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Direito Ambiental – Constituição Ecológica 
Constituição e Meio Ambiente 
1. Introdução 
A atenção dada à questão ambiental pode ser considerada como 
historicamente recente. Apenas com o final da Segunda guerra Mundial 
e o advento da Guerra Fria - período histórico de disputas estratégicas e 
conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética – foi que 
os dilemas referentes ao desenvolvimento e a degradação ambiental 
resultante deste começaram a entrar em foco. 
Os direitos fundamentais são um conjunto de direitos e garantias que 
fornecem um núcleo mínimo de proteção aos indivíduos perante o 
Estado, com o objetivo de possibilitar uma boa convivência social, bem 
como protegem o indivíduo em suas relações com outros (eficácia 
horizontal). Referem-se à pessoa humana e estão incorporados ao 
ordenamento jurídico. 
Os direitos fundamentais são os direitos básicos individuais, sociais, 
políticos e jurídicos que são previstos no texto constitucional. 
Diferenciam-se dos direitos humanos em virtude de estes serem os 
direitos previstos em tratados e normas internacionais. Os direitos 
fundamentais e os direitos humanos podem ser os mesmos, sendo o 
único critério de diferenciação a espécie de documento no qual estão 
previstos. 
 
A característica da historicidade deve-se ao fato de que os direitos 
fundamentais evoluem com o passar do tempo, uma vez que a sua 
formação se dá no decorrer da história. A teoria das gerações ou 
dimensões dos direitos fundamentais se baseia especificamente nessa 
característica – e devemos ressaltar que os direitos fundamentais não 
se substituem quando a geração se altera; sua característica 
fundamental é a complementaridade, ou seja, os direitos fundamentais 
são cumulativos entre si. 
O conceito de direitos fundamentais vai se desenvolvendo junto com a 
sociedade, bem como suas formas de proteção. A pessoa, como ser 
individual, só passou a ser protegida com o surgimento das ideias 
iluministas, no decorrer do século XVIII. 
São considerados direitos fundamentaisde primeira geração aqueles 
ligados à ideia de liberdade; são os direitos civis e políticos, de caráter 
individual e negativo, por exigirem uma abstenção do Estado.O 
estabelecimento do Estado liberal, porém, causou um êxodo rural, 
fomentado pelo início da Revolução Industrial – que representou a 
origem de vários conflitos sociais. 
Para solucionar tais conflitos e atender às reivindicações sociais, o 
Estado passa a ser dotado de diversos deveres sociais, os direitos de 
segunda geração, que abrangem os direitos sociais, econômicos e 
culturais. Tal proteção surgiu apenas após a 1ª Guerra Mundial. São 
liberdades positivas, que exigem uma ação concreta por parte do 
Estado para sua efetivação. Será competência estatal assegurá-los.   
Os direitos de terceira geração se relacionam aos ideais 
de desenvolvimento ou progresso, ao meio ambiente, à 
autodeterminação dos povos, ao direito de propriedade sobre 
patrimônio comum da humanidade, à defesa do consumidor e ao direito 
de comunicação. Apresentam uma proteção mais sistêmica. 
Os direitos de terceira geração 
são considerados difusos, transindividuais, uma vez que se aplicam à 
proteção de todos enquanto coletividade.   
A doutrina também trata dos direitos de quarta geração, 
que compreendem os direitos à democracia, globalização, informação e 
pluralismo, e direitos de quinta geração, que tratam do direito à paz, 
entendida tal qualidade como essencial ao progresso da humanidade.  
O direito ao meio ambiente equilibrado (art. 225 da Constituição 
Federal) é considerado um direito humano fundamental de terceira 
geração – ou seja, direitos que surgiram no início do Séc. XX e estão 
ligados ao ideal da solidariedade e da fraternidade, e se relacionam ao 
desenvolvimento, ao meio ambiente, à autodeterminação dos povos, 
ao direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade, 
ao fortalecimento das instituições democráticas e ao direito de 
comunicação. 
