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fundamentos da contabilidade

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Fundamentos de Contabilidade
ALEXANDRA NICK MASCARENHAS 
1ª Edição
Autores
Alexandra Nick Mascarenhas 
Revisor Técnico
Anderson Fumaux Mendes de Oliveira
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e 
Editoração
Sumário
Organização do Livro Didático........................................................................................................................................5
Introdução ..............................................................................................................................................................................7
Capítulo 1
Contabilidade e sua Aplicação ........................................................................................................................................9
1.2 DEFINIÇÃO E CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE .................................................................. 10
1.3. FINALIDADE DA CONTABILIDADE ................................................................................................................. 11
1.4. FUNÇÃO ADMINISTRATIVA DA CONTABILIDADE ..................................................................................... 12
1.5. USUÁRIOS E SUAS NECESSIDADES DE INFORMAÇÃO .......................................................................... 13
Capítulo 2
Patrimônio e suas Variações Patrimoniais ............................................................................................................... 17
2.1. PATRIMÔNIO ........................................................................................................................................................ 18
2.2. Bens materiais (tangíveis, corpóreos ou concretos) ............................................................................... 18
2.3. Bens imateriais (intangíveis, incorpóreos ou abstratos) ....................................................................... 19
2.4. ASPECTOS QUALITATIVO E QUANTITATIVO DO PATRIMÔNIO ........................................................... 20
2.5. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO ........................................................................................... 20
2.6. EQUAÇÃO PATRIMONIAL ................................................................................................................................. 22
2.7. TIPOS DE CONTAS ............................................................................................................................................... 26
2.8. VARIAÇÕES DOS COMPONENTES DO PATRIMÔNIO .............................................................................. 26
2.9. ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS .................................................................................................... 27
2.10. Atos e fatos administrativos......................................................................................................................... 34
Capítulo 3
Apuração de Resultado ................................................................................................................................................... 38
3.1. APURAÇÃO DO RESULTADO ............................................................................................................................ 38
3.2. Receitas Realizadas ............................................................................................................................................ 39
3.3. Custos ..................................................................................................................................................................... 39
3.4. DESPESAS INCORRIDAS ................................................................................................................................... 40
3.5. Balancete de verificação ................................................................................................................................. 41
Capítulo 4
Demostrações Contábeis e os Livros Contábeis .................................................................................................... 47
4.1 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...................................................................................................................... 47
4.2. Balanço Patrimonial........................................................................................................................................... 48
4.3. Demonstração do Resultado do Exercício ................................................................................................. 49
4.4. Demonstração dos Fluxos de Caixa ............................................................................................................. 51
4.5. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ............................................................................ 52
4.6. Demonstração do Valor Adicionado (DVA) ................................................................................................. 53
4.7. LIVROS CONTÁBEIS ............................................................................................................................................ 53
Capítulo5
Tipos de Empresas e Tipos de Tributação ................................................................................................................ 55
5.1. TIPOS DE EMPRESAS EXISTENTES NO BRASIL ....................................................................................... 55
5.2. Empresário Individual ...................................................................................................................................... 56
5.3. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli) ................................................................ 56
5.4. Sociedade Empresária Limitada (Ltda.) ..................................................................................................... 56
5.5. Sociedade Simples ............................................................................................................................................. 57
5.6. Sociedade Anônima (S/A) ............................................................................................................................... 57
5.7. Microempreendedor Individual (MEI) .......................................................................................................... 58
5.8. Microempresa (ME) ............................................................................................................................................ 59
5.9. Empresa de Pequeno Porte (EPP) ................................................................................................................. 59
5.10. Empresa de Médio Porte e Grande Porte ................................................................................................ 60
5.11. TIPOS DE TRIBUTAÇÃO .................................................................................................................................. 60
5.12. Lucro Presumido ............................................................................................................................................... 63
5.13. Simples Nacional ............................................................................................................................................. 65
Capítulo 6
Noções – Contabilidade – Custos e Contabilidade Gerencial ........................................................................... 68
6.1. PRINCIPAIS ASPECTOS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS E DA CONTABILIDADE GERENCIAL 68
6.2. classificação e nomenclatura dos custos ................................................................................................... 70
6.3. CONTABILIDADE GERENCIAL.......................................................................................................................... 74
6.4. FUNÇÕES DA INFORMAÇÃO GERENCIAL CONTÁBIL ..............................................................................76
Referências .......................................................................................................................................................................... 78
5
Organização do Livro Didático
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetiva e 
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros 
recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, 
fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Cuidado
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
Indicado para ressaltar trechos importantes do texto.
Observe a Lei
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem, 
a fonte primária sobre um determinado assunto.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa 
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. 
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus 
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas 
conclusões.
6
ORGANIzAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Posicionamento do autor
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
7
Introdução
Olá, pessoal! Meu nome é Alexandra Nick Mascarenhas, sou professora conteudista da 
disciplina Fundamentos de Contabilidade. Sejam bem-vindos a mais uma disciplina. 
Estaremos juntos para estudar a Ciência da Contabilidade e seus fundamentos básicos.
Tenho experiência em docência superior no curso de Ciências Contábeis e Administração 
há doze anos, profissional no mercado há 25 anos, graduada em Ciências Contábeis e 
pós-graduada em Controladoria e Finanças Corporativas.
Venho apresentar o contéudo desta disciplina inicicando pelos conceitos básicos 
da Ciência, suas terminologias, campo de aplicação, finalidade, objeto e objetivo.
Abordaremos também sobre os usuários da informação contábil, para que, no decorrer 
do estudo, haja maior compreensão sobre assuntos um pouco mais aprofundados. 
Logo em seguida, estudaremos o Patrimônio da entidade e suas variações, discorrendo 
também sobre seus elementos, a estática patrimonial, tipos de fatos administrativos ou 
contábeis. Continuando o estudo, teremos a apresentação das Origens e Aplicações de 
Recursos com todos os seus conceitos e evidenciação na Demonstração Contábil.
Na sequência, destacaremos a importância da Apuração do Resultado do Exercício, seu 
cálculo e evidenciação na Demonstação Contábil, como, também, conceito de receitas, 
custos e despesas.
Também estudaremos os tipos de empresas vigentes atualmente, os tipos de portes de 
empresa e também os tipos de tributação que estão em vigor no Brasil para ampliar nossos 
conhecimentos na esfera comercial e fiscal.
No nosso penúltimo capítulo estudaremos sobre os livros contábeis e os tipos de 
Demonstrações Financeiras obrigatórias, suas carcterísticas, para que servem, demonstrando, 
em seguida, o modelo de cada uma.
No último capítulo abordaremos noções de Contabilidade de Custos, suas terminologias e 
classificações, como, também, noções de Contabilidade Gerencial, e sua importância para o 
sucesso de uma gestão.
Desde já, desejo a todos um excelente aproveitamento da disciplina, desconstruindo 
teorias de que a Contabilidade só serve para contadores; com certeza, essa afirmação é 
equivocada, pois a Contabilidade produz relatórios importantes para os mais diversos 
8
tipos de usuários, seja utilizando os relatórios da Contabilidade Financeira e/ou os 
da Contabilidade Gerencial, informação confiável é imprescindível para o sucesso de 
qualquer negócio. Então, vamos lá?
Bons estudos!
Objetivos
 » Entender o conceito e as terminologias da contabilidade, como, também, sua 
finalidade, campo de aplicação, objeto e objetivo. Conhecer os diversos tipos de 
usuários da informação contábil, seus interesses específicos e/ou gerais sobre 
essas informações, bem como conhecer alguns dos diversos questionamentos para 
tomada de decisão no cotidiano das empresas.
 » Conhecer o patrimônio, sua classificação em bens, direitos e obrigações e suas 
variações patrimoniais e entender como é a origem dos recursos e sua respectiva 
aplicação em bens e direitos na empresas, e as terminologias usadas para os grupos 
no Balanço Patrimonial.
 » Entender como funciona o cálculo da apuração do Resultado do Exercício, 
os elementos participantes dessa apuração e o reflexo desse resultado nas 
Demonstrações.
 » Conhecer os diversos tipos de empresa vigentes no Brasil, seus portes, considerando 
seus respectivos faturamentos, como, também, os tipos de tributação em vigor 
atualmente.
 » Conhecer as Demonstrações Financeiras obrigatórias de acordo com a Lei no 
6.404/1976 e as suas alterações, como também com o CPC. Conhecer os Livros 
Contábeis obrigatórios e facultativos utilizados no dia a dia da Empresa.
 » Conhecer as terminologias, classificações e mecanismo da Contabilidade de 
Custos, como também entender a importância da Contabilidade Gerencial para 
os gestores.
9
Introdução
A relevância do estudo da Contabilidade para a sociedade, pessoas jurídicas e pessoas 
físicas assume um papel de suma importância tendo em vista as necessidades intrínsecas 
destes usuários sobre os mais diversos interesses, em razão de conhecer a formação e 
evolução da riqueza pessoal e da riqueza do País, em razão dos benefícios gerados. Isso 
ocorre em face dos fatores conjunturais e estruturais pelas transformações ocorridas no 
seio da sociedade sob os aspectos econômicos, políticos, tecnológicos e sociais.
Por que estudar fundamentos de uma ciência chamada Contabilidade é importante para a 
minha formação? Muitas vezes, nos deparamos diante de algo novo que precisamos aprender.
Este estudo vem apresentar os fundamentos da Contabilidade, tais como, campo de 
aplicação, conceito, finalidade, objeto, tipos de usuários etc.; sendo assim, é necessário 
o entendimento despertando, desta forma, interesse nos profissionais de diversas áreas, 
não apenas para os futuros contadores, desmistificando que a ciência não é apenas para os 
contadores, muito pelo contrário, ao longo desse estudo vamos perceber essa importância. 
