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PRESCRIÇÃO NUTRICIONAL • PRESCREVER Determinar, receitar ou ministrar. • PRESCRIÇÃO DIETÉTICA Intervenção por meio da dieta visando a melhoria/manutenção da saúde do indivíduo. É a determinação e o registro do planejamento alimentar elaborado para um indivíduo. CONCEITO RESOLUÇÃO CFN n 304/2003 Considera a prescrição dietética como ato privativo do nutricionista e que este, ao elaborá-la, utiliza métodos e técnicas terapêuticas específicos Art. 1º. Compete ao nutricionista a prescrição dietética, como parte da assistência hospitalar, ambulatorial, em consultório de nutrição e dietética e em domicílio. Art. 2º. A prescrição dietética deve ser elaborada com base nas diretrizes estabelecidas no diagnóstico nutricional. Art. 3º. Compete ao nutricionista elaborar o diagnóstico nutricional com base nos dados clínicos, bioquímicos, antropométricos e dietéticos. RESOLUÇÃO CFN n 304/2003 Art. 4º. O registro da prescrição dietética deve constar no prontuário do cliente-paciente, de acordo com os protocolos pré-estabelecidos ou aceitos pelas unidades ou serviços de atenção nutricional, devendo conter data, Valor Energético Total (VET), consistência, macro e micronutrientes mais importantes para o caso clínico, fracionamento, assinatura seguida de carimbo, número e região da inscrição no CRN do nutricionista responsável pela prescrição. RESOLUÇÃO CFN n 304/2003 Art. 6o. O nutricionista, ao realizar a prescrição dietética, deverá: I - considerar o cliente-paciente globalmente, respeitando suas condições clínicas, individuais, sócio-econômicas, culturais e religiosas; II - considerar diagnósticos, laudos e pareceres dos demais membros da equipe multiprofissional, definindo com estes, sempre que pertinente, os procedimentos complementares à prescrição dietética; III - respeitar os princípios da bioética. RESOLUÇÃO CFN n 390/2006 Regulamenta a prescrição dietética de suplementos nutricionais pelo nutricionista RESOLUÇÃO CFN n 304/2003 Art. 5º. O registro da evolução nutricional deve constar no prontuário do cliente- paciente, de acordo com os protocolos pré- estabelecidos, devendo conter alteração da ingestão alimentar, avaliação da tolerância digestiva, exame físico, antropometria, capacidade funcional e avaliação bioquímica. Parágrafo único. Outros dados poderão ser acrescentados, de acordo com a necessidade e complexidade do serviço. RESOLUÇÃO CFN n 525/2013 Regulamenta a prática da fitoterapia, pelo nutricionista, atribuindo-lhe competência para, nas modalidades que especifica, prescrever plantas medicinais, drogras vegetais e fitoterápicos, como complemento da prescrição dietética e dá outras providências. Prescrição Nutricional • Forma sintética • Composta por características químicas e físicas. • Forma analítica ou detalhada • É a forma sintética convertida em alimentos e nutrientes. Prescrição Nutricional VISA: Documentar o cuidado prestado ao cliente. Trocar informações, auxiliando e promovendo as atividades de todos os profissionais envolvidos no cuidado ao paciente. PRESCRIÇÃO NUTRICIONAL • Designa o tipo, quantidade, frequência e via de ingestão dos alimentos, incluindo as necessidades energéticas diárias (baseadas no peso pré-determinado), as quantidades e qualidade de PTN, LIP, CHO, quantidades de minerais e vitaminas, além de líquidos, fibras, características físicas e outros aspectos que se fizer necessário. PLANEJAMENTO DIETÉTICO PLANEJAMENTO Planejar: é o ato de