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Poder Judiciário

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KELLY FREITAS ALVES 
 
 
 
PESQUISA; 
PODER JUDIRIÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sorocaba-SP 
2020 
 
KELLY FREITAS ALVES 
 
 
 
 
 
PESQUISA; 
PODER JUDIRIÁRIO; 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à disciplina 
de Direito Constitucional ll do curso 
de Direito da Faculdade Ipanema. 
Professora: Karen Alessandra 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sorocaba-SP 
2020 
Apresentação 
 
 
O presente trabalho conceituará um resumo do Poder Judiciário; funções; 
história; estatuto; garantias e suas competências; regra do quinto 
constitucional; divisões do poder judiciário; princípio do Juiz Natural; 
Súmula vinculante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Poder Judiciário 
Cabe ao poder judiciário interpretar as leis elaboradas pelo Legislativo e 
promulgadas pelo Executivo. Ele deve aplicá-las em diferentes situações e julgar 
aqueles cidadãos que, por diversos motivos, não as cumprem. 
 
Funções 
A função do Judiciário é garantir e defender os direitos individuais, ou seja, 
promover a justiça, resolvendo todos os conflitos que possam surgir na vida em 
sociedade. As responsabilidades e a estrutura desse poder são determinadas 
pela principal lei do país, a Constituição Federal. E todos os cidadãos têm o 
direito de solicitar que o Judiciário se manifeste, de maneira a resolver disputas 
ou punir aqueles que não cumprem as leis. 
No entanto, este poder não está unicamente centralizado nas mãos do Judiciário. 
A Constituição Federal Brasileira garante meios alternativos às quais todos os 
cidadãos podem recorrer, como: Ministério Público, Defensoria Pública e 
advogados particulares (devidamente inscritos na Ordem dos Advogados do 
Brasil - OAB). 
A ideia do modelo de três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), que forma 
o Estado Democrático Brasileiro, foi proposto pelo político e filósofo francês 
Montesquieu, em seu estudo sobre o Estado Moderno, através da "teoria da 
separação dos poderes". 
História 
Reúne-se o Supremo Tribunal Federal, em sessão solene, para comemorar o 
centésimo setuagésimo quinto aniversário da Lei de 18 de setembro de 1828, 
que criou o Supremo Tribunal de Justiça do Império, antecessor do Supremo 
Tribunal Federal da República. 
O Supremo Tribunal de Justiça fora previsto na Constituição Imperial de 25 de 
março de 1824, que determinou a sua criação, ao estabelecer que, "na Capital 
do Império, além da relação que deve existir, assim como nas mais Províncias, 
haverá também um tribunal com a denominação de Supremo Tribunal de Justiça, 
composto de Juízes letrados, tirados das relações por suas antiguidades, e serão 
condecorados com título de Conselheiros", competindo-lhe conceder ou denegar 
revistas nas causas e pela maneira que a lei determinar, conhecer dos delitos e 
erros de ofício que cometerem os seus Ministros, os das Relações, os 
empregados no corpo diplomático e os Presidentes das Províncias e conhecer e 
decidir sobre os conflitos de jurisdição (Constituição Imperial, art. 164). 
Instalado em 20 de janeiro de 1829, foi transformado, com a proclamação da 
República, no Supremo Tribunal Federal, pelo Decreto 848, de 11 de outubro de 
1890, inaugurado este, solenemente, em 28 de fevereiro de 1891, quatro dias 
depois da promulgação da primeira Constituição republicana, que o consagrou. 
De sua instalação, em 20 de janeiro de 1829, até a criação do Supremo Tribunal 
Federal, pelo Decreto 848, de 11.10.1890, decorreram sessenta e um anos. 
Dessa data, até os nossos dias, são 113 anos, que, somados aos sessenta e 
um, totalizam cento e setenta e quatro anos. O Supremo Tribunal Federal, 
entretanto, comemorou o seu centenário em 28 de fevereiro de 1991, 
estabelecendo, pois, como marco inicial a data em que, materialmente, começou 
a funcionar, 28.02.1891. 
Celebramos, agora, os cento e setenta e cinco anos de existência da Lei de 18 
de setembro de 1828. Celebramos, em consequência, o centésimo setuagésimo 
quinto aniversário de existência do Supremo Tribunal Federal. 
A justiça brasileira tem história. 
Em trabalho que escrevi anotei, forte em Aliomar Baleeiro, que foi Martim Afonso 
de Souza que, investido de amplos poderes de jurisdição administrativa e 
judiciária pela Carta Del Rei de Portugal, de 1530, quem primeiro, em terras 
brasileiras, dirimiu conflitos entre as pessoas aqui residentes. Mas durou pouco 
essa tarefa, já que Martim Afonso de Souza era apenas o comandante de uma 
grande força, que viera ao novo continente para o fim de consolidar a descoberta. 
Três anos depois da chegada de Martim Afonso, foram instituídas as Capitanias 
Hereditárias, cujos titulares tinham poderes para julgar, podendo delegar tais 
poderes a Ouvidores. No ano de 1549, Pero Borge, Ouvidor-Geral, magistrado 
de carreira, que viera na companhia de Tomé de Sousa, fixou-se na Bahia. 
Observada a alçada, as decisões do Ouvidor-Geral eram irrecorríveis. Os 
recursos excedentes da alçada seriam julgados em Lisboa. O Ouvidor-Geral 
organizou a Justiça, ficando ele como instância máxima. Criou, então, os juízes 
ordinários, leigos, eletivos, e os juízes de fora, designados pelo Rei. Aqueles, os 
leigos, tinham como insígnia uma vara vermelha; os letrados, uma vara branca. 
Havia, ainda, os juízes de vintena, ou pedâneos, nas aldeias, com reduzida 
alçada, cujo processo era verbal, e os juízes de órfãos. 
Em 1587 é criada a primeira Relação do Brasil, na Bahia, instalada em 1609, 
com dez desembargadores, a qual veio a ser abolida, em 1626, com a invasão 
holandesa, retornando a competência do Ouvidor-Geral. Em 1652, é restaurada 
a Relação, com oito desembargadores. 
Criou-se, em 1621, o Estado do Maranhão, separado do Estado do Brasil. Os 
recursos interpostos das decisões do Ouvidor-Geral do Estado do Maranhão, em 
certos casos, eram remetidos para a Casa de Suplicação de Lisboa. 
Em 1751, é instituída a segunda Relação do Brasil, no Rio de Janeiro, com 
jurisdição sobre as Capitanias do sul e oeste. 
Em 1808, transfere-se para o Rio de Janeiro a Corte portuguesa, fugitiva dos 
Exércitos de Napoleão. O príncipe regente, futuro D. João VI, transformou, em 
10 de maio de 1808, a Relação do Rio, criada em 1751, em Casa de Suplicação 
do Brasil, com as atribuições da Casa de Suplicação de Lisboa. Foram criados, 
também, o Desembargo do Paço e o Conselho Supremo Militar e de Justiça, este 
último em 1º de abril de 1808. 
Em 1812, instalou-se a Relação do Maranhão e, em 1821, a Relação de 
Pernambuco. 
Ao ser proclamada a independência, a Constituição de 1824 mandou criar o 
Supremo Tribunal de Justiça, como sucessor da Casa de Suplicação. A Lei de 
18.09.1828, conforme já foi dito, criou o Supremo Tribunal de Justiça. Registre-
se que o Supremo Tribunal de Justiça de Portugal, anotei na apresentação que 
fiz da obra de Lenine Nequete , somente foi criado em 1833. O Supremo Tribunal 
de Justiça, pois, criado em 1828, e que, na República, transformou-se no 
Supremo Tribunal Federal, é mais antigo do que o Supremo Tribunal de Justiça 
de Portugal. 
O eminente Ministro Celso de Mello, em interessante trabalho de pesquisa que 
elaborou, ainda inédito, escreve: 
"Os órgãos de cúpula da Justiça no Brasil, em ordem sucessiva, considerada a 
sua precedência histórica, foram (1) a Casa da Suplicação do Brasil (instituída 
pelo Príncipe Regente D. João, mediante Alvará Régio de 10/05/1808), 2) o 
Supremo Tribunal de Justiça (Império) e 3) o Supremo Tribunal Federal 
(República). Esses órgãos de cúpula, ao longo de nosso processo histórico, 
desde a fase colonial (Casa da Suplicação do Brasil), passando pelo regime 
monárquico (Supremo Tribunal de Justiça) e chegando à República (Supremo 
Tribunal Federal), abrangem um período de 195 anos (10/05/1808 até o presente 
ano de 2003)." 
Peço licença para uma observação: se considerarmos que a Casa de Suplicação 
do Brasil resultou, em 1808, da transformação da Relação do Rio de Janeiro, 
criadaem 1751, poderíamos afirmar que os órgãos de cúpula da Justiça 
brasileira, desde a fase colonial e até os nossos dias, abrangem período de 252 
(duzentos e cinqüenta e dois) anos. 
A Constituição Política do Império qualificou a Justiça brasileira como um poder 
político, estatuindo que a divisão harmoniosa dos poderes políticos - o 
Legislativo, o Moderador, o Executivo e o Judicial - é o princípio conservador dos 
direitos dos cidadãos e o mais seguro meio de fazer efetivas as garantias que a 
Constituição oferece, esclarecendo que esses poderes são delegações da 
Nação (artigos 9º a 12). Daí, a observação do Ministro Oswaldo Trigueiro , de 
que "a doutrina monárquica revelou-se avançada quanto à concepção do então 
chamado poder judicial", que Pimenta Bueno, citado por Trigueiro, afirmou 
constituir-se no "único intérprete competente, o aplicador exclusivo da lei nas 
questões que são regidas pelo direito civil, penal e mesmo político, na parte em 
que este é incluído na alçada de sua jurisdição", acrescentando: "No 
desempenho dessa importantíssima missão, que tem por fim proteger a 
liberdade, a fortuna e a vida dos cidadãos, assim como a ordem e segurança 
social, ele deve ser perfeitamente independente, mas também deve cumprir 
impreterivelmente a obrigação sagrada de não desviar-se jamais da lei." 
Não obstante revelar-se a doutrina monárquica brasileira avançada 
relativamente ao Judiciário, certo é que, escrevi , o Supremo Tribunal de Justiça 
do Império não se afirmou como poder político. Certamente que os ilimitados 
poderes de moderação do Imperador impediram que o Supremo Tribunal de 
