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Contabilidade Basica - CHAVES 2015

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Primeiros passos
2015
Contabilidade Básica
Renato Santos Chaves
 
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1 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade Básica: primeiros passos / Renato 
Santos Chaves. 1. ed. – Teresina, 2015. 
ISBN 978-85-916768-1-1 
1. Contabilidade. 2. Contabilidade Básica. 3. 
Contabilidade Geral. 4. Cursos. 5. Concursos. 
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei nº 9.610 
de 19/2/1998. 
© Copyright 2015, Contas.cnt 
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3 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
Prefácio 
O presente livro, “Contabilidade Básica – Primeiros passos”, escrito em 
linguagem clara e objetiva, tem por principal finalidade apresentar aos 
estudantes, uma abordagem inicial, que facilite a compreensão da lógica 
contábil. 
Nosso propósito não é esgotar nenhum assunto, tampouco tecer 
parâmetros doutrinários sobre a contabilidade. 
O caráter principal é auxiliar a aprendizagem de quaisquer pessoas que 
pretendam ter um contato com a matéria. Para tanto, utilizo de exemplos, 
ilustrações gráficas e resolução de questões. 
Logicamente que, posteriormente, acaso seja a intenção de seguir nos 
estudos da contabilidade, o estudante deverá aprofundar o conhecimento em 
literatura mais avançada. 
Relevante mencionar que cada capítulo ou aula, como denominamos 
nesta obra, contém uma abordagem disponibilizada em Videoaula específica, 
dentro do curso Contabilidade Básica, disponibilizado no site www.contas.cnt.br 
Dividimos o livro em três partes, ou módulos, procurando, no início, 
preparar uma base teórica da matéria. Já o segundo passo do nosso estudo 
aborda assuntos mais práticos sobre a lógica da contabilização e, finalmente, o 
terceiro passo, ou terceiro módulo, explora a apuração do resultado do 
exercício e todas as demonstrações contábeis previstas na Lei 6.404/76. 
Diversas questões de concursos públicos são apresentadas e 
analisadas, evidenciando que, apesar de constar neste livro a palavra “básica”, 
é possível resolver questões, desde os níveis fáceis e médios e, até mesmo 
complexas, de variadas bancas examinadoras e dos mais importantes 
concursos que demandam o conhecimento da contabilidade. 
O alcance do objetivo acima mencionado, deve-se ao fato de que este 
livro está baseado nos ensinamentos disponibilizados na melhor doutrina 
contábil, principalmente no Manual de Contabilidade Societária da Fundação 
Instituo de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, FEA/USP, além de 
outras obras de renomados autores das Ciências Contábeis. 
Assim, o meu propósito maior é auxiliar o aprendizado da contabilidade, 
numa espécie de “decodificação do segredo contábil”, de forma, ao mesmo 
tempo, teórica e prática, observando princípios, normas e pronunciamentos 
contábeis. 
 
Renato Santos Chaves 
AGOSTO/2015. 
 
 
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5 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
PARTE I 
1) O que é contabilidade? Conceito, objeto, objetivo, técnicas contábeis, campo 
de aplicação. 
2) Princípios Contábeis 
3) Patrimônio 
4) Contas 
5) Mecanismo de Débito e Crédito 
6) Plano de Contas 
7) Variações Patrimoniais (Atos e Fatos Contábeis) 
8) Regime de Caixa e Regime de Competência 
 
PARTE II 
1) Escrituração Contábil 
2) Razonetes e Balancetes 
3) Depreciação, Amortização e Exaustão 
4) Operações com Mercadorias 
5) Fatos que alteram os valores das operações com mercadorias 
6) Tributação nas operações com mercadorias (IPI, ICMS, PIS/COFINS) 
7) Tópicos Especiais (Operações com seguros; Financiamentos 
bancários a curto prazo – Duplicatas descontadas e Encargos 
financeiros a transcorrer) 
 
PARTE III 
1) Apuração do Resultado do Exercício 
2) Balanço Patrimonial; 
3) Demonstração do Resultado do Exercício; 
4) Demonstração do Resultado Abrangente; 
5) Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados; 
6) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; 
7) Demonstração dos Fluxos de Caixa; 
8) Demonstração do Valor Adicionado; e 
9) Notas Explicativas. 
 
 
 
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Iniciamos, agora, nosso estudo sobre contabilidade. Os primeiros passos 
deste curso nos levarão a conhecimentos teóricos desta ciência. Aliás, não há 
ciência sem base teórica, sustentáculo da sua aplicação prática. 
Imagine a seguinte situação: 
1ª) Uma pessoa pretende vender mercadorias. Essa venda será a sua 
atividade principal, seu ganha-pão, ou seja, a pessoa quer tornar-se um 
comerciante. Vai montar um mercadinho. Para executar bem sua tarefa, 
precisará dos seguintes itens: ponto comercial (espaço físico), prateleiras, 
balcão, geladeira (freezer), máquina de calcular, dentre outros itens 
(utensílios) e, provavelmente, um ou mais ajudantes. Terá que adquirir 
mercadorias e revendê-las por um preço a maior, a fim de que obtenha 
lucro. Demais disso, terá que pagar conta de água, energia, alvará de 
funcionamento, tributos, salários e encargos trabalhistas. 
 
Agora, outra situação: 
 
2ª) Um Advogado vai atuar na área trabalhista. Para isto, pretende montar 
um escritório em sala alugada. Necessitará de computadores, impressoras, 
mesas, cadeiras, papel, telefone e, certamente, um profissional auxiliar de 
escritório. Terá que pagar o aluguel da sala, os tributos incidentes sobre os 
serviços prestados, contas de água, luz, condomínio, salários do auxiliar de 
escritório e demais encargos, despesas com deslocamento para as 
audiências nas Varas do Trabalho, dentre outras. 
 
Conforme visto, a primeira situação classifica-se como atividade 
comerciária, isto é, há a venda de produtos ou a comercialização. Já a segunda 
situação, podemos classificá-la como atividade de serviço técnico 
especializado. 
Os eventos acima exemplificados configuram atos e fatos contábeis. Mais 
à frente, vamos explorar mais detidamente a conceituação de atos e fatos 
contábeis. 
Voltando às duas situações mencionadas (comerciária e de serviço), surge 
um item em comum: a gestão do negócio. O negócio é a área de atuação da 
atividade a ser desenvolvida. É necessário ter um controle sobre o negócio, 
Módulo I 
Aula 1 – O que é Contabilidade? 
 
 
 
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8 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
sobre as receitas e despesas que serão geradas no decorrer dessa atividade, 
já que há um patrimônio formado. 
Certamente, a Ciência Contábil está preparada para suprir o controle do 
patrimônio de pessoas, empresas e outras corporações que visam ou não o 
lucro, a exemplo de indústrias, associações, igrejas, organizações não 
governamentais e órgãos/entidades do setor público. 
Muito bem. Após esta breve introdução, vejamos os conceitos atinentes à 
Contabilidade, a partir de estudos do Instituto Brasileiro de Pesquisas 
Contábeis, Atuariais e Financeiras (Ipecafi). 
Vamos lá,então! 
A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação 
destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza 
econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade 
objeto da contabilização (Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações, 
6ª ed. Atlas, 2003, p. 48-49). 
 Do conceito acima podemos extrair conclusões sobre a utilidade da 
Contabilidade: 
 A Contabilidade é um sistema de informação: a Ciência Contábil, 
aplicando regras (princípios, convenções e normas), transforma dados 
(atos e fatos contábeis) em informação (Demonstrações Contábeis); 
 
 Um dos principais objetivos da contabilidade é apresentar informações 
aos interessados por meio das demonstrações contábeis: dá tratamento 
contábil aos dados (atos e fatos contábeis); 
 
 Para a apresentação correta das demonstrações contábeis é necessário 
realizar o registro dos atos e fatos contábeis: o registro obedece a regras 
(princípios, convenções e normas); 
 
 Os atos e fatos contábeis são registrados por meio de contas: as contas 
são os elementos ou rubricas que traduzem os atos e fatos contábeis 
(exemplo: conta “caixa”, conta “contas a receber”, conta “fornecedores”). 
 
