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APS 1 - DIREITO CONSTITUCIONAL 2

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CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA – UNISUAM
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
Gustavo Duarte M de Brito (matrícula: 18104059)
 Jaqueline de Noronha Nascimento (matrícula: 18104055)
 João Victor da Fonseca Barrozo (matrícula: 18101951)
 Jorge Fabiano Rabello Vaz Neto (matrícula: 17102040)
 Mateus de Amorim Justiniano (matrícula: 18101305) 
Responsabilidade de Chefe do Poder Executivo
Vacância de Cargo
Rio de Janeiro
2019
Gustavo Duarte M de Brito (matrícula: 18104059)
 Jaqueline de Noronha Nascimento (matrícula: 18104055)
 João Victor da Fonseca Barrozo (matrícula: 18101951)
 Jorge Fabiano Rabello Vaz Neto (matrícula: 17102040)
 Mateus de Amorim Justiniano (matrícula: 18101305) 
Responsabilidade de Chefe do Poder Executivo
Vacância de Cargo
Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina Direito Constitucional 2, no curso de Direito.
Prof. Bruno Manzolillo
Rio de janeiro
2019
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como objetivo refletir sobre os principais aspectos das responsabilidades do chefe do poder executivo, a vacância do cargo analisar a aparente antinomia constitucional na aplicação desse instituto. Para melhor compreender a questão, será realizada uma breve análise dos principais aspectos referentes ao mandato parlamentar, bem como dos direitos políticos e sua eventual perda automática decorrente de uma sentença penal transitada em julgado. A imunidade parlamentar é compreendida como prerrogativa necessária concedida para o exercício da função de representatividade do povo e para o fortalecimento do poder legislativo.
IMPEDIMENTO E VACÂNCIA PRESIDENCIAL
	Impedimento é a impossibilidade temporária de se exercer a função, a qual gera substituição. Ex.: doença, viagem, suspensão das funções.
Vacância é uma situação definitiva, a qual gera sucessão. Ex.: morte, renúncia, perda do cargo.
O Vice-Presidente, nos termos do artigo 79, da Constituição Federal, é o substituto e o sucessor natural do Presidente da República. Por outro lado, quando o Vice está impedido ou deixa o cargo vago, o Presidente governa sozinho.
Havendo impedimento dos cargos de Presidente e Vice-Presidente, convoca-se a linha sucessória presidencial do artigo 80, da Constituição Federal.
Porém, se os dois cargos ficarem vagos em definitivo (dupla vacância), ocorre novas eleições, que poderão ser de dois tipos. Se os dois cargos ficarem vagos nos dois primeiros anos do mandato presidencial, ocorrerão Eleições Diretas (art. 81, caput, CF), em até 90 (noventa) dias (voto do povo). Se os dois cargos ficarem vagos nos dois últimos anos do mandato presidencial, ocorrerão Eleições Indiretas (art. 81, § 1º, CF), em até 30 (trinta) dias (realizada pelo Congresso Nacional). Em ambos os casos, os eleitos cumprirão o chamado “mandato-tampão” (art. 81, § 2º, CF), ou seja, apenas concluirão o período de seu antecessor.
Há grande divergência doutrinária a respeito de quem poderia concorrer nas eleições indiretas, sendo que ainda não há lei regulamentando. Segundo a doutrina majoritária, qualquer cidadão que cumpra os requisitos de elegibilidade do artigo 14, § 3º da Constituição Federal poderia se candidatar.
IMUNIDADES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
O Presidente da República não possui imunidade material, ao contrário dos membros do Poder Legislativo Federal, os quais, conforme o artigo 53 da Constituição Federal, não pode ser responsabilizado, tanto na esfera cível como na penal, por suas opiniões, palavras e votos.
Por outro lado, o Presidente foi contemplado por um conjunto de prerrogativas formais, as quais se referem à prisão, ao processo e à chamada “irresponsabilidade penal relativa ou temporária”.
É importante ressaltar que imunidades não são vantagens pessoais, mas prerrogativas vinculadas ao cargo. As prerrogativas são irrenunciáveis, e acompanham o ocupante do cargo enquanto estiver no seu exercício.
Cláusula de Irresponsabilidade Penal Relativa ou Temporária 
(Art.86,§4º,CF)
Na vigência do mandato, o Presidente só pode ser responsabilizado por atos praticados no exercício da função ou em razão dela.