projetar um trabalho, determinando metas e objetivos, coordenando meios e recursos para atingi-los. Planejamento Dietético visa promover uma alimentação saudável e específica às necessidades nutricionais do individuo. Coleta de dados Análise Objetivos Ações PLANEJAMENTO ANÁLISE Avaliar estado fisiológico Avaliar o estado nutricional Análise e avaliação integrada dos dados coletados na anamnese Auxilio da literatura para compreensão das informações / ¨Unir as peças do quebra- cabeça¨ Itens que serão trabalhados pela nutrição • Condições socioeconômicas • Preferências individuais • Hábitos alimentares • Condições de preparo • Disponibilidade / Limitações individuais A viabilidade depende PLANEJAMENTO OBJETIVOS Específicos para cada item a ser trabalhado pela nutrição Específicos ao indivíduo e à sua realidade Atender às demandas identificadas na etapa da análise dos dados Não confundir com ações AÇÕES Ações específicas para alcançar os objetivos Específica ao indivíduo e à sua realidade Atender às necessidades do indivíduo Atender às diretrizes da alimentação saudável e segura Adequada à recomendação nutricional Atender à demanda em quantidade, qualidade, harmonia e adequação • Leis Fundamentais da Alimentação (Pedro Escudero) Quantidade: Deve ser suficiente para cobrir as exigências energéticas e de nutrientes do organismo – “per capita” alimentar; suficiente p/ funcionamento do organismo, manutenção da saúde. Qualidade: O Plano Alimentar deve ser completo em sua composição (não deve omitir nenhum nutriente) e para tal, deve ter variedade – inclusão de todos os grupos alimentares. Considerar grau de maturação, conservação e condições de consumo dos alimentos. Planejamento Dietético Harmonia – A quantidade dos diversos nutrientes que integram a alimentação deve guardar uma relação de proporção entre si. Dieta equilibrada; biodisponibilidade dos nutrientes. Adequação – Dieta individualizada (estado fisiológico, peso, estado nutricional, idade, sexo, disponibilidade de alimentos, renda, gasto energético, atividade física). Planejamento Dietético Elaboração de cardápio Cálculo de dieta Pirâmide alimentar Lista de alimentos FINS: especificação de objetivos MEIOS: Seleção dos procedimentos e técnicas destinadas a atender aos objetivos e metas (Métodos de VET, recomendações de nutrientes, distribuição de macro, características físicas, etc.) RECURSOS: levantamento dos recursos disponíveis → custo dos alimentos propostos, adequação à renda do paciente. IMPLANTAÇÃO: Definir os procedimentos de execução do plano proposto → escolha dos métodos, dos alimentos, das recomendações e orientações, prescrição dietética. CONTROLE: Como avaliar o plano proposto. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO • Devem ser bem organizadas • Passíveis de revisão e compreensão por profissionais. Informações Considerar Faixa etária Renda familiar Ocupação do paciente Aversões, intolerância e preferências alimentares Cultura, religião, etc... AÇÕES Energia Proteínas Carboidratos Lipídeos Vitaminas/ Minerais Água (Líquidos) Condimentos Consistência Fracionamento Volume Temperatura Fibras 24 Características QUÍMICAS APRESENTAR OS VALORES CALCULADOS NA DIETA, COERENTES COM AS NECESSIDADES DO INDIVÍDUO MICRON UTRIEN TES MACRON UTRIEN TES EER Características QUÍMICAS • Energia (Necessidade energética) • Cota de energia necessária para que o indivíduo realize suas atividades e mantenha o organismo funcionando normalmente durante 24 horas. Características