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Regulamentação das Atividades do Engenheiro Eletricista

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Confea
O Confea surgiu oficialmente com esse nome em 11 de dezembro de 1933, por meio do Decreto nº 23.569, promulgado pelo então presidente da República, Getúlio Vargas e considerado marco na história da regulamentação profissional e técnica no Brasil.
Em sua concepção atual, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia é regido pela Lei 5.194 de 1966, e representa também os geógrafos, geólogos, meteorologistas, tecnólogos dessas modalidades, técnicos industriais e agrícolas e suas especializações, num total de centenas de títulos profissionais.
O Confea zela pelos interesses sociais e humanos de toda a sociedade e, com base nisso, regulamenta e fiscaliza o exercício profissional dos que atuam nas áreas que representa, tendo ainda como referência o respeito ao cidadão e à natureza.
Em seus cadastros, o Sistema Confea/Crea tem registrados cerca de um milhão de profissionais que respondem por fatia considerável do PIB brasileiro, e movimentam um mercado de trabalho cada vez mais acirrado e exigente nas especializações e conhecimentos da tecnologia, alimentada intensamente pelas descobertas técnicas e científicas do homem.
O Conselho Federal é a instância máxima à qual um profissional pode recorrer no que se refere ao regulamento do exercício profissional.
Crea-MG
O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de Minas Gerais - Crea-MG é entidade autárquica de fiscalização do exercício e das atividades profissionais, dotada de personalidade jurídica de direito público, constituindo serviço público federal, vinculada ao Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - Confea.:
I - NEGÓCIO: zelar pelo cumprimento da legislação em defesa da sociedade fomentando e valorizando o profissional pela fiscalização do exercício da profissão.
II - VISÃO: ter o reconhecimento e a credibilidade da sociedade, como instituição necessária ao exercício profissional e ao desenvolvimento sustentável; e
III - MISSÃO: defender os interesses sociais e humanos, promover a valorização profissional, o desenvolvimento sustentável e a excelência do exercício e das atividades profissionais.
No desempenho de sua missão, o Crea-MG é o órgão de fiscalização, de controle, de orientação e de aprimoramento do exercício e das atividades profissionais da Engenharia, da Arquitetura, do Urbanismo, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia, em seu nível médio e superior, no território de sua jurisdição.
O Crea-MG, para cumprimento de sua missão, exerce ações:
I – promotora de condição para o exercício, para a fiscalização e para o aprimoramento das atividades profissionais, podendo ser exercida isoladamente ou em conjunto com o Confea, com os demais Creas, com as entidades de classe de profissionais e as instituições de ensino nele registradas ou com órgãos públicos de fiscalização;
II – normativa, baixando atos administrativos normativos e fixando procedimentos para o cumprimento da legislação referente ao exercício e à fiscalização das profissões, no âmbito de sua competência;
III – contenciosa, julgando as demandas instauradas em sua jurisdição;
IV – informativa e de inspeção sobre questões de interesse público; e
V – administrativa, visando:
a) gerir seus recursos e patrimônio; e
b) coordenar, supervisionar e controlar suas atividades, nos termos da legislação federal, das resoluções, das decisões normativas e das decisões plenárias baixadas pelo Confea.
ATRIBUIÇÕES DO ENGENHEIRO
Resolve:
Para efeito de fiscalização do exercício profissional correspondente às diferentes modalidades da Engenharia, Arquitetura e Agronomia em nível superior e em nível médio, ficam designadas as seguintes atividades:
 Atividade 01 - Supervisão, coordenação e orientação técnica;
 Atividade 02 - Estudo, planejamento, projeto e especificação;
 Atividade 03 - Estudo de viabilidade técnico-econômica;
 Atividade 04 - Assistência, assessoria e consultoria;
 Atividade 05 - Direção de obra e serviço técnico;
 Atividade 06 - Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico;
 Atividade 07 - Desempenho de cargo e função técnica;
 Atividade 08 - Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão;
 Atividade 09 - Elaboração de orçamento;
 Atividade 10 - Padronização, mensuração e controle de qualidade;
 Atividade 11 - Execução de obra e serviço técnico;
 Atividade 12 - Fiscalização de obra e serviço técnico;
 Atividade 13 - Produção técnica e especializada;
 Atividade 14 - Condução de trabalho técnico;
 Atividade 15 - Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparoou manutenção;
 Atividade 16 - Execução de instalação, montagem e reparo;
 Atividade 17 - Operação e manutenção de equipamento e instalação;
 Atividade 18 - Execução de desenho técnico.