A Constituição é a norma máxima de um ordenamento 
jurídico, fundamentando-o e lhe dando validade, além de ser diploma 
capaz de definir a estrutura política fundamental de um Estado, 
seus princípios políticos, e estabelecer a estrutura, procedimentos, 
poderes e direitos de um governo, reunindo as regras a serem seguidas 
em sociedade.  A ideia de regramento é característica da formação 
social e se conecta à formação e detenção do poder no 
estabelecimento de uma sociedade. 
A nossa Constituição Federal trata, de maneira pormenorizada, da 
proteção a vários direitos fundamentais. A sua designação de 
“Constituição Cidadã” advém da vastidão de direitos fundamentais por 
ela resguardada. De modo geral, os artigos 5º a 17 da Constituição 
Federal tratam dos direitos fundamentais, embora estes também sejam 
tratados de forma esparsa pelo restante do texto constitucional. 
Não existe, em nosso ordenamento jurídico, nenhum direito 
fundamental que possua caráter absoluto, no sentido de ser ilimitado 
ou de não sofrer de nenhuma restrição. Podemos afirmar, portanto, 
que os direitos fundamentais não têm natureza absoluta. No caso 
concreto, os direitos fundamentais podem ser limitados ou restringidos, 
especialmente quando há colisão entre dois ou mais direitos 
fundamentais, todos terão de ceder, quando a prevalência de um 
direito sobre outro demonstra a possibilidade de sua limitação. 
O Direito Ambiental é conceituado por AMADO (2014, 5ª. edição, 
pág.40, grifos do autor) como “Ramo do direito público composto por 
princípios e regras que regulam as condutas humanas que afetem, 
potencial ou efetivamente, direta ou indiretamente, o meio 
ambiente, quer o natural, o cultural ou o artificial”. 
 
 
O Direito Ambiental, portanto, é ramo de direito público (normas 
jurídicas de natureza pública, compreendendo tanto o conjunto de 
normas jurídicas que regulam a relação entre o particular e o Estado, 
como o conjunto de normas jurídicas que regulam as atividades, as 
funções e organizações de poderes do Estado e dos seus 
servidores), autônomo (possui seu próprio conjunto de princípios 
norteadores), e de natureza transversal (tem contato com os demais 
ramos jurídicos). Apresenta natureza preventiva, buscando agir 
antecipadamente ao surgimento de questões ambientais – até porque, 
por sua natureza, os danos causados ao meio ambiente 
frequentemente se apresentam como irreversíveis ou de difícil 
reparação ou retorno ao estado anterior. 
2. Meio Ambiente 
O meio ambiente é uno e indivisível; porém, didaticamente, a 
classificação do meio ambiente possibilita a compreensão do tema e na 
sua abordagem pela Constituição Federal. 
A definição legal do meio ambiente (conceito jurídico) é estabelecida 
pelo artigo 3.º, I, da Lei 6.938/81, que conceitua meio ambiente como o 
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, 
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas 
formas. O conceito jurídico de meio ambiente reúne os elementos 
bióticos (elementos vivos) e abióticos (não apresentam vida, mas que 
influenciam a qualidade de vida). 
 
RODRIGUES (pág.70), por sua vez, considera que o meio 
ambientecorresponde a uma interação de tudo que, situado no espaço 
que abriga, permite e conserva todas as formas de vida, é essencial para 
a vida com qualidade em todas as suas formas. 
O meio ambiente pode ser compreendido em vários aspectos: natural, 
artificial, cultural e do trabalho. Podendo ainda, segundo alguns 
doutrinadores, serem contemplados os aspectos digital, histórico e 
intelectual. 
O conceito legal de meio ambiente se restringe ao chamado meio 
ambiente natural ou físico, ou seja, se refere aos bens que existem 
mesmo sem influência do homem, integrado pela atmosfera, pelos 
elementos da biosfera, pelas águas, pelo solo, pelo subsolo, pela fauna 
e flora. Representandoa questão da homeostase - o equilíbrio dinâmico 
entre os seres vivos e meio em que vivem (FIORILLO, 2013, 14ª edição, 
pág.50). São considerados como recursos ambientais: a atmosfera, as 
águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar 
territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. 
