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O Poder Judiciário e a esfera recursal brasileira João Vítor Peres Johansson Resumo Neste artigo será possível albergar uma vasta compreensão a respeito do Poder Judiciário e compreender como o sistema recursal opera perante o Estado Democrático de Direito, uma vez que, adentrando às linhas do Código de Processo Civil, não é possível entender os recursos, sem antes apresentar domínio acerca do trâmite judicial que circunda as instâncias jurídicas brasileiras. Destarte, reconhecer como o advogado deve dominar e como pode utilizar-se dos mais variados tipos de recursos para evitar divergências processuais, é de suma importância no caminho do Direito, às vezes, questões cabíveis à interposição de recursos, são deixadas de lado pelos próprios advogados e, a depender do caso, se houver parcialidade do juiz, a parte contrária se prejudica devido ao baixo domínio do advogado que não se apodera dos demais recursos presentes no ramo do Direito. Assim sendo, este trabalho busca demonstrar como os recursos estabelecidos no Código de Processo Civil, estão atrelados ao Poder Judiciário e como demais relacionam-se entre si. Palavras-chaves: Direito; Recursos; Judiciário; Processo Civil; Sistema. Abstract In this article it will be possible to shelter a vast understanding about the Judiciary Power and understand how the appeal system operates before the Democratic State of Law, since, entering the lines of the Code of Civil Procedure, it is not possible to understand the appeals, without first presenting mastery over the judicial procedure that surrounds the Brazilian legal instances. Thus, recognizing how the lawyer must dominate and how he can use the most varied types of resources to avoid procedural divergences, is of paramount importance in the path of Law, sometimes, issues that are appropriate for the filing of appeals, are left aside by the lawyers themselves. Lawyers and, depending on the case, if there is partiality on the part of the judge, the opposing party is harmed due to the low domain of the lawyer who does not take over the other resources present in the field of law. Therefore, this work seeks to demonstrate how the resources established in the Code of Civil Procedure are linked to the Judiciary and how others are related to each other. Keywords: Law, Appeals; Judiciary; Civil Procedure; System. Introdução Este artigo tem como função contribuir para a reflexão acerca da principal função do Poder Judiciário e sua respectiva dinâmica no que tange aos recursos interpostos tanto em tribunais regionais quanto em tribunais superiores, sendo assim, é cabível pautar as problemáticas que permeiam o sistema judiciário brasileiro, uma vez que, a falta de ética profissional perde espaço a parcialidade do Juíz, o que por consequência afeta, e muito, a decisão proferida na sentença, sobretudo, a legitimidade do réu; No que tange aos recursos, e após uma suscinta introdução ao sistema Judiciário, cabe destacar o papel de cada instância nas respectivas interposições recursais, compreender onde cabe entrar com um recurso em especifíco, seja ele – Embargo de Declaração, Agravo de Instrumento, Apelação etc. Para isso, deve-se atrelar a dinâmica jurídica ao Processo Civil Brasileiro. O objetivo geral deste artigo, além da crítica ao sistema Judiciário, tem como função permitir que estudantes de qualquer período da faculdade de Direito entendam o Processo Civil de uma forma esclarecedora e objetiva, visando sanar quaisquer dúvidas no que tange ao Poder Judiciário e sua relação com o sistema recursal brasileiro. A relevância desta pesquisa nos mostra como a utopia de um Estado Democrático de Direito realmente funciona pelas lentes do Judiciário no Brasil, e por conseguinte, como os abusos do Poder Discricionário afetam decisões recursais no processo de interposição. Fonte: Conselho Nacional de Justiça: Panorama e Estrutura do Poder Judiciário O Poder Judiciário Brasileiro apresenta função típica jurisdicional -de julgar, neste caso, o Juíz deve decidir pautas nas quais tangem aos conflitos e à aplicação das leis dentro do território nacional, no entanto, a quantidade de divergências processuais e conflitos dentro do nosso país é tão vultosa que, para conter e interpretar todas as matérias advindas dos mais variados casos que são direcionados ao poder judiciário, foi necessário uma divisão em diversos ramos deste poder, para que assim fosse possível encaminhar diversas matérias de assuntos diferentes a um juíz com especialização e competência para julgar a matéria processual do caso. A necessidade de dividir o sistema