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Currículo no Brasil: Décadas de 1920-1930

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ISSN 21761396 
 
 CURRÍCULO NO BRASIL: DÉCADA DE 1920-1930 
 
Carina Nogueira de Jesus – UFMS/CPNV
1
 
Josiane Caroline de Souza Salomão Corrêa – UFMS/CPNV 
2
 
Keila Cristina Medeiros Palácios – UFMS/CPNV
3
 
 
Grupo de Trabalho - Cultura, Currículo e Saberes. 
Agência Financiadora: não contou com financiamento. 
 
Resumo 
 
 Em meio às mudanças sociais, políticas e econômicas que aconteciam entre os anos de 1920 
e 1930, fez-se presente um movimento de renovação da educação, intitulado por Escola Nova, 
com o intuito de privilegiar a criança como indivíduo, já que até então, a criança era 
considerada um adulto em miniatura. Dessa forma, iniciou-se um processo de mudança nas 
práticas de ensino, fazendo com que o aluno se tornasse um sujeito participativo no processo 
de ensino-aprendizagem. Essa corrente da educação se tornou mais forte em meados da 
década de 1930, com o Manifesto dos Pioneiros que defendia melhorias na educação e a ideia 
de uma escola singular e comum a toda população brasileira. Nesse sentido, o presente 
trabalho tem por objetivo apresentar como se dava o currículo educacional nas décadas de 20 
e 30 mediante os novos acontecimentos. Para alcançar tal objetivo, utilizou-se pesquisa 
bibliográfica de cunho qualitativo, em que consultou-se autores como Souza (2009), Silva 
(2012) e Lourenço Filho (1978). Percebe-se, que o escolanovismo, influenciado pelas ideias 
de John Dewey e Jean Jacques Rousseau, ganhou intelectuais adeptos no Brasil como Anísio 
Teixeira, Lourenço Filho e Fernando de Azevedo, que inspirados nas ideias político 
filosóficas de igualdade entre os homens e do direito à educação, viam num sistema de ensino 
público, o único meio efetivo de combate às desigualdades sociais da nação. Percebe-se que, 
atualmente, tem-se uma crescente discussão nos projetos políticos-pedagógicos escolar e nas 
propostas dos sistemas de ensino sobre currículo, o que corrobora para uma organização do 
sistema educacional. 
Palavras-chave: Manifesto dos Pioneiros. Escola Nova. Currículo. 
 
1Graduanda de Licenciatura em Pedagogia, pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul- UFMS/CPNV, 
bolsista do Programa de Educação Tutorial- PET. E-mail: caarinaanoguera@hotmail.com. 
2
 Graduanda de Licenciatura em Pedagogia, pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul- UFMS/CPNV, 
bolsista do Programa de Educação Tutorial- PET. E-mail: josianesalomao@hotmail.com. 
3Graduanda de Licenciatura em Pedagogia, pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul- UFMS/CPNV, 
bolsista do Programa de Educação Tutorial- PET. E-mail: keila.mpalacios@gmail.com. 
http://www.infoescola.com/biografias/lourenco-filho/
4719 
 