Por outro lado, se o ato é estranho ao exercício funcional, a responsabilização só ocorrerá após o término do mandato, na justiça comum (instâncias ordinárias), em virtude do encerramento do foro especial por prerrogativa de função. Nestes casos, a prescrição ficará suspensa durante o mandato.
Imunidade Forma em relação ao processo ou autorização (Art. 51, I, E ART. 86, CF)
O Presidente só poderá ser processado, tanto pela prática de crime comum, quanto pela prática de crime de responsabilidade, se houver autorização por dois terços dos membros da Câmara dos Deputados.
A Câmara dos Deputados faz o juízo de admissibilidade político da acusação (não é jurídico). O que se defende com esta norma é a estabilidade constitucional do País.
O Supremo Tribunal Federal determinou que já existisse direito de defesa durante o juízo de admissibilidade na Câmara dos Deputados.
O juízo auto-relativo da Câmara dos Deputados vincula o Senado Federal, que deverá instaurar o processo para apuração de crimes de responsabilidade. Por outro lado, no caso dos crimes comuns, o juízo auto-relativo da Câmara dos Deputados não vincula o Supremo Tribunal Federal, que ainda fará um novo juízo de admissibilidade para decidir se recebe ou não a peça acusatória, que é a denúncia apresentada pelo Procurador Geral da República, ou a queixa-crime apresentada pelo ofendido ou seu representante legal.
O princípio que justifica a tese da vinculação do juízo auto-relativo da Câmara dos Deputados é o da Separação de Poderes. Assim, o Senado Federal, que também é parte do Legislativo, fica vinculado; e o Supremo Tribunal Federal, que é parte do Judiciário, tem autonomia em relação àquela.
Não é a autorização dada pela Câmara dos Deputados que inicia a suspensão presidencial, a qual será de, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias. A suspensão começa com a instauração do processo no Senado Federal, ou o recebimento da denúncia ou queixa-crime nos crimes comuns pelo Supremo Tribunal Federal (art. 86, § 1º e § 2º, CF).
PRESIDENTE DA REPÚBLICA QUANTO AO CRIME DE RESPONSABILIDADE
Os denominados crimes de responsabilidade são infrações político-administrativas praticadas no desempenho da função presidencial, definidas por lei federal. O julgamento de crimes de responsabilidade também é conhecido como Impeachment. As condutas estão previstas de forma genérica no artigo 85 da Constituição Federal.
O processo de impeachment começa na Câmara dos Deputados, depois de apresentar a denúncia por qualquer pessoa, pois cabe privativamente a eles, autorizar, por dois terços (2/3) de seus membros, o processo contra o Presidente da República. Eventual autorização pela Câmara, não é mais vinculada ao Senado, como era antes entendimento antes da ADPF 378/STF, depois de indicado pelo STF e efetivamente seguido no caso Collor, o Plenário da Câmara irá deliberar, uma única vez por maioria de seus integrantes, sem necessitar, porém, desincumbir-se de grande ônus probatório. Afinal, compete a esta Casa Legislativa apenas confirmar ou não o seguimento do processo para eventualmente a instauração pelo Senado Federal, tal autorização será como uma verdadeira condição de procedibilidade da denúncia.
É assegurando ao acusado, durante esse juízo de autorização na Câmara, a ampla defesa e contraditória, exercida pelo prazo de dez sessões (RI/CD. Art. 218, § 4ª), também como ocorreu no caso do presidente Collor (MS 21.564. Rel. Para acórdão Min. Carlos Velloso). Caso não seja dessa maneira, será aplicado por analogia o prazo de 20 (vinte) dias, previsto art. 22 da Lei nº 1.079/50, lembrando que o julgamento exercido pela Câmara dos Deputados é eminentemente político.
Depois de autorizado o processo pela Casa Popular, cabe ao Senado Federal em uma etapa inicial, deliberar sobre a instauração ou não do processo, também como uma etapa de pronúnciaou não do denunciado, tal como se fez em 1992, constituindo-se assim, etapa essencial ao exercício pleno e pautado pelo devido processo legal, da competência do Senado de processar e julgar o Presidente da República.