O chamado meio ambiente artificialou construído (Constituição 
Federal, art. 182) compreende o espaço urbano construído, influenciado 
pela ação humana, integrado pelas edificações (espaços fechados) 
eequipamentos públicos (espaços abertos); a Constituição Federal trata 
do meio ambiente artificial em seus artigos 5º, XXIII, 21, XX, 182 e 
225. Conecta-se intimamente à ideia de cidade, que é uma 
área urbana densamente povoada, onde se agrupam zonas residenciais, 
comerciais e industriais. 
O meio ambiente cultural se refere ao patrimônio cultural brasileiro 
(Constituição Federal, arts. 215 e 216), considerado este como o 
conjunto de bens de natureza material e imaterial, tomados 
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, 
à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade 
brasileira, nos quais se incluem as formas de expressão, os modos de 
criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as 
obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados 
às manifestações artístico-culturais; e os conjuntos urbanos e sítios de 
valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, 
ecológico e científico. Observe os dispositivos constitucionais 
correspondentes: 
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício 
dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura 
nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a 
difusão das manifestações culturais. 
§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas 
populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros 
grupos participantes do processo civilizatório nacional. 
§ 2º A lei disporá sobre a fixação de datas 
comemorativas de alta significação para os diferentes 
segmentos étnicos nacionais. 
 
 
§ 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de 
duração plurianual, visando ao desenvolvimento 
cultural do País e à integração das ações do poder 
público que conduzem à: 
I - defesa e valorização do patrimônio cultural 
brasileiro; 
II - produção, promoção e difusão de bens 
culturais; 
III - formação de pessoal qualificado para a gestão da 
cultura em suas múltiplas dimensões; 
IV - democratização do acesso aos bens de 
cultura; 
V - valorização da diversidade étnica e 
regional. 
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os 
bens de natureza material e imaterial, tomados 
individualmente ou em conjunto, portadores de 
referência à identidade, à ação, à memória dos 
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, 
nos quais se incluem: 
I - as formas de expressão; 
II - os modos de criar, fazer e viver; 
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; 
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e 
demais espaços destinados às manifestações artístico-
culturais; 
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, 
paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, 
ecológico e científico. 
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da 
comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio 
cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, 
vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras 
formas de acautelamento e preservação. 
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a 
gestão da documentação governamental e as 
providências para franquear sua consulta a quantos 
dela necessitem. 
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o 
conhecimento de bens e valores culturais. 
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão 
punidos, na forma da lei. 
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios 
detentores de reminiscências históricas dos antigos 
quilombos. 
 
§ 6 º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal 
vincular a fundo estadual de fomento à cultura até 
cinco décimos por cento de sua receita tributária 
líquida, para o financiamento de programas e projetos 
culturais, vedada a aplicação desses recursos no 
pagamento de: 
I - despesas com pessoal e encargos sociais; 
II - serviço da dívida; 
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada 
diretamente aos investimentos ou ações apoiados. 
O patrimônio cultural é o conjunto de bens materiais e imateriais que 
contam a história de um povo e sua relação com o meio ambiente. 
Ampliando o conceito, podemos defini-lo como o conjunto de todos os 
bens, manifestações populares, cultos, tradições tanto materiais quanto 
imateriais (intangíveis), que reconhecidos de acordo com sua 
ancestralidade, importância histórica e cultural de uma região (país, 
localidade ou comunidade) adquirem um valor único e de eternidade. 
Assim, de acordo com sua particular e significativa forma de expressão 
cultural, é classificada como patrimônio cultural, determinando-se sua 
proteção, para garantir a continuidade e preservação, com a intenção 
de assegurar, para as gerações futuras conhecer seu passado, suas 
tradições, sua história, os costumes, a cultura, a identidade de seu povo. 