Introdução 
A década de 1920 até 1930 foi marcada por vários conflitos influenciados pelos 
movimentos europeus, culminando em uma crise econômica mundial. Esta crise repercutiu 
diretamente na sociedade, na política e na economia. A Revolução de 30, advinda dessa crise, 
foi o marco referencial para a entrada do Brasil no mundo capitalista de produção, o que 
gerou desigualdades sociais e algumas mudanças no país. Tais mudanças alcançaram o campo 
da educação, gerando várias discussões entre correntes de pensamentos a cerca do currículo 
educacional no Brasil. 
As discussões acerca dessa temática envolveram vários órgãos públicos entre eles o 
Congresso Brasileiro de Instrução Superior e Secundária e a Associação Brasileira de 
Educação, realizadas em meados de 1920. A partir destas, e juntamente com idealistas como 
Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Fernando de Azevedo e outros, instituíram o Manifesto dos 
Pioneiros da Educação Nova, movimento que buscava mudar os rumos da educação. 
Assim, como as reformas que aconteciam em nosso país nas décadas de 20 e 30, o 
Manifesto dos Pioneiros veio pra modificar as estruturas educacionais e curriculares. Esse 
documento teve como base o modelo de educação existente, até então, no exterior como a 
Europa e os Estados Unidos e que foram trazidos como exemplo pelos reformistas. 
O presente trabalho além de salientar os acontecimentos que envolveram a educação 
no período de 20 e 30, busca expor o movimento do Escolanovismo advindo do Manifesto e 
influenciado por John Dewey e Jean Jacques Rousseau. A constituição do Manifesto 
aconteceu em um momento de reestruturação do campo educacional e a Escola Nova veio 
justamente pra mudar as estruturas curriculares da época, tendo como base a aversão às 
práticas tradicionais e ao ensino conteudista e enciclopedista. 
Para tanto, foi utilizado pesquisa bibliográfica qualitativa, onde fez-se o uso de autores 
como como Souza (2009), Silva (2012) e Lourenço Filho (1978) para caracterizar os 
acontecimentos ocorridos naquele período e tendo como premissa entender as mudanças 
sociais, políticas e econômicas da época geradoras do Manifesto dos Pioneiros e da Escola 
Nova. 
Assim sendo, o presente trabalho aponta num primeiro momento as transformações na 
sociedade em meados de 20 e 30, o que refletiu diretamente na educação, no decorrer do texto 
é feito alguns apontamentos acerca do surgimento do currículo no Brasil, o manifesto dos 
http://www.infoescola.com/biografias/lourenco-filho/
http://www.infoescola.com/educacao/manifesto-dos-pioneiros-da-educacao-nova/
4720 
 
pioneiros, bem como é ressaltado pensamento de Anísio Teixeira sobre essa temática, na 
sequência o texto trata da importância do currículo na educação brasileira. 
Desta forma, a importância em se discutir esse tema parte da premissa de que todos os 
envolvidos com o meio educacional necessitam compreender as mudanças ocorridas na 
educação, o currículo e como isso se deu no Brasil. Haja vista, é necessário compreender as 
mudanças ocorridas no passado para que se compreenda melhor o presente e de fato se 
construa uma escola melhor. 
Metodologia 
O estudo foi proposto como parte da avaliação semestral da disciplina de Currículo, 
Ensino e Cultura, do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, sob 
orientação da Prof. Ma. Roseli Maria Rosa de Almeida. 
A pesquisa tem como objetivo apontar brevemente alguns acontecimentos no que 
tange o currículo educacional brasileiro nas décadas de 1920 e 1930, principalmente no que se 
refere ao movimento escolanovista e ao Manifesto dos Pioneiros. 
Para favorecer essas questões, recorre-se à pesquisa qualitativa, visto que a mesma 
favorece a compreensão dos pontos abordados neste texto. 
(1º) A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como forma direta dos dados e o 
pesquisador como instrumento- chave; 2º) A pesquisa qualitativa é descritiva; 3º) Os 
pesquisadores qualitativos estão preocupados com o processo e não simplesmente 
com os resultados e o produto; [...]; 5º) O significado é a preocupação essencial na 
abordagem qualitativa. (TRIVIÑOS, 1987, p. 130, apud LARA; MOLINA, 2011). 
Para tanto, fez-se uma pesquisa bibliográfica em autores como Souza (2009), Silva 
(2012) e Lourenço Filho (1978) para caracterizar os acontecimentos ocorridos naquele 
período e tendo como premissa entender as mudanças sociais, políticas e econômicas da 
época. 
A apresentação do levantamento obtido com pesquisa se dará no decorrer do trabalho, 
de forma com que o leitor possa compreender o mesmo. Dessa maneira, primeiramente 
abordaremos sobre o currículo no Brasil nas décadas em que começa a emergir um novo 
movimento que propunha a renovação da educação e que mais tarde, vinha a se fortalecer 
mediante o Manifesto dos Pioneiros. Por fim, apresentamos nossas considerações acerca do 
tema. 
4721 
 
