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Aula 00 Estatuto e Ética dos Advogados p/ OAB 1ª Fase XXV Exame Professor: Daniela Medeiros de Menezes 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes AULA 00 APRESENTAÌO E CRONOGRAMA DO CURSO INTRODUÌO AO ESTUDO DE TICA PROFISSIONAL Sumrio tica Profissional na Prova da OAB ..................................................................... 2 Cronograma de Aulas .................................................................................... 3 Metodologia do Curso .................................................................................... 5 Apresentao Pessoal .................................................................................... 7 1 - Consideraes Iniciais ............................................................................... 8 2 Ð Atividade de Advocacia ............................................................................. 8 2.1 Ð Atos Privativos de Advogado ................................................................................. 9 2.2 Ð Excees ao ius postulandi do Advogado .............................................................. 14 2.3 Ð Atos nulos ........................................................................................................ 17 2.4 Ð Procurao e Substabelecimento ......................................................................... 18 3 Ð Direitos do Advogado .............................................................................. 27 3.1 Ð Direitos e Prerrogativas ..................................................................................... 27 3.2 Ð Lei 13.245/16 ................................................................................................... 38 3.3 Ð Lei 13.363/16 ................................................................................................... 40 4 Ð Lista de Questes de Aula ......................................................................... 49 5 - Destaques da Legislao ........................................................................... 70 6 - Smulas e Jurisprudncia Correlatos ............................................................. 71 8 - Consideraes Finais ............................................................................... 72 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes APRESENTAÌO E CRONOGRAMA DE AULAS tica Profissional na Prova da OAB Iniciamos hoje o nosso Curso de tica Profissional para o XXV Exame da OAB, voltado para a prova objetiva, a ser realizada pela Fundao Getlio Vargas. hora de iniciar os estudos para a nossa queridssima prova! O Exame da OAB composto por duas provas. A 1» fase possui 80 questes objetivas de mltipla escolha, com quatro alternativas (A, B, C, D), dos mais variados contedos jurdicos estudados na graduao. Atualmente, essas questes esto distribudas entre as seguintes disciplinas: Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito do Trabalho, Direito Penal, Direito Civil, Direito Empresarial, Direito Internacional Pblico, Direito Processual (Civil, Penal e do Trabalho), Direitos Humanos, Cdigo do Consumidor, Estatuto da Criana e do Adolescente, Direito Ambiental, Direito Internacional, Filosofia do Direito, Estatuto da Advocacia, Regulamento Geral da OAB e Cdigo de tica e Disciplina da OAB. Desse modo, dada a exigncia da OAB e a tendncia que se estabeleceu, acreditamos na cobrana de dez questes, que corresponde a 12,5% da prova objetiva. Sabemos que no XXIII e XXIV Exame de Ordem foram cobradas apenas oito questes, mas a esperana a ltima que morre n? Ento, vamos confiar que no XXV Exame de Ordem sero cobradas dez questes. O que ns faremos aqui justamente nos preparar para acertar essas dez questes. Aqui no vamos ter problemas com a ementa da disciplina, pois o contedo no extenso. O edital cobra o Estatuto da Advocacia e da OAB, o Regulamento Geral e o Novo Cdigo de tica Profissional da OAB. 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes Assim, como estudar 12,5% da prova sem perder de vista a quantidade disciplinas e demais contedos? Temos que trazer os conceitos gerais e as regras mais importantes da disciplina. Estudar tudo quase impossvel, ento estudaremos os assuntos mais cobrados! Em tica Profissional, podemos ordenar esses blocos de cobrana do seguinte modo: Em vista das informaes que levantamos desenvolveremos um Curso objetivo e direto, com base nos assuntos mais cobrados em prova. Cronograma de Aulas O nosso Curso compreender um total de nove aulas, juntamente desta aula demonstrativa, distribudos conforme cronograma abaixo: AULA CONTEòDO DATA Aula 00 Apresentao do Curso, Cronograma de Aulas, Introduo ao Estatuto da Advocacia e da OAB Introduo ao Estatuto da Advocacia e da OAB: Atividade de Advocacia e Direitos do Advogado 04.12 Aula 01 Inscrio na OAB, Estgio Profissional, Sociedade de Advogados e Sociedade Inscrio na Ordem dos Advogados do Brasil, Estgio Profissional, Sociedade de Advogados, Sociedade Unipessoal de Advocacia e Advogado Empregado 11.12 1¼ Direitos do Advogado 2¼ Infraes e Sanes Disciplinares 3¼ Sociedade de Advogados 4¼ Honorrios Advocatcios 5¼ Incompatibilidade e Impedimentos 6¼ Estrutura e Composio da OAB 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes Unipessoal de Advocacia, Advogado Empregado Aula 02 Relaes com o cliente, Honorrios Advocatcios e Advocacia Pro Bono. Relaes com o cliente, Honorrios Advocatcios e Advocacia Pro Bono. 18.12 Aula 03 Sigilo Profissional e Publicidade Profissional Sigilo Profissional e Publicidade Profissional 25.12 Aula 04 tica do Advogado, Princpios Fundamentais, Desagravo Pblico e Incompatibilidade e Impedimentos tica do Advogado, Princpios Fundamentais, Desagravo Pblico e Incompatibilidade e Impedimentos 01.01 Aula 05 Infraes e Sanes Disciplinares Infraes e Sanes Disciplinares 08.01 Aula 06 Ordem dos Advogados do Brasil Ordem dos Advogados do Brasil: Exerccio de Cargos e Funes na OAB. Conselho Federal. Conselho Pleno. îrgo Especial do Conselho Pleno. Das Cmaras. Das Sesses. Da Diretoria do Conselho Federal. Do Conselho Seccional. Das Subsees. Da Caixa de Assistncia dos Advogados. Conferncia e Colgios de Presidentes. 15.01 Aula 07 Eleies e Mandato Eleies e Mandato: Recursos. 22.01 Aula 08 Processo Disciplinar Processo Disciplinar: Procedimentos. Tribunais de tica e Disciplina. 29.01 Como vocs podem perceber as aulas so distribudas para que possamos tratar cada um dos assuntos com tranquilidade, transmitindo segurana a vocs para um excelente desempenho em prova. 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes Eventuais ajustes de cronograma podero ser realizados por questes didticas e sero sempre informados com antecedncia. Metodologia do Curso Vistos esses aspectos iniciais referentes a disciplina no Exame de Ordem, vamos tecer algumas observaes prvias importantes a respeito do nosso Curso. PRIMEIRA, como a disciplina e contedo so primordiais para a suaaprovao vamos priorizar os assuntos mais recorrentes e importantes para a prova. Desse modo, os conceitos e informaes apresentados sero objetivos e diretos, visando resoluo de provas objetivas. SEGUNDA, sero utilizados, ao longo do curso, as questes anteriores da FGV. Temos um bom portflio de questes, contudo, traremos questes elaboradas pela banca em concursos pblicos, bem como questes inditas e de outras bancas. Nosso intuito ser, sempre, frisar os temas mais importantes e que podem aparecer em prova. bom registrar que todas as questes do material sero comentadas de forma analtica. Sempre explicaremos o porqu da assertiva estar correta ou incorreta. Isso relevante, pois o aluno poder analisar cada uma delas, perceber eventuais erros de compreenso e revisar os assuntos tratados. TERCEIRO, os contedos desenvolvidos observaro os principais conceitos do Estatuto da Advocacia e da OAB, do Regulamento Geral e do Novo Cdigo de tica da OAB. Esta a nossa proposta! As aulas em pdf tm por caracterstica essencial a didtica. Vamos abordar assuntos doutrinrios com objetividade, priorizando a clareza, para facilitar a absoro. Isso, contudo, no significa superficialidade. Pelo contrrio, sempre que necessrio e importante os assuntos sero aprofundados de acordo com o nvel de exigncia das provas anteriores. 