O meio ambiente histórico é aspecto do meio ambiente cultural, e trata 
da história das pessoas, o trajeto social decorrido com o passar do 
tempo e que forma a sociedade presente. 
O meio ambiente do trabalho ou laboral (arts. 7º, XXIII e 200, VIII, 
Constituição Federal) refere-se ao local onde é exercido as atividades 
laborais do ser humano, com foco na saúde e na segurança do 
trabalhador.Conforme FIORILLO (pág.53), o meio ambiente do trabalho 
é constituído pelo local onde as pessoas desempenham suas atividades 
laborais, de forma remunerada ou não, cujo equilíbrio está baseado na 
salubridade do meio e na ausência de agentes que comprometam a 
incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores, independente 
da condição que ostentem (homens ou mulheres, maiores ou menores 
de idade, celetistas, servidores públicos, autônomos etc.). Ao sistema 
único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei, 
colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do 
trabalho. 
O patrimônio público é o conjunto de bens, direitos e valores, 
pertencentes a todos. Dentro da seara do Direito Administrativo, o 
termo patrimônio público refere-se aos bens que pertencem ao Estado, 
e poderá incluir também bens pertencentes aos particulares, desde que 
este estejam afetados, por algum motivo, a uma finalidade pública e 
submetidos ao regime jurídico dos bens públicos. É o caso dos bens 
tombados, da requisição administrativa, do registro (forma de proteção 
ao patrimônio cultural imaterial), do inventário (instrumentos voltados 
para a identificação, documentação, produção de conhecimento 
einformação sobre os bens culturais, que integram iniciativas voltadas 
àprodução de conhecimento que podem ou não redundar em medidas 
de proteção; oinventário será considerado um instrumento deproteção 
e/ou acautelamento apenas quando expressamente definido em norma 
própria - IPHAN), da vigilância (fiscalização) eda desapropriação, por 
exemplo.  
São formas de intervenção estatal na propriedade: a servidão 
administrativa ( direito real público que autoriza o Poder Público a usar 
da propriedade imóvel para permitir a execução de obras e serviços de 
interesse coletivo – ALEXANDRINO e PAULO, 2017, 25ª edição, 
pág.1.122); a requisição (instrumento de intervenção estatal mediante o 
qual, em situação de perigo público iminente, o Estado utiliza bens 
móveis, imóveisou serviços particulares com indenização ulterior, se 
houver dano – ALEXANDRINO e PAULO, pág.1.125); a ocupação 
temporária (o Poder Público usa transitoriamente imóveis privados, 
como meio de apoio à execução de obras e serviços públicos – 
ALEXANDRINO e PAULO, pág.1.127); a limitação administrativa 
(determinações de caráter· geral, por meio das quais o poder público 
impõe a proprietários indeterminados obrigações de fazer ou de deixar 
de fazer alguma coisa, com a finalidade de assegurar que a propriedade 
atenda a sua função social – ALEXANDRINO e PAULO, pág.1.128); o 
tombamento (o Poder Público procura proteger o patrimônio cultural 
brasileiro – ALEXANDRINO e PAULO, pág.1.130); e a desapropriação 
(procedimento de direito público mediante o qual o Estado, ou quem a 
lei autorize, retira coercitivamente a propriedade de terceiro e a 
transfere para si - ou, excepcionalmente, para outras entidades -, 
fundado em razões de utilidade pública, de necessidade pública, ou de 
interesse social, em regra, com o pagamento de justa e prévia 
indenização – ALEXANDRINO e PAULO, pág.1.133). 
 
3. Direito Ambiental na Constituição Federal de 1988 
A Constituiçãode 1988é a primeira adestinarum capítulo próprio a meio 
ambiente(Título VIII,Capítulo VI), contemplando um conjuntode 
comandos,obrigações e instrumentos paraa efetivaçãodomeio 
ambiente ecologicamente equilibrado,comodeverdo Poder Público e da 
coletividade (OLIVEIRA, 2017, 2ª edição, pág. 80). 
