Buscar

Redação ENEM

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Redação 
 
 
 
 
 
 
ENEM 1 
 UNIDADE 1 
 
Texto e suas teorias 
 
Unidade linguística de sentido completo, cuja função é 
estabelecer a comunicação entre seu produtor e o seu(s) 
destinatário(s). 
 
O texto se caracteriza pela textualidade, que faz com 
que um texto seja realmente texto e não apenas soma de 
frases. Os principais fatores de textualidade são: 
contextualização, intencionalidade, coesão e coerência. 
 
Contextualização: refere-se à expectativa em relação 
ao texto e à antecipação ao leitor do assunto de que o texto 
vai tratar. Nesse sentido, cabe observação ao local e à data 
de publicação de um texto, ao autor do texto, título do 
texto, imagens do texto. 
 
Intencionalidade: refere-se ao objetivo do texto. Nesse 
sentido, é importante observar os elementos linguísticos 
que sinalizam a intencionalidade no próprio corpo do 
texto. 
 
Coesão: é a conexão, ligação, harmonia entre os 
elementos de um texto. Percebemos tal definição quando 
lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases e 
os parágrafos estão entrelaçados, um dando continuidade 
ao outro. Os elementos de coesão determinam a transição 
de ideias entre as frases e os parágrafos. 
 
Coerência: refere-se ao estabelecimento de um sentido 
para o texto e à relação harmônica entre as idéias 
apresentadas em um texto. Assim, a coerência engloba a 
forma e o conteúdo do texto, remetendo à seqüência 
ordenada das opiniões ou fatos expostos de forma 
coerente, sem contradições ao que se afirma para os 
interlocutores. 
 
Importante lembrar: 
Os gêneros textuais são realizações lingüísticas 
concretas definidas por propriedades sociocomunicativas 
representando, assim, infinitas possibilidades. 
A tradição escolar trabalha com a tipologia textual 
(tipos de textos definidos por propriedades linguísticas), 
apresentando, normalmente, a descrição, a narração e a 
dissertação. 
O Enem solicita que o candidato produza um texto 
DISSERTATIVO, nosso alvo de análise e estudo. 
 
FIQUE LIGADO NO ENEM! 
Texto é uma unidade linguística, logo, se constrói através da 
linguagem. Como já vimos na apostila de ‘Linguagens, Códigos 
e suas tecnologias’ há diferentes níveis de linguagens que 
variam de acordo com o objetivo do sistema de comunicação. 
Observamos os textos quanto à forma e quanto ao conteúdo. 
Quanto à forma, os textos podem ser classificados como verbais 
(construídos com palavras, no sentido estrito do termo); não 
verbais (imagens e símbolos são utilizados na confecção) e 
híbridos (associação entre palavras e imagens). No plano do 
conteúdo, são divididos em literários (ou artísticos) e não 
literários (ou técnicos). 
Vale ressaltar sempre que quanto mais se conhece diferentes 
textos, mais fácil será o trabalho de interpretação, vital para uma 
boa nota na prova do Enem. 
 
Competências para um bom texto 
 
Para alcançar a nota máxima na prova de Redação do 
Enem, é preciso dominar as seguintes competências: 
 
Competência I: Demonstrar domínio da norma padrão 
da língua escrita 
Competência II: Compreender a proposta de redação e 
aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para 
desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto 
dissertativo-argumentativo. 
Competência III: Selecionar, relacionar, organizar e 
interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em 
defesa de um ponto de vista. 
Competência IV: Demonstrar conhecimento dos 
mecanismos linguísticos necessários para a construção da 
argumentação. 
Competência V: Elaborar proposta de intervenção para 
o problema abordado, respeitando os direitos humanos. 
 
 
 UNIDADE 2 
 
Linguagem e bagagem 
 
Linguagem impessoal 
O texto dissertativo deve ser escrito, via de regra, na 
terceira pessoa. Dito de outro modo, os pronomes “eu”, 
“meu” ou “minha” jamais deverão ser utilizados, bem 
como formas verbais que contenham em sua estrutura a 
desinência número-pessoal da primeira pessoa: “acredito”, 
“acho”, “devo”, “quero”. 
 