Justiça exercesse, com larguesa, a função jurisdicional. Ademais, por influência 
do constitucionalismo francês, o controle de constitucionalidade das leis, na 
Carta Imperial, era do próprio Poder Legislativo. Limitava-se o Judiciário, então, 
a dirimir conflitos entre os particulares. Bem, por isso, assinalou o Ministro 
Trigueiro, que "o Supremo Tribunal era, tipicamente, uma Corte de Cassação, 
no exato estilo europeu. Praticamente a sua competência se exauria na função 
de conceder revista, para o efeito de determinar que a causa fosse novamente 
julgada por outra Relação. Segundo a Lei Orgânica, a revista não tinha efeito 
suspensivo e somente podia ser deferida em caso de nulidade manifesta, ou 
injustiça notória, de decisão proferida em última instância." 
A República conferiu à Justiça brasileira característica nova, fazendo do 
Supremo Tribunal Federal autêntico poder político. O Decreto 510, de 22 de 
junho de 1890, significou o primeiro passo para a instituição do Supremo Tribunal 
Federal segundo o modelo da Suprema Corte norte-americana. O Decreto 848, 
de 11.10.1890, transformou, como já foi dito, o Supremo Tribunal de Justiça no 
Supremo Tribunal Federal, o que a Constituição de 24 de fevereiro de 1891 
consagrou. Instalou-se o Supremo Tribunal Federal, no dia 28 de fevereiro de 
1891, com quinze ministros, a maioria vinda do Supremo Tribunal de Justiça, 
maioria que, entretanto, "pouco se demoraria no novo Tribunal", informa Leda 
Boechat Rodrigues. 
Em conferência pronunciada em 1952, consignou o saudoso e eminente Miguel 
Seabra Fagundes: 
"Vínhamos, em 1891, do Império, onde a Justiça não tinha nenhuma expressão 
política. Era um poder que se limitava a dirimir as controvérsias do direito 
privado, de modo que os atos da Administração pública escapavam, por inteiro, 
ao seu controle. E, de chofre, pela instituição da República, o Poder Judiciário 
foi elevado a plano de excepcional importância na vida política do país. Atribuiu-
se-lhe, ao lado da função que já era sua, de dirimido das questões de ordem 
privada, uma outra, da maior importância: a de guardar os direitos individuais 
contra as infrações decorrentes de atos do Poder Executivo e do Poder 
Legislativo, inclusive e notadamente quando esses atos afetassem textos 
constitucionais. Isto equivalia, de certo modo, a fazê-lo fiador da seriedade do 
regime como construção política, pois, ao declarar a prevalência da Lei Suprema 
em face de atos legislativos ou administrativos que a afetavam, o que fazia o 
Judiciário era preservar as próprias instituições republicanas, pela contenção 
dos demais poderes nas suas órbitas estritas de ação e pela garantia ao 
indivíduo da sobrevivência dos seus direitos, fosse quais fossem as prevenções 
contra eles armadas." 
No trabalho que escrevi sobre o tema, linhas atrás mencionado, consignei que a 
Carta de 1891 acolheu o modelo norte-americano e fez do Judiciário poder 
político, modelo que merecera elogio de Edouard Laboulaye: "Onde, porém, 
começa a diferença, onde os Estados Unidos fizeram uma verdadeira revolução, 
foi quando eles intuíram que a justiça deveria fazer-se também um poder 
político." 
Essa nova concepção do Judiciário, idealizada pelos constituintes de Filadélfia, 
de 1787, também foi louvada por Tocqueville, em 1835, no seu livro, "A 
Democracia na América", ao anotar: " o que o estrangeiro (leia-se o francês) tem 
a maior dificuldade de entender nos Estados Unidos é a organização judiciária. 
Não há por assim dizer, nenhum evento político no qual não se possa invocar a 
autoridade do juiz", erigido o Judiciário em poder político. 
Bem por isso, sentenciou Washington, ao indicar os primeiros juízes da Suprema 
Corte, anotou Rui, que o poder judiciário, neste regime, "é a coluna mestra do 
governo do país", tendo reafirmado, depois, ao anunciar Jay "para a presidência 
do grande tribunal da União", que este é "a chave de abóbada do nosso edifício 
político." 
Convém lembrar que o Imperador, D. Pedro II, desejava para o Supremo Tribunal 
de Justiça as características da Corte Suprema norte-americana. Relata Leda 
Boechat Rodrigues que, "em julho de 1889, indo Salvador de Mendonça, 
acompanhado de Lafayette Rodrigues Pereira, despedir-se de D. Pedro II, a fim 
de cumprir missão oficial nos Estados Unidos, ouviu do Imperador as seguintes 
palavras: 'estudem com todo o cuidado a organização do Supremo Tribunal de 
Washington. Creio que nas funções da Corte Suprema está o segredo do bom 
funcionamento da Constituição norte-americana. Quando voltarem, haveremos 
de ter uma conferência a esse respeito. Entre nós as coisas não vão bem, e 
parece-me que se pudéssemos criar aqui um tribunal igual ao norte-americano, 
e transferir para ele as atribuições do Poder Moderador da nossa Constituição, 
ficaria este melhor. Dêem toda a atenção a este ponto'." Escrevi, no trabalho 
referido , que Salvador de Mendonça e Lafayette Rodrigues Pereira não tiveram 
tempo de trazer ao Imperador as suas observações. É que, a 15 de novembro 
de 1889, quatro meses depois, a República era proclamada. A idéia, entretanto, 
assinala Leda Boechat Rodrigues, "parecia estar na consciência de outros", já 
que a República instituiu o Supremo Tribunal Federal segundo o padrão da 
Suprema Corte norte-americana, outorgando-lhe, expressamente, o controle da 
constitucionalidade das leis, controle difuso, atribuição que o constitucionalismo 
republicano ampliou. 
Com efeito. 
A Constituição de 1934 criou a ação direta interventiva, embrião do controle 
concentrado, segundo o modelo europeu, prius da intervenção federal no 
Estado-membro . E mais: estabeleceu a Constituição de 1934 que a decisão de 
inconstitucionalidade somente seria tomada pelo voto da maioria absoluta dos 
membros do Tribunal e atribuiu ao Senado competência para suspender a 
execução de lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. 
A Carta de 1937, que simplesmente emprestava forma de legalidade à ditadura 
do Estado Novo, trouxe retrocesso. 
A Constituição de 1946 restaurou o controle de constitucionalidade. A Emenda 
Constitucional 16, de 1965, criou a ação direta genérica, ao instituir a 
representação de inconstitucionalidade da competência do Supremo Tribunal, 
legitimando para propô-la o Procurador-Geral da República. Prescreveu, 
ademais, que a lei poderia estabelecer processo de competência origináriados 
Tribunais de Justiça para declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato municipal 
em face da Constituição do Estado. A partir da EC 16, de 1965, passamos a 
contar com os dois tipos de controle, o difuso e o concentrado, este de ato 
normativo federal ou estadual, em face da Constituição Federal. A Constituição 
de 1967, sem e com a EC 1, de 1969, manteve o sistema, que foi ampliado, 
significativamente, pela Constituição de 1988, que criou a ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão, alargou a legitimação ativa para ação direta, 
instituiu a argüição de descumprimento de preceito constitucional fundamental e 
criou o mandado de injunção, que a maioria dos membros do Supremo Tribunal 
Federal tem dado aplicação restritiva. A Emenda Constitucional nº 3, de 1993, 
instituiu a ação declaratória de constitucionalidade, ampliando o controle 
concentrado. 
Temos, pois, os dois tipos de controle de constitucionalidade, o que possibilita 
ao Supremo Tribunal Federal realizar o equilíbrio entre ambos, explorando as 
vantagens e minimizando as desvantagens de um e de outro, o que faz do 
sistema misto brasileiro um dos mais avançados e democráticos do mundo. 
A explosão de recursos e processos, ao longo do tempo, no Supremo Tribunal 
Federal, tem gerado alterações na estrutura da Corte. A Constituição de 1946 
criou o Tribunal Federal de Recursos e transferiu para este a competência que 
detinha o Supremo Tribunal de órgão de segunda instância ordinária da Justiça 
Federal. A Constituição de 1988, ao conferir ao Supremo Tribunal Federal as 
galas de guardião maior da Constituição, criou o Superior Tribunal de Justiça, 
atribuindo-lhe a guarda do direito federal comum. Mediante o recurso especial, 
deve essa Corte, exercendo competência antes atribuída ao Supremo Tribunal, 
realizar a integridade, a autoridade e a uniformidade de interpretação do direito 
federal comum. 
Na realidade, entretanto, o Supremo Tribunal Federal continua com 
competências de direito federal comum, que denomino de competências 
extravagantes. Sustentamos, de longa data, que muitas das competências hoje 
cometidas ao Supremo Tribunal ¾ originárias e recursais ordinárias ¾ devem 
ser transferidas para outros Tribunais e Juízos . Por exemplo, os habeas corpus 
tomam, demasiadamente, o tempo da Corte, que na maioria dos casos está a 
examinar sentença de Juízos Criminais de 1º grau. A competência do Supremo 
Tribunal, no ponto, devia limitar-se ao julgamento de habeas corpus nos quais 
fossem pacientes os que estão sujeitos à jurisdição penal da Corte e os 
denegados em única instância pelos Tribunais Superiores. Merecem reflexão, 
ademais, as competências inscritas no art. 102, I, "b" (competência para 
julgamento de membros do Congresso), "c" (julgamento de Ministros de Estado, 
Comandantes das Forças Armadas e membros do Tribunal de Contas da União), 
"d" (mandado de segurança contra ato do Tribunal de Contas da União), "e" 
(litígio de Estado estrangeiro), "f" (litígios das entidades da administração 
indireta), "g" (extradição), "h" (homologação de sentença estrangeira e a 
concessão de exequatur às cartas rogatórias). Competência recursal ordinária: 
art. 102, II, "a" e "b". E no que toca ao recurso extraordinário, o inc. III do art. 102 
devia ser alterado, a fim de, a exemplo do que ocorre com o recurso especial, do 