 Estas contas possuem regras de classificação: classificação em contas 
patrimoniais e em contas de resultado. 
 
 
 Após os registros dos atos e fatos por meio das contas, deve-se apurar o 
resultado do exercício ou do período solicitado. 
 
 O resultado do exercício poderá afetar o patrimônio líquido da entidade 
objeto da contabilização. 
 
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9 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
 
Lei 6.404, de 15/12/19/76 – Lei das Sociedades por Ações 
A Contabilidade obedece a preceitos legais e, como tal, a Lei 6.404/76 trata 
de diversos aspectos que as empresas registradas sob a forma de Sociedades 
Anônimas devem seguir. 
Por exemplo, a mencionada legislação trata do exercício social e das 
demonstrações financeiras, além de critérios de avaliação do ativo e do 
passivo, bem como dos lucros, reservas e dividendos (Arts. 175 a 205 da Lei 
6.404/76). 
 
Conselho Federal de Contabilidade (CFC) 
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), segundo o Decreto-Lei n. 
9295/1946 tem por finalidade orientar, normatizar e fiscalizar o exercício da 
profissão contábil, além de regular acerca dos princípios contábeis, do cadastro 
de qualificação técnica e dos programas de educação continuada, bem como 
editar Normas Brasileiras de Contabilidade de natureza técnica e profissional. 
Em 2010 foi sancionada a Lei 12.249 /2010, que institui a obrigatoriedade 
do Exame de Suficiência na área contábil. 
 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) 
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), criado pela Resolução 
CFC nº 1.055/2005, tem como objetivo "o estudo, o preparo e a emissão de 
Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a 
divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas 
pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do 
seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da 
Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais". 
Os pronunciamentos técnicos emitidos pelo CPC serão sempre 
mencionados neste livro, quando necessário, para a melhor explicação técnica 
dos assuntos abordados. 
 
Objeto da Contabilidade 
O objeto da contabilidade é o patrimônio. Isso mesmo. A contabilidade 
existe para evidenciar e preservar o patrimônio de uma entidade, seja ela 
pública ou privada. 
O patrimônio é formado por bens, direitos e obrigações. No dia a dia, 
ocorrem vários eventos que causam impacto nesses elementos (bens, direitos 
 
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10 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
e obrigações). Esses eventos são os atos e fatos contábeis, que nós, neste 
curso, denominamos dados contábeis. 
A contabilidade, portanto, vai retratar o que ocorreu com esses elementos, 
ou seja, vai retratar o que ocorreu com o patrimônio da entidade. 
A partir das informações geradas, é possível preservar e/ou controlar o 
patrimônio das entidades. 
 
Objetivo da Contabilidade 
O objetivo da contabilidade é fornecer aos usuários (sócios da empresa, 
sociedade, fisco) informações sobre os resultados alcançados, possibilitando 
análises econômicas, financeiras e físicas do patrimônio. 
 
Técnicas Contábeis 
A contabilidade, que é um sistema de informação, vale-se de técnicas 
para transmitir informações aos interessados. São elas: 
a) Escrituração: registros dos atos e fatos contábeis, em livros próprios 
(Diário, Razão e Caixa); 
b) Demonstrações: informações tratadas e organizadas segundo normas 
próprias, a exemplo da Lei 6.404/76, retratando o que ocorreu na corporação, 
no sentido contábil. As principais demonstrações contábeis são o Balanço 
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício; 
c) Auditoria: técnica que visa conferir ou atestar, se as Demonstrações 
Contábeis retratam com fidedignidade o que ocorreu na corporação. A auditoria 
utiliza-se de amostragem e se vale dos registros contábeis, além de outras 
técnicas de auditoria para emitir parecer sobre as demonstrações; 
d) Análise de Balanços: realiza exame sobre as Demonstrações 
Contábeis, extraindo índices e analisando-os, com o propósito de 
esclarecimento da situação financeira e econômica da corporação. 
 
Campo de aplicação 
A contabilidade aplica-se a todo tipo de entidade, seja pública ou privada, 
com fins de lucro ou não. 
Assim, a contabilidade é utilizada em uma Igreja, em uma Associação, em 
Indústrias, Empresas Agropecuárias, Empresas de Construção Civil, Empresas 
ou Sociedades prestadoras de serviço, na Administração Pública etc. 
Conforme exposto, o campo de aplicação da contabilidade é amplo, 
abrangendo todas as instituições econômico-financeiras. 
 
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11 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
 
Funções da Contabilidade 
A contabilidade possui duas funções básicas, a função administrativa e a 
função econômica. 
Função Administrativa: controlar o patrimônio de uma pessoa física ou 
jurídica; 
Função Econômica: apurar o resultado, em determinado período, das 
atividades de uma pessoa física ou jurídica, ou seja, confronta receitas com 
despesas e evidencia o resultado em lucro ou prejuízo. Também, diz-se apurar 
o rédito. 
Passos para aprender Contabilidade 
É natural que os estudantes iniciantes desta ciência, principalmente com 
formação em outras áreas do conhecimento, tenham certa dificuldade ou 
aversão à matéria, em razão do famigerado “débito” e “crédito”. 
Minha sugestão é de que você siga os passos constantes deste curso, um 
de cada vez. Dessa forma, será possível compreender a lógica da 
contabilidade. 
No âmbito de cada passo ou fase, existem passos menores ou subfases, de 
modo a detalhar o assunto que será estudado. 
Vejamos aqui as fases do nosso processo de aprendizagem da 
Contabilidade Básica: 
 
Figura 1 
 
Portanto, nós vamos estudar os dados contábeis, as regras contábeis e 
as informações contábeis. Os passos/fases são relacionados entre si, de 
modo que um assunto pode estar presente em mais de um passo. 
 Na figura que segue (Figura 2), é possível compreender o processo de 
tratamento dos dados contábeis, por meio de regras, transformando-os em 
informação. 
 
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12 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
 Logicamente este curso não tem o propósito de esgotar todas as regras 
utilizadas em contabilidade, até por que a ciência contábil é muito ampla. 
Porém, será possível solidificar o conhecimentode modo que seja possível 
interpretar informações e aplicar o conhecimento adquirido em diversas 
situações, como, por exemplo, na resolução de questões de concursos 
públicos, os mais variados possíveis. 
 Perceba que, inicialmente, vários fatos ocorrem numa determinada 
instituição (empresa ou não), correspondendo aos dados, ou seja, aos atos e 
fatos contábeis. Reveja os dois primeiros exemplos que mencionei no início do 
curso. 
A seguir, no segundo passo, utilizando regras contábeis, traduzidos em 
princípios, convenções, normas e técnicas de contabilização, é possível 
transformar os dados em informações técnicas, consubstanciadas em 
Demonstrações Contábeis, momento que atingimos o terceiro passo. 
 
