de 30 de agosto de 1974; 3. aquele que, pessoalmente, por conta própria e a seu risco, exerce pequena atividade comercial em via pública ou de porta em porta, como comerciante ambulante, nos termos da Lei nº 6.586, de 6 de novembro de 1978; 4. o trabalhador associado a cooperativa que, nessa qualidade, presta serviço a terceiros; 5. o membro de conselho fiscal em sociedade por ações (de acordo com o § 1º do art. 161 da Lei nº 6.404/76, “o conselho fiscal será composto de, no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros, e suplentes em igual número, acionistas ou não, eleitos pela assembléia-geral.”); 6. aquele que presta serviço de natureza não contínua, por conta própria, a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos, até dois dias por semana (“diarista”); 7. o notário ou tabelião e o oficial de registros ou registrador, titular de cartório, que detêm a delegação do exercício da atividade notarial e de registro, não remuneradospelos cofres públicos, admitidos a partir de 21 de novembro de 1994; 8. aquele que, na condição de pequeno feirante, compra para revenda produtos hortifrutigranjeiros ou assemelhados; 9. a pessoa física que edifica obra de construção civil; 10. o médico-residente de que trata a Lei nº 6.932, de 7 de julho de 1981, com as alterações da Lei nº 8.138, de 28 de dezembro de 1990. 11. o pescador que trabalha em regime de parceria, meação ou arrendamento, em embarcação de médio ou grande porte, nos termos da Lei nº 11.959, de 2009; 12. o incorporador de que trata o art. 29 da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964; 13. o bolsista da Fundação Habitacional do Exército contratado em conformidade com a Lei nº 6.855, de 18 de novembro de 1980; 14. o árbitro e seus auxiliares que atuam em conformidade com a Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998; 15. o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, quando remunerado; 16. o interventor, o liquidante, o administrador especial e o diretor fiscal de instituição financeira, empresa ou entidade referida no § 6º do art. 201; 17. o transportador autônomo de cargas e o transportador autônomo de cargas auxiliar, nos termos do disposto na Lei nº 11.442, de 5 de janeiro de 2007; 18. o repentista de que trata a Lei nº 12.198, de 14 de janeiro de 2010, desde que não se enquadre na condição de empregado, prevista no inciso I do caput, em relação à referida atividade; e 19. o artesão de que trata a Lei nº 13.180, de 22 de outubro de 2015, desde que não se enquadre em outras categorias de segurado obrigatório do RGPS em relação à referida atividade. IV – Trabalhador avulso (RPS, art. 9o, VI) Trabalha para empresa, sem vínculo empregatício. A contratação é feita por órgão gestor de mão-de-obra – OGMO ou sindicato da categoria. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11442.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12189.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13180.htm Direito Previdenciário 19/105 Prof. Miriam Denise Xavier Aquele que: a) sindicalizado ou não, preste serviço de natureza urbana ou rural a diversas empresas, ou equiparados, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória do órgão gestor de mão de obra, nos termos do disposto na Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013, ou do sindicato da categoria, assim considerados: 1. o trabalhador que exerça atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga e vigilância de embarcação e bloco; 2. o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério; 3. o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios); 4. o amarrador de embarcação; 5. o ensacador de café, cacau, sal e similares; 6. o trabalhador na indústria de extração de sal; 7. o carregador de bagagem em porto; 8. o prático de barra em porto; 9. o guindasteiro; e 10. o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos; e b) exerça atividade de movimentação de mercadorias em geral, nos termos do disposto na Lei nº 12.023, de 27 de agosto de 2009, em áreas urbanas ou rurais, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria, por meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho, nas atividades de: 1. cargas e descargas de mercadorias a granel e ensacados, costura, pesagem, embalagem, enlonamento, ensaque, arrasto, posicionamento, acomodação, reordenamento, reparação de carga, amostragem, arrumação, remoção, classificação, empilhamento, transporte com empilhadeiras, paletização, ova e desova de vagões, carga e descarga em feiras livres e abastecimento de lenha em secadores e caldeiras; 2. operação de equipamentos