Pessoalidade x Impessoalidade 
Uma primeira distinção que se pode estabelecer acerca 
dos usos da linguagem diz respeito ao grau de intervenção 
do autor no texto. Esse aspecto pode ser verificado no 
nível morfológico, de acordo com o uso de duas classes 
gramaticais. 
Obviamente, sendo a 1ª pessoa (do singular ou do 
plural) a “pessoa que fala” – isto é, o emissor -, sempre 
que ela aparece em um texto, pode-se perceber a presença 
do autor. Por isso, denominamos a linguagem empregada 
de pessoal. Se, ao contrário, a 1ª pessoa está ausente e o 
autor utiliza apenas a 3ª pessoa, a linguagem do texto é 
impessoal. Dito de outro modo, será pessoal todo texto eu 
utilizar, mesmo que apenas um vez, um pronome ou verbo 
em 1ª pessoa. 
 
Linguagem pessoal é diferente de conteúdo opinativo. 
Existe uma confusão bastante frequente entre alunos que 
começam a lidar com a modalidade dissertativa. Para 
 
Redação 
 
 
 
 
 
 
 2 
muitos, parece contraditório que o autor defenda uma 
opinião, um ponto de vista, mas o faça com uma 
linguagem impessoal. Para desfazer essa dúvida, vale 
lembrar que linguagem diz respeito à forma, isto é, ao 
modo de organizar o discurso, enquanto opinião remete ao 
conteúdo, isto é, àquilo que se diz. Trata-se, a rigor, de 
dimensões distintas. 
De forma didática, pode-se afirmar que o conteúdo de 
um texto pode ser opinativo ou factual. Ele é opinativo 
quando o autor do texto apresenta uma visão da realidade, 
sujeita a discussão, uma vez que parte de sua 
subjetividade – e a subjetividade humana é bastante 
diversificada. O conteúdo do texto é factual quando o 
autor apresenta dados objetivos da realidade, sem sugerir 
seu ponto de vista. Trata-se daquilo que se convencionou 
chamar de imparcialidade. 
Examine o quadro a seguir: 
 
Conteúdo 
Fato Opinião 
L
in
g
u
ag
em
 
Impessoal Esta cadeira é 
branca. 
Esta cadeira é 
confortável. 
Pessoal Eu me sento 
nesta cadeira 
quase todos 
os sábados. 
Eu acho esta 
cadeira 
confortável. 
 
FIQUE LIGADO NO ENEM! 
Existe a possibilidade de ser utilizada a primeira pessoa do 
plural (nós), contudo esse subterfúgio só deve ser empregado 
quando estivermos diante de um contexto mais humanístico, em 
que a inclusão genérica do enunciador seja bem-vinda. É o que 
acontece em muitas provas do Enem, que por apresentar 
muitas vezes um caráter nitidamente social, acaba fazendo com 
que o aluno se sinta à vontade para redigir estruturas como 
“Devemos buscar, então, os meios adequados para diminuir 
tamanho flagelo social.” 
 
‘Bagagem’ - Conhecimento de mundo 
Imagine que alguém lhe desse a seguinte tarefa: 
“Escreva!” Não restam dúvidas de que mesmo o mais 
típico redator teria dificuldades em cumpri-la. Mas por 
quê? Ora, porque se trata de uma atividade vazia, sem 
objetivo, natural apenas para pessoas com dons artísticos. 
O resto de nós normalmente precisa de um mínimo de 
estímulo para escrever. E considerando que toda escrita 
acaba sendo um ato de comunicação, o fator que pode nos 
levar a querer redigir um texto é a necessidade de nos 
comunicarmos. Dito de outro modo, escrever pressupõe 
ter o que dizer. Na vida cotidiana, se não temos uma 
mensagem a transmitir ou uma ideia a defender, podemos 
permanecer calados. 
Na situação do vestibular ou do Enem, porém, mesmo 
que não queiramos escrever, ou seja, mesmo que não 
tenhamos uma necessidade evidente de comunicação, 
precisamos produzir uma dissertação. Trata-se de uma 
exigência, da qual não podemos fugir, sob pena de não 
passarmos para o curso almejado. Às vezes, damos sorte 
de “cair” um tema que nos interessa, sobre o qual 
tenhamos lido ou conversado em uma reunião familiar. 
Nesse caso, nossa redação provavelmente será 
interessante, porque temos informações úteis e bons 
argumentos. Enfim, já refletimos sobre o assunto. 
Ocorre que, como o vestibular é uma situação decisiva, 
não podemos ficar dependendoda sorte. Precisamos nos 
preparar para qualquer eventualidade. Traduzindo: 
precisamos discutir, refletir e escrever sobre tudo o que 
possa ser cobrado pela Banca. Assim,qualquer que seja o 
tema, teremos o que dizer, teremos uma mensagem a 
transmitir. 
Por esse raciocínio, não fica difícil concluir que um bom 
redator – assim como um bom leitor – precisa estar 
“antenado”. O conhecimento de mundo torna as pessoas 
interessantes, e são essas pessoas normalmente as 
melhores redatoras. Afinal, gostamos de ler textos que nos 
tragam algo novo. Então, por que não levamos algo novo 
ao nosso leitor? Parece simples, mas infelizmente não é 
essa a realidade do vestibular. Por isso, nossa tarefa, a 
partir de hoje, será a de mantermos um contato ativo com 
o mundo que nos cerca, lendo as últimas notícias, 
pensando sobre seus significados, relacionando-as com 
nossa experiência de vida e com as ciências estudadas no 
colégio. 
 