Veja agora a figura para materializar este processo: 
 
 
 
Figura 2 
 
 
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13 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
 
 
Figura 3 
 
Numa rápida síntese, a contabilidade vai retratar todos os atos e fatos 
contábeis ocorridos em determinado período, por meio da escrituração contábil. 
Em seguida, faz-se a apuração do resultado do exercício, o que propiciará a 
apresentação da informação estática do patrimônio num demonstrativo 
chamado Balanço Patrimonial, sendo, portanto, um dos principais 
demonstrativos que estudaremos. 
 
Balanço Patrimonial 
Balanço Patrimonial 
Ativo Passivo + Patrimônio Líquido 
Ativo Circulante 
 
Ativo Não Circulante 
Realizável a Longo Prazo 
Investimentos 
Imobilizado 
Intangível 
Passivo Circulante 
 
Passivo Não Circulante 
 
Patrimônio Líquido 
 
Capital Social 
Reservas de Capital 
Ajustes de Avaliação Patrimonial 
Reservas de Lucros 
Ações de Tesouraria 
Prejuízos Acumulados 
 
 
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14 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
Estrutura Conceitual da Contabilidade 
Neste tópico vamos tratar do modo de apresentação das informações 
contábeis, segundo o que preceitua o documento denominado Estrutura 
Conceitual da Contabilidade, além de alguns conceitos sobre a composição do 
patrimônio, como ativo, passivo, capital, receita e despesa. 
Quanto ao tema, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis emitiu o 
Pronunciamento Técnico CPC 00 (R1) – Estrutura Conceitual para Elaboração 
e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. 
O Conselho Federal de Contabilidade, por sua vez, emitiu a Resolução 
1.374/2011 denominada NBC TG Estrutura Conceitual – Estrutura Conceitual 
para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. 
Vamos explorar, inicialmente, a classificação da informação contábil 
segundo suas características qualitativas. 
Nos termos dos documentos mencionados, a informação contábil possui 
duas classificações segundo as características qualitativas: i) fundamentais e ii) 
de melhoria. 
As características qualitativas fundamentais subdividem-se em: 
relevância; materialidade e representação fidedigna. 
As características qualitativas de melhoria subdividem-se em: 
comparabilidade; verificabilidade; tempestividade e compreensibilidade. 
 
 
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15 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
Características Qualitativas Fundamentais 
Relevância: Informação contábil-financeira relevante é aquela capaz de 
fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários. A 
informação pode ser capaz de fazer diferença em uma decisão mesmo no caso 
de alguns usuários decidirem não a levar em consideração, ou já tiver tomado 
ciência de sua existência por outras fontes 
Materialidade: A informação é material se a sua omissão ou sua 
divulgação distorcida (misstating) puder influenciar decisões que os usuários 
tomam com base na informação contábil-financeira acerca de entidade 
específica que reporta a informação. Em outras palavras, a materialidade é 
um aspecto de relevância específico da entidade baseado na natureza ou na 
magnitude, ou em ambos, dos itens para os quais a informação está 
relacionada no contexto do relatório contábil-financeiro de uma entidade em 
particular. 
Representação Fidedigna: Os relatórios contábil-financeiros 
representam um fenômeno econômico em palavras e números. Para ser útil, a 
informação contábil-financeira não tem só que representar um fenômeno 
relevante, mas tem também que representar com fidedignidade o fenômeno 
que se propõe representar. Para ser representação perfeitamente fidedigna, a 
realidade retratada precisa ter três atributos. Ela tem que ser completa, neutra 
e livre de erro. É claro, a perfeição é rara, se de fato alcançável. O objetivo é 
maximizar referidos atributos na extensão que seja possível 
 
Características Qualitativas de Melhoria 
Comparabilidade: Comparabilidade é a característica qualitativa que 
permite que os usuários identifiquem e compreendam similaridades dos itens e 
diferenças entre eles. Diferentemente de outras características qualitativas, a 
comparabilidade não está relacionada com um único item. A comparação 
requer no mínimo dois itens. 
Verificabilidade: A verificabilidade ajuda a assegurar aos usuários que 
a informação representa fidedignamente o fenômeno econômico que se propõe 
representar. A verificabilidade significa que diferentes observadores, cônscios 
e independentes, podem chegar a um consenso, embora não cheguem 
necessariamente a um completo acordo, quanto ao retrato de uma realidade 
econômica em particular ser uma representação fidedigna. Informação 
quantificável não necessita ser um único ponto estimado para ser verificável. 
Uma faixa de possíveis montantes com suas probabilidades respectivas pode 
também ser verificável. 
Tempestividade: Tempestividade significa ter informação disponível 
para tomadores de decisão a tempo de poder influenciá-los em suas decisões. 
Em geral, a informação mais antiga é a que tem menos utilidade. Contudo, 
certa informação pode ter o seu atributo tempestividade prolongado após o 
 
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16 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
encerramento do período contábil, em decorrência de alguns usuários, por 
exemplo, necessitarem identificar e avaliar tendências. 
Compreensibilidade: Classificar, caracterizar e apresentar a informação 
com clareza e concisão torna-a compreensível. Certos fenômenos são 
inerentemente complexos e não podem ser facilmente compreendidos. A 
exclusão de informações sobre esses fenômenos dos relatórios contábil-
financeiros pode tornar a informação constante em referidos relatórios mais 
facilmente compreendida. Contudo, referidos relatórios seriam considerados 
incompletos e potencialmente distorcidos (misleading). 
 
Conceituações sobre Elementos do Patrimônio 
 As demonstrações contábeis retratam os efeitos patrimoniais e 
financeiros das transações e outros eventos, por meio do grupamento dos 
mesmos em classes amplas de acordo com as suas características 
econômicas. 
 Essas classes amplas são denominadas de elementos das 
demonstrações contábeis. 
 Os elementos diretamente relacionados à mensuração da posição 
patrimonial e financeira no balanço patrimonial são os ativos, os passivos e o 
patrimônio líquido. 
 Os elementos diretamente relacionados com a mensuração do 
desempenho na demonstração do resultado são as receitas e as despesas. 
 A demonstração das mutações na posição financeira usualmente reflete 
os elementos da demonstração do resultado e as alterações nos elementos do 
balanço patrimonial. 
Passemos agora a conceituações sobre os elementos do patrimônio, 
presentes nas demonstrações contábeis. 
 Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição 
patrimonial e financeira são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido. Estes 
são definidoscomo segue: 
a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de 
eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios 
econômicos para a entidade; 
b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de 
eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de 
recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos; 
c) Patrimônio Líquido é o interesse residual nos ativos da entidade 
depois de deduzidos todos os seus passivos. 
 
 Os elementos de receitas e despesas são definidos como segue: 
Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período 
 
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17 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
contábil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou 
diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e 
que não estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos 
instrumentos patrimoniais. 
A definição de receita abrange tanto receitas propriamente ditas 
quanto ganhos. A receita surge no curso das atividades usuais da 
entidade e é designada por uma variedade de nomes, tais como 
vendas, honorários, juros, dividendos, royalties, aluguéis. 
 
Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o 
período contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou 
assunção de passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido, e 
que não estejam relacionados com distribuições aos detentores dos 
instrumentos patrimoniais. 
 
