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Livro_Psicologia_da_Educacao_v2

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Psicologia da
Educação
1ª edição
2017
Psicologia da
Educação
3
Palavras do professor
Caro aluno(a)! Seja bem-vindo!
É com grande entusiasmo que iniciamos os estudos em Psicologia da 
Educação, uma disciplina que o ajudará a compreender as raízes da psi-
cologia, seu desenvolvimento como uma ciência no final do século XIX e 
as principais teorias psicológicas do século XX.
A Psicologia da Educação visa colaborar para a reflexão sobre as práticas 
educativas escolares. Para isto, estudaremos as teorias psicológicas con-
temporâneas aplicadas à educação. 
Abordaremos também os aspectos afetivos e sociais da família contem-
porânea e suas relações com a aprendizagem, com enfoque nas questões 
relacionadas à adolescência.
Os crescentes desafios da sociedade atual exigem que os profissionais 
ligados à educação conheçam os processos do desenvolvimento humano 
e entendam a natureza da aprendizagem significativa. A formação dos 
futuros profissionais envolvidos com a educação deve englobar a capa-
citação de habilidades abrangentes para atuar em diferentes contextos, 
com a postura de agentes de transformação social.
Desejamos, portanto, que esta disciplina contribua para a sua formação 
crítico-reflexiva, ajudando-o a construir as competências necessárias 
para atuar em benefício da melhoria da qualidade de ensino em nosso 
país. 
Bons estudos!
1
4
Unidade 1
Psicologia da Educação
Para iniciar seus estudos
Esta unidade apresentará a você as origens da psicologia e como ela se 
desenvolveu até ser considerada ramo das ciências humanas. Através do 
estudo desta disciplina, você compreenderá as raízes das principais teo-
rias psicológicas, como elas chegaram ao Brasil e a atuação da psicologia 
educacional hoje em nosso país..
Objetivos de Aprendizagem
Apresentar a emergência da psicologia enquanto ciência e seu contexto 
histórico, social e cultural; a psicologia da educação na contemporanei-
dade.
• Psicologia: uma área da ciência
• Psicologia e História
 » Os gregos
 » Império Romano 
 » Renascimento
• Século XIX: a origem da Psicologia Científica
• As principais teorias psicológicas do século XX
 » O Behaviosmo
 » A Gestalt
 » A Psicanálise
• Psicologia da Educação no Brasil
5
Psicologia da educação | Unidade 1 - Psicologia da Educação
1.1 Psicologia uma área da ciência
Atualmente, estamos muito acostumados com o termo psicologia. Sabemos que a psicologia é uma área de 
estudos sobre as pessoas. Sabemos também que existem cursos de psicologia nas universidades e que o psi-
cólogo pode atuar em diversas áreas, tais como: indústrias, hospitais, instituições para pessoas com deficiência, 
ONGs, clínicas e também escolas.
Temos uma noção sobre o trabalho da psicologia através da mídia, dos jornais e revistas e também em nosso dia-
-a-dia, por já ter sido atendido por esse profissional ao longo das nossas vidas.
As pessoas em geral têm algum tipo de conhecimento que, por vezes, denominamos “psicológico”, ou seja, em 
alguns momentos quando nos deparamos com certas situações dizemos “ah isto é psicológico”, querendo dizer 
que não é racional, mas algo relacionado à mente, com o sentimento de determinada pessoa.
Entretanto, nós estudantes e profissionais da área da saúde, educação ou qualquer outra área de conhecimento, 
precisamos ter cuidado com a psicologia do senso comum.
Bock (2009), afirma que o senso comum é um jeito, uma forma de pensar da maioria das pessoas. Não é pautado 
em nenhum estudo ou pesquisa que possa levar à comprovação de fatos.
O que discutiremos nessa disciplina será a psicologia científica. A autora Ana Bock (2009) nos apresenta a psi-
cologia como uma área da ciência. Ela nos explica que a ciência afasta-se da realidade para fazê-la objeto de 
investigação, o que permite a construção do conhecimento científico sobre o real. 
Mas, antes de prosseguirmos com os estudos em psicologia, você sabe definir o que é ciência? 
A ciência compõe-se de um conjunto de conhecimentos sobre determinado assunto. Estes conhecimentos 
devem ser adquiridos de forma objetiva a respeito de um objeto específico. A linguagem para descrever um 
objeto de estudo deve ser precisa e rigorosa, utilizando-se de métodos e técnicas específicas. Dessa forma, acu-
mula-se conhecimento sobre o objeto de estudo, sendo possível observar, testar, negar e reafirmar, fazer novas 
descobertas, transmitir o conhecimento e fazer progressos. 
A psicologia, como uma área das ciências humanas, tem como objeto de estudo o homem. Entretanto, por ser o 
homem muito complexo, existem grandes dificuldades em definir-se este objeto de estudo. 
Bock (2009) afirma que há dois motivos que dificultam chegarmos a uma clara definição do objeto de estudo da 
psicologia:
a psicologia é uma área do conhecimento muito recente, constituiu-se no final do século XIX;
o próprio pesquisador, por ser homem, está inserido na categoria a ser estudada. Cada pessoa tem uma concep-
ção (ponto de vista) a respeito do homem e isto pode influenciar a pesquisa.
A ciência difere-se do senso comum. O senso comum é o conhecimento acumulado no 
nosso cotidiano. A ciência verifica objetivamente seu objeto de estudo utilizando métodos e 
técnicas específicas. 
6
Psicologia da educação | Unidade 1 - Psicologia da Educação
Há uma diversidade de objetos de estudo da psicologia, pois há várias concepções de homem, assim como vários 
fenômenos psicológicos que não podem ser observados da mesma forma. Isto quer dizer que a psicologia estuda 
diferentes aspectos do homem: o comportamento, os sentimentos, os aspectos conscientes e inconscientes, os 
processos cognitivos, entre outros.
Mas, um dos aspectos em comum a vários estudiosos e pesquisadores desta área está o estudo da subjetividade. 
Para tentarmos compreender o que é subjetividade, podemos imaginar como sendo o nosso mundo interior, 
nosso jeito de ser, nossas vivências particulares, tudo aquilo que somos é chamado de subjetividade. 
Bock (2009, p. 23) define subjetividade como:
[...] a síntese singular e individual que cada um de nós vai constituindo, conforme nos desenvolvemos e viven-
ciando as experiências da vida social e cultural; é uma síntese que nos identifica, de um lado, por ser única, e nos 
iguala, de outro lado, na medida em que os elementos que a constituem são experienciados no campo comum 
da objetividade social. Esta síntese — a subjetividade — é o mundo de ideias, significados e emoções construído 
internamente pelo sujeito a partir de suas relações sociais, de suas vivências e de sua constituição biológica; é, 
também, fonte de suas manifestações afetivas e comportamentais. 
Assim, podemos entender que há o mundo subjetivo e o mundo objetivo. O mundo subjetivo constitui-se de 
nossos pensamentos, nossa aprendizagem, nossas experiências, nossa cultura. Ao contrário, o mundo objetivo é 
aquele no qual concretamente vivemos, é tudo o que está fora do homem, engloba todas as coisas que podemos 
ver e tocar. 
1.2 Psicologia e História
Para melhor compreendermos como os estudiosos chegaram à ideia de subjetividade, precisamos resgatar a his-
tória da evolução do pensamento até chegarmos às origens da psicologia. Você sabia que a origem da psicologia 
está na filosofia? 
Bock (2009) nos apresenta uma síntese de como a psicologia teve sua origem há mais de dois mil anos, no perí-
odo anterior cristão cristianismo, entre os filósofos na Grécia.
1.2.1 Os gregos e a psicologia
De acordo com Bock (2009), no período de 700 a.C., os gregos eram o povo mais evoluído e já haviam construído 
as primeiras cidades-estados (pólis). Houve desenvolvimento nas áreas de agricultura, arquitetura, geometria, 
física e nas teorias políticas. 
Na sua opinião, quais são os elementos que influenciam na formação da subjetividade das 
pessoas? Esses elementos são mais de natureza interna ou externa ao indivíduo? 
7
Psicologia da educação | Unidade 1 - Psicologia da Educação
Bock (2009) afirma que Sócrates (469-399 a. C.) preocupava-se com arazão, que é a primeira característica 
humana, a que faz com que o homem se diferencie dos animais por conseguir sobrepor-se aos seus instintos. 
Figura 1.1 – Sócrates.
Legenda: A imagem ilustra um busto de mármore representando a face de Sócrates.
Fonte: <www.123rf.com>. – ID imagem: 21293745.
O filósofo Platão (427-327 a.C.) foi discípulo de Sócrates.Segundo Bock (2009), ele considerava a alma separada 
do corpo e definiu a cabeça como o lugar da razão. A medula seria a ligação entre corpo e alma. 
Figura 1.2 – Platão.
Legenda: A imagem ilustra uma imagem de Platão.
Fonte: <www.123rf.com> - ID da imagem: 39662572. 
8
Psicologia da educação | Unidade 1 - Psicologia da Educação
Bock (2009) explica que os filósofos Aristóteles e Platão dedicavam-se a compreender o homem e sua interiori-
dade. É entre os gregos que surgem os termos psyché (alma) e logos (razão), sendo essa a etimologia da palavra 
psicologia: “estudo da alma”. 
Aristóteles, discípulo de Platão, foi um dos mais importantes pensadores da história da filosofia. Para ele, alma e 
corpo não podem ser dissociados. Ele estudou as diferenças entre a razão, as sensações e a percepção. Seu livro 
Da anima pode ser considerado o primeiro tratado de psicologia, segundo Bock (2009). 
Figura 1.3 – Aristóteles.
Legenda: A imagem ilustra uma estátua de mármore de Aristóteles.
Fonte: <www.123rf.com>. - ID da imagem: 26017616
1.2.2 Império Romano
De acordo com Bock (2009), durante o Império Romano, com o aparecimento do cristianismo, por volta de 400 
d.C., a igreja católica exercia poder econômico e político e também monopolizava o saber e o estudo do psi-
quismo. Nesse período, destacaram-se dois grandes filósofos Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino 
(1225-1274). 