 
 UNIDADE 3 
 
Coerência e Coesão 
 
COERÊNCIA 
O estudo da coerência trata da análise da 
compatibilidade semântica entre as partes de um texto, 
seja o texto verbal, seja o texto não verbal. Um texto é 
dito coerente quando não contém contradições e trata 
inteiro do mesmo assunto (estabelece-se ligação entre os 
significados das partes do texto: podemos dizer que a 
relação entre coesão e sintaxe é a mesma que a entre 
coerência e semântica) ou quando as mudanças de assunto 
seguem uma progressão lógica (construída pela coesão). 
Um texto deve ser compatível semanticamente com seu 
contexto e também não deve contradizer a si. Ao estudo 
da coerência interessa saber com o que cada trecho do 
texto guarda relação semântica, o que cria a divisão 
seguinte do estudo da coerência: 
 
Coerência externa 
A coerência externa de um texto é constituída pelas 
relações semânticas entre o texto e seu contexto. Um texto 
é externamente coerente quando as ideias nele 
apresentadas não contradizem a história, as estatísticas 
correntes, as ciências da época e outras formas de 
representação ou estudo da realidade da época do texto. 
O texto é dito externamente incoerente quando alguma 
de suas afirmações contradiz a realidade da época do 
texto. A incoerência externa pode ser causada por diversas 
razões sendo comuns as causadas por desconhecimento 
sobre o assunto e as causadas por generalizações 
apressadas, já que esses raciocínios parecem corretos ao 
autor. Observe as seguintes frases incoerentes: 
 
Redação 
 
 
 
 
 
 
ENEM 3 
 O homem já chegou a Marte. 
Nela, o desconhecimento, pelo autor, do assunto tratado 
o levou à construção da frase que contradiz a realidade, ou 
seja, uma frase com uma incoerência externa. Observe que 
muitas incoerências podem ser construídas pelo mal uso 
de recurso gramatical por simples que ele seja. A frase 
anterior se torna coerente se for modificada da seguinte 
maneira: 
 O homem nunca chegou a Marte. 
 
Coerência interna 
Trata da compatibilidade semântica entre os termos de 
um mesmo texto. Um texto é dito internamente coerente 
quando as suas ideias não se contradizem. 
A coerência interna se estabelece não só das relações 
semânticas de um texto, mas também da constância lexical 
(uso de palavras pertencentes sempre a um mesmo nível 
de linguagem) e sintática (uso de estruturas também 
sempre condizentes com o nível de linguagem exigido). 
 
Alguns exemplos: 
 Para se manter a coerência, é necessário saber a que 
termo cada um dos outros termos do período se 
relacionam assim como se deve saber o significado 
correto de cada termo utilizado. 
São exemplo de frases que apresentam incoerências 
sintático-semânticas as frases a seguir: 
A cabra é muito larga. 
 
Também é exemplo desse tipo de incoerência a frase a 
seguir: 
“É bom, mas pode ser ruim”. 
 
 
FIQUE LIGADO NO ENEM! 
Numa dissertação, a incoerência interna também pode ocorrer 
quando há mistura de níveis de linguagem. 
Um exemplo de incoerência freqüente é o uso de marcas de 
oralidade (que são os erros gramaticais originados da língua 
falada) ao longo de texto que segue a norma culta formal. 
Lembre-se: a mescla de diferentes tipos de linguagem denota 
ausência de coerência. 
 