S.T.J., caber o extraordinário de decisão de tribunal. Do modo como se encontra 
redigido o inc. III, é cabível o recurso extraordinário das decisões dos órgãos 
recursais dos Juizados Especiais. Ora, estes foram concebidos para solucionar, 
em definitivo, sem possibilidade de recurso, as questões de sua competência, 
de regra questões dos necessitados. 
Quando o Supremo Tribunal Federal comemorou, na sessão solene de 28 de 
fevereiro de 1991, o seu centenário, sob a presidência do Ministro Néri da 
Silveira, o Ministro Moreira Alves mencionou que, "Nos cem anos de vida desta 
Corte, muitas foram as vicissitudes por que ela passou, várias as críticas que 
sofreu, diversas as incompreensões que suportou. Confrontadas, porém, as 
falhas com as virtudes, o saldo - e é o que importa para o julgamento das 
instituições, que, como os homens que a integram, têm o estigma da imperfeição 
- o saldo, repito, lhe é amplamente favorável." 
Perfeita a afirmativa, em 1991, ela é atual e irrepreensível em 2003. 
Nestes últimos anos, sob o pálio da Constituição de 1988, a mais democrática 
das Constituições que tivemos, observou o então Procurador-Geral da 
República, hoje eminente Ministro Sepúlveda Pertence, no discurso proferido 
quando o Supremo Tribunal festejou, em 1988, sob a presidência do Ministro 
Rafael Mayer, o seu centésimo sexagésimo aniversário, que, a fim de concretizar 
"projeto de uma sociedade mais democrática e mais justa, poucos textos 
constitucionais terão confiado tanto no Poder Judiciário e nele, de modo singular, 
no Supremo Tribunal Federal." 
Por isso, por esta Corte Suprema, no controle concentrado de 
constitucionalidade, têm passado as mais relevantes propostas de políticas 
públicas votadas pelo Congresso Nacional. O Supremo Tribunal Federal, nesses 
quinze anos de vigência da Constituição, já declarou, no controle abstrato de 
normas, o registro é do Ministro Gilmar Mendes, número muito maior de 
inconstitucionalidade de leis do que o Bundesverfassungsgericht, o Tribunal 
Constitucional alemão, instituído pela Lei Fundamental de Bohn, de 1949. Até 31 
de dezembro de 2000, a corte alemã recebeu, no controle abstrato de normas, 
141 processos e julgou 131. Compreendida toda a sua competência, recebeu a 
Corte alemã, de 1951 até dezembro de 2002, 141.314 feitos. Somente nos anos 
de 2000 a 2003, o Supremo Tribunal Federal recebeu 421.959 processos, 
322.169 foram distribuídos e foram julgados 331.861 . 
O Ministro Aliomar Baleeiro, em artigo publicado em 1973 , escreveu que o 
Supremo Tribunal Federal, "nos últimos 20 anos, declarou mais dispositivos 
inconstitucionais que a Corte Suprema dos Estados Unidos em dois séculos". 
Registre-se que, em 1992, o Supremo Tribunal arbitrou o processo de 
"impeachment" do Presidente da República, reconhecendo os melhores juristas 
que a prática tranqüila e eficaz da democracia e do federalismo, no Brasil, nos 
últimos anos, muito fica a dever à atuação da sua Corte Suprema, que, com 
prudência e espírito público, tem dirimido os conflitos entre os poderes da 
República e dos Estados-membros. 
Submetido a uma carga brutal de trabalho, julgou o Supremo Tribunal, no ano 
de 2002, mais de cem mil processos e, neste ano de 2003, até o dia 10 deste 
mês de setembro, já foram julgados cerca de cento e dezessete mil feitos , 
convindo ressaltar que a crise situa-se no controle difuso, já que inexistem óbices 
ao recurso extraordinário. Daí a necessidade de serem instituídos mecanismos 
aptos para impedir a subida à Corte de recursos sem relevância social e para 
acabar com a massa inútil de recursos que repetem a mesma tese de direito 
mais de mil vezes. 
A crise situa-se, no controle difuso, mencionamos. É que, no controle 
concentrado, foram distribuídas, de 1988 até 7 do corrente mês de setembro, 
2.983 ADIns, julgadas 1.478 cautelares e, em definitivo, 1.767 ações diretas. Das 
2.983 ações diretas distribuídas, noventa são ações de inconstitucionalidade por 
omissão . 
As ações declaratórias de constitucionalidade distribuídas, de 1993 até 20 de 
julho deste ano, somam 9. Foram julgadas, em definitivo, 2; 3 não foram 
conhecidas e estão tramitando 4. 
Os números são, na verdade, expressivos. Superam, de muito, o número de 
ações julgadas pelos Tribunais Constitucionais europeus. Todavia, não indicam, 
no controle abstrato, a existência de crise. 
Neste quadro, ocupa o Supremo Tribunal Federal, lembra Oscar Vilhena Vieira , 
"duplo papel no atual sistema constitucional brasileiro. É órgão de cúpula do 
Poder Judiciário, pois detém a competência recursal máxima, podendo rever 
decisões dos demais tribunais, em face da sua incompatibilidadecom a 
Constituição. Exerce, também, a função de tribunal constitucional, ao apreciar, 
de forma concentrada, as ações diretas de inconstitucionalidade. O sistema 
constitucional brasileiro conjuga, dessa maneira, os modelos americano e 
europeu de controle de constitucionalidade das leis, competindo ao Supremo 
Tribunal Federal atribuições de órgão de cúpula do sistema difuso e especial no 
sistema concentrado", convindo salientar, anotou o Ministro Joaquim Barbosa, 
na tese que o fez doutor pela famosa Université Panthéon-Assas - Paris II, que 
ao Supremo Tribunal Federal, nesse contexto, são cometidas competências e 
atribuições que - no ponto é nosso o registro -nenhum tribunal europeu exerce 
só: o Supremo Tribunal constitui-se, lembra Joaquim Barbosa, em "Juge 
Constitutionnel, Tribunal de la Fédération, Juge Administratif, Juge Penal, Haute 
Cour de Justice, Tribunal des Conflits, Juge D'Exécution et Autorité Judiciaire 
non Contentieuse" . 
Como Corte Constitucional e como órgão de cúpula do Poder Judiciário, o 
Supremo Tribunal Federal torna realidade a missão que lhe confiou a 
Constituição, de guardá-la e protegê-la, certo, bem acentuou o Ministro Célio 
Borja, quando da celebração do centésimo sexagésimo aniversário do Tribunal, 
que sabe a Corte, "mais do que centenária, que enquanto a Constituição for a lei 
das leis, ela será o juiz dos juízes. E enquanto for possível à suprema 
magistratura pronunciar a inconstitucionalidade dos atos dos poderes públicos e 
submeter todas as vontades à lei fundamental, os direitos dos cidadãos serão 
respeitados e a paz, que é a finalidade do Direito, estará assegurada". 
E desta forma, realizam-se as palavras proféticas de Rui, lembradas pelo 
Ministro Moreira Alves, no discurso proferido quando do Centenário do Supremo 
Tribunal Federal. Rui, em 1892, expressou que a República, de que foi um dos 
pais fundadores, ao instituir o Supremo Tribunal Federal, invocara o verbo 
contido nas Emendes de Ésquilo, quando criado o Tribunal para os cidadãos da 
Ática: 
"Eu instituo este Tribunal venerando, severo, incorruptível, guarda vigilante desta 
terra através do sono de todos, e o anúncio aos cidadãos, para que assim seja 
de hoje pelo futuro adiante." 
Estatuto 
O art. 93 da Constituição Federal estabelece que lei complementar, de iniciativa 
do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, devendo 
observar uma série de princípios. Esses princípios buscam dar uma maior 
produtividade e transparência na prestação jurisdicional, bem como dar mais 
efetividade à justiça. Ingresso na carreira da magistratura Dentre os princípios 
que devem ser observados pelo Estatuto da Magistratura, estão os referentes ao 
ingresso na carreira. O cargo inicial é o de juiz substituto, e o ingresso se dará 
por meio de concurso público de provas e títulos, com participação da Ordem do 
Advogados do Brasil em todas as fases. A nomeação obedecerá a ordem de 
classificação. Além disso, é exigido do bacharel em direito 3 anos de atividade 
jurídica. Conforme doutrina, essa norma da Constituição (art. 93, I) é, em tese, 
de eficácia limitada, logo dependeria de norma infraconstitucional reguladora 
para produzir efeitos. Em outras palavras, trata-se de requisito não autoaplicável, 
cuja exigência poderia ser questionada via mandado de segurança. 
Garantias 
Como Poder harmônico e independente (CF, Art. 2º. São Poderes da União, 
independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário ), 
para que o Judiciário possa atingir sua finalidade, que é a manutenção da 
independência, é necessário que lhe sejam asseguradas algumas garantias 
institucionais, afim de que não seja nem violado, nem desrespeitado pelos 
outros dois Poderes. 
As garantias institucionais preveem autonomia orgânico-administrativa e 
autonomia financeira ao Poder Judiciário. 
A Garantia institucional de autonomia orgânico-administrativa define-se como 
o chamado autogoverno dos tribunais, onde os tribunais elegem seus órgãos 
diretivos próprios, sem participação do Executivo e Legislativo. Ainda, criam os 
seus regimentos internos, organizam-se internamente, sendo que a sua 
estrutura interna é determinada pelo próprio tribunal. 
Em relação à garantia de autonomia financeira, esta existe para assegurar o 
exercício das atribuições do Poder Judiciário. Garante que o Poder Judiciário 
não dependa de outro Poder para resolver quaisquer questões relacionadas às 
suas finanças. Tal garantia está prevista expressamente na Constituição 
Federal, nos seguintes artigos: 
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e 
financeira. 
1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites 
estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes 
orçamentárias. 
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, 
compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos 
dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria 
Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na 
forma da lei complementar a que se refere o art. 165, 9º. 
 