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes Para tanto, o material ser permeado de esquemas, grficos informativos, resumos, figuras, tudo com o fito de Òchamar atenoÓ para os contedos que possuem relevncia para a prova. Sempre que houver uma ÒcorujinhaÓ no material redobre a ateno. Outro aspecto muito importante dos nossos cursos a possibilidade de contato direto e permanente com o Professor. Temos um frum de dvidas, por intermdio do qual o aluno poder manter contato com o Professor. Durante o estudo dos materiais, podem surgir dvidas ou dificuldades de compreenso. direito do aluno e dever do Professor atend-lo. Foco, objetividade e didtica conduziro todo o nosso curso. Por fim, nossas aulas seguiro uma estrutura padronizada. Haver uma parte inicial, na qual abordaremos os assuntos que sero tratados, informaes sobre aulas passadas (tais como esclarecimentos, correes etc.) e informaes sobre o andamento do exame. Em seguida, teremos a parte terica da aula, permeadas por questes. Por fim, alm da lista de questes apresentadas, faremos o fechamento da aula, com sugestes para a reviso e dicas de estudo Vejamos a estrutura das aulas: C A R A C T E R êS T IC A S D O C U R S O Destaque das principais aspectos de cobrana em prova. Utilizao de recursos didticos (esquemas, quadros, resumos, grficos). Questes comentadas analticamente. Material objetivo Frum de Dvidas 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes Apresentao Pessoal Por fim, resta uma breve apresentao pessoal. Meu nome Daniela Medeiros de Menezes! Sou graduada em Direito pelo Centro Universitrio de Braslia (UNICEUB) e mestranda em Polticas Pblicas. Estou envolvida com o exame de ordem e concursos pblicos desde 2010. Dediquei-me a advocacia privada e, atualmente, sou Consultora Jurdica do Instituto Nacional de Ensino e Pesquisa Ansio Teixeira Ð Inep. Ademais, leciono a disciplina de Direito internacional e Direito Administrativo para os mais variados concursos e, recentemente empreendemos o projeto para o exame da OAB. Alm disso, possuo formao e capacitao como Juza Arbitral da Europa e Mercosul. Deixarei abaixo meus contatos para quaisquer dvidas ou sugestes. Ser um prazer orient-los da melhor forma possvel nesta caminhada que se inicia hoje. Vamos juntos! prof.danielamenezes@gmail.com @prof.danielamenezes ¥Observaes sobre aulas passadas, eventuais ajustes e assuntos a serem estudados CONSIDERAÍES INICIAIS ¥Teoria, questes comentadas, esquemas e grficos explicativos, legislao pertinente, doutrina e jurisprudncia AULA ¥Dicas e sugestes de estudo e informaes sobre a prxima aula. CONSIDERAÍES FINAIS 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes ESTATUTO DA ADVOCACIA E DA OAB 1 - Consideraes Iniciais A primeira coisa que deve ser compreendida antes de iniciar o estudo de determinada disciplina saber o que ela propriamente. Para quem est iniciando importante para se situar na matria. Se voc j tem essa noo, ainda assim no deixe de ler, pois o Estatuto da Advocacia e da OAB teve importantes modificaes com o Novo Cdigo de tica da OAB e com a vigncia das Leis 13.363/16, 13.245/16 e 13.247/16. Em sntese, abordaremos grupos de assuntos dos respectivos instrumentos legais: ¥ Estatuto da Advocacia e da OAB ¥ Novo Cdigo de tica ¥ Regulamento Geral Sem sombra de dvidas, todos os tpicos so relevantes, mas a prioridade o Estatuto da Advocacia e da OAB, pois 70% do contedo cobrado em prova. A partir disso, iniciaremos o nosso estudo de hoje. Boa aula a todos! 2 Ð Atividade de Advocacia A ideia deste tpico inicial estabelecer os atos privativos de advocacia, a partir da anlise do artigo 1 ao 5 do Estatuto da Advocacia e da OAB, sob o prisma dos atos judiciais e extrajudiciais que somente podem ser realizados por advogados inscritos regularmente nos quadros da OAB, aps atender os requisitos do artigo 81 da Lei 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB). 1 Art. 8¼ Para inscrio como advogado necessrio: I - capacidade civil; II - diploma ou certido de graduao em direito, obtido em instituio de ensino oficialmente autorizada e credenciada; III - ttulo de eleitor e quitao do servio militar, se brasileiro; IV - aprovao em Exame de Ordem; V - no exercer 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes A expresso Òregularmente inscritoÓ bastante cobrada na prova da OAB e significa que o advogado est de acordo com as suas obrigaes legais, ou seja, no est licenciado, impedido ou afastado dos quadros da OAB. Logo, regularmente inscrito significa que o advogado pode exercer a advocacia livremente. Fique atento! 2.1 Ð Atos Privativos do Advogado Sem a pretenso de analisar o assunto de forma aprofundada, vamos citar duas caractersticas relevantes apontadas pela legislao e que estabelecem o que so atividades privativas do advogado: 1» CARACTERêSTICA: Postulao em rgo do Poder Judicirio. A postulao exclusiva do advogado em juzo encontra-se respaldo no art. 133 da CF/1988: Nesse sentido, o Novo Cdigo de tica e Disciplina da OAB estabelece que o advogado indispensvel Administraão da Justia e defensor do Estado Democrtico de Direito, dos direitos humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da moralidade, da Justia e da paz social, cumprindo-lhe exercer o seu ministrio em consonncia com a sua elevada funão publica e com os valores que lhe so inerentes. atividade incompatvel com a advocacia; VI - idoneidade moral; VII - prestar compromisso perante o conselho. Art. 133. O advogado indispensvel administrao da justia, sendo inviolvel por seus atos e manifestaes no exerccio da profisso, nos limitesda lei. 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes Neste conceito, afasta-se a ideia restritiva de que a atuao do advogado apenas Ð advogado e cliente, tendo em vista a importncia do exerccio da advocacia na sociedade. Sem o advogado, no h que se falar em relao processual. As caractersticas da advocacia e as prerrogativas dos advogados esto em conformidade com a funo social que identifica a atividade, bem como a realizao da justia. Vale lembrar que a expresso ÒqualquerÓ que continha no texto original do inciso I do art. 1 do Estatuto da Advocacia, foi declarada inconstitucional com o julgamento da Adin 1.127-8. O advogado deve atuar na defesa dos interesses do seu cliente e postular uma deciso favorvel, a partir do convencimento do julgador. Todos os seus atos so revestidos de mnus pblico, ou seja, revestido de natureza pblica, inviolvel por seus atos e manifestaes, nos termos da lei. ÒMnus pblico o encargo a que se no pode fugir, dadas as circunstncias, no interesse social. A advocacia, alm de profisso, mnus, pois cumpre o encargo indeclinvel de contribuir para a realizao da justia, ao lado do patrocnio da causa, quando atua em juzoÓ2 O mnus pblico do advogado est presente em diversos servios relativos justia, exemplo, da participao direta e efetiva dos advogados em etapas de concursos pblicos (Magistratura, Defensoria Pblica e Ministrio Pblico) e o acesso direto na composio dos Tribunais Superiores de Justia, como o quinto constitucional. 2 (LïBO, 2011:42) 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes Enquanto funo essencial justia, o advogado atua como pea fundamental na relao angular do processo, garantindo-lhe a defesa tcnica e o ius postulandi, como pressuposto processual subjetivo s partes, de modo a garantir o acesso Justia. Dessa forma, como regra, deve prevalecer a exigncia do advogado para a postulao em rgos do Poder Judicirio. As excees sero analisadas mais abaixo em item prprio (ÒExcees ao ius postulandi do advogadoÓ). 2» CARACTERêSTICA: Atividades de consultoria, assessoria e direo jurdicas. As atividades de consultoria, assessoria e direo jurdicas so privativas de advogados, no podendo ser praticadas por bacharis em Direito, ainda que se trate de um bacharel j aprovado no Exame de Ordem. A aprovao no Exame de Ordem apenas um dos requisitos para se obter a inscrio como advogado junto a OAB, devendo-se cumprir com os demais requisitos previstos no art. 8 do Estatuto da Advocacia. O conceito de consultoria jurdica pode ser visto como o direcionamento e alinhamento processual, sem a formalizao dos servios. Ou seja, sem a execuo da atividade. Por exemplo: Joo consulta o advogado Marcos sobre a sua aposentadoria e requer esclarecimentos sobre a melhor forma de defesa, sem a execuo, propriamente dita. J o conceito de assessoria jurdica pode ser definido como o servio de consultoria completa e formalizada, do incio ao fim, pela entrega do servio. Ou seja, alm de prestar os esclarecimentos, o advogado ir conduzir e realizar as atividades processuais. Todas essas atividades so autnomas, permitindo ao advogado exercer, separadamente, a consultoria, assessoria ou a direo jurdica. 