A definição de despesas abrange tanto as perdas quanto as 
despesas propriamente ditas que surgem no curso das atividades 
usuais da entidade. As despesas que surgem no curso das 
atividades usuais da entidade incluem, por exemplo, o custo das 
vendas, salários e depreciação. Geralmente, tomam a forma de 
desembolso ou redução de ativos como caixa e equivalentes de 
caixa, estoques e ativo imobilizado. 
 
 Conceitos de Capital 
 
 O conceito de capital financeiro (ou monetário) é adotado pela maioria 
das entidades na elaboração de suas demonstrações contábeis. 
 De acordo com o conceito de capital financeiro, tal como o dinheiro 
investido ou o seu poder de compra investido, o capital é sinônimo de ativos 
líquidos ou patrimônio líquido da entidade. 
 Segundo o conceito de capital físico, tal como capacidade operacional, 
o capital é considerado como a capacidade produtiva da entidade 
baseada, por exemplo, nas unidades de produção diária. 
 
 
 
 
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18 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em concursos públicos a maioria das questões 
que envolvem cálculos solicita a contabilização 
dos atos e fatos, a correta classificação das 
contas em balancetes e a estruturação dos 
demonstrativos contábeis, principalmente 
Balanço Patrimonial e Demonstração do 
Resultado do Exercício. 
 
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19 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
 
 
 
 
 
Os Princípios de Contabilidade estão dispostos na Resolução do 
Conselho Federal de Contabilidade nº 753/1993. Esta resolução sofreu 
alterações da Resolução CFC nº 1282/2010. 
A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício 
da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de 
Contabilidade (NBC). 
Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e 
teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento 
predominante nos universos científico e profissional de nosso País. 
Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, 
cujo objeto é o patrimônio das entidades. 
São Princípios de Contabilidade: 
I – o da Entidade; 
II – o da Continuidade; 
III – o da Oportunidade; 
IV – o do Registro pelo Valor Original; 
V – o da Competência; e 
VI – o da Prudência. 
 
Vejamos como a Resolução CFC nº 750/93 descreve cada um dos 
Princípios de Contabilidade: 
 
I 
PRINCÍPIO DA ENTIDADE 
 
O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da 
Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da 
diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios 
existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de 
pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com 
ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se 
Módulo I 
Aula 2 – Princípios de Contabilidade 
 
 
 
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20 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade 
ou instituição. 
 
O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A 
soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova 
ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. 
 
II 
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE 
O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em 
operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos 
componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. 
 
III 
PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE 
O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e 
apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações 
íntegras e tempestivas. 
 
A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da 
informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é 
necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da 
informação. 
 
IV 
PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL 
O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do 
patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das 
transações, expressos em moeda nacional. 
 
As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e 
combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: 
 
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem 
pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que 
são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são 
registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da 
obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no 
curso normal das operações; e 
 
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21 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
 
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os 
componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações 
decorrentes dos seguintes fatores: 
 
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos 
equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações 
contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar 
a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; 
 
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma 
ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de 
caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as 
correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade; 
 
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do 
fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no 
curso normal das operações da Entidade.Os passivos são mantidos pelo valor 
presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera 
seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da 
Entidade; 
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo 
liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem 
favorecimentos; e 
 
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da 
moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o 
ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. 
 
São resultantes da adoção da atualização monetária: 
 
I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não 
representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; 
 
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das 
transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda 
nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos 
componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e 
 
III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente 
o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a 
aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do 
poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. 
 
 
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22 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
 
V 
PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA 
O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros 
eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, 
independentemente do recebimento ou pagamento. 
 
O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de 
receitas e de despesas correlatas. 
 
VI 
PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA 
O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os 
componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se 
apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações 
patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. 
O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no 
exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de 
incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que 
passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade 
ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. 
 
Ressalte-se que a inobservância dos Princípios de Contabilidade constitui 
penalidade ético-disciplinar aplicável por infração ao exercício legal da profissão 
contábil, podendo culminar em multa ou suspensão do exercício da profissão, nos 
termos das alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto-Lei 9.295, de 27/5/1946 e, 
quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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23 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
 
 
 
 
 
 
Patrimônio 
Perceba que constantemente estamos falando de Patrimônio, de 
Balanço Patrimonial e, ainda, de Patrimônio Líquido. Portanto, é essencial 
dominarmos os conceitos que envolvem o tema patrimônio. 
 Vicenzo Masi, citado por A. Lopes de Sá, conceitua patrimônio da 
seguinte forma: 
“A Contabilidade já dissemos, tem por objeto o estudo do patrimônio aziendal: 
portanto, devemos iniciar as nossas indagações pelo conceito de patrimônio, o 
qual pode ser considerado, para os fins de nossa pesquisa, sob o aspecto 
econômico ou qualitativo e sob o aspecto estatístico-contábil ou quantitativo. 
Qualitativamente o patrimônio aziendal é uma coordenação de bens, créditos, 
débitos e dotações ou provisões que se acham à disposição de uma azienda 
em dado momento. 
Quantitativamente é um fundo de valores coexistente em uma azienda 
também em dado momento. 
>> Azienda: são sistemas organizados que visam a atingir um fim qualquer. 
Exemplos: casa de comércio, indústria, lar, Prefeitura, hospitais. Azienda = 
Fazenda. 
 Patrimônio, contabilmente falando, é o conjunto de bens, direitos e 
obrigações. Graficamente, este conjunto de bens, direitos e obrigações é 
assim representado: 
Patrimônio 
Bens 
Obrigações 
Direitos 
 
Vamos, agora, concentrar nossa atenção em cada um desses conceitos. 
Bens – em acepção jurídica, o Código Civil não conceitua “bem”, apenas 
faz distinção e traça características entre bens móveis e imóveis, bens 
Módulo I 
Aula 3 – Patrimônio 
 
 
 
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24 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
fungíveis e consumíveis, bens divisíveis, bens singulares e coletivos (arts. 79 a 
91 do Código Civil/2002). 
No entanto, como nosso estudo sobre o patrimônio, e especificamente 
sobre bens, é de natureza contábil, podemos dizer que “bens” são elementos à 
disposição de uma corporação para a obtenção de seus fins. Esses bens são 
desde os mais simples, como caneta e papel, indo até a máquinas complexas 
de fabricação ou as de ressonância magnética por exemplo. Contudo, os bens 
podem ser imateriais ou intangíveis. Assim, temos a seguinte classificação de 
bens: 
a) Bens materiais ou corpóreos ou tangíveis: são os que possuem 
corpo, matéria, sendo, ainda, classificados em bens móveis e bens 
imóveis. São exemplos de bens móveis: veículos, mercadorias, 
dinheiro. São exemplos de bens imóveis: edifícios e terrenos. 
 
b) Bens imateriais ou incorpóreos ou intangíveis: não possuem 
corpo, nem matéria. São exemplos “marcas e patentes” e fundo de 
comércio (clientela). 
 
Direitos – são valores que a corporação (empresa) tem a receber de 
terceiros, seja pela venda de mercadorias, seja pelo empréstimo ou 
adiantamento de valores a outras pessoas, enfim, pelos valores que tem direito 
a receber. 
Obrigações – de forma contrária aos “direitos a receber”, as obrigações 
configuram valores a pagar, exigibilidades a serem entregues a terceiros, a 
exemplo de fornecedores, bancos, fisco etc. Portanto, são “obrigações a pagar” 
a terceiros. 
 