Regra do Quinto Constitucional 
 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
Com previsão no artigo 94 da Constituição Federal de 1988, a regra do quinto 
constitucional prevê que 1/5 (um quinto) dos membros de determinados 
tribunais brasileiros sejam compostos por advogados e membros do Ministério 
Público Federal ou Estadual, a depender se Justiça Federal ou Estadual. São 
os Tribunais Regionais Federais e o Tribunal de Justiça de cada Estado e do 
Distrito Federal e Territórios. Os integrantes do Ministério Público precisam ter, 
no mínimo, dez anos de carreira, e os advogados, mais de dez anos de 
exercício profissional, notório saber jurídico e reputação ilibada. CRFB/88, 
Art. 94 . Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos 
Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de 
membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de 
advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez 
anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos 
de representação das respectivas classes. 
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, 
enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá 
um de seus integrantes para nomeação. 
Além dos Tribunais de Justiça e dos Tribunais Regionais Federais, após a 
Emenda Constitucional nº 45/2005, que ficou conhecida como a reforma do 
Poder Judiciário, o Tribunal Superior do Trabalho e os Tribunais Regionais do 
Trabalho também passaram a seguir a regra do quinto constitucional, conforme 
dispõe os artigos 111-A, inciso I, e 115, inciso I, apesar de o artigo 94 não ter 
sofrido qualquer modificação pela referida emenda. CRFB/88, Art. 111-A . O 
Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, 
escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta 
e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela 
maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 
 
