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A Importância do Brincar na Educação Infantil

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UNISALESIANO 
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium 
Curso de PEDAGOGIA 
 
Jadiane Cristina Lobo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO 
INFANTIL PARA CRIANÇAS DE 3 A 4 ANOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LINS – SP 
2013 
 
 
JADIANE CRISTINA LOBO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA CRIANÇAS 
DE 3 A 4 ANOS 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Banca Examinadora do 
Centro Universitário Católico Salesiano 
Auxilium, curso de Pedagogia, sob a 
orientação da Profª Ma Fátima Eliana 
Frigatto Bozzo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LINS – SP 
2013 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lobo, Jadiane Cristina; 
A importância do brincar na Educação Infantil para as crianças de três 
a quatro anos/ Jadiane Cristina Lobo – Lins, 2013 
75p. il. 31cm.. 
 
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano 
Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Pedagogia, 2013. 
Orientadora: Fátima Eliana Frigatto Bozzo. 
 
1. Brincar. 2. Desenvolvimento Infantil. 3. Brincadeiras. 4 Criança I 
Título. 
 
CDU 37 
 
L782i 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
Agradeço primeiramente a Deus que me iluminou, guiando meus passos 
durante essa caminhada e a minha família pela força, dedicação, educação, 
pelos bons ensinamentos e correções, por ser minha base, e me apoiar 
durante todos os momentos. 
A meus amigos, companheiro de sala, e todos que se fizeram presentes, 
acompanhando cada momento, apoiando-me para seguir em frente mesmo 
diante as muitas diversidades encontradas. 
A professora orientadora Fátima Eliana Bozzo, que acreditou em meu 
trabalho, orientou, incentivando para sua concretização. 
Aos demais professores deste instituto, pelo estímulo, motivação e 
aprendizado durante toda essa trajetória acadêmica. 
 
Jadiane 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EPÍGRAFE 
 
Casa de Brinquedos 
 
Chegamos filho, é aqui 
 Prepare-se, aqui você vai descobrir o vale encantado. 
Vai chegar a caverna misteriosa. 
Vai conhecer o estranho laboratório do cientista louco. 
E eu queria lhe dizer uma coisa: 
- Não esqueça filho, que uma rosa não é uma rosa, 
Uma rosa é uma manhã, uma mulher, um grande amor. 
Uma rosa é uma invenção sua. 
O mundo é uma invenção sua. 
Você lhe dá sentido, você o faz bonito, 
Você o cola de coisas 
O brinquedo, o que é o brinquedo? 
Duas ou três partes de plástico, de lata, 
Uma matéria fria, sem alegria, sem história. 
Mas não é isso, não é filho? 
Porque você lhe dá vida 
Você faz ele voar, viajar, 
Vamos filho, sabe que lugar é esse? 
É um lugar de sonhos. 
Uma casa de brinquedos. 
Vamos entrar? 
Fernando Faro 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A ação de brincar é função essencial para o desenvolvimento infantil, fazendo 
parte da condição humana. Nesse aspecto essa pesquisa almeja especificar 
situações nas quais as brincadeiras estimulam o desenvolvimento emocional, 
cognitivo, social e motor, oportunizando a passagem por etapas do 
desenvolvimento de suas potencialidades, proporcionando melhorias nas 
aptidões físicas e mentais, levando-as a estabelecer relações e buscar 
soluções para conflitos sociais e pessoais. Os objetivos dessa pesquisa foram 
verificar a importância do brincar em grupos e individualmente para formação 
da personalidade da criança de 3 a 4 anos; ressaltar a importância de brincar 
na educação infantil como fator essencial para o desenvolvimento e 
aprendizagem da criança; enfatizar sobre a necessidade do estímulo, 
monitoramento e participação dos pais e professores nas brincadeiras 
realizadas nessa idade; e por fim, como objetivo geral analisar de que modo o 
brincar é necessário para o desenvolvimento global da criança nessa faixa 
etária. Os resultados da pesquisa deram-se através do procedimento de 
pesquisa bibliográfica sobre as brincadeiras e sua relevância como recurso 
pedagógico e análise qualitativa e quantitativa de dados coletados junto aos 
pais e educadores, possuindo como método de abordagem o hipotético 
dedutivo. Constatou-se que parte da sociedade desconhece o valor das 
brincadeiras acreditando que sua função é meramente recreativa, sendo assim, 
supõe-se que para muitos, as instituições de ensino devem priorizar as 
atividades escritas e por consequência não consideram significante o espaço e 
tempo direcionado a ludicidade. Evidenciou que alguns educadores não 
possuem aprimoramento sobre o assunto, fato que impede a execução das 
atividades lúdicas de forma significativa, tornando-as mecanizadas e 
executadas deliberadamente e sem relevância. Conclui-se que, é essencial 
aprimorar as metodologias aplicadas no cotidiano da educação infantil, pois o 
brincar é indispensável para formação do caráter, identidade e funções mentais 
e motoras, devendo ser planejado para atender as crianças de acordo com a 
faixa etária, respeitando os limites intrínsecos a cada indivíduo. É fundamental 
que a escola assuma o papel de promover conhecimento aos pais através de 
palestras e encontros, a fim de informar e esclarecer dúvidas sobre a 
importância que as brincadeiras possuem, devendo as famílias e instituições de 
educação infantil constituir um relacionamento de parceria para que a 
educação aconteça. 
 
Palavras-chaves: Brincadeiras. Desenvolvimento Infantil. Crianças. 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The action is to play key role in child development, part of the human condition. 
In this respect this research aims to specify situations in which the games 
stimulate the emotional, cognitive , social and motor , providing opportunities for 
the passing stages of developing their full potential , providing improvements in 
physical and mental abilities , leading them to establish relationships and to 
seek solutions for personal and social conflicts . The objectives of this study 
were to assess the importance of play in groups and individually to form the 
personality of the child 3-4 years, highlighting the importance of play in early 
childhood education as an essential factor for the development of language in 
children , emphasizing on the need of stimulus, monitoring and participation of 
parents and teachers in plays performed at this age , and finally , aimed at 
analyzing how the play is necessary for the overall development of the child in 
this age group . The survey results gave through the procedure of literature 
about the play and its relevance as a pedagogical resource and qualitative and 
quantitative analysis of data collected from the parents and educators, as a 
method of having the hypothetical deductive approach. It was found that part of 
society ignore the value of play believing that their function is purely recreational 
, so it is assumed that for many educational institutions should prioritize 
activities written and therefore do not consider significant space and time 
directed playfulness . Showed that some educators have no improvement on 
the subject, a fact that prevents the execution of the play activities significantly, 
making them mechanized and executed deliberately and without relevance. We 
conclude that it is essential to improve the methodologies applied in everyday 
childhood education, because the play is essential for the formation of 
character, identity and mental and motor functions, and should be planned to 
meet the children according to age, respecting the intrinsic limits to each 
individual. It is essential that the school assumes the role of foster parents 
knowledge through lectures and meetings in order to inform and answer 
questions about the importance of the games have, should families and 
educational institutions constitute a partnership relationship for the educational 
happens. 
 
Keywords : Play . Child Development . Children . 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: Criança e a Terra ......................................................................14 
Figura 2: Crianças .................................................................................... 26 
Figura 3: Pesquisa qualitativa e quantitativa ............................................ 37 
Figura 4: Resposta da pergunta nº 1 dos pais ......................................... 38 
Figura 5: Resposta da pergunta nº 2 dos pais ......................................... 39 
Figura 6: Resposta da pergunta nº 3 dos pais ......................................... 39 
Figura 7: Resposta da pergunta nº 4 dos pais ......................................... 40 
Figura 8: Resposta da pergunta nº 5 dos pais ......................................... 41 
Figura 9: Resposta da pergunta nº 6 dos pais ......................................... 42 
Figura 10: Resposta da pergunta nº 7 dos pais ....................................... 42 
Figura 11: Resposta da pergunta nº 1 (a) dos professores...................... 44 
Figura 12: Resposta da pergunta nº 1 (b) dos professores...................... 45 
Figura 13: Resposta da pergunta nº 1 (c) dos professores ...................... 45 
Figura 14: Resposta da pergunta nº 1 (d) dos professores...................... 46 
Figura 15: Resposta da pergunta nº 2 dos professores ........................... 47 
Figura 16: Resposta da pergunta nº 3 dos professores ........................... 49 
Figura 17: Resposta da pergunta nº 4 dos professores ........................... 50 
Figura 18: Resposta da pergunta nº 5 dos professores ........................... 51 
Figura 19: Resposta da pergunta nº 6 dos professores ........................... 52 
Figura 20: Resposta da pergunta nº 7 dos professores ........................... 53 
Figura 21: Resposta da pergunta nº 8 dos professores ........................... 54 
Figura 22: Resposta da pergunta nº 9 dos professores ........................... 55 
Figura 23: Resposta da pergunta nº 10 dos professores ......................... 56 
Figura 24: Livros diversos ........................................................................ 60 
Figura 25: Meninos soltando pipas .......................................................... 64 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1: Brinquedos sugeridos ............................................................. 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1: Resposta nº 1 dos pais .................................................................. 70 
Tabela 2: Resposta nº 1 dos professores ..................................................... 72 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ......................................................................................... 11 
CAPÍTULO I – A CRIANÇA E O BRINCAR ........................................... 14 
1 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA INFANCIA PARA O 
DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM............................................ 14 
1.1 O desenvolvimento na idade de 3 a 4 anos: Na visão de Piaget e 
Vygotsky........... ....................................................................................... 15 
1.2 A essencialidade do faz de conta .................................................... 19 
1. 3 O brincar, o brinquedo e a realidade ............................................... 21 
1. 4 Brincar na educação infantil, fator essencial para o desenvolvimento e 
aprendizagem da criança ......................................................................... 22 
 