Aspectos qualitativo e quantitativo do Patrimônio 
Aspecto qualitativo – especifica a natureza de cada um dos elementos 
patrimoniais. Sabemos que o Patrimônio é formado por Bens, Direitos e 
Obrigações. O aspecto qualitativo dirá o tipo de Bens (dinheiro, veículos, 
máquinas); Direitos (duplicatas a receber, clientes); e Obrigações (contas a 
pagar, fornecedores a pagar, impostos a pagar). 
 
Aspecto quantitativo – especifica os valores de cada um dos 
elementos do Patrimônio, ou seja, os valores dos Bens, Direitos e Obrigações. 
Assim, teríamos: Bens (dinheiro = R$ 10.000,00; veículos = R$ 120.000,00; 
máquinas = R$ 300.000,00); Direitos (duplicatas a receber: R$ 15.000,00; 
clientes: R$ 20.000,00); e Obrigações (contas a pagar: R$ 20.000,00; 
fornecedores a pagar = R$ 90.000,00; impostos a pagar: R$ 45.000,00). 
 
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25 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
 
Equação fundamental do Patrimônio: 
Na equação patrimonial, vamos encontrar sempre, conforme visto 
anteriormente, as contas que compõem o Ativo (Bens e Direitos) e as contas 
que compõem o Passivo (Obrigações). 
Assim, a equação fundamental do patrimônio é: 
Ativo – Passivo = Patrimônio Líquido 
O Patrimônio Líquido é o resquício entre Ativo e Passivo. Mas é bom 
que se diga que uma instituição nasce a partir do Capital Social (no caso de 
empresas), aplicados pelos sócios, que está dentro do Patrimônio Líquido. 
Dessa forma, vamos supor que dois amigos decidam abrir uma 
Construtora. Eles possuem R$ 100.000,00 em dinheiro para aplicar na 
empresa. 
A contabilização, de forma gráfica, deste fato contábil, pode ser 
demonstradaconforme a figura abaixo: 
 
 
Os R$ 100.000,00, originados do Capital Social, presente no grupo 
Patrimônio Líquido, foram aplicados em Bens/Direitos, pertencentes ao grupo 
do Ativo. 
 
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26 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
Perceba que, neste momento, não há nenhuma obrigação, presente no 
grupo do Passivo. Assim, pela equação patrimonial que conhecemos (A – P = 
PL), temos: R$ 100.000,00 – R$ 0,00 = R$ 100.000,00. 
 
Conceitos importantes: 
Patrimônio – São os bens, direitos e obrigações de uma entidade ou 
organização, Pessoa Jurídica ou pessoa Física. 
 
Patrimônio Líquido – É a Situação Líquida Patrimonial. É o valor 
residual entre Ativo e Passivo, após a aplicação da seguinte equação: Ativo – 
Passivo = Patrimônio Líquido. 
 
Capital Inicial, Nominal, Subscrito ou Social (sociedades) – É o valor 
inicialmente ingerido na organização podendo ser representado por Bens e/ou 
Direitos (Dinheiro pode ser um bem). 
 
Capital Próprio – Capital que corresponde ao montante registrado no 
Patrimônio Líquido. 
 
Capital de Terceiros – São as obrigações da organização para com 
terceiros, como por exemplo, valores tomados de empréstimos. 
 
Capital Circulante Líquido – Trata-se de indicar financeiro que traduz a 
capacidade de gerenciar as relações com fornecedores e clientes. É 
encontrado pela aplicação da equação: Ativo Circulante – Passivo Circulante 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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27 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
 
 
 
 
 Todos os itens que compõem a contabilidade (mercadorias, veículos, 
capital, contas a pagar) são representados por meio de contas, na verdade, 
contas contábeis, também denominadas rubricas. 
 
 Para fins didáticos, e também para melhor entendimento sobre a teoria 
das contas, mencionamos algumas escolas que estudaram a fundo e 
propuseram teorias sobre a classificação das contas. São elas: Teoria 
Personalista; Teoria Materialista; e Teoria Patrimonialista. 
 
 A Teoria Patrimonialista é a aceita atualmente para a classificação das 
contas, classificando-as em contas patrimoniais e contas de resultado. 
 
 Vamos conhecer, então, cada uma das teorias mencionadas acima, já 
que são muito cobradas em concurso público, além de ampliar nosso campo de 
conhecimento sobre a matéria, que é o mais importante. 
 
 Lembrando que a compreensão da teoria das contas (principalmente a 
teoria patrimonialista) é essencial para que compreendamos a estrutura do 
Plano de Contas. 
 
 Um outro ponto a lembrar, conforme estudado na aula sobre Patrimônio, 
é que o Patrimônio é formado é Bens, Direitos e Obrigações. Daí, vamos ver 
como as teorias classificavam esses elementos patrimoniais. 
 
 Teoria Personalista – cada conta representa uma pessoa de acordo 
com seu relacionamento com a entidade contábil, classificando-se da seguinte 
forma: 
a) Contas dos Agentes Consignatários: representam os bens da 
entidade; 
b) Contas dos Agentes Correspondentes: representam os direitos e 
obrigações da entidade para com terceiros; 
Módulo I 
Aula 4 – Contas 
 
 
 
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28 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
c) Contas dos Agentes Proprietários: são as contas do Patrimônio 
Líquido e suas variações, inclusive as receitas e despesas. 
 
Teoria Materialista – as contas representam relações materiais e se 
classificam em dois grandes grupos: 
a) Contas Integrais: representam bens, direitos e obrigações exigíveis; 
b) Contas Diferenciais: representam as contas do Patrimônio Líquido e 
suas variações, inclusive receitas e despesas. 
 
Teoria Patrimonialista - entende que o objeto de estudo da contabilidade é 
o patrimônio e que a finalidade contábil é a administração do mesmo. O 
patrimônio pode ser compreendido pela sua situação estática, pela sua 
situação dinâmica e pela sua representação quantitativa e qualitativa. De 
acordo com essa teoria as contas são classificadas em: 
a) Contas patrimoniais: representam a situação estática, ou seja, o 
patrimônio, os elementos ativos e passivos, que são os bens, 
direitos, obrigações com terceiros e o patrimônio líquido; 
b) Contas de resultado: representam a situação dinâmica e as 
variações patrimoniais, ou seja, as contas que alteram o patrimônio 
líquido e demonstram o resultado do exercício (receitas e despesas). 
 
Conforme mencionamos no início, a teoria de contas em vigor na 
contabilidade é a Teoria Patrimonial. Assim, temos contas patrimoniais 
(estáticas), que compõem o demonstrativo Balanço Patrimonial (Bens, 
Direitos e Obrigações) e contas de resultado (dinâmicas), que compõem o 
demonstrativo Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) (Receitas e 
Despesas). 
 
Veja um modelo simples de Balanço Patrimonial apresentado na Aula 1 
deste Módulo. 
 
A seguir, apresentamos um modelo de uma Demonstração do Resultado 
do Exercício. 
 