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes De acordo com Paulo Lbo3, ÒA assessoria jurdica espcie do gnero advocacia extrajudicial, pblico ou privada, que se perfaz auxiliando quem deva tomar decises, realizar atos ou participar de situaes com efeitos jurdicos (...). Se o assessor proferir pareceres, conjuga a atividade de assessoria em sentido estrito com a atividade de consultoria jurdicaÓ. Alm disso, o Conselho Federal da OAB j decidiu que a prestao da consultoria jurdica por telefone ou internet proibida, pois viola o princpio da impessoalidade ofertada ao pblico. Em hiptese alguma, os servios da advocacia podero estar vinculados as finalidades mercantis ou empresarias, sendo vedado o pagamento mensal mediante planos de assistncia jurdicas. A prtica de atos privativos de advocacia, por profissionais e sociedades no inscritos na OAB, constitui exerccio ilegal da profisso. proibido ao advogado prestar servios de assessoria e consultoria jurdicas para terceiros, em sociedades que no possam ser registradas na OAB. Advocacia Pblica Os integrantes da advocacia pblica esto sujeitos ao Estatuto da Advocacia e da OAB como regra prpria de sua atividade, sem exceo do regime prprio a que estejam subordinados. 3 LïBO, 2011, p.34. ¥Advocacia- Geral da Unio; ¥Procuradoria da Fazenda Nacional; ¥Defensoria Pblica; ¥Procuradorias e Consultorias Jurdicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municpios e das respectivas entidades de administrao indireta e fundacional. Exercem os atos privativos da advocacia, os integrantes da: 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes Os integrantes da advocacia pblica so elegveis e podem integrar qualquer rgo da OAB. Ao contrrio dos magistrados, promotores de justia e serventurios do Poder Judicirio que exercem atividade incompatvel com a advocacia e no podem exercer a advocacia, nem no mbito pblico. Destaca-se que a advocacia no pode ser divulgada em conjunto com outra atividade, mas nada impede que o advogado exera outra profisso. Por exemplo: Chanel advogada e corretora de imveis. Chanel pode exercer as duas profisses, desde que faa separadamente. Ou seja, Chanel no pode ter dentro do escritrio de advocacia uma sala destinada para o atendimento dos seus clientes de imveis. Essa questo foi cobrada no XII Exame de Ordem. Exerccio efetivo da advocacia Para alcanar o mnimo da prtica jurdica necessrio a participao anual em cinco atos privativos previstos no art. 1 do Estatuto, em causas ou questes distintas. Trata-se de atos privativos e no causas (processos), como exigido para a obteno da inscrio suplementar. Alm disso, a prtica de atos privativos de advocacia, por profissionais e sociedades que no estejam inscritas na OAB, constitui exerccio ilegal da profisso, no sendo considerado vlido os praticados. Dessa forma, memorize: No admitida a divulgao da advocacia, nem a associao com qualquer profisso ou atividade, seja mercantil, de natureza beneficente, lucrativa ou no lucrativa. 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes 2.2 Ð Excees ao ius postulandi do Advogado Como vimos, a regra a exigncia de advogado para a postulao em rgos do Poder Judicirio, pois alguns atos no so considerados privativos de advocacia. Veremos a seguir algumas excees: Art. 1, pargrafo 1, da Lei 8.906/1994 Habeas Corpus Art. 9, da Lei 9.099/1995; Juizado Especial Cvel, nas causas de valores at 20 salrios mnimos; Art. 10, caput, da Lei 10.259/2001; Juizado Especial Federal; Art. 2, caput, da Lei 5.478/1968 Lei de Alimentos; Smula Vinculante 5 (STF) Defesa em processo administrativo disciplinar. Impetrao de Habeas Corpus A impetrao de habeascorpus em qualquer instncia ou tribunal no se inclui como atividade privativa da advocacia, pois a impetrao pode ser feita por qualquer pessoal, inclusive, por aquele que sofre ou est na iminncia de sofrer constrangimento ilegal. No confunda jus postulandi com o direito de petio. O direito de petio uma garantia constitucional e o jus postulandi ato privativo do advogado. Apenas a impetrao do Habeas Corpus pode ser feita por qualquer pessoa, no sendo admitidas interposies de recursos. Mnimo de cinco atos privativos Exerccio efetivo da advocacia Mnimo de cinco causas por ano Inscrio Suplementar 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes Juizados Especiais De acordo como art. 9 da Lei n. 9.099/95 facultativo a presena de advogados nas causas de valor at vinte salrios mnimos. Com o advento da Lei n. 10.259/01 que criou os Juizados Especiais Cveis e Criminais em mbito federal, a permisso passou a ser para as causas no valor de at sessenta salrios mnimos e para as infraes penais de menor potencial ofensivo, ou seja, todas as contravenes penais e os crimes cuja pena mxima no ultrapasse dois anos, cumulada ou no com multa. Nos Juizados Especiais Criminais da Justia Federal a presena do advogado facultativa. Justia do Trabalho A Consolidao das Leis Trabalhistas (CLT) tambm uma exceo da postulao privativa do advogado, contudo, necessrio observar o entendimento do TST na Smula 425. Vejamos: Art. 791 CLT Smula 425 TST Os empregados e os empregadores podero reclamar pessoalmente O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, Habeas Data, Mandado de Segurana e Reviso Criminal no se enquandram no rol de excees de atividades postulatrias! 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes perante a Justia do Trabalho e acompanhar as suas reclamaes at o final. limita-se s Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, no alcanando a ao rescisria, a ao cautelar, o mandado de segurana e os recursos de competncia do Tribunal Superior do Trabalho. Dessa forma, facultativo a presena do advogado nas Varas e TRTs, sendo obrigatrio o advogado nas aes rescisrias, ao cautelar, mandado de segurana e os recursos de competncia do TST. Atos e Contratos de Pessoas Jurdicas Os atos e contratos constitutivos das pessoas jurdicas s podem ser registrados nas juntas comerciais, cartrios de registro civil de pessoas jurdicas ou em outros rgos competentes, quando visados por advogados, no alcanando as empresas individuais, sob pena de nulidade. Para facilitar a memorizao, o que fundamental para a prova objetiva, vejamos um esquema: ¥Todos os atos e contratos de pessoas jurdicas. REGRA ¥Microempresas; ¥Empresas de pequeno porte. EXCEÍES 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes Os advogados que prestem servios a rgo ou entidades da Administrao Pblica direta ou indireta, da unidade federativa a que se vincule a Junta Comercial, ou a quaisquer reparties administrativas competentes para o registro no podem visar os atos e contratos de pessoas jurdicas. 2.3 Ð Atos Nulos So nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa no inscrita na OAB, sem prejuzo das sanes civis, penais e administrativas, assim como os atos praticados por advogado impedido - no mbito do impedimento - suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatvel com a advocacia. A nulidade absoluta no podendo ser ratificados por outro profissional. Pessoas no inscritas na OAB O exerccio da advocacia s pode ser exercido por advogado regularmente inscrito nos quadros de advogados da OAB, sendo vedado a prtica de atos isolados por estagirios (salvo as hipteses previstas por lei) ou bacharis em direito. Impedimento O impedimento a proibio parcial do exerccio da advocacia, ou seja, pode advogar em causa prpria em determinadas situaes, menos contra a entidade que o remunera. Enquanto perdurar o impedimento para o exerccio da atividade, os atos realizados durante essa situao sero considerados nulos. Suspenso A suspenso uma penalidade aplicada pela OAB, em virtude do cometimento de infraes disciplinares. Durante o prazo de suspenso, o advogado no pode realizar os atos privativos da advocacia e, se praticar, sero considerados nulos. Alm disso, o prazo de suspenso pode durar de 30 dias a 12 meses, sendo considerado nulo qualquer ato praticado durante o perodo de suspenso. Licenciado 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes A licena no pode ser confundida com a suspenso, pois a licena requerida pelo advogado e tem sempre carter temporrio. Durante o perodo da licena, os atos da advocacia no podem ser exercidos. Atividade incompatvel com a advocacia O exerccio incompatvel com a advocacia impede a realizao de qualquer ato privativo. A incompatibilidade est relacionada cargo ou funo a ser exercida e no a pessoa. Por isso, o afastamento temporrio das atividades no autoriza o exerccio da advocacia. 