judiciário por atribuições, visa um olhar de maior efetividade e preocupação com os cidadãos brasileiros, para que sirva como um alicerce até mesmo para o próprio juíz, uma vez que ele não apresenta domínio jurídico totalmente certeiro acerca das máterias que irá julgar, como é o caso por exemplo, de um juíz que fica responsável por julgar matérias de competência trabalhista, sendo que ele especializou sua vida acadêmica inteira ao Direito Penal, logo, não irá apresentar um repertório jurídico admissível e concretizado às lentes dos grandes juristas trabalhistas. Logo, esta divisão por competências serve para tornar o sistema processual muito mais dinâmico aos brasileiros, uma vez que há em mãos um processo de cunho cível, o direcionamento ao réu será à vara cível, fazendo como que haja uma maior facilitação no trâmite judicial e que por consequência facilitará tanto a vida do cliente quanto a do Juíz de Direito. Destarte, o Poder Judiciário é dividido entre a Justiça Especializada e a Justiça Comum, onde a especializada é composta pela justiça do trabalho, militar e eleitoral, já a comum, é composta pela justiça federal e estadual. No que tange à divisão da Justiça, a tripartição entre Justiça Eleitoral, Militar e do Trabalho, faz com que cada um destes orgãos tenham uma função específica no contexto da matéria a ser julgada perante os tribunais. Justiça do Trabalho: Estabelecida constitucionalmente na Era Vargas, a Justiça do Trabalho foi criada em 1934, sendo integrada ao Judiciário Brasileiro apenas no governo de Eurico Gaspar Dutra (1946-1951), com suas atribuições, vigorando hodiernamente; Responsável pelo processamento e julgamento das demandas relativas ao trabalho, como o julgamento de processos relativos às greves ou convenções coletivas, a Justiça do Trabalho julga e tenta acomodar questões jurídicas oriundas das relações de trabalho entre empregados e empregadores. A Justiça do Trabalho também exerce atuação em casos que envolvam tanto direitos individuais quanto coletivos, no entanto, nem toda causa vai parar na Justiça do Trabalho, uma vez que a própria Carta Magna afirma que adentrando à primeira instância, quem deve julgar os casos são as varas ou juízes trabalhistas, as varas são compostas pela singularidade de um Juíz do Trabalho, e, por um Juíz Substítuto. Em locais onde o próprio Estado não apresenta jurisdição trabalhista – poder que o Estado apresenta com a finalidade colocar o Direito em prática, deve o caso ser julgado pelas lentes de um juíz de Direito dentro da própria Justiça Comum; Os TRTs (Tribunais Regionais do Trabalho): Compõem a segunda instância do poder judicário adentrando à esfera trabalhista, no nosso país, temos vinte quatro representações destes orgãos jurídicos distribuídos em território nacional, cada um destes tribunais devem ser representados por um número mínimo de sete juízes do trabalho, já para os Desembargadores é um pouco diferente, sendo necessário a indicação advinda do chefe do Poder Executivo – Presidente da República, e os requisitos relacionados à idade, onde os indicados devem terentre 30 a 65 anos, sem contar com a comprovação profissional do Art.94 (CRFB/88) posto em prática, onde a CRFB/88 entende nesse artigo que, outro requisito mínimo para tornar-se um Desembargador é, cumprir com o que a lei maior adota como “Quinto Constitucional”, isto é, membros tanto do Ministério Público quanto da Advocacia, sendo cumpridos os requisitos, podem compor 1/5 das vagas em Tribunais, desde que tenham exercido suas respectivas atividades jurídicas por mais de dez anos.. (Art. 111 – 116 - CRFB/88) Tribunal Superior do Trabalho: Instância máxima em matéria trabalhista, sua principal função é uniformizar a interpretação da legislação trabalhista, por exemplo, em um determinado Tribunal Regional do Trabalho, onde a máteria a ser julgada é a Reforma Trabalhista, pode acontecer de o Tribunal interpretar de uma forma “X” esta matéria, no entanto, de natureza igual, outro Tribunal Regional pode interpretá-la com uma visão mais divergente àquilo que semeou o acordão da primeira corte, o que consequentemente causará divergências processuais ao entendimento fidedigno acerca da Reforma Trabalhista, e para que seja possível eximir quaiquer tipos de incompatibilidades no que tange à finalidade e conhecimento daquilo que foi julgado sem que haja conflitos entre as entidades, é necessário que seja interpretada pelos veres de um Tribunal Superior, neste caso, o TST (Tribunal Superior do Trabalho), no entanto, agora nesta nova interpretação processual advinda do Tribunal Superior, o entendimento da matéria para fins de uma análise