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Prática Simulada IV (Semana 02)

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AO JUÍZO DE DIREITO DA ... VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA ... 
(10 LINHAS)
ANTONIA MOREIRA SOARES, portuguesa, casada, médica, portadora da identidade nº..., inscrita no CPF sob o nº …, domiciliada e residente a …, com endereço eletrônico …, vem por seu advogado, com endereço profissional na …, bairro ..., cidade..., estado..., que indica para os fins do artigo 106, inciso I do CPC, com fundamento no artigo 305 e seguintes do CPC, propor
AÇÃO DE DIVÓRCIO COM PEDIDO DE TUTELA CAUTELAR
pelo rito comum em face de PEDRO, brasileiro, casado, dentista, portador da identidade nº..., inscrito no CPF sob o nº…, domiciliado e residente a…, endereço eletrônico …, baseado nos motivos e fundamentos a seguir expostos.
I- DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO
A autora possui 65 anos, fazendo jus a prioridade dos trâmites processuais, conforme elenca o art. 1.048 e seguintes do CPC.
II- DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Inicialmente, a autora afirma ser hipossuficiente, não possuindo recursos para arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuÍzo do seu próprio sustento ou o de sua família, assim, requer o deferimento da gratuidade de justiça, na forma do art. 98 e seguintes do CPC.
III- DOS FATOS
A autora é casada há 30 anos com o réu e na constância do matrimônio tiveram 2 (dois) filhos, Joaquim e Maria das Dores, ambos maiores e capazes.
	Constituíram amplo patrimônio juntos, fruto do esforço mútuo do casal.
	Ocorre que a autora descobriu um relacionamento extraconjugal do réu, razão pela qual resolveu divorciar- se deste.
	O réu, de maneira ardil planeja doar sem motivo justificável e aceitável, para sua irmã Isabel Soares, seus dois automóveis, um da marca Toyota, modelo SW4 e Corolla, que inclusive passou a realizar diversos saques em uma das contas conjuntas do casal.
	A autora por sua vez, ao ouvir uma conversa entre o réu e sua irmã Isabel, comprovou juntamente ao Banco ao qual possuem conta os referidos saques do réu.
IV- DO DIREITO
Insta observar que ambos assumiram a condição de consortes e sendo os mesmos responsáveis pelos encargos da família, a luz do artigo 1565 do código civil:
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família.
	O caso trata de um divórcio litigioso com fundamento no art. 1572 do CC, em que a autora não deseja mais a sociedade conjugal, tendo em vista que sua vida em comum com o réu ter se tornado insuportável, não restando alternativa se não o pedido de divórcio.
Art. 1.572. Qualquer dos cônjuges poderá propor a ação de separação judicial, imputando ao outro qualquer ato que importe grave violação dos deveres do casamento e torne insuportável a vida em comum.
Visto o grande reconhecimento da requerente em seu campo profissional, no tocante a sua apresentação como Antônia Moreira Soares, então conforme artigo 1.578, I e § 2º, opta em manter o nome de casada após a decretação do divórcio, visto que, essa alteração de nome acarretaria prejuízos a sua identificação.
Art. 1.578. O cônjuge declarado culpado na ação de separação judicial perde o direito de usar o sobrenome do outro, desde que expressamente requerido pelo cônjuge inocente e se a alteração não acarretar:
I - evidente prejuízo para a sua identificação;
§ 2o Nos demais casos caberá a opção pela conservação do nome de casado.
V- DA PARTILHA DE BENS
	A requerente é meeira dos bens adquiridos ao longo dos anos da relação conjugal, portanto pleiteia nesta ação judicial além do divórcio a devida divisão de todos os bens em 50 % para cada cônjuge, tendo em vista o artigo 1.658 do diploma civil brasileiro. 
Diante do ocorrido a Autora quer que haja a dissolução da sociedade conjugal conforme dispõe a lei nº 6.515/77 em seu artigo 2º, IV e Parágrafo único, e artigo 24, in verbis:
Art 2º - A Sociedade Conjugal termina:
IV - pelo divórcio.
Parágrafo único - O casamento válido somente se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio.
Art 24 - O divórcio põe termo ao casamento e aos efeitos civis do matrimônio religioso.
VI- DA TUTELA DE URGÊNCIA
Verifica-se claramente neste caso, o intuito do requerido em prejudicar a requerente, no tocante a tentativa das doações de dois veículos, para sua irmã Isabel Soares, bem como inúmeros saques (fumus boni iuris) sem o devido consentimento da requerente na conta bancária conjunta, que ambos ainda mantêm.
Excelência resta evidente tal medida, da concessão da tutela de urgência de natureza cautelar, para uma futura garantia útil do presente processo, pois o perigo de dano (periculum in mora) é de saltar aos olhos.
	Neste sentido a jurisprudência se manifesta positivamente quanto ao perigo de dilapidação do patrimônio do casal.
MEDIDA CAUTELAR DE SEQUESTRO. PERDA
DE OBJETO INEXISTENTE. RISCO DE
DILAPIDAÇÃO DO PATRIMÔNIO.
PROCEDÊNCIA. - O julgamento da ação de divórcio
c/c partilha de bens não implica a perda do objeto da medida cautelar de sequestro de bens, que visa a resguardar os direitos da parte e o cumprimento da sentença proferida na ação principal. - Demonstrado o perigo de dilapidação do patrimônio do casal, deve ser mantido o sequestro dos bens até que se efetive o registro da partilha procedida nos autos da ação divórcio.
(TJ-MG - AC: 10024097300271001 MG , Relator:
Alyrio Ramos, Data de Julgamento: 22/05/2014,
Câmaras Cíveis / 8ª CÂMARA CÍVEL, Data de
Publicação: 02/06/2014)
Para o ilustre doutrinador GRECO FILHO, Vicente, o arresto:
“é a apreensão cautelar de bens com finalidade de garantir uma futura execução por quantia certa”. (GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro – Volume 3. 20ª. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2009).
Diante de tais fatos, não restou a autora para ter seus direitos garantidos, senão se socorrer do poder judiciário, requerendo a tutela de urgência para registro de protesto contra a alienação dos bens.
	 
VII- DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO
A parte autora, nos termos do art. 319, VII, manifesta desde já o seu interesse em participar de audiência de mediação ou de conciliação, a ser designada por este respeitável juízo.
	
VIII- DOS PEDIDOS
Diante do exposto requer: 
A) Deferimento da prioridade de tramitação;
B) Deferimento da gratuidade de justiça; 
C) Intimação do réu para audiência de mediação; 
D) Citação do réu para integrar o polo passivo da presente demanda;
E) Seja julgado procedente com a decretação do divórcio do casal com a partilha dos bens;
F) Condenação do réu nas custas e honorários advocatícios;
G) Deferimento da tutela.
IX- DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude do art. 369 do CPC, em especial prova documental, pericial, testemunhal e depoimento pessoal do réu.
X- DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$... (VALOR DO PATRIMÔNIO).
Termos em que,
Pede deferimento.
Duque de Caxias, XX de XXX de XXXX.
Advogado
OAB/RJ: XXXXXX

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