QUÍMICAS Hipocalórica EER < GET Normocalórica EER = GET Hipercalórica EER > GET Características QUÍMICAS • Hipocalórica: quantidade de calorias é menor que as necessidades do indivíduo. • Normocalórica: quantidade de calorias é adequada para atender às necessidades do indivíduo. • Hipercalórica: quantidade de calorias é maior que as necessidades do indivíduo. EXEMPLO DE FÓRMULAS PARA CÁLCULO DAS NECESSIDADESENERGÉTICAS DE ACORDO COM IDADE E SEXO Necessidades de energia para os garotos - FAO/OMS/ONU, 2004 Idade (anos) Atividade Física leve moderada intensa kcal/kg/PC kcal/kg/PC kcal/kg/PC 2 84 3 80 4 77 5 74 6 62 73 84 7 60 71 81 8 59 69 79 9 56 67 76 10 55 65 74 Custo energético para o crescimento - 2 kcal/g de ganho de peso FAO/OMS/UNU, 2004 página 21 Para crianças de 3 a 8 anos de idade EER = TEE + Deposição de Energia Sexo masculino: EER = 88,5 – (61,9 x I) + CAF x (26,7 x P + 903 x A ) + 20 (DE) Sexo feminino: EER = 135,3 – (30,8 x I) + CAF x (10,0 x P + 934 x A) + 20 (DE) NAS/FNB – DRI’s, 2005 I-idade em anos A- altura em metros Coeficiente de Atividade Física (CAF) para crianças de 3 a 18 anos de idade (NAS/FNB– DRI’s, 2005) Sexo Masculino AF = 1,0 se NAF5 for estimado entre > 1,0 e < 1,4 (sedentário) AF = 1,13 se NAF for estimado entre > 1,4 e < 1,6 (pouco ativo) AF = 1,26 se NAF for estimado entre > 1,6 e < 1,9 (ativo) AF = 1,42 se NAF for estimado entre > 1,9 e < 2,5 (muito ativo) Sexo Feminino AF = 1,0 se NAF for estimado entre > 1,0 e < 1,4 (sedentário) AF = 1,16 se NAF for estimado entre > 1,4 e < 1,6 (pouco ativo) AF = 1,31 se NAF for estimado entre > 1,6 e < 1,9 (ativo) AF = 1,56 se NAF for estimado entre > 1,9 e < 2,5 (muito ativo) MÉTODO FAO/OMS 2004 VET = TMB* x Fator atividade *TMB: Taxa Metabólica Basal Características QUÍMICAS MACRONUTRIENTES Justificar quantidades estabelecidas de acordo com a necessidade/especificidade do indivíduo associadas à função do nutriente. PROTEÍNA CARBOIDRATOS LIPÍDIOS CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS • Hipoglicídica • < 45% EER • Normoglicídica • *45 – 65% EER • **50 – 75 % EER • Hiperglicídica • > 75 % EER *DRI, 2005 **FAO/OMS, 2004 CARBOIDRATOS CARBOIDRATOS • Hipoglicídica: quantidade de glicídios encontra-se abaixo da recomendação. Este tipo de dieta é difícil de ser indicada, podendo ser utilizada em casos de restrição severa de calorias para perda de peso. • Normoglicídica: quantidade de glicídios de acordo com a recomendação. • Hiperglicídica: quantidade de glicídios acima da recomendação. Características QUÍMICAS CARBOIDRATOS Principal fonte de calorias da dieta. Monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. Sua recomendação é representada normalmente por intervalos percentuais, que constituem de 45 a 75% do valor calórico total, a depender da referência. Características QUÍMICAS CARBOIDRATOS Açúcares livres: mono e dissacarídeos adicionados aos alimentos pelo fabricante, cozinheiro ou consumidor e açúcares naturalmente presentes no mel, xaropes, sucos de frutas e sucos de frutas concentrados. Até 5% do VET* *WHO. Information note about intake of sugars recommended in the WHO guideline for adults and children. CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS PROTEÍNAS • Hipoprotéica • < 0,8 g/kgP/dia (Adulto) • <10% EER • Normoprotéica • 0,8 -1,0 g/kgP/dia (Adulto) • 10 - 35% EER • Hiperprotéica • > 1,0 g/kgP/dia (Adulto) • > 35% EER PROTEÍNAS • Hipoprotéica: quantidade de proteínas abaixo da recomendação. Utilizada