Ainda neste capítulo vamos estudar os tipos de usuários da informação contábil, como, 
também, o interesse de cada um sobre essas informações.
Abordaremos alguns tipos de questionamentos paras tomadas de decisão, em que os 
relatórios fornececidos pela contabilidade são de grande utilidade para dar suporte à 
escolha dentro de um universo de alternativas.
Então, vamos lá!
Objetivos
 » Conhecer a definição de Contabilidade e seu campo de aplicação.
 » Entender a diferença entre dado, informação e comunicação.
 » Conhecer a finalidade da informação produzida pela Contabilidade.
1CAPÍTULOCONTABILIDADE E SUA APLICAÇÃO10
CAPÍTULO 1 • CONTABILIDADE E SUA APLICAÇÃO
 » Entender a função administrativa e função econômica das Demonstrações.
 » Entender a estática e dinâmica patrimonial.
 » Conhecer o objeto e os objetivos da Ciência Contábil.
 » Entender o regime contábil, regime de Caixa, regime de Competência, crédito e ciclo 
operacional.
 » Conhecer os usuários da informação contábil.
 » Conhecer os interesses de cada usuário sobre as informações produzidas pela 
Contabilidade.
 » Conhecer as demandas de informações dos usuários internos e externos.
1.2 DEFINIÇÃO E CAMPO DE APLICAÇÃO DA 
CONTABILIDADE
A Contabilidade é a ciência que, mediante metodologia própria, estuda, controla e interpreta 
os fenômenos que afetam o patrimônio das entidades, provendo aos seus usuários 
informações de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, ela abrange 
todas as entidades econômico-administrativas.
Figura 1. Funções da Contabilidade.
 
 
Contabilidade
Informações Úteis 
Aos Usuários
Função
Administrativa
Função 
Econômica
Controle do 
Patrimônio
Apuração do 
Resultado
Fonte: Elaboração da autora.
De acordo com Ed Luiz Ferrari (2016, p. 1): “Contabilidade é a ciência que tem por objeto 
o patrimônio das entidades e por objetivo o controle desse patrimônio, com a finalidade 
de fornecer informações a seus usuários”.
11
CONTABILIDADE E SUA APLICAÇÃO • CAPÍTULO 1
DADO, INFORMAÇÃO, COMUNICAÇÃO E CONTABILIDADE
Dado: é o registro puro, ainda não interpretado, analisado e processado.
Informação: é o dado que for processado de forma compreensível para o seu receptor que 
apresenta um valor real ou percebido para suas decisões correntes ou prospectivas.
Comunicação: é o processo de transmissão de informação e de compreensão que somente se 
efetiva mediante uso de símbolos comuns.
O grande desafio para o profissional contábil está em produzir um sistema efetivo de 
comunicação que seja capaz de disseminar, de forma mais transparente, os elementos 
constitutivos e distributivos da riqueza gerada para que qualquer cidadão tenha um 
mínimo de compreensão sobre gestão dos recursos públicos ou privados.
1.3. FINALIDADE DA CONTABILIDADE
A principal finalidade da Contabilidade é permitir a obtenção de informações econômicas 
e financeiras acerca da entidade. 
Os usuários das demonstrações contábeis se interessam em conhecer, principalmente, 
dois aspectos do patrimônio: o aspecto econômico e o aspecto financeiro. O aspecto 
econômico envolve o rendimento que o Capital aplicado na empresa proporciona aos 
seus investidores.
O aspecto financeiro envolve a capacidade de a empresa poder saldar os compromissos 
assumidos com terceiros (isto é, a sua liquidez), bem como a estrutura, as origens (fontes) 
e as aplicações dos recursos.
A situação financeira da empresa é evidenciada, principalmente, por intermédio do 
Balanço Patrimonial (estática patrimonial), enquanto a situação econômica é ressaltada, 
principalmente, pela Demonstração do Resultado do Exercício (dinâmica patrimonial).
Estática e dinâmica patrimonial
Estática patrimonial
É o estudo do patrimônio considerado sem movimento em dado momento na sua estrutura 
qualitativa e quantitativa.
Nada mais é, que uma “fotografia” do patrimônio da entidade em determinado momento, 
evidenciando os saldos das respectivas contas existentes naquela data.
12
CAPÍTULO 1 • CONTABILIDADE E SUA APLICAÇÃO
Dinâmica patrimonial
É o estudo do patrimônio considerando as transformações ocorridas na composição 
patrimonial, ou seja, pelos efeitos da gestão. 
1.4. FUNÇÃO ADMINISTRATIVA DA CONTABILIDADE
A função administrativa da Contabilidade é controlar o patrimônio , não há 
gerenciamento sem controle, não há tomada de decisões acertadas sem as ferramentas 
que lhe proporcionam essa segurança. Quem tem informações confiáveis decide melhor. 
A Contabilidade fornece essas ferramentas, as quais chamamos de Demonstrações 
Contábeis, como o Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, 
Fluxo de Caixa, Notas Explicativas, Demonstração do Valor Adicionado, entre outras.
FUNÇÃO ECONÔMICA DA CONTABILIDADE
A função econômica da Contabilidade é apurar o resultado. Como gerir uma empresa 
se não soubermos qual está sendo o seu comportamento diante das decisões tomadas 
pela gestão? Apurar o resultado é imprescindível, tanto para analisar os acertos e, 
principalmente, os erros, sanando-os para ter eficiência e eficácia nos negócios. Vamos 
estudar sobre apuração de resultado com mais detalhes no capítulo 3.
Objetivo
Permitir o estudo e o controle dos fatos decorrentes da gestão do patrimônio das entidades. 
Controlar o Patrimônio, sendo impactado por diversas e inúmeras variações diárias. A cada 
fato contábil esse patrimônio é modificado. Como não registrar? Como não acompanhar? 
Como não analisar? É imprescindível que uma entidade que deseja ter eficiência e alcançar 
a eficácia em seu negócio tenha esse controle, tenha contabilidade.
Objeto
É o patrimônio das entidades. Sem patrimônio, não há o que estudar, o que controlar.
Resultado
É o resultado da atividade econômica e que provoca variação patrimonial, aumentando 
ou diminuindo o patrimônio da entidade. As empresas têm por objetivo o lucro, ou seja, 
o aumento do Patrimônio Líquido. Estudaremos esse tema com mais aprofundamento no 
capítulo 3.
13
CONTABILIDADE E SUA APLICAÇÃO • CAPÍTULO 1
Regime contábil
Conjunto de regras, normas e procedimentos que norteiam os registros contábeis.
Regime de caixa
Norma contábil que consiste em considerar Receita do Exercício aquela efetivamente 
recebida dentro do exercício (entrada de dinheiro) e Despesa do Exercício aquela também 
efetivamente paga dentro do exercício (saída de numerário).
Regime de competência
Princípio basilar da Contabilidade em que os ingressos de receitas e despesas são considerados 
pertinentes ao exercício social em que foram gerados, não importando, portanto, quanto ao 
período em que elas foram pagas (saída de numerário ⇒ despesas) ou recebidas (entrada de 
numerário ⇒ receitas).
Curto x longo prazo
Como regra geral, de acordo com a Lei n° 6.404/1976, curto prazo identifica-se com 
um período de um ano, enquanto que longo prazo com um período superior a um ano. 
Como o Balanço Patrimonial normalmente é levantado num período de 12 (doze) meses, 
uma conta que representa uma dívida a ser paga dentro dos 12 meses subsequentes será 
classificada como uma dívida a “curto prazo”. Já a dívida a ser paga em data posterior 
aos 12 meses subsequentes será classificada como de “longo prazo”.
Há casos específicos, porém, que o conceito de curto e longo prazo está relacionado ao 
ciclo operacional da empresa. De curto prazo seriam, portanto, todas as contas vencíveis 
ou realizáveis dentro do ciclo operacional seguinte à data do Balanço, enquanto que de 
longo prazo seriam aquelas a partir de um período maior. Tal hipótese é comum na indústria 
naval, onde as empresas necessitam de um período maior para que possam concluir o seu 
ciclo operacional, que é a construção de navios.
1.5. USUÁRIOS E SUAS NECESSIDADES DE INFORMAÇÃO
Entre os usuários das demonstrações contábeis, hoje comumente chamados stakeholders, 
esses podem ser internos ou externos, incluem-se os próprios administradores da entidade, 
investidores/acionistas atuais e potenciais, empregados, credores por empréstimos, 
fornecedores e outros credores comerciais, clientes, concorrentes, governos e suas agências, 
sindicatos e o próprio público em geral. Eles usam as demonstrações contábeis para satisfazer 
14
CAPÍTULO 1 • CONTABILIDADE E SUA APLICAÇÃO
algumas das suas diversas necessidades de informação. Vamos estudar o interesse de cada 
stakeholder na informação contábil de uma entidade:
Quadro 1. Usuários da informação contábil.
TIPOS DE USUÁRIOS DESCRIÇÃO
Administradores
Esses usuários são chamados de usuários internos da empresa, pois eles necessitam 
de informações geradas pela Contabilidade para realizar planejamentos, executar, 
controlare agir, caso seja necessário. As Demonstrações Financeiras são a cartilha 
de navegação dos administradores, como, também, relatórios gerenciais com 
informações necessárias para tomadas de decisão, inclusive diárias.
Investidores
Os provedores de capital de risco e seus analistas que se preocupam com o risco 
inerente ao investimento e o retorno que ele produz. Eles necessitam de informações 
para ajudá-los a decidir se devem comprar, manter ou vender investimentos. Os 
acionistas também estão interessados em informações que os habilitem a avaliar se 
a entidade tem capacidade de pagar dividendos.