I - Um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez 
anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; CRFB/888, Art. 
1155. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete 
juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo 
Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de 
sessenta e cinco anos, sendo: 
I - Um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional e membrosdo Ministério Público do Trabalho com mais de dez 
anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;Assim, quatro são os 
tribunais que atendem à regra do quinto constitucional: Tribunais de Justiça; 
Tribunais Regionais Federais; Tribunais Regionais do Trabalho; Tribunal 
Superior do Trabalho. 
Divisões do Poder Judiciário 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10626476/artigo-94-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10626476/artigo-94-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/27996900/artigo-111a-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
O Poder Judiciário é regulado pela Constituição Federal nos seus 
artigos 92 a 126. Ele é constituído de diversos órgãos, com o Supremo Tribunal 
Federal (STF) no topo. O STF tem como função principal zelar pelo 
cumprimento da Constituição. Abaixo dele está o Superior Tribunal de Justiça 
(STJ), responsável por fazer uma interpretação uniforme da legislação federal. 
No sistema Judiciário brasileiro, há órgãos que funcionam no âmbito da União 
e dos estados, incluindo o Distrito Federal e Territórios. No campo da União, o 
Poder Judiciário conta com as seguintes unidades: a Justiça Federal (comum) 
incluindo os juizados especiais federais, e a Justiça Especializada composta 
pela Justiça do Trabalho, a Justiça Eleitoral e a Justiça Militar. 
A organização da Justiça Estadual, que inclui os juizados especiais cíveis e 
criminais, é de competência de cada um dos 27 estados brasileiros e do Distrito 
Federal, onde se localiza a capital do país. 
Tanto na Justiça da União como na Justiça dos estados, os juizados especiais 
são competentes para julgar causas de menor potencial ofensivo e de pequeno 
valor econômico. 
Como regra, os processos se originam na primeira instância, podendo ser 
levados, por meio de recursos, para a segunda instância, para o STJ (ou 
demais tribunais superiores) e até para o STF, que dá a palavra final em 
disputas judiciais no país em questões constitucionais. Mas há ações que 
podem se originar na segunda instância e até nas Cortes Superiores. É o caso 
de processos criminais contra autoridades com prerrogativa de foro. 
Parlamentares federais, ministros de estado, o presidente da República, entre 
outras autoridades, tem a prerrogativa de ser julgados pelo STF quando 
processados por infrações penais comuns. Nesses casos, o STJ é a instância 
competente para julgar governadores. Já à segunda instância da Justiça 
comum os tribunais de Justiça cabem julgar prefeitos acusados de crimes 
comuns. 
JUSTIÇA DA UNIÃO 
Justiça Federal comum 
 