quando é necessário fazer uma restrição protéica devido a presença de doenças. • Normoproteíca: quantidade de proteínas de acordo com a recomendação. • Hiperprotéica: quantidade de proteínas acima da recomendação. Utilizada quando há carência protéica, sepse, etc. Características QUÍMICAS PROTEÍNAS • Justificar a conduta com base nas especificidades do indivíduo e função do nutriente. • Utilizar a recomendação em grama/Kg Peso. Características QUÍMICAS PROTEÍNAS Apresentar a quantidade em grama/kg de peso. Caracterizar a qualidade da proteína da dieta (% de proteína animal). CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS LIPÍDIOS • Hipolipídica • < 20% EER (Adulto) • Normolipídica • 20 - 35 % EER (Adulto) • Hiperlipídica • > 35 % EER (Adulto) DRI, 2005 LIPÍDIOS • Hipolipídica: quantidade de lipídios abaixo da recomendação. Utilizada quando deseja uma restrição lipídica. • Normolípidica: quantidade de lipídios de acordo com a recomendação. • Hiperlípidica: quantidade de lipídios acima da recomendação. Difícil de ser indicada. Ex.: Dietas cetogênicas Características QUÍMICAS LIPÍDIOS • Justificar a conduta com base nas especificidades do indivíduo, necessidades e demandas nutricionais, associado à função do nutriente. • Sua recomendação é representada por intervalos percentuais. Características QUÍMICAS LIPÍDIOS • Geralmente recomenda-se: • > 10% monoinsaturadas • 10% poliinsaturadas • < 10% gorduras saturadas • Colesterol < 300mg/dia • Ômega-6: 17g para H 12g para M • Ômega-3: 1,6g para H 1,1g para M - Lipídeo 15--30% Ácido graxo Saturado <10% (< 7%) Ácido graxo poliinsaturado (PUFAs) 6--10% n-6 Ácido linoleico (PUFAs) 5--8% n-3 Ácido linolênico (PUFAs) 1--2% Ácido graxo Trans <1% Ácido graxo monoinsaturado (MUFAs)a pela diferença (13%) - Carboidrato 55--75% Açúcar simplesb <10% - Proteína 10--15% - Frutas e hortaliças 400 g/dia - Colesterol <300 mg/dia - Cloreto de sódio (sódio) <5 g/dia (<2 g/dia) META DE NUTRIÇÃO ADEQUADA PARA PREVENÇÃO DE DOENÇAS CRÔNICAS (WHO/FAO, 2003) - ADULTO aCalcula-se como segue: gorduras totais – (ácidos graxos saturados + ácidos graxos poliinsaturados + ácidos graxos trans). bAçúcar livre: se refere a todos os monossacarídeos e dissacarídeos adicionados aos alimentos por parte do fabricante, do cozinheiro ou do consumidor, além dos açúcares naturalmente presentes no mel, nos xaropes e nos sucos de frutas. Descrever as quantidades calculadas na dieta e justificar de acordo com a especificidade do indivíduo (demanda individual) e função do nutriente. VITAMINAS MINERAIS 50 MICRONUTRIENTES Fazem parte de vários processos metabólicos (reguladores) São necessários em pequenas quantidades ao organismo para as reações químicas vitais Atenção ao seu equilíbrio na dieta Biodisponibilidade; Harmonia 51 VITAMINAS E MINERAIS VITAMINAS E MINERAIS ■ Recomendações representadas em quantidades/dia – Sexo – Faixa etária – Estado fisiológico do indivíduo 52 * Ver tabelas atualizadas IOM, FAO/OMS VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS LIPOSSOLÚVEIS Características QUÍMICAS Normohídrica Hiperhídrica Hipohídrica 54 NRC/NAS/FNB - DRI, 2004 – National Research Council /National Academy of Sciences / Food and Nutrition Board -Dietary Reference Intakes. Características QUÍMICAS LÍQUIDOs • A água intra e extra- celular correspondem a 60% do peso corporal, variando de 45% a 75% • Reações metabólicas e manutenção da temperatura corporal. • Líquidos • 81% : ingestão de água • 19% : alimentos 