objetiva, deve ser analisado conforme a lei em abstrato e não de forma subjetiva, ou seja, uma análise da interpretação em conformidade apenas com aquele caso. Por se tratar de um orgão de natureza extraordinária, não irá analisar fatos e provas no que tange ao trâmite processual, uma vez que irá julgar recursos contra decisões proferidas nos TRT´s. Justiça Eleitoral: A Justiça Eleitoral foi criada em 1932, no cenário do movimento armado advindo das lideranças dos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, que culminou consequentemente no golpe de Estado, também conhecido como Revolução de 1930. Já no contexto do golpe de Estado, foi incorporada à Constituição de 1934, sendo extinta no período do Estado Novo (1937-1945), e sendo recriada em 1946. Apresenta função Jurisdicional na qual segue o princípio ne procedat judex ex officio, onde não pode haver jurisdição sem ação, ou seja, o juíz não deve proceder de ofício, há também a função Executiva (Administrativa), no que tange à organização de uma eleição, legislativa (normativo), neste aspecto, a Justiça Eleitoral, estabelecerá normativas a partir de resoluções, ou seja, a partir do que o legislador estabelecer, a justiça deverá impregnar a legislação para que possa dar o devido procedimento dentro das eleições conforme suas resoluções; Apresenta também, função consultiva, que nada mais é do que sanar as dúvidas ou divergências processuais quanto ao funcionamento eleitoral advindo por exemplo, de um partido político, logo, neste caso, o próprio partido apresenta legitimidade para realizar uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral ou aos Tribunais Regional Eleitorais. No que tange à organização da Justiça Eleitoral, é necessário ressaltar que ela é composta pelos Tribunais Regionais Eleitorais, pelos Juízes Eleitorais e pelas juntas eleitorais. Tribunal Regional Eleitoral: Localizado em todas as capitais dos estados do Brasil, como também no Distrito Federal, o TRE é composto por sete juízes, cujos quais são eleitos a partir de uma eleição, com isso em mente, a composição se dá por dois juízes de Direito, eleitos pelo Tribunal de Justiça, mais dois juízes nomeados pelo Presidente da República, devendo os nomeados serem advogados com uma notória carreira jurídica e conhecimento do Direito, além do fato de serem indicados pelo Tribunal de Justiça também; Dois juízes dentre os Desembargadores do Tribunal de Justiça e, por último, deve o tribunal ter um juiz advindo do TRF (Tribunal Regional Federal) e, não havendo um juíz do TRF, o cargo é dirigido a um juiz federal. Conforme o Art.22 da Lei n. 4737/65 compete ao Tribunal Superior: I – Processar e julgar originariamente: a) o registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seus diretórios nacionais e de candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República; b) os conflitos de jurisdição entre tribunais regionais e juízes eleitorais de estados diferentes; c) a suspeição ou impedimento aos seus membros, ao procurador-geral e aos funcionários da sua Secretaria; d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos pelos seus próprios juízes e pelos juízes dos tribunais regionais; e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, relativos a atos do presidente da República, dos ministros de estado e dos tribunais regionais; ou, ainda, o habeas corpus, quando houver perigo de se consumar a violência antes que o juiz competente possa prover sobre a impetração; f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto à sua contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos; g) as impugnações à apuração do resultado geral, proclamação dos eleitos e expedição de diploma na eleição de presidente e vice-presidente da República; h) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos tribunais regionais dentro de trinta dias da conclusão ao relator, formulados por partido, candidato, Ministério Público ou parte legitimamente interessada; i) as reclamações contra os seus próprios juízes que, no prazo de trinta dias a contar da conclusão, não houverem julgado os feitos a eles distribuídos; j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro do prazo de cento e vinte dias de decisão irrecorrível, possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu trânsito em julgado; Tribunal Superior Eleitoral: É composto por sete membros, são também escolhidos a partir de uma eleição, dentre eles, três juízes eleitos representantes do STF (Supremo Tribunal Federal), dois juízes eleitos representantes do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e, mais dois juízes escolhidos pelo Presidente da