CAPÍTULO II – O BRINCAR LIVRE E O BRINCAR DIRIGIDO ............. 26 
2 A ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL COMO ESPAÇO 
ESTIMULADOR DOS JOGOS E BRINCADEIRAS ................................ 26 
2.1 A evolução da educação infantil na busca da construção social da 
criança.. ................................................................................................... 27 
2. 2 Os ambientes escolares e propostas pedagógicas adequadas ...... 31 
2. 3 O professor e o lúdico, estimulando e monitorando brincadeiras .... 33 
 
CAPÍTULO III – PESQUISA QUALITATIVA ........................................... 38 
3 INTRODUÇÃO ................................................................................ 39 
3.1 Análise qualitativa com os pais ....................................................... 39 
3.1 Análise qualitativa com os professores ........................................... 44 
CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................... 58 
REFERÊNCIAS ....................................................................................... 61 
APÊNDICES ...................................................................................................... 64 
11 
 
INTRODUÇÃO 
 
A presente pesquisa visa à faixa etária de três a quatro anos, tendo 
como finalidade explorar o brincar na educação infantil como fator essencial 
para o desenvolvimento de requisitos necessários a formação integral do 
indivíduo, expondo como as brincadeiras e jogos constroem valores e auxiliam 
no desenvolvimento moral, pessoal, social, motor e cognitivo. 
Entrando em contato com brincadeiras diferenciadas a criança será 
oportunizada a passar pelas etapas do desenvolvimento de suas 
potencialidades, proporcionando melhorias nas aptidões físicas e mentais, 
estimulando sua imaginação, autoexpressão, levando-as a estabelecer 
relações e buscar soluções para conflitos sociais e pessoais. 
A brincadeira é uma atividade inerente ao ser humano e essencial na 
infância por estar presente em tudo que a criança faz. Desde o nascimento o 
bebê estabelece uma relação lúdica com tudo que o cerca. Os pais estimulam 
seus sentidos quando brincam com ele, e com o passar dos meses, a criança 
aprende a brincar com as mãos, pés e se interessar por objetos diversos que 
atraem sua atenção. Com o crescimento, suas habilidades são ampliadas e ela 
começa a brincar sozinha progredindo para brincadeiras em grupos. 
A ação lúdica desempenha uma função socializadora, integrando a 
criança ao contexto da sociedade em que está inserida, pois através das 
experiências e contato direto com o mundo e suas modificações, que o 
conhecimento é adquirido e aperfeiçoado, Macedo (2005, p. 16) cita que 
―Valorizar o lúdico nos processos de aprendizagem significa, entre outras 
coisas, considerá-lo na perspectiva das crianças. Para elas, apenas o que é 
lúdico faz sentido‖. 
Segundo Piaget (2001) em cada período da vida o brincar acontece de 
um jeito e se adequa à faixa etária específica auxiliando no desenvolvimento 
necessário para aquela etapa. A criança de 03 a 04 anos está passando pela 
primeira infância, ou seja, Período Pré Operatório, fase em que o 
desenvolvimento mental é aprimorado por meio da interiorização da palavra 
com a formação do pensamento e interiorização da ação. Para a criança 
nessa faixa etária na educação infantil, o jogo simbólico está em ênfase, sendo 
12 
 
por meio da curiosidade, imaginação e experiências, que o indivíduo começa 
sua formação intrínseca. 
Nesse contexto essa pesquisa vem ao encontro de desvendar como o 
ato lúdico não deve ser visto apenas como uma recreação, mas sim uma 
condição essencial para potencializar o desenvolvimento infantil. Com as 
brincadeiras a criança torna-se capaz de explorar e refletir sobre a realidade 
em que estão inseridas, buscando soluções e hipóteses para possíveis 
conflitos e questionando algumas regras, incorporando valores, apropriando-se 
de diversas linguagens corporais, promovendo a autoimagem, autoestima e 
conduzindo a imaginação e criatividade, permitindo assim a constituição de um 
pensamento crítico e uma visão ampla, auxiliando na formação de um cidadão 
com conduta social apta para as necessidades de uma sociedade que se 
encontra em constante modificação. 
Tem comoobjetivos investigar qual a importância do brincar para o 
desenvolvimento global da criança de 03 a 04 anos; ressaltar a importância de 
brincar na educação infantil como fator essencial para o desenvolvimento e 
aprendizagem; enfatizar sobre a necessidade do estímulo, monitoramento e 
participação dos pais e professores nas brincadeiras realizadas e analisar as 
brincadeiras em grupos e individualmente para formação da personalidade da 
criança nessa faixa etária. 
O procedimento utilizado foi por meio do estudo exploratório, 
bibliográfico, junto à coleta de dados tratados estatisticamente com análise 
qualitativa e quantitativa e método de abordagem hipotético dedutivo. 
 Nas instituições de educação infantil, os jogos e brincadeiras são muito 
importantes para o aprendizado, pois atividades interessantes prendem a 
atenção dos alunos e auxilia o professor na troca de conhecimentos, facilitando 
assim a formação e aperfeiçoamento de suas habilidades. 
Jogos e brincadeiras são práticas significativas que envolvem e 
estimulam, nas quais o sujeito busca um prazer e não um aprendizado, este, 
surge devido às habilidades e complexidade da dimensão lúdica que atingem, 
sendo os jogos compostos por regras e com objetivo predefinido e o brincar um 
ato rico em autonomia, ideias, pensamentos, imaginação, criatividade, 
interação, movimento, enfim, um mundo lúdico e único de cada criança. Este 
13 
 
estudo contém três capítulos que possuem como títulos A criança e o brincar; 
O brincar livre e o brincar dirigido e a Pesquisa quantitativa e qualitativa. 
Em seu primeiro capítulo ―A criança e o brincar‖ discorre sobre a 
importância do brincar para o desenvolvimento e aprendizagem da criança de 
03 a 04 anos, dividido em quatro subtítulos: O desenvolvimento na visão de 
Piaget e Vygotsky, que retrata como Piaget descreve essa faixa etária por meio 
do período pré-operatório e suas considerações relacionadas às características 
que essa fase apresenta e o ponto de vista de Vygotsky sobre a formação do 
indivíduo através da interação do ser humano com o meio que o cerca; A 
essencialidade do faz de conta, que possui como intuito dar ênfase ao jogo 
simbólico como atividade principal na faixa etária retratada, expondo sua 
influência no desenvolvimento da atividade mental, motora e afetiva da criança; 
O brincar, o brinquedo e a realidade, especificando como agem em conjunto na 
formação do caráter, valores e atitudes durante a infância; e O brincar na 
educação infantil, fator essencial para o desenvolvimento e aprendizagem da 
criança, mostrando o papel primordial dessas instituições e de seus 
educadores ao proporcionar um ambiente rico em brincadeiras e 
consequentemente em requisitos necessários a construção integral da criança. 
Em seu segundo capítulo ―O brincar livre e o brincar dirigido‖, retrata a 
escola de educação infantil como espaço estimulador dos jogos e brincadeiras, 
dividido em três subtítulos: a evolução da educação infantil na busca da 
construção social da criança; os ambientes escolares e suas propostas 
pedagógicas; o professor e o lúdico, estimulando e monitorando brincadeiras, 
informando sobre as modificações nos modelos educacionais até os dias 
atuais, a importância de uma proposta adequada e de que forma o ambiente e 
os mediadores auxiliam durante o desenvolver dos jogos e brincadeiras. 
O terceiro e último capítulo é composto pela análise qualitativa e 
quantitativa nas quais são apresentadas as respostas de uma entrevista feita 
com pais e professores sobre o brincar e sua importância na infância. 
 
 
 
 
 
14 
 
CAPÍTULO I 
A CRIANÇA E O BRINCAR 
 
1 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA INFÂNCIA PARA O 
DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM 
 
 Figura 1: Criança e a Terra 
 
 Fonte: http://espetaculocomoequee.blogspot.com.br/2010_09_01_archive.html 
 
Cada criança em suas brincadeiras comporta-se como um poeta, 
enquanto cria seu mundo próprio ou, dizendo melhor, enquanto 
transpõe os elementos formadores de seu mundo para uma nova 
ordem, mais agradável e conveniente para ela. (FREUD apud 
KISHIMOTO, 2000, p.57). 
http://espetaculocomoequee.blogspot.com.br/2010_09_01_archive.html
15 
 