No ato de instauração do processo de julgamento pelo Senado Federal, o Presidente da República ficará suspenso de suas funções, e voltará somente ao exercício da Presidência se for absolvido ou se depois de passar o prazo de cento e oitenta (180) dias, o julgamento não estiver concluído, nessa hipótese em que retornará ao exercício das suas funções, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo (CF, art. 86, § 1.º). As penas podem ser a perda do cargo; e a inabilitação por oito anos para o exercício de funções públicas (não só cargos eletivos).
Qualquer pessoa é legítima para prestar acusação contra o Presidente da República, pela prática de crime de responsabilidade. Esse direito é privativo ao cidadão, na qualidade de titulado direito de contribuir nos negócios políticos do Estado, ou seja, qualquer autoridade pública ou político poderá fazer, desde que na condição de cidadão.
A sentença será formalizada por meio da expedição de uma Resolução do Senado-Federal.
Cumpre destacar que, segundo o Supremo Tribunal Federal, o Senado Federal é a instância única e originária para o processamento e julgamento dos crimes de responsabilidade. Por isso, de sua decisão não cabe recurso para o Supremo Tribunal Federal para a análise do mérito. A Corte só pode ser acionada para avaliar o respeito ao procedimento e aos princípios constitucionais.
PRESIDENTE DA REPÚBLICA QUANTO AO CRIME COMUM
O Presidente da República tem prerrogativas e imunidades em relação ao processo que determine à sua incriminação por ter praticado algum tipo de crime comum. As regras procedimentais para iniciá-lo processamento dos crimes comuns estão previstas na Lei de número. 8.038/90 e nos arts. 230 a 246 do RISTF. Da mesma maneira que também ocorre nos crimes de responsabilidade, também haverá um controle político de autorização, a ser realizado pela Câmara dos Deputados, que autorizará ou não o recebimento da denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal, por meio de voto de dois terços (2/3) de seus membros (art. 86, caput, CF), pois bem, admitida a acusação, ele será submetido a julgamento perante o STF.
A denúncia, nos casos de ação penal pública, será oferecida pelo Procurador-Geral da República. Em caso de não ter formado sua opinio delicti, deverá requerer o arquivamento do inquérito policial. Nos casos de ação privada, irá ter a necessidade de oferta da queixa-crime pelo ofendido, ou quem por lei detenha tal competência.
A expressão “crime comum”, conforme posicionamento do Supremo Tribunal Federal abrange “todas as modalidades de infrações penais, estendendo-se aos delitos eleitorais, alcançando até mesmo os crimes contra a vida e as próprias contravenções penais.
Quando recebe a denúncia ou queixa-crime, o Presidente da República ficará suspenso de suas funções por cento e oitenta (180) dias, sendo que, decorrido tal prazo sem o julgamento, voltará a exercê-las, devendo o processo continuar até a decisão final.
IMUNIDADES
A Constituição outorgou ao Presidente da República três importantes imunidades processuais, examinadas a seguir:
1ª- Imunidade em relação ao processo: diz respeito à necessidade de autorização prévia da Câmara dos Deputados, por dois terços (2/3) dos seus membros (art. 86, CF).
2ª- Imunidade em relação ao processo obsta que o Presidente da República seja preso, nas infrações comuns, enquanto não sobrevier sentença condenatória (art. 86, § 3º, CF). Essa imunidade impede que o Presidente da República seja vítima de prisão em flagrante ou de qualquer outra espécie de prisão cautelar (preventiva, provisória etc.), seja o crime afiançável ou inafiançável. Enfim para que o Presidente da República seja recolhido à prisão, é indispensável a existência de uma sentença condenatória, proferida pelo STF.
3ª- Imunidade processual outorga ao Presidente da República uma relativa e temporária irresponsabilidade, na vigência do mandato, pela prática de atos estranhos ao exercício de suas’funções.
Por força dessa última imunidade do Presidente da República, que estabelece a sua irresponsabilidade temporária quanto aos atos estranhos ao exercício do mandato, o chefe do Executivo só poderá ser responsabilizado, na vigência do seu mandato, pela prática de atos que guardem conexão com o exercício da atividade presidencial, hipótese em que será processado e julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Se o crime praticado não guardar conexão com o exercício das funções presidenciais, o Presidente da República só poderá ser por ele responsabilizado após o término do seu mandato, perante a justiça comum.
Essa imunidade, prevista no § 4º do art. 86 da Constituição, refere-se exclusivamente às infrações de natureza penal, não impedindo a apuração, na vigência do seu mandato, da responsabilidade civil, administrativa, fiscal ou tributária do Presidente da República.