Etimologia é o estudo gramatical da origem e da história das palavras, ou seja, trata do sur-
gimento e da evolução das palavras ao longo dos anos. 
9
Psicologia da educação | Unidade 1 - Psicologia da Educação
Bock (2009) explica que Santo Agostinho afirmava haver uma separação entre corpo e alma, mas para ele, a alma 
era uma prova da manifestação divina no homem. A alma era considerada imortal, pois era o que ligava o homem 
a Deus. A igreja passa a se preocupar com o pensamento, pois este derivava da alma. 
Figura 1.4 – Santo Agostinho.
Legenda: A imagem apresenta uma escultura de Santo Agostinho.
Fonte: <www.123rf.com>. - ID da imagem: 29237268.
Segundo Bock (2009) São Tomás de Aquino viveu no período da Revolução Francesa e da Revolução Industrial 
na Inglaterra. No período, houve o aparecimento do protestantismo e a transição para o capitalismo. Tomás de 
Aquino busca compreender a essência e a existência e diz que a busca de perfeição pelo homem seria a busca 
de Deus.
Figura 1.5 – São Tomás de Aquino.
Legenda: A imagem ilustra uma pintura de São Tomás de Aquino.
Fonte: <www.123rf.com>. - ID da imagem: 47981044.
10
Psicologia da educação | Unidade 1 - Psicologia da Educação
1.2.3 A Psicologia no Renascimento
O período do Renascimento ou Renascença foi, segundo Bock (2009), uma época de profundas transformações. 
As ciências fazem grande avanço. Em 1543, Copérnico mostra que o nosso planeta não é o centro do universo. 
Em 1610, Galileu realiza as primeiras experiências da física moderna. O conhecimento científico começa a ser 
construído através do estabelecimento de métodos e regras e não mais relacionado com o divino, como ante-
riormente.
Destaca-se no período, o filósofo René Descartes (1596-1659). Ele afirma que o homem possui uma substância 
material e uma substância pensante, e que o corpo, desprovido do espírito, é apenas uma máquina. 
Figura 1.6 – René Descartes.
Legenda: A imagem apresenta uma foto de René Descartes.
Fonte: <www.123rf.com>. - ID da imagem: 6221998.
Os estudos de René Descartes foram de grande importância para a ciência, pois anteriormente ao seu período 
não havia estudos do corpo humano por este ser considerado sagrado. Através dos estudos com o corpo humano 
morto, ocorrem avanços na anatomia e na fisiologia.
1.3 A origem da psicologia científica
De acordo com Bock (2009), a partir do avanço do capitalismo o homem passou questionar as doutrinas esta-
belecidas pela igreja e a buscar novas maneiras de produzir conhecimento, dando início ao desenvolvimento da 
ciência moderna.
No século XIX, os avanços da ciência foram muitos e isto fez com que o homem passasse a contar com o rigor 
científico para considerar determinadas informações como verdadeiras. Essas transformações socioeconômicas, 
vivenciadas nesse momento histórico, refletem diretamente na estruturação da psicologia científica. 
11
Psicologia da educação | Unidade 1 - Psicologia da Educação
É nesse momento histórico que Darwin desenvolve sua teoria evolucionista. O positivismo é trazido neste perí-
odo por Augusto Comte, que propunha o método da ciência natural, a física, como construção do conhecimento. 
Em meados do século XIX, como afirma com Bock (2009), os progressos nas teorias sobre o sistema nervoso cen-
tral mostraram que os pensam.entos, as percepções e os sentimentos são produtos do cérebro. E, também nesse 
período que a neurologia descobre que a doença mental é consequência da ação direta ou indireta de diversos 
fatores sobre as células cerebrais. 
É importante ressaltar os estudos de Wilhelm Wundt (1823-1926) neste período. Ele desenvolveu a um método 
chamado introspeccionismo para explorar a mente ou a consciência da pessoa.
Wundt é considerado o pai da psicologia moderna, pois ele criou na Universidade de Leipzig, na Alemanha, o pri-
meiro laboratório para realizar experimentos na área de psicofisiologia. O sonho de Wundt era estabelecer uma 
identidade própria para a psicologia, estudando os processos elementares da consciência (experiência imediata), 
tais como: pensamentos, emoções, atenção, e intenções. 
Figura 1.7 – Wilhelm Wundt.
Legenda: A imagem apresenta um desenho de Wilhelm Wundt.
Fonte: <www.123rf.com>. - ID da imagem: 11305732. 
Considera-se, portanto, que a psicologia nasceu na Alemanha, mas foi nos Estados Unidos que ela cresceu mais 
rapidamente. Surgem, então, as primeiras abordagens ou escolas psicológicas. São elas: o funcionalismo, o 
estruturalismo, e o associacionismo, conforme explicado por Bock (2009):
Positivismo é um conceito que foi criado no século XIX, e englobava diferentes visões filosó-
ficas e científicas. A característica principal do positivismo é a de considerar que o conheci-
mento só é verdadeiro se for observado e comprovado cientificamente. 
12
Psicologia da educação | Unidade 1 - Psicologia da Educação
funcionalismo: tem como seu principal pensador W. James (1842-1910). Essa abordagem tinha como objetivo 
compreender o funcionamento da consciência e de que maneira o homem a usa para adaptar-se ao meio; 
 estruturalismo: Edward Titchner (1867-1927) foi o principal pensador dessa abordagem que se preocupa tam-
bém com a consciência, mas estuda, principalmente, as características estruturais como o sistema nervoso cen-
tral; 
associacionismo: teve Edward L. Thorndike (1874-1949) como o responsável por formular a primeira teoria de 
aprendizagem na psicologia. Ele desenvolveu a concepção da associação de ideias. Segundo ele, para aprender 
é preciso associar ideias simples sobre determinado conteúdo para compreender as mais complexas. Thorndike 
formulou também a lei do efeito, que foi a base para a psicologia comportamentalista. 
As principais teorias da psicologia no século XX
Segundo Bock, as três mais importantes escolas psicológicas do século XX são: o behaviorismo, a gestalt e a psi-
canálise. Vamos apresentar brevemente nesta unidade cada uma destas linhas teóricas.
1.4.1 O behaviorismo
O behaviorismo definiu o fator psicológico a partir da noção de comportamento (behavior). Esta teoria foi desen-
volvida por John B. Watson (1878-1958) nos Estados Unidos. A visão que Watson tinha da psicologia, conhecida 
como behaviorismo, baseava-se nos trabalhos dofisiologista russo Ivan Pavlov, por sua pesquisa sobre condicio-
namento clássico feita com cães. 
Um dos grandes defensores do behaviorismo foi B.F. Skinner (1904-1990). Ele propôs o behaviorismo radical - 
esta abordagem tinha como objeto de estudo o comportamento que é algo mensurável. Bock (2009) afirma que 
tal característica foi muito importante para que a psicologia alcançasse o status de ciência e rompesse definiti-
vamente com a tradição filosófica.
Enquanto o behaviorismo expandia-se na América, havia outro movimento psicológico crescendo na Alemanha, 
a psicologia da gestalt. 
1.4.2 A gestalt
A gestalt, também conhecida como teoria da forma, surgiu na Europa, como uma negação da fragmentação das 
ações e processos humanos, no qual foi realizada pelas tendências da psicologia científica do século XIX. A gestalt 
percebia a necessidade de se compreender o homem como uma totalidade. 
Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1941), criaram a gestalt base-
ados nos estudos psicofísicos que relacionaram à forma e à percepção. A gestalt criticava o behaviorismo, pois 
afirmava que a maneira como o indivíduo percebe os estímulos é importante para a compreensão do comporta-
mento humano e não pode ser desconsiderada.
13
Psicologia da educação | Unidade 1 - Psicologia da Educação
Figura 1.8 – Processos do cérebro humano.
Legenda: A imagem ilustra o desenho de diversas pessoas com os diferentes processos do cérebro humano.
Fonte: <www.123rf.com>. - ID da imagem: 46176789. 
1.4.3 A psicanálise
A psicanálise foi desenvolvida por Freud, na Áustria, a partir da prática médica. O médico vienense se especializou 
no tratamento de problemas do sistema nervoso e, em particular, de desordens neuróticas. 
O nome e as ideias de Sigmund Freud são tão comuns para as pessoas, que a psicologia é, às vezes, identificada 
com a teoria psicanalítica, denominação comum para as ideias freudianas a respeito da personalidade. Freud 
destaca o inconsciente como objeto de estudo da psicanálise.
Figura 1.9 – Sigmund Freud.
Legenda: A imagem apresenta uma foto de Sigmund Freud.
Fonte: <www.123rf.com>. - ID da imagem: 49414058.
14
Psicologia da educação | Unidade 1 - Psicologia da Educação
As teorias psicológicas têm constituído fundamento científico da psicologia educacional, conforme afirma Gou-
lart (2013). Algumas dessas teorias, devido à uma maior relação com a área educacional, foram mais facilmente 
compreendidas e passaram a constituir formas de abordagem dos problemas psicológicos ligados à educação.
No decorrer dessa disciplina, você poderá complementar seu estudo sobre o tema conhecendo outros teóricos 
que contribuíram com a educação. Mas antes de estudarmos com mais detalhes as teorias psicológicas aplicadas 
a ela, você irá saber como a psicologia da educação chegou e se estabeleceu no Brasil.
1.5 Psicologia da educação no Brasil
A história da psicologia da educação ainda é muito recente em nosso país. Goulart (2013) explica que a disciplina 
psicologia da educação começou a ter destaque em meados da década de 1920, quando houve a implantação 
da Escola Nova em alguns estados do nosso país.
Essa época foi marcada pela criação do capitalismo e pelo desenvolvimento industrial o que causou muitas 
mudanças nas relações sociais e na maneira de viver das pessoas. A busca pelo preparo da mão de obra para 
atender às indústrias fez com que houvesse o crescimento do ingresso das crianças na escola. 
De acordo com Goulart (2013), a psicologia da educação, na sua fase de implantação, integrou os currículos 
das escolas normais, e foi a base “científica” do novo modelo de ensino primário. Segundo a autora, “o objetivo 
da psicologia da educação era formar o professor capaz de conhecer a personalidade da criança e orientar sua 
aprendizagem” (2013, p. 179).