de carga e descarga; e 3. pré-limpeza e limpeza em locais necessários às operações ou à sua continuidade; V – Segurado Especial (RPS, art. 9o, VII) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm#art9via.0 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm#art9vib.0 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12023.htm Direito Previdenciário 20/105 Prof. Miriam Denise Xavier Pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros a título de mútua colaboração, na condição de: a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: 1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; ou 2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2o da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida; b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida, desde que não utilize embarcação ou utilize embarcação de pequeno porte, nos termos da Lei 11.959, de 29/6/09 (RPS, art. 9º, §14, com a redação dada pelo Decreto 8.424/15). NOTA: A Lei 11.959/09, no art. 10, §1º, I, define o que é embarcação de pequeno porte: quando possui arqueação bruta - AB igual ou menor que 20 (vinte). Assemelham-se ao pescador o mariscador, o caranguejeiro, o eviscerador (limpador de pescado), o observador de cardumes, o pescador de tartarugas, o catador de algas. Considera-se assemelhado ao pescador artesanal aquele que realiza atividade de apoio à pesca artesanal, exercendo trabalhos de confecção e de reparos de artes e petrechos de pesca e de reparos em embarcações de pequeno porte ou atuando no processamento do produto da pesca artesanal. c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de dezesseis anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas “a” e “b” deste inciso, que, comprovadamente, tenham participação ativa nas atividades rurais do grupo familiar. A Lei 11.718, de 23/6/08, incluiu os parágrafos 7º a 13 no artigo 12 da Lei 8.212/91 (o Decreto nº 6.722, de 30/12/2008, alterou a redação do §8o e incluiu os parágrafos 18 a 25 no artigo 9º do RPS). Resumindo, atualmente, o segurado especial pode: • exercer atividade remunerada, não superior a cento e vinte dias, corridos ou intercalados, no ano civil; • utilizar de empregado, à razão de, no máximo, cento e vinte pessoas dia dentro do ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho, à razão de oito horas/dia e quarenta e quatro horas/semana; • explorar a propriedade rural para turismo, inclusive com hospedagem, por não mais de cento e vinte dias ao ano; • exercer atividade artesanal (com matéria prima adquirida) ou artística desde que a renda mensal obtida na atividade não exceda um salário-mínimo. Se a atividade artesanal for realizada com matéria prima própria, não há limite para a renda mensal com esta atividade. Não descaracteriza a condição de segurado especial: Direito Previdenciário 21/105 Prof. Miriam Denise Xavier - a associação a cooperativa agropecuária ou de crédito rural; - a incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI sobre o produto das atividades desenvolvidas nos termos do disposto no inciso VIII; e - a participação do segurado especial em sociedade empresária ou em sociedade simples ou a sua atuação como empresário individual ou como titular de empresa individual de responsabilidade limitada de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial ou agroturístico, considerada microempresa nos termos do disposto na Lei Complementar nº 123, de 2006, desde que, mantido o exercício da sua atividade rural na forma prevista no inciso VII do caput e no § 5º, a pessoa jurídica seja composta apenas por segurados especiais e sediada no mesmo Município ou em Município limítrofeàquele em que ao menos um deles desenvolva as suas atividades. Lei 13.846/2019: Art. 38-A O Ministério da Economia manterá sistema de cadastro dos segurados especiais no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), observado o disposto nos §§ 4º e 5º do art. 17 desta Lei, e poderá firmar acordo de cooperação com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e com outros órgãos da administração pública federal, estadual, distrital e municipal para a manutenção e a gestão do sistema de cadastro. § 1º O sistema de que trata o caput deste artigo preverá a manutenção e a atualização anual do cadastro e conterá as informações necessárias à caracterização da condição de segurado especial, nos termos do disposto no regulamento. [...] § 4º A atualização anual de que trata o § 1º deste artigo será feita até 30 de junho do ano subsequente. § 5º É vedada a atualização de que trata o § 1º deste artigo após o prazo de 5 (cinco) anos, contado