República, oriundos de uma lista sêxtupla de advogados indicados pelo STF; Das competências do TSE, cabe ao Tribunal a responsabilidade de cuidar e administrar todo o processo eleitoral, como também julgar os processos relacionados aos candidatos e partidos políticos no que tange à dinâmica das eleições, além de fixar as datas para as eleições, registrar e cassar o registro de Presidentes da República, como também dos vices, aprovar a divisão dos Estados, em zonas eleitorais etc. Justiça Militar: Após a articulação militar advinda do General Olímpio Mourão Filho, em 01/04/1964, iniciou-se o regime militar brasileiro (1964-1985) e, sob ele, a Justiça Militar apresentava competência para julgar os crimes que ameaçassem as instituições militares da época, como também a segurança nacional do Brasil, cabe, no entanto, hodiernamente à Justiça Militar, julgar e processar militares das Forças Armadas que cometerem crimes militares. Justiça Militar Estadual: Na esfera estadual, e quando o número efetivo de militares for superior a vinte mil integrantes a CF/88, prevê a composição da JME em primeiro grau direcionadas ao Conselho de Justiça, já em segundo grau é feita por um Tribunal de Justiça ou por uma próprio Tribunal de Justiça Militar, este órgão também apresenta competência para julgar ações judiciais contra atos disciplinares. Justiça Militar da União: Responsável por julgar os crimes militares, os crimes militares também podem ser cometidos por civis, uma vez que a competência da Justiça Militar é fixada apenas em razão da matéria, pouco se importando com a condição do réu. Superior TribunalMilitar: Composto por quinze ministros vitalícios nomeados pelo Presidente da República, sendo eles, três oficiais generais da Marinha, quatro oficiais generais do Exército e três oficiais generais da Aeronáutica, por conseguinte, os cinco restantes devem ser civis, estes ministros civis também são escolhidos pelo Presidente da República, no entanto, destes cinco, três devem ser advogados com uma exímia carreira jurídica e vasto conhecimento do meio jurídico, já o restante, podem ser membros do Ministério Público da Justiça Militar, Juízes ou auditores. Justiça Comum: Agora que finalizamos os conceitos acerca das competências e funções das cortes integradas à justiça especializada, temos outra divisão, a Justiça Comum, responsável por trabalhar na resolução de problemas que tangem às matérias da esfera de atuação da Justiça do Trabalho, Eleitoral e Militar. Tudo aquilo que não compete à Justiça Especializada, apresenta prioridade à Justiça Comum, e esta é dividida entre Justiça Federal e Justiça Estadual. Justiça Federal: A Justiça Federal apareceu pela primeira vez, ou melhor, foi organizada pela primeira vez em 11/10/1890, no governo de Manoel Ferraz de Campos Salles, sendo sua função o processamento e julgamento de demandas em que a União, as autarquias, as fundações e as empresas públicas federais sejam interessadas de autoras. No que tange às causas de natureza cível, conforme o art. 109/CF, (incs. I, II, III, V-A, VIII, X e XI), cabe à Justiça Federal julgar: As causas em que a União, entidade autárquica federal ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho (competência da Justiça Estadual) e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. As causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País. As causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País. As causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional. As causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º do artigo 109 (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). Os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal. A execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação. As causas referentes à nacionalidade (opção de nacionalidade, entrega do certificado de naturalização). A disputa sobre direitos indígenas. Já adentrando a competência no que tange à matéria criminal, conforme o art.109/CF (IV, V, VI, VIII), cabe à Justiça Federal julgar: Crimes políticos; crimes praticados contra bens, serviços ou interesses da União, contra qualquer uma de suas autarquias ou empresas públicas federais; Crimes previstos em tratado ou convenção internacional que o Brasil tenha se obrigado a reprimir (por exemplo, moeda falsa, tráfico internacional de drogas); Crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; Crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar; Crimes de omissão de recolhimento de contribuições previdenciárias arrecadadas de terceiros; estelionato contra a Previdência Social. Justiça Estadual: Apresenta competência residual, uma