ATRIBUIÇÕES DO ENGENHEIRO ELETRICISTA
Compete ao Engenheiro Eletricista Ou Ao Engenheiro Eletricista, Modalidade Eletrotécnica:
 I - o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º da Resolução nº 218/73, referentes à geração, transmissão, distribuição e utilização da energia elétrica; equipamentos, materiais e máquinas elétricas; sistemas de medição e controle elétricos; seus serviços afins e correlatos.
Compete Ao Engenheiro Eletrônico Ou Ao Engenheiro Eletricista, Modalidade Eletrônica Ou Ao Engenheiro De Comunicação:
 I - o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º da Resolução nº 218/73, referentes a materiais elétricos e eletrônicos; equipamentos eletrônicos em geral; sistemas de comunicação e telecomunicações; sistemas de medição e controle elétrico e eletrônico; seus serviços afins e correlatos.
Compete ao Engenheiro de Computação ou Engenheiro Eletricista com ênfase em Computação:
I - o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º da Resolução nº 218/73, acrescidas de análise de sistemas computacionais, seus serviços afins e correlatos.
NORMAS TÉCNICAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS NA ÁREA DE ENGENHARIA ELÉTRICA
Um bom profissional necessita, com frequência, estudar e aplicar as normas técnicas da sua área de atuação nas suas atividades profissionais, buscando sempre a excelência na prestação dos seus serviços, bem como as melhores práticas já consagradas na Engenharia Elétrica. A seguir seguem listadas algumas das normas técnicas nacionais e internacionais mais utilizadas na área de Engenharia Elétrica.
NORMAS REGULAMENTADORAS DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
· NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade;
· NR 17 – Ergonomia;
· NR 20 – Líquidos inflamáveis e combustíveis;
· NR 23 – Proteção contra incêndios;
· NR 26 – Sinalização e segurança.
NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS – ABNT
· ABNT NBR 5101 – Iluminação Pública;
· ABNT NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão;
· ABNT NBR 5413 – Iluminação de Interiores;
· ABNT NBR 5419 – Proteção de Estruturas Contra Descargas Atmosféricas;
· ABNT NBR 9441 – Execução de Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio;
· ABNT NBR 14039 – Instalações Elétricas de Média Tensão de 1,0 a 36,2 kV;
· ABNT NBR 15615 – Equipamentos Elétricos para Utilização em Presença de Poeira Combustível  – Seleção e Intalação (IEC 61241-14 MOD);
· ABNT NBR 17505-1 – Armazenamento de Líquidos Inflamáveis e Combustíveis – Parte 1: Disposições Gerais;
· ABNT NBR IEC 60034-5 – Máquinas Elétricas Girantes – Graus de Proteção Proporcionados pelo Projeto Integral de Máquinas Elétricas Girantes (Códigos IP) – Classificação;
· ABNT NBR IEC 60079-0 – Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas – Parte 0: Requisitos Gerais;
· ABNT NBR IEC 60079-10 – Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas – Parte 10: Classificação de Áreas;
· ABNT NBR IEC 60079-13 – Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas – Parte 13: Construção e Utilização de Ambientes ou Edificações Protegidas por Pressurização;
· ABNT NBR IEC 60079-14 – Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas – Parte 14: Projeto, Seleção e Montagem de Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas;
· ABNT NBR IEC 60079-16 – Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas – Parte 16: VentilaçãoArtificial para Proteção de Casas de Analisadores;
· ABNT NBR IEC 60079-17 – Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas – Parte 17: Inspeção e Manutenção em Atmosferas Explosivas;
· ABNT NBR IEC 60079-20 – Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas – Parte 20: Dados de Gases ou Vapores Inflamáveis Referentes à Utilização de Equipamentos Elétricos;
· ABNT NBR IEC 60529 – Graus de Proteção Providos por Invólucros de Equipamentos Elétricos (Códigos IP);
· ABNT NBR IEC 61241-10 – Equipamentos Elétricos para Uso na Presença de Poeiras Combustíveis – Parte 10: Classificação de Áreas onde Poeiras Combustíveis Estão ou Possam Estar Presentes;
· ABNT NBR IEC 61892-1 – Unidades Marítimas Fixas e Móveis – Instalações Elétricas – Parte 1: Requisitos e Condições Gerais;
· ABNT NBR IEC 62271-200 – Conjunto de Manobra e Controle de Alta-Tensão – Parte 200: Conjunto de Manobra e Controle de Alta-Tensão em Invólucro Metálico para Tensões Acima de 1,0 kV até e Inclusive 52,0 kV.