 
 
 
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29 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
RECEITA DE VENDAS R$ 2.000.000,00 
(-) TRIBUTOS SOBRE VENDAS (R$ 300.000,00) 
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS R$ 1.700.000,00 
(-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (R$ 800.000,00) 
LUCRO BRUTO R$ 900.000,00 
(-) DESPESAS COM VENDAS (R$ 150.000,00) 
(-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS (R$ 120.000,00) 
LUCRO ANTES DAS RECEITAS/DESPESAS FINANC. R$ 630.000,00 
RECEITAS FINANCEIRAS R$ 70.000,00 
(-) DESPESAS FINANCEIRAS (R$ 120.000,00) 
LUCRO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO R$ 580.000,00 
TRIBUTO SOBRE OS LUCROS (R$ 120.000,00) 
LUCRO LÍQUIDO DO PERÍODO R$ 460.000,00 
 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
 
Elementos da Conta 
 As contas representam registros de débitos e créditos da mesma 
natureza ou espécie, identificadas por nomes (títulos) que qualificam elementos 
patrimoniais (bens, direitos, obrigações, patrimônio líquido, receitas e 
despesas). 
 São 6 (seis) os elementos mínimos que devem identificar uma Conta 
Completa: 
1) Nome (título) da conta; 
2) Data da operação; 
3) Histórico da operação; 
4) Débito (valor); 
5) Crédito (valor); 
6) Saldo (valor) 
 
 
 
 
 
 
 
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30 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
Conta completa (Livro Razão) 
CÓDIGO DA CONTA: NOME DA CONTA: 
 
DATA HISTÓRICO 
CONTRA-
PARTIDA 
DÉBITO CRÉDITO SALDO 
 
 
 
 
As contas resumidas também podem ser representadas por razonetes 
ou Contas em T, conforme a figura abaixo: 
 
 
São 4 (quatro) os elementos mínimos da Conta Resumida: 
1) Nome (título) da conta; 
2) Débito; 
3) Crédito; 
4) Saldo 
 
Didaticamente, utilizamos para exemplificar os lançamentos contábeis, a 
conta resumida em razonete. 
 
 
 
 
 
 
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31 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
 
 
 
 
 Esta aula “mecanismos de débito e crédito” é extremamente importante 
para o entendimento da dinâmica contábil. 
 A partir de agora, vamos compreender quando uma conta deve ser 
debitada e quando uma conta deve ser creditada. 
Neste ponto, já sabemos o que é uma conta patrimonial e o que é uma 
conta de resultado, conforme estudado na Aula 4, no assunto “teoria 
patrimonialista”. Revise o assunto, pois a solidificação desses conceitos 
facilitará o entendimento. 
Sabemos que o patrimônio é formado por Bens, Direitos e Obrigações. 
Assim, a equação patrimonial apresenta-se da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
Módulo I 
Aula 5 – Mecanismo de Débito e Crédito 
 
 
 
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32 ContabilidadeBásica | Renato Santos Chaves 
Agora veja bem a seguinte situação: 
 
 
 
 
O segredo é saber se a conta é patrimonial ou de resultado. Se a 
conta for patrimonial, deveremos saber em qual grupo ela se classifica: se do 
ativo ou do passivo/patrimônio líquido. 
 
 
 
 
 
 
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33 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
 
 
 
 
Plano de Contas – é um conjunto de contas, diretrizes e normas que 
disciplina as tarefas do Setor de Contabilidade, objetivando a uniformização 
dos registros contábeis (Osni Moura Ribeiro, Contabilidade Básica fácil) 
O plano de contas deve obedecer às normas que disciplinam os 
registros contábeis, a exemplo da Lei 6.404/76, o Código Civil, bem como as 
normas dos entes reguladores, como Conselho Federal de Contabilidade, 
Comissão dos Valores Mobiliários e Banco Central do Brasil. 
O registro contábil, ou seja a escrituração contábil, será realizada de 
acordo com as contas previstas no plano de contas. No Módulo II deste curso 
estudaremos a escrituração contábil. 
A seguir, apresentamos um plano de contas simplificado, conforme exposto na 
ITG 1000 – Modelo Contábil para Microempresa e Empresa de Pequeno Porte. 
 
Plano de contas simplificado 
 
 O Plano de Contas, mesmo que simplificado, deve ser elaborado 
considerando-se as especificidades e natureza das operações realizadas, 
bem como deve contemplar as necessidades de controle de informações 
no que se refere aos aspectos fiscais e gerenciais. 
 
 O Plano de Contas Simplificado, apresentado no Anexo 4 desta 
Interpretação, deve conter, no mínimo, 4 (quatro) níveis, conforme segue: 
 
Nível 1: Ativo; 
Passivo e Patrimônio Líquido; e 
Receitas, Custos e Despesas (Contas de Resultado). 
 
Nível 2: Ativo Circulante e Ativo Não Circulante. 
Passivo Circulante, Passivo Não Circulante e Patrimônio 
Líquido. 
Módulo I 
Aula 6 – Plano de Contas 
 
 
 
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34 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
Receitas de Venda, Outras Receitas Operacionais, Custos e 
Despesas Operacionais. 
 
Nível 3: Contas sintéticas que representam o somatório das contas 
analíticas que recebem os lançamentos contábeis, como, por 
exemplo, Caixa e Equivalentes de Caixa. 
 
Nível 4: Contas analíticas que recebem os lançamentos contábeis, como, 
por exemplo, Bancos Conta Movimento. 
 
 Uma exemplificação dos 4 (quatro) níveis descritos no item 41 é a 
seguinte: 
Nível 1 – Ativo 
Nível 2 – Ativo Circulante 
Nível 3 – Caixa e Equivalentes de Caixa 
Nível 4 – Bancos Conta Movimento 
 
PLANO DE CONTAS SIMPLIFICADO 
 
Código Descrição das Contas 
1 
 
1.1 
1.1.1 
1.1.1.01 
1.1.1.02 
 
1.1.2 
1.1.2.01 
1.1.2.02 
 
1.1.3 
1.1.3.01 
ATIVO 
 
ATIVO CIRCULANTE 
Caixa e Equivalentes de Caixa 
Caixa 
Bancos Conta Movimento 
 
Contas a Receber 
Clientes 
(-) Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação Duvidosa 
 
Estoque 
Mercadorias 
 
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35 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
1.1.3.02 
1.1.3.03 
 
1.1.4 
1.1.4.01 
1.1.4.02 
1.1.4.03 
 
1.3 
1.3.1 
1.3.1.01 
1.3.1.02 
 
1.3.2 
1.3.2.01 
1.3.2.02 
 
1.3.3 
1.3.3.01 
1.3.3.02 
1.3.3.03 
1.3.3.04 
1.3.3.05 
1.3.3.06 
 
1.3.4 
1.3.4.01 
1.3.4.02 
 
2 
 
2.1 
Produtos Acabados 
Insumos 
 
Outros Créditos 
Títulos a Receber 
Impostos a Recuperar 
Outros Valores a Receber 
 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 
Realizável a Longo Prazo 
Contas a Receber 
(-) Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação Duvidosa 
 
Investimentos 
Participações Societárias 
Outros Investimentos 
 
Imobilizado 
Terrenos 
Edificações 
Máquinas e Equipamentos 
Veículos 
Móveis e Utensílios 
(-) Depreciação Acumulada 
 
Intangível 
Softwares 
(-) Amortização Acumulada 
 
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
PASSIVO CIRCULANTE 
 
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36 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
2.1.1 
2.1.1.01 
 