O Brasil recebeu nesta época, nas décadas de 1930 e 1940, a influência da psicologia europeia, quando a psi-
cometria se desenvolveu a partir dos laboratórios de psicologia experimental. Goulart (2013) explica que houve 
abuso na utilização dos testes, pois eles se prestavam à divisão normal-anormal. Para ela, “este uso abusivo dos 
testes tornava a psicologia uma ciência capaz de explicar as diferenças individuais de aptidão, camuflando as 
desigualdades sociais ao apresenta-las como dificuldades psicológicas” (2013, p.180).
Convido você a ler o exercício proposto no Fórum Desafio para iniciar suas reflexões acerca 
das teorias psicológicas. 
Escola Nova é um movimento que surgiu no fim do século XIX. Propunha a renovação do 
ensino, opondo-se ao modelo tradicional que considerava a criança como um ser passivo. 
Este movimento lutava também pela universalização e democratização do ensino. No Brasil, 
destacam-se Anísio Teixeira, Lourenço Filho e Fernando de Azevedo como os principais inte-
grantes deste movimento. 
15
Psicologia da educação | Unidade 1 - Psicologia da Educação
 O Brasil foi influenciado também por Jean Piaget por meio de professores que iam fazer cursos de especialização 
na Europa. As ideias de Piaget eram contrárias ao método de testes. 
Segundo Goulart (2013) para Piaget, o desenvolvimento cognitivo é um processo de sucessivas mudanças das 
estruturas mentais. Isso significa que o indivíduo constrói e reconstrói continuamente as estruturas que o tornam 
cada vez mais capaz ao equilíbrio, consequentemente, ampliando suas possibilidades de aprendizagem. 
Entretanto, a maneira como o construtivismo era utilizado no Brasil não era da forma adequada, reforçando 
ainda mais os erros das crianças e separando-as que aprendiam de forma “adequada” das que estavam aquém 
do seu estágio de aprendizado.
O movimento de implementação da Escola Nova durou de 1925 a 1950, conforme as explicações de Goulart 
(2013). Entretanto, a ditatura ocorreu entre 1930 a 1945, e no período não houve reflexão sobre o processo de 
aprendizagem, relacionando-o às relações sociais, fazendo da educação um instrumento de consolidação e legi-
timação dos ideais da classe dominante.
Após 15 anos de ditadura, com o retorno da democracia, o Brasil teve a educação gratuita garantida para todos. 
Houve nesse período, o envio de professores à América do Norte para aperfeiçoamento, por meio de acordos 
entre os governos brasileiro e americano. Goulart (2013) explica que a psicologia da educação tem novo impulso 
com estas significativas mudanças que aconteceram no contexto escolar, que são:
a criação de órgãos especializados no Brasil, para desenvolver as ideias da psicometria (muito utilizada nos Esta-
dos Unidos durante a Segunda Guerra Mundial e que as usou amplamente na área da educação;
chegam ao país as primeiras publicações de Carl Rogers, psicólogo americano que desenvolveu a abordagem 
centrada na pessoa;
a psicologia funcionalista de John Dewey traz para a sala de aula a preocupação com o desenvolvimento do racio-
cínio da criança, a avaliação, as estratégias de ensino ativo, ou seja, que preparavam para a vida; 
chega ao Brasil o experimentalismo por meio dos textos de Skinner.
Figura 1.10 – Diferentes linhas teóricas da psicologia chegam ao Brasil.
Legenda: A imagem apresenta símbolos que representam as diferentes linhas teóricas da psicologia.
Fonte: <www.123rf.com>. - ID da imagem: 47305406.
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Psicologia da educação | Unidade 1 - Psicologia da Educação
Por volta de 1960, tem início os cursos de orientação educacional e a criação dos cursos de formação de psicó-
logos. E, segundo, Goulart (2013, p. 187): 
Pode-se dizer que em nosso país não foi a psicologia aplicada que derivou da psicologia, mas foi a própria psico-
logia, enquanto ciência e profissão, que derivou da psicologia da educação. Foi, portanto, entre os especialistas 
(professores de) em psicologia educacional que se buscou inspiração para os dois novos cursos. 
 Segundo Goulart, há duas tendências que mais influenciaram os cursos de psicologia da educação no período: o 
comportamentismo americano e o estudo da dinâmica degrupos e das relações humanas dentro das empresas. 
O comportamentismo americano, segundo Goulart (2013, p. 189):
[...]dava abertura à tecnologia educacional, que buscava racionalizar o ensino através da definição operacional de 
objetivos, da escolha de estratégias de ensino mais eficazes, da avaliação objetiva. A adoção das ideias de Skin-
ner para fundamentar este modelo se justifica pela manipulação do comportamento proposta pela teoria, neste 
momento desejável pela classe que estava no poder. 
Goulart (2013, p. 189) explica a respeito do estudo da dinâmica de grupos e das relações humanas dentro das 
empresas.
A outra tendência também visava à racionalização e foi tomada de empréstimo à área da administração; trata-
-se do estudo da dinâmica de grupo e das relações humanas. Iniciada no âmbito das empresas, a tendência 
foi incorporada à psicologia da educação, passando a constituir instrumento de análise das relações no grupo/
classe. Provavelmente, a análise da interação no interior da escola levava o psicólogo a concentrar sua atenção 
nas pessoas e nas relações intramuros, desapercebendo-se dos processos sociais que têm lugar na estrutura 
social mais ampla e que são reproduzidos no interior da escola. 
Durante muito tempo, a atuação do psicólogo escolar parecia restringir-se somente à utilização de testes para 
medir a capacidade dos alunos, separando os que conseguiriam atingir os níveis de aprendizagem esperados dos 
que não conseguiriam.
Segundo Goulart (2013), na década de 1980, houve um redespertar do interesse pela teoria de Piaget, como uma 
influência dos Estados Unidos que estavam utilizando a teoria há dez anos. 
Na mesma época, a psicanálise deixou de ser vista apenas como uma forma de psicoterapia e passou a ser enca-
rada como referencial para reflexão sobre diversos problemas, inclusive sobre educação. Passou-se a considerar 
que a criança pudesse ter problemas emocionais surgidos do interior de sua família e não apenas problemas 
cognitivos que interferiam na sua aprendizagem.
Entretanto, houve no contexto escolar a legitimação de preceitos clínicos, com a utilização de práticas individua-
lizantes que centravam os problemas educacionais somente nos alunos ou em suas famílias.
Goulart (2013), afirma que os trabalhos do soviético Lev Vygotsky passam também, na década de 1980 a serem 
divulgados. Sua teoria fica conhecida como psicologia sócio-histórica e sua premissa é a de que os fenômenos 
psicológicos têm caráter social. O desenvolvimento humano, segundo Vygotsky, não é um mero acúmulo, mas é 
transformado em função dos contextos culturais e históricos nos quais vivemos.
Tanamachi (2000) aponta que trabalho do psicólogo educacional ampliou-se somente a partir da década de 
1990, o que propiciou reflexões mais críticas a respeito da formação e atuação desse profissional. 
As áreas psicologia e educação passaram a tentar compreender o desenvolvimento humano, ultrapassando as 
ideias reducionistas das dificuldades de aprendizagem e comportamento, e ampliando o diálogo para ambientes 
além da escola como, por exemplo, espaços comunitários, núcleos e associações. 
17
Psicologia da educação | Unidade 1 - Psicologia da Educação
Dessa forma, percebe-se que a psicologia da educação pode contribuir para a promoção da aprendizagem e do 
desenvolvimento das crianças de forma integral, dialogando com todos os envolvidos no contexto educacional. 
Na visão de Gatti (2010, [s.n]): 
[..] o psicólogo da educação deve receber uma formação que o habilite a atuar na sociedade em transformação, 
com olhar amplo, capaz de abarcar a complexidade do real, podendo analisar as constantes inovações com as 
quais se defronta e buscando soluções, inclusive institucionais, que exigem amplo leque de cooperação. Para 
isso, terá que desenvolver esquemas conceituais mais abrangentes, social e historicamente, ao mesmo tempo 
em que desenvolve habilidades sociais, de interação e cooperação com o outro. Está colocado em aberto um 
grande desafio tanto para a pesquisa em Psicologia da Educação, como para a formação do psicólogo que atuará 
nessa área como profissional. 
Qual é, então, o futuro da psicologia da educação? 
Há muitas possibilidades de atuação da psicologia educacional em diversos ambientes, de diferentes formas, 
como por exemplo, na formação docente, apoio aos professores e educadores no âmbito escolar, promoção de 
políticas públicas relacionadas à educação, intervenções psicopedagógicas, programas de apoio à família e à 
comunidade, entre muitos outros.
A psicologia da educação pode ajudar na criação de condições para que os professores e profissionais da educa-
ção compreendam e estejam atentos aos fatores que influenciam no desenvolvimento acadêmico e psicossocial 
de seus alunos, tornando-os protagonistas do seu próprio do seu próprio processo de aprendizagem.
Espera-se, assim, que a psicologia da educação consiga integrar as práticas psicológicas com as práticas peda-
gógicas, conectados às novas tendências e às tecnologias educacionais, dialogando com diferentes áreas do 
conhecimento, para proporcionar crescimento e desenvolvimento a todos os envolvidos no contexto educacio-
nal. 
Para conhecer mais sobre o tema, sugerimos que você assista ao seguinte vídeo: “A psico-
logia educacional e escolar em São Paulo: construção de um novo homem”. O vídeo está 
disponível no seguinte link: <https://www.youtube.com/watch?v=Dar86zYdCnc&t=3s>. 
18
Considerações finais
Nesta unidade, estudamos a história da psicologia desde a antiguidade 
até o nosso momento atual. Na sequência relembramos os principais 
pontos:
psicologia: uma área da ciência – aprendemos que a psicologia diferen-
cia-se do senso comum e que é um ramo das ciências humanas;
psicologia e história – estudamos as origens da psicologia na Grécia Aan-
tiga (com Sócrates, Platão e Aristóteles), o desenvolvimento dela durante 
o Império Romano (com Santo Agostinho e São Tomás de Aquino) e 
Renascimento (com René Descartes);
século XIX: a origem da psicologia científica – aprendemos que o avanço 
da ciência possibilitaram novas formas de produzir conhecimento, sur-
gindo com Wundt a psicologia científica;
as principais teorias psicológicas do século XX – abordamos as teorias 
behaviorsmo, gestalt e psicanálise;
psicologia da educação no Brasil – estudamos a história desde 1920 até 
os dias atuais.