Coesão 
A coesão e a coerência estão intimamente ligadas. Se a 
segunda é responsável pela parte do conteúdo, pode-se 
dizer que a primeira se responsabiliza pelo plano formal 
do texto. Sem dúvida alguma, é impossível um texto 
produzir sentido sem que haja algum tipo de ligação entre 
suas partes, logo, a coesão é vital para uma produção, já 
que é responsável pelas conexões existentes entre 
palavras, orações, frases, parágrafos e partes maiores de 
um texto. Os recursos de coesão são inúmeros: pronomes, 
advérbios, sinônimos, epítetos, metonímias, frases de 
apoio, termos-síntese, entre outros. Esses termos 
contribuem para um melhor entendimento do texto. 
Vejamos alguns deles: 
 
 
Alguns marcadores de Coesão 
 
Anáfora: Elementos de substituição que remetem a um 
termo já mencionado (remissão para trás). 
“A advogada estava certa da culpa de sua cliente. Apesar 
disso, esta tinha direito a defesa, e aquela faria de tudo 
para garanti-lo”. 
• ISSO retoma o predicado anterior: “estava certa da...”. 
• ESTA retoma “cliente”. 
• AQUELA retoma “advogada”. 
• O retoma “direito a defesa”. 
 
Catáfora: Elementos de substituição que remetem a um 
termo que ainda será mencionado (remissão para frente). 
“Embora ele não tivesse recursos disponíveis, o político 
mantinha firme seu propósito: aumentar a qualidade de 
vida de todos, pobres e ricos, negros e brancos, 
alfabetizados e iletrados”. 
• ELE antecipa “político”. 
• PROPÓSITO antecipa a oração seguinte “aumentar 
a...”. 
• TODOS antecipa a enumeração que o segue “pobres e 
ricos, negros...”. 
 
Sinonímia: Elementos de substituição que guardam traços 
semânticos comuns com o referente. 
“Vi uma garotinha correndo em minha direção segurando 
uma espécie de embrulho. Quando se aproximou, a 
menina me deu um abraço e deixou o pacote caído no 
chão.” 
• MENINA substitui “uma garotinha” 
• PACOTE substitui “uma espécie de embrulho” 
 
Conectivos 
Toda palavra ou expressão que se refere a coisas passadas 
no texto, ou mesmo as que ainda virão, são elementos 
conectores. Os termos a que eles se referem podem ser 
chamdos de referentes. Muita atenção, pois, com 
os conectores. Eis os mais importantes: 
 
 
 
Conectivo 
 
Relação de 
sentido 
Exemplo: 
Porque, pois, como, 
por 
isso, já que, visto 
que, uma vez que 
Causa 
Os bancários 
fizeram greve 
porque 
desejavam 
aumento de 
salário. 
Mas, porém, 
todavia, contudo, 
entretanto, embora, 
ainda que, mesmo 
que, apesar de 
Contradição / 
Oposição 
Apesar de o 
aluno estar 
com febre alta, 
foi à aula. 
Se, caso, contanto 
que, dado que, 
desde que, a menos 
que, a não ser que 
Condição 
Os bancários 
só receberão 
aumento se 
fizerem greve. 
 
Redação 
 
 
 
 
 
 
 4 
E, também, além 
de, não só,nem 
Adição 
Além de 
encontrar uma 
estrada 
movimentada, 
o motorista 
pegou chuva 
no caminho. 
.Ontem, hoje, 
amanhã, antes, 
depois, cedo, tarde, 
primeiramente, em 
seguida, a seguir, 
finalmente, quando, 
sempre, nunca, 
Tempo 
Quando 
alcançarmos as 
metas da 
empresa, 
seremos 
premiados com 
viagens para o 
exterior. 
Logo, dessa forma, 
portanto, assim, 
então 
Conclusão 
Sempre estudei 
muito durante 
o curso e fiz 
vários 
estágios; por 
isso, consegui 
uma vaga de 
trainee. 
Principalmente, 
sobretudo 
Prioridade/ 
relevância 
Dedicar-se a 
um curso de 
graduação é 
essencial para 
quem almeja 
ascensão e, 
principalment
e, para 
quem quer 
ingressar em 
programas de 
mestrado. 
Por exemplo, ou 
seja, isto é 
Esclarecimento 
A geração 
canguru, isto é, 
a geração de 
filhos que 
retardam a 
saída da casa 
materna, tem 
se mostrado 
cada vezmais 
resistente ao 
casamento. 
 
Segundo, conforme, 
assim 
como, do que, tanto 
(ou tão) quanto 
Comparação/ 
semelhança 
O curso de 
direito está 
tão concorrido 
quanto os 
cursos de áreas 
da saúde. 
 
Elipse: Omissão de um elemento que repetiria o referente 
(troca por zero - Ø). 
“Os convidados chegaram atrasados para o jantar, porque 