vez que é competente para julgar matérias que não sejam de atribuições da Justiça Especializada ou da Justiça Federal, portanto, cada estado apresenta uma Constituição, que deve ser respeitada e colocada em prática pelos cidadãos e, sobretudo, pelos representantes políticos que com ela trabalham dia a dia. A Justiça Estadual, apresenta duas instâncias, a primeira instância é representada por juízes de Direito que atuam nas Varas Estaduais, já a segunda instância é exercida pelos Desembargadores nos Tribunais de Justiça, apresentando em território nacional, vinte e seis orgãos, um em cada capital de estado, mais o do Distrito Federal – TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios), totalizando assim, vinte e sete orgãos. Tanto a Justiça Federal quanto a Justiça Estadual apresentam os Juizados Especiais, cujos quais são responsáveis pelo processamento e julgamento de demandas de menor complexidade na esfera jurídica com intuíto de simplicar e servir como um alicerce na questão processual. Tribunal Regional Federal: Sua composição se dá por no minímo sete juízes, dentre eles, 1/5 advogados e membros do MPF (Ministério Público Federal), e 4/5 de juízes federais, sendo todos eles indicados pelo Presidente da República, devendo também, como regra geral, apresentar idade entre 30 a 65 anos. O Brasil apresenta seis TRF´s (Tribunais Regionais Federais), ficando assim a divisão: - TRF-1: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins. - TRF-2: Rio de Janeiro e Espírito Santo. - TRF-3: São Paulo e Mato Grosso do Sul. - TRF-4: Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. - TRF-5: Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. - TRF-6: Minas Gerais. No que tange à sua função, apresenta o TRF, competência recursal, ou seja, julgar tudo aquilo aquilo que tangencia às causas cíveis e criminais que foram decididas pelos Juízes Federais e Estaduais na primeira instância, só que desta vez na forma de recursos. Superior Tribunal de Justiça: O STJ surgiu em 1988, adjunto à promulgação da Constituição Cidadã no perído da redemocratização, sua criação deu-se ao contexto histórico da então chamada “Crise do Recurso Extraordinário”, superando assim, a delimitação das matérias a serem julgadas perante à Corte e excesso de recursos que visavam a interpretação do Direito Federal da Constituição de 1967. O STJ é composto por trinta e três ministros nomeados pelo Presidente da República, cumprindo os requisitos básicos no que tange à idade dos Juízes, sendo eles, com mais de 35 anos e menos de 65, com notável saber jurídico e com devida aprovação no Senado Federal. 1/3 devem ser juízes dos TRF´s, 1/3 dentre os Desembargadores dos Tribunais de Justiça indicados em uma lista trípice ; 1 /3 dentre advogados e membros do MP (Ministério Público) Federal, Estadual, do Distrito Federal e dos Territórios; Sobre a competência do STJ: I - Nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os Desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante Tribunais; II - Os habeas corpus, quando for paciente qualquer das pessoas mencionadas no inciso anterior; III - Os mandados de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; IV - Os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de qualquer de seus órgãos; V - As revisões criminais e as ações rescisórias de seus próprios julgados; VI – O incidente de assunção de competência quando a matéria for comum a mais de uma seção; (Redação dada pela Emenda Regimental n. 24, de 2016) VII - A exceção da verdade, quando o querelante, em virtude de prerrogativa de função, deva ser julgado originariamentepelo Tribunal; VIII - A requisição de intervenção federal nos Estados e no Distrito Federal, ressalvada a competência do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral (Constituição, art. 36, II e IV); IX - As arguições de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo suscitadas nos processos submetidos ao julgamento do Tribunal; 29 REGIMENTO INTERNO X - As reclamações para a preservação de sua competência e garantia de suas decisões; XI - As questões incidentes, em processos da competência das Seções ou Turmas, as quais lhe tenham sido submetidas (art. 16); XII - Os conflitos de competência entre relatores ou Turmas integrantes de Seções diversas, ou entre estas; XIII - Os Embargos de divergência, se a divergência for entre Turmas de Seções diversas, entre Seções, entre Turma e Seção que não integre ou entre Turma e Seção com a própria Corte Especial; (Redação dada pela Emenda Regimental n. 24, de 2016) XIV - (Revogado pela Emenda Regimental n. 22, de 2016) XV - As suspeições e