Referências bibliográficas
19
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes 
Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 14. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2009. 
GATTI, Bernadette Angelina. O que é psicologia da educação? Ou, o que 
ela pode vir a ser como área de conhecimento? Psicologia da Educação: 
Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados, São Paulo, n. 5, p.73-90, 
dez. 1997. Artigo de periódico Classificação: Ac.339405.
______. Psicologia da educação: conceitos, sentidos e contribui-
ções. Psicol. educ.,  São Paulo,  n. 31, p. 7-22, ago. 2010.   Disponível em: 
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-69752010000200002&lng=pt&nrm=iso>. Acessos em:  27  maio  2017.
GOULART, Iris Barbosa. Psicologia da educação: fundamentos teóricos: 
aplicações à prática pedagógica. 16. ed. Petrópolis: Vozes, 2010. 
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da história e possibilidades nessa relação. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 
2010, vol. 26 n. especial, pp.131-141.
TANAMACHI, Elenita de Rício.. Mediações teórico-práticas de uma 
visão crítica em psicologia escolar. In: E. R. Tanamachi, M. Proença; M. 
L. Rocha (Orgs.), Psicologia e educação: desafios teórico-práticos (pp. 
73-103). São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.
Psicologia da Educação
1ª edição
2017
Psicologia da Educação
23
2Unidade 2
Linhas teóricas da psicologia
Para iniciar seus estudos
A psicologia, para obter o status como ciência percorreu e ainda percorre 
um caminho. O termo “psicológico” é usado no nosso cotidiano das mais 
variadas formase situações inclusive como gíria em alguns grupos de 
jovens. Se alguns termos técnicos são incorporados ao cotidiano, como 
por exemplo a palavra Ego, a relação das pessoas com a a psicologia ainda 
é dúbia. Fascina e assusta ao mesmo tempo. Encaminhar, por exemplo, 
um aluno para um acompanhamento psicológico parece denotar sem-
pre uma marca negativa sobre o mesmo, um estigma e preconceito que o 
acompanharão e ao longo do ano letivo.Um dos objetivos deste material 
didático e desta disciplina é permitir que você possa melhor compreender 
as diversas linhas teóricas da Psicologia e a sua importância para a edu-
cação e para a sociedade de uma forma geral e assim ajudar a diminuir 
os preconceitos e distorções sobre o que é a Psicologia, seus objetos de 
estudo e suas contribuições para a Ciência e para a sociedade.
Nesta unidade de aprendizagem, vamos abordar de maneira inicial alguns 
teóricos e teorias da Psicologia e sua interface no cotidiano e na educa-
ção. O Behaviorismo, a Análise Comportamental e Gestalt estão presen-
tes na nossa vida de forma muito intensa.
Não é possível entender o presente e o cotidiano sem observar o passado., 
A história do conhecimento humano é um eterno processo que envolve 
aspectos culturais, sociais, políticos. Tenha isto consigo, caro aluno, de 
que a aprendizagem humana e a ciência são processos e, antes de tudo, 
não são retilíneosQuando falamos de psicologia é importante estar 
atento à diversidade de linhas teóricas que integram está importante área 
do conhecimento humano.
24
Objetivos de Aprendizagem
• Apresentar as linhas teóricas da psicologia e sua interface com a 
educação;
• Análise de comportamento;
• Gestalt;
• Teoria cognitivo comportamental;
• Behaviorismo radical.
25
Psicologia da Educação | Unidade 2 - Linhas teóricas da psicologia
2.1 Teorias psicológicas
Começamos nossa discussão, afirmando que não existe uma psicologia, mas sim escolas e teorias psicológicas. 
Assim, no século XIX, existiam correntes e escolas que refletiam o desenvolvimento econômico, social e cultural 
da época, isso não quer dizer que exista definitivamente uma hierarquia entre as mesmas, seria incorreto pensar 
no desenvolvimento científico de forma hierárquica. Porém, podemos considerar como possível uma contextua-
lização delas, neste sentido Boch (2009) destaca:
Essa Psicologia científica, que se constituiu de três escolas — associacionismo, estruturalismo e 
funcionalismo —, foi substituída, no século 20, por novas teorias. As três mais importantes ten-
dências teóricas da Psicologia neste século são consideradas por inúmeros autores como sendo 
o behaviorismo ou teoria (S-R) (do inglês Stimuli-Respond — Estímulo- Resposta), a gestalt e a 
psicanálise. (p. 54 – grifo nosso).
Como podemos observar no texto, a autora usa a palavra tendências para designar as teorias psicológicas de 
maior aceitação e divulgação no século XX. Dessa forma, é importante ficar atento a este caráter não hierárquico, 
pois a forma como o conhecimento humano se desenvolve no contexto social possibilita a sua emergência e, 
assim pode observar toda a beleza que envolve a relação do homem com a ciência e a cultura. Vejamos agora 
algumas das primeiras teorias psicológicas 
• Funcionalismo: W. James (1842-1910) tinha como objetivo compreender o funcionamento da consci-
ência e de que maneira o homem a usa para adaptar-se ao meio. Sobre o funcionalismo é interessante 
compreender que o pragmatismo presente nessa teoria, ou seja, a necessidade de se afastar comple-
tamente de qualquer possibilidade que se coloca em xeque a nascente psicologia e sua relação com os 
métodos científicos e ou as ciências naturais; para o funcionalismo a consciência é observável de forma 
funcional, ou seja, são visíveis o que ele considera como sendo estados de consciência, visíveis nas emo-
ções, no raciocínio, e sua relação com o meio ambiente, cabendo assim de forma pragmática a psicologia 
estudar as suas causas e efeitos.
• Estruturalismo: a teoria de Edward Titchner (1867-1927), Iinicialmente foi , desenvolvidao por Wundt, 
que tevem suas pesquisas aprofundadas por Titchner e procuroua claramente se diferenciar do funcio-
nalismo. Tem na pratica experimental de laboratórios todo o seu desenvolvimento com a consciência, 
mas estuda, principalmente, as características estruturais do sistema nervoso central, onde a consciência 
se localizaria,. Para esta teoria, diferente do funcionalismo, é possível determinar a estrutura mental da 
consciência no sistema nervoso, suas relações e os elementos que as constituem (estruturas). E como 
seria possível determinar as suas relações.? Partindo de experiências complexas para mais simples seria 
possível mensurar, quantificar e identificar a sua atuação na estrutura mental.
 Nesta teoria as causas externas não são avaliadas, existe assim um pressuposto que estas ações partem 
da estrutura do sistema nervoso onde se situa a consciência e os elementos que a compõe e estes sim 
devem ser estudados.. Titchner cria então o método conhecido como Introspeccionismo no qual as pes-
soas são treinadas em laboratórios para descreverem objetivamente as suas experiências subjetivas.
Um dos motivos Associacionismo: foi Edward L. Thorndike (1874-1949) que formulou a primeira teoria 
de aprendizagem na psicologia. Ele desenvolveu a concepção da associação de ideias. Segundo ele, para 
aprender é preciso associar ideias simples sobre determinado conteúdo para compreender ideias mais 
complexas. Thorndike formulou também a lei do efeito que foi a base para a o behaviorismo e demais 
teorias comportamentais da psicologia.
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Psicologia da Educação | Unidade 2 - Linhas teóricas da psicologia
Para melhor compreender sobre o que significa a lei do efeito de Thorndike, Boch (2009, p.53) aponta que:
De acordo com essa lei, todo comportamento de um organismo vivo (um homem, um pombo, um 
rato etc.) tende a se repetir, se nós recompensarmos (efeito) o organismo assim que este emitir o 
comportamento. Por outro lado, o comportamento tenderá a não acontecer, se o organismo for 
castigado (efeito) após sua ocorrência.
Diante do que você estudou até o momento, é possível afirmar que a ciência é neutra como 
pretendido pelo método científico? 
Até o momento em nosso estudo, citamos sobre o comportamento. Mas a que se refere esse termo? Vamos 
estudar na sequência.
2.2 O Comportamento o que é isto? 
Antes de prosseguirmos mais detalhadamente em relação ao comportamento humano e as diversas teorias psi-
cológicas, é importante refletir sobre a constituição da psicologia como ciência. 
Pensando na trajetória da psicologia que você estudou na unidade de ensino Psicologia e Ciêencia, suas relações 
desde a Idade Média, passando pelo Renascimento até a sua formulação como psicologia científica, no século 
XIX, na Alemanha, e seu posterior desenvolvimento nos Estados Unidos da América. 
Aqui é importante ressaltar que o desenvolvimento de toda uma produção científica nos Estados Unidos não se 
dá por acaso, pois é lá que se dá a ascensão do capitalismo.
Neste aspecto, a separação da psicologia da filosofia e seu distanciamento de toda e qualquer metafísica foi o 
grande desafio que movimentou os pesquisadores da época. Não existia espaço para “discutir alma” ou ques-
tões que não pudessem ser comprovadas pelo método cientifico e que são consideradas metafisica. (boch-
BOCH,2009). 