1.1 O desenvolvimento na idade de três a quatro anos: Na visão de Piaget e 
Vygotsky 
 
Antigamente não se acreditava que o ato de brincar fosse fator essencial 
para o desenvolvimento e aprendizagem, contribuindo para aquisição e 
aperfeiçoamento das inteligências e habilidades nas crianças. Essa ação era 
considerada meramente recreativa e sem valor cognitivo. 
 A ludicidade encontra-se presente em todas as faixas etárias, sendo no 
Brasil reconhecido pela Lei Nº 8.069/1990 em seu Capítulo II, Artigo 16º, inciso 
IV o direito concedido às crianças de brincar, praticar esportes e divertir-se. 
Atualmente, após diversos estudos e pesquisas sobre o assunto, a sociedade 
começa a reconhecer os valores que as brincadeiras trazem, no entanto muitos 
ainda consideram desnecessário o espaço dedicado ao lúdico nas instituições 
de ensino. 
A criança na idade de três a quatro anos tende a usar muito a 
imaginação devido ao simbolismo do seu pensamento, começando a se 
expressar por desenhos, falas, imitações de pessoas, personagens infantis, e 
automaticamente, usando o faz-de-conta para alcançar seus anseios. Através 
da criação do seu próprio mundo ela faz vínculo com o mundo real e os 
acontecimentos que estruturam sua vivência, sentimentos, pensamentos, 
explorando suas experiências para agir e desenvolver sua autonomia. 
(ANTUNES, 2004). 
Nessa faixa etária ela está em construção de sua identidade e 
reconhecimento do próprio corpo, portanto não somente as capacidades 
cognitivas devem ser exploradas, mas também devem ser estimuladas as 
capacidades motoras, reforçando o uso de brincadeiras e jogos que objetivam 
a exploração do movimento, destreza no espaço, e confiança em sua 
motricidade (BRASIL, 1998). 
Reiterando a análise de Wajskop (2007) a brincadeira é uma ação 
voluntária e consciente, sendo uma forma de atividade social infantil na qual a 
criança tem a possibilidade de experimentar novas situações, socializar e 
administrar sua relação com o outro, decidir, imaginar, inventar, aprimorar seus 
conhecimentos e valores culturais, obedecendo ao ritmo individual e sem 
16 
 
precisão nas características que serão adquiridas através de uma determinada 
brincadeira. 
Aquele que brinca pode sempre evitar aquilo que não gosta. Se a 
liberdade caracteriza as aprendizagens efetuadas na brincadeira, ela 
produz também a incertitude quanto aos resultados. De onde a 
impossibilidade de assentar de forma precisa às aprendizagens na 
brincadeira. Este é o paradoxo da brincadeira, espaço de 
aprendizagem fabuloso e incerto. (WAJSKOP, 2007, p. 31). 
 
A criança nessa faixa etária encontra-se na primeira infância e sua fase 
de desenvolvimento é a pré-operatória. Piaget (2001) cita que ela está saindo 
da fase de conhecimento prático em que há necessidade do concreto para sua 
compreensão, para a simbólica, na qual se usa símbolos para representar 
mentalmente objetos e situações não presentes. É uma idade marcada por 
algumas limitações que implicam na formação de sua inteligência cognitiva. 
 Durante a primeira infância, Piaget (2001) relata a passagem por três 
modificações na conduta infantil, a socialização de suas ações, a gênese do 
pensamento e a intuição. Na socialização de suas ações a criança passa a 
observar a ação dos demais, utilizando fatores de trocas de comunicação. 
Mediante a interação e comunicação com adultos surgem fatores de 
subordinação e submissão devido a certa coação espiritual que o adulto 
exerce, tornando seus exemplos modelos que a criança geralmente deve 
copiar e se igualar. Nessa fase de transição, a incapacidade argumentativa e o 
egocentrismo acentuado levam as crianças a realizarem monólogos individuaise coletivos, pois mesmo em brincadeiras realizadas em grupos suas falas não 
constituem um elo com a dos demais, ou seja, sua socialização está em 
expansão, mas ela permanece centralizada em si e em seu próprio ponto de 
vista, sendo por vezes capaz de reduzir o adulto ao seu nível, criando um meio 
termo entre o ponto de vista de um indivíduo superior e seu ponto de vista 
egocêntrico. 
Piaget (2001) relata que o pensamento surge antes da linguagem, sendo 
esta responsável pelo equilíbrio entre o pensamento subjetivo e sua 
representação. Portanto, desenvolvendo a linguagem por consequência 
desenvolve-se o pensamento. Sendo assim, na gênese do pensamento há uma 
expansão da linguagem possibilitando ao indivíduo reconstituir seu passado, 
contar suas ações, antecipar ações futuras, entre outras, possibilitando a 
socialização das ações por meio de atos e pensamentos que refletem suas 
17 
 
experiências e a realidade através do eu, isto é, um pensamento egocêntrico 
que propicia a ele uma espécie de jogo no qual irá recriar através de suas 
brincadeiras as situações vivenciadas, satisfazendo seus desejos por meio de 
uma forma deformada da realidade. 
Esse jogo é conhecido como simbólico e deve ser exercitado, pois 
através de símbolos abstratos o conhecimento deixa de estar preso ao 
sensório-motor e adquire forma de pensamento, podendo ser imaginado e 
representado de diversas maneiras, ampliando a capacidade de compreensão 
do mundo que o cerca. Segundo Dias apud Kishimoto (200, p.46) ―Acreditamos 
que é preciso exercitar o jogo simbólico e as linguagens não verbais, para que 
a própria linguagem verbal socializada e ideologizada possa transformar-se em 
verdadeiro instrumento de pensamento‖. 
A fase da intuição encontra-se presente nesse período de mudanças da 
conduta infantil, nela há a formação de um pensamento intuitivo que permite à 
criança criar correspondências espacial ou ótica, porém há a falta de 
reversibilidade, ou melhor, a incapacidade de reverter para o estado inicial algo 
que passou por transformações e chegou a um resultado final. É um período 
caracterizado por fases, sendo elas o animismo no qual o indivíduo tende a 
atribuir vida e sentimentos a objetos, por consequência surge realismo que 
permite a materialização de suas fantasias. Juntamente a essas duas formas 
de pensar acrescenta-se o artificialismo, pensamento que permite à criança 
acreditar que todas as coisas são construídas e ao mesmo tempo possuem 
vida e por fim o finalismo, fase marcada pelas perguntas, momento em que a 
criança busca uma razão causal para tudo. 
Nessa etapa da vida da criança existe a dificuldade de justificar e 
fundamentar respostas, além de uma deficiência na capacidade de reconhecer 
relações, ordenar e seriar durante a classificação de objetos, ela também 
acredita que o nome é parte do objeto, julgando impossível nomeá-lo de outra 
forma, atitude esta denominada por realismo nominal. 
Reiterando a ideia de Vygotsky (2007) o ambiente influencia na 
formação do indivíduo, pois suas características individuais dependem da 
interação do ser humano com o meio que o cerca. 
Seu ponto de vista é bastante diferente dos anteriores. Segundo ele, 
a estrutura fisiológica humana, aquilo que é inato, não é suficiente 
para produzir o individuo humano, na ausência do ambiente social. As 
18 
 
características individuais (modo de agir, de pensar, de sentir, 
valores, conhecimentos, visão de mundo, etc.) dependem da 
interação do ser humano com o meio e atribui especial importância ao 
fator humano presente no ambiente. (REGO, 2008, p. 57). 
 
 Nas brincadeiras as crianças se comportam com atitudes diferenciadas 
das habituais. Geralmente o brinquedo fornece uma estrutura ideal para 
mudanças de acordo com a necessidade, e a criança quando brinca passa a 
agir como se fosse maior do que realmente é. O pensamento de Vygotsky 
(2007) induz que a aprendizagem surge através do desenvolvimento de 
funções superiores, e esta se dá por meio da apropriação e internalização de 
signos que são adquiridos nas situações vivenciadas com o meio em que está 
inserida. Portanto a brincadeira segundo sua ideia, 
[...] cria na criança uma nova forma de desejos. Ensina-a a desejar, 
relacionando seus desejos a um ―eu‖ fictício, ao seu papel na 
brincadeira e suas regras. Dessa maneira, as maiores aquisições de 
uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro 
tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade. (VYGOTSKY 
apud WAJSKOP, 2007, p.34). 
 
 A ação lúdica promove interação, aquisição de conteúdos temáticos, 
negociação de regras de convivência, possibilita o levantamento de hipóteses 
para solucionar problemas e consequentemente, proporciona o acesso a um 
mundo mais amplo que não alcançariam caso a criança não estivesse em 
contato com a construção de sistemas de representação e ficasse focada 
apenas em seu cotidiano infantil. 
Vygotsky (2007) em sua teoria criou um conceito visando explicar de que 
forma a experiência social auxilia no desenvolvimento cognitivo. Este é 
denominado ―zona de desenvolvimento proximal‖, sendo caracterizada pela 
distância entre o nível atual e real de desenvolvimento. 
A zona de desenvolvimento proximal acontece mediante o nível de 
desenvolvimento potencial, pois através da assistência de um orientador adulto 
ou uma criança mais experiente na solução de conflitos, busca de hipóteses, 
entre outros, o indivíduo consegue independentemente realizar atos, ideias, 
solucionar problemas, e por consequência, desenvolver suas habilidades e 
competências. 
Outro fator importante em seu conceito são as características presentes 
em todos os tipos de brincadeiras, sendo elas a imaginação, imitação e regras. 
Estas propriedades aparecem com maior ou menor evidência e leva em 
19 
 
consideração a idade da criança e a função específica que desempenham junto 
a elas. 
Portanto, pode-se verificar que tanto Vygotsky como Piaget consideram 
as brincadeiras relevantes ao desenvolvimento infantil, sendo através da 
imaginação, jogo de faz de conta, interação e demais situações, que acontece 
as variadas transições essenciais para internalização de conhecimentos e 
aprendizagens necessárias à formação do indivíduo. 
 