NORMAS TÉCNICAS INTERNACIONAIS – IEC
· IEC 60079-11 – Explosive Atmospheres Part 11: Equipment Protection by Intrinsic Safety “i”;
· IEC 60092-352 – Electrical Installations in Ships – Part 352: Choice and Installation of Electrical Cables;
· IEC 60092-401 – Electrical Installations in Ships – Part 401: Installation and Test of Completed Installation;
· IEC 60287-1-1 – Electric Cables – Calculation of the Current Rating – Part 1-1: Current Rating Equations (100 % Load Factor) and Calculation of Losses;
· IEC 60364 – Low Voltage Electrical Installations;
· IEC 60617 – Graphical Symbols for Diagrams;
· IEC 60909-0 – Short-Circuit Current Calculation in Three-Phase A.C. Systems – Part 0: Calculation of Currents;
· IEC 61363-1 – Electrical Installations of Ships and Mobile and Fixed Offshore Units – Part 1: Procedures for Calculating Short-Circuit Currents in Three-Phase a.c.;
· IEC 61850-1 – Communication Networks and Systems in Substations – Part 1 – Introduction and Overview;
· IEC 61850-2 – Communication Networks and Systems in Substations – Part 2 – Glossary;
· IEC 61850-3 – Communication Networks and Systems in Substations – Part 3: General Requirements;
· IEC 61850-4 – Communication Networks and Systems in Substations – Part 4: System and Project Management;
· IEC 61850-3 – Communication Networks and Systems in Substations – Part 3: General Requirements;
· IEC 61850-4 – Communication Networks and Systems in Substations – Part 4: System and Project Management;
· IEC 61850-5 – Communication Networks and Systems in Substations – Part 5: Communication Requirements for Functions and Device Models;
· IEC 61850-6 – Communication Networks and Systems in Substations – Part 6: Configuration Description Language for Communication in Electrical Substations Related to IEDs;
· IEC 61850-7.1 – Communication Networks and Systems in Substations – Part 7-1: Basic Communication Structure for Substation and Feeder Equipment – Principles and Models;
· IEC 61850-7.2 – Communication Networks and Systems in Substations – Part 7-2: Basic Communication Structure for Substation and Feeder Equipment – Abstract Communication Service Interface (ACSI);
· IEC 61850-7.3 – Communication Networks and Systems in Substations – Part 7-3: Basic Communication Structure for Substation and Feeder Equipment – Common Data Classes;
· IEC 61850-7.4 – Communication Networks and Systems in Substations – Part 7-4: Basic Communication Structure for Substation and Feeder Equipment – Compatible Logical Node Classes and Data Classes;
· IEC 61850-8.1 – Communication Networks and Systems in Substations – Part 8-1: Specific Communication Service Mapping (SCSM) – Mappings to MMS (ISO 9506-1 and ISO 9506-2) and to ISO-IEC 8802-3;
· IEC 61850-9.1 – Communication Networks and Systems in Substations – Part 8-1: Specific Communication Service Mapping – Sampled Values Over Serial Unidirectional Multidrop Point to Point Link;
· IEC 61850-9.2 – Communication Networks and Systems in Substations – Part 9-2: Specific Communication Service Mapping (SCSM) – Sampled Values Over ISO-IEC 8802-3;
· IEC 61850-10 – Communication Networks and Systems in Substations – Part 10 – Conformance Testing;
· IEC 61892-2 – Mobile and Fixed Offshore Units Electrical Installations Part 2: System
Design;
· IEC 61892-3 – Mobile and Fixed Offshore Units – Electrical Installations – Part 3: Equipment;
· IEC 61892-4 – Mobile and Fixed Offshore Units – Electrical Installations – Part 4: Cables
· IEC 61892-5 – Mobile and Fixed Offshore Units – Electrical Installations – Part 5: Mobile Units;
· IEC 61892-6 – Mobile and Fixed Offshore Units – Electrical Installations – Part 6: Installation;
· IEC 61892-7 – Mobile and Fixed Offshore Units – Electrical Installations – Part 7: Hazardous Areas;
· IEC 62305-1 – Protection Against Lightning – Part 1: General Principles;
· IEC 62305-2 – Protection Against Lightning – Part 2: Risk Management;
· IEC 62305-3 – Protection Against Lightning – Part 3: Physical Damage to Structures and Life Hazard;
· IEC 62305-4 – Protection Against Lightning – Part 4: Electrical and Electronic Systems within Structures.