Colaboradores 
(Empregados)
Os empregados e seus representantes estão interessados em informações sobre 
a estabilidade e a lucratividade de seus empregadores. Também se interessam 
por informações que lhes permitam avaliar a capacidade que tem a entidade de 
prover sua remuneração, seus benefícios de aposentadoria e suas oportunidades de 
emprego.
Credores por empréstimos
Estes estão interessados em informações que lhes permitam determinar a 
capacidade da entidade em pagar seus empréstimos e os correspondentes juros no 
vencimento.
Fornecedores e outros 
credores comerciais
Os fornecedores e outros credores estão interessados em informações que lhes 
permitam avaliar se as importâncias que lhes são devidas serão pagas nos 
respectivos vencimentos. Os credores comerciais provavelmente estão interessados 
em uma entidade por um período menor do que os credores por empréstimos, a não 
ser que dependam da continuidade da entidade como um cliente importante.
Clientes
Os clientes têm interesse em informações sobre a continuidade operacional da 
entidade, especialmente quando têm um relacionamento a longo prazo com ela, ou 
dela dependem como fornecedor importante.
Concorrentes
Os concorrentes utilizam a informação contábil para ter conhecimento da posição 
no mercado de determinada empresa com o mesmo ramo de negócio para o qual 
também pretende atuar. Com isso, a informação contábil passa a ser uma das fontes 
de análise do mercado.
Sindicatos
Os sindicatos se utilizam das informações contábeis para determinar a produtividade 
dos setores correspondentes à categoria que representa, analisando todos os fatores 
para fortalecimento da categoria, seus benefícios e principalmente reajustes de 
salários.
Governo e suas agências
Os governos e suas agências estão interessados na destinação de recursos e, 
portanto, nas atividades das entidades. Necessitam também de informações a fim 
de regulamentar as atividades das entidades, estabelecer políticas fiscais e servir de 
base para determinar a renda nacional e estatísticas semelhantes.
Público em geral
As entidades afetam o público de diversas maneiras. Elas podem, por exemplo, fazer 
contribuição substancial à economia local de vários modos, inclusive empregando 
pessoas e utilizando fornecedores locais. As demonstrações contábeis podem ajudar 
o público fornecendo informações sobre a evolução do desempenho da entidade e 
os desenvolvimentos recentes.
Fonte: Elaboração da autora.
Quais questionamentos fazemos no decorrer da atividade empresarial, de que necessitamos 
dos relatórios contábeis para resolvê-los?
15
CONTABILIDADE E SUA APLICAÇÃO • CAPÍTULO 1
Toda e qualquer empresa necessita das ferramentas produzidas pela Contabilidade para 
decidir melhor, vamos tomar como exemplo uma agência de propaganda e marketing. 
Quais seriam seus questionamentos?
 » Como estão as entradas e saídas do capital do negócio?
 » Como estão os custos e despesas operacionais do negócio?
 » Como calcular a rentabilidade de cada contrato?
 » Como formar meu preço?
 » Como validar os fatores que mais trazem lucros?
 » Como elaborar orçamentos mais equilibrados, evitando, assim, custos e despesas 
desnecessários que podem causar desequilíbrio financeiro?
Como realizar a análise de ROI, de acordo com os resultados dos investimentos, em questões 
de marketing?
Esses são apenas alguns questionamentos de uma empresa que atua no mercado de 
Publicidade, como vimos, cada empresa terá seus questionamentos peculiares de sua 
atividade de negócio, e, com certeza, independente do ramo de atuação, ela terá a necessidade 
de se reportar à Contabilidade para extrair dela informações para gerir com eficácia.
Vejamos alguns questionamentos em termos gerais:
Para os usuários internos:
 » Contrair ou não um empréstimo?
 » Fabricar ou comprar esse material secundário para a produção?
 » Investir em recursos humanos ou investir em uma máquina para potencializar a 
produção?
 » Haverá entradas suficientes para dar sustento ao investimento em máquinas que 
precisamos?
 » Pagar à vista um investimento se descapitalizando ou financiar a juros baixos?
 » Possuo liquidez para pagar minhas obrigações a curto prazo?
 » O gasto com publicidade e marketing está atingindo a demanda projetada?
 » Minha folha de pagamento está adequada para minha realidade?
 » Meu planejamento tributário é adequado para o meu faturamento e folha de 
pagamento?
16
CAPÍTULO 1 • CONTABILIDADE E SUA APLICAÇÃO
Para os usuários externos:
 » Quero adquirir ações de determinada empresa. Ela é rentável?
 » Devo liberar esse empréstimo para essa empresa? Como está sua liquidez?
 » Devo fornecer materiais ou mercadorias a prazo para essa empresa? Ela terá 
condições de pagar essa dívida?
 » Desejo constituir uma empresa desse segmento. Ele é rentável? Qual a situação desse 
negócio no mercado atual?
 » Preciso de um relacionamento a longo prazo com essa empresa. Ela evidencia 
sua continuidade?
Sintetizando
Como estudamos, a Contabilidade é uma ciência cujo objetivo é o registro das variações, tanto qualitativas como 
quantitativas do Patrimônio, ou seja, bens, direitos e obrigações de uma entidade, seja ela privada ou pública.
Sendo assim, através desses registros, o patrimônio pode ser controlado, alimentando o sistema de informações para 
que se produzam relatórios para dar suporte às tomadas de decisões necessários para os usuários internos e externos. 
E somente através dela podemos apurar o lucro ou prejuízo de uma empresa; portanto, não é exagero dizer que 
qualquer tipo entidade, se houver Patrimônio, necessita de controle, necessita da Contabilidade, pois sempre estará 
em constante mudança através dos eventos que envolvam valores monetários.
Como abordamos também, os usuários, como os concorrentes, investidores, empregados e o próprio governo são 
usuários sôfregos por informações detalhadas sobre as estratégias para o futuro como, também, dos resultados que já 
ocorreram para apoiar e respaldar tomadas de decisão. 
A rigidez na produção das informações ocorre num momento em que se procura interagir com outras áreas como, 
por exemplo, a Economia, a Administração, a Matemática. Dessa forma, a Contabilidade moderniza-se para inserir-
se no cenário atual, onde estão desaparecendo as fronteiras entre as ciências. Isso faz com que cada vez mais seja 
interdisciplinar.
Vimos até aqui: 
 » A definição de Contabilidade e seu campo de aplicação.
 » A diferença entre dado, informação e comunicação contábil.
 » A finalidade da informação produzida pela Contabilidade.
 » A função administrativa e função econômica das Demonstrações.
 » A estática e dinâmica patrimonial.
 » O objeto e os objetivos da ciência contábil.
 » O regime contábil, regime de Caixa, regime de Competência, crédito e ciclo operacional.
 » Os usuários da informação contábil.
 » Os interesses de cada usuário sobre as informações produzidas pela Contabilidade.
 » As demandas de informações dos usuários internos e externos.
17
Introdução
Neste capítulo, abordaremos o estudo do Patrimônio da entidade, seus elementos e sua 
evidenciação nos Balanço Patrimonial, como, também, suas variações através de Balanços 
sucessivos. Esse conhecimento é de total importância tendo em vista os assuntos que 
serão abordados nos capítulos subsequentes. O Patrimônio, como já vimos, é o objeto da 
Contabilidade. Sem patrimônionão há o que ser controlado, registrado. Por isso, para que 
possamos entender a dinâmica das variações e o impacto dos fatos contábeis no Patrimônio, 
é necessário o conhecimento prévio desses elementos para maior compreensibilidade.
Abordaremos, também, o estudo das origens de recursos e suas respectivas aplicações, como 
é representado, quais são seus elementos.
Vamos conhecer as terminologias utilizadas na Contabilidade para grupos e subgrupos no 
Balanço Patrimonial.
Objetivos
 » Conhecer a composição do Patrimônio de uma entidade.
 » Compreender a classificação dos elementos do Patrimônio e sua representação no 
Balanço Patrimonial.
 » Entender como funciona a dinâmica das variações patrimoniais de acordo com a 
realização dos eventos.
 » Conhecer a representação gráfica dos elementos do Patrimônio.
 » Conhecer os tipos de fatos contábeis, permutativos, modificativos e mistos.
 » Conhecer a dinâmica das origens e aplicações de recursos.
 » Conhecer sua evidenciação no Balanço patrimonial.
 » Conhecer outras terminologias utilizadas para denominar grupos e subgrupos do 
Balanço.
2
CAPÍTULO
PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES 
PATRIMONIAIS
18
CAPÍTULO 2 • PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS
2.1. PATRIMÔNIO
Objeto 
Objeto da Contabilidade é um conjunto de bens, direitos e obrigações avaliados em moeda 
corrente e vinculados a uma pessoa (física ou jurídica).
Figura 2. Representação do Patrimônio.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BENS DIREITOS 
OBRIGAÇÕES 
PATRIMÔNIO 
Fonte: Elaboração da autora.
BENS
É tudo aquilo que seja capaz, por si só, de satisfazer às necessidades humanas e que sejam 
suscetíveis de serem avaliadas economicamente. Os bens podem ser classificados em:
⇒ BENS MATERIAIS
⇒ BENS IMATERIAIS
2.2. Bens materiais (tangíveis, corpóreos ou concretos)
São os objetos que a empresa tem para uso (armários, prateleiras, computadores, móveis, 
veículos etc.), para consumo (embalagens em geral, material de expediente e material de 
limpeza) e para troca (mercadorias e dinheiro).