2.1.2 
2.1.2.01 
2.1.2.02 
 
2.1.3 
2.1.3.01 
2.1.3.02 
2.1.3.03 
 
2.1.4 
2.1.4.01 
2.1.4.02 
2.1.4.03 
 
2.1.5 
2.1.5.01 
2.1.5.02 
2.1.5.03 
 
2.1.6 
2.1.6.01 
2.1.6.02 
2.1.6.03 
 
2.2 
2.2.1 
2.2.1.01 
 
2.2.2 
Fornecedores Nacionais 
Fornecedor 
 
Empréstimos e Financiamentos 
Empréstimos Bancários 
Financiamentos 
 
Obrigações Fiscais 
SIMPLES NACIONAL 
ICMS a Recolher 
ISSQN a Recolher 
 
Obrigações Trabalhistas e Sociais 
Salários a Pagar 
FGTS a Recolher 
INSS dos Segurados a Recolher 
 
Contas a Pagar 
Telefone a Pagar 
Energia a Pagar 
Aluguel a Pagar 
 
Provisões 
Provisão de Férias 
Provisão de 13º Salário 
Provisão de Encargos Sociais sobre Férias e 13º Salário 
 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
Financiamentos 
Financiamentos Banco A 
 
Outras Contas a Pagar 
 
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37 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
2.2.2.01 
 
2.2.3 
2.2.3.1 
2.2.3.2 
2.2.3.3 
2.2.3.4 
 
2.3 
 
2.3.1 
2.3.1.01 
2.3.1.02 
 
2.3.2 
2.3.2.01 
2.3.2.02 
 
2.3.3 
2.3.3.01 
2.3.3.02 
 
3 
 
3.1 
3.1.1 
3.1.1.01 
3.1.1.02 
3.1.1.03 
3.1.1.04 
 
3.1.2 
Empréstimos de Sócios 
 
Receitas Diferidas 
Resultados Operacionais 
Aluguéis Ativos a Vencer 
Outras Receitas a Vencer 
( - ) Custos ou Perdas Correspondentes 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
Capital Social 
Capital Subscrito 
(-) Capital a Integralizar 
 
Reservas 
Reservas de Capital 
Reservas de Lucros 
 
Lucros/Prejuízos Acumulados 
Lucros Acumulados 
(-) Prejuízos Acumulados 
 
RECEITAS, CUSTOS E DESPEAS (CONTAS DE RESULTADO) 
 
RECEITAS 
Receitas de Venda 
Venda de Produtos 
Venda de Mercadorias 
Venda de Serviços 
(-) Deduções de Tributos, Abatimentos e Devoluções 
 
Receitas Financeiras 
 
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38 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
3.1.2.01 
3.1.2.02 
 
3.1.3 
3.1.3.01 
3.1.3.02 
3.1.3.03 
 
3.2 
 
3.2.1 
3.2.1.01 
3.2.1.02 
3.2.1.03 
 
3.2.2 
3.2.2.01 
3.2.2.02 
3.2.2.03 
 
3.2.3 
3.2.3.01 
3.2.3.02 
3.2.4 
3.2.4.01 
3.2.4.02 
3.2.4.03 
Receitas de Aplicações Financeiras 
Juros Ativos 
 
Outras Receitas Operacionais 
Receitas de Venda de Imobilizado 
Receitas de Venda de Investimentos 
Outras Receitas 
 
CUSTOS E DESPESAS 
 
Custos dos Produtos, Mercadorias e Serviços Vendidos 
Custos dos Insumos 
Custos da Mão de Obra 
Outros Custos 
 
Despesas Operacionais 
Despesas Administrativas 
Despesas com Vendas 
Outras Despesas Gerais 
 
Despesas Financeiras 
Juros Passivos 
Outras Despesas Financeiras 
Outras Despesas Operacionais 
Despesas com Baixa de Imobilizado 
Despesas com Baixa de Investimentos 
Outras Despesas 
 
 
 
 
 
 
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Vamos estudar, a partir agora, as Variações Patrimoniais, isto é, todas 
as modificações que ocorrem no patrimônio, seja aumentando o mesmo, 
diminuindo-o ou, apenas, alterando a composição de ativos, passivos e 
patrimônio líquido, sem que ocorra modificação na situação líquida 
patrimonial (Patrimônio Líquido). 
 
Para tanto, é imprescindível o conhecimento sobre o tema atos e fatos 
administrativos, que será abordado na sequência. 
 
Atos Administrativos,aqui chamados de atos contábeis, são os 
acontecimentos que ocorrem na empresa e não provocam alterações no 
patrimônio (ex.: admissão de empregados, assinatura de contratos). Porém, 
são atos potenciais, isto é, podem provocar modificações no futuro. 
 
Fatos Administrativos, por sua vez, denominados aqui de fatos 
contábeis, são os acontecimentos que provocam, desde logo, variações nos 
valores patrimoniais, podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido. 
 
Seguindo esse raciocínio, os fatos contábeis podem ser classificados 
em três grupos: 
a) Fatos Permutativos 
b) Fatos Modificativos 
c) Fatos Mistos 
 
Fatos Permutativos são aqueles que provocam permutações entre os 
elementos componentes do Ativo e/ou Passivo, sem modificar o valor do 
Patrimônio Líquido. São também denominados Fatos Qualitativos. Pode 
ocorrer troca entre elementos do Ativo, entre os elementos do Passivo e entre 
ambos ao mesmo tempo. 
 
Módulo I 
Aula 7 – Variações Patrimoniais 
(Atos e fatos contábeis) 
 
 
 
 
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Exemplos: 
D – Caixa 
C – Contas a Pagar 
**************************** 
D – Imóveis 
C – Caixa 
 
Fatos Modificativos são aqueles que acarretam alterações, para mais 
ou para menos, no Patrimônio Líquido. São também denominados Fatos 
Quantitativos. 
Exemplos: 
D – Depreciação 
C – Depreciação Acumulada 
**************************** 
D – Caixa | D – Custo das Mercadorias Vendidas 
C – Receita de Vendas | C – Estoque de Mercadorias 
 
Fato Misto envolve, ao mesmo tempo, Fato Permutativo e Fato 
Modificativo. Pode, portanto, acarretar alterações no Ativo e no Patrimônio 
Líquido, ou no Passivo e no Patrimônio Líquido, ou no Ativo, no Passivo e no 
Patrimônio Líquido simultaneamente. 
 
Exemplos: 
D – Caixa 
D – Juros 
C – Empréstimos a Pagar 
 
 
 
 
 
 
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Nesta aula vamos estudar as formas de contabilização dos fatos 
contábeis. Inicialmente, cabe frisar que a Contabilidade deve obediência ao 
Princípio da Competência, conforme será discorrido a seguir. 
 
Outro ponto a destacar é que uma entidade, para saber se em 
determinado período apurou lucro ou prejuízo, deve confrontar suas receitas 
com suas despesas. 
 
O modo de apuração dessas receitas e despesas vai interferir no 
resultado exercício. São conhecidos dois regimes de apuração ou confrontação 
de receitas e despesas. Um regime é o de caixa, o outro, o de competência. 
 
Na apuração do resultado do exercício pelo Regime de Caixa, as 
receitas e despesas são computadas somente quando passam pelo caixa, ou 
seja, quando são recebidas (receitas) ou quando são pagas (despesas). 
 
