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ESTUDO IMPACTOS AMBIENTAIS

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Histórias Vividas, Histórias Contadas: Refazendo o Território após o 
Crime Ambiental da Samarco no Rio Doce 
 
Angélica do Nascimento Martins 
 
RESUMO 
 
Este estudo mostra como os moradores de Regência Augusta, distrito de Linhares – ES, 
ressignificam e refazem seu território, após a passagem da lama de rejeitos de minério 
da Samarco no Rio Doce. Pretende-se investigar a partir do olhar dos moradores como 
está ocorrendo o processo de transformação no modo de vida e de suas atividades 
frente aos impactos ocasionados pela empresa mineradora Samarco, e como a 
comunidade está resistindo para resgatar suas tradições e serem reconhecidos como 
atingidos. A pesquisa de campo foi realizada na comunidade, por meio de metodologia 
qualitativa, através da realização de dois grupos focais no intuito de compreender a 
dinâmica de vida dos moradores de Regência Augusta, suas lutas, organização e 
transformações neste território. A análise baseia-se em relatos dos moradores, 
relatórios e reportagens. A observação e análise nos levam aos seguintes resultados: a 
comunidade inteira foi atingida e expropriada de seu território, cultura e direitos; A 
alteração constante do modo vida da comunidade que tem relação intrínseca com a 
natureza; A principal ocupação da atividade da pesca foi alterada; a comunidade resiste 
através das lutas e das atividades voltadas a restabelecer o modo de vida da Vila de 
Regência. 
 
Palavras-chave: Crime ambiental Samarco; Questão ambiental; Dependência; 
Movimentos Sociais; Regência Augusta. 
 
Dissertação na íntegra: 
http://portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_12571_Ang%E9lica%20N.%20Martins.pdf 
 
Na parte dos agradecimentos da dissertação apresentada ao Curso de 
Mestrado em Política Social da Universidade Federal do Espírito Santo, Martins 
(2018) homenageia a cada homem, mulher, jovem e criança da comunidade de 
Regência, por não desistirem de seus sonhos, saberes, dizeres, modo de ser e 
viver frente à adversidade. “Seguem como a correnteza do Rio Doce ao encontro 
http://portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_12571_Ang%E9lica%20N.%20Martins.pdf
do Mar Atlântico, mesmo quando o caminho não lhes é favorável” (MARTINS, 
2018, p. 5). 
A autora inicia seu trabalho como se fosse um relato pessoal sobre sua 
visão daquele lugar, que seria seu objeto de pesquisa por conta do fechamento 
da boca do rio e seca que assolava a região. Todo o foco de seu estudo foi 
modificado pelo rompimento da barragem, e uma nova realidade tornou-se alvo 
de investigação. 
 
Me lembro do primeiro dia que conheci Regência, uma vila que 
cheirava a mar, forró e boas ondas, sempre convidativa pela natureza, 
praia e rio. Na querida estrada de chão que me levou a conhecer a vila 
fui buscar estudar, investigar, escrever e explicitar a realidade da 
comunidade após episódio de fechamento da boca do rio diante da seca 
que assolava a região. Após a construção do projeto do mestrado, ocorre 
o rompimento da barragem de Fundão e alguns dias antes da entrevista 
sobre o projeto no Programa de Pós-Graduação em Política Social 
(PPGPS) meu objeto de pesquisa foi modificado pelo movimento do 
real, uma nova realidade de vida que a vila de Regência perpassaria 
(MARTINS, 2018, p. 13). 
 
Essa autora analisou os impactos sociais na vida desse povo que precisou 
se reerguer por meio de outras atividades. E agora em 2019, na página de 
notícias do G1, nos deparamos com tal matéria: 
 
“Há mais de três anos, no dia 5 de novembro de 2015, o rompimento 
da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, deixou 19 
mortos e causou uma enxurrada de lama que inundou várias 
casas no distrito de Bento Rodrigues, em Minas Gerais. 
Foram muitas as histórias ouvidas ao longo desse 
“Caminho da Lama”: do pescador que chorou ao ver os 
peixes mortos em Baixo Guandu às crianças que carregam 
garrafas d’água pesadas em Colatina; dos índios de 
Resplendor que estão de luto pela morte do “rio sagrado” 
à moradora de Bento Rodrigues que perdeu tudo, menos 
a esperança de achar o corpo da mãe. 
 
https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2018/11/05/tres-anos-apos-rompimento-de-fundao-moradores-reclamam-de-impactos-causados-por-lama.ghtml
https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2018/11/05/tres-anos-apos-rompimento-de-fundao-moradores-reclamam-de-impactos-causados-por-lama.ghtml
https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2018/11/05/tres-anos-apos-rompimento-de-fundao-moradores-reclamam-de-impactos-causados-por-lama.ghtml
Os relatos são marcados pela tristeza com a tragédia, a 
luta para sobreviver, a incerteza em relação ao futuro, mas 
também pela esperança de que dias melhores venham. 
Para o rio e sua gente. 
 
Temos, aqui, então, dois gêneros textuais: uma dissertação e uma 
reportagem, sobre o mesmo tema que volta à tona 3 anos depois. 
O lado crítico de tudo isso, pode ser trazido também por meio de charges, 
a serem por nós interpretadas. Exemplos são trazidos por meio do Blog: Humor 
Político: rir para não chorar, o qual oportuniza bastante reflexão e treino para 
nossa criticidade. 
 
 
https://www.humorpolitico.com.br/tag/samarco/ 
 
 
 
 
 
 
https://www.humorpolitico.com.br/tag/samarco/
 
 Publicado em 07/11/2017
7 
por Amarildo Lima 
 
 
REFLITAMOS: 
 
COM O QUE É COMPARADO O OCORRIDO NO RIO DOCE, NA PRIMEIRA IMAGEM? 
https://www.humorpolitico.com.br/amarildo/vale-2/
https://www.humorpolitico.com.br/amarildo/vale-2/
https://www.humorpolitico.com.br/author/amarildo/
À PALAVRA ECO SÃO ATRIBUIDOS DOIS SENTIDOS. ONDE ERA O VALE SÓ RESTOU 
O ECO, TRAZIDO PELO QUÊ? (2ª IMAGEM) 
 
 
QUAL A ÚNICA MANEIRA DE DAR COR AO RIO DOCE DEPOIS DA TRAGÉDIA? POR 
QUÊ? (3ª IMAGEM)

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