A Constituição Federal de 1988 deu, além do status constitucional de 
ciência autônoma ao Direito Ambiental, o complemento de tutela 
material necessário à proteção sistemática do meio ambiente,tendo o 
legislador reservado um capítulo inteiro para o seu tratamento (art. 225) 
(RODRIGUES, 2016, 3ª. edição, pág.62). 
O direito ambiental brasileiro, como ramo autônomo da ciência jurídica, 
é uma criação historicamente recente. Conforme RODRIGUES (pág.58 e 
ss.), sua abordagem se divide em três fases: tutela econômica do meio 
ambiente (O ambiente não era tutelado de modo autônomo, senão 
apenas como um bem privado, pertencente ao indivíduo); tutela 
sanitária do meio ambiente (pela preponderância na tutela da saúde e 
da qualidade de vida humana) e tutela autônoma do meio ambiente e o 
surgimento do direito ambiental (mudança de paradigma a partir da 
década de 80, passando o meio ambiente a ser considerado de forma 
principal). 
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, conferiu-se à 
proteção do meio ambiente status constitucional, como direito 
fundamental de terceira dimensão ou geração. 
Em nosso ordenamento jurídico, é da Constituição Federal que as outras 
demais normas jurídicas retiram seu fundamento de validade; o fato do 
texto constitucional abordar os aspectos ambientais, estabelecendo o 
meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225, caput) como 
direito de todos, das presentes e futuras gerações, demonstra o 
patamar de importância que a questão ambiental passou a ter desde 
então. A Constituição Federal estabeleceu também uma série de 
princípios fundamentais que orientam o direito ambiental e a 
interpretação das leis ambientais, tais como princípio da prevenção, da 
precaução, do poluidor-pagador, e do desenvolvimento sustentável 
(art. 170, Constituição Federal). 
Observe, na íntegra, a redação do dispositivo (grifos nossos): 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do 
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se 
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-
lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe 
ao Poder Público: 
I - preservar e restaurar os processos ecológicos 
essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e 
ecossistemas; 
 
II - preservar a diversidade e a integridade do 
patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades 
dedicadas à pesquisa e manipulação de material 
genético; 
III - definir, em todas as unidades da Federação, 
espaços territoriais e seus componentes a serem 
especialmente protegidos, sendo a alteração e a 
supressão permitidas somente através de lei, vedada 
qualquer utilização que comprometa a integridade dos 
atributos que justifiquem sua proteção; 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou 
atividade potencialmente causadora de significativa 
degradação do meio ambiente, estudo prévio de 
impacto ambiental, a que se dará publicidade; 
V - controlar a produção, a comercialização e o 
emprego de técnicas, métodos e substâncias que 
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o 
meio ambiente; 
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis 
de ensino e a conscientização pública para a 
preservação do meio ambiente; 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da 
lei, as práticas que coloquem em risco sua função 
ecológica, provoquem a extinção de espécies ou 
submetam os animais a crueldade. 
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica 
obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de 
acordo com solução técnica exigida pelo órgão público 
competente, na forma da lei. 
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao 
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas 
ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos 
causados. 
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a 
Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona 
Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-
se-á, na forma da lei, dentro de condições que 
assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive 
quanto ao uso dos recursos naturais. 
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou 
arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, 
necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. 
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão 
ter sua localização definida em lei federal, sem o que 
não poderão ser instaladas. 
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do 
§ 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas 
desportivas que utilizem animais, desde que sejam 
manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 
desta Constituição Federal, registradas como bem de 
natureza imaterial integrante do patrimônio cultural 
brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei 
específica que assegure o bem-estar dos animais 
envolvidos(VerLei nº 13.364/16 e ADI n. 5.728). 