A Justiça Federal da União (comum) é composta por juízes federais que atuam 
na primeira instância e nos tribunais regionais federais (segunda instância), 
além dos juizados especiais federais. Sua competência está fixada nos 
artigos 108 e 109 da Constituição. 
Por exemplo, cabe a ela julgar crimes políticos e infrações penais praticadas 
contra bens, serviços ou interesse da União (incluindo entidades autárquicas e 
empresas públicas), processos que envolvam Estado estrangeiro ou organismo 
internacional contra município ou pessoa domiciliada ou residente no Brasil, 
causas baseadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10626562/artigo-92-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10678962/artigo-126-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10683980/artigo-108-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/1148741/artigo-109-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
organismo internacional e ações que envolvam direito de povos indígenas. A 
competência para processar e julgar da Justiça federal comum também pode 
ser suscitada em caso de grave violação de direitos humanos. 
Justiça do Trabalho 
 
A Justiça do Trabalho, um dos três ramos da Justiça Federal da União 
especializada, é regulada pelo artigo 114 da Constituição Federal. A ela 
compete julgar conflitos individuais e coletivos entre trabalhadores e patrões, 
incluindo aqueles que envolvam entes de direito público externo e a 
administração pública direta e indireta da União, dos estados, do Distrito 
Federal e dos municípios. Ela é composta por juízes trabalhistas que atuam na 
primeira instância e nos tribunais regionais do Trabalho (TRT), e por ministros 
que atuam no Tribunal Superior do Trabalho (TST). 
 
