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Cálculo das horas extras e adicional noturno no Pagamento nas férias Turma RH 3 – P.D.P Prof. Claudinei Ramalho As horas extras habituais geram reflexos na remuneração de férias De acordo com o art. 142 da CLT, a remuneração das férias inclui a das horas extraordinárias habitualmente prestadas. O empregado que, habitualmente, faz horas extras, também tem direito a receber o reflexo das horas extras no pagamento de férias (art. 142, da CLT, caput e § 5º). Se, no momento de usufruir férias, o empregado já não estiver mais recebendo o mesmo adicional do período aquisitivo, ou quando o valor deste não tiver sido uniforme, deverá ser apurada a média dos 12 meses do período aquisitivo (art. 142, da CLT, caput e § 6º). A integração das horas extras nas férias é feita da seguinte forma: apura-se a média aritmética simples, duodecimal, em quantidade de horas, do período aquisitivo a que se referem às férias, multiplicando a quantidade de horas encontradas pelo valor da hora extra do mês de concessão das férias ou do pagamento das férias indenizadas, acrescido do respectivo 1/3 constitucional. No caso de o empregado não ter direito a 30 dias de férias, deve-se dividir o valor mensal dos reflexos por 30 e multiplicar o resultado encontrado pelo número de dias usufruídos de férias, mais o terço constitucional. O cálculo da média de horas extras relativas ao primeiro período aquisitivo de férias, não apresenta dificuldade: somam-se todas as horas extras realizadas durante os 12 meses do período aquisitivo de férias e divide-se por 12. A partir do segundo período aquisitivo de férias, uma questão precisa ser enfrentada pelo calculista: em algum mês do período base de apuração da referida média há fruição de férias por parte do empregado e, sendo assim, só há prestação de horas extras em, no máximo, 11 meses, pois no mês de férias não há labor. Logo, não pode haver cálculo de horas extras. De acordo com o entendimento dos nossos tribunais, dois critérios de cálculo são aceitos para se apurar a média de horas extras para integração em férias a partir do segundo período aquisitivo de férias: Considera-se a totalidade das horas extraordinárias do período aquisitivo, incluída a média apurada nas férias do período aquisitivo anterior, com utilização do divisor 12; Considera-se somente as horas efetivamente prestadas no período aquisitivo, excluída a média apurada nas férias, com utilização do divisor 11. O Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região possui entendimento que os períodos de gozo de férias devem ser excluídos da média das horas extras e, nessas condições, deve ser aplicado o divisor 11, conforme se verifica na seguinte Orientação Jurisprudencial do TRT9. Outros tribunais, no entanto, entendem que a média a ser utilizada para efeito de cálculo das férias deverá computar o total de horas extras laboradas, inclusive as horas resultantes dos reflexos de férias. Assim, a média de horas extras para integração em férias a partir do segundo período aquisitivo pode ser apurada de duas maneiras: uma, considerando-se a totalidade das horas extraordinárias do período aquisitivo, incluída a média das férias do período anterior, com utilização do divisor 12; outra, apurando-se somente as horas efetivamente prestadas no período aquisitivo, com utilização do divisor 11, ou seja, desconsiderando totalmente o mês de gozo das férias tanto no divisor como no dividendo. Exercício: Um funcionário que ganha R$ 2.000,00 por mês e fez uma média de 10 horas extras a 50% e 5 horas extras 100% por mês, calcule o salário bruto referente ás férias sem INSS e IRRF. Salário hora→ 2000/220=R$ 9,09 Hora Extra 50% → 10 x 9,09 x 1,5 = R$ 92,40 Hora Extra 100% → 05 x 9,09 x 2,0 = R$ 90,90 Salário + HE 50% + HE 100% → 2000+92,40+90,90 = 2.183,30 Soma-se ao valor a proporção de 1/3 →2.183,30+(2.183,30 ÷ 3)→ 2.183,30 + 727,76 = R$ 2.911,06 Se o exercício pedir o restante dos cálculos, seguiríamos o mesmo processo para o cálculo de salário mensal a partir deste valor em bruto. Como calcular férias com Adicional Noturno Para calcular as férias de um empregado que recebe adicional noturno, devemos somar todas horas noturnas trabalhadas dentro do período aquisitivo; dividi-las por doze meses; somar esse resultado (que é uma média mensal de horas noturnas trabalhadas no ano) ao valor do salário no mês de concessão de férias; e calcular o valor total a ser recebido utilizando esse valor para obter o adicional de 1/3. Por exemplo: um funcionário que recebe R$ 2.000,00 de salário, cumpre jornada de trabalho regular de 220 horas mensais, trabalhou 1000 horas noturnas dentro de seu período aquisitivo e cuja categoria profissional admite adicional noturno de 20%. 1) Calculamos o valor de sua hora trabalhada regular dividindo R$ 2.000,00 por 220 horas, obtendo R$ 9,09. 2) Multiplicamos R$ 9,09 por 20% e descobrimos que o valor da hora noturna trabalhada equivale a R$ 1,82. 3) Precisamos, então, descobrir a média de horas noturnas trabalhadas por mês. Para tal, dividimos as 1000 horas noturnas trabalhadas dentro do período aquisitivo por 12 meses, e chegamos a uma média de 83,3 horas. 4) Agora, multiplicamos 83,3 horas por R$ 1,82 e obtemos R$ 151,60. 5) Somamos R$ 151,6 e R$ 2.000,00 e dividimos o resultado por 3 para chegar ao adicional de 1/3, que nesse caso vale R$ 717,20. 6) Somamos R$ 151,6 e R$ 2.000,00 ao adicional de 1/3 e concluímos que o total a ser recebido de férias pelo colaborador é R$ 2.868,80. Exercício: Calcular as férias de um funcionário que percebe R$ 3.500,00 por mês e fez 300 horas extras a 50% durante o ano e trabalhou 700 horas com adicional noturno de 20% durante o ano. Salário R$ 3500,00 → salário hora → 3500/220 →R$ 15,91 300 hora extra ÷ 12 meses = 25 → 25 x 15,91 x 1,5 = R$ 596,62 700 horas adicional noturno ÷ 12 meses = 58,33 → 58,33 x 15,91 x 0,2 = R$ 185,60 salário + hora extra 50% + adicional noturno = 3.500 + 596,62 + 185,60 = R$ 4.282,22. Salário total + 1/3 do salário (+30%)→ 4.282,22 x 1,3= R$ 5.566,88 Se o exercício pedir o restante dos cálculos, seguiríamos o mesmo processo para o cálculo de salário mensal a partir deste valor em bruto.
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