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Suplementacao Alimentar - Saúde da criança e do adolescente

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Suplementação Alimentar 
Uma em cada três pessoas no mundo é afetada pela deficiência 
de vitamina A, ferro ou iodo. 
A falta dessas vitaminas podem gerar a morte materna e infantil, 
resposta imunológica diminuída, cegueira, retardo mental e anemia. 
Uma criança que é exclusivamente amamentada até os 06 meses 
de idade, não necessita de suplementação com vitaminas, com 
exceção da vitamina k e da vitamina D em situações selecionadas. 
Suplementação de Ferro 
Anemia, segundo a OMS, é a condição na qual os níveis de 
hemoglobina circulante estão abaixo dos valores considerados 
normais para idade, sexo, estado fisiológico e altitude. 
A anemia é um dos fatores mais importantes relacionados a baixo 
peso ao nascer, mortalidade materna e déficit cognitivo em 
crianças. 
O último trimestre da gestação é o período no qual ocorre o mais 
importante aumento de peso e armazenamento de ferro no feto. 
Recomenda suplementação a todas crianças de 06 a 19 meses (ou, 
se não estiverem em aleitamento materno exclusivo, a partir de 4 
meses) e mais cedo para as crianças de baixo peso ao nascer e 
prematura <37 semanas. O CDC também sugere a partir de 6 
meses profilaxia através da suplementação de ferro suficiente 
através da alimentação suplementar. 
Já a OMS, prevê que a suplementação seja estendida até os 24 
meses de idade cuja a preval1ência de anemia seja maior que 40%, 
que seria o nosso caso. 
Desta forma, sugerimos que todas as crianças em 
acompanhamento neste serviço sejam suplementadas com 1-
2mg/kg/dia de ferro a partir dos 6 meses (1-2mg/kg/dia a partir 
de 4 meses se não estiver no aleitamento materno exclusivo ou 
2-4mg/kg/dia a partir dos 2 meses se prematuros ou com baixo 
peso ao nascer) até os 24 meses de idade. 
Recomendamos reservar a administração semanal de ferro para 
esta faixa etária, na dose de 25mg/semana, para situações em 
que a suplementação diária gerar baixa adesão, pela ausência de 
evidências em relação a posologia. 
Suplementação de vitamina D 
Atualmente, não se dispõem de evidências científicas que avaliem 
a recomendação de suplementação universal de vitamina D no 
Brasil. 
O raquitismo atribuído a baixa ingestão de alimentos ricos em 
vitamina D e restrição a exposição solar é uma condição previnível, 
mas que continua ocorrendo, mesmo em países desenvolvidos. 
A quantidade de exposição necessária para prevenir a deficiência 
de vitamina D, seja de 0,5 a 2 horas por semana (17min/dia) com 
exposição apenas da face e mãos do bebê. Se o bebê estiver 
apenas de fralda a exposição deve ser de 30min/semana 
(4min/dia). 
Crianças com pele escura requer 3-6 vezes mais tempo de 
exposição ao sol. 
A academia de pediatria recomenda evitar a exposição de crianças 
menores de 06 meses de idade ao sol, pelo risco cumulativo de 
câncer. Nesses casos, aconselha a suplementação de 400UI/dia 
de vitamina D a toda as crianças a partir dos primeiros dias de vida 
até a adolescência. 
Recomenda-se administrar 200-400UI/dia de Vitamina D a 
crianças com risco aumentado, ou seja, prematuros, crianças com 
pele escura, crianças com exposição inadequada à luz solar e filhos 
de mães vegetarianas estritas que estejam sendo amamentadas. 
Suplementação com vitamina A 
No Brasil, não existe uma recomendação universal. O Ministério da 
Saúde, através do Programa Nacional de Suplementação de 
Vitamina A, busca reduzir e controlar a deficiência nutricional de 
vitamina A em crianças de 6 a 59 meses de idade e mulheres no 
pós-parto imediato (antes da alta hospitalar) residentes em regiões 
consideradas de risco. No Brasil, são consideradas áreas de risco 
a região Nordeste, o estado de Minas Gerais (região norte, Vale do 
Jequitinhonha e Vale do Mucurici) e o Vale do Ribeira em São Paulo. 
Esta deficiência é a principal causa de cegueira evitável no mundo, 
estando também associada a 23% das mortes por diarreias em 
crianças 
A concentração de vitamina A no leite materno varia de acordo 
com a dieta da mãe. Em crianças amamentadas, pode-se aumentar 
a oferta de vitamina A orientando uma dieta para mãe rica nesse 
micronutriente (fígado, gema de ovo, produtos lácteos, folhas 
verdes escuras, vegetais e frutas cor de laranja) ou 
suplementando a mãe com essa vitamina. Crianças que recebem 
leite materno com quantidade suficiente de vitamina A suprem 
facilmente a necessidade dela com a alimentação complementar. 
Após a introdução da dieta, 50 g de fígado de boi por semana 
fornecem quantidade suficiente de vitamina A para lactentes (5-
12 meses). 
A suplementação periódica da população de risco com doses 
maciças de vitamina A é uma das estratégias mais utilizadas para 
prevenir e controlar a DVA em curto prazo. Segundo o Programa 
Nacional de Suplementação de Vitamina A, a conduta de 
administração via oral da megadose de vitamina A é: 
 Para crianças de 6 meses a 11 meses de idade: 1 
megadose de vitamina A na concentração de 100.000 UI; 
 Para crianças de 12 a 59 meses de idade: 1 megadose 
de vitamina A na concentração de 200.000 UI a cada 6 
meses; 
 Para puérperas: 1 megadose de vitamina A na 
concentração de 200.000 UI, no pós-parto imediato, 
ainda na maternidade, antes da alta hospitalar. 
A utilização dessas doses é segura e tem baixa incidência de 
efeitos colaterais. No entanto, é necessário cuidado especial no que 
concerne aos grupos de risco (mulheres no período reprodutivo e 
gestantes) ante os problemas potenciais que esta estratégia pode 
apresentar como, por exemplo, casos de toxicidade até efeitos 
teratogênicos sobre o feto, no caso de administração inadequada 
a gestantes. 
Suplementação de vitamina K ao nascer 
Atualmente, existe informação suficiente para manter a 
recomendação de administrar vitamina K ao nascimento como 
profilaxia da doença hemorrágica neonatal por deficiência de 
vitamina K11: 
 Bebês com idade gestacional >32 semanas e >1000g: 1 
mg IM ou EV. 
 Bebês com 1000g: 0,5 mg IM. 
 Bebês com < 1000g, independentemente da idade 
gestacional: 0,3 mg IM. 
Se houver recusa dos pais quanto à administração injetável, deve 
ser garantido o fornecimento da vitamina K oral, 2mg ao nascer 
seguido de 1 mg/sem durante os 3 primeiros meses (estas doses 
repetidas são imprescindíveis nos bebês amamentados ao peito; 
naqueles com outro tipo de alimentação, poderia ser suficiente a 
dose inicial). 
Suplementação de zinco 
O papel do zinco na prevenção da morbimortalidade por doenças 
infecciosas foi reconhecido recentemente. Trabalhos foram 
realizados em populações extremamente vulneráveis de países em 
desenvolvimento, usando suplementação de zinco em diversas 
apresentações. 
Entretanto, não há uma recomendação universal quanto à 
suplementação de zinco para população brasileira. Deve-se 
enfatizar o consumo de alimentos ricos em zinco. 
 
 
Aluna: Kethelyn Cris Pancier

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