 
4. Conceitos fundamentais 
Como podemos observar, o art. 225 estabelece os chamados princípios 
do Direito Ambiental, e estabelece o meio ambiente como elemento 
necessário à perpetuação da vida no planeta. O caput do dispositivo 
estabelece a chamada responsabilidade ambiental - conjunto de 
atitudes, sejam individuais, coletivas ou empresariais, que objetivam 
atingir o desenvolvimento sustentável. 
Tais atitudes devem levar em conta o meio como o crescimento 
econômico se dá de forma harmônica com a proteção do meio 
ambiente, tanto na atualidade quanto para as gerações futuras, 
garantindo a sustentabilidade, conforme o caput do art. 225 da 
Constituição Federal determina: todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à 
sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o 
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras 
gerações.O meio ambiente ecologicamente equilibrado é aquele não 
poluído, que apresenta higidez e salubridade. 
 
A ética ambiental representa um conceito filosófico que se desenvolve 
em oposição ao antropocentrismo (o ser humano como centro das 
relações jurídicas) e que que amplia o conceito de ética, enquanto da 
forma de agir do homem em seu meio social, pois se refere também à 
sua maneira de agir em relaçãoà natureza (biocêntrica), ao considerar 
que que a conservação da vida humana está intrinsecamente ligada à 
conservação da vida de todos os seres – buscando, desse modo, 
estabelecer uma forma saudável e menos predatória de convivência 
entre o homem e os demais seres vivos, de modo a preservar o 
ambiente com o objetivo de garantir a existência das próximas 
gerações (ética intergeracional). O caput do art. 225 da Constituição 
Federal apresenta uma leitura antropocêntrica mitigada, focando no 
bem-estar dos seres humanos e seu direito ao ambiente 
ecologicamente equilibrado. 
Essa proteção dada ao meio ambiente não se efetiva apenas em face do 
Estado, mas também em relação aos particulares que ameacem ao meio 
ambiente, prejudicando seu equilíbrio. 
Serão bens de uso comum do povo aqueles designados à utilização 
geral pelas pessoas, em igualdade de condições e geridos pelo Estado. 
O seu uso não exige o consentimento individual do poder público para 
ser concretizado. De modo geral, são colocados à disposição da 
população de forma gratuita, embora não exista impedimento legal 
para a cobrança de valor afim de efetivar o acesso. Sujeitam-se ao poder 
de polícia estatal, podendo, portanto, serem regulamentados e 
fiscalizados pelo Estado, que pode usar de força coercitiva para garantir 
a conservação do bem e a segurança de seus usuários. 
O Código Civil nos apresenta, em seu art. 99, I, uma lista exemplificativa 
de bens (rios, mares, estradas, ruas e praças), a qual podemos 
acrescentar os logradouros públicos, praias e demais bens da mesma 
natureza. 
No caso do meio ambiente, o STF firmou decisão no sentido de que os 
bens de uso comum do povo podem ser considerados como macrobem 
ambiental (o meio ambiente como um todo é bem de uso comum do 
povo,representado por sua harmonia global e o equilíbrio ecológico; é 
incorpóreo, imaterial, inapropriável e indivisível) e o microbem 
ambiental(elementos ambientais considerados de forma isolada, como 
a fauna, a flora e a água; representam a parte corpórea, física, do meio 
ambiente, e podem ter titularidade pública ou privada), sendo que as 
reparações ao macrobem terão sempre preponderância de Direito 
Público, ao passo que os temas relativos ao microbem ambiental estão 
relacionados ao Direito Privado (ver REsp 1.711.009). 
O bem ambiental tem natureza jurídica de direito difuso: ele será 
transindividual (ultrapassa a esfera de interesse de um único indivíduo), 
de natureza indivisível, sendo suas titulares pessoas indeterminadas e 
ligadas por circunstâncias de fato. A satisfação do direito deve atingir a 
uma coletividade indeterminada, porém, ligada por uma circunstância 
de fato. Abrangerá matérias de interesse da coletividade, restando 
assim justificada a atuação comum de todos os entes da Federação. 
