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ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES

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FACULDADE DE RONDÔNIA – FARO – 2020.1
DIREITO CONSTITUCIONAL I
AULA 4 – ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES
1. ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES
1.1 CONHECENDO A CONSTITUIÇÃO DE 1988 (PARTES DA CONSTITUIÇÃO)
1.1.1 PREÂMBULO
PREÂMBULO DA CF/88: 
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado 
Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar,
o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem 
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica 
das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA 
FEDERATIVA DO BRASIL
Parte introdutória de uma constituição, exterioriza origens, sentimentos, desejos e esperanças do 
legislador constituinte. É uma proclamação de princípios que não integra o bloco de 
constitucionalidade1 da Carta de 1988. 
EXPLICAÇÃO DO PROFESSOR: Os preâmbulos existem pois os parlamentares se preocupam 
em demonstrar o surgimento de novo Estado e o rompimento com o ordenamento anterior;
∟Três teses são apresentadas pela doutrina e foram sistematizadas pelo autor Jorge Miranda sobre 
o tema relevância ou não do preâmbulo constitucional:
a) Tese da irrelevância jurídica > Preâmbulo não é norma jurídica, está no campo político;
b) Tese da eficácia plena > Mesma eficácia das normas constitucionais;
c) Tese da relevância indireta > Não tem força normativa mas permite entender a 
Constituição (o preâmbulo da CF pode ser utilizado pelo aplicador como vetor de 
interpretação).
→ Prevalece esta última tese, entre os doutrinadores e juristas nacionais, de que o preâmbulo 
constitucional não constitui norma central do texto maior, não sendo obrigatória a sua 
reprodução nas constituições estaduais. 
∟Características do preâmbulo: 
a) não possui força normativa; 
b) não é norma jurídica (não cria direitos ou deveres); 
“O preâmbulo da Constituição não tem valor normativo, apresentando-se desvestido de força 
1 Bloco de Constitucionalidade: doutrina criada pelo autor francês Louis Favoreu, demonstrando o conjunto de 
normas que, mesmo fora da constituição (não sendo constituição formal), são materialmente constitucionais e 
podem servir de parâmetro para controle de constitucionalidade. Ex: Art. 5º, §3º, CF – Tratados internacionais 
aprovados sob o rito de Emenda Constitucionais. 
MAGISTRATURA FEDERAL (TRF 3ª. REGIÃO 2018) O parâmetro do controle de constitucionalidade é
encontrado na Constituição Federal, havendo tendência jurisprudencial e doutrinária no sentido de ampliação desse
parâmetro a partir do conceito de bloco de constitucionalidade. Já o objeto da ADI genérica é norma veiculada por
lei ou ato normativo que se mostre em confronto com o parâmetro. Sob essa ótica, é correto afirmar que: 
c) A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu protocolo facultativo, promulgada pelo
Decreto n. 6.949/2009, faz parte do conceito de bloco de constitucionalidade.
cogente” (STF. MS 24.645/DF, Rel. Min. Celso de Mello, 15/09/2003).
PGE-AM (CESPE 2016) Embora o preâmbulo da CF não tenha força normativa, podem os 
estados, ao elaborar as suas próprias leis fundamentais, reproduzi-lo, adaptando os seus termos 
naquilo que for cabível. R: CERTO.
∟Não há inconstitucionalidade por violação do preâmbulo;
∟A presença de “Deus” no preâmbulo revela a face teísta de nossa sociedade – Porém, o STF já 
decidiu que não é obrigatório que o preâmbulo trate de uma divindade (dos 25 Estados, apenas a 
Constituição do Acre não seguiu esta tradição);
1.1.2 PARTE DOGMÁTICA
É o chamado corpo da Constituição que é formada por 9 títulos (250 artigos). Existem as normas 
constitucionais originadas pelo poder constituinte originário e aquelas decorrentes do processo de 
emendas constitucionais (derivadas), porém, não existe hierarquia entre normas constitucionais 
originárias e derivadas;
∟Há hierarquia entre a Constituição Federal, as Constituições Estaduais e Leis Orgânicas;
∟Normas de Reprodução Obrigatória: são dispositivos da Constituição Federal de 1988 que, como 
o próprio nome indica, devem ser repetidos nas Constituições Estaduais. 
EXPLICAÇÃO DO PROFESSOR: Importante esclarecer que, se uma norma é de reprodução 
obrigatória, considera-se que ela está presente na Constituição Estadual mesmo que a Carta 
estadual seja silente. 
Ex: a CF/88 prevê que os Municípios são autônomos (art. 18). Trata-se de norma de reprodução 
obrigatória. Isso significa que, mesmo se a Constituição Estadual não disser que os Municípios são
autônomos, ainda assim considera-se que essa regra está presente na Carta Estadual. 
1.1.3 PARTE TRANSITÓRIA
É o chamado ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias) – contém normas de caráter
transitório, servindo para fazer ponte entre o ordenamento jurídico anterior e a atual Constituição. 
∟O art. 2º do ADCT previu um plebiscito para decisão em torno da forma de governo (república ou
monarquia constitucional) e do sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo). Em 21 
de abril de 1993 realizou-se o plebiscito para decisão pelo modelo republicano e presidencialista;
ATENÇÃO!!! Todas as normas da parte dogmática e da parte transitória possuem a mesma força 
normativa. 
1.2 ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES
Conforme a classificação de José Afonso da Silva, as normas constitucionais podem ser estruturadas
em 5 grupos:
a) Elementos Orgânicos: normas que regulam a estrutura do Estado e dos Poderes. 
Ex: Título III (Da Organização do Estado);
b) Elementos Limitativos: impõem limites à atuação dos poderes públicos, tal como o rol de direitos
e garantias fundamentais (caráter negativo);
Ex: Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais);
c) Elementos Sócioideológicos: normas que explicitam compromisso social, revelam a ideologia 
que permeia o conteúdo constitucional (caráter positivo);
Ex: Capítulo II do Título II (Direitos Sociais);
d) Elementos de Estabilização Constitucional: normas que visam solucionar conflitos 
constitucionais e a defesa da Constituição.
Ex: Art. 102, I, a, CF (Ação Direta de Inconstitucionalidade);
e) Elementos Formais de Aplicabilidade: regras de aplicação das normas constitucionais. 
Exs: Normas Constitucionais de Caráter Transitório (ADCT), Preâmbulo;
ASSESSOR TÉCNICO-AL/RN (FCC 2013) Sobre os elementos das Constituições, são 
considerados elementos orgânicos as normas
a) que revelam o compromisso da Constituição entre o Estado individualista e o Estado Social.
b) que regulam a estrutura do Estado e do Poder.
c) destinadas a assegurar a solução de conflitos constitucionais, a defesa da Constituição, do 
Estado e das instituições democráticas.
d) que estabelecem regras de aplicação de outras normas constitucionais.
e) que compõem o elenco dos direitos e garantias fundamentais, limitando a atuação dos Poderes 
estatais.
R: LETRA B.
R: A letra “a” representa elementos socioideológicos; a letra “c” representa elementos de 
estabilização constitucional; a letra “d” representa elementos formais de aplicabilidade e a letra “e”
estabelece elementos limitativos. 
MAGISTRATURA FEDERAL-TRF 5ª. REGIÃO (CESPE 2013) São denominados elementos 
limitativos das Constituições aqueles que visam assegurar a defesa da Constituição e do estado 
democrático de direito. R: ERRADO.
R: Seriam elementos de estabilização constituicional.

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