Justiça Eleitoral 
 
A Justiça Eleitoral, que também integra a Justiça Federal especializada, 
regulamenta os procedimentos eleitorais, garantindo o direito constitucional ao 
voto direto e sigiloso. A ela compete organizar, monitorar e apurar as eleições, 
bem como diplomar os candidatos eleitos. A Justiça Eleitoral tem o poder de 
decretar a perda de mandato eletivo federal e estadual e julgar irregularidades 
praticadas nas eleições. Ela é composta por juízes eleitorais que atuam na 
primeira instância e nos tribunais regionais eleitorais (TRE), e por ministros que 
atuam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Está regulada nos 
artigos 118 a 121 da Constituição. 
 
Justiça Militar 
 
A Justiça Militar é outro ramo da Justiça Federal da União especializada. Ela é 
composta por juízes militares que atuam em primeira e segunda instância e por 
ministros que julgam no Superior Tribunal Militar (STM). A ela cabe processar 
e julgar os crimes militares definidos em lei (artigo 122 a124 da Constituição). 
 
JUSTIÇA ESTADUAL 
A Justiça Estadual (comum) é composta pelos juízes de Direito (que atuam na 
primeira instância) e pelos chamados desembargadores, que atuam nos 
tribunais de Justiça (segunda instância), além dos juizados especiais cíveis e 
criminais. A ela cabe processar e julgar qualquer causa que não esteja sujeita 
à competência de outro órgão jurisdicional (Justiça Federal comum, do 
Trabalho, Eleitoral e Militar), o que representa o maior volume de litígios no 
Brasil. Sua regulamentação está expressa nos 
artigos 125 a 126 da Constituição. 
TRIBUNAIS SUPERIORES 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/1029685/artigo-114-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10680903/artigo-118-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10680120/artigo-121-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10679721/artigo-122-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10679327/artigo-125-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10678962/artigo-126-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988Órgão máximo do Judiciário brasileiro, o Supremo Tribunal Federal é composto 
por 11 ministros indicados pelo presidente da República e nomeados por ele 
após aprovação pelo Senado Federal. Entre as diversas competências do STF 
pode-se citar a de julgar as chamadas ações diretas de inconstitucionalidade, 
instrumento jurídico próprio para contestar a constitucionalidade de lei ou ato 
normativo federal ou estadual; apreciar pedidos de extradição requerida por 
Estado estrangeiro; e julgar pedido de habeas corpus de qualquer cidadão 
brasileiro. 
O STJ, que uniformiza o direito nacional infraconstitucional, é composto por 33 
ministros nomeados pelo presidente da República a partir de lista tríplice 
elaborada pela própria Corte. Os ministros do STJ também têm de ser 
aprovados pelo Senado antes da nomeação pelo presidente do Brasil. O 
Conselho da Justiça Federal (CJF) funciona junto ao STJ e tem como função 
realizar a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de 
primeiro e segundo graus. 
Primeira instância 
Em relação às instâncias, a primeira delas é composta pelo Juízo de Direito de 
uma comarca (divisão do território brasileiro, para fins de aplicação da justiça, 
que engloba vários municípios). Cada comarca possui juízes habilitados para 
julgar as causas civis e penais; e nela também se encontram juízos do Trabalho, 
Eleitoral e Federal.Assim, a primeira instância é aquela na qual um único juiz 
analisa e julga, em primeiro lugar, um caso apresentado ao Poder Judiciário. Se, 
após o veredicto (decisão do juiz ou de um Tribunal do Júri), uma das partes do 
processo não concordar com o resultado e pedir que ele seja reexaminado, a 
ação poderá ser submetida a uma instância superior, desde que a lei preveja 
essa possibilidade. Chama-se de recurso esse pedido de reexame. 
Segunda Instância 
A segunda instância vai reavaliar a matéria e pode mudar a decisão tomada pelo 
primeiro juiz. Cada órgão de segunda instância - formada pelos tribunais de 
Justiça e de Alçada, e pelos tribunais regionais Federal, Eleitoral e do Trabalho 
- é composto por vários juízes, que formam um colegiado e julgam em conjunto. 
Vence a tese que obtiver maior número de votos. Os juízes dos tribunais de 
Justiça são chamados desembargadores; os dos tribunais regionais federais 
denominam-se desembargadores federais. É importante salientar que, de 
acordo com a matéria a ser julgada, as instâncias superiores (segunda e terceira) 
também podem apreciar determinadas ações diretamente, sem que estas 
tenham passado pela avaliação da primeira instância. 
Princípio do Juiz Natural 
Como garantia constitucional (artigo 5º, incisos XXXVII e LIII[9]), o princípio do 
juiz natural preleciona a utilização de regras objetivas de competência 
jurisdicional para garantir independência e a imparcialidade do órgão julgador. 
Trata-se, portanto, de um juiz previamente encarregado, na forma da lei, como 
competente para o julgamento de determinada lide, o que impede, entre outras 
coisas, o abuso de poder. Como consequência, não se admite a escolha 
específica nem a exclusão de um magistrado de determinado caso. 
Com base nesse entendimento, uma vara de família – que, entre outros 
assuntos, cuida de divórcios e guarda de filhos, não pode analisar uma ação 
criminal (latrocínio, por exemplo). No caso de haver mais de uma vara ou turma 
especializadas no mesmo tema, os processos são distribuídos aos magistrados 
por meio de sorteio, novamente para garantir a imparcialidade das 
decisões. 
 