Já a apuração pelo Regime de Competência leva em consideração o 
fato gerador da receita ou despesa, isto é, não interessa se os recursos do 
fluxo financeiro passaram pelo caixa, o que importa é o reconhecimento da 
receita ou da despesa. 
Para fixar o que foi dito acima, vejamos como são contabilizados os 
seguintes fatos pelos regimes de caixa e de competência: 
 
1) Pagamento, janeiro de 2014, de salários e encargos do mês de 
dezembro de 2013, no valor de R$ 5.000,00 
2) Serviços prestados em outubro de 2014 cujos pagamentos serão 
realizados (e recebidos pelo prestador) em janeiro de 2015, no valor 
de R$ 15.000,00; 
3) Seguro contra incêndio no valor de R$ 12.000,00, com validade de 
um ano, a contar de 1º/10/2014; 
Módulo I 
Aula 8 – Regime de Caixa e de Competência 
 
 
 
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42 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
4) Serviços prestados em dezembro de 2014, recebidos à vista no valor 
de R$ 20.000,00; 
5) Apropriação da folha de pagamento (salários e encargos) do mês de 
dezembro de 2014, que será paga em janeiro de 2015, no valor de 
R$ 7.500,00. 
 
 
 
 
 
Comentários 
Regime de Caixa: Seguindo as orientações e conforme demonstrado no 
gráfico acima, a contabilização pelo regime de caixa leva em conta o fluxo de 
caixa, isto é, o que passa pelo caixa em termos de saída e entrada de 
recursos. Assim, é fácil notar o dispêndio de R$ 17.000,00 e o recebimento de 
R$ 20.000,00. O saldo, portanto, pelo regime de caixa, é positivo, de 
R$ 3.000,00. 
 
Regime de Competência: Já o regime de competência, também seguindo as 
orientações e o gráfico acima, leva em consideração o fato gerador da 
despesa e/ou da receita. Portanto, a atenção deve recair sobre o fato gerador, 
que implicará no reconhecimento da despesa ou receita, mesmo que não haja 
entrada ou saída de recursos. No presente caso, foram reconhecidos 
R$ 10.500,00 de despesas contra R$ 35.000,00 de receitas, resultando em 
saldo positivo de R$ 24.500,00. 
 
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43 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
É possível verificar a diferença de saldo entre os dois regimes. Conforme o 
exemplo acima, pelo regime de competência, a empresa terá uma tributação a 
maior, considerando somente as operações acima exemplificadas. 
Segundo a Resolução CFC nº 1.374/2011, que deu nova redação à NBC TG 
Estrutura Conceitual, menciona no tópico “Performance financeira refletida pelo 
regime de competência (accruals)”, que “o regime de competência retrata com 
propriedade efeitos de transações e outros eventos e circunstâncias sobre os 
recursos econômicos e reivindicações da entidade que reporta a informação 
nos períodos em que ditos efeitos são produzidos, ainda que os recebimentos 
e pagamentos em caixa derivados ocorram em períodos distintos”. 
E Norma arremata mencionando que “isso é importante em função de a 
informação sobre os recursos econômicos e reivindicações da entidade que 
reporta a informação, e sobre as mudanças nesses recursos econômicos e 
reivindicações ao longo de um período, fornecer melhor base de avaliação da 
performance passada e futura da entidade do que a informação puramente 
baseada em recebimentos e pagamentos em caixa ao longo desse mesmo 
período”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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44 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
 
 
 
 
 
1) Qual é o princípio que determina que os componentes do patrimônio 
devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das 
transações, expressos em moeda nacional? 
a. Princípio Do Registro Pelo Valor Original 
b. Princípio da Entidade 
c. Princípio da Oportunidade 
d. Princípio da Totalidade 
e. Princípio da Competência 
 
2) Considere os itens abaixo. 
1. Despesas Antecipadas 
2. Impostos a Recuperar 
3. Salários e Férias a Pagar 
4. Receita Líquida de Venda de Mercadorias 
5. Resultado de Equivalência Patrimonial 
Com base nestas informações, é correto afirmar que as contas contábeis 
especificadas nos itens 
a. 1, 2 e 3 são patrimoniais e 4 e 5 são de resultado. 
b. 4 e 5 são patrimoniais e 1, 2 e 3 são de resultado. 
c. 1, 3 e 5 são patrimoniais e 2 e 4 são de resultado. 
d. 2 e 3 são patrimoniais e 1, 4 e 5 são de resultado. 
e. 3, 4 e 5 são patrimoniais e 1 e 2 são de resultado. 
 
3) Assinale a alternativa correta quanto ao assunto Regime de Caixa e 
Regime de Competência. 
a. Analise o seguinte fato contábil: 
"Pagamento, janeiro de 2014, de salários e encargos do mês de dezembro de 
2013, no valor de R$ 5.000,00". 
Pelo regime de caixa o lançamento contábil correto seria: 
Módulo I 
Exemplos de Questões 
 
 
 
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45 Contabilidade Básica | Renato Santos ChavesD - Despesa de Salários 
C - Salários a Pagar 
b. A apuração do resultado do exercício pelo Regime de Competência leva em 
consideração o fato gerador da receita ou despesa, isto é, não interessa se os 
recursos do fluxo financeiro passaram pelo caixa, o que importa é o 
reconhecimento da receita ou da despesa. 
c. Na apuração do resultado do exercício pelo Regime de Caixa, as receitas e 
despesas são computadas de acordo com fato gerador das receitas e 
despesas, independentemente do recebimento ou pagamento de valores. 
d. A contabilidade deve obediência ao princípio da competência para as 
despesas e ao princípio de caixa para as receitas. 
e. Pelo regime de competência, o lançamento do fato contábil a seguir seria: 
"Seguro contra incêndio no valor de R$ 12.000,00, com validade de um ano, a 
contar de 1º/10/2014". 
D - Despesa de Seguros 
C - Caixa 
 
4) Indique a alternativa correta sobre a classificação das contas nos seus 
respectivos grupos do Plano de Contas 
a. Caixa, Bancos Conta Movimento e Fornecedores são contas do Ativo 
Circulante. 
b. Obrigações Trabalhistas e Sociais, Contas a Pagar e Provisões são contas 
do Passivo. 
c. Reserva de Capital, Reserva de Lucros e Receitas Financeiras são contas 
do Patrimônio Líquido. 
d. Clientes, Fornecedores e Financiamentos são contas do Passivo Não 
Circulante. 
e. Caixa, Estoque e Participações Societárias são contas do Ativo Não 
Circulante. 
 
5) Acerca do assunto atos e fatos contábeis é correto afirmar que: 
a. Fatos Permutativos são aqueles que provocam permutações entre os 
elementos componentes do Ativo e/ou Passivo, sem modificar o valor do 
Patrimônio Líquido. São também denominados Fatos Quantitativos. 
b. Os fatos contábeis podem ser classificados somente em dois grupos: fatos 
permutativos e fatos modificativos. 
c. Fatos Modificativos são aqueles que acarretam alterações, para mais ou 
para menos, no Patrimônio Líquido. São também denominados Fatos 
Qualitativos. 
 
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46 Contabilidade Básica | Renato Santos Chaves 
d. Caracterizam-se como fatos permutativos os seguintes lançamentos: 
D - Caixa 
C - Fornecedores 
e 
D - Veículos 
C - Contas a Pagar 
e. Caracterizam-se como fatos modificativos os seguintes lançamentos: 
D - Caixa 
C - Receita de Vendas 
e 
D - Caixa 
C - Empréstimos a Pagar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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