PRERROGATIVA DE FORO
O Presidente da República tem prerrogativas de foro. Com efeito, deferida a autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços (2/3) dos seus membros, será ele julgado, nos crimes de responsabilidade, pelo Senado Federal e, nas infrações comuns, pelo Supremo Tribunal Federal (art. 86 da CF).A competência do Supremo Tribunal Federal para julgar, originariamente, o Presidente da República alcança todas as modalidades de infrações penais, se estende também aos crimes eleitorais, aos crimes dolosos contra a vida e até mesmo às contravenções penais. Acontece, também, que a competência do STF para julgar o Presidente da República só alcança dos crimes comuns por ele cometidos na vigência do mandato e, ainda assim, desde que sejam ilícitos relacionados com o exercício do mandato.
A prerrogativa de foro só diz respeito a ações de natureza penal, não alcançando o julgamento de ações de natureza civis eventualmente ajuizadas contra o Presidente da República, tais como ações populares, ações civis públicas, ações possessórias etc. Ademais, a prerrogativa de foro só permanece durante o exercício de mandato, não subsistindo após a expiração deste.
Por fim, caso o Presidente da República seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal pela prática de crime comum, a decisão condenatória com trânsito em julgado acarretará a suspensão dos seus direitos políticos e, em conseqüência, a cessação imediata de seu mandato.
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL COM TUTELA DE URGÊNCIA. PUBLICAÇÃO DE CONTEÚDO OFENSIVO REDE SOCIAL (FACEBOOK). IMUNIDADE PARLAMENTAR AFASTADA. MANIFESTAÇÕES NÃO GUARDAM NENHUMA RELAÇÃO COM A ATIVIDADE POLÍTICO/ADMINISTRATIVA. EXPRESSÕES DE CUNHO MERAMENTE OFENSIVO. DANO MORAL CONFIGURADO. SENTENÇA REFORMADA. 
I -A imunidade material prevista CF 53 não é absoluta, pois somente se verifica nos casos em que as opiniões tidas como ofensivas guardam íntima relação com o exercício do mandato parlamentar. Precedentes. A imunidade parlamentar não é sinônimo de permissão para a violação de direitos alheios. Não é uma permissão para se dizer o que bem entende, sem qualquer consequência. II - A violação à imagem, à intimidade, à vida privada e à honra, expressada no artigo 5º, incisos V e X da Constituição Federal, obriga a indenização por dano moral. III - In casu, as expressões sobreditas sequer se tratam de opiniões, pois em nada acrescentaram ou subtraíram ao contexto do comentário. São ataques diretos e gratuitos à honra do autor, permeados de palavras de baixo calão, impropérios altamente ofensivos, o que enseja a presente reparação. IV - Deste modo, reformase a sentença a fim de condenar o requerido ao pagamento de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título de danos morais. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 
(TJ-GO - Apelação (CPC): 01342896720188090051, Relator: LUIZ EDUARDO DE SOUSA, Data de Julgamento: 22/08/2019, 1ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ de 22/08/2019) 
Como discutido nopresente trabalho, a imunidade parlamentar prevista no art. 53 da CF/88 não pode ser considerada como uma imunidade absoluta. A imunidade material se restringe a opiniões, falas e votos que guardem relação com o exercício do mandato. Nesse sentido, entende-se que a imunidade parlamentar não é um instrumento que autoriza a violação de direitos alheios, e também não é um mecanismo de defesa para aqueles que proferem ofensas que não guardam relação com o exercício do mandato parlamentar. 
O julgado acima colacionado, trata de uma ofensa proferida por deputado estadual contra a honra do Governador do Estado de Goiânia. O deputado estadual gravou um vídeo em sua rede social “Facebook” proferindo ofensas contra a imagem do Governador do Estado de Goiânia, por esta razão foi ajuizada ação contra este buscando a sua responsabilização pelas ofensas. 
No entendimento da turma responsável pelo julgamento da Apelação Cível interposta pelo deputado estadual, no caso em tela, não seria aplicável a imunidade parlamentar presente no art. 53 da CF/88, visto que as ofensas proferidas pelo deputado contra a honra do Governador exasperavam o limite do exercício de seu mandato, bem como, não possuíam tão pouco cunho fiscalizatório. 
AÇÃO PENAL ORIGINÁRIA. CRIMES CONTRA A HONRA. INDIVISIBILIDADE DA AÇÃO PENAL. NÃO INCIDÊNCIA NA HIPÓTESE. VÍNCULO ENTRE AS SUPOSTAS OFENSAS PROFERIDAS E A FUNÇÃO PARLAMENTAR EXERCIDA. IMUNIDADE PARLAMENTAR. EXCLUDENTE DE TIPICIDADE. IMPROCEDÊNCIA DA ACUSAÇÃO. 
1. O afastamento da imunidade material prevista no art. 53, caput, da Constituição da República só se mostra cabível quando claramente ausente vínculo entre o conteúdo do ato praticado e a função pública parlamentar exercida ou quando as ofensas proferidas exorbitem manifestamente os limites da crítica política. Precedentes. 2. Configurada, no caso, hipótese de manifestação protegida por imunidade material, há ausência de tipicidade da conduta, o que leva à improcedência da acusação, a teor do art. 6º da Lei 8.038/1990. 3. Acusação improcedente.
(STF - Inq: 3677 RJ, Relator: Min. CÁRMEN LÚCIA, Data de Julgamento: 27/03/2014, Tribunal Pleno, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-213 DIVULG 29- 10-2014 PUBLIC 30-10-2014) 
Por outro lado, a jurisprudência acima colacionada trata de inquérito processado junto ao Supremo Tribunal Federal, no ano de 2014, ajuizado pela Procuradoria Geral da República em face de Anthony William Garotinho, deputado federal na época, com a imputação dos crimes de difamação e injuria. 
O então deputado federal, Anthony Garotinho possuía um blog na internet onde publicou postagens envolvendo nomes como o do Governador Luiz Fernando Pezão, na época, e também André Lazaroni, também deputado, entre outros. Julgado o inquérito pelo STF, foi proferido entendimento no sentido de que o afastamento da imunidade material prevista no art. 53 da CF/88, só poderia ser realizado se demonstrada a ausência de nexo entre o conteúdo publicado pelo deputado federal e o exercício de seu mandato parlamentar. 
Ocorre que, conforme relatório proferido pela Ministra Carmen Lucia, no caso em tela foi analisado que o conteúdo publicado no blog do então deputado federal Anthony Garotinho guardava vínculo com o exercício de seu mandato parlamentar, não tendo sido afastada a aplicação do dispositivo constitucional mencionado acima. 
DOUTRINA
Gilmar Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco confirmam o uso, pelo STF, desse distinguishing: “Se a manifestação oral ocorre no recinto parlamentar, a jurisprudência atual dá como assentada a existência da imunidade. Se as palavras são proferidas fora do Congresso, haverá a necessidade de se perquirir o seu vínculo com a atividade de representação política” 
A garantia constitucional da imunidade parlamentar em sentido material (CF, art. 53, “caput”) – que representa instrumento vital destinado a viabilizar o exercício independente do mandato representativo – protege o membro do Congresso Nacional, tornando-o inviolável, civil e penalmente, por quaisquer “de suas opiniões, palavras e votos”. Doutrina. Precedentes.
CONCLUSÃO
Qualquer cidadão é parte legítima para requerer que a Mesa Diretora represente contra um deputado, especificando os fatos e respectivas provas (art. 55 da Constituição). No caso de requerimento de um parlamentar ou de cidadão, a Mesa verifica a existência dos fatos e das provas e encaminha ou não ao Conselho de Ética, cujo presidente instaurará o processo, designando relator. (Ato da Mesa 37/09). Quando a representação é feita por partido político, não há verificação pela Mesa, que encaminha o pedido diretamente ao Conselho de Ética.
O Conselho de Ética deve apurar os fatos, assegurando ao representado ampla defesa e providenciando as diligências necessárias. O parecer deve ser discutido e votado pelos membros do Conselho de Ética. Após a votação, o deputado pode recorrer à Comissão de Constituição e Justiça.
A aplicação das penalidades de suspensão temporária do exercício do mandato, de no máximo 30 dias, e de suspensão de prerrogativas parlamentares também são de competência final do Plenário da Câmara dos Deputados.
BIBLIOGRAFIA
https://jus.com.br/artigos/33398/da-responsabilidade-do-presidente-da-republica
https://www.politize.com.br/poder-executivo-o-que-e/
MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil interpretada e legislação constitucional. Prefácio do Ministro Celso de Mello. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

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