1.2 A essencialidade do Faz-de-conta 
 
Ao observar uma criança na idade de três a quatro anos brincando de 
faz-de-conta percebe-se uma representação complexa diante ao significado 
atribuído por ela ao objeto e a função real do mesmo. Esse tipo de atividade 
lúdica recebe várias denominações como jogo simbólico, imaginativo, de 
papéis, sócio dramático, representativo, entre outros, contudo vale dar ênfase 
aos atos mais importantes da brincadeira que são a simulação, imaginação e 
criatividade. 
Durante essa faixa etária a criança desenvolve a capacidade de alterar o 
significado de objetos, expressar sonhos, assumir e representar papéis 
presentes no contexto em que está inserida, tornando evidente a presença da 
situação imaginária, e a simulação de situações vivenciadas dentro de um 
contexto social. 
Essas vivências são responsáveis pelo repertório amplo de experiências 
adquiridas, assimiladas e internalizadas que posteriormente através do jogo de 
faz de conta são encenadas pelas crianças. 
Segundo Piaget (apud KISHIMOTO, 2000, p. 59) ―Quando brinca, a 
criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade, 
pois sua interação com o objeto não depende da natureza do objeto, mas da 
função que a criança lhe atribuiu‖, ou melhor, um mesmo objeto representa 
vários outros, sua função varia de acordo com a necessidade. 
Nessa faixa etária a criança introduz no jogo simbólico suas ações 
imitativas, como o fato de simular que é um piloto de avião quando brinca em 
um balanço. Isso acontece devido ao intenso grau de fantasia que permite a 
ela sentir que realmente faz parte daquele personagem que está20 
 
representando. Esse jogo de fantasias oportuniza a interpretação de situações 
e experiências vivenciadas no passado. 
A representação constitui-se em dar forma às experiências humanas que 
são significativas, tornando permanentes as lembranças de circunstâncias 
marcantes e criando um arranjo de ideias, pensamentos e sentimentos que 
poderão ser transmitidos por intermédio das linguagens expressivas. 
Por consequência a criança adquire um aperfeiçoamento da linguagem 
verbal socializada, o que permite a interiorização dessas experiências e 
possibilita às crianças imaginar, compreender e tomar consciência do meio 
físico e social que a cerca. 
Segundo o pensamento de Vygotsky (2007) a definição do brincar 
depende da situação imaginária da criança e seus aspectos diferem de acordo 
com a idade e maturação, devendo levar em consideração as regras que o ato 
comporta, sendo elas mais implícitas quando a situação imaginária está em 
ênfase e mais explicita quando jogo de papéis já não é foco principal nas 
brincadeiras. 
Em sua análise, simbolizar objetos é uma condição anterior ao uso do 
jogo de papéis, pois a partir do momento em que a criança é capaz de conferir 
a um objeto um novo significado ela executa através de um mundo ilusório a 
realização de desejos não possíveis naquele momento, e como o indivíduo 
nessa idade não possui a capacidade de esperar ele reproduz a situação 
fazendo uma transição entre a ação e o pensamento. 
 
[...] para Vygotsky, o brincar tem sua origem na situação imaginária 
criada pela criança, em que desejos irrealizáveis podem ser 
realizados, com função de reduzir a tensão e, ao mesmo tempo, para 
constituir uma maneira de acomodação a conflitos e frustrações da 
vida real; para Piaget, o brincar representa uma fase no 
desenvolvimento da inteligência, marcada pelo domínio da 
assimilação sobre a acomodação, tendo como função consolidar a 
experiência passada (BOMTEMPO apud KISHIMOTO, 2000, p. 64). 
 
 Contudo, vale salientar que as brincadeiras, jogos e qualquer outro tipo 
de atividade lúdica, exige uma interação entre sua ação, o objeto ou brinquedo 
usado e a realidade expressada, devendo esse elo ser valorizado em conjunto, 
pois sua fragmentação impossibilita resultados qualitativos. 
 
1.3 O brincar, o brinquedo e a realidade. 
21 
 
As brincadeiras são importantes formas de comunicação, pois por meio 
delas as crianças expressam prazer, satisfação, medos, anseios e dispõe ao 
adulto a possibilidade de perceber se há algo de errado ou se ela está 
passando por algum conflito interno ou externo, pois através do brincar elas 
representam as situações vivenciadas sendo estas boas ou ruins. 
Durante as atividade lúdica é estabelecido um vínculo entre a realidade 
e fantasia, este auxilia no desenvolvimento cerebral, na formação da linguagem 
verbal e não verbal, nos aspectos cognitivos e motores, estimula a percepção 
sensorial, aprimora a progressão da autonomia e identidade, por fim, traz 
melhorias a memória, concentração, imaginação e demais áreas da 
personalidade humana responsável pela formação do caráter. 
Reiterando o pensamento de Brougerè (2001), ao brincar com o outro o 
indivíduo passa por etapas do aprendizado que resultam no desenvolvimento 
de sua maturação, podendo citar alguns aspectos aperfeiçoados como o ato de 
compreender, dominar, produzir situações, autocontrolar-se, respeitar regras e 
o tempo necessário para cada coisa, assimilar aos poucos a aceitação do erro, 
respeitar a cultura e os valores. 
A brincadeira e o brinquedo intervêm na formação do caráter, valores e 
atitudes das crianças, tornando-as ativas e fazendo uma interação entre o 
objeto e a ação na busca de uma representação da realidade em que está 
inserida. 
Portanto os brinquedos surgem como aliados do ato de brincar, com sua 
manipulação, situação de posse e consumo, a criança se apropria da cultura 
que a cerca e simula suas experiências vivenciadas, internalizando seu 
significado. A função do brinquedo e sua junção ao brincar e a realidade torna 
o objeto um mediador entre o indivíduo e o contexto social. Todavia quando 
esse contexto é alterado, automaticamente a cultura social na qual a criança 
está inserida também passa por modificações, condicionando assim as 
mudanças no ato de brincar, podendo transformar a função dada ao objeto ou 
brinquedo por outra adequada ao novo contexto. 
A escolha dos brinquedos também varia de acordo com os estágios do 
desenvolvimento infantil, já que eles devem ser adequados às potencialidades 
já adquiridas e as ainda não absorvidas em sua totalidade. Na idade de três a 
quatro anos alguns brinquedos são sugeridos para o aperfeiçoamento das 
22 
 
habilidades cognitivas, motoras, pessoal, interpessoal, e social. Entre eles, 
alguns são sugeridos por Antunes (2003, p.28. 29). 
Quadro 1: brinquedos sugeridos 
Atividade Principal Brinquedos sugeridos 
Criar cenários para brincar e 
ambientes 
Fantasias, fantoches e teatrinhos. 
Telefone e relógio de brinquedo. 
Casinha de brinquedo e brinquedos 
para brincar de casinha. 
―Homenzinhos‖ (soldados, super- 
heróis). 
Garagem, posto de gasolina e 
carrinhos. Fazendinhas, autoramas, 
ferrorama simples. Lego e suas 
variações. 
 
Movimentar-se no espaço Triciclos maiores, equipamentos de 
ginástica para playground. 
Compreender os meios de 
comunicação. 
Discos e toca-fitas, livros para colorir, 
cadernos de desenhos, livros de 
história. 
Fonte: Antunes (2003, p.28. 29) 
 
Portanto, as brincadeiras devem estar presentes em todos os momentos 
da infância, porque o brincar unido aos brinquedos, às ações aplicadas sobre 
eles, à realidade do meio em que está inserido, à comunicação e ao auxílio da 
linguagem verbal socializada, propicia a criação e a descoberta de brincadeiras 
que permitirão a assimilação e apropriação dos diversos aspectos da realidade, 
viabilizando o reconhecimento e transformação da realidade infantil para 
realidade humana. 
 
1.4 Brincar na educação infantil, fator essencial para o desenvolvimento e 
aprendizagem da criança. 
 
Com base no pensamento de Wajskop (2007), a brincadeira desde os 
primórdios era usada como recurso para o ensino, no entanto sua valorização 
na educação infantil só iniciou com o rompimento do pensamento romântico. 
Nessa época os jogos eram considerados como uma ação de desinteresse 
pelo trabalho e pelas demais atividades sérias. Esse pensamento passou por 
23 
 
constantes reformulações que objetivavam verificar e valorizar a importância 
das atividades lúdicas para o aprendizado e aperfeiçoamento humano. 
O jogar ou brincar é compreendido de acordo com suas características 
implícitas e explícitas, sendo a diferenciação entre essas ações expressadas 
por meio da linguagem e interpretação atribuída por cada pessoa. Esse meio 
de compreensão individual é ocasionado conforme o contexto social, valores e 
modo de vida de cada sujeito envolvido direta ou indiretamente com a 
atividade. Ainda que o significado para as brincadeiras seja o mesmo, suas 
especificidades são únicas, pois em algumas o ápice maior está na situação 
imaginária adquirida e outras variam em conformidade com regras, satisfação 
em manipular objetos, habilidade manual para executar uma situação mental, 
bem como habilidades cognitivas e sociais. 
Durante a infância a predisposição da aprendizagem em todos os 
aspectos e a absorção de valores está em ênfase. Baseando-se na ideia de 
Piaget (2001), a primeira infância, de dois a sete anos, é o alicerce para a 
aprendizagem humana, pois a mesma serve como apoio na aquisição de 
conhecimentos futuros e formação da personalidade e condutas. Quando esse 
período esta envolto a uma estruturação que propicie um crescimento 
cognitivo, desenvolvimento da linguagem e das habilidades motoras, sócio 
emocionais, afetivas e adaptativas, será proporcionado à criança uma 
propagação de seu potencialintelectual e por consequência sua vida escolar 
será bem sucedida, resultando na formação de cidadãos críticos, reflexivos e 
aptos para se adequar às inúmeras e constantes transformações sociais. 
No decorrer desse processo de aquisição das capacidades, a educação 
infantil tem um papel primordial na formação desses indivíduos, pois as 
creches e instituições equivalentes funcionam como uma extensão do 
aprendizado conquistado através da experiência social e interações 
interpessoais. Portanto, o pensamento petrificado que a sociedade tinha de que 
o ambiente escolar para ser eficaz deveria ser pedagógico está aos poucos 
mudando, e a ludicidade didatizada está tomando uma nova proporção que 
amplia a visão do lúdico como elemento essencial na conquista do 
conhecimento. No ensino, o reconhecimento da importância das brincadeiras 
em todas as etapas da educação está em ênfase, porém permanece oscilando 
com relação a sua valorização por parte da sociedade em geral. Contudo, as 
24 
 
instituições possuem um papel imprescindível para evitar essa oscilação. 
Através da comunicação, troca de saberes, experiências e informações entre 
equipe escolar, família e comunidade, é possível estimular a assimilação por 
parte de toda a comunidade sobre o valor que as atividades lúdicas possuem 
como recurso pedagógico. 
 