Os objetivos e os métodos de pesquisa precisavam ser bem delimitados, assim como o objeto de seu estudo, a 
consciência, o comportamento humano, no caso da Psicologia deveriam ser possíveis de se comprovar cienti-
ficamente pelos métodos da época que tem no positivismo sua referência (BOCH, 2009). . Dito isso, é impor-
tante que você observe que o desenvolvimento da psicologia científica não significa que exista uma psicologia 
única, o correto contemporaneamente, é considerar que existem diversas teorias psicológicas e/ou psicologias 
que observam o mesmo objeto de estudo de formasdistintas. Quando se pensa em comportamento humano, 
senso comum e ciência eles se entrelaçam, assim termos e expressões como “bom comportamento”, “aluno 
bem-comportado”, “esta pessoa não se comporta de forma adequado ao ambiente” fazem parte do vocabulário 
cotidiano de várias pessoas independente de classe social ou da formação acadêmica. Alguns comportamentos 
humanos são permitidos conforme a época e as sociedades onde eles existam. Ou seja, trata-se de uma mistura 
de hábitos socialmente adquiridos e culturalmente aceitos. (BochOCH,2009)
27
Psicologia da Educação | Unidade 2 - Linhas teóricas da psicologia
Trazendo a escola para nossa discussão, sugiro que pensemos em algumas práticas, que até bem pouco tempo, 
eram comuns nas nossas escolas e no mundo como um todo. Falo aqui do uso do instrumento conhecido como 
palmatória, do uso frequente em alunos considerados indisciplinados. Essa pratica, hoje é considerada como 
sendo uma forma de tortura. A palmatória era uma ação que tinha como objetivo a mudança de um comporta-
mento. Neste caso, a ação estava baseada em uma punição.
Figura 2.1- Comportamento antissocial.
Legenda: A imagem ilustra uma placa com os dizeres (comportamento antisso-
cial) em referência aos comportamentos considerados inadequados.
Fonte: <www.123rf.com>. ID imagem: 13427741
Porém, se pensarmos em outra ação que comumente seja usada para modificar ou fortalecer comportamentos base-
ada em teorias e/ou princípios de teorias psicológicas, está o fato de premiarmos os melhores alunos, estabelecermos 
competições e recompensas, em outras palavras estimulamos o sujeito a um bom comportamento.(Boch,2009)
Esses exemplos cotidianos e históricos foram utilizados para que você refletisse sobre a presença da psicologia 
em nosso cotidiano. 
Vou sugerir a você aluno, agora, um exercício simples que nos permitirá entender melhor sobre os comporta-
mentos humanos. Pense no seu dia a dia, como começa indo desde o momento que acorda até a hora de dormir. 
Pensou? Então, vamos refletir juntos sobre o que são comportamentos. O primeiro comportamento que você 
realizou foi exatamente o ato de pensar, pois sim, pensar é uma ação e um comportamento! Assim como cami-
nhar, andar, beber, correr, brigar, etc. Dentre estes comportamentos que destacamos você pode, em breve refle-
xão, identificar comportamentos observáveis e outros que não são assim muito precisos de identificação, pois 
são orgânicos ou encobertos.(Boch,2009) Estes conceitos serão melhores definidos no desenvolvimento dessa 
unidade de aprendizagem, mas, agora, é necessário que:
 É importante saber que a nós não interessam, como objeto de estudo da psicologia, todos 
os comportamentos humanos, pois alguns são orgânicos, como respirar e para estes existem 
outras áreas do conhecimento, neste caso específico, a fisiologia. 
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Psicologia da Educação | Unidade 2 - Linhas teóricas da psicologia
Feitas estas ressalvas, vamos seguir agora observando as teorias psicológicas que tem no comportamento 
humano seu objeto de estudo.
2.3 Behaviorismo
Agora vamos aprofundar um pouco sobre uma das teorias mais importantes da psicologia presente nas maiores 
universidades no Brasil e mundo afora. O termo behaviorismo tem sua origem na palavra inglesa behaviour que 
significa comportamento.
O termo behaviorismo foi cunhado originalmente pelo americano John B. Watson em um 
artigo que é um clássico da literatura em psicologia intitulado “Psicologia como os behavio-
ristas a veem”. 
E é justamente sobre o comportamento humano que se desdobrará esta teoria. Porém, o behaviorismo faz um 
recorte bem claro do tipo de comportamento humano que deseja pesquisar. Segundo Boch (2009, p. 58) “o 
behaviorismo dedica-se ao estudo das interações entre o indivíduo e o ambiente, entre as ações do indivíduo 
(suas respostas) e o ambiente (as estimulações) ”
Como bem colocou a autora, o foco do behaviorismo observa as relações entre o indivíiduo e o ambiente Porém, 
além de observável, esse comportamento deveria ser r passível de ser mensurado e possível ser reproduzido em 
diferentes situações e espaços e ou ambientes.
Assim, destacamos que o princípio que norteia o behaviorismo é a relação entre o estímulo e a sua consequente 
resposta(comportamental), tanto que essa teoria também é conhecida como Teoria S-R que, etimologicamente, 
deriva dos termos latinos stimulus e responsio.
Existem razões de ordem metodológicas e históricas para a escolha dos termos estímulo e resposta. 
No que se refere à metodologia, ela se baseia no método experimental e analítico. Por este método, o 
objeto de estudo é dividido em unidades e, assim, analisado (estímulo-resposta). Já a questão histó-
rica, deve-se ao uso por parte dos pesquisadores dessa linha de pesquisa dos termos iniciais, garan-
tindo, assim, a sua permanência na contemporaneidade. 
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Psicologia da Educação | Unidade 2 - Linhas teóricas da psicologia
Ainda sobre o behaviorismo e como esta linha teórica da psicologia entende o comportamento, recorremos a 
Boch (2009) que afirma que o:
[...] comportamento, entendido como interação indivíduo-ambiente, é a unidade básica de des-
crição e o ponto de partida para uma ciência do comportamento. O homem começa a ser estu-
dado a partir de sua interação com o ambiente, sendo tomado como produto e produtor dessas 
interações (p. 58).
Dando sequência em nossos estudos sobre o comportamento humano e o behaviorismo, apresentamos a seguir 
um link com os SAIBA MAIS nos quais você poderá acessar o artigo de Watson e a indicação de alguns filmes que 
o ajudarão a observar o assunto de outra forma. Converse com seus colegas, assistam aos filmes e tentem iden-
tificar de que maneira alguns cineastas observam o comportamento humano. 
No link a seguir você poderá ler o artigo “A psicologia como o behaviorista a vê”, de John B. Wat-
son. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
-389X2008000200011>. 
2.3.1 O behaviorismo por B.F. Skinner
Um dos pesquisadores que dá sequência aos estudos de Watson é B.F. Skinner (1904-1990). Este pesquisador 
desenvolveu um conceito conhecido como condicionamento operante e sua teoria é conhecida, também, 
como behaviorismo radical ou análise experimental do comportamento. Esta é, sem dúvida, uma das maio-
res referências intelectuais do século XX, nos campos da educação e da psicologia, sendo as suas pesquisas uma 
das responsáveis pela extinção das punições no ambiente escolar. 
Para melhor entender o que significa condicionamento operante e toda a teoria de Skinner, é necessário, primei-
ramente, aprofundar um pouco mais sobre o comportamento reflexo ou não-voluntário.
2.3.2 Comportamento não-voluntário ou comportamento reflexo
O comportamento não-voluntário ou comportamento reflexo é aquele que decorre, é produzido ou é eliciado. 
Este é o termo técnico usado na literatura científica ao se tratar de comportamento. Podemos usar vários exem-
plos, porém, existe um que é recorrente em diversas literaturas que tratam do gênero e que por ser cotidiano se 
torna fácil de compreender que são as famosas lágrimas de cebola como podemos ver na imagem que se segue.
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Psicologia da Educação | Unidade 2 - Linhas teóricas da psicologia
Figura 2.2 - Mulher enxuga lágrimas.
Legenda: A imagem ilustra uma mulher enxugando lágrimas ao cortar cebolas.
Fonte: <www.123rf.com>. – ID imagem: 51743138
O comportamento do choro da mulher é involuntário, ou seja, ela não deseja chorar pela cebola e nós, ao obser-
varmos esta na feira, não choramos compulsivamente, porém o estímulo especial do ambiente produzido pelo 
odor eliminado no ato de cortá-la desencadeia as lágrimas, assim como as pupilas de dilatam e se contraem sob 
o efeito da luz.
Esses comportamentos observáveis que demonstramos são claramente produzidos pelo ambiente e o estímulo 
(no caso o odor que provoca as lágrimas ou a luz que afeta as pupilas) comprovadamente age e desencadeia uma 
resposta (lágrimas). 
Porém,é possível por meio da associação de estímulos, provocar uma resposta que não estava condicionada pre-
viamente a ele. Ou seja, este, de forma isolada, é considerado um estímulo neutro, mas em conjunto com outro 
desencadeará essa resposta. Vamos tentar compreender com um exemplo, de que maneira isso ocorre.
Ao se colocar uma das mãos numa vasilha com agua gelada essa sofrerá as constrições inerentes à queda de 
temperatura que, também, poderá ser perceptível e mensurada na mão que não está imersa na água. Porém, se 
sincronizarmos e/ou associarmos o imergir da mão com um som de campainha em intervalos de 3 a 4 minutos, 
as reações e ou constrições serão perceptíveis sem a necessidade da imersão da mão na água, sendo eliciadas e 
ou produzidas apenas pelo som da campainha.
Esse comportamento também é considerado reflexo e, sobre esta experiência em si, podemos observar o que 
Boch (2009, p.60) nos esclarece: 
Neste exemplo de condicionamento respondente, a queda da temperatura da mão, eliciada pela 
água fria, é uma resposta incondicionada, enquanto a queda da temperatura, eliciada pelo som, 
é uma resposta condicionada (aprendida): a água é um estímulo incondicionado, e o som, um 
estímulo condicionado. 
A associação desses dois estímulos distintos é o que provoca o condicionamento respondente ou comporta-
mento reflexo.
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Psicologia da Educação | Unidade 2 - Linhas teóricas da psicologia
2.3.3 Comportamento operante 
Os estudos relacionados ao comportamento reflexo são a base inicial das pesquisas de Skinner, porém o que vai 
permitir um maior desenvolvimento do behaviorismo e que concentra os estudos de Skinner é o comportamento 
operante. Ao pensarmos em comportamento operante, podemos pensar em diversas atividades humanas desde 
as realizadas por uma criança ao manusear objetos até as mais complexas promovidas por uma pessoa adulta.
Porém, para que você possa compreender de forma mais clara esse conceito, vamos discutir um experimento 
conhecido como caixa de Skinner e que você pode observar na imagem a seguir. 
Figura 2.3 - Caixa de Skinner.
Legenda: A imagem ilustra o experimento Caixa de Skinner.