2.4 Ð Procurao e Substabelecimento A procurao serve para habilitar o advogado a praticar todos os atos judiciais, em qualquer juzo ou instncia fazendo a prova do mandato. Temos dois tipos de procurao: foro geral e a com poderes especiais, sendo essa ltima exigida nos casos previstos em lei, exemplo da competncia para receber citao, levantamento do alvar, dentre outros. O artigo 7¼, inciso VI, letra d, EAOAB exige a procurao com poderes especiais em qualquer assembleia ou reunio que participe ou possa participar para representar o cliente. A procurao sempre individual, no alcana todos representantes no mesmo instrumento. O substabelecimento o instrumento utilizado pelo advogado para outorgar poderes que lhes foram conferidos. O substabelecimento, com reservas, a transferncia provisria, pois consiste na permanncia do advogado no processo. 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes O substabelecimento com reservas ato privativo do advogado e no precisa ser comunicado ao cliente. J o substabelecimento, sem reservas, acontece quando o advogado transfere os poderes adquiridos para outro profissional, eximindo-se de toda responsabilidade e transferindo definitivamente todos os poderes. O substabelecimento sem reservas no ato privativo do advogado e depende do conhecimento do cliente. A renncia do instrumento de procurao sempre do advogado e com expressa comunicao ao cliente. Aps a notificao ao cliente com aviso de recebimento o advogado deve permanecer no processo durante 10 dias, salvo quando for substitudo antes do trmino desse prazo. Em regra, o advogado no pode abandonar o processo, aps a notificao do cliente, pois deve permanecer durante o prazo de 10 dias. Se descumprir a determinao legal, aplica-se a penalidade do artigo 34, inciso XI, do Estatuto da Advocacia e da OAB, sem prejuzo das demais sanes. Atenta-se que nos casos de revogao do mandato, o cliente no fica desobrigadoa pagar os honorrios contratuais ajustados com o advogado e nem a desconta- los com os honorrios de sucumbncia. O pagamento dever ser feito de forma proporcional aos servios prestados, sem a quebra de confiana do cliente. è!A revogao realizada pelo cliente e a renncia pelo advogado; è!No abandono de causa o advogado desaparece e no comunica o cliente; 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes è!No confunda abandona da causa com a renncia, porque na renncia o advogado avisa o cliente e no abandono ele desparece, sem comunicao. A revogao e a renncia no permitem a quebra do sigilo profissional. O sigilo mantido antes, durante e depois da relao, no existe prazo de validade ou data de vencimento do contrato. A relao mantida pela confiana e pelo sigilo. Veja como o assunto foi explorado no Exame de Ordem: Questo Ð FGV/OAB Ð Exame de Ordem Ð XVII Patrcia foi aprovada em concurso pblico e tomou posse como Procuradora do Municpio em que reside. Como no pretendia mais exercer a advocacia privada, mas apenas atuar como Procuradora do Municpio, pediu o cancelamento de sua inscrio na OAB. A partir da hiptese apresentada, assinale a afirmativa correta. a) Patrcia no agiu corretamente, pois os advogados pblicos esto obrigados inscrio na OAB para o exerccio de suas atividades. b) Patrcia no agiu corretamente, pois deveria ter requerido apenas o licenciamento do exerccio da advocacia e no o cancelamento de sua inscrio. c) Patrcia poderia ter pedido o licenciamento do exerccio da advocacia, mas nada a impede de pedir o cancelamento de sua inscrio, caso no deseje mais exercer a advocacia privada. d) Patrcia agiu corretamente, pois, uma vez que os advogados pblicos no podem exercer a advocacia privada, esto obrigados a requerer o cancelamento de suas inscries. Comentrios A alternativa A est correta e o gabarito da questo. Os integrantes da advocacia pblica esto sujeitos ao Estatuto da Advocacia e da OAB como regra 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes prpria de sua atividade, sem exceo do regime prprio a que estejam subordinados. Destaca-se que a atividade a ser exercida privativa de advogado regularmente inscrito na OAB, independente da atuao pblica ou privada. O artigo 3¼, ¤1¼, Estatuto da Advocacia e da OAB estabelece a obrigatoriedade de os membros da advocacia pblica permanecerem vinculados nos quadros da OAB como condio impeditiva para o exerccio do cargo, caso no estejam regularmente inscritos na OAB. A alternativa B est incorreta, pois Patrcia deve manter-se inscrita aos quadros da OAB, no sendo possvel a licena ou cancelamento da sua inscrio, pois para o exerccio do cargo da advocacia pblica obrigatria a sua permanncia na OAB. Destaca-se que os membros integrantes da advocacia pblicas so: Advocacia-Geral da Unio, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pblica e das Procuradorias e Consultorias Jurdicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municpios e das respectivas entidades de administrao indireta e fundacional. (Art. 3¼, ¤1¼, EAOAB). A alternativa C est incorreta, sob a mesma fundamentao legal do art. 3¼, ¤1¼, EAOAB. Para o exerccio da advocacia pblica necessrio manter a inscrio nos quadros da OAB, no sendo cabvel a licena ou cancelamento da inscrio, pois requisito obrigatrio ser advogado inscrito regularmente nos quadros para o exerccio da advocacia pblica. A alternativa D est incorreta, pois para o exerccio do cargo necessrio manter-se inscrito na OAB, uma vez que os membros da Advocacia Pblica esto obrigados a manter a sua inscrio ativa para o exerccio do cargo, no sendo possvel a licena ou o cancelamento da inscrio. (Art. 3¼, ¤1¼, EAOAB). Questo Ð OAB/FGV Ð Exame de Ordem Ð XVII Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurdicas, para sua admisso em registro, em no se tratando de empresas de pequeno porte e de microempresas, consoante o Estatuto da Advocacia, devem a) apresentar os dados do contador responsvel; 00000000000 - DEMO ==0== TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes b) permitir a participao de outros profissionais liberais; c) conter o visto do advogado; d) indicar o advogado que representar a sociedade Comentrios A alternativa C est correta, pois os atos e contratos constitutivos de pessoas jurdicas s podem ser registrados nas juntas comerciais, cartrios de registro civil de pessoas jurdicas ou em outros rgos competentes, quando visados (assinados) por advogados, no alcanando as empresas individuais, sob pena de nulidade. O fundamento da questo encontra-se no art. 1, pargrafo 2, Estatuto da Advocacia art. 2, caput, do Regulamento Geral da OAB. Destaca-se que os advogados que prestem servios a Junta Comercial ou quaisquer reparties administrativas competentes para o registro no podem analisar os atos e contratos de pessoas jurdicas, devido o conflito de interesses. A alternativa A est incorreta, pois de acordo com o Regulamento Geral da OAB obrigatria para admisso do contrato a assinatura (visto) do advogado e, no, o fornecimento dos dados do contador responsvel. Lembre-se que a regra o visto em todos os atos e contratos das pessoas jurdicas, exceto para as microempresas e empresas de pequeno porte (Art. 1, pargrafo 2, Estatuto da Advocacia e Art. 2, Regulamento Geral OAB). A alternativa B est incorreta, pois o registro dos atos e contratos de pessoas jurdicas depende somente do visto do advogado e no da participao de outros profissionais liberais (Art. 1, pargrafo 2, Estatuto da Advocacia B e Art. 2, Regulamento Geral OAB). A alternativa D est incorreta, a indicao de advogado no o suficiente para registrar o contrato da pessoa jurdica. necessrio o visto do advogado, alm da anlise dos atos e contratos para adequao ao ordenamento jurdico brasileiro, uma vez que os contratos devero sero compatveis com a legislao vigente (Art. 1, pargrafo 2, Estatuto da Advocacia e Art. 2, Regulamento Geral OAB). 