da data estabelecida no § 4º deste artigo. § 6º Decorrido o prazo de 5 (cinco) anos de que trata o § 5º deste artigo, o segurado especial só poderá computar o período de trabalho rural se efetuados em época própria a comercialização da produção e o recolhimento da contribuição prevista no art. 25 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Vide art. 106 da Lei 8.213/91 e art. 19-D do RPS – comprovação de atividade rural Aquele que exerce, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de Previdência Social - RGPS é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma dessas atividades. O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata a Lei 8.212/91, para fins de custeio da Seguridade http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm#art9%C2%A718vi.0 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212cons.htm#art25 Direito Previdenciário 22/105 Prof. Miriam Denise Xavier Social. O vínculo empregatício mantido entre cônjuges ou companheiros não impede o reconhecimento da qualidade de segurado do empregado, excluído o doméstico, observado o disposto no art. 19-B (art. 9o, § 27). 6.2. SEGURADO FACULTATIVO – Lei 8.212/91, art. 14; Lei 8.213/91, art. 13; RPS, art. 11. Pessoa com mais de 16 anos de idade, que não recebe remuneração e opta por se filiar à previdência social. Somente poderá inscrever-se nesta condição aquele que não é segurado obrigatório. Ex: dona de casa, estudante, desempregado, síndico que não recebe pró-labore (se recebe é CI), estagiário. A CR/88 excetua da possibilidade de filiar-se facultativamente a pessoa participante de regime próprio de previdência social, salvo na hipótese de afastamento sem vencimento e desde que não permitida, nesta condição, contribuição ao respectivo regime próprio (art. 11, § 2º). Para os servidores públicos civis da União, suas autarquias e fundações, a partir de 15 de maio de 2003, data da publicação da Lei nº 10.667, é vedada a filiação ao RGPS, na qualidade de segurado facultativo, do participante do regime próprio de Previdência Social - RPPS, inclusive na hipótese de afastamento sem vencimentos, pois há previsão de contribuição, nesta condição, ao RPPS da União. É vedada a filiação facultativa ao RGPS de servidor público aposentado, qualquer que seja o regime de previdência social a que esteja vinculado. Observe que o RPS dispõe que “o segurado facultativo somente poderá recolher contribuições em atraso quando não tiver ocorrido perda da qualidade de segurado, conforme o disposto no inciso VI do art. 13”. É segurado facultativo o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer regime de previdência social. E também o segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-aberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria. 7. FILIAÇÃO X INSCRIÇÃO – Lei 8.213/91, art. 17, RPS, art. 18. Filiação - vínculo estabelecido com a previdência social, da qual decorre direitos e obrigações. Automática: independentemente de formalização material (inscrição), quando exerce atividade remunerada sujeita à filiação obrigatória (RPS, art. 20). http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/2003/10667.htm Direito Previdenciário 23/105 Prof. Miriam Denise Xavier Facultativo: depende de inscrição + recolhimento da primeira contribuição (RPS, art. 11, §3o) Inscrição – comprovação dos dados pessoais e elementos que caracterizam a condição de segurado (RPS, art. 18). NIT – número de identificação do trabalhador (atribuído pelo INSS); NIS – número de identificação social (atribuído pela CEF). Empregado: pelo empregador, por meio da formalização do contrato de trabalho e, a partir da obrigatoriedade do uso do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas - eSocial, instituído pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, ou do sistema que venha a substituí-lo, por meio do registro contratual eletrônico realizado nesse Sistema. Trabalhador avulso: pelo cadastramento e pelo registro no órgão gestor de mão de obra, no caso de trabalhador portuário, ou no sindicato, no caso de trabalhador não portuário, e a partir da obrigatoriedade do uso do eSocial, ou do sistema que venha a substituí-lo, por meio do cadastramento e do registro eletrônico realizado nesse Sistema. Empregado doméstico: pelo empregador, por meio do registro contratual eletrônico realizado no eSocial. Contribuinte individual: a) por ato próprio, por meio do cadastramento de informações para identificação e reconhecimento da atividade, hipótese em que o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS poderá solicitar a apresentação de