55 LÍQUIDOS 56 Água pura Água alimentos Água bebidas Líquido total 57 ■ Recomendação (AI) - anormalidades funcionais da desidratação (referência ingestão americanos) ■ Recomendação de líquidos totais - jovens (19 a 30 anos): – Homens - 3,7L /dia – Mulheres - 2,7L/dia LÍQUIDOS CÁLCULO DOS LÍQUIDOS DA DIETA 58Água pura Água metabólica Líquido de complementação Água total ■ OXIDAÇÃO DOS NUTRIENTES ■ 1g CH = 0,60 ml ■ 1g Ptn = 0,42 ml ■ 1g Lip = 1,07 ml 59 CÁLCULO ÁGUA METABÓLICA CÁLCULO ÁGUA METABÓLICA exemplo 60 ■ Adulto, sexo feminino, VET =2000 Kcal ■ Recomendação Hídrica = 2,7 L/dia DIETA Oxidação Água metabólica CH = 320g X 0,6 = 192 PTN= 50g X 0,42 = 21 LIP =60g X 1,07= 64,2 277,2 ml CÁLCULO da ingestão de líquidos exemplo 61 ■ Adulto com VET =2000Kcal ■ Recomendação = 2,7 L/dia ■ Alimentos Líquidos do cardápio = 600ml ■ Água metabólica = 277,2 ml ■ Líquidos do cardápio + água metabólica = 877,2 ml ■ Quantidade de Água ?? Líquidos totais = Água + H2O metabólica + alimentos líquidos do cardápio Água: RH – (H2Ometabólica + alimentos líquidos) Água: 2700 – 877,2 = 1822,8 ml 200ml (copo padrão) = 9,11 9 copos de água por dia. CONDIMENTOS ■ São substâncias utilizadas em pequena quantidade com o objetivo de melhorar a palatabilidade, aroma e coloração dos alimentos ■ WHO/FAO, 2003: Recomendação de sal ►5g/dia = 2000mg de sódio ■ Na+Cl- média de 5 a 6g/dia ■ NAS/NRC/FNB (DRI), 2004 – recomendação de acordo com a fase de vida (1200mg a 1500mg/dia) 62 63 • Esta característica está ligada a existência de substâncias que transmitem maior ou menor sabor e aroma. CONDIMENTOS • Sal de cozinha, açúcar • Condimentos ácidos - vinagre, suco de limão • Ervas e especiarias • Folhas - manjericão, louro, coentro, manjerona, orégano, salsa, alecrim Sabor suave: possuem quantidades mínimas de substâncias sápidas e aromáticas. Sabor intenso: possuem grandes quantidades de substâncias sápidas e aromáticas. 64 65 ■ Frutos - aipo, erva-doce, pimentão, pimenta. ■ Sementes - mostarda, gergelim, noz-moscada, cominho, pimenta-do-reino, linhaça, semente de girassol, semente de abóbora. ■ Bulbos e raízes - alho, cebola, gengibre, urucum. ■ Côdea – canela. ■ Flores - baunilha, cravo-da-índia, alcaparra. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS Referem-se À estrutura do alimento Características FÍSICAS ■ CONSISTÊNCIA (facilidade de desagregação dos alimentos e preparações da dieta) – Líquida Restrita – Líquida Completa – Semi-líquida – Pastosa – Branda – Normal ■ Compõem-se na sua totalidade de alimentos líquidos ao estado natural ou de preparações de pouca viscosidade à temperatura ambiente. ■ Contém glicídios, lipídios e proteínas de fácil digestão. ■ Não contém resíduos celulósicos, nem tecido conectivo. ■ Tem grande conteúdo de água. ■ Pode constar de alimentos que permaneçam dissolvidos em líquidos, ou seja, miscíveis em água. 69 ■ Refere-se à qualidade, quantidade e ao estado físico das substâncias celulósicas contidas nos alimentos de origem vegetal, e do tecido conectivo nos alimentos de origem animal. ■ De acordo com a quantidade de resíduo os alimentos podem ser classificados em: – Alimentos sem resíduos sólidos – Alimentos com pouco resíduo – Alimentos com resíduos brandos – Alimentos com muito resíduo ■ Alimentos sem ou com quantidades mínimas de celulose e tecido conectivo. ■ Exemplos: – Caldo do cozimento de cereais e farinhas – Mel – sucos de frutas coados – caldos Alimentos e preparações sem resíduos ■ Alimentos com