Ao direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado estabelecido 
pelo caput do art. 225 da Constituição Federal são opostos deveres, que 
obrigam tanto o poder público quanto à sociedade, e que apresentam 
as ações necessárias à finalidade de garantir que o direito ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado seja cumprido de maneira 
integral. O art. 225, §1º, apresenta deveres do poder público, que deve 
atuar no sentido de assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado (norma matriz), sendo de sua incumbência: 
• preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e 
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas: por 
meio de tais condutas, são protegidos o solo e o ar, defendidas a 
qualidade das águas e preservação do patrimônio florestal, o 
equilíbrio climático, entre tantas outras ações essenciais à vida no 
planeta; O manejo ecológico das espécies diz respeito à gestão de 
elementos do ecossistema, já o manejo dos ecossistemas 
(entendido como o sistema em que plantas, animais e 
microrganismos interagem com o ambiente físico) reflete a 
conservação do sistema como um todo (ABRÃO inMACHADO e 
FERRAZ, 2018, 9ª edição, pág. 1.135). Assim, esse dever 
relacionando-se ao desenvolvimento sustentável. 
• preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético 
do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e 
manipulação de material genético:o patrimônio genético 
consiste na riqueza biológica representada pelo conjunto de 
fauna e flora de uma determinada região, e sua proteção pode se 
realizar pela conservação da espécie no ecossistema no qual está 
inserido e protegendo esse espaço, pela proteção ao organismo 
inteiro ou parte do organismo, a partir do qual será possível sua 
reprodução(ABRÃO in MACHADO e FERRAZ, pág. 1.136).Ver Lei nº 
11.105/05 (Lei da biodiversidade). 
• definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais 
e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a 
alteração e a supressão permitidas somente através de lei, 
vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos 
atributos que justifiquem sua proteção: tais espaços 
territoriais,que demandam especial proteção em virtude de suas 
características, biodiversidade e importância, seconstituem em 
instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 
6.938/81, art. 9º, VI) e podem ser criados por lei, decreto, portaria 
ou resolução. 
• exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio 
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará 
publicidade: essa exigênciademanda a análise de impacto 
ambiental provocada por atividade que causa degradação 
ambiental, representando um juízo de valor acerca do projeto, 
elaborado de maneira prévia, de forma a analisar as suas 
consequências em um determinado espaço – e isto deve ser feito 
de maneira pública, de modo a possibilitar o conhecimento do 
tema pela sociedade, de modo que esta possa se posicionar em 
relação à uma atividade que pode prejudicar o meio ambiente, 
bem de uso comum. O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 
será elaborado por equipe multidisciplinar, composta por 
profissionais das mais diferentes áreas, e tem caráter conclusivo, 
esclarecendo a terminologia técnica apresentada pelo EIA, e 
analisando detalhadamente o impacto ambiental, por meio de 
levantamentos e análise de dados, apresentando conclusões em 
linguagem mais simples e possibilitando que o órgão público 
licenciador estude o relatório, para determinar a viabilidade das 
condições de empreendimento. 
• controlar a produção, a comercialização e o emprego de 
técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a 
vida, a qualidade de vida e o meio ambiente: é papel do 
Estadodisciplinar e fiscalizar a atividade econômica, o que 
demanda do ente estatal agir de maneira a avaliar o impacto 
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de 
elaboração e prestação(ABRÃO in MACHADO e FERRAZ, pág. 
1.138).é o controle exercido pelo poder público sobre atividades 
que causam danos ao meio ambiente ou à saúde humana. 
• promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio ambiente: a 
educação ambiental é ferramenta de efetivação da cidadania. A 
Lei nº 9.795/99 define a educação ambiental como os processos 
por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores 
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências 
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso 
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua 
sustentabilidade, sendo que todos têm direito à educação 
ambiental e esta representa componente essencial e permanente 
da educação nacional, devendo estar presente, de forma 
articulada, em todos os níveis e modalidades do processo 
educativo, em caráter formal e não-formal. 