Currículo No Brasil: 1920-1930 
Os anos de 1920 a 1930 foram marcados pelo impacto das transformações 
econômicas, políticas e sociais provocadas por uma crescente e acelerada industrialização e 
urbanização, acompanhadas também, pelo agravamento das desigualdades sociais que 
culminaram em uma Revolução na década de 1930. Os confrontosde ideias e correntes de 
pensamento divergentes provocaram debates educacionais e uma mobilização pública, que 
envolveu o Congresso Brasileiro de Instrução Superior e Secundária realizado em 1922, o 
Inquérito sobre a Instrução Pública, dirigido por Fernando de Azevedo para o jornal O Estado 
de São Paulo, em 1926, o inquérito promovido pela Associação Brasileira de Educação em 
1929 e as Conferências Nacionais de Educação realizadas no final da década de 1920 
(SOUZA, 2009). 
Junto destas movimentações, os reformistas da educação: Anísio Teixeira, Lourenço 
Filho, Fernando de Azevedo e outros, instituíram o Manifesto dos Pioneiros 
da Educação Nova em 1932, que se tornou um divisor de águas na história da educação 
brasileira, por ter sido um movimento de renovação educacional, que emergiu nos anos de 
1920, e se consolidou a partir de 1930. 
Assim, segundo Xavier (2002, p. 3), “Os Manifestos são sempre a formalização de um 
rito de transição, sua intenção é fazer uma declaração pública de doutrinas ou propósitos de 
interesse geral, marcar uma mudança, inaugurar um novo momento”. 
A constituição do Manifesto aconteceu em um momento de reestruturação do campo 
educacional, como espaço de política setorial do Estado Nacional e também como ambiente 
de desempenho de um fragmento da elite intelectual. Desse modo, o Manifesto deveria 
disseminar, em toda esfera nacional, o projeto de um grupo que reivindicava a liderança na 
condução do processo de modernização do país. Podemos analisá-lo então, como uma tática 
de poder, um documento que tinha em vista reafirmar princípios e, por meio destes, 
concretizar as alianças imprescindíveis ao enfrentamento das disputas políticas desta época. 
O Manifesto dos Pioneiros teve grande visibilidade em todo território nacional, pois 
com a promulgação da Constituição brasileira de 1934, esse movimento colaborou para que 
fosse garantida a criação de um ensino primário público, gratuito e obrigatório. Assim o 
Manifesto visava mais melhorias para a educação, de modo que defendia a ideia de uma 
escola singular que se fundamentava em uma educação comum a toda população brasileira, 
com igualdade e oportunidade, visto que seus idealizadores eram de classe social elevada e 
http://www.infoescola.com/biografias/anisio-teixeira/
http://www.infoescola.com/biografias/lourenco-filho/
http://www.infoescola.com/biografias/lourenco-filho/
http://www.infoescola.com/educacao/manifesto-dos-pioneiros-da-educacao-nova/
4722 
 
acreditavam na educação como princípio para o desenvolvimento nacional. (INFANTE, 
[s/d]). 
Anísio Teixeira trouxe como embasamento para sua proposta de educação o 
Escolanovismo ou Escola Nova, que surgiu no fim do século XIX na Europa e no EUA. Esta 
articulação teve como base a aversão às práticas tradicionais de ensino em prol do movimento 
educacional renovador. Na época, no Brasil, havia uma falha dos intelectuais desenvolverem 
um programa de ensino ou um ideal próprio e John Dewey
4
 dá essa base, referindo-se ao 
respeito às características individuais das pessoas, fazendo-as, assim, ser parte integrante e 
participante da sociedade. 
Anísio Teixeira ressaltava que a educação escolar precisava voltar-se para a concepção 
plena da criança. Neste sentido, necessitava romper com o método tradicional e seletivo de se 
trabalhar, e então seguir uma prática educativa que atendesse os interesses, as competências e 
que abarcasse a realidade social de cada aluno. Defendendo assim, um sistema que ofertasse à 
criança constituir relações entre as práticas metodológicas desenvolvida na escola e as 
atividades do cotidiano dos discentes (TENÓRIO; SCHELBAUER, [s/d]). 
Segundo Teixeira, a escola não lhes apresentavam oportunidades para a formação de 
seu caráter, bem como não obtinham informações sobre seus problemas, sua terra, sua gente, 
fazendo com que a educação ofertada na época fosse superficial, deixando lacunas na 
formação do cidadão critico e transformador de sua nação (TENÓRIO; SCHELBAUER, 
[s/d]). 
O debate sobre educação a secundária no Brasil atravessou o século XX e esteve no 
centro de inúmeras polêmicas. As discussões acerca do currículo colocaram em questão a 
validade da cultura humanista predominante, uma vez que estava em confronto com uma 
educação científica cada vez mais valorizada. Nesse sentido, as críticas recaíram sobre o 
ensino de humanidades, especialmente, os estudos clássicos de línguas – Latim e Grego. 
(SOUZA, 2009). 
Nesse processo de seleção estão implicados interesses, concepções conflitantes de 
educação e currículo, lutas de poder e disputas pelo controle social. A esse propósito convém 
 