Nesta perspectiva, a brincadeira encontraria um papel educativo 
importante na escolaridade das crianças que vão se desenvolvendo e 
conhecendo o mundo nesta instituição, que se constrói a partir dos 
intercâmbios sociais que nela vão surgindo: a partir das diferentes 
histórias de vida das crianças, dos pais e dos professores que 
compõem o corpo de usuários da instituição e que nela interagem 
cotidianamente (WAJSKOP, 2007, p. 26). 
 
Atualmente as brincadeiras são consideradas como prioridade para a 
criança nas instituições de ensino, seu espaço está sendo ampliado a cada dia 
e a maioria dos educadores preocupa-se em proporcionar um ambiente 
acolhedor e planejado ―Nesse sentido, brincar deve se constituir em atividade 
permanente e sua constância dependerá dos interesses que as crianças 
apresentam nas diferentes faixas etárias‖. (BRASIL, 1998, p. 50). 
No ambiente escolar os jogos precisam ser estimulados e seu tempo de 
aplicação projetado com intuito de desafiar, oportunizar a expressividade, 
autonomia, imaginação, e demais aspectos desenvolvidos com o mesmo. 
Na educação infantil o professor precisa conhecer seus alunos e o grau 
de dificuldade da sala de aula antes de dispor uma brincadeira, afinal, somente 
através dessa verificação inicial será possível analisar se o jogo a ser aplicado 
está coerente com a cultura da criança e se essa atividade causa interesse e 
motivação. Por meio dessas observações o mediador buscará envolver os 
educandos para alcançar os objetivos almejados com a aula. 
Esta percepção da função do ensino infantil como espaço no qual o 
lúdico é incorporado ao cotidiano pedagógico deve acontecer através de 
recursos e metodologias que objetivam um aprendizado. As brincadeiras são 
qualitativas somente quando os benefícios e habilidades oferecidos e 
desenvolvidos através da atividade não são impostos de forma a tornar o ato 
de brincar uma obrigação com cobranças de resultados, mas sim, quando é 
aceito de forma natural pelas crianças, e não apenas como uma ação didática 
pedagógica dirigida, pois estas geralmente restringem a aprendizagem 
25 
 
causando uma diminuição na autonomia, criatividade, aperfeiçoamento cultural 
e por consequência dificultam a capacidade de alcançar as habilidades 
essenciais para o desenvolvimento físico, motor, cognitivo, social e afetivo. 
É indispensável salientar que algumas escolas não oportunizam um 
espaço para o lúdico acontecer de forma independente, espontânea e 
prazerosa, devido às exigências de parte da sociedade com relação aos 
conteúdos estruturados com base na alfabetização, pois muitos pais e até 
mesmo educadores, acreditam que o lúdico interfere negativamente no 
aprendizado, devendo haver uma separação entre essas duas ações. Portanto 
é importante que a sociedade compreenda que as brincadeiras são 
fundamentais para o amadurecimento de algumas áreas. 
 
Para que a prática da brincadeira se torne uma realidade na escola, é 
preciso mudar a visão dos estabelecimentos a respeito dessa ação e 
a maneira como entendem o currículo. Isso demanda uma 
transformação que necessita de um corpo docente capacitado 
adequadamente instruído para refletir e alterar suas práticas. 
Envolve, para tanto, uma mudança de postura e disposição para 
muito trabalho. (CARNEIRO, DODGE, 2007, p.91). 
 
Mediante essa concepção, uma escola que aplica uma prática 
pedagógica almejando o crescimento e preparação das habilidades dos alunos, 
deverá ser constituída com um espaço estimulador que coloca em ênfase as 
brincadeiras como recurso de aprendizagem, e assim, irá preparar a criança 
em seu desenvolvimento humano, e consequentemente ajudará na formação 
cultural e de valores, permitindo sua adaptação a diversos contextos sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
CAPÍTULO II 
O BRINCAR LIVRE E O BRINCAR DIRIGIDO 
 
2. A ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL COMO ESPAÇO ESTIMULADOR 
DOS JOGOS E BRINCADEIRAS 
 
Figura 2: Crianças 
 
Fonte: http://educacaoinfantil.loveblog.com.br/526685/A- 
 
Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver 
meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados 
em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação 
do homem. (ANDRADE apud BARROS, 2009, p. 15). 
27 
 
2.1 A evolução da educação infantil na busca da construção social da 
criança. 
 
Desde os primórdios até os dias atuais a educação infantil está 
passando por diversas alterações em suas práticas educativas e conceitos 
básicos. Diante essas mudanças e melhorias, as maiores dificuldades estão 
em sua consolidação como um direito básico da criança, e o uso de propostas 
pedagógicas que considere as atividades educativas uma ação proposital na 
ampliação de diversos requisitos necessários à colocação da criança no mundo 
atual, ampliando seu universo cultural, valorizando sua identidade pessoal e 
social, e propiciando ao mediador observar e reconhecer os interesses e 
conhecimentos prévios intrínsecos e singulares a cada educando. 
Devido a essas modificações surgiram diferentes modelos educacionais, 
e a educação antes do nível fundamental evoluiu da conhecida ―educação pré-
escolar‖, especificada por ser o atendimento a criança que estava fora do 
ambiente familiar mais ainda não apresentava a faixa etária adequada para 
frequentar a escola, para a educação infantil, nível de ensino que faz parte da 
educação básica. Essas mudanças propiciaram a compreensão de que as 
creches, pré-escolas e instituições equivalentes possuem um caráter educativo 
e não assistencialista. Como diz a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 
 
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como 
finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) 
anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, 
complementando a ação da família e da comunidade. (BRASIL, 1996, 
p.25, 26). 
 
É indispensável compreender que para chegar a essa concepção de que 
a infância deve ser compreendida como princípio primordial à educação voltada 
à cidadania, as revoluções foram lentas e dificultosas, pois almejava a 
valorização dessa etapa como artifício de aprendizagem, na qual ao mesmo 
tempo em que a criança modifica seu meio ela também é alterada por ele, e no 
ensino infantil há uma amplitude nas oportunidades desafiadoras que propiciam 
o desenvolvimento de requisitos necessários à formação global da criança. 
 
Tanto no Brasil como em outros países, a história dos sistemas 
pedagógicos pré-escolares revela o aparecimento da infância 
enquanto categoria social diferenciadodo adulto em função de sua 
28 
 
brincadeira ou daquilo que Chamboredon (1986) denominou ―ofício 
de crianças‖ (WAJSKOP, 2007, p.22). 
 
Dentre tantas mudanças, a essencialidade do lúdico no qual o prazer 
pelo brincar proporciona um aprendizado simultâneo ao ato, tornou-se objeto 
de estudo e pesquisa. A inserção de brinquedos no ensino existe desde 
antigamente, sendo Platão e Aristóteles alguns dos pioneiros no uso dessa 
metodologia. Reiterando a ideia de Kishimoto (2000), Platão acreditava que 
aprender brincando era adequado por ser ato oposto à opressão e violência. Já 
Aristóteles visualizava esse método como forma de preparo a vida futura 
Outros pensadores como Comênio, Rousseau, Pestalozzi, Decroly, 
Froebel e Montessori estabeleceram base de ensino focado na criança. Oliveira 
(2008) descreve como acontecia a educação por parte desses pensadores, 
relatando que Comênio (1592-1670) educava crianças menores de seis anos 
com um plano de escola maternal, na qual percepções sensoriais provinda de 
experiências seriam internalizadas e posteriormente interpretadas pela razão. 
Para atingir seu objetivo usava materiais audiovisuais e defendia bons recursos 
materiais, organização de tempo e espaço, e exploração do brincar como 
educação pelos sentidos, sempre agindo de acordo com cada faixa etária. 
A proposta educacional de Rousseau (1712-1778) afirmava que a 
infância não era somente um acesso a vida adulta, mas que deveria ser 
valorizada em si, por meio de uma autoeducação, voltada a liberdade, 
curiosidade, experiência, emoção, obedecendo ao ritmo natural e ao livre 
exercício das capacidades infantis. Pestalozzi (1746-1827) propunha um 
ensino por meio da afetividade, sentidos, intuição, treinando vontades e 
atitudes morais, ou seja, agindo contra o excesso de intelectualismo presente 
na educação tradicional. Concomitante ao pensamento e propostas 
educacionais que surgiram nesse período, houve também uma valorização do 
brinquedo e brincadeiras infantis como objeto sensorial almejando ao 
aprendizado. 
Com base na ideia de Pestalozzi, Froebel (1782-1852) também 
apresentava uma proposta educacional por meio da intuição, espontaneidade 
infantil com atividades de jogo e cooperação para alcançar a origem da 
atividade mental. As teorias desses autores foram apropriadas e defendidas 
como modelos pedagógicos, e no decorrer do século XX demais estudiosos 
29 
 