Características: têm existência física, existem como coisa ou objeto.
Os bens materiais subdividem-se em:
 » Bens móveis: são aqueles que podem ser removidos do seu lugar, como, por exemplo: 
mobiliário, mercadorias, veículos, computadores, dinheiro etc.
 » Bens imóveis: são aqueles que não podem ser deslocados ou removidos do seu lugar 
natural ou de origem, como, por exemplo: casas, lojas, terrenos, edifícios etc.
 » Bens numerários: são bens que já estão convertidos em espécie, como, por exemplo: 
caixa, banco conta movimento, aplicações de liquidez imediata, numerários em 
trânsito.
19
PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS • CAPÍTULO 2
 » Bens de venda: são bens produzidos para venda ou adquiridos de terceiros para 
revenda, como exemplo: estoque de mercadorias, estoque de matéria-prima, estoque 
de produtos em elaboração, estoque de produtos acabados.
 » Bens de renda: são bens que não são destinados à manutenção da atividade da 
empresa, como, por exemplo: imóveis alugados a terceiros, obras de arte, terrenos 
(não utilizados pela empresa).
 » Bens de transformação: são bens utilizados na fabricação de outros produtos, como, 
por exemplo, instalações, máquinas e equipamentos, ferramentas.
2.3. Bens imateriais (intangíveis, incorpóreos ou abstratos)
São aqueles que, embora considerados bens, não possuem corpo, não têm matéria ou 
existência física. Correspondem a determinados gastos que a empresa faz, os quais, por 
sua natureza, devem ser considerados como parte de seu patrimônio. 
Características: representam uma aplicação de capital indispensável aos objetivos da 
empresa, e cujo valor reside em direitos de propriedade que são legalmente conferidos aos 
seus possuidores, como direitos sobre marcas, patentes, direitos autorais, ponto comercial, 
fundo de comércio, ações ou quotas do capital de outras empresas etc.
Direitos
São valores a serem recebidos de terceiros, por vendas a prazo ou valores de nossa 
propriedade que se encontram em posse de terceiros, como, por exemplo: duplicatas a 
receber, clientes, contas a receber, títulos a receber, notas promissórias a receber, dinheiro 
depositado no banco, aplicações financeiras etc. 
Quadro 2. Conceitos de terminologias utilizadas.
DIREITO: ter a propriedade (ser o legítimo dono) e não ter a posse (não estar usando o bem, ou seja, estar em posse 
de terceiros) – ex.: imóveis alugados, dinheiro depositado em banco, duplicatas a receber etc.
VENDAS A PRAZO: representam direitos (valores a receber) decorrentes de venda de mercadorias, produtos ou 
serviços, conforme a natureza da pessoa jurídica.
PROPRIEDADE: direito de usar, gozar, usufruir e dispor livremente dos bens (legítimo dono). 
POSSE: detenção de alguma coisa, com o fim de tirar dela alguma utilidade de proveito.
DUPLICATA: título de crédito cuja quitação prova o pagamento de obrigações oriundas de compra de mercadorias 
ou de recebimento de serviços. É emitida pelo credor (vendedor da mercadoria) contra o devedor (comprador 
da mercadoria), pelo qual deve ser remetida a este último para que a assine, reconhecendo o seu débito. Esse 
procedimento é denominado de aceite. 
NOTA PROMISSÓRIA: título de dívida líquida e certa pelo qual uma pessoa se compromete a pagar a outra certa 
quantia em dinheiro em determinado prazo. Por se tratar de título emitido pelo devedor a favor do credor, dispensa 
a formalidade do aceite.
Fonte: Elaboração da autora.
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CAPÍTULO 2 • PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS
Obrigações
São dívidas ou compromissos de qualquer espécie ou natureza assumidos perante terceiros, 
ou bens de terceiros que se encontram em nossa posse (uso).
Exemplos: duplicatas a pagar, notas promissórias a pagar, fornecedores, impostos a recolher, 
contas a pagar, títulos a pagar, contribuições a recolher etc.
2.4. ASPECTOS QUALITATIVO E QUANTITATIVO DO 
PATRIMÔNIO
Como visto anteriormente, o patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações, 
porém, todos os relatórios elaborados a partir da escrita contábil para representar 
adequadamente os elementos que compõem o patrimônio da empresa, devem ressaltar 
dois aspectos: o qualitativo e o quantitativo.
Aspecto qualitativo
Consiste em qualificar, dar nomes aos elementos componentes do patrimônio, 
permitindo que se conheça a natureza de cada um. Assim, teremos:
BENS DIREITOS OBRIGAÇÕES
Dinheiro Duplicatas a receber Duplicatas a pagar
Veículos Promissórias a receber Salários a pagar
Máquinas Banco conta movimento Impostos a pagar
Aspecto quantitativo
Representa os valores monetários do bem, direito ou obrigação.
Ex.:
Caixa............10.000,00
Veículos.........50.000,00
2.5. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO
Podemos representar o patrimônio por um gráfico em forma de “T”. No lado esquerdo, 
denominado lado do ativo, são classificados os elementos positivos (bens e direitos). 
No lado direito, denominado lado do passivo, são classificados os elementos negativos 
(obrigações). Graficamente, teríamos:
21
PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS • CAPÍTULO 2
Figura 3. Representação do Patrimônio.
 
 
 PATRIMÔNIO 
 
 BENS OBRIGAÇÕES 
 
 
 DIREITOS 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaboração da autora. 
O gráfico em “T”, também empregado para representar a situação patrimonial de uma 
empresa, denomina-se Balanço Patrimonial.
A palavra balanço decorre do equilíbrio: 
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Ou da IGUALDADE:
APLICAÇÕES DE RECURSOS = ORIGENS DE RECURSOS
Parte-se da ideia de uma balança de dois pratos, onde sempre encontraremos a igualdade. 
Mas ao invés de se denominar balança, nós o denominamos balanço.
O termo patrimonial tem origem no patrimônio da empresa, ou seja, o conjunto de bens, 
direitos e obrigações. Daí chamar-se patrimonial.
Figura 4. Equilíbrio.
Fonte: Elaboração da autora.
Juntando-se os dois termos, obtém-sebalanço patrimonial, que significa equilíbrio 
do patrimônio, igualdade patrimonial. Em sentido amplo, o balanço patrimonial 
evidencia a situação da empresa em determinada data.
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CAPÍTULO 2 • PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS
Na prática, entretanto, nem sempre a soma de bens e direitos é igual à soma das 
obrigações. Assim, a diferença entre o ativo (bens e direitos) e o passivo exigível 
(obrigações), que se denomina situação líquida ou patrimônio líquido.
O termo patrimonial tem origem no patrimônio da empresa, ou seja, o conjunto de bens, 
direitos e obrigações. Daí chamar-se patrimonial.
Juntando-se os dois termos, obtém-se balanço patrimonial, que significa, equilíbrio 
do patrimônio, igualdade patrimonial. Em sentido amplo, o balanço patrimonial 
evidencia a situação da empresa em determinada data.
Na prática, entretanto, nem sempre a soma de bens e direitos é igual à soma das 
obrigações. Assim, a diferença entre o ativo (bens e direitos) e o passivo exigível 
(obrigações), que se denomina situação líquida ou patrimônio líquido, será colocada 
no gráfico sempre ao lado do passivo, como se fosse um peso no prato da balança, 
para manter o equilíbrio entre os dois lados.
2.6. EQUAÇÃO PATRIMONIAL 
PL = A − PE
Onde:
PL = Patrimônio Líquido
A = Ativo
PE = Passivo Exigível
Observação:
 » Os valores do ativo e do passivo exigível serão, sempre, iguais ou maiores do que 
zero.
 » O valor do patrimônio líquido, por representar a situação em que a entidade se 
encontra, poderá ser igual, maior ou menor que zero.
COMPOSIÇÃO CONTÁBIL DO PATRIMÔNIO
Posição patrimonial e financeira
Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial 
e financeira são ativos, passivos e patrimônio líquido. Estes são definidos à luz do 
Pronunciamento Contábil no 00, como segue:
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PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS • CAPÍTULO 2
a. Ativo (bens e direitos) é um recurso controlado pela entidade como resultado de 
eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos 
para a entidade;
b. Passivo (obrigações com terceiros) é uma obrigação presente da entidade, 
derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída 
de recursos capazes de gerar benefícios econômicos;
c. Patrimônio Líquido o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos 
todos os seus passivos.
Balanço Patrimonial: “É a demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativamente 
e qualitativamente, numa determinada data, o patrimônio é o Patrimônio Líquido da 
entidade.” (NBC).
Como podemos verificar o Balanço Patrimonial é composto pelo Patrimônio (ATIVO e 
PASSIVO).
Quadro 3. Composição do Patrimônio.
PATRIMÔNIO
BENS E DIREITOS OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS
Bens 1.830 Obrigações 4.500
Direitos 2.800
 
Lado 
Esquerdo 
Lado 
Direito 
BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS
Bens Obrigações
Dinheiro Empréstimos a Pagar
Mercadorias em Estoques Salários a Pagar
Veículos Fornecedores
Imóveis Financiamentos
Máquinas Impostos a Pagar
Ferramentas Encargos Sociais
Móveis e Utensílios Aluguéis a Pagar
Marcas e Patentes Títulos a Pagar
Promissórias a Pagar
Contas a Pagar
Direitos
Depósitos em Bancos
Duplicatas a Receber
Títulos a Receber
Aluguéis a Receber
Ações
Fonte: Elaboração da autora.
24
CAPÍTULO 2 • PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS
IGUALDADE PATRIMONIAL
O conceito de igualdade contábil depreende-se do conceito de Balanço que representa o 
equilíbrio entre os elementos patrimoniais.
