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Trabalho de Saúde Coletiva Prevenção da carie dental. Docente: Prof.ª Dra Juliana Arid Discente: Brenda F. M. Costa Lorena Nascimento O QUE É A CARIE DENTARIA? A cárie dentária, também conhecida popularmente como dente PODRE, é uma infecção dos dentes causada por bactérias do tipo Streptococcus mutans que formam placas duras e difíceis de serem removidas em casa. Nesta placa as bactérias vão aos poucos perfurando o esmalte dos dentes causando dor e desconforto quando chegam nas partes mais profundas dos dentes. INTRODUÇÃO A cárie dentária continua sendo um dos problemas mais prevalentes em saúde bucal, muito embora seus mecanismos de desenvolvimento e prevenção sejam bem conhecidos. No Brasil, há um quadro de saúde bucal preocupante, no qual coexistem cerca de 240 mil cirurgiões dentistas e mais de 20 milhões de edêntulos, cuja maioria perdeu seus dentes com a doença cárie. Desde de a década de 1960, observa-se o declínio da cárie dentaria em nível mundial. Inicialmente, esse fato foi atribuído a incorporação de fluoreto nas águas de abastecimento publico. Naquele momento acreditava-se na necessidade da ingestão de fluoretos no período em que os dentes eram formados. Essa crença se mostrou infundada nos transcorrer da evolução de conhecimento da Cariologia. COMO UTILIZAR A AVALIAÇÃO DE RISCO? A avaliação de risco constitui outro fator relevante para uma gestão mais eficiente do cuidado. Essa avaliação é particularmente importante nos casos de incidência baixa, como é o caso da cárie dentária para boa parte dos municípios do Brasil. Com ela, podem-se justificar os recursos destinados à prevenção e ao tratamento de indivíduos de risco. A literatura aponta para a história passada de cárie como o principal preditor de risco para bebês, pré-escolares, escolares e adolescentes. Além dessa, há outras variáveis importantes, tais como o nível socioeconômico, a presença de atividade de doença, a higiene bucal (qualidade e quantidade de biofilme), a dieta (consumo de açúcar) e a hipoplasia de esmalte. Em suma, parece óbvio pensar não somente quais os métodos preventivos devem ser empregados, mas também qual a melhor estratégia. Isso implica definir o momento e o método (ou conjunto de métodos) mais adequados e a quem devem ser destinados. Há pelo menos duas décadas, observa-se uma queda na prevalência de cárie dentária em estudos nacionais. A prevalência dessa doença apresentou uma redução de 68,4% de 1986 (CPOD=6,65) a 2010 (CPOD=2,1). Esse fenômeno acarreta consequências claras para outras faixas etárias. No grupo de adultos trabalhadores, o CPOD de 1986 a 2003 diminuiu 17,5%. A média de dentes perdidos, nesse período, teve uma queda de 32%, enquanto entre 2003 e 2010, a queda foi de 19%. Na faixa etária de 5 e 6 anos, esse fenômeno também está ocorrendo. De 2003 a 2010, observou-se uma queda de 17% no ceo, passando de 2,8 para 2,3. Verificou-se, adicionalmente, uma redução de 30% do índice CPOD na faixa etária de 15 a 19 anos, passando de 6,1, em 2003, para 4,2 em 2010. Na faixa etária acima de 60 anos, ainda não se verificou uma tendência de mudança no Brasil. Esse fenômeno está relacionado a uma série de fatores, tais como: Uso de fluoretos, principalmente na água de abastecimento e em dentifrícios; Disseminação de procedimentos coletivos realizados em nível municipal; Aumento na consciência odontológica; Mudança de paradigma na prática odontológica, em que parte substancial dos profissionais passou a perceber e assimilar essa mudança do perfil, atuando clinicamente de forma diferenciada. MEIOS DE PREVENÇÃO DA CÁRIE FLUORETAÇÃO DA AGUA O flúor é a principal arma de combate da cárie dentaria, a fluoretação da água é uma ótima forma de intervenção em saúde pública, que se fundamenta no fato de o flúor na forma sólida ou em solução aquosa podem estar presentes nas aguas de abastecimento e intervirem nos processos que culminam na doença cárie. No Brasil, os produtos mais utilizados são o fluorsilicato de sódio e o ácido fluorsílicico. Essa descoberta ocorreu a partir da observação de que a ingestão de água fluoretada diminuía a cárie. Essa observação sugeriu que a incorporação da água fluoretada aos dentes em formação os tornava mais resistentes aos ataques ácidos das bactérias. Entretanto, atualmente se sabe que o grande efeito do fluoreto na redução da carie ocorre mediante sua presença na cavidade oral. Quando se ingere a água ou alimentos cozidos com elas, o fluoreto é absorvido e retorna à boca pela saliva, e é essa manutenção na cavidade que ira agir nos processos cariosos de des/remineralização. 1 A fluoretação das águas de abastecimento público é uma das melhores medidas de controle da cárie, pois tem uma excelente relação custo-benefício, tem grande abrangência perante a população e traz benefícios a todos os grupos socioeconômicos existentes. 2 DENTRIFÍCIOS FLUORETADOS São considerados o meio mais racional de uso de fluoreto, pois esta associada à remoção mecânica pela escova dental. Sabe-se da importância dessa remoção do biofilme, haja vista que o fluoreto não é capaz de evitar a perda mineral, apenas evita instalação e a progressão de lesões clinicamente visíveis(manchas brancas e cavitações). A utilização de dentifrícios tem sido apontada como grande responsável pela diminuição dos índices de carie dental no mundo todo, inclusive em regiões que não há agua fluoretada, embora seja o único método de prevenção comum a todos os países que apresentaram redução nos índices de cárie. O principal mecanismo de ação do dentifrício, além da remoção mecânica com escova, esta no fato de proporcionar altas concentrações de fluoreto no biofilme e na saliva por cerca de 40 min após a escovação; Sendo a escovação noturna a mais importante do dia, pois, com a diminuição do fluxo salivar, há diminuição da lavagem do próprio fluoreto. 