NORMAS TÉCNICAS INTERNACIONAIS – ANSI
· ANSI IEEE Std C37.2 – Standard Electrical Power System Device Function Numbers and Contact Designations;
· ANSI IEEE Std C37.91 – Guide for Protective Relay Applications to Power Transformers;
· ANSI IEEE Std C37.96 – Guide for AC Motor Protection;
· ANSI IEEE Std C37.97 – Guide for Protective Relay Applications to Power System Buses;
· ANSI IEEE Std C37.101 – Guide for Generator Ground Protection;
· ANSI IEEE Std C37.102 – Guide for AC Generator Protection;
· ANSI IEEE Std C37.110 – Guide for the Application of Current Transformers Used for Protective Relaying Purposes;
· ANSI IEEE Std C37.111 – Common Format for Transient Data Exchange (COMTRADE) for Power Systems;
· ANSI IEEE Std 80 – Guide for Safety in AC Substation Grounding;
· ANSI IEEE Std 141 – Recommended Practice for Electric Power Distribution for Industrial Plants IEEE Red Book;
· ANSI IEEE Std 142 – Recommended Practice for Grounding of Industrial and Commercial Power Systems IEEE Green Book (Color Book Series);
· ANSI IEEE Std 242 – Recommended Practice for Protection and Coordination of Industrial and Commercial Power Systems IEEE Buff Book (Color Book Series);
· ANSI IEEE Std 519 – Recommended Practice and Requirement for Harmonic Control in Electric Power Systems;
· ANSI IEEE Std 1100 – Recommended Practice for Powering and Grounding Electronic Equipment IEEE Emerald Book (Color Book Series);
· ANSI IEEE Std 1531 – Guide for Application and Specification of Harmonic Filters;
· ANSI IEEE Std 1584 – Guide for Performing Arc-Flash Hazard Calculations Contact.
NORMAS TÉCNICAS INTERNACIONAIS – API
· API RP 14 FZ – Recommended Practice for Design and Installation of Electrical Systems for Fixed and Floating Offshore Petroleum Facilities for Unclassified and Class I, Zone 0, Zone 1 and Zone 2 locations;
· API RP 505 – Recommended Practice for Classification of Locations for Electrical Installations at Petroleum Facilities Classified as Class I, Zone 0, Zone 1, and Zone 2.
NORMAS TÉCNICAS INTERNACIONAIS – ASTM
· ASTM F 1506 – Standard Test Method for Water Retention of Hydraulic Cement – Based Mortars and Plasters;
· ASTM F 1891 – Standard Guide for Determination of a Survival Curve for Antimicrobial Agents Against Selected Microorganisms and Calculation of a d-Value and Concentration Coefficient;
· ASTM F 1958 – Standard Guide for Sensory Claim Substantiation;
· ASTM F 1959 – Standard Guide for Requests for Proposals Regarding Medical Transcription Services for Healthcare Institutions;
· ASTM F 2178 – Standard Specification for Asphalt Glass Felt Used in Roofing and Water Proofing.
NORMAS TÉCNICAS INTERNACIONAIS – NFPA
· NFPA 20 – Standard for the Installation of Stationary Pumps for Fire Protection;
· NFPA 30 – Flammable and Combustible Liquids Code;
· NFPA 70 – National Fire Protection Association, National Electrical Code;
· NFPA 70E – National Fire Protection Association, Standardfor Electrical Safety in the Workplace;
· NFPA 497 – Recommended Practice for the Classification of Flammable Liquids, Gases, or Vapors and of Hazardous (Classified) Locations for Electrical Installations in Chemical Process Areas;
· NFPA 110 – Standard for Emergency and Standby Power Systems;
· NFPA 780 – Standard for the Installation of Lightning Protection Systems.