Quadro 4. Representação dos Recursos.
BALANÇO
ATIVO PASSIVO
Bens + Direitos Obrigações
Investimentos Financiamentos
Aplicações de Recursos Origens de Recursos
$ = $
Fonte: Elaboração da autora.
Observe, caso a empresa adquira um automóvel no valor de R$ 20.000, a prazo, financiado 
junto ao banco. 
Quadro 5. Representação do Patrimônio.
BALANÇO
ATIVO PASSIVO
Veículo $ 20.000,00 Financiamento $ 20.000,00
TOTAL.............$ 20.000,00 TOTAL.............$ 20.000,00
Fonte: Elaboração da autora.
Qual a origem do recurso para adquirir o veículo?
De que forma a empresa adquiriu o veículo?
Resposta: Através de uma dívida que representa exatamente o mesmo valor do bem 
adquirido.
Concluímos que a toda origem corresponde a uma aplicação de igual valor, assim:
Aplicação de Recurso: Aquisição do Veículo
Origem de Recurso: Financiamento
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Quadro 6. Representação do Patrimônio Líquido no Balanço Patrimonial 1.
PATRIMÔNIO
BENS E DIREITOS OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS
Bens 1.830 Obrigações 4.500
Direitos 2.800 Patrimônio Líquido ????
Se, Bens + Direitos – Obrigações exigíveis = Patrimônio Líquido, qual o valor do PL?
Fonte: Elaboração da autora. 
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PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS • CAPÍTULO 2
+ 2.800 – 4.500 = PL
PL = 1830 + 2.800 – 4.500
PL = 130
Quadro 7. Representação do Patrimônio Líquido no Balanço Patrimonial 2.
PATRIMÔNIO
BENS E DIREITOS OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS
Bens 1.830 Obrigações 4.500
Direitos 2.800 Patrimônio Líquido 130
TOTAL 4.630 TOTAL 4.630
Bens + Direitos – Obrigações exigíveis = Patrimônio Líquido
Fonte: Elaboração da autora. 
Podemos representar pelas seguintes equações:
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO – PASSIVO EXIGÍVEL
PASSIVO EXIGÍVEL = ATIVO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Portanto, o Método das Partidas Dobradas ratifica esse raciocínio da igualdade do 
Balanço Patrimonial (Ativos = Passivos + PL) porque para todo débito há crédito no valor 
correspondente.
Dessa forma, conseguimos entender por que se chama partidas dobradas, pois não existe 
um lançamento isolado de um débito ou um crédito, esses sempre serão correspondentes, 
mesmo que no fato contábil exista mais de uma conta a débito e/ou a crédito, pois o 
somatório das contas a crédito e das contas a débito deverá ser o mesmo.
Exemplo: Aquisição de mercadorias a prazo no valor de R$ 5.000,00.
Com esse evento, a conta Estoque de Mercadorias terá seu saldo elevado e, em 
contrapartida, a conta de Duplicatas a Pagar também terá. 
Vemos aqui causa e efeito. Aumentou o meu estoque, mas de que forma isso aconteceu?
Adquirindo as mercadorias a prazo, aumentando, assim, as minhas obrigações com 
terceiros, e essa obrigação é representada no passivo enquanto o aumento do Estoque 
é representado no Ativo por se tratar de um bem para a empresa.
Ressaltando que devemos entender por recursos próprios aqueles investidos, aplicados 
pelos proprietários no negócio denominado Capital Social.
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CAPÍTULO 2 • PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS
O Patrimônio Líquido é composto basicamente por:
Capital Social: são os valores aportados pelos proprietários e os decorrentes de incorporação 
de reservas e lucros.
Reservas: São os valores decorrentes dos lucros e reservas de capital.
Lucros ou Prejuízos Acumulados (nas S/A de capital aberto, somente Prejuízos 
Acumulados – Lei no 11.638/2007): são os lucros retidos ou, ainda, não destinados e 
os prejuízos ainda não compensados, estes apresentados como parcela redutora do 
Patrimônio Líquido.
Entre outros elementos.
2.7. TIPOS DE CONTAS
Contas Patrimoniais
Contas Patrimoniais são as contas dos Grupos do Ativo, Passivo e do Patrimônio Líquido, 
como, por exemplo: Caixa, Duplicatas a Receber, Duplicatas a Pagar, Aplicações Financeiras, 
Estoque de Mercadorias, Salários a Pagar, Impostos a Recolher, Capital Social, Reservas etc. 
Ou seja, todas as contas que fazem parte da estrutura do Balanço Patrimonial.
Contas de Resultado
As Contas de Resultado são utilizadas para apurar o resultado do exercício, ou seja, Lucro 
ou Prejuízo da Empresa, como, por exemplo, as Receitas e asDespesas.
Vejamos alguns exemplos de Receitas e Despesas:
 » Despesas: despesas com salários, despesas com publicidade, despesa com seguros, 
despesa com aluguéis, despesa com comissões etc.
 » Receitas: receita com vendas de mercadorias, receita com vendas de produtos 
acabados, receita de comissões, receita financeira, receita de prestação de serviços.
2.8. VARIAÇÕES DOS COMPONENTES DO PATRIMÔNIO
As modificações no Patrimônio ocorrem em razão das decisões da administração: quanto 
comprar, produzir, pagar, receber, investir, financiar etc.
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PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS • CAPÍTULO 2
1. Exemplo: Pagamento de uma dívida no valor de $ 10.000, com um cheque. Quais 
os componentes do patrimônio que se modificaram?
Dívida (passivo) → Diminuição (Modificou)
Banco (ativo) → Diminuição (Modificou)
Exemplo:
Os sócios decidiram aumentar o capital da empresa em mais $ 30.000, com um terreno.
Capital (PL) aumento $ 30.000,
Terrenos (Ativo) aumento $ 30.000,
Não houve variação no Passivo Exigível.
RESUMO:
As Variações:
NO ATIVO { Aumento: aquisição de um bem ou direitoDiminuição: saída de um bem ou recebimento de um direito
NO PASSIVO { Aumento: aquisição de uma dívidaDiminuição: pagamento de uma dívida
NO PATRIMÔNIO LÍQUIDO { { Aumento:
Investimento de capital
Lucros (Receitas > Despesas)
{ Diminuição: Desinvestimento de capitalPrejuízos (Despesas > Receitas)
2.9. ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS
Quando analisamos um Balanço Patrimonial, conseguimos visualizar, no lado direito, 
grupos e subgrupos que evidenciam a origem de recursos, ou seja, mostra-se de onde 
vieram os recursos que foram aplicados na empresa. Essas origens de recursos podem ser 
através de capital de terceiros ou capital próprio, sendo todo o Passivo (Circulante e Não 
Circulante) e o Patrimônio Líquido. 
Já as aplicações são evidenciadas do lado esquerdo no Balanço Patrimonial, através do 
grupo e subgrupos do Ativo, que são: Ativo Circulante e o Ativo Não Circulante composto 
dos subgrupos, Ativo Realizável a Longo Prazo, Investimento, Imobilizado e Intangível.
28
CAPÍTULO 2 • PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS
Passivo/Patrimônio Líquido ⇒ Origem dos Recursos
É a parte do Balanço que representa as fontes dos valores que se acham espelhados no Ativo, 
refletindo o conjunto de Dívidas e Obrigações, razão pela qual o Capital Social também 
está figurado ali, pois representa a dívida da empresa para com os seus próprios sócios.
Quadro 8. Representação da Entrada de Recursos.
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO e PL 
Aplicações $$$$$$$ De terceiros e próprio
Origens de 
Recursos 
$$$$$$$ 
$$$$$$$ 
$$$$$$$Fonte: Elaboração da autora.
Recursos de terceiros
Correspondem às fontes de financiamento originárias de terceiros utilizados para a 
aquisição de ativos de propriedade da entidade. São obrigações que correspondem ao 
Passivo Exigível. 
Recursos próprios
São os recursos originários dos sócios ou acionistas da entidade, bem como são originários 
da gestão de seu patrimônio. Também podem ser originados de duas fontes:
 » PROPRIETÁRIOS ou SÓCIOS: que é a parcela do Capital que foi investida na empresa 
pelo titular ou pelos sócios;
 » GESTÃO DO PATRIMÔNIO: são acréscimos ocorridos no Patrimônio Líquido em 
decorrência da gestão normal da empresa. Esses acréscimos são obtidos pelos lucros, que 
poderão estar representados na conta Lucros Acumulados ou em contas de Reservas.
Ativo ⇒ Aplicações dos Recursos
É comum definir o Ativo como o conjunto de bens e direitos da empresa, ou, ainda, 
a parte positiva do Patrimônio da empresa, porém, o moderno conceito que se tem 
acerca do tema seria definir o Ativo como sendo o conjunto de valores que representa as 
aplicações ou os investimentos da capital efetuados na empresa, quer seja por Terceiros, 
quer seja pelos Proprietários da empresa.
O lado do Ativo mostra onde a empresa aplicou os recursos que tem à sua disposição, 
ou seja todos os valores originários do Passivo e Patrimônio Lìquido.
29
PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS • CAPÍTULO 2
Além de representar bens e direitos, necessário se faz que outros componentes 
também estejam presentes, tais como:
 » Sejam de posse e controle da entidade;
 » Sejam mensuráveis monetariamente;
 » Representem benefícios econômicos presentes ou futuros para a entidade.
A ausência ou a restrição de qualquer destes pressupostos invalida a classificação como 
elemento do Ativo.