aprofundaram-se contribuindo para o fim da escola tradicionalista. Entre esses 
estudiosos destaca-se Drecoly (1871-1932), médico, que propunha atividades 
didáticas voltadas ao intelecto, no qual a criança deveria explorar objetos de 
forma concreta e em seu todo, colocando como eixos principais a observação, 
associação e expressão. 
Montessori (1879-1952), médica psiquiátrica, tinha uma proposta 
contrária a de Rousseau não aceitando a autoeducação como desenvolvimento 
infantil. Sua pedagogia era voltada ao objeto que permitia a brincadeira e não 
ao ato de brincar, elaborando materiais adequados a exploração sensorial e 
compreendendo o mediador como preparador do ambiente e observador das 
atividades infantis. À frente de tantas propostas e práticas pedagógicas, Freinet 
(1896-1966) renovou defendendo uma educação que fosse além da sala de 
aula, integrando as experiências vivenciadas no meio social e oferecendo 
atividades cooperativas. Oliveira (2008, p.77) cita ―A seu ver, as atividades 
manuais e intelectuais permitem a formação de uma disciplina pessoal e a 
criação do trabalho-jogo, que associa atividade e prazer e é por ele encarado 
como eixo central de uma escola popular‖. 
A partir do pensamento desses grandes nomes dentro da pedagogia e 
suas concepções fora do contexto tradicionalista, originou uma renovação do 
ensino na Europa com o movimento Escola Nova. Este chegou ao Brasil por 
influência americana e europeia, trazendo um novo entendimento de infância e 
educação infantil, pois por meio dessa nova visão a criança passou a ser 
designada como sujeito ativo, deixando de ser compreendida como um 
indivíduo ―vazio‖, no qual seria necessário preencher a mente com dados e 
informações que posteriormente seria aprendido, acumulado, fixado e por fim 
rearranjado quando conteúdos mais complexos aparecessem formando assim 
o conhecimento. 
À espera de que a criança se torne adulta e se insira no sistema de 
produção do qual foi excluída gradativamente no decorrer da história 
do capitalismo, a ela é designado um ofício próprio nas instituições de 
educação infantil, transformando a pré escola em uma ―espécie de 
grande brinquedo educativo‖ (WAJSKOP, 2007, p. 22). 
 
Entretanto, por meio dessa nova concepção, o conceito de educação de 
crianças propiciou a elaboração de novos jardins de infância e cursos para 
formação de professores. Estas instituições eram responsáveis por atender 
30 
 
uma camada social financeiramente privilegiada, deixando as camadas 
populares sem atendimento. Esse contexto começou a ser modificado devido 
ao crescimento da população nos centros urbanos e industriais, pois com o 
aumento da mão de obra nas industrias a creche tornou-se essencial para 
acolher as crianças fora da idade escolar enquanto seus pais trabalhavam. 
Porém esse modelo de creche tinha seu objetivo voltado ao assistencialismo, 
não valorizando uma orientação voltada à educação e desenvolvimento geral 
do educando. 
Após muitas ações voltadas à educação brasileira foi sancionada a 
primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional aprovada em 1961 
(Lei 4024/61) que incluía o jardim de infância no sistema de ensino e informava 
que a criança menor de sete anos deveria ser atendida por jardim de infância 
ou escola maternal. Em 1971 essa lei foi alterada, passando a valer o texto da 
Lei 5692/71, que propunha a educação infantil também ministrada em 
instituições equivalentes ao jardim da infância, criando também uma ―educação 
compensatória‖ com a proposta de preparar para a alfabetização. 
Em 1988 com a elaboração da Constituição Federal as creches e pré-
escolas foram reconhecidas como direito de todos e dever do estado, com 
intuito de atender a todas as camadas da população brasileira. Na década de 
90 foi promulgado o Estatuto da Criança e Adolescente, concretizando os 
direitos adquiridos pela constituição e almejando a nova Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional que dentre suas modificações defenderia um 
novo modelo de educação infantil. 
Concretizada em 1996, a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (Lei 9394/96) propôs a educação infantil como etapa da educação 
básica. Já em 2005, a Lei Federal 11.114/05 determinou que a educação 
infantil acomodasse a faixa etária de 0 a 5 anos, devendo a criança ser 
devidamente matriculada no ensino fundamental com seis anos de idade e 
tornando esse, um ensino de nove anos, isto é, o novo texto altera o anterior 
diminuindo um ano na Educação Infantil e aumentando um ano no ensino 
fundamental. 
Em consequência dos avanços da educação e com a formulação dos 
Referenciais Curriculares Nacionais de Educação Infantil (RCNEI, 1998) a 
preocupação das instituições de ensino relacionada à infância passou a ser 
31 
 
com a formulação de um currículo voltado ao desenvolvimento e formação 
integral do indivíduo, tornando prioridade na faixa etária de 3 a 4 anos o uso de 
brincadeiras, brinquedos e jogos diversos para a construção social e aquisição 
de novos conhecimentos, habilidades e aprendizagens. 
 
2.2 Os ambientes escolares e suas propostas pedagógicas 
 
As instituições educativas auxiliam na promoção do crescimento, 
maturação e desenvolvimento saudável da criança, obtendo uma evolução de 
atitudes e procedimentos que estendem às necessidades pessoais que se 
encontram constantes durante sua permanência no ambiente escolar, entre 
elas há o afeto, a alimentação, integridade corporal e psíquica, bem como a 
segurançae confiança (BRASIL, 1998). 
Na educação infantil a escola deve ser um recinto desafiador no qual os 
jogos e brincadeiras são estimulados constantemente. A tendência é constituir 
um local com espaços para o desenvolvimento de atividades diversas, como 
correr, fantasiar-se, ouvir histórias, entre outras, sendo essencial assegurar um 
contato direto com objetos que vão incentivar a curiosidade do educando, 
chamando e mantendo sua atenção, bem como promovendo suas habilidades 
e dificuldades. 
Portanto, os espaços e ambientes das instituições de educação infantil 
devem ser organizados para atender as necessidades de cada faixa etária, 
devendo ser amplos, passíveis de reorganização, de fácil acesso e 
diferenciados, permitindo assim a assimilação por parte das crianças da função 
e atividades a serem desenvolvidas nos mesmos. 
 
Os vários momentos do dia que demandam mais espaço livre para 
movimentações corporais ou ambientes para aconchego e/ou para 
maior concentração, ou ainda, atividades de cuidados implicam, 
também, planejar, organizar e mudar constantemente os espaços 
(BRASIL, 1998, p. 68). 
 
Nessa perspectiva, os ambientes nas pré-escolas, creches e instituições 
equivalentes são compostos de múltiplos recursos e possibilidades de 
explorações e vivências, ampliando as sensações e percepções. Os objetos e 
brinquedos constantes nos espaços escolares devem ser organizados e 
planejados pelo educador, além de estar dispostos de forma acessível à 
32 
 
criança, pois por meio deles os alunos irão conhecer suas características 
físicas, funções e designar aos mesmos, novos significados durante as 
brincadeiras, estimulando assim a criatividade e imaginação. 
O novo contexto educacional dos dias atuais requer uma educação 
infantil com estruturas curriculares flexíveis e abertas, na qual a proposta 
pedagógica da instituição de ensino que busca a formação integral da criança 
deverá priorizar o desenvolvimento de requisitos essenciais como a 
motricidade, imaginação, raciocínio e linguagem, além de atender as 
necessidades básicas do indivíduo, propiciando a construção de sua identidade 
e autonomia. 
Na faixa etária de 3 a 4 anos considera-se indispensável que as 
instituições educativas contemplem em suas propostas a busca pela expansão 
de aspectos biológicos, físico-motores, cognitivo, afetivo e emocional, de 
orientação espacial, temporal, ritmo, coordenação visomotora e linguagem, 
constituindo a ação de brincar como principal atividade para alcançar as metas 
almejadas. É fundamental que dentre as características imprescindível a uma 
proposta eficaz, as escolas proponham rotinas adequadas às necessidades 
dos alunos e ao ritmo de cada faixa etária, pois além de viabilizar a 
organização das atividades por parte do mediador, elas também possibilitam ao 
aluno a construção de um esquema temporal. 
 
Considerada como um instrumento de dinamização da aprendizagem, 
facilitador das percepções infantis sobre o tempo e o espaço, uma 
rotina clara e compreensível para as crianças é fator de segurança. A 
rotina pode orientar as ações das crianças, assim como dos 
professores, possibilitando a antecipação das situações que irão 
acontecer (BRASIL, 1998, p. 73). 
 
Apesar de as brincadeiras povoarem o universo infantil sendo foco em 
todos os ambientes, seu uso como aspecto primordial às crianças de 3 a 4 
anos irá contribuir para a apropriação de sua imagem, meio cultural, espaço, 
relações pessoais, além de dar ênfase à aquisição de conhecimentos e 
aprendizados, ou seja, por meio do brincar a escola será transformada em um 
ambiente que une a formação pessoal com o conhecimento de mundo na 
busca de um ensino de qualidade, devendo sua equipe profissional estar em 
constante aperfeiçoamento, pois somente com a apropriação da essencialidade 
de um brincar bem planejado que a atividade atenderá aos requisitos básicos. 
33 
 