ÉTICA PRPFISSIONAL
DEFINIÇÃO DE ÉTICA
Do ponto de vista etimológico, a palavra ética vem do grego "ethos", que significa "modo de ser", "caráter", enquanto forma de vida adquirida ou conquistada pelo homem.
Por sua vez, moral vem do latim "mos" ou "mores", que quer dizer "costume" ou "costumes", no sentido de conjunto de normas ou regras adquiridas por hábito. A moral se refere, assim, ao comportamento adquirido ou modo de ser conquistado pelo homem.
Temse, então, que, na origem, "ethos" e "mos", caráter e costume, fundamentamse num modo de comportamento que não corresponde a uma disposição natural, mas que é adquirido ou conquistado por hábito.
Nessas condições, podemos definir a “etica como sendo a teoria ou a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Assim, a ética não cria moral, uma vez que seu objeto de estudo é formado por determinado tipo de atos humanos: os atos conscientes e voluntários.
DEFINIÇÃO DE ÉTICA
Do ponto de vista etimológico, a palavra ética vem do grego "ethos", que significa "modo de ser", "caráter", enquanto forma de vida adquirida ou conquistada pelo homem.
Por sua vez, moral vem do latim "mos" ou "mores", que quer dizer "costume" ou "costumes", no sentido de conjunto de normas ou regras adquiridas por hábito. A moral se refere, assim, ao comportamento adquirido ou modo de ser conquistado pelo homem.
Temse, então, que, na origem, "ethos" e "mos", caráter e costume, fundamentamse num modo de comportamento que não corresponde a uma disposição natural, mas que é adquirido ou conquistado por hábito.
Nessas condições, podemos definir a “etica como sendo a teoria ou a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Assim, a ética não cria moral, uma vez que seu objeto de estudo é formado por determinado tipo de atos humanos: os atos conscientes e voluntários.
Por outro lado, temos que a moral é um conjunto de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que essas normas, dotadas de um caráter histórico e social, sejam acatadas livre e conscientemente, por uma convicção íntima e não de uma maneira mecânica, externa ou impessoal.
Isso significa dizer que a moral possui um caráter social porque:
a) os indivíduos se sujeitam a princípios, normas ou valores socialmente estabelecidos.
b) regula somente atos e relações que acarretam conseqências para outros e exigem necessariamente a sanção dos demais.
c) cumpre a função social de "induzir" os indivíduos a aceitarem livre e conscientemente determinados princípios, valores ou interesses.
d) é válida de modo absoluto, para qualquer tempo ou lugar.
Como decorrência, todo homem que não pautar sua conduta pelo comportamento moral é julgado, discriminado, diferenciado, a ponto de, eventualmente, ser até enclausurado, não importando se suas atitudes Ihe pareçam corretas. 0 que importa, para aquela sociedade, é que seus procedimentos não coincidem com o conceito histórico e social. É o grito de guerra contra aquela nãoconvicção íntima de que as coisas são como são, porque assim deve ser.
OBJETIVO DA ÉTICA
Nas relações cotidianas dos engenheiros e de outros profissionais si e com a Sociedade surgem continuamente situações como estas:
Devo cumprir o que tratei na semana passada com o cliente "X", embora perceba, hoje, que o cumprimento me causará determinados prejuízos?
 Devo manter a qualidade da especificação dos componentes (traço do concreto, bitola da fiação elétrica, etc.) registrada na proposta que fiz à empresa "Y" antes da concorrência, sabendo que agora, depois que venci a mesma, posso reduzir os custos e conseqentemente aumentar os lucros da operação?
 Na palestra que fui convidado a proferir, devo revelar todos os detalhes da pesquisa que efetuei, divulgando em poucos minutos o resultado de anos de trabalho e sacrifício, para um auditório que freqentemente criticava minha linha de ação?
 Devo manter meu chefe imediato informado dos insucessos ocorridos em determinada tarefa ou devo minimizar os efeitos, atribuindo a falta de êxito a outros fatores ou culpar outros colegas e funcionários?
- Devo preencher a A.R.T. relativa àquele Receituário Agronômico, agora que o fiscal identificou o lapso que cometi, tentando atenuar a penalidade que será imposta pela Câmara de Agronomia?