 
• proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas 
que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a 
extinçãode espécies ou submetam os animais a crueldade: a 
fauna é o conjunto de animais de qualquer espécie que viva 
naturalmente fora do cativeiro, enquanto a floraé o conjunto de 
plantas de uma determinada área – e ambos são fundamentais ao 
equilíbrio ecológico.OLIVEIRA (pág. 440) conceitua função 
ecológica como opapel
 essencialquecadaelementodesempenhanomeioemqueestái
nserido, e que pode ser colocada em risco pelo uso das técnicas 
predatórias como caça e desmatamento.RODRIGUES (pág.107) 
aponta que, neste caso, buscou-se à proteção da fauna não 
apenas a partir de sua condição de microbem ambiental essencial 
na manutenção do equilíbrio ecológico – o que corresponde à 
proteção de sua função ecológica -, mastambém houve a 
preocupação expressa em relaçãoàs práticas que submetam os 
animais a crueldade, e aquelas que podem acarretar na extinção 
deespécies, tanto da fauna quanto da flora (visão biocêntrica do 
meio ambiente, que respeita a vida em todas as suas formas). 
Os §§2º a7º do art. 225 representam determinações particulares, de 
natureza específica, que o constituinte achou por bem tratar de 
maneira própria. 
A exploração de recursos minerais obrigaa quem exerce a atividade 
minerária a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com 
solução técnica exigida pelo órgão público competente 
(responsabilidade objetiva do minerador). 
As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente 
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e 
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos 
causados; assim, para que surja a responsabilidade ambiental, é 
suficiente o dano ao meio ambiente, independente de culpa. 
Responsabilidade é a capacidade que a pessoa, física ou jurídica, tem de 
responder pelos seus atos, seja com seu patrimônio ou por meio de 
restrição ou privação de direitos. Pode ser objetiva, que é o caso 
estabelecido pelo art. 225, §3º, da Constituição Federal (independe de 
culpa) ou subjetiva (fundamentada na culpa). É a previsão da tríplice 
responsabilidade do poluidor (tanto a pessoa física como jurídica), que 
responderá pelo dano causado em três esferas: civil, penal e 
administrativa. Resta possível, portanto, que um mesmo fato jurídico 
imputável a um ente receba sanção nessas três esferas distintas. No 
caso do Direito ambiental, todas as sanções convertem para um mesmo 
objetivo, que é a recuperação ambiental – comprovada por meio de 
laudo de reparação do dano ambiental (cumulatividade de sanções).No 
caso de danos ambientais, a responsabilidade objetiva terá caráter 
solidário, quando houver mais de um responsável. 
São requisitos da responsabilidade objetiva: a conduta, o dano e o 
nexo de causalidade. O STJ, em suas decisões, considera que a teoria 
adotada em casos ambientais é a da teoria do risco integral (basta a 
existência do evento danoso e do nexo causal para que surja a 
obrigação de indenizar para o Estado, não admitindo excludentes de 
responsabilidade), com fundamento no art. 14, § 1º, da Lei 6.938/81 
(princípio do poluidor pagador). 
O responsável pela reparação do dano ambiental será o poluidor – 
considerado este a pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que for 
responsável, diretamente ou indiretamente, por atividade causadora de 
degradação ambiental. 
A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o 
Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são macrorregiões 
consideradas como patrimônio nacional, e sua utilização será feita, na 
forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do 
meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. O STF 
entende que tais áreas não passam a ser bens da União, podendo os 
particulares utilizá-las dentro de critérios e prescrições legais que 
assegurem a preservação ambiental necessária(ABRÃO in MACHADO e 
FERRAZ, pág. 1.141). 
São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por 
ações discriminatórias (ver Lei nº 8.363/76), necessárias à proteção dos 
ecossistemas naturais. As terras devolutas integram os bens dominicais 
e consistem em terras públicas que não têm destinação certa pelo 
Poder Público, e que em nenhum momento integraram o patrimônio de 
um particular, ainda que estejam irregularmente sob sua posse. 
As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização 
definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. 
 
 
 
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