pequena quantidade de celulose, com predomínio de hemicelulose, e tecido conectivo. Exemplos: ■ Arroz, massas refinadas, biscoitos, ■ Verduras moles/macias e cozidas, ■ Frutas cozidas inteiras, ■ Carnes cozidas e assadas, ■ Purês, suflês, ■ Pudins, flan Alimentos e preparações com pouco resíduo 72 • São aqueles com celulose e tecido conectivo abrandados pela cocção, ou em partes cruas e subdivididos. • Exemplos: • cereais parcialmente descascados, triturados e subdivididos • verduras macias/moles cruas cortadas finamente ou inteiras e cozidas • frutas cozidas em compotas ou cruas sem cascas Alimentos e preparações com resíduos brandos 73 ■ São compostos por alto teor de fibras sem modificações por processo de cocção ou subdivisão. ■ Exemplos: – cereais integrais – frutas cruas com cascas – hortaliças cruas Alimentos e preparações com muito resíduo LÍQUIDA RESTRITA INDICAÇÕES: Restrição rigorosa de resíduos; Redução temporária da função do TGI; Pré e pós-operatórios; Preparo de exames. Utiliza-se por curtos períodos, caso contrário exige complementação nutricional pois apresenta baixo teor nutritivo e calórico LÍQUIDA RESTRITA CARACTERÍSTICAS: Hipocalórica, hipoglicídica, hipoprotéica, hipolipídica; Líquidos e sucos transparentes / claros; EXEMPLOS: Infusões / chás Água de coco Suco de lima coado LÍQUIDA COMPLETA Indicações: Problemas mecânicos de mastigação; Função GI comprometida; Anorexia; Pré e pós-cirúrgico; Preparo de exames; LÍQUIDA COMPLETA Características: Calorias e macronutrientes: Hiper, Hipo ou Normal. LÍQUIDA COMPLETA Exemplos: Leite / mucilagem / mingau a 3% Bebidas lácteas Sucos de frutas coados Sopa liquidificada e coada Bebidas gaseificadas “Sucos de carne” (carne liquidificada com o caldo de cozimento) Bebidas isotônicas ■ Composta de preparações com pouca viscosidade à temperatura ambiente. ■ Contém glicídios, proteínas e gorduras de fácil digestibilidade. ■ Não contém resíduos celulósicos, nem tecido conectivo INDICAÇÕES: ►Anorexia; ►Dificuldade de mastigação; ►Função GI comprometida; ►Pré e pós-operatório; ►Preparo para exames. CARACTERÍSTICAS: ► Calorias e macronutriente: Hiper, Hipo ou Normal; Exemplos: ►Sucos com 1 ou mais frutas ►Caldos de carne, de verdura e de cereais ►Mingau mais espesso (5% - 7%) e enriquecido ►Vitaminas ►Sopas liquidificadas ►Iogurte ■ A textura dos alimentos é modificada por cocção e/ou subdivisão (processos mecânicos); ■ São de fácil digestibilidade; ■ Contém pouco resíduo celulósico e tecido conectivo; ■ Favorecer a ingestão alimentar em situações em que as fases mecânicas do processo de digestão encontram-se comprometidas. INDICAÇÕES: ►Comprometimento do TGI; ► Pacientes que apresentem: •Distúrbios de mastigação e deglutição; •Risco de aspiração; •Alguns pós-operatórios de cirurgias de face, laringe e esôfago; •Pacientes neurológicos, •Insuficiência respiratória e cardíaca. ►Dificuldades de mastigação/deglutição; CARACTERÍSTICAS: ► O teor calórico e nutricional pode ser adequado às necessidades do indivíduo. ► Calorias e macronutrientes: Hiper, hipo ou normal. ■ Papas de frutas ou verduras ■ Mingaus (5-10%) ■ Carne cozida moída ou desfiada ■ Purês ■ Arroz papa / massas cozidas e trituradas ■ Geléias, pudins, doce em pasta ■ Suflês, bolos ■ Feijão peneirado ■ Ovos (exceto frito) ■ É utilizada como transição para a dieta normal. ■ Apresentam consistência / textura atenuada. O tecido conectivo e a celulose estão abrandados por cocção ou ação mecânica, facilitando a mastigação