- Tendo oportunidade de julgar atos praticados por um colega concorrente, devo levar em conta somente os atos praticados e que constarn do processo ou, aproveitando a ocasião, estimular um ambiente que decida pela sua retirada da concorrência?
 Sendo responsável pela área de suprimentos da empresa, devo aceitar a propina que é oferecida para fechar negócio com determinado fornecedor? Devo relatar a existência da propina a meu superior hierárquico?
 Aceito assinar um projeto de obra do qual não participei, beneficiando-me monetariamente da questão?
Ou, de um ponto de vista mais geral, situações como estas:
 Um iraquiano, durante a recente guerra contra os exércitos aliados, sabendo que seu amigo 'T' estava colaborando com o inimigo, devia calar por causa da amizade ou devia denunciálo como traidor?
 Um piloto da Fórmula 1, percebendo que seu carro está com algum problema, e, sabendo que atrás de si está seu maior rival, o qual, se o ultrapassar, certamente será o vencedor da prova, deve dar passagern ou, para sua vantagem, criar todos os obstáculos possíveis para mantê-lo na retaguarda, prejudicandoo de qualquer forma?
 Um atirador de elite da polícia deve efetuar, por exemplo, o disparo contra um seqestrador, mesmo sabendo que seu ato pode atingir um dos reféns, caso haja falha involuntária ao acionar o gatilho?
- Devese dizer sempre a verdade ou há ocasiões em que se pode mentir?
 O Ministro da Economia deve autorizar a divulgação do índice correto da inflação ou deve manipular os dados, objetivando ganhos políticos (ou ate econômicos) para o governo, sabendo que, por conseqência, os repassará posteriormente a toda a nação?
ÉTICA PROFISSIONAL
“Ética profissional é o conjunto de princípios que regem a conduta funcional de uma determinada profissão.”
RESPONSABILIDA MORAL
Ato moral é aquele em que se pode atribuir ao agente uma responsabilidade, não só pelo que pratica mas também pelas conseqências de sua ação. Isso vincula a responsabilidade moral com a questão da liberdade humana, pois só se pode responsabilizar o agente, quando o mesmo teve liberdade de opção e de decisão.
	Não basta julgar determinado ato segundo normas ou regras de ação. É preciso verificar as condições concretas nas quais ele se realiza, determinandose, então, se existe a possibilidade de opção e de decisão, necessárias para transferirlhe a responsabilidade moral.
Esse questionamento traz consigo duas condições fundamentais:
1) o profissional não pode ignorar nem as circunstâncias nem as conseqUências de sua ação, isto é, seu comportamento necessariamente possui um caráter consciente: agiu sabendo o que estava fazendo.
2) a causa que move sua ação está dentro dele (causa interior), e não em outro agente que o force a agir de determinada maneira, contrariando sua vontade pessoal, ou seja, a conduta deve ser livre: pode fazer o que queria fazer.
SÃO DEVERES DOS PROFISSIONAIS DA ENGENHARIA
1o Interessarse pelo bem público e com tal finalidade contribuir com seus conhecimentos, capacidade e experiência, para melhor servir a humanidade.
2o Considerar a profissão como alto título de honra e não praticar nem permitir a prática de atos que comprometarn tal dignidade.
3o Não cometer ou contribuir para que se cometam injustiças contra colegas.
4o Não praticar qualquer ato que, direta ou indiretamente,possa prejudicar legítimos interesses de outros profissionais.
5o Não solicitar nem submeter propostas contendo condições que constituam competição de preços por serviços profissionais.
6o Atuar dentro da melhor técnica e do mais elevado espírito público, devendo, quando Consultor, limitar seus pareceres às matérias específicas que tenham sido objeto da consulta.
7o Exercer o trabalho profissional com lealdade, dedicação e honestidade para com seus clientes e empregadores ou chefes, e com espírito de justiça e equidade para com contratantes e empreiteiros.
8o Ter sempre em vista o bem estar e o progresso funcional dos seus empregados ou subordinados e trata-los com retidão, justiça e humanidade.
9o Colocarse a par da legislação que rege o exercício profissional da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia, visando a cumprila corretamente e colaborar para sua atualização e aperfeiçoamento.

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