4John Dewey (1859-1952) é reconhecido como um dos fundadores da escola filosófica do Pragmatismo e 
representante principal do movimento da educação progressiva norte-americana durante a primeira metade do 
século XX. Suas ideias influenciaram intelectuais e estudiosos brasileiros, como Anísio Teixeira, no movimento 
de renovação da educação nacional, conhecido por Escolanovismo, nas décadas de 1920 e 1930. 
4723 
 
ressaltar a advertência de Forquin (1993) em relação à legitimidade social da seleção cultural 
para as escolas. 
Mas no interior mesmo do que é tido por legítimo no seio da cultura, isto é, na 
cultura considerada como patrimônio intelectual e espiritual merecedor de ser 
preservado e transmitido, acontece também de fato que a educação escolar não 
consegue jamais incorporar em seus programas e seus cursos senão um espectro 
estreito de saberes, de competências, de formas de expressão, de mitos e de símbolos 
socialmente mobilizadores (FORQUIN, 1993, p. 16). 
A escola tradicional foi marcada pelo ensino conteudístico, exposto de forma verbal 
pelo professor, este, tido como autoridade máxima em sala de aula, em que os conteúdos, 
além de serem transmitidos a partir de uma relação verticalizada pelo professor, se pautavam 
por exercícios de fixação e memorização. Assim, o método tradicional é classificado “como 
intelectualista e enciclopédico, visto que trabalha os conteúdos separadamente da experiência 
do aluno e das realidades sociais” (SAVIANI, 1988, apud SILVA, 2012, p. 2). 
Concomitantemente ao novo cenário social que se impunha em meados da década de 
20, vários intelectuais, educadores e defensores da renovação educativa, colocaram-se 
favoráveis à reorganização da escola, adequando-a então, as necessidades da sociedade 
contemporânea, o que implicava na defesa do aumento dos estudos científicos nos programas, 
modificações na quantidade de aulas dedicadas aos estudos clássicos, na divisão do curso 
secundário em dois ciclos e sua adequação às características de seu alunado (SILVA, 2009). 
Dessa forma, o movimento da Escola Nova, influenciado por John Dewey e Jean Jacques 
Rousseau, ganhou intelectuais adeptos que, inspirados nas ideias político-filosóficas de 
igualdade entre os homens e do direito de todos à educação, viam num sistema de ensino 
público, livre e acessível, o único meio efetivo de combate às desigualdades sociais da nação 
(COSTA; MADEIRA, [s.d]). 
A “educação nova” buscava privilegiar a criança como indivíduo, surgindo como 
resultado de um novo sentimento dos adultos em relação às crianças, que até então, desde o 
século XVII, não existia, visto que as crianças eram tratadas como adultos em miniatura. O 
professor deveria adaptar o currículo, para se tornar um facilitador da aprendizagem, prezando 
pelo desenvolvimento psicológico do educando. Segundo Silva (2012), os conteúdos 
começam a ter um significado, na medida em que começaram a serem trabalhadas de diversas 
formas, com trabalhos em grupos, jogos, experiências, entre outros, tornando o aluno, como 
sujeito ativo e participativo no processo ensino-aprendizagem. 
4724 
 