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Skinner_box_scheme_01.png?uselang=pt-br>.
Esta ilustração da caixa de Skinner se refere a um experimento no qual um rato é colocado por 24 horas sem ali-
mento ou água dentro de uma caixa. Nela, existe um dispositivo que, ao ser acionado, fornece ao ratinho gotas 
de áagua. Sobre este experimento, Boch (2009, p. 62) assim o define:
Que resposta esperava-se do ratinho? — Que pressionasse a barra. Como isso ocorreu pela pri-
meira vez? — Por acaso. Durante a exploração da caixa, o ratinho pressionou a barra acidental-
mente, o que lhe trouxe, pela primeira vez, uma gotinha de água, que, devido à sede, fora rapida-
mente consumida. Por ter obtido água ao encostar na barra quando sentia sede, constatou-se a 
alta probabilidade de que, estando em situação semelhante, o ratinho a pressionasse novamente.
A partir disso, podemos afirmar que, em relação ao comportamento operante, este é universalmente descrito 
pelo esquema apresentado por Boch (2009, p. 62):
Este comportamento operante pode ser representado da seguinte maneira: R S, em que R é a 
resposta (pressionar a barra) e S (do O ratinho, por acaso, pressiona a barra e recebe a gota d’água. 
Inicia-se o processo de aprendizagem. Inglês stimuli) o estímulo reforçador (a água), que tanto 
interessa ao organismo; a flecha significa “levar a”.
Nesta operação na qual o rato ao tocar a barra recebe um pouco de água que nas leis comportamentais seria o S, 
ou seja, o estímulo reforçador ou reforço.
Uma forma de se pensar o comportamento operante é pensar numa relação bem simples entre sujeito entre a 
ação e o ambiente; ou ainda, como definido por Boch (2009, p. 63) o comportamento operante seria:
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Psicologia da Educação | Unidade 2 - Linhas teóricas da psicologia
[...] o que propicia a aprendizagem dos comportamentos é a ação do organismo sobre o meio e 
o efeito dela resultante — a satisfação de alguma necessidade, ou seja, a aprendizagem está na 
relação entre uma ação e seu efeito. 
Agora que você tem a definição de comportamento operante, vamos às definições de cada um dos componentes e 
conceitos, começando com o reforçamento que é constituído de reforço positivo, reforço negativo, assim definidos:
Chamamos de reforço a toda consequência que, seguindo uma resposta, altera a probabilidade futura 
de ocorrência dessa resposta. O reforço pode ser positivo ou negativo. O reforço positivo é todo 
evento que aumenta a probabilidade futura da resposta que o produz. O reforço negativo é todo 
evento que aumenta a probabilidade futura da resposta que o remove ou atenua. (BOCH, 2009, p. 62).
Como você pôde identificar, no experimento do ratinho na caixa de Skinner, ao tocar a barra, o ratinho recebe a 
água, representando o papel de reforço positivo, porém a mesma caixa é adaptada para prover choques no animal. 
Estes choques somente cessarão ao tocar a barra e tal movimento pode ser considerado como reforço negativo. 
Sobre o efeito e ou ação ser considerado como reforçador, não é possível uma definição da função antecipada-
mente, ou seja, a priori, pois ser ou não um reforçador está relacionado ao efeito da mesma sobre o sujeito que 
a recebe.
Existe, sim, um grupo de reforçadores os quais podem ser considerados como primários, ou seja, que atendem 
quase que de forma universal a alguns grupos considerados como reforços secundários, os quais funcionam de 
forma associada a diversos outros reforços e podem ser considerados como generalizadores. Sobre esses concei-
tos, veja o que fala Boch (2009, p. 64):
Alguns eventos tendem a ser reforçadores para toda uma espécie, como, por exemplo, água, ali-
mento e afeto. Esses são denominados reforços primários. Os reforços secundários, ao con-
trário, são aqueles que adquiriram a função quando pareados temporalmente com os primários. 
Alguns destes reforçadores secundários, quando emparelhados com muitos outros, tornam-se 
reforçadores generalizados, como o dinheiro e a aprovação social. 
Como você já deve estar percebendo, o comportamento operante é relacionado a uma aprendizagem, o que 
você, com certeza, presencia em várias situações cotidianas. Outros aspectos que envolvem os reforçadores 
negativos são a esquiva e a fuga, que apesar de parecerem iguais têm suas diferenças e sutilizas que os caracte-
rizam. Então vamos a eles.
Quando pensamos no verbo esquivar ou fugir, ambos nos remetem a se evadir de uma situação que nos é inco-
moda ou aversiva. Essa situação pode ser de ordem condicionada ou não (ver condicionamento). No cotidiano, 
um exemplo clássico é a nossa relação com os raios e trovões. Ao vermos um raio cair, sabemos de antemão que 
ele desencadeia o fenômeno das trovoadas. Se os trovões me causam aversão ou incômodo, eu levo as mãos aos 
ouvidos para ao tapá-los. Esta é uma ação de esquiva. Cabe aqui também um ditado popular “que gato escal-
dado tem medo de água fria”.
Em relação à esquiva, imagino que seja fácil identificar, porém a sutileza da fuga qual seria? Se por acaso invés de 
levar as mãos aos ouvidos para evitar o incômodo, eu fecho as portas de minha casa com os trovões já ocorrendo 
para diminuir o barulho (interromper uma ação iniciada), isto pode ser considerado fuga. Se ainda ficou com 
alguma dúvida, vamos observar o que Boch (2009, p. 62) nos revela sobre esquiva e fuga:
No caso da esquiva, há um estímulo condicionado que antecede o estímulo incondicionado e me 
possibilita a emissão do comportamento de esquiva. Uma esquiva bem-sucedida impede a ocor-
rência do estímulo incondicionado. No caso da fuga, só há um estímulo aversivo incondicionado 
que, quando apresentado, será evitado pelo comportamento de fuga. Neste segundo caso, não 
se evita o estímulo aversivo, mas se foge dele depois de iniciado.
33
Psicologia da Educação | Unidade 2 - Linhas teóricas da psicologia
Continuando nossa discussãosobre análise comportamental e as leis comportamentais, existem outros fenôme-
nos relacionados à análise e que nos leva a uma breve apresentação, são eles a extinção e a punição.
Figura 2.4 - Aluno punido em escola.
Legenda: A imagem apresenta um professor punindo um aluno em sala de aula.
Fonte: ID da imagem: 14053915.
Sobre a punição, falamos brevemente no início desta unidade, sobre as punições nos ambientes escolares e a 
importância da análise comportamental e dos behavioristas, pedindo o fim desses castigos. Porém, de onde vem 
esta certeza dos behavioristas de que a punição não leva a uma aprendizagem ou a uma mudança de compor-
tamento definitiva? Pesquisas demonstram que a punição age sobre o efeito e não as causas da ação e/ou com-
portamento que se pretende extinto. No máximo existe uma suspensão da ação que se pretende como extinta.
A punição é outro procedimento importante que envolve a consequenciação de uma resposta 
quando há apresentação de um estímulo aversivo ou remoção de um reforçador positivo pre-
sente. Os dados de pesquisas mostram que a supressão do comportamento punido só é definitiva 
se a punição for extremamente intensa, isto porque as razões que levaram à ação — que se pune 
— não são alteradas cora a punição (BOCH, 2009, p. 68).
Agora para finalizarmos este tópico, vamos abordar sobre o controle de estímulos, discriminação e generalização 
deles. Quando falamos de discriminação de estímulos, estamos tratando da capacidade de separá-los. Muito 
se fala, e é possível verificar, que o conhecimento derivado da análise comportamental está presente no nosso 
cotidiano. Dessa forma, temos que a discriminação de estímulos é:
[...] quando uma resposta se mantém na presença de um estímulo, mas sofre certo grau de extin-
ção na presença de outro. Isto é, um estímulo adquire a possibilidade de ser conhecido como 
discriminativo da situação reforçadora. (BOCH, 2009, p. 68)
Os processos discriminatórios podem ser observados com clareza nas regras sociais de comportamento, diante 
de ambientes distintos, protocolos presidenciais, regras de trânsito, entre outros aspectos de nosso cotidiano. 
Já em relação à generalização dos estímulos, também podemos observar sua existência de uma forma única e 
precisa no ambiente escolar. Por exemplo, quando um aprendizado da soma é utilizado no cotidiano para dar e 
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Psicologia da Educação | Unidade 2 - Linhas teóricas da psicologia
receber trocos, pagar contas, etc. A generalização é fundamental no processo de aprendizagem humana, seja 
escolar ou relacionado às regras sociais. 
Teoria Cognitivo Comportamental (TCC)
Falemos agora sobre a Teoria Cognitivo Comportamental, pois, trata-se de uma teoria criada pelo psiquiatra 
Aaron Beck (1974) e suas pesquisas sobre depressão que queriam comprovar as teorias da Psicanalise sobre a 
mesma e porém acabaram por refutar a mesma. e sua forma de intervenção psicológica é conhecida como Tera-
pia Cognitivo Comportamental. 
Esta teoria estabelece um diálogo e ou influência da obra de Skinner tendo como uma de suas fundamentações 
as leis gerais do comportamento que acabamos de estudar Assim, Saint-Clair aponta que: 
A terapia comportamental embasa-se nas teorias sobre o comportamento que se desenvolveram 
a partir do início do século XX e que na década de 1950 teve grande repercussão através obra de 
Skinner. O desenvolvimento da teoria comportamental permitiu o conhecimento a respeito das 
leis gerais do comportamento tornando-o mais previsível. Tal conhecimento é o ponto no qual a 
terapia comportamental se apoia para o desenvolvimento de sua prática clínica. (2004, p. 3)
Os conceitos nos quais a teoria comportamental se baseia Como você pode observar na terapia cognitivo com-
portamental (TCC), que é uma pratica clinica que deriva e, se fundamenta na possibilidade de identificar com-
portamentos prejudiciais e assim modifica-los. Assim,;
De acordo com a Terapia Cognitiva os indivíduos atribuem significado a acontecimentos, pes-
soas, sentimentos e demais aspectos de sua vida, com base nisso comportam-se de determinada 
maneira e constroem diferentes hipóteses sobre o futuro e sobre sua própria identidade. (BECK, 
Judith S, 2008, p. g3)
A relação da terapia cognitivo-comportamental com as leis gerais do comportamento humano são muito pró-
ximas e, com isto, pode ter clara a importância de Skinner e do behaviorismo na atualidade e nas mais diversas 
áreas do conhecimento humano.