A empresa, portanto, só poderá vir a Aplicar (Ativo) aquilo que tem Origem (Passivo), 
razão pela qual se o total das origens corresponder a R$ 1.000.000,00, o total das aplicações 
só poderá ser de R$ 1.000.000,00. Dessa forma, fica mais do que evidente que o total do 
Ativo será sempre igual ao total do Passivo.
Quadro 9. Representação do Patrimônio.
BALANÇO
ATIVO PASSIVO
Caixa 17.000 Duplicatas a Pagar 4.000
Banco 20.000
Mercadorias 5.000 Patrimônio Líquido
Duplicatas a Receber 2.000 Capital Social 100.000
Veículos 10.000 Lucros 10.000
Imóveis 60.000
TOTAL 114.000 TOTAL 114.000
Ativo total 
Ou 
Investimentos 
 Ou 
Aplicações de 
Recursos 
Ou 
Patrimônio Bruto 
Investimentos 
Origem de 
Aplicações 
Ou 
Financiamentos 
Ou 
Capital total à 
Disposição da 
Empresa 
Capital Próprio 
Ou Situação Líquida 
Ou Riqueza Líquida 
Ou Passivo Não Exigível 
Capital de Terceiros 
Ou Passivo Exigível 
Fonte: Elaboração da autora.
Exemplos de situações líquidas (Patrimônio Líquido)
a. A Cia. Empreendedora apresenta: 
BENS 30.000
DIREITOS 17.000
OBRIGAÇÕES 8.000
Qual o valor do Patrimônio Líquido?
Se, PL = A – PE
Então: PL = 30.000 + 17.000 – 8.000
PL = 39.000 – nesse caso chamamos de PL positivo, ou favorável.
30
CAPÍTULO 2 • PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS
b. A Cia. Empreendedora apresenta:
A Cia. Empreendedora apresenta: 
BENS 24.000
DIREITOS 35.500
OBRIGAÇÕES 68.000
Qual o valor do Patrimônio Líquido?
Se, PL = A – PE
Então: PL = 24.000 + 35.500 – 68.000
PL = (8.500) – nesse caso, chamamos de PL negativo ou desfavorável ou ainda Passivo a 
Descoberto. Pois o somatório de seus bens e direitos não cobre suas obrigações.
c. A Cia. Empreendedora apresenta:
A Cia. Empreendedora apresenta: 
BENS 19.000
DIREITOS 25.000
OBRIGAÇÕES 44.000
Qual o valor do Patrimônio Líquido?
Se, PL = A – PE
Então: PL = 19.000 + 25.000 – 44.000
PL = 0 (zero) – nesse caso, chamamos de PL inexistente ou nulo.
Origens e aplicações de recursos
Como vimos acima, ao analisar um Balanço Patrimonial, você visualiza o montante dos 
recursos totais que estão à disposição da entidade. Esses recursos compreendem os 
capitais investidos na entidade; o Passivo mostra a origem desses capitais, ou seja, como 
a entidade conseguiu esses recursos, e o Ativo apresenta a aplicação desses capitais, ou 
seja, em que a entidade aplicou os recursos que tem a sua disposição.
O total do Ativo (bens mais direitos) tem de ser igual ao total do Passivo (Obrigações mais 
ou menos Patrimônio Líquido).
Assim, se em determinado Balanço Patrimonial o total do Ativo é igual a R$ 30.000 e o 
total do Passivo também é igual a R$ 30.000, não significa que o patrimônio em foco 
seja de R$ 60.000; ele vale R$ 30.000. Isso ocorre porque o lado do Passivo mostra como 
31
PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS • CAPÍTULO 2
os proprietários conseguiram os recursos que possuem (Capitais Próprios – Patrimônio 
Líquido e Capitais de Terceiros – Obrigações), enquanto no lado do Ativo são relacionados 
os bens e os direitos nos quais os proprietários aplicaram os capitais de R$ 30.000.
Perceba que, através da Contabilidade, os mesmos valores lançados no lado do Passivo 
foram também lançados no lado do Ativo, devido à aplicação do Método das Partidas 
Dobradas. Este método é utilizado universalmente para registro dos Fatos Contábeis e seu 
princípio fundamental consiste em “não há devedor sem que haja credor, não há credor 
sem que haja devedor”.
A lógica desse método revela que não há aplicação semque haja origem, levando-nos a 
concluir que não haverá Ativo sem que haja Passivo.
BALANÇOS SUCESSIVOS
Representar através de Balanços as operações da Cia. Empreendedora, considerando 
a empresa em evolução, cada Balanço apresentado deve ser igual ao Balanço anterior, 
alterado pelas transações seguintes, indicando as modificações quantitativas ocorridas 
nos componentes do patrimônio, com SV (sem variação), acréscimo ( + ) e diminuição 
(-).
1. Investimento de capital $ 40.000, em dinheiro.
Quadro 10. Balanço Sucessivo 1.
BALANÇO
ATIVO PASSIVO
Caixa 40.000 PL
Capital Social 40.000
TOTAL 40.000 TOTAL 40.000
Fonte: Elaboração da autora.
Observamos que, com o aporte no Capital Social proveniente dos sócios no valor de R$ 
40.000,00 no Capital Social, ocasionou um aumento no Grupo do Patrimônio Líquido, o 
mesmo valor foi refletido no Grupo do Ativo na conta Caixa, por se tratar de dinheiro à 
disposição da Empresa, aumentando também o valor desse Grupo. Observe o equilíbrio 
no Balanço. 
2. Compra de mercadorias, a prazo, mediante duplicatas $ 10.000.
Quadro 11. Balanço Sucessivo 2.
BALANÇO
ATIVO PASSIVO
Caixa 40.000 Duplicatas a Pg 10.000
Mercadorias 10.000 PL
Capital Social 40.000
TOTAL 50.000 TOTAL 50.000
Fonte: Elaboração da autora.
32
CAPÍTULO 2 • PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS
Nesse fato contábil, a empresa adquiriu mercadorias a prazo, e ocasionou um aumento 
no Ativo, no Estoque de Mercadorias, pois representa um bem para a empresa, 
consequentemente, contraiu uma dívida, aumentando, também, o passivo, Grupo onde 
ficam representadas todas as obrigações com terceiros.
3. Aquisição de um veículo, à vista, $ 10.000.
Quadro 12. Balanço Sucessivo 3.
BALANÇO
ATIVO PASSIVO
Caixa 30.000 Duplicatas a Pagar...... . . . . . . . . . . 10.000
Mercadorias 10.000 PL
Veículos 10.000 Capital Social 40.000
TOTAL 50.000 TOTAL 50.000
Fonte: Elaboração da autora. 
Podemos observar no Balanço acima a continuidade das operações da empresa. Com 
esse novo fato, foi adquirido um veículo à vista, portanto foi retirado dinheiro do 
Caixa, mas, consequentemente, temos outra conta chamada Veículos para representar 
a entrada desse bem na empresa. Houve uma permuta no Ativo, onde era dinheiro em 
Caixa, esse valor passou a ser representado por um veículo. Nesse evento, não houve 
alteração quantitativa ($) no Ativo, apenas uma alteração qualitativa dentro do mesmo 
Grupo do Balanço.
4. Pagamento de $ 6.000, referente a duplicatas.
Quadro 13. Balanço Sucessivo 4.
BALANÇO
ATIVO PASSIVO
Caixa 24.000 Duplicatas a Pagar 4.000
Mercadorias 10.000 PL
Veículos 10.000 Capital Social 40.000
TOTAL 44.000 TOTAL 44.000
Fonte: Elaboração da autora.
Nesse fato acima, ocorreu o pagamento de uma duplicata, ou seja, uma dívida 
(obrigação), com dinheiro do Caixa. Observe a diminuição tanto no saldo de Caixa 
em relação ao Balanço anterior, como, também, no saldo da obrigação. Continue 
observando o equilíbrio no valor total do Balanço.
33
PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS • CAPÍTULO 2
5. Venda de mercadorias, a preço de custo por $ 5.000 a prazo mediante duplicatas.
Quadro 14. Balanço Sucessivo 5.
BALANÇO
ATIVO PASSIVO
Caixa 24.000 Duplicatas a Pagar 4.000
Mercadorias 5.000 PL
Duplicatas a receber 5.000 Capital Social 40.000
Veículos 10.000
TOTAL 44.000 TOTAL 44.000
Fonte: Elaboração da autora.
Observamos, nesse evento, que fora realizada determinada venda a prazo, aumentando e 
diminuindo o Ativo da empresa, porque, na venda de mercadorias, ocorre naturalmente 
a saída delas do Estoque, refletindo uma redução no saldo dessa conta e por se tratar de 
uma venda a prazo, a empresa adquiriu um direito em relação ao seu cliente. E como já 
vimos, os bens e direitos são representados no Ativo.
6. Recebimento de $ 3.000, referente as duplicatas.
Quadro 15. Balanço Sucessivo 6.
BALANÇO
ATIVO PASSIVO
Caixa 27.000 Duplicatas a Pagar 4.000
Mercadorias 5.000 PL
Duplicatas a receber 2.000 Capital Social 40.000
Veículos 10.000
TOTAL 44.000 TOTAL 44.000
Fonte: Elaboração da autora. 
Como vimos no Balanço acima, o saldo da conta Duplicatas a Receber diminuiu porque a 
quantia de R$ 3.000,00 foi recebida pela empresa, portanto onde era um direito passou a 
ser dinheiro representado pela conta Caixa. Como podemos verificar, houve um aumento 
nessa Conta.
7. Abertura de uma conta corrente (Banco) no valor $ 20.000.
Quadro 16. Balanço Sucessivo 7.