[...] os alunos são levados a aprender observando, pesquisando, perguntando, 
trabalhando, construindo, pensandoe resolvendo situações problemáticas 
apresentadas, quer em relação a um ambiente de coisas, de objetos e ações práticas, 
quer em situações de sentido social e moral, reais ou simbólicos (LOURENÇO 
FILHO, 1978, p. 151). 
No decorrer dos anos 30, o currículo escolanovista se tornou ainda mais forte a partir 
do Manifesto dos Pioneiros (1932), em que a educação secundária se torna eixo fundamental 
da Reforma Francisco de Campos. Sendo assim, foram estabelecidos estudos regulares, bem 
como a seriação e a frequência obrigatória (SOUZA, 2009). Nessa perspectiva, os estudos 
científicos se fizeram ainda mais presentes, havendo também uma divisão equilibrada de 
matérias de estudos literários e científicos. 
O professor, ao adequar o currículo em função de seus alunos, faz com o processo de 
ensino e aprendizagem vise o amadurecimento de seu alunado e, para tal, deve-se aproveitar a 
experiência do outro, para se enriquecer a sua. Nesse sentido, o aluno deve tomar uma atitude 
de busca e disposição de sempre aprender, possuir um espírito aberto a novas possiblidades, 
novas observações e novos entendimentos. 
Considerações Finais 
Procurou-se discutir neste trabalho o currículo, o movimento educacional da Escola 
Nova no Brasil, em meados de 1920 e 1930, bem como os debates que se desenvolveram em 
torno de suas propostas, pois em meio a um contexto de mudanças sociais, políticas e 
econômicas que ocorria no início do século XX, a renovação do currículo educacional se fez 
presente frente às várias críticas sobre a educação tradicional que se tinha até o momento. 
A reflexão sobre o currículo está instalada como tema central nos projetos político-
pedagógicos das escolas e nas propostas dos sistemas de ensino, assim como nas pesquisas, na 
teoria pedagógica e na formação inicial e permanente dos docentes. Neste sentido dar a devida 
atenção ao currículo corrobora para uma organização do sistema educacional das instituições 
de ensino. 
Sendo assim, a Escola Nova surge com o intuito de modificar esse currículo, na 
medida em que privilegia a criança como sujeito e, além disso, os conteúdos, que antes eram 
transmitidos pelos professores em forma de exercícios memorísticos, a partir do movimento 
escolanovista, passam a ter um significado, visto que, começam a ser trabalhados de diversas 
formas, tornando o aluno sujeito ativo no processo de ensino e aprendizagem. 
4725 
 
REFÊRENCIAS 
FORQUIN, J. C. Escola e Cultura: as bases sociais e epistemológicas do conhecimento 
escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993. 
INFANTE, Angela Maria. Manifesto dos Pioneiros: tornando a educação um problema 
nacional, 81 anos depois. São Paulo, SP. (s/d). Disponível em: 
<http://www.uninove.br/marketing/ix_coloquio/PDF/angelainfante.pdf> Acesso em 16 jun. 
2015. 
LARA, Ângela Mara de Barros; MOLINA, Adão Aparecido. Pesquisa Qualitativa: 
Apontamentos, conceitos e tipologias. In: TOLEDO, César Alencar; GONZAGA, Maria 
Tereza Claro. (Orgs.). Metodologias e técnicas nas áreas de Ciências Humanas. Maringá: 
EDUEM, 2011. 
LOURENÇO FILHO, M. B. Introdução ao estudo da Escola Nova. 13. ed. São Paulo: 15 
Edições Melhoramentos, 1978. 
SILVA, A. P. Da. O embate entre a pedagogia tradicional e a educação nova: políticas e 
práticas educacionais na escola primária catarinense (1911-1945). IX ANPED SUL- 
Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul, 2012. 
SOUZA, R. F. de. A renovação do currículo Do ensino secundário no Brasil: as últimas 
batalhas pelo humanismo (1920–1960). Currículo sem Fronteiras, v.9, n.1, pp.72-90, 
Jan/Jun 2009. 
TENÓRIO, Aleir Ferraz; SCHELBAUERI, Analete Regina. A Defesa Pela Educação 
Integral Na Obra de Anísio Teixeira. Maringá, PR. Disponível em: 
<http://www.ppgorgsistem.ics.ufba.br/arquivos/celma/A_Educacao_Integral.pdf> Acesso em 
16 jun. 2015. 
XAVIER, L. N. O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova como Divisor de Águas na 
História da Educação Brasileira. Bragança Paulista, EDUSF. 2002.

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