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes Questo Ð OAB/FGV Ð Exame de Ordem Ð XVI Bernardo bacharel em Direito, mas no est inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil, apesar de aprovado no Exame de Ordem. No obstante, tem atuao na rea de advocacia, realizando consultorias e assessorias jurdicas. A partir da hiptese apresentada, nos termos do Regulamento Geral da Ordem dos Advogados do Brasil, assinale a afirmativa correta. a) Tal conduta permitida, por ter o bacharel logrado aprovao no Exame de Ordem. b) Tal conduta proibida, por ser equiparada captao de clientela. c) Tal conduta permitida mediante autorizao do Presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil. d) Tal conduta proibida, tendo em vista a ausncia de inscrio na Ordem dos Advogados do Brasil. Comentrios A alternativa D est correta, pois so atividades privativas da advocacia os servios de consultoria, assessoria e direo jurdica, sendo necessrio a inscrio regular nos quadros da OAB, no podendo ser realizados por estagirios ou bacharis em direito. O exerccio da atividade de advocacia no territrio brasileiro e a denominao de advogado so privativosdos inscritos na OAB (Art. 1¼, inciso II, e art. 3¼ da EAOAB). A alternativa A est incorreta, pois a aprovao no Exame de Ordem por si s no permite o exerccio da advocacia, devendo Bernardo est inscrito regularmente nos quadros da OAB, no sendo autorizado prestar consultoria e assessoria jurdica, pois so atividades privativas de advogado. Destaca-se ainda que a aprovao no Exame de Ordem apenas um dos requisitos para a inscrio do advogado e deve Bernardo preencher, cumulativamente, todos os requisitos do artigo 8, do EAOAB (Art. 1¼, inciso II, art. 3¼ e art. 8¼ da EAOAB). 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes A alternativa B est incorreta, pois so atividades privativas da advocacia os servios de consultoria, assessoria e direo jurdica, sendo necessrio a inscrio regular nos quadros da OAB, no podendo ser realizados por estagirios ou bacharis em direito. O exerccio da atividade de advocacia no territrio brasileiro e a denominao de advogado so privativos dos inscritos na OAB (Art. 1¼, inciso II, e art. 3¼ da EAOAB). A alternativa C est incorreta, pois as atividades de consultoria, assessoria e direo jurdica so privativas de advogado e no depende de autorizao do Presidente da Seccional da OAB (Art. 1¼, inciso II, e art. 3¼ da EAOAB). Questo Ð OAB/FGV Ð Exame de Ordem Ð XV Ftima advogada de Carla em processo proposto em face da empresa LL Servios Annimos, por contrato no cumprido. Posteriormente, Ftima patrocina os interesses de Leondio em ao de responsabilidade civil, apresentada em face de Ovdio. Pelos descaminhos do destino, Carla e Leondio estabelecem sociedade que, dois anos aps a sua constituio, vem a ser dissolvida. Com os nimos exaltados, Carla e Leondio procuram sua advogada de confiana, Ftima, diante dos servios de qualidade prestados anteriormente. Com sua rara habilidade persuasiva, a advogada consegue compor os interesses em conflito. Sobre o caso apresentado, observadas as regras do Estatuto da OAB e do Cdigo de tica e Disciplina da OAB, assinale a opo correta. a) A advogada deveria optar por um dos clientes na primeira consulta. b) O litgio envolve interesses irremediavelmente conflitantes, o que exige a opo do advogado. c) A conciliao purga o confronto de clientes da advogada. d) O eventual acordo entre os litigantes, no caso, deveria ser feito por outro advogado. Comentrios 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes A alternativa C est correta, pois vedado ao advogado funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como patrono e preposto do empregador ou cliente. Destaca-se que a advogada dever renunciar o mandato de procurao no momento em que foi procurada pelos clientes, sendo proibida de promover a conciliao entre partes, pois no pode atuar na defesa de ambas as partes no mesmo processo sob o fundamento do art. 3, Regulamento Geral da OAB. A alternativa A est incorreta, pois a advogada dever renunciar a procurao no momento que foi procurada pelos clientes, devendo optar imediatamente por um dos mandatos, sem ocorrer a primeira consulta, pois no pode atuar simultaneamente na defesa do autor e ru do processo (Art. 3, Regulamento Geral da OAB). A alternativa B est incorreta, pois no h que se falar em conflitos irremediveis e mesmo se houvesse no seria esse o motivo, pois advogada no pode atuar para ambas as partes no mesmo instante, devendo-lhe optar por um dos mandatos imediatamente (Art. 3, Regulamento Geral da OAB). A alternativa D est incorreta, pois a advogada no poderia promover o acordo entre as partes, devendo-lhe renunciar e optar por um dos mandatos em observncia ao art. 3, Regulamento Geral da OAB. Questo Ð OAB/FGV Ð Exame de Ordem Ð XIV Mara advogada atuante, tendo especializao na rea cvel. Procurada por um cliente da rea empresarial, ela aceita o mandato. Ocorre que seu cliente possui, em sua empresa, um departamento jurdico com numerosos advogados e um gerente. Por indicao deles, o cliente determina que Mara inclua, no mandato que lhe foi conferido, os advogados da empresa, para atuao conjunta. Com base no caso apresentado, observadas as regras do Estatuto da OAB e do Cdigo de tica e Disciplina da OAB, assinale a opo correta. a) A advogada deve aceitar a imposio do cliente por ser inerente ao mandato. 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes b) A advogada deve aceitar a indicao de um advogado para atuar conjuntamente no processo. c) A advogada deve acolher o comando, por ser natural na vida forense a colaborao. d) A advogada no obrigada a aceitar a imposio de seu cliente no caso. Comentrios A alternativa D est correta, pois o advogado no obrigado a aceitar a imposio de seu cliente que pretenda ver com ele atuando outros advogados, nem aceitar a indicao de outro profissional para com ele trabalhar no processo. Com base nos princpios ticos e estatutrios, o advogado tem independncia profissional, no sendo obrigado a aceitar imposio do seu cliente e nem interferncia no seu trabalho tcnico e intelectual (Art. 22, Novo Cdigo de tica da OAB) A alternativa A est incorreta, pois a advogada no deve aceitar a imposio do seu cliente, uma vez que tem independncia profissional e tcnica, no sendo obrigada a prestar servios profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relao de emprego (Art. 18, Art. 31, pargrafo 1, EAOAB c/c Art. 24, Cdigo de tica). A alternativa B est incorreta, pois o advogado no obrigado a aceitar a indicao de outro profissional para com ele atuar no processo sob o fundamento do artigo 24 do Novo Cdigo de tica da OAB. Alm disso, o advogado tem independncia profissional e tcnica, no sendo reduzida ou imposta pelo cliente/empregador. A alternativa C est incorreta, pois a advogada tem independncia profissional, no sendo obrigada a atuar com outro advogado no processo sob o fundamento do artigo 24, do Novo Cdigo de tica da OAB. Sigamos! 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes 3 Ð DIREITOS DO ADVOGADO Vamos comear a anlise do art. 6 e 7 do Estatuto da Advocacia? Neste captulo trataremos dos artigos mais cobrados em prova, os quais envolvem trs assuntos: a) Direitos dos Advogados; b) Lei n. 13.245/16 c) Lei n. 13.247/16 e c) Lei n. 13.363/16. Antes disso, voc precisa saber que no existe hierarquia e nem subordinao entre advogados, magistrados e membros do Ministrio Pblico, devendo todos tratar-se com considerao e respeito recprocos, inclusive, as autoridades, os servidores pblicos e os serventurios da justia, no exerccio da profisso, devem conceder tratamento compatvel com a dignidade da advocacia e condies adequadas a seu desempenho. 3.1 Ð Direitos e Prerrogativas As prerrogativas profissionais diferenciam-se dos direitos pela amplitude do seu conceito e extenso, sendo o direito dos advogados especficos e enumerados com um captulo especfico e as prerrogativas norteiam todo o Estatuto, garantindo-lhes e assegurando o exerccio profissional. O tratamento entre os advogados, magistrados e membros do Ministrio Pblico deve ser pautado com respeito e independncia, no existindo hierarquia e nem AdvogadoMagistrados e Membros do Ministrio Pblico NÌO EXISTE HIERARQUIA OU SUBORDINAÌO 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes subordinao entre eles, logo, qualquer violao as prerrogativas do advogado, a OAB tomar as providencias cabveis para o crime de abuso de autoridade. As autoridades, os servidores pblicos e os serventurios da justia devem conceder aos advogados tratamento compatvel com a dignidade da advocacia e condies adequadas a seu desempenho, servindo-se do mesmo tratamento as demais autoridades em observncia ao princpio da isonomia. O tratamento compatvel com a dignidade da advocacia condio necessria para o desempenho das suas atividades, em respeito ao exerccio do direito de defesa. Caso contrrio, violado essa prerrogativa, o advogado pode representar o ofensor mediante desagravo pblico ou qualquer outra medida disciplinar ou judicial cabvel. A imunidade profissional no exclui a possibilidade de punio disciplinar. Nesse sentido, convm destacar as seguintes prerrogativas: ≠Dica 1 O advogado poder exercer a advocacia em todo territrio nacional, no precisando de autorizao do Conselho Seccional ou a realizao do Exame de Ordem em que cada Estado em que for atuar. No entanto, caso pretenda exercer a advocacia de forma habitual em outro Estado do qual mantm sua inscrio principal dever promover inscrio suplementar no Conselho Seccional da OAB do referido Estado. ≠Dica 2 Exercer, com liberdade, a profisso em todo o territrio nacional. 