BALANÇO
ATIVO PASSIVO
Caixa 7.000 Duplicatas a Pagar 4.000
Banco 20.000 PL
Mercadorias 5.000 Capital Social 40.000
Duplicatas a Receber...... . . . . . . . . 2.000
Veículos 10.000
TOTAL 44.000 TOTAL 44.000
Fonte: Elaboração da autora. 
34
CAPÍTULO 2 • PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS
Como podemos observar, a abertura de uma conta bancária com depósito de dinheiro 
pela Empresa é representada pela conta Banco no Ativo. Esse valor foi retirado da conta 
Caixa. Como podemos analisar, o saldo dessa conta diminuiu nele o valor representado 
na conta Banco proveniente desse depósito.
8. Aumento de capital da empresa em mais $ 60.000, com imóvel.
Quadro 17. Balanço Sucessivo 8.
BALANÇO
ATIVO PASSIVO
Caixa 7.000 Duplicatas a Pagar 4.000
Banco 20.000 PL
Mercadorias 5.000 Capital Social 100.000
Duplicatas a Receber 2.000
Veículos 10.000
Imóveis 60.000
TOTAL 104.000 TOTAL 104.000
Fonte: Elaboração da autora.
Nesse último Balanço, vimos o evento impactando nas contas Capital Social e sendo 
apresentada uma nova conta no Ativo chamada Imóveis. Em ambas, o respectivo saldo 
foi elevado, por se tratar de um aporte de Capital Social proveniente dos sócios através de 
um Imóvel e não por dinheiro, justificando a representação do respectivo bem no Ativo.
O ponto forte da informação contábil é a mensuração econômica das 
transações. É o processo contábil de atribuir um ou mais valores a todos os 
eventos que acontece na empresa e tem significado patrimonial. Tudo será 
medido em termos de valor monetário. (Padoveze, Clóvis Luís. Controladoria 
básica. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010, p. 9). 
2.10. Atos e fatos administrativos
Atos administrativos
São atos que pelo fato de não provocarem uma alteração no patrimônio da entidade, 
não são utilizados para registro contábil; sendo assim, não são considerados meramente 
administrativos.
Fatosadministrativos
E s s e s j á t ra ze m m o d i f i c a ç ã o a o p a t r i m ô n i o d a s e n t i d a d e s, s e j a n o a s p e c t o 
qualitativo ou quantitativo ($). Dessa forma, são passíveis de registro contábil , 
c o m o, p o r e x e m p l o, p a g a m e n t o s d e d e s p e s a s , re c e b i m e n t o s d e re c e i t a s , 
35
PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS • CAPÍTULO 2
recebimentos de direitos, pagamentos de obrigações, aquisição de bens, vendas 
de mercador ias ou ser viços etc.
CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS ADMINISTRATIVOS
Fatos permutativos
São fatos contábeis que alteram o patrimônio da entidade, que permutam (trocam) valores 
entre elementos patrimoniais, mas que não alteram o Patrimônio Líquido. 
Exemplo: 
Aquisição de mercadorias à vista:
Diminuição de dinheiro do Caixa (Ativo) aumentando o estoque de Mercadorias (Ativo), 
ou seja, uma troca de bem por outro bem.
Nos fatos permutativos há alteração qualitativa na estrutura patrimonial, mas não há 
alteração quantitativa, ou seja, de valor monetário, por isso chamamos de permutativo, 
há apenas uma troca da qualidade do item patrimonial, mas o valor se mantém.
Fatos modificativos
Esses fatos são diferentes dos fatos permutativos, pois alteram o Patrimônio e também 
o Patrimônio Líquido da entidade, aumentando quando o fato for modificativo 
aumentativo e diminuindo quando o fato for modificativo diminutivo em relação à 
Situação Líquida (PL) da entidade.
Fato modificativo aumentativo: qualquer tipo de receita levada ao Resultado, refletindo, 
assim, um aumento no Patrimônio Líquido da Entidade, através do Lucro, aporte de 
Capital.
Exemplo: Prestação de Serviços mediante duplicatas.
Nesse fato, uma receita foi realizada e, consequentemente, houve um aumento no direito 
da empresa por se tratar de uma prestação de serviço que será paga posteriormente pelo 
cliente através de duplicatas. Qual é o impacto na estrutura patrimonial? As receitas 
elevam a situação líquida (PL) da empresa.
36
CAPÍTULO 2 • PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS
Ou seja:
Entra um direito → Aumenta o Ativo
Receita realizada (prestação de serviços) → Aumenta o Lucro → Aumenta o PL
Fato modificativo diminutivo: qualquer tipo de despesa levada ao Resultado, Distribuição 
de lucros ou dividendos;
Exemplo: Pagamento de despesa com propaganda.
Sai dinheiro do Caixa → Diminui o Ativo
Despesa incorrida (despesas com propagandas) → Diminui o Lucro → Diminui o PL
Fatos mistos ou compostos
Esses fatos são chamados assim porque mesclam fatos contábeis permutativos e 
modificativos.
Também são denominados de aumentativos ou diminutivos, conforme a alteração que 
provocarem no Patrimônio Líquido da Entidade.
Misto aumentativo: ex.: Pagamento de uma duplicata com desconto;
Elementos desse fato contábil:
Duplicatas a Pagar (obrigação)
Caixa (bem)
Desconto Financeiro Obtido (receita, portanto aumenta o lucro, consequentemente 
aumenta o PL, porque a conta Lucro faz parte do PL). 
Misto diminutivo: ex.: Recebimento de uma duplicata com desconto.
Elementos desse fato contábil:
Duplicatas a Receber (direito)
Caixa (bem)
Desconto Financeiro concedido (despesa, portanto diminui o lucro, consequentemente 
diminui o PL, porque a conta Lucro faz parte do PL).
37
PATRIMÔNIO E SUAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS • CAPÍTULO 2
Quadro 18. Conceitos.
TERMINOLOGIA DESCRIÇÃO
CAPITAL O capital é o conjunto de recursos que estão à disposição da empresa, ele pode ser oriundo de terceiros ou pelos próprios proprietários.
CAPITAL SOCIAL
É o passo inicial realizado pelos proprietários da empresa, podendo ser alterado 
quando houver aporte de investimentos, como, também, o desinvestimento de 
capital. O capital social também pode ser chamado de Capital Nominal ou Capital 
Integralizado/Realizado.
CAPITAL PRÓPRIO Constitui a situação líquida da empresa. Constitui-se do total do Patrimônio Líquido, como o capital social, suas variações, os lucros e as reservas.
CAPITAL DE TERCEIROS
Constitui o passivo exigível, que são as obrigações da empresa, ou seja, recursos 
oriundos de terceiros, como, por exemplo, a aquisição de uma máquina para o parque 
industrial através de financiamentos junto a uma instituição financeira.
CAPITAL TOTAL À 
DISPOSIÇÃO DA EMPRESA
Representa o somatório entre passivo e patrimônio líquido da entidade; sendo 
assim, constitui-se do total de recursos utilizados como financiamento do negócio. 
Representa a soma de todas as origens que estão à disposição da empresa.
Fonte: Elaboração da autora. 
Sintetizando
A Contabilidade é imprescindível para o estudo e o controle do Patrimônio, porque ele se modifica continuamente, 
podendo estar evoluindo ou, até mesmo, involuindo.
Realizar esse acompanhamento através das técnicas contábeis de escrituração, ou seja, registrar cada evento, cada 
fato contábil que terá um impacto direto sobre patrimônio é o objetivo dessa Ciência Social Aplicada.
Podendo, assim, gerar o produto da Contabilidade que são os relatórios contábeis, com informações confiáveis, para 
que possa ser utilizada pelos usuários da informação, como vimos no Capítulo anterior.
Contabilidade = Controle do Patrimônio = Evidenciação de Demonstrações = Tomada de Decisão
Vimos até aqui: 
 » A composição do Patrimônio de uma entidade.
 » A classificação dos elementos do Patrimônio e sua representação no Balanço Patrimonial.
 » Como funciona a dinâmica das variações patrimoniais de acordo com a realização dos eventos.
 » A representação gráfica dos elementos do Patrimônio;
 » Os tipos de fatos contábeis, permutativos, modificativos e mistos.
 » A dinâmica das origens e aplicações de recursos.
 » Sua evidenciação no Balanço Patrimonial.
 » Outras terminologias utilizadas para denominar grupos e subgrupos do Balanço.
38
Introdução
Neste Capítulo, estudaremos o Resultado Operacional, a importância de realizar sua 
apuração, como é realizado o confronto entre as Receitas, Custos e Despesas para apurarmos 
a existência de Lucro ou Prejuízo no exercício.
Quais são as contas pertinentes que fazem parte dessa apuração, como é evidenciado nas 
Demonstrações.
Objetivos
 » Entender o confronto das receitas e despesas para a apuração do resultado.
 » Conhecer as contas que fazem parte da apuração do Resultado.
 » Conhecer a forma de evidenciação do Resultado na Demonstração.
3.1. APURAÇÃO DO RESULTADO
Como já vimos anteriormente em variações do Patrimônio, quando as receitas suplantam 
os custos e as despesas incorridas no período, teremos um resultado do período positivo 
que denominamos Lucro que, consequentemente, elevará o Patrimônio Líquido da 
empresa. Da mesma forma, se os custos e as despesas incorridas forem maiores que 
as receitas, obteremos um resultado do período negativo, que chamamos de Prejuízo, 
ocasionando uma diminuição do Patrimônio Líquido da Empresa.