A ideia do juiz natural tem origem na Constituição inglesa de 1215, que previa “o 
julgamento legítimo de seus pares e pela lei da terra”. Já a institucionalização 
desse princípio se deu na França. O artigo 17 do título II da Lei Francesa de 
24.08.1790 determinava que “a ordem constitucional das jurisdições não pode 
ser perturbada, nem os jurisdicionados subtraídos de seus juízes naturais, por 
meio de qualquer comissão, nem mediante outras atribuições ou evocações, 
salvo nos casos determinados pela lei.” 
No Brasil, todas as constituições, exceto a de 1937, previam o princípio do juiz 
natural. O entendimento proíbe a criação de tribunais extraordinários (de 
exceção) e a transferência de causa para outro tribunal. 
A Constituição de 1988 determina no Art.5º que “todos são iguais perante a lei, 
sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (…) XXXVII – 
não haverá juízo ou tribunal de exceção”, e “LIII – ninguém será processado nem 
sentenciado senão pela autoridade competente”. 
 
Remuneração 
O Magistrado é o Juiz de Direito, que pode atuar no Supremo Tribunal Federal, 
no Conselho Nacional da Magistratura, no Tribunal Federal de Recursos, nos 
Tribunais Militares, nos Tribunais Eleitorais, Tribunais e Juízos do Trabalho, 
Tribunais Estaduais e Tribunais Distrito Federal e dos Territórios. Atualmente, o 
subsídio de um Juiz em estância inicial é fixado em R$ 27.500,17 e não pode 
exceder o teto constitucional dos Ministros do STF, de R$ 33.763,00. Além do 
vencimento, os magistrados recebem auxílio-moradia, auxílio alimentação, 
gratificações, auxílio-saúde e outros benefícios, que podem 2020 envolver 
desembolsos por produtividade, aulas em escolas da magistratura, cargos de 
direção e ajuda de custo para se instalarem em outras cidades. Segundo 
reportagem do Jornal O Globo de 23 de outubro, 76% dos magistrados do país 
ganham acima do teto e há casos em que Desembargadores recebiam até R$ 
140.000,00 mensais. O Promotor de Justiça é um cargo hierárquico menor, 
quando comparado ao Juiz, engana-se. O Juiz faz parte do Poder Judiciário, e 
tem sua legislação prevista na Constituição Federal dos art. 92 a 126. Já o 
Promotor de Justiça é integrante do quadro do Ministério Público, previsto na 
Constituição Federal, art. 127 a 130, e não do Poder Judiciário. A remuneração 
de um Promotor em estância inicial varia conforme o estado, geralmente fixada 
em R$ 26.125,17. 
Súmula Vinculante 
Súmula vinculante é um termo usado no Direito para se referir a um conjunto 
de decisões de um Tribunal Superior. Essas decisões são relativas a casos 
que tratam de temas parecidos e que são julgados de maneira semelhante. 
Assim, quando existem muitas decisões sobre casos em comum, passa a existir 
a súmula vinculante, que é uma norma que define como determinada situação 
deve ser decidida em um processo. 
A súmula vinculante surge a partir da união de decisões de casos concretos, 
como se diz na linguagem jurídica. Ela tem a força semelhante a uma lei e vínculo 
jurídico, ou seja, a súmula vinculante vale como uma lei e determina que a 
decisão seja tomada daquela forma. 
Outra característica da súmula vinculante é o efeito erga omnes, essa 
expressão, em latim, significa "para todos". Isso quer dizer que a decisão deve 
alcançar todos os casos semelhantes. 
A súmula vinculante tem como função principal diminuir a insegurança 
jurídica, que pode ser causada por diferentes interpretações da mesma lei. 
Ela garante mais uniformidade nas interpretações, principalmente nas questões 
em que existe discordância entre os órgãos do Poder Judiciário ou da 
Administração Pública. 
Da mesma forma, a existência de uma súmula vinculante ajuda a diminuir as 
dúvidas sobre qual interpretação da lei deve ser adotada na prática dos 
julgamentos. 
Para ser adotada a súmula vinculante precisa ser votada e aprovada por dois 
terços dos membros (ministros) do Supremo Tribunal Federal (STF). O STF 
tem 11 ministros, portanto, a súmula vinculante precisa ser aprovada por no 
mínimo 8 ministros. 
o STF é responsável por votar e aprovar as súmulas vinculantes. Isso só 
acontece depois que, em vários processos, são tomadas decisões semelhantes 
em casos que envolvam os mesmos direitos e a mesma aplicação da lei. 
A edição, revisão ou cancelamento deuma súmula com efeito vinculante 
também é feita pelo STF. 
A súmula vinculante existe desde 2004, a partir da publicação da Emenda 
Constitucional nº 45, que ficou conhecida como Reforma do Judiciário. 
A Emenda nº 45 acrescentou o artigo 103-A ao texto da Constituição Federal: 
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por 
provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, 
após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar 
súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito 
vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à 
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual 
e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na 
forma estabelecida em lei. 
O funcionamento da súmula vinculante foi regulamentado pela lei nº 11.417/06. 
A lei define que só podem pedir a edição, revisão ou cancelamento de uma 
súmula vinculante as seguintes pessoas ou órgãos: 
Presidente da República; Mesa do Senado Federal; 
Mesa da Câmara dos Deputados; 
Procurador-Geral da República; 
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
Defensor Público-Geral da União; 
Partidos políticos com representação no Congresso Nacional; 
Confederações sindicais ou entidades de classe nacionais; 
Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
Tribunais Superiores, Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal, 
Tribunais Regionais Federais, Tribunais Regionais do Trabalho, Tribunais 
Regionais Eleitorais e Tribunais Militares.

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