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes Considera-se local de trabalho o lugar em que o advogado estabelece o domicilio profissional, podendo ser dentro da sua casa, por exemplo, desde que relacionado ao exerccio da advocacia. A inviolabilidade do local de trabalho do advogado, como regra, relativa. Veremos a seguir as hipteses da quebra da inviolabilidade. ≠Dica 3 Note-se que vedada a utilizao dos documentos, das mdias e dos objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informaes sobre clientes, salvo se houver entre cliente e advogado coautoria ou participao na prtica do crime que deu causa quebra da inviolabilidade. ≠Dica 4 A inviolabilidade de seu escritrio ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondncia escrita, eletrnica, telefnica e telemtica, desde que relativas ao exerccio da advocacia. R E Q U IS IT O S P A R A A Q U E B R A D A IN V IO L A B IL ID A D E Indícios de autoria e materialidade de crime por parte do advogado; Mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado; Presença de representante da OAB para o cumprimento do mandado de busca e apreensão . Comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procurao, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicveis. 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes Essa prerrogativa assegura que qualquer cidado preso tem o direito de ser assistido por advogado, conforme determina o art. 5, LXVIII, da CF/1988, inclusive, sem a necessidade de procurao. Lembre-se: A procurao somente ser exigida para processos sob o segredo de justia. ≠Dica 5 Neste caso, a presena do representante da OAB somente ser necessria, sob pena de nulidade, por motivo ligado ao exerccio da advocacia. Nos demais casos, basta a comunicao expressa OAB. ≠Dica 6 O advogado pode ingressar livremente: a) Nas salas de sesses dos tribunais, mesmo alm dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados (Questo cobrada no IX Exame de Ordem) b) Nas salas e dependncias de audincias, secretarias, cartrios, ofcios de justia, servios notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prises, mesmo fora da hora de expediente e Ter a presena de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exerccio da advocacia, para lavratura do auto respectivo,sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicao expressa seccional da OAB. 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes independentemente da presena de seus titulares; c) Em qualquer edifcio ou recinto em que funcione repartio judicial ou outro servio pblico onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informao til ao exerccio da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado; d) Em qualquer assembleia ou reunio de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais; Questo cobrada no V Exame de Ordem. ≠Dica 7 O advogado pode permanecer sentado ou em p e retirar-se de quaisquer locais indicados no inciso anterior, independentemente de licena; (Questo cobrada no IV Exame de Ordem) 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes ≠Dica 8 O advogado pode dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horrio previamente marcado ou outra condio, observando-se a ordem de chegada. Essa prerrogativa exclusiva do advogado, no sendo extensivo aos estagirios (Questo cobrada no XVI Exame de Ordem). ≠Dica 9 O advogado, como regra, dever realizar a sustentao oral antes do voto do relator, seguindo a regra do art. 937 do CPC/2015, exceto no processo disciplinar no Tribunal de tica da OAB, onde poder se manifestar aps o voto do relator (Art. 60, pargrafo 4, do CED). ≠Dica 10 O advogado pode usar da palavra, pela ordem, em qualquer juzo ou tribunal, mediante interveno sumria, para esclarecer equvoco ou dvida surgida em relao a fatos, documentos ou afirmaes que influam no julgamento, bem como para replicar acusao ou censura que lhe forem feitas (Questo cobrada na XVI Exame de Ordem) ≠ Dica 11 O advogado pode reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juzo, tribunal ou autoridade, contra a inobservncia de preceito de lei, regulamento ou regimento (Questo cobrada no VIII Exame de Ordem). ≠ Dica 12 O advogado pode falar, sentado ou em p, em juzo, tribunal ou rgo de deliberao coletiva da Administrao Pblica ou do Poder Legislativo; ≠ Dica 13 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes O advogado pode examinar, em qualquer rgo dos Poderes Judicirio e Legislativo, ou da Administrao Pblica em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procurao, quando no estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obteno de cpias, podendo tomar apontamentos; (Questo cobrada no VI Exame de Ordem). ≠ Dica 14 Ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartrio ou na repartio competente, ou retir-los pelos prazos legais (Questo cobradano XVIII Exame de Ordem). ≠ Dica 15 O advogado pode assistir a seus clientes investigados durante a apurao de infraes, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatrio ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatrios e probatrios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apurao: 1. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procurao; 2. A autoridade competente, diante de risco de comprometimento da eficcia, eficincia ou da finalidade das diligncias, poder delimitar o acesso do advogado aos elementos relacionados a diligncia em andamento e ainda no documentados; 3. A proibio do advogado de examinar os autos de flagrante e de investigao, bem como o fornecimento incompleto de autos ou a retirada de peas, j includas no caderno investigatrio, implica na 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes responsabilizao criminal e funcional por abuso de autoridade do responsvel que impedir o acesso do advogado com o intuito de prejudicar o exerccio da defesa; 4. O impedimento de acesso do advogado aos autos, determinado pela autoridade responsvel, no prejudica o seu direito de requerimento ao juiz competente para que autorize o acesso negado. Desagravo Pblico O desagravo pblico ocorre quando o advogado no exerccio da sua profisso ofendido em razo da sua atividade, cargo ou funo na OAB. A instaurao pode ser de oficio, a pedido, por qualquer pessoa ou pelo prprio Conselho competente. Qualquer informao solicitada a autoridade ofensora ou a pessoa ser feito no prazo de quinze dias, salvo em caso de urgncia e notoriedade do fato. A solicitao feita pelo Presidente, podendo o relator solicitar ou informar o Presidente sobre a existncia de provas ou ofensas. A instaurao do desagravo pblico no depende da concordncia do ofendido. DESAGRAVO PòBLICO Conceito O inscrito na OAB quando ofendido em razo do exerccio profissional ou de cargo ou funo na OAB, tem direito ao desagravo pblico promovido pelo 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes Conselho competente, de ofcio, a seu pedido ou de qualquer pessoa. Arquivamento do pedido O relator pode propor o arquivamento do pedido se a ofensa for pessoal; no estiver relacionada com o exerccio da profisso, no estiver relacionada com as prerrogativas gerais do advogado e se configurar crtica de carter doutrinrio, poltico ou religioso. Instaurao O desagravo pblico no depende do consentimento do ofendido, que tambm no pode dispens-lo. O desagravo deve ser promovido a critrio do Conselho. Conselho Federal Compete ao Conselho promover o desagravo pblico de Conselheiro Federal ou de Presidente de Conselho Seccional, quando ofendidos no exerccio das atribuies de seus cargos e