e a digestão. ■ Os resíduos celulósicos e tecidos conectivos estão reduzidos, o tempo e o trabalho digestivo são reduzidos pois esses alimentos possuem degradação mais rápida. INDICAÇÕES: ► Transição no pós-operatório em que a motilidade gástrica e a ação química do TGI está debilitada. ■ carnes cozidas ■ mingaus (7-10%) ■ arroz , massas, pão torrado, bolachas, biscoitos (não integrais) ■ purês, suflês ■ feijão amassado ■ ovos (exceto frito) ■ geléias, gelatinas, pudins de pão ■ frutas sem cascas, compotas ■ **As frituras e condimentos fortes devem ser evitados. ■ Composta por alimentos em sua apresentação normal, vegetaiscrus, todas as frutas inclusive com cascas. ■ Consistência firme ou duros. ■ Não há preocupação com o tempo e o trabalho digestivo, desde que atenda aos critérios de uma alimentação saudável. INDICAÇÃO: Pacientes sem complicações TGI, cuja condição clínica não exija modificações em nutrientes e consistência da dieta. CARACTERÍSTICAS: ►Não existe contra-indicação de alimentos. ► Não há restrições de consistência e preparações dos alimentos. ► Dieta harmônica, completa e nutricionalmente adequada, fornecendo energia e nutrientes em quantidades diárias recomendadas para manter a saúde do indivíduo. Consistência Normal Exemplos: - Carnes assadas ou fritas - Pães e biscoitos integrais - Verduras cruas ou cozidas - Frutas com cascas - Feijão Consistência Normal CARACTERÍSTICAS FÍSICAS VOLUME ■ É a quantidade de alimentos da dieta (sólidos e líquidos) em relação à quantidade de kcal. volume total alimentos (g/ml) / VET (Kcal) - Normal = 1,0 g/Kcal - Diminuído < 1,0 g/Kcal - Aumentado > 1,0 g/Kcal Características FÍSICAS FRACIONAMENTO ■ É o número de refeições que será oferecido na dieta. ■ Deve-se classificar o fracionamento, explicitando o número de refeições/dia. - Normal: 4 à 6 refeições/dia - Diminuído: < 4 refeições/dia - Aumentado: > 6 refeições/dia Características FÍSICAS ■ TEMPERATURA - Geladas - Frias - Mornas - Quentes Alimentos quentes retardam a motilidade gastrointestinal Alimentos frios aceleram a motilidade gastrointestinal Alimento: ■ Natural ■ Frio ■ Quente Preparações: ■ Gelado ■ Ambiente ■ Morno e Quente CARACTERÍSTICA FÍSICO - QUÍMICA CARACTERÍSTICA FÍSICO QUÍMICA FIBRAS ■ “ A fibra alimentar é a parte comestível de plantas, são carboidratos análogos resistentes à digestão e absorção no intestino delgado de humanos com fermentação completa ou parcial no intestino grosso”. American Association of Cereal Chemists – AACC, 1999 (in: Cuppari, 2002). FIBRAS Uma definição para fibra alimentar foi adotada em junho de 2009 pela Comissão do Codex Alimentarius baseada na recomendação para adoção do Codex Committee on Nutrition and Foods for Special Dietary Uses (CCNFSDU – Comitê Codex sobre Nutrição e Alimentos para Fins Especiais), em novembro de 2008. CARACTERÍSTICA FÍSICO QUÍMICA CARACTERÍSTICA FÍSICO QUÍMICA FIBRAS ■ Nova definição (Codex Alimentarius): - Inclusão de polímeros de carboidratos com GP entre 3 e 9; - Lista de efeitos fisiológicos benéficos associados à ingestão de fibra alimentar : ■ Redução no nível sanguíneo de colesterol total e/ou LDL-colesterol; ■ Redução no nível sanguíneo pós-prandial de glicose e/ou insulina; ■ Elevada massa fecal e/ou tempo de trânsito reduzido; ■ Fermentabilidade pela microbiota colônica. Codex Committee on Nutrition and Foods for Special Dietary Uses FIBRAS Algumas Propriedades das fibras: ■ capacidade de absorção de água, ■ aumenta a viscosidade do