documento que comprove o exercício da atividade declarada; b) pela cooperativa de trabalho ou pela pessoa jurídica a quem preste serviço, no caso de cooperados ou contratados, respectivamente, se ainda não inscritos no RGPS; e c) pelo MEI, por meio do sítio eletrônico do Portal do Empreendedor; Segurado especial: preferencialmente, pelo titular do grupo familiar que se enquadre em uma das condições previstas no inciso VII do caput do art. 9º, hipótese em que o INSS poderá solicitar a apresentação de documento que comprove o exercício da atividade declarada, observado o disposto no art. 19-D. Segurado facultativo: por ato próprio, por meio do cadastramento de informações pessoais que permitam a sua identificação, desde que não exerça atividade que o enquadre na categoria de segurado obrigatório. O número de inscrição é um só – comunica ao INSS apenas se mudar de categoria (ex. CI para empregado). Atividades concomitantes: ex. empregado e contribuinte individual – filiação em cada uma delas. A inscrição pós-morte é admitida para o segurado especial. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Decreto/D8373.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Decreto/D8373.htm Direito Previdenciário 24/105 Prof. Miriam Denise Xavier II - REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS 1. PRESTAÇÕES Lei 8.213, de 24 de julho de 1991. Art. 201, CR/88 Benefícios Incapacidade (doença e invalidez) Auxílio por incapacidade temporária (auxílio-doença) Aposentadoria por incapacidade permanente (aposentadoria por invalidez) Auxílio-acidente Idade avançada Aposentadoria programada (por idade) Aposentadorias programadas Aposentadoria da pessoa com deficiência Aposentadoria Especial Encargos familiares Salário família Salário maternidade Prisão Auxílio reclusão Morte Pensão por morte Desemprego involuntárioSeguro desemprego Mais: abono anual, serviço social e reabilitação profissional BENEFÍCIOS/SERVIÇOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL Quanto ao segurado 1. Aposentadoria por incapacidade permanente 2. Aposentadoria programada 3. Aposentadoria por idade do trabalhador rural 4. Aposentadoria especial 5. Auxílio por incapacidade temporária 6. Salário-família 7. Salário-maternidade 8. Auxílio-acidente Quanto aos dependentes 9. Pensão por morte 10. Auxílio-reclusão Ambos 11. Reabilitação profissional 12. Abono anual Obs: Aposentadoria por tempo de contribuição – regras de transição. Direito Previdenciário 25/105 Prof. Miriam Denise Xavier CONCEITO PREVIDENCIÁRIO DE ACIDENTE DO TRABALHO, Lei 8.213/91, art. 19 a 23 Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Consideram-se acidente do trabalho as seguintes entidades mórbidas: I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e da Previdência Social; II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada. Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho. Não são consideradas como doença do trabalho: a) a doença degenerativa; b) a inerente a grupo etário; c) a que não produza incapacidade laborativa; d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. Equiparam-se também ao acidente do trabalho: I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: Direito Previdenciário 26/105 Prof. Miriam Denise Xavier a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. A empresa e o empregador doméstico deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro. 2. DEPENDENTES – Lei 8.213/91, art. 16; RPS, art. 16. Dependentes – pessoas que podem usufruir o benefício. Subdividem-se em 3 classes: a) classe I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual, mental ou grave; b) classe II – pais; c) classe III – o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual, mental ou grave. Dependentes se inscrevem quando do requerimento do benefício. A existência de dependentes na classe I exclui os dependentes das outras classes (idem para classe II em relação a III). A dependência econômica dos beneficiários da classe I é presumida (exceto para enteado e tutelado), dos demais deve ser comprovada. Dependentes de uma mesma classe concorrem entre si em igualdade de condições, sendo os benefícios a eles devidos concedido por rateio. No caso de invalidez de dependente, esta deve acontecer anteriormente à maioridade. Perda da condição de dependente: • por falecimento; • para o menor de 21 anos: quando completa 21 anos ou é emancipado; • para o maior de 21 anos inválido: se cessar a invalidez ou emancipação (exceto colação de grau); Direito Previdenciário 27/105 Prof. Miriam Denise Xavier • para o deficiente intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, pelo levantamento da interdição; • para o cônjuge/companheiro: pela separação/divórcio/interrupção da união estável sem pensão alimentícia, pela anulação do casamento. COMPANHEIRO (A) Para ser considerado companheiro(a) é preciso comprovar união estável com o(a) segurado(a). NOTA: A Ação Civil Pública nº 2000.71.00.009347-0 determina que companheiro(a) homossexual de segurado(a) terá direito a pensão por morte e auxílio-reclusão. Para comprovação do vínculo e da dependência econômica, conforme o caso, devem ser apresentados no mínimo DOIS documentos (RPS, art. 22, §3o). As provas de união estável e de dependência econômica exigem início de prova material contemporânea dos fatos, produzido em período não superior aos vinte e quatro meses anteriores à data do óbito ou do recolhimento à prisão do segurado. Os documentos podem ser, dentre outros: I - certidão de nascimento de filho havido em comum; II - certidão de casamento religioso; III- declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como seu dependente; IV - disposições testamentárias; V - revogado VI - declaração especial feita perante tabelião; VII - prova de mesmo domicílio; VIII - prova de encargos domésticos evidentes e existência de sociedade ou comunhão nos atos da vida civil; IX - procuração ou fiança reciprocamente outorgada; X - conta bancária conjunta; XI - registro em associação de qualquer natureza, onde conste o interessado como dependente do segurado; XII - anotação constante de ficha ou livro de registro de empregados; Direito Previdenciário 28/105 Prof. Miriam Denise Xavier XIII- apólice de seguro da qual conste o segurado como instituidor do seguro e a pessoa interessada como sua beneficiária; XIV - ficha de tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o segurado como responsável; XV - escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de dependente; XVI - declaração de não emancipação do dependente menor de vinte e um anos; ou XVII - quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar. Emancipação Atualmente, a maioridade civilocorre aos 18 anos de idade, contudo, o menor pode ser emancipado, nos termos do artigo 5º, parágrafo único do Código Civil, Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 3. MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO – Lei 8.213/91, art. 15; RPS, art. 13. Hipóteses em que, mesmo tendo deixado de efetuar recolhimentos, a pessoa mantém a qualidade de segurado do RGPS. Hipótese Período de graça Enquanto estiver recebendo benefício, sem limite de prazo Direito Previdenciário 29/105 Prof. Miriam Denise Xavier exceto auxílio-acidente Após cessar serviço militar 3 meses Segurado facultativo que deixou de contribuir 6 meses Após livramento (retido ou recluso) Após cessar a segregação compulsória Após cessar contribuições* para segurado com até 120 contribuições 12 meses Após cessar contribuições* para segurado com mais de 120 contribuições sem perda da qualidade de segurado 24 meses * O prazo será acrescido de 12 meses (Lei 8.213/91, art. 15, §2o) para o segurado desempregado que compre essa situação pelo registro no órgão próprio da Secretaria de Trabalho/ME (recebimento de seguro desemprego ou inscrição no SINE). Perde-se a qualidade após o 15o dia do 2o mês após o término do período de graça. Nos casos de aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria especial, a perda da qualidade de segurado não implica a caducidade dos direitos a esses benefícios. O mesmo acontece no caso de aposentadoria por idade, desde que cumprida a carência exigida (180 contribuições). No caso de fuga do recolhido à prisão, será descontado do prazo para perda da qualidade de segurado a partir da data da fuga, o período de graça já usufruído anteriormente ao recolhimento. Havendo livramento do recolhido à prisão, permanece o prazo integral de doze meses, contado a partir da soltura, conforme o inciso IV do art.13 do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99. (IN INSS/PRES 77, de 21/1/2015, art. 139) O segurado obrigatório que, durante o prazo de manutenção da sua qualidade de segurado (12, 24 ou 36 meses, conforme o caso), se filiar ao RGPS como facultativo, ao deixar de contribuir nesta última, terá o direito de usufruir o período de graça de sua condição anterior. (IN INSS/PRES 77, de 21/1/2015, art. 137, §8º) 4. CARÊNCIA - RPS, art. 26 a art. 30. Tempo correspondente ao número mínimo de contribuições mensais exigidas para ter direito ao benefício, consideradas as competências cujo salário de contribuição seja igual ou superior ao seu limite mínimo