ainda quando a ofensa a advogado se revestir de relevncia e grave violao s prerrogativas profissionais, com repercusso nacional. Ofensa no territrio da Subseo A ofensa ocorrida no territrio da Subseo pode ser promovida pela Diretoria ou Conselho da Subseo, com representao do Conselho Seccional. Testemunha 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes O advogado pode recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional. Audincia Pblica O advogado pode retirar-se do recinto onde se encontre aguardando prego para ato judicial, aps trinta minutos do horrio designado e ao qual ainda no tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicao protocolizada em juzo. Essa prerrogativa no aplicvel quando o magistrado se encontra no Tribunal. Acesso aos autos O advogado pode retirar autos de processos findos, mesmo sem procurao, pelo prazo de dez dias. No entanto, essa regra no se aplica: è!Aos processos sob regime de segredo de justia; è!Quando existirem nos autos documentos originais de difcil restaurao ou ocorrer circunstncia relevante que justifique a permanncia dos autos no cartrio, secretaria ou repartio, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofcio, mediante representao ou a requerimento da parte interessada; è!At o encerramento do processo, ao advogado que houver deixar de devolver os respectivos autos no prazo legal, e s o fizer depois de intimado. Priso do Advogado 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes O advogado somente poder ser preso em flagrante, por motivo de exerccio da profisso, em caso de crime inafianvel, observado o disposto no inciso IV deste artigo. O Poder Judicirio e o Poder Executivo devem instalar, em todos os juizados, fruns, tribunais, delegacias de polcia e presdios, salas especiais permanentes para os advogados. O advogado no deve ser recolhido preso, antes de sentena transitada em julgado, seno em sala de Estado Maior, com instalaes e comodidades condignas e, na sua falta, em priso domiciliar. Imunidade Profissional O advogado tem imunidade profissional, no constituindo injria ou difamao punveis qualquer manifestao de sua parte, no exerccio de sua atividade, em juzo ou fora dele, sem prejuzo das sanes disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer. O STF, no julgamento da ADIn 1.127-8/ DF declarou inconstitucional a expresso ÒdesacatoÓ, contida originalmente no inciso. O advogado deve: è!Preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profisso, zelando pelo carter de essencialidade e indispensabilidade da advocacia è!Atuar com destemor, independncia, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-f́ è!Velar por sua reputaão pessoal e profissional; è!Empenhar-se, permanentemente, no aperfeioamento pessoal e profissional; è!Contribuir para o aprimoramento das instituiões, do Direito e das leis; è!Estimular, a qualquer tempo, a conciliaão e a mediaão entre os litigantes, prevenindo, sempre que possvel, a instauraão de litgios; è!Desaconselhar lides temerrias, a partir de um juzo preliminar de viabilidade jurdica 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes O advogado no pode fazer: è!Utilizar de influncia indevida, em seu benefcio ou do cliente; è!Vincular seu nome a empreendimentos sabidamente escusos è!Emprestar concurso aos que atentem contra a tica, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana; è!Entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constitudo, sem o assentimento deste; è! Ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais perante autoridades com as quais tenha vinculo negociais ou familiares; è!Contratar honorrios advocatcios em valores aviltantes. vedado o oferecimento de servios profissionais que implique, direta ou indiretamente, angariar ou captar clientela. O exerccio da advocacia incompatvel com qualquer procedimento de mercantilizaão. 3.2 Ð Lei 13.245/16 A seguir, veremos as principais mudanas no artigo 7¼ e seus incisos, do Estatuto da Advocacia e da OAB. Art. 7¼, inciso XIV, Estatuto da Advocacia e da OAB. direito do advogado ter acesso ao inqurito e auto de priso em flagrante, a qualquer momento, independente da juntada da procurao. Antes, o acesso era Examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, por meio físico ou digital. 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes restrito as partes documentadas em meio fsico, no permitido acompanhar o andamento da diligncia. Com a recente alterao, o advogado passou a ter acesso a todos os documentos em andamento ou conclusos, inclusive, por meio digital. Art. 7¼, inciso XXI, Estatuto da Advocacia e da OAB Includo, o inciso XXI, com a seguinte redao: O referido inciso foi acrescentado no artigo 7¼, EAOAB, como garantias e prerrogativas dos advogados. Assim, direito do advogado acompanhar os seus clientes durante apurao das infraes e de todos os elementos investigatrios e probatrios, sendo possvel apresentar razes e quesitos no decorrer do procedimento. Caso o advogado venha ser interpelado e no possa manifestar sua defesa, o procedimento nulo por violao do princpio da ampla defesa e do contraditrio. Art. 7¼, ¤10, Estatuto da Advocacia e da OAB Includo, o pargrafo 10, com o seguinte teor: “Assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: a) apresentar razões e quesitos”. 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes O advogado pode ter acesso aos elementos de provas em andamento e que ainda no foram documentos, sob pena de responsabilizao criminal e funcional do responsvel, salvo se houver risco de comprometimento da eficincia, da eficcia ou da finalidade das diligncias 3.3 Ð Lei n. 13.363/16 Esta lei alterou de forma relevante o Estatuto da Advocacia ao estipular direitos e garantias para a advogada gestante, lactante, adotante ou quer der luz, bem como para o advogado que se tornar pai. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração para examinar em qualquer repartição policial, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos. § 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências. § 12. A inobservância aos direitos estabelecidos no inciso XIV, o fornecimento incompleto de autos ou o fornecimento de autos em que houve a retirada de peças já incluídas no caderno investigativo implicará responsabilização criminal e funcional por abuso de autoridade do responsável que impedir o acesso do advogado com o intuito de prejudicar o exercício da defesa, sem prejuízo do direito subjetivo do advogado de requerer acesso aos autos ao juiz competente. 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes Nesse sentido, constitui direito da advogada: Advogada Direitos Prazo Gestante: Entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais e aparelhos de raios X; Reserva de vaga em garagens dos fruns dos tribunais; Enquanto perdurar o estado gravdico Lactante, adotante ou que der luz: Acesso a creche, onde houver, ou a local adequado ao atendimento das necessidades do beb 120 dias (art. 392, CLT) Para a advogada lactante o direito permanece enquanto perdurar o perodo de amamentao. Gestante, lactante, adotante ou que der a luz: Preferncia na ordem das sustentaes orais e das audincias a serem realizadas a cada dia, mediante comprovao de sua condio; 120 dias (Art. 392 CLT) para a advogada lactante o direito permanece enquanto perdurar o perodo de amamentao. 