impedimentos levantados contra Ministro em processo de sua competência. XVI - o recurso especial repetitivo. Conselho da Justiça Federal: Orgão atrelado ao Superior Tribunal de Justiça, encumbe ao orgão, exercer supervisão administrativa e orçamentária das Justiças Federais do primeiro e do segundo grau. Supremo Tribunal Federal: Instância máxima do Poder Judiciário, STF, foi criado em 28/02/1891, quando o Visconde de Sabará e mais quinze ministros reuniram-se pela primeira vez para pautar matérias jurídicas quanto aos recursos e conflitos sociais, políticos e econômicos do Brasil Republicano de Floriano Peixoto. Surgiu pela primeira vez na história como Supremo Tribunal de Justiça, O STF é o orgão de cúpula do Judiciário, ou seja, está no topo da hierarquia entre todos os tribunais do Brasil, de acordo com o art.102/CF88, a principal função do Supremo Tribunal é ser o “Guardião da Constituição Federal”, garantindo assim, que tudo que esteja escrito na Constituição, seja cumprido. O STF é composto por onze ministros, sendo sua estrutura a seguinte: - Plenário - Presidência - Duas Turmas O Plenário representa a composição completa da corte, ou seja, todos os 11 ministros da corte. A Presidência dirige o trabalho de todos os ministros dentro da Corte suprema, e é representada apenas por um ministro, o presidente é escolhido via eleição advinda dos ministros da própria corte. As turmas são constituídas por cinco ministros cada e são presididas pelo ministro mais antigo dentre seus membros. Cabe salientar como que um processo chega ao Supremo Tribunal Federal, se uma pessoa decide entrar com um processo em um juizado de primeira instância e não fica satisfeita com a decisão proferida pelo orgão, pode recorrer à segunda instância, que no caso é o Tribunal de Justiça, ocorrendo a interposição recursal, e ainda não satisfeita com a decisão do Tribunal de Justiça, pode a pessoa recorrer – em caso de contrariedade a alguma lei, ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), ou em casos mais graves ainda, caso ocorram divergências processuais que contrariem a Constituição Federal, deve-se então, recorrer ao STF. No que tange às competências do STF, cabe salientar o que diz o art. 102/CF88: São competências do Supremo Tribunal Federal: I - Processar e julgar, originariamente: - A ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; - Nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; - Nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, da CF/1988, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente; - O "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; - O litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território; - As causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; - A extradição solicitada por Estado estrangeiro; - O habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; - A revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados; - A reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; - A execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais; - A ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados; - Os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; - O pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade; - O mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal; - As ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público; II - Julgar, em recurso ordinário: a) O "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; b) O crime político; III - Julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo da Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal Conselho Nacional de Justiça: O CNJ foi criado pela Emenda Constitucional n. 45/2004, é formado por quinze membros, sendo eles oriundos do Poder Judiciário: o Presidente do STF, 1 ministro do STJ, 1 ministro do TST, 1 Desembargador de Tribunal de Justiça, 1 Juiz Estadual, 1 Juiz Federal, 1 Juiz de TRF, 1 Juiz de TRT e mais um Juiz do Trabalho; Agora advindos do Ministério Público: 1 membro do MPE (Ministério Público Eleitoral) e 1 membro do MPU (Ministério Publico da União); Oriundos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil): 2 advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral; E por fim dois cidadãos indicados um pela Câmara dos Deputados e o outro pelo Senado Federal. O CNJ não tem função jurisdicional, ou seja, ele nunca irá julgar, apresenta função discipinar, funcional, financeira, fiscalizadora e administrativa, ele exerce controle interno do Poder Judiciário, uma vez que irá controlar todos os orgãos do judiciário, com exceção do STF.
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