3 Recomenda-se, por tanto, a utilização deste meio a todos os indivíduos, já que é impossível uma escovação totalmente eficiente que remova todo biofilme formado. Dois mecanismos proporcionam a retenção do fluoreto na cavidade oral a partir da escovação com dentifrício fluoretado: O flúor reage com a superfície dental, formando uma pequena quantidade de fluoreto de cálcio; e O flúor, em associação com o cálcio (orgânico ou mineral), se deposita no biofilme residual não removido, formando reservatórios de fluoreto. A união desses dois processos permitem a interferência do fluoreto no processo de des/remineralização. Obs. Outras formas de aplicação do flúor são através de bochechos de solução concentrada semanal ou quinzenal para pacientes com alto risco de cárie, ou aplicação tópica de flúor em gel, verniz, espuma ou selante feita em consultório. 4 Visitas em escolas também são um modo de prevenção, o intuito é analisar a condição bucal de cada criança nas salas de aula da rede municipal e ensiná-las a maneira correta de escovar os dentes. Esses são os objetivos dos cirurgiões dentistas e técnicos de saúde bucal. Casos de cáries e outros problemas são encaminhados para tratamento na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da residência do aluno. Durante as visitas, enquanto parte da turma é analisada pelo dentista, outro grupo segue para o bebedouro da escola para aprender como se faz a higienização bucal. Os alunos aprendem a escovar os dentes fazendo os movimentos corretos com a escova e a importância de usar o fio dental. As crianças que participam das ações recebem um kit de higiene bucal, com creme dental e escova de dente PREVENÇÃO NA EDUCAÇÃO ALIMENTAÇÃO CORRETA O açúcar e o amido estão entre os alimentos que aumentam a incidência de cáries. A dica é que eles sejam consumidos durante as refeições, e não entre elas. Dessa maneira os dentes ficam expostos às bactérias somente em horas específicas e não o dia todo, no caso desses alimentos serem consumidos em qualquer hora do dia. A diminuição do uso de açúcar também é válida, enão somente para a saúde bucal. Alguns alimentos, os que contêm mais fibras são indicados para evitar a cárie dentária. Isso porque eles aumentam a saliva da boca, o que diminui a sua acidez. Falando em salivação. Pessoas adultas que sofrem com a falta dela, causada por diversos fatores, são mais propensas à cárie dentária. 11 HIGIENIZAÇÃO ADEQUADA A escovação correta dos dentes, aliada ao uso do fio dental, é essencial para se evitar a cárie dentária. Estas ocorrem por meio de bactérias que produzem certos ácidos e deterioram o esmalte dos dentes. Uma correta higienização faz com que diminuam as bactérias que produzem esses ácidos e evita a deterioração da camada que protege nossos dentes. Nunca é demais ressaltar que a higienização deve ser realizada ao menos três vezes por dia, após as refeições. O uso do fio dental uma vez ao dia também é essencial, já que as placas bacterianas se alojam entre os dentes e gengiva, região que as cerdas das escovas não alcançam. 12 PROMOÇÃO DA SAÚDE BUCAL No que diz respeito ao contexto social dos indivíduos, esperam-se politicas integrativas amplas que consideram a educação como estratégia para promoção de saúde. São necessárias também condições adequadas de moradia, alimentação, saneamento e empregabilidade. O encontro de Ottawa delimitou cinco atividades principais como “promotoras de saúde” Criação de ambiente de apoio; Construção de uma politica de saúde publica; Reforço da ação comunitária; Desenvolvimento de habilidades pessoais; Reorientação dos serviços de saúde; A abordagem para promoção de saúde sugere que todos os profissionais envolvidos, incluindo a equipe de saúde bucal, andem “contra a corrente” e tentem desacelerar ou parar o desenvolvimento de comportamentos nocivos a saúde para reduzir o numero de pessoas que terminaram com problemas. A questão sobre a promoção da saúde bucal é que os fatores que afetam a carie dentaria são influenciados não apenas pela ação individual, mais também por fatores sociais, culturais, econômicos e políticos complexos. 6 DIMINUIÇÃO DA PREVALÊNCIA DA CÁRIE DENTÁRIA NA PRÁTICA CLÍNICA A modificação da prevalência da doença cárie traz algumas consequências para a prática clínica, que influenciam na decisão da escolha estratégia. Pessoas ainda apresentam cárie, a maior parte das lesões cariosas cavitadas se concentra em uma minoria de crianças e jovens (grupos de polarizados). Há um número menor de cavidades cariosas e um aumento do número de lesões não cavitadas, sendo que a maioria das lesões se concentra nas superfícies oclusais. Ocorre progressão mais lenta das lesões cariosas, muitas lesões iniciais não progridem. Há maior número de pessoas que necessitam de tratamento de baixa complexidade. A diminuição da prevalência de cárie dentária não só faz a doença progredir mais lentamente como também pode simplesmente inativá-la. Cuide-se, é melhor prevenir do que remediar!!! Obrigado e Boa Noite Referências Carie dentaria- A doença e seu tratamento clínico. Pereira, A. C; Saúde coletiva- métodos preventivos para doenças da Bucais serie abeno odontologia essencial- temas interdisciplinares.