Para isso, precisamos fazer a Apuração do Resultado, dentro do período contábil da 
empresa, que é um intervalo regular, um espaço de tempo para que sejam demonstradas, 
através dos relatórios contábeis, a situação patrimonial, econômica e financeira da 
empresa, que pode ser mensal, trimestral, semestral. Quando esse intervalo representa 
um ano, também denominamos de Exercício Social.
3CAPÍTULOAPURAÇÃO DE RESULTADO
39
APURAÇÃO DE RESULTADO • CAPÍTULO 3
Qual a importância dessa apuração?
Temos duas razões claras para explicar e ratificar essa importância. De um lado, a 
questão administrativa, na qual os administradores precisam de informações geradas 
através dos relatórios contábeis, como vimos no tópico sobre usuários da informação 
para tomarem decisões sobre os negócios da empresa. Uma empresa sem contabilidade 
está fadada ao fracasso porque representa um barco à deriva sem qualquer direção, e 
isso não é indicado.
Através dessa apuração, e, é claro, juntamente com os outros relatórios contábeis da empresa, 
poderão tomar as decisões cabíveis para a continuidade do negócio da empresa.
Do outro lado,temos a questão fiscal, informações ao Fisco, recolhimento dos impostos e 
contribuições pertinentes a cada atividade que fazem parte do negócio, independente da 
sua atividade, seja ela serviços, comércio ou indústria.
Para que possamos entender como é realizada a apuração de resultados, precisamos 
compreender alguns termos que fazem parte dessa apuração.
Vamos lá!
3.2. Receitas Realizadas
A Receita é considerada realizada no momento da ocorrência do seu fato gerador. O 
fato gerador da Receita ocorre geralmente no momento em que bens ou serviços são 
fornecidos aos clientes. 
Exemplos de Receitas:
 » Receita de Vendas de Mercadorias.
 » Receita de Vendas de Produtos Acabados.
 » Receita de Comissões.
 » Receita de Prestação de Serviços.
 » Entre outras.
3.3. Custos
Custo é o gasto relacionado a um bem ou serviço para obtenção de outros bens e 
serviços, como ocorre com as empresas industriais, como, por exemplo, matéria-prima 
40
CAPÍTULO 3 • APURAÇÃO DE RESULTADO
consumida, mão de obra utilizada na produção e, também, os custos indiretos de 
fabricação incorridos no período. À medida que esses produtos acabados são vendidos, 
esses custos que fazem parte do produto se transformam em despesas e são levados a 
Resultado para a apuração dele. Na evidenciação da Demonstração do Resultado do 
Exercício (DRE), denominamos de Custo dos Produtos Vendidos (CPV ).
Já nas empresas comerciais que revendem mercadorias, o custo está relacionado ao 
valor das mercadorias e todos os valores que fizeram parte da operação na entrada no 
estoque de mercadorias da empresa, como fretes, seguros e impostos irrecuperáveis. No 
momento da venda da mercadoria esse gasto também se transforma em despesa sendo 
levado a Resultado. Na DRE, chamamos de Custo das Mercadorias Vendidas (CMV ).
No que tange às empresas de serviços, a mão de obra utilizada na prestação do serviço para 
o cliente e também os materiais consumidos nessa prestação são considerados custos e 
também se transformam em despesa mediante essa prestação de serviço para o cliente, 
como, também, é levado a Resultado para a composição e apuração dele.
Veja que, independente da atividade, seja ela industrial, comercial ou prestação de serviços, 
podemos fazer a classificação do que é custo e do que é despesa.
3.4. DESPESAS INCORRIDAS
Para efeito de escrituração, uma Despesa é considerada incorrida a partir do momento 
em que ocorre seu fato gerador (consumo de bens ou utilização dos serviços), 
independentemente do pagamento. 
As Despesas de um período podem ter sido pagas antecipadamente, como ocorre, por 
exemplo, com as Despesas de Seguro, ou podem ter seus fatos geradores ocorridos sem 
terem sido pagas dentro do respectivo período, como ocorre normalmente com as Despesas 
de Salários e Encargos, Aluguéis etc. Podem ainda ter sido pagas normalmente no momento 
da ocorrência de seus fatos geradores, como é o caso do pagamento de mão de obra para 
um profissional autônomo que prestou serviços e recebeu dentro do mesmo mês. 
Exemplos de Despesas:
 » Despesa com salários.
 » Despesa com publicidade.
 » Despesa com aluguéis.
 » Despesa com encargos sociais.
41
APURAÇÃO DE RESULTADO • CAPÍTULO 3
 » Despesa com tributos.
 » Despesa com seguros.
 » Despesa com água, luz, telefone, internet.
 » Despesa com fretes e carretos.
 » Despesa com comissões.
 » Entre outras.
Exercício Social
É o espaço de tempo (em média 12 meses), findo o qual as pessoas jurídicas apuram os 
seus resultados; ele pode coincidir, ou não, com o ano-calendário, de acordo com o que 
dispuser o estatuto ou o contrato social.
Perante a legislação do imposto de renda, é chamado de período de apuração da base de 
cálculo do imposto devido. Contudo, para fins de da legislação tributária, o exercício social 
deverá coincidir com o ano civil.
Antes de apresentar o exemplo prático, cabe uma explicação sobre Balancete de Verificação.
Vejamos:
3.5. Balancete de verificação 
O Balancete de Verificação também é um relatório produzido pela Contabilidade que 
possui como objetivo fornecer informações sobre todas as contas em movimento, com 
saldo diferente de zero ao usuário da informação contábil. Como o próprio nome diz, 
essa demonstração é utilizada para verificar os respectivos saldos das contas e 
analisar se eles estão corretos. Fornece uma ampla visão do aspecto financeiro 
da entidade.
Como veremos a seguir, todas as contas movimentadas no período com saldo diferente 
de zero, são evidenciados no Balancete de Verificação com seus respectivos saldos, 
seja ele devedor ou credor. Observe que no total do Balancete, o somatório dos saldos 
Devedores e o somatório dos saldos Credores são iguais, isso tem uma explicação. 
Vamos lá!
Todas as contas Patrimoniais componentes do Ativo, ou seja, Bens e Direitos, como, 
também, as Despesas que são contas de Resultado possuem saldo Devedor ou natureza 
Devedora, já as contas Patrimoniais do Passivo e Patrimônio Líquido, como, também, 
42
CAPÍTULO 3 • APURAÇÃO DE RESULTADO
as contas de Receita, que são contas de Resultado, possuem saldo Credor ou natureza 
Credora. Como já vimos anteriormente na explicação sobre o método das partidas 
dobradas, todo débito corresponde a um crédito de igual valor, ou seja, causa e efeito, 
sendo registrado o fato; dessa forma, temos a igualdade tanto no Balancete de Verificação 
como no Balanço Patrimonial.
Quadro 19. Balancete 1.
CONTAS
SALDOS
DEVEDOR CREDOR
Caixa 10.000
Bancos c/Movimento 15.000
Duplicatas a Receber 20.000
Mercadorias 25.000
Títulos a Receber 15.000
Imóveis 30.000
Duplicatas a Pagar
Títulos a Pagar 15.000
Salários a Pagar 25.000
Capital Social 35.000
Reserva Legal 45.000
TOTAL 115.000 115.000
Fonte: Elaboração da autora.
Vamos agora ao exemplo prático:
Quadro 20. Balancete de Verificação da Empresa ABC.
CONTAS
SALDOS FINAIS
Devedores Credores
Despesas com Energia Elétrica 800,00 
Caixa 4.820,00 
Capital Social 20.000,00
Duplicatas a Receber 7.250,00 
Custo com Mercadorias Vendidas 4.700,00 
Banco 8.180,00 
Despesas com Depreciações 720,00 
Despesas com Salários 2.100,00 
Despesas com Encargos Sociais 670,00 
Descontos Financeiros Concedidos 650,00 
Despesas c/ Publicidade 1.260,00 
Impostos a Recolher 2.620,00
Estoque de Mercadorias 4.800,00 
Duplicatas a Pagar 9.850,00
ICMS sobre Vendas 1.800,00 
Receita de Juros 880,00
Máquinas e Equipamentos 20.600,00 
Receita de Vendas de Mercadorias 25.000,00
Total 58.350,00 58.350,00
Fonte: Elaboração da autora.
43
APURAÇÃO DE RESULTADO • CAPÍTULO 3
As contas em vermelho representam as contas de Despesa no período e a conta em azul 
representa a Receita do período.
Então, extraímos do Balancete original somente as contas de Resultado (receitas, 
despesas/custos):
Subtraímos as despesas e custos da receita do período e obtivemos um resultado positivo 
de R$ 12.300,00 desse confronto, esse valor denominamos Lucro.
Quadro 21. Balancete 2.
Receita de Vendas de Mercadorias 25.000,00
Custo com Mercadorias Vendidas (4.700,00)
Despesas com Depreciações (720,00)
Despesas com Salários (2.100,00)
Descontos Financeiros Concedidos (650,00)
Despesas c/ Publicidade (1.260,00)
ICMS sobre Vendas (1.800,00)
Despesas com Energia Elétrica (800,00)
Despesas com Encargos Sociais (670,00)
Resultado do Período 12.300,00
Fonte: Elaboração da autora.
Quadro 22. Balanço Patrimonial.
BALANÇO
ATIVO PASSIVO
Caixa 17.000,00 Duplicatas a Pg 14.000,00
Banco 32.300,00
Mercadorias 5.000,00 Patrimônio Líquido
Duplicatas a Rec. 2.000,00 Capital Social 100.000,00
Veículos 10.000,00 Lucros 12.300,00
Imóveis 60.000,00
TOTAL 126.300,00 TOTAL 126.300,00
Fonte: Elaboração da autora. 
Importante
As demais contas como: Caixa, Duplicatas

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