Continuemos então, se as pessoas atribuem significados a estes acontecimentos, também reagem de forma 
diversificada baseada na sua experiencia de vida ou situada na cultura onde estão inseridas. Porém as respostas 
ou reações seriam manifestações de organizações ou estruturas cognitivas (Judith S,2008).
Assim o objeto de estudo da TCC é...]“a natureza e a função dos aspectos cognitivos, ou seja, o processamento de 
informação que é o ato de atribuir significado a algo. (Judith S, 2008, p. 4)
Na citação anterior, é possível identificar a referência da cognição, conhecimento e processamento de informa-
ções, pois além de observar as leis gerais do comportamento a TCC se baseia nos fatores cognitivos que influen-
ciam o comportamento, estas observações surgem de pesquisas como as de
Hammen e Glass (1975), citados por Hawton e cols. (1997), desenvolveram estudos com pacien-
tes depressivos e perceberam que apesar de os pacientes realizarem com maior frequência ati-
vidades agradáveis (ao contrário do que se pensava a partir de trabalhos anteriores), era comum 
que avaliassem negativamente tais atividades e o seu desempenho em realizá-las. Estes fatos 
chamaram a atenção para influência dos fatores cognitivos na forma como um indivíduo reage 
aos fatores do meio e na constituição das psicopatologias, contribuindo assim para que muitos 
terapeutas comportamentais passassem a utilizar também conceitos e técnicas cognitivos na 
prática clínica
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Psicologia da Educação | Unidade 2 - Linhas teóricas da psicologia
Assim pesquisas demonstraram que o indivíduo aprende a partir de observações do comportamento do outro 
,. Eesta relação foi definida pelo conceito de aprendizagem observacional e dela derivam conceitos como auto 
regulação que seria a mudança voluntaria de comportamento possibilitada pela percepção do indivíduo. 
Outro aspecto fundamental da TCC é o conceito de distorção cognitiva na qual o indivíduo processa de forma 
errônea uma situação vamos a alguns: ;
. Ppensamento Ddicotômico, que consistiria em reduzir uma situação a duas hipóteses, por exemplo se separar 
de minha namorada não mais conseguirei amar, se perder o emprego acabou minha carreira e outros pensa-
mentos semelhantes,; leitura Mmental, achar que sabe o que as outras pessoas pensam ou vão falar. As duas 
situações acimaapresentadas sãop exemplos de distorções cognitivas, ou seja, um processamento errôneo das 
informações e a TCC pressupõe que possam ser mudados por meio da terapia. Existem dentro da TCC várias abor-
dagens possíveis, porém os princípios são estes que você estudou.
3. Gestalt 
A Gestalt é uma das teorias psicológicas que faz contraponto ao behaviorismo, ambas têm no comportamento 
humano seu objeto de estudo, mas não somente isso a destaca. Ela é uma das teorias que ainda possui uma forte 
presença da contemporaneidade cuja história é muito presente. 
Diferente do behaviorismo, que tem o comportamento humano e a relação estímulo resposta como determi-
nante na apreensão do comportamento, a Gestalt considera improvável que tenhamos uma apreensão total 
desse comportamento, se não incluirmos a percepção.
Quando se pensa nas pesquisas que a fundamentam e a antecedem, podemos citar os seguintes autores e pes-
quisadores.
Ernst Mach (1838-1916), físico, e Christian von Ehrenfels (1859- 1932), filósofo e psicólogo, 
desenvolviam uma psicofísica com estudos sobre as sensações (o dado psicológico) de espaço-
-forma e tempo-forma (o dado físico) e podem ser considerados como os mais diretos Ante-
cessores daPsicologia da Gestalt. Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) 
e Kurt Koffka (1886-1941), baseados nos estudos psicofísicos que relacionaram a forma e sua 
percepção, construíram a base de uma teoria eminentemente psicológica (BOCH, 2009, p. 70).
Semelhança representa; tendência da unificação de imagens com características semelhantes 
que serão agrupadas pela percepção humana.
A Lei da Proximidade: representa os elementos próximos que tendem a se agrupar, formando imagens únicas.
A Lei do fechamento representa nossa percepção e interpretação visual, tende ao estabelecimento de unidades, 
assim imagens compostas por vazios tendem ao fechamento numa só. E a Lei da Unidade que afirma que todo 
elemento pode ser percebido como único e segregado daquelas outras unidades que o compõe.
Para os gestaltistas, é necessário observar o comportamento no seu todo, ou como uma Unidade ou Isofor-
mismo, assim, vejamos o que Boch (2009, p. 78) nos afirma:
Na visão dos gestaltistas, o comportamento deveria ser estudado nos seus aspectos mais glo-
bais, levando em consideração as condições que alteram a percepção do estímulo. Para justificar 
essa postura, eles se baseavam na teoria do isomorfismo, que supunha uma unidade no universo, 
onde a parte está sempre relacionada ao todo Boch (2009, p. 78).
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Psicologia da Educação | Unidade 2 - Linhas teóricas da psicologia
Existiria uma tendência de ao observar parte de um objeto eu restaure o todo, um exemplo interessante é quando 
observamos um rosto, ou qualquer outra imagem, feito utilizando-se como técnica um mosaico composto de 
várias peças. A tendência é que vejamos a imagem (todo) e não suas partes.
Como você pôde observar até o momento, as divergências entre behaviorismo e Gestalt são muito significativas. 
Observe o quadro a seguir.
Figura 2.5 - Ilustração sobre boa forma.
Legenda: A imagem ilustra diferentes figuras formadas a partir de pontos, representando a percepção do todo.
Fonte: Adaptada pelo autor.
Se você observar atentamente a figura anterior, não percebemos as imagens que estão logo abaixo e que tam-
bém contêm quatro pontos. O que observamos é um quadrado, assim como depois de acrescentado mais quatro 
pontos, se tem a forma de um círculo na imagem 3 e, por fim, na imagem 4 nós percebemos os círculos brancos 
apesar dos mesmos não estarem completos.
Isto ocorre porque segundo Boch (2009, p. 78):
Quando eu vejo uma parte de um objeto, ocorre uma tendência à restauração do equilíbrio da 
forma, garantindo o entendimento do que estou percebendo. Esse fenômeno da percepção é 
norteado pela busca de fechamento, simetria e regularidade dos pontos que compõem uma 
figura (objeto).
Para esta teoria, temos a tendência a procurar a boa-forma que podemos definir como a relação que permite 
superar a ilusão de ótica. Um exemplo está presente em imagens de figura-fundo nas quais é possível se ver duas 
imagens distintas. Nossa percepção procura a constituição de um todo.
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Psicologia da Educação | Unidade 2 - Linhas teóricas da psicologia
Figura 2.6 - Árvore e casal.
Legenda: A imagem ilustra uma figura formada a partir de uma árvore, mas é possível a identificação de dois rostos.
Fonte: ID da imagem: 36864495.
A Gestalt trabalha com os seguintes conceitos, assim definidos: meio ambiental ou meio geográfico que se refere 
aos estímulos do ambiente físico propriamente dito. Segundo Boch (2009, p. 71):
Meio comportamental regido pelas leis da boa forma, pela percepção e pela interpretação 
depende de questões como (equilíbrio, simetria, estabilidade e simplicidade), como exemplo está 
o fato de nos enganarmos com uma pessoa na rua pensando ser um conhecido. Neste sentido 
observe que (...)
certamente, a semelhança entre as duas pessoas do exemplo (a que vimos e a que conhecemos) 
foi a causa do engano. Nesse caso, houve uma tendência a estabelecer a unidade das semelhan-
ças entre as duas pessoas, mais que as suas diferenças. Essa tendência a “juntar” os elementos é 
o que a Gestalt denomina de força do campo psicológico.
Sobre o campo psicológico, é importante compreender que ele procura a aproximação dos campos e isto pode 
ser visível em algumas imagens que definem os princípios de proximidade, semelhança e fechamento.
Figura 2.7 – Proximidade.
Legenda: A imagem apresenta diferentes pontos em proximidade.
Fonte: Elaborado pelo autor.
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Psicologia da Educação | Unidade 2 - Linhas teóricas da psicologia
Nossa percepção tende a aproximar o grupo de imagens mais próximo, no caso da imagem acima, percebem-se 
três colunas ao invés de três linhas.
Figura 2.8 – Semelhança.
Legenda: A imagem apresenta diferentes formas geográficas agrupadas por semelhança.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Na figura anterior, por exemplo, a nossa percepção tende a ver três linhas e não quatro colunas, pois a tendência 
é de agrupar os semelhantes.
Figura 2.9 – Fechamento.
Legenda: A imagem apresenta um triângulo com os traços incompletos.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Na figura acima, vemos o triângulo inteiro, apesar dele ser composto por traços e retas. Ou seja, existe um fecha-
mento compondo o todo.
Quando pensamos no que diferencia a Gestalt no que se refere à aprendizagem humana, ela considera que o 
processo se dá na relação com o todo, ou seja, a figura-fundo tem que estar clara para nós. Boch (2009), contribui 
afirmando que: 
[...] sempre as situações vividas por nós apresentam-se de forma tão clara que permita sua per-
cepção imediata. Essas situações dificultam o processo de aprendizagem, porque não permitem 
uma clara definição da figura-fundo, impedindo a relação parte/todo (p. 83).
Várias vezes, usamos a palavra insight para designar uma percepção de uma situação que não sabemos bem da 
onde veio. A definição de insight na gestalt seria um entendimento interno ou como a compreensão do todo 
finalmente se dá, evento que não foi possível anteriormente. 
Após diversas reflexões e estudo sobre a psicologia da aprendizagem, encerramos esta unidade. Lembre-se de 
realizar o Desafio proposto a partir dos assuntos e temas e teorias aqui apresentados a você.