2.3 O professor e o lúdico, estimulando e monitorando brincadeiras. 
 
O brincar está presente no dia a dia das crianças, e nas creches e pré-
escolas é fator indispensável quando se trata de aprendizagem. No entanto, 
algumas dúvidas ainda permeiam esse ambiente, pois muitos educadores e 
pais buscam compreender até que circunstância os jogos e brincadeiras 
desenvolvem habilidades e aprendizados, quais os estímulos estão disponíveis 
através dos objetos e espaços dispostos para o lúdico, que valores, hábitos e 
atitudes são transferidos pelos professores nos jogos, bem como de que forma 
o mediador deve estimular e monitorar brincadeiras a fim de favorecer a 
aquisição de requisitos necessários ao progresso intrínseco dos alunos. 
Brincar exige das crianças formas complexas de relacionamento com o 
mundo e por consequência cria nas mesmas uma apropriação de signos 
sociais, pois as funções cognitivas estão interligadas às competências 
adquiridas com a ação da brincadeira e do jogo. Por meio dessa ação são 
exercitadas as capacidades nascentes como as de representar o mundo, 
distinguir pessoas, características de objetos e seu funcionamento, elementos 
da natureza e elementos sociais. 
O brincar incentiva o aperfeiçoamento humano por meio de diferentes 
dimensões. No desenvolvimento da linguagem as brincadeiras promovem a 
comunicação de pensamentos e sentimentos, no desenvolvimento moral surge 
um processo de construção de regras, no cognitivo oportuniza um crescimento 
de informações que por consequência desencadeia novas situações, no 
desenvolvimento afetivo facilitando a expressão de seus afetos e emoções, e 
por fim, no físico-motor explora o corpo, espaço, interagindo integralmente no 
meio inserido. Com base nessas dimensões as brincadeiras devem ser 
propagadas através de um jogo espontâneo também conhecido como livre ou 
por meio do jogo dirigido. 
O jogo simbólico é o principal possibilitador da capacidade distintiva 
entre a função real e a figurada concedida ao objeto. Através do faz de conta, 
afeto, memória, criatividade, motricidade, linguagem, percepção e 
representação são aperfeiçoados. Segundo Santos (apud CRAIDY E GLÁDIS, 
2001, p.89) ―o jogo espontâneo infantil possui, portanto, dois aspectos 
interessantes e simples a serem observados: o prazer e, ao mesmo tempo, a 
34 
 
atitude de seriedade com que a criança se dedica à brincadeira‖, ou seja, a 
expressão é base da dramatização, e essa capacidade não é inata, ela surge 
no momento em que a criança torna-se capaz de imaginar, induzindo a partir 
de então, as demais linguagens e formas de comunicação. Portanto quando 
brinca ela satisfaz seus anseios e ao mesmo tempo desenvolve suas 
habilidades e capacidades. 
A faixa etária de 3 a 4 anos é a de maior complexidade nesse tipo de 
jogo espontâneo, considerado como o brincar livre, exige que professores e 
mediadores disponibilizem espaço e objetos diversos organizados para 
satisfazer os anseios das crianças. Nessa fase o indivíduo se dedica muito a 
esses momentos, elaborando detalhes, monólogos, assumindo papéis e 
compensando seus desejos que não são possíveis de alcançar. 
Esse é um período de compensação e liquidação, pois o primeiro 
acontece devido às limitações do indivíduo e de suas incapacidades físicas, 
motoras e intelectuais na realização de algumas atividades. Muitas são 
próprias de adultos e as crianças estão impossibilitadas de realizar, porém 
almejam fazer e para saciar seu desejo utilizam o jogo simbólico e as 
representações viabilizadas por meio do mesmo. Seu uso como forma de 
liquidação permite ao indivíduo superar seus traumas, medos e demais 
circunstâncias desagradáveis, pois ao fantasiar encenando um personagem 
que vivencia essas situações, seus receios são removidos. 
A criança quando usa o faz de conta amplia suas concepções sobre 
pessoas, regras, valores, objetos, enriquecendo sua forma de ser, agir, pensar, 
vivenciando ao desempenhar papéis sociais a absorção de sentimentos e 
emoções variadas.Diversos brinquedos propiciam o faz de conta, contudo, os 
mesmos aperfeiçoam concomitantemente outras habilidades e aprendizagens. 
Para crianças de 3 a 4 anos, alguns brinquedos são aliados na 
interiorização desses requisitos para formação individual. Segundo relato de 
Zatz (2007) em um de seus livros, uma série de brinquedos proporcionam 
imaginação, prazer, interesse e motivação na criança dessa faixa etária. Entre 
eles estão carrinhos e demais réplicas de meios de transportes que contribuem 
para o desenvolvimento motor, bonecos para despertar afetividade, e 
autoestima, miniaturas representando o mundo e ampliando conhecimentos e 
vocabulário, blocos de montar e cenários propiciando papel de construtor, 
35 
 
organizando o espaço e desenvolvendo coordenação motora, jogos de 
sociedade e habilidade estabelecendo regras, motricidade e interação pessoal, 
brinquedos de praia e mobiliário enriquecendo o faz de conta, atividades 
esportivas para o desenvolvimento físico e motor, além das demais atividades 
criativas que proporcionam experiências, motivam descobertas e estimulam a 
sensibilidade da criança. 
O adulto, sendo ele, pais, professores e demais responsáveis pela 
criança, desenvolve um papel decisivo nas brincadeiras realizadas por elas, 
pois além da responsabilidade em dispor um espaço adequado aos diferentes 
jogos, disponibilizar objetos acessíveis e compatíveis à faixa etária atendida, 
eles também podem participar e por muitas vezes auxiliar no desenrolar das 
atividades lúdicas. Durante estas atividades os professores possuem as 
funções de observador, intervindo apenas na garantia da segurança, 
autonomia e participação de todos, catalisador, usando da observação durante 
as brincadeiras para compreender as necessidades e desejos implícitos na 
realização dos jogos e finalmente, participante ativo atuando durante o brincar 
nas relações e situações provenientes das mesmas. 
O educador quando age como mediador dirigindo jogos coloca 
condições e regras a serem cumpridas usando como ferramenta a troca 
pedagógica de conhecimentos com o aluno. 
Dirigir ou monitorar uma atividade exige que o docente conheça a 
brincadeira e suas regras, que ele tenha objetivos pré-definidos a serem 
alcançado pelos alunos com a realização da mesma, além de planejamento, 
comprometimento e dedicação. Moyles relata (2002, p. 33) ―por meio do brincar 
dirigido, as crianças têm outra dimensão e uma nova variedade de 
possibilidades estendendo-se a um relativo domínio dentro daquela área ou 
atividade‖. 
Nos jogos dirigidos e na observação do mediador com a aplicação do 
mesmo, a criança aprimora aptidões específicas como a percepção, atenção, 
concentração, identificação de comando, sociabilização, entre outros. 
Contudo cabe ao professor conhecer o interesse de seus alunos para 
então proporcionar e dirigir um jogo atrativo e que causará prazer e motivação, 
pois através do entusiasmo e euforia ao realizar a atividade proposta que o 
individuo é estimulado a participar integralmente, facilitando e promovendo as 
36 
 
competências que o brincar proporciona, atingindo assim um ensino 
aprendizagem qualitativo. 
Através das diversas atividades disponibilizadas dentro do ambiente 
escolar, os diferentes valores humanos começam a ser construído nas 
crianças, sendo de grande importância trabalhar os aspectos relacionados à 
moral, ética, afetividade, respeito mútuo, solidariedade, cooperação, 
perseverança, entre outros, auxiliando de forma qualitativa na formação do 
indivíduo, com objetivo de preparar cidadãos críticos, reflexivos e participativos. 
A aquisição de valores acontece de forma contínua sendo característico 
da evolução e formação humana, configurando-se pela maior ou menor 
importância, valorizando mais uma coisa em relação à outra. Os valores 
humanos são internalizados por meio da socialização e experiências 
vivenciadas ao longo da vida. Quando criança, o indivíduo, está em construção 
de sua personalidade, e a principal influência sobre ele provêm do adulto e de 
outras crianças que funcionam como modelos quando possuem atitudes 
admiradas pelo sujeito em formação. 
[...] é principalmente ao longo da infância e durante a adolescência 
que as crianças e os jovens consolidam seu esquema fundamental de 
valores, quando passam de uma moral heterônoma, segundo a qual 
são guiados pelas opiniões e normas dos mais velhos (pais, 
educadores, treinadores) a uma moral autônoma, regida pela opinião 
própria, processo que, segundo Kohlberg (1969), acontece de forma 
paralela ao desenvolvimento do juízo moral. (SANMARTÍN, 2005, p. 
51). 
 
Reiterando a ideia de Mukhina (1996) a personalidade da criança passa 
pelo processo de compreensão do mundo e sua ocupação no mesmo, e pelo 
desenvolvimento dos sentimentos. Portanto, com uso de jogos é possível 
expandir o desenvolvimento de valores sociais e individuais. Jogar é ideal para 
uma aprendizagem social por envolver situações diversas que exigem atitudes 
e comportamentos regrados, com tomadas de decisões, espírito cooperativo, 
competitivo e participativo, sendo a educação infantil um meio essencial para 
proporcionar essas situações que consequentemente farão parte da formação 
dos valores e atitudes do indivíduo. 
 
 
 
 
37 
 
CAPÍTULO III 
PESQUISA QUALITATIVA 
 
Figura 3: Pesquisa qualitativa e quantitativa 
 
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfs3kAE/pesquisa-qualitativa-quantitativa 
 
Para a visão calma e agradável daquele que realmente conhece a 
Natureza Humana, a brincadeira espontânea da criança revela o 
futuro da vida interior do homem. As brincadeiras da criança são as 
folhas germinais de toda a vida futura; pois o homem todo é 
desenvolvido e mostrado nela, em suas disposições mais carinhosas, 
em suas tendências mais interiores. (FROEBEL apud ZATZ, 2007, p. 
5). 
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfs3kAE/pesquisa-qualitativa-quantitativa
38 
 
3. INTRODUÇÃO 
 
Nessa pesquisa realizou-se a apreciação com 10 pais de crianças que 
estão regularmente matriculadas em creches e pré-escolas, públicas e 
privadas, sendo todas na faixa etária de 03 a 04 anos e integrantes de 
diferentes classes sociais. 
Na pesquisa realizada com professores, foram analisadas as opiniões de 
10 educadores da rede municipal de ensino de Lins e instituições particulares, 
todos atuando na educação infantil. 
 