mensal. Segurados Início da contagem empregado trabalhador avulso contribuinte individual que presta serviço a empresa (desde 04/03) empregado doméstico (desde 06/15) Data de filiação Recolhimento é presumido contribuinte individual que trabalha por conta própria segurado facultativo Segurado especial que opta por contribuir data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem atraso (não são consideradas contribuições recolhidas com atraso referentes a competências file:///G:/Miriam/23/1999/3048.htm%23L_2_T_2_CP_1_S_I_SB_ART13_IV file:///G:/Miriam/23/1999/3048.htm%23L_2_T_2_CP_1_S_I_SB_ART13_IV Direito Previdenciário 30/105 Prof. Miriam Denise Xavier como CI anteriores) Para o segurado especial não há “carência” (o segurado especial não precisa comprovar tempo de contribuição), mas precisa comprovar tempo de exercício da atividade que o enquadra como segurado especial pelo mesmo período, que começa a contar a partir do efetivo exercício da atividade rural, mediante comprovação. Benefício Segurado carência Auxílio por incapacidade temporária Aposentadoria por incapacidade permanente todos 12 contribuições Obs: Acidente de qualquer natureza, acidente do trabalho, doença profissional e do trabalho + doenças da lista do MS/ME (Lei 8.213/91, art. 26, II e art. 151) sem carência Aposentadoria por idade Aposentadoria por TC Aposentadoria especial todos 180 contribuições Salário maternidade Contribuinte Individual Facultativo 10 contribuições* Salário maternidade Empregados Empregados domésticos Trabalhadores avulsos Sem carência Auxílio-reclusão todos 24 contribuições Pensão por morte Salário-família Auxílio-acidente Sem carência *parto antecipado: reduz pelo mesmo número de meses em que o parto foi antecipado. Segurado especial - Comprovar o exercício da atividade em período correspondente à carência do benefício requerido, ainda que descontinuamente. Perda da qualidade de segurado (Lei 8.213/91, art. 27-A): Havendo perda da qualidade de segurado, perde-se também a carência para concessão dos benefícios por incapacidade temporária e permanente, salário- maternidade e auxílio-reclusão. As contribuições anteriores à perda da qualidade de segurado somente serão computadas para fins de carência quando o segurado, a partir da nova filiação, contar com metade do número de contribuições exigidas para cumprimento da carência prevista na lei. CONTAGEM DE TEMPO COMO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – Lei 8.213/91, art. 55, RPS, art. 19-C, art. 188-G Qualquer tempo em que tenha havido contribuição é considerado. Direito Previdenciário 31/105 Prof. Miriam Denise Xavier Tempo de serviço militar, tempo intercalado de recebimento de benefício por incapacidade, o tempo em que o anistiado político esteve compelido ao afastamento de suas atividades profissionais, o tempo de serviço do segurado trabalhador rural anterior à competência novembro de 1991. RPS, art. 19-C Será computado o tempo intercalado de recebimento de benefício por incapacidade, na forma do disposto no inciso II do caput do art. 55 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, exceto para efeito de carência. As competências em que o salário de contribuição mensal tenha sido igual ou superior ao limite mínimo serão computadas integralmente como tempo de contribuição, independentemente da quantidade de dias trabalhados. Na hipótese de o débito ser objeto de parcelamento, o período correspondente ao parcelamento somente será computado para fins de concessão de benefício no RGPS e de emissão de certidão de tempo de contribuição para fins de contagem recíproca após a comprovação da quitação dos valores devidos. 5. SALÁRIO DE BENEFÍCIO E RENDA MENSAL DO BENEFÍCIO – EC 103/19 Salário de benefício (SB): consiste no resultado da média aritmética simples dos salários de contribuição (SC) correspondentes a cem por cento do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior a essa competência. Caso os segurados empregado, trabalhador avulso e empregado doméstico não possam comprovar o valor dos seus SC para algumas competências no período básico de cálculo, para tais competências será considerado, para fins de cálculo do benefício, o valor do salário mínimo, devendo a renda ser recalculada quando da apresentação de prova dos SC. Para os demais segurados somente serão computados os SC referentes aos meses de contribuição efetivamente recolhida. Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefício por incapacidade, considerar-se-á como salário-de-contribuição, no período, o salário-de- benefício
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