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Considerações finais
Nesta unidade de aprendizagem, você teve acesso aos conteúdos que 
introduziram e apresentaram conceitos e definições de algumas das psi-
cologias da aprendizagem. 
Iniciamos apresentado a você teorias que deram à psicologia o status da 
científica. Na sequência, você teve acesso a uma introdução sobre com-
portamento humano e psicologia.
De forma mais específica, estudamos também o behaviorismo e o beha-
viorismo de Skinner. Você pôde complementar seu estudo conhecendo 
também sobre o comportamento reflexo, comportamento operante e 
teoria cognitivo-comportamental. Finalizamos nosso estudo sobre a teo-
ria da gestalt.
Referências bibliográficas
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ABIB, José Antônio Damásio. Epistemologia pluralizada e história da psi-
cologia. Scientiae Studia, v. 7, n. 2, p. 195-208, 2009.
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes 
Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 14. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2009. 
BAHLS, Saint-Clair; NAVOLAR, Ariana Bassetti Borba. Terapia cognitivo-
-comportamentais: conceitos e pressupostos teóricos. Psico UTP online. 
Revista eletrônica de psicologia, Curitiba, n. 04, 2004.
Psicologia da
Educação
1ª edição
2017
Psicologia da
Educação
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Unidade 3
Psicologia do Desenvolvimento
Para iniciar seus estudos
Esta é uma unidade de extrema importância para o seu aprendizado na 
área da educação. A psicologia do desenvolvimento engloba diferentes 
teorias que explicam o crescimento e o processo de aprendizagem dos 
seres humanos. Conhecer diferentes pontos de vista nos possibilita refletir 
acerca de nossas próprias experiências de aprendizado. Você conhecerá a 
teoria de Jean Piaget, considerado um dos mais importantes pensadores 
do século XX e a teoria de Henri Wallon, muito tratada por integrar a afe-
tividade no processo de ensino-aprendizagem.Através do estudo desses 
grandes teóricos você compreenderá melhor as características das pes-
soas em suas diferentes faixas etárias.
Objetivos de Aprendizagem
• apresentar a teoria psicogenética do desenvolvimento de Piaget;
• a Psicogenética em Wallon.
• psicologia do desenvolvimento;
• Jean Piaget; 
• Henri Wallon. ;
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Psicologia da educação | Unidade 3 - Psicologia do Desenvolvimento
1. Psicologia do desenvolvimento
A psicologia da educação é uma área bastante ampla que engloba diferentes aspectos relacionados ao contexto 
educacional. Nesta unidade, estudaremos especificamente a psicologia do desenvolvimento. Em seu livro “Psi-
cologias: uma introdução aos estudos de psicologia”, a autora Book (2009, p. 97) explica:
Esta área de conhecimento da Psicologia estuda o desenvolvimento do ser humano em todos os 
seus aspectos: físico, motor, intelectual, afetivo-emocional e social — desde o nascimento até a 
idade adulta, isto é, a idade em que todos estes aspectos atingem o seu mais completo grau de 
maturidade e estabilidade. 
É de grande importância que os futuros profissionais das mais variadas áreas de formação, compreendam como 
se dá o desenvolvimento do ser humano, levando em consideração todas as suas características e adequando 
seus conteúdos de ensino aos diferentes fatores do desenvolvimento. Você sabe quais fatores são esses? 
De acordo com Bock (2009), os fatores que influenciam no desenvolvimento humano são:
• hereditariedade: aspectos genéticos da inteligência; 
• crescimento orgânico: aspecto físico da pessoa;
• maturação neurofisiológica: desenvolvimento neurológico que torna possível determinado padrão 
(exemplos: engatinhar, segurar o lápis);
• meio: conjunto de influências e estimulações ambientais.
Figura 1.1 - Fatores que influenciam no desenvolvimento humano.
Legenda: A imagem ilustra os quatro fatores que influenciam no desenvolvimento humano, 
sendo eles: hereditariedade, crescimento orgânico, maturação neurofisiológica e meio.
Fonte: <www.123rf.com>. – ID imagem: 33532623. 
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Psicologia da educação | Unidade 3 - Psicologia do Desenvolvimento
Bock (2009) explica ainda que precisamos observar os quatro aspectos básicos do desenvolvimento humano 
para interpretar os comportamentos:
• aspecto físico-motor: refere-se ao crescimento orgânico;
• aspecto intelectual: capacidade de pensamento, raciocínio;
• aspecto afetivo-emocional: modo particular de o indivíduo integrar suas experiências, isto é, o sentir;
• aspecto social: é a maneira como o indivíduo reage diante das situações que envolvem outras pessoas.
Figura 1.2 - Quatro aspectos básicos do desenvolvimento.
Legenda: A imagem ilustra os quatros aspectos básicos do desenvolvimento, 
sendo eles: físico-motor, intelectual, afetivo-emocional e social.
Fonte: <www.123rf.com>. – ID imagem: 32498807 .
Estes aspectos do ser humano relacionam-se de forma integrada e permanentemente. Todas as teorias do 
desenvolvimento levam os aspectos em consideração, mas dão ênfase a um ou a outro aspecto, de acordo com 
seu ponto de vista. Cada uma das teorias do desenvolvimento apoia-se em diferentes concepções de homem e 
do modo como ele aprende. Essas teorias dependem, também, da visão de mundo existente em determinada 
situação. 
Até o século XIX, as teorias acerca do desenvolvimento humano pautavam-se nas concepções inatistas ou 
ambientalistas. Conforme afirma Goulart (2013), a partir da década de 1920, a concepção interacionista também 
passou a fazer parte dos principais pontos de vista a serem considerados a respeito do conhecimento humano. 
A seguir, vamos compreender estas três formas de pensar. 
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Psicologia da educação | Unidade 3 - Psicologia do Desenvolvimento
1.1 Concepção inatista
Na antiguidade grega, acreditava-se que o ser humano nascia praticamente pronto, ou seja, tinha certas aptidões 
que eram recebidas como um dom (algo divino) ou de forma hereditária. O meio, portanto, não podia interferir no 
conhecimento do indivíduo. Ainda no século XX, de acordo com Goulart (2013), alguns estudiosos como Noam 
Chomsky e Konrad Lorenz defendiam esse ponto de vista, considerando que o conhecimento é pré-formado, ou 
seja, já nascemos portadores de estruturas do conhecimento e elas se atualizam conforme nos desenvolvemos.
1.2 Concepção ambientalista
Também conhecida como teoria comportamentalista, atribui muita importância ao ambiente, afirmando que o 
ser humano desenvolve suas características a partir das condições que o meio oferece. O conhecimento é consi-
derado como algo fora do sujeito. Esta posição é denominada também como empirismo.
Entre seus representantes de maior destaque estão J.B. Watson e B.F. Skinner. De acordo com Goulart (2013), a 
crença da concepção ambientalista é a de que o homem é produto do meio, e de que a mente humana seria uma 
tábua rasa na qual se poderia registrar tudo aquilo que se pretendesse.
1.3Concepção interacionista
No século XIX, os estudiosos Jean Piaget (1896 – 1980, nascido na Suíça), Henri Wallon (1879 1962, psicólogo 
francês) e Lev Vygotsky (1896 – 1934, psicólogo bielo-russo), discordaram das concepções inatistas e ambienta-
listas, desenvolvendo a concepção interacionista por meio de suas teorias acerca do desenvolvimento das crian-
ças. 
Eles acreditam que o conhecimento é gerado através de uma interação do sujeito com o local em que vive, a 
partir de estruturas existentes em ambos. Nessa teoria, o ser humano não é visto como um sujeito passivo, mas 
ao contrário, assume um papel ativo e utiliza suas significações para aprender e se desenvolver.
Goulart (2013) afirma que para o estudioso, essa postura teórica encabeçava o construtivismo, uma vez que 
realçava a ideia de que o homem é o próprio construtor de seu conhecimento. 
Na Roma Antiga, as pessoas utilizavam tábuas cobertas com uma fina camada de cera e um 
estilete para escrever, raspando a tábua. A tábua raspada servia como uma folha de papel em 
branco. A expressão “tábua rasa” passou a ser utilizada para explicar que o ser humano não 
possui conhecimento prévio algum, sendo possível ensinar qualquer coisa e ele registraria 
em sua mente. 
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Psicologia da educação | Unidade 3 - Psicologia do Desenvolvimento
Figura 1.3 - Interação da mãe com seu bebê.
Legenda: A imagem ilustra uma mãe em um momento de interação com um bebê, represen-
tando assim a concepção interacionista desenvolvida por Piaget, Wallon e Vygotsky.
Fonte: <www.123rf.com>. – ID imagem: 43213455 
A seguir, você conhecerá com mais detalhes a história desses famosos psicólogos e suas teorias interacionistas.
2. Jean Piaget 
Jean Piaget nasceu em 1896 em Genebra, na Suíça e, desde muito jovem, interessou-se por biologia. Goulart 
(2013) afirma que com 16 anos, Piaget publicou artigos sobre moluscos. Aos 22, concluiu seu doutorado em 
biologia na universidade de Neuchâtel. 
Em 1918, Piaget foi para Zurique onde estudou em laboratórios de psicologia. Trabalhou com estruturas lógico-
-matemáticas e preocupou-se em analisar a gênese de sua construção, que é a própria gênese da inteligência 
(GOULART, 2013). 
Ele tinha como objetivo compreender a origem e a evolução do pensamento dos seres humanos, como pro-
gridem e como evoluem. Ele não tinha como meta descrever o desenvolvimento infantil, mas foi por meio da 
observação de muitas crianças, daa forma delas pensarem, a maneira como resolviam os problemas lógicos, que 
Piaget percebeu que poderia entender o desenvolvimento dos seres humanos.
Na França, trabalhou com os psicólogos Binet e Simon, criadores do teste de inteligência Binet Simon. Este teste 
foi o primeiro criado para analisar a idade mental das pessoas valendo-se de perguntas e respostas feitas às 
crianças. Goulart (2013) explica que Piaget interessou-se pelas respostas erradas que os pequenos davam nos 
testes. Ele acrescentava perguntas e conversava mais tempo com elas, percebendo que o pensamento delas 
tinha uma lógica, mas era diferente do adulto. 
Piaget observou também suas

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