3.1 Análise qualitativa com pais 
 
A primeira pergunta da pesquisa direcionada aos pais objetivou a 
opinião sobre a importância do brincar e sua presença na escola de educação 
infantil. Todos os pais consideram as brincadeiras importantes, no entanto, 
grande parte não acredita que sua influência nas instituições de ensino propicia 
a aprendizagem, supondo ser necessário ―estudar‖ para aprender. Outros 
admitem sua importância para o desenvolvimento e aprendizagem. 
Figura 4: resposta da pergunta nº 1 dos pais 
 
Fonte: elaborada pelo pesquisador 
 
A segunda questão levantada foi relacionada ao espaço que as escolas 
dispõem para a realização das brincadeiras. As respostas obtidas divergiram 
39 
 
entre adequados em sua totalidade; adequados, porém precisa de reformas e 
brinquedos, e por fim, houve uma parte dos pais que considera inadequado, 
pequeno e com brinquedos mal conservados. 
Figura 5: resposta da pergunta nº 2 dos pais 
 
Fonte: elaborada pelo pesquisador 
 
Durante a análise qualitativa, perguntou-se aos pais se preferem que 
seus filhos realizem mais atividades em folhas ou brinquem durante o período 
que permanecem na escola. As respostas foram equilibradas e opostas, pois 
grande parte acredita que brincar é essencial, pois o desenvolvimento por meio 
das brincadeiras é completo quanto aos requisitos primordiais à formação do 
indivíduo. Outra parte dos pais acredita ser fundamental o uso de atividades 
em folha para o aprendizado e minoria da população pesquisada mostra quedeve haver um equilíbrio no uso desses dois recursos em sala. 
Figura 6: resposta da pergunta nº 3 dos pais 
 
Fonte: elaborada pelo pesquisador 
40 
 
Na quarta pergunta feita aos pais, o assunto debatido foi sobre as 
brincadeiras realizadas na escola e se as crianças comentam as mais 
aplicadas e quais gostam mais. A maioria dos pais disse que as principais 
citadas são as realizadas no parque, com uso de bola, brinquedos diversos e 
brincadeiras tradicionais. Uma parcela informou que seus filhos falam a 
respeito das atividades em folhas e músicas, e por fim, outra parte informou 
que as crianças não relatam de que forma o brincar acontece. 
Figura 7: resposta da pergunta nº 4 dos pais 
 
Fonte: elaborada pelo pesquisador 
 
Na análise qualitativa em sua quinta pergunta o assunto debatido foi 
relacionado aos brinquedos que os pais disponibilizam a seus filhos. Para obter 
as respostas foi questionado se os pais compravam os que as crianças pediam 
ou os que a mídia apresentava. 
As respostas foram equilibradas em sua maioria, no entanto, uma 
grande parcela da população informou que os brinquedos desejados pelas 
crianças são os que a mídia apresenta, deixando explicita a influência da 
televisão perante os brinquedos e brincadeiras nos dias atuais, cabendo aos 
pais e responsáveis observar e conhecer os programas assistidos pelo público 
infantil, pois a formação do caráter, valores, e atitudes são transmitidas através 
da observação de situações apresentadas, inclusive nas atrações assistidas. 
Esse universo de fantasias apresentado por meio da televisão envolve a 
criança, e esta, posteriormente, coloca em prática a experiência observada 
41 
 
quando entra em contato com determinados objetos e brinquedos, portanto nos 
dias atuais o brinquedo e televisão andam juntos, sendo um, influência do 
outro. Outras respostas foram dadas de forma harmônica, sendo elas, o que 
eles pedem desde adequados a faixa etária; não compro; e por fim, brinquedos 
que desenvolvem a aprendizagem. 
Figura 8: resposta da pergunta nº 5 dos pais 
 
Fonte: elaborada pelo pesquisador 
 
A pergunta número seis tinha como objetivo saber se os pais conhecem 
a importância do brincar e sabem especificá-las. No entanto, as respostas não 
surgiram conforme o desejado. Poucos pais explicaram qual era a importância 
para o desenvolvimento dos requisitos necessários a formação do indivíduo, 
alguns responderam apenas que conhece a importância, outros disseram que 
brincar é bom para o corpo e para o aprendizado da contação numérica, uma 
minoria não acredita que auxilia na aprendizagem, e a maior parte diz que a 
criança aprende sem perceber através das brincadeiras. 
Portanto, em nenhuma das respostas especificou-se quais as áreas que 
o ato de brincar desenvolve, deixando exposto que muitos pais e responsáveis 
possuem dificuldade em assimilar a ação do lúdico na aprendizagem, fato que 
interfere na percepção das brincadeiras como parte de um processo de 
desenvolvimento e instrumento eficaz para conhecimento, contextualização, 
significação, interpretação do mundo, apropriação da cultura, de regras de 
42 
 
convívio, entre outras, que são fundamentais para desenvolvimento integral do 
indivíduo. 
Figura 9: resposta da pergunta nº 6 dos pais 
 
Fonte: elaborada pelo pesquisador 
 
Na sétima e última pergunta direcionada aos pais, foi questionada a 
relação com os filhos durante as brincadeiras. Perguntou-se aos responsáveis 
se costumam brincar com seus filhos ou apenas dispõem brinquedos para que 
brinquem sozinhos, caso brinquem, quais seriam as brincadeiras preferidas. As 
respostas novamente aconteceram de forma equiparada, expondo que muitos 
pais e responsáveis não deixaram claro os tipos de brincadeiras, acarretando 
uma ideia de que esses momentos lúdicos são defasados. As respostas foram: 
sim, de brinquedos diversos; sim, de escolinhas; raramente brinca com a 
criança; e por fim, assistem a filmes e desenhos. 
Figura 10: resposta da pergunta nº 7 dos pais 
 
 Fonte: elaborada pelo pesquisador 
43 
 
3.2 Análise qualitativa com professores 
 
 Na análise realizada com 10 professores de educação infantil da rede 
pública e particular de Lins objetivou-se verificar a prática das brincadeiras e 
jogos no contexto escolar, bem como o conhecimento sobre sua importância no 
cotidiano por parte dos educadores. Foram anexados alguns relatos dos 
mediadores com intuito de auxiliar no entendimento e reflexão sobre suas 
respostas. 
 A primeira indagação propôs aos educadores especificar suas 
compreensões relacionadas ao brincar, diferenciando o brincar dirigido, livre e 
a recreação. 
 Durante a infância é essencial o uso de brincadeiras nos diversos 
contextos sociais da criança, pois o brincar em suas diferentes formas, amplia 
as habilidades e competências essenciais. Nas instituições de ensino cabe ao 
educador compreender a necessidade de usar as atividades lúdicas 
adequadamente para alcançar os objetivos almejados. 
Segundo Debortoli (2005) a recreação pode ser considerada uma das 
funções da brincadeira por acontecer quando um ambiente, objetos dispostos, 
ou uma situação, estimula espontaneamente o interesse da criança. Reiterando 
sua análise, a brincadeira livre também não deve ser considerada uma situação 
na qual há uma ausência de intervenção por parte dos professores, mas sim 
uma interação adequada que propiciará a construção da autonomia do 
educando, diferenciando do brincar dirigido, pois neste, o mediador não precisa 
participar ativamente, pois sua principal função será conduzir as brincadeiras, 
ensinando suas regras, normas e metodologias. 
Percebe-se que há diferentes concepções sobre as brincadeiras por 
parte dos docentes, pois as respostas dadas foram: a brincadeira faz parte da 
vida e da evolução humana; brincar é se sentir livre; é uma das atividades 
fundamentais para o desenvolvimento da identidade e autonomia; brincar é o 
ato de se entreter, divertir, distrair de maneira espontânea ativando habilidades 
e aprendizados; brincar é todo ato que o indivíduo se solta e sente prazer 
mesmo seguindo regras; brincar é compartilhar momentos, expressar 
sentimento e se divertir. 
Algumas de suas falas foram 
44 
 
-Brincar é todo o ato em que o indivíduo se solta, extravasa, pode ser o 
que quiser, segue regras, mas sente prazer nisso. 
 -Brincar é um ato de se entreter e distrair-se, uma ação espontânea que 
ativa as habilidades e desenvolve a criatividade. 
Figura 11: resposta da pergunta nº 1 (a) dos professores 
 
Fonte: elaborada pelo pesquisador 
 
Com relação ao brincar dirigido as respostas seguiram uma mesma linha 
de raciocínio, expondo que alguns educadores acreditam haver formas 
adequadas para se brincar e que a criança precisa ser ensinada, caso contrário 
a brincadeira não acontece adequadamente, ou seja, no brincar dirigido os 
mediadores valorizam mais o ato de ―ensinar a brincaderia‖ com suas normas e 
regras. A minoria acredita que o brincar dirigido refere-se à atividade utilizada 
para fins de aprendizagem, e a maioria cita que no brincar dirigido o professor 
conduz e visa um objetivo individual ou coletivo a ser alcançado. 
Os relatos foram: 
-O brincar dirigido refere-se à atividade lúdica que é utilizada para fins de 
aprendizagem, proporcionando o exercício da imaginação, criatividade, 
agilidade de movimento e raciocínio. 
-Brincadeira dirigida é aquela que o professor orienta os alunos e na 
brincadeira há um objetivo específico oportunizando a interação e o 
desenvolvimento de habilidades. 
 
45 
 
Figura 12: resposta da pergunta nº 1 (b) dos professores 
 
Fonte: elaborada pelo pesquisador 
 
Houve uma amplitude nas concepções relacionadas ao brincar livre. Os 
resultados das respostam evidenciaram a valorização da autonomia da criança 
na escolhas e contrução das brincadeiras, sendo importante para a formação

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