meio, capacidade de trocas catiônicas CARACTERÍSTICA FÍSICO QUÍMICA FIBRAS ■ excreção de sais biliares e quelam minerais (Ca, Fe e Zn). ■ Absorção do colesterol. ■ ou o tempo do trânsito boca-ceco a depender do tipo de fibra. ■ ou suscetibilidade à degradação bacteriana (produz ácidos graxos de cadeia curta), etc. CARACTERÍSTICAS FÍSICO QUÍMICAS FIBRAS - Fisiologia: diferem pelo grau de polimerização, como por exemplo, polissacarídeos estruturais ou não estruturais etc.); - Química:crua (Resíduo obtido após o tratamento dos vegetais com ácidos e alcalinos) ou vegetal (Fibra da parede da célula vegetal); - Solubilidade: solúvel ou insolúvel; - Fibra dietética: carboidrato não digerível e lignina, que são intrínsecos e intactos em plantas; - Fibra funcional: carboidrato não digerível, isolado, que possui efeitos fisiológicos benéficos para o ser humano, podendo ser adicionado aos alimentos ou proveniente de suplementos alimentares. CLASSIFICAÇÃO Classificação quanto a Solubilidade Insolúveis celulose, lignina e grande parte de hemicelulose (farelo de trigo, cereais integrais e seus produtos, raízes e hortaliças) FIBRAS Solúveis Possuem grande capacidade de se ligarem à água formando uma dispersão. Pectinas, gomas, algumas hemiceluloses e beta-glucanos (frutas cítricas, cenoura, maçã, aveia, farelo de aveia, cevada e leguminosas secas). Frutas possuem quantidade de fibras entre 1,4 a 2,4%, com uma média de 1,6%. FIBRAS EXEMPLO RAC , sexo feminino, solteira, 32 anos, faz hidroginástica 2x na semana. É advogada e trabalha 2 turnos. Tem história na família de Obesidade. PA= 65 Kg, Altura= 1,68 m, sem exames bioquímicos Refere RIL (dejeções de consistência endurecida 4x/sem) Ao inquérito: realiza 4 ref./dia. Tem o hábito de beliscar doces e tomar cafezinho entre os intervalos. O jantar sempre igual ao almoço. Não gosta de leite, carne vermelha e tem baixo consumo de frutas. Preferência por massas e doces. ATENÇÃO “Toda prescrição deve ser individualizada; necessita fazer as adaptações inerentes a cada indivíduo”. Sempre justificar as condutas com critérios técnicos e científicos”. Avaliação da Conduta (Consultas de retorno) ■ ACEITAÇÃO DA DIETA PELO PACIENTE; ■ EVOLUÇÃO / INVOLUÇÃO da dieta; ■ LEVANTAMENTO DE LIMITAÇÕES / DIFICULDADES PELO PACIENTE; ■ AVALIAÇÃO DO ALCANCE DOS OBJETIVOS ESTABELECIDOS; ■ INTERCORRÊNCIAS. ■ MASCULEVICIUS, J., DIAS, M.C.G. Dietas Orais Hospitalares. In: Waitzberg, D.L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica, 3ª ed., São Paulo: Atheneu, 2000. cap. 30, p: 465-479. ■ ORNELLAS, Lieselotte Hoeschl. Técnica Dietética: Seleção e preparo de alimentos. 7a. ed. São Paulo: Atheneu Editora, 2001. 330 p. ■ PEMBERTON, C.M., GASTINEAU, C.F. Manual de dietas da Clínica Mayo, St. Mary HospitaL Of Rochester, Minesota, São Paulo: Roca, 1988. ■ PINHEIRO, A.B. et all. Tabela para avaliação de consumo alimentar em medidas caseiras. Rio de Janeiro, Produção independente, 63 p., 2 ed., 1994. ■ SOLA, Espejo. Manual de Dietoterapia do Adulto. 6a ed. , São Paulo, Atheneu, 1988, 550p. ■ VANNUCCHI, H. et al. Aplicações das recomendações nutricionais adaptadas à população brasileira. Ribeirão Preto: Legis Suma, 1990. (SBAN. Cadernos de Nutrição, nº 2). ■ WILLIAMS, S.R. Avaliação Nutricional e Terapia no Cuidado do Paciente. In: WILLIAMS, S.R. Fundamentos de Nutrição e Dietoterapia, 6ª ed., Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. cap.16, p 320
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