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes Adotante ou que der luz: Suspenso de prazos processuais quando for a nica patrona da causa, desde que haja notificao por escrito ao cliente; Para a advogada: 30 dias a partir da data do parto ou da concesso da adoo (art. 313, pargrafo 6, CPC). Para o advogado, sendo o nico patrono responsvel pelo processo: 8 dias a partir da data do parto ou da concesso da adoo (art. 313, pargrafo 7, CPC). necessria a notificao ao cliente. Chegamos, com isso, ao final da nossa aula demonstrativa. Questo 1Ð FGV/OAB Ð Exame de Ordem Ð XVII Lencio estagirio de escritrio especializado na rea cvel e testemunha o descumprimento de norma legal por funcionrio pblico, imediatamente comunicando a situao ao seu advogado supervisor. Ambos dirigem-se ao rgo diretor administrativo competente e reclamam pelo descumprimento 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes de lei, o que foi reduzido a termo. A referida reclamao veio a ser sumariamente arquivada por no ter sido feita na forma escrita. Nos termos do Estatuto da Advocacia, reclamaes por descumprimento de lei a) devem ser necessariamente escritas. b) devem ser formuladas pela OAB, exclusivamente c) podem ser verbais. d) so de atribuio privativa de Conselheiro da OAB. Comentrios A alternativa C est correta e o gabarito da questo. direito do advogado reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juzo, tribunal ou autoridade, contra a inobservncia de preceito de lei, regulamento ou regimento. Destaca-se que a reclamao verbal ser redigida posteriormente sob o fundamento do art. 7¼, inciso XI, EAOAB. A alternativa A est incorreta, pois as reclamaes podem ser verbais ou escritas, no havendo necessidade de serem escritas, uma vez que as reclamaes verbais sero registradas posteriormente (Art. 7¼, inciso XI, EAOAB). A alternativa B est incorreta, pois direito do advogado reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juzo, tribunal ou autoridade, contra a inobservncia de preceito de lei, regulamento ou regimento (Art. 7¼, inciso XI, EAOAB). A alternativa D est incorreta, pois no atribuio privativa de Conselheiro da OAB, sendo ato privativo dos advogados regularmente inscritos na OAB. Destaca- se que as reclamaes podem ser verbais ou escritas independentemente da interveno da OAB ou de Conselheiros (Art. 7¼, inciso XI, EAOAB). Questo 2 Ð FGV/OAB Ð Exame de Ordem Ð XVII 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e QuestesAula 00 - Prof. Daniela Menezes A advogada Maria foi presa em flagrante por furto cometido no interior de uma loja de departamentos. Na Delegacia, teve a assistncia de advogado por ela constitudo. O auto de priso foi lavrado sem a presena de representante da Ordem dos Advogados do Brasil, , fato que levou o advogado de Maria a arguir sua nulidade. Sobre a hiptese, assinale a afirmativa correta. a) O auto de priso em flagrante no nulo, pois s obrigatria a presena de representante da OAB quando a priso decorre de motivo ligado ao exerccio da advocacia. b) O auto de priso em flagrante no nulo, pois a presena de representante da OAB facultativa em qualquer caso, podendo sempre ser suprida pela presena de advogado indicado pelo preso. c) O auto de priso em flagrante nulo, pois advogados no podem ser presos por crimes afianveis. d) O auto de priso em flagrante nulo, pois a presena de representante da OAB em caso de priso em flagrante de advogado sempre obrigatria. Comentrios A alternativa A est correta e o gabarito da questo. direito do advogado ter a presena de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exerccio da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicao expressa seccional da OAB. (Art. 7¼, inciso IV, EAOAB). A alternativa B est incorreta, pois a presena do advogado obrigatria quando a priso do advogado estiver vinculada ao exerccio da profisso. S ser facultativa quando o motivo da priso no estiver vinculado a advocacia. Alm disso, a presena do advogado no supre a comunicao aos representantes da OAB (Art. 7¼, inciso IV, EAOAB). 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes A alternativa C est incorreta, uma vez que os somente podem ser presos em flagrante, por motivo ligado ao exerccio da profisso e por crimes inafianveis (Art. 7, pargrafo 3, EAOAB). Nos demais casos, a comunicao expressa Seccional da OAB suficiente para lavratura do ato. A alternativa D est incorreta, pois somente obrigatria os representantes da OAB quando a priso ocorreu por motivo ligado ao exerccio da profisso. Nos demais casos, basta a comunicao expressa Seccional da OAB (Art. 7, pargrafo 3, EAOAB). Questo 3 Ð FGV/OAB Ð Exame de Ordem Ð XVII Gisella advogada recm-aprovada no Exame de Ordem e herda diversas causas de um colega de classe que resolveu trilhar outros caminhos, deixando numerosos processos para acompanhamento nos Juzos de primeiro grau. Ao acompanhar uma sesso de julgamento na Cmara Cvel do Tribunal W, tem necessidade de apresentar, antes de iniciar o julgamento, alegaes escritas aos integrantes do rgo julgador, que somente foram completadas no dia da sesso. Aguardando o incio dos trabalhos, assim que os julgadores se apresentaram para o julgamento, a jovem advogada dirigiu- se a eles no sentido de entregar as alegaes escritas, sendo admoestada quanto sua presena no interior da sala de julgamento, na parte reservada aos magistrados. Nos termos do Estatuto da Advocacia, o ingresso dos advogados nas salas de sesses a) est restrito ao espao da plateia. b) depende de autorizao do Presidente da Cmara c) livre inclusive na parte reservada aos magistrados. d) depende de concordncia dos julgadores 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes Comentrios A alternativa C est correta e o gabarito da questo. direito do advogado ingressar livremente nas salas de sesses dos tribunais, mesmo alm dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados (Art. 7¼, inciso VI, letra ÒaÓ). A alternativa A est incorreta, pois o ingresso dos advogados nas salas de sesses livre, no sendo restrito ao espao da plateia. A estrutura das salas de sesses serve apenas para organizao da audincia, no existindo hierarquia ou subordinao entre as partes (Art. 7¼, inciso VI, letra ÒaÓ). A alternativa B est incorreta, pois a circulao do advogado nas salas de sesses independe de autorizao do Presidente da Cmara, podendo ingressar livremente, inclusive, ficar em p ou sentado durante a audincia (Art. 7¼, inciso VI, letra ÒaÓ e inciso VII) A alternativa D est incorreta, pois independe de concordncia dos julgadores. Os advogados podem ingressar livremente nas sesses de julgamento (Art. 7¼, inciso VI, VII e VIII) Questo 4 Ð FGV/OAB Ð Exame de Ordem Ð XIV O advogado Antnio de Souza encontra-se preso cautelarmente, em cela comum, por fora de decreto de priso preventiva proferido no mbito de ao penal a que responde por suposta prtica de reiteradas fraudes contra a Previdncia. O advogado de Antnio requereu ao magistrado que decretou a priso a transferncia de seu cliente para sala de estado-maior. Como no havia sala de estado-maior disponvel na localidade, o magistrado determinou que Antnio deveria permanecer em priso domiciliar at que houvesse sala de estado-maior disponvel. Sobre a deciso do magistrado, assinale a opo correta a) O magistrado decidiu corretamente, pois, de acordo com o EAOAB, direito do advogado no ser recolhido preso, antes de sentena transitada 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes em julgado, seno em sala de Estado-maior e, na sua falta, em priso domiciliar. b) O magistrado no decidiu corretamente, pois o advogado, assim como qualquer outro cidado que tenha concludo curso superior, tem direito a ser recolhido preso em priso especial, mas no em sala de estado-maior, que apenas garantida a magistrados e membros do Ministrio Pblico. c) O magistrado decidiu corretamente, devendo o advogado permanecer em priso domiciliar, mesmo havendo sala de Estado Maior, aps eventual trnsito em julgado de sua condenao. d) O magistrado no decidiu corretamente, pois o advogado apenas tem direito a no ser recolhido preso, antes de sentena transitada em julgado, em sala de estado-maior e, na sua falta, em priso domiciliar, quando o crime que lhe esteja sendo imputado decorra do exerccio regular da profisso de advogado. Comentrios A alternativa A est correta e o gabarito da questo. direito do advogado no ser recolhido preso, antes de sentena transitada em julgado, seno em sala de Estado-Maior, com instalaes e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em priso domiciliar sob o fundamento do art. 7¼, V, EAOAB. A alternativa B est incorreta, pois direito do advogado a garantia em sala de Estado-Maior com fulcro no artigo Art. 7¼, V, EAOAB. A alternativa C est incorreta, pois somente com a ausncia da sala de Estado Maior ocorrer a priso domiciliar, com fundamento no artigo Art. 7¼, V, EAOAB. A alternativa D est incorreta, pois independente do crime, as regras sobre as prises sero as mesmas. Ou seja, somente na ausncia da Sala de Estado Maior poder ocorrer a priso em domicilio (Art. 7¼, V, EAOAB). 00000000000 - DEMO TICA PROFISSIONAL- EXAME DE ORDEM - XXV Teoria e Questes Aula 00 - Prof. Daniela Menezes Questo 5 Ð FGV/OAB Ð Exame de Ordem Ð XIV Ës 15h15, o advogado Armando aguardava, no corredor do frum, o incio de uma audincia criminal designada para as 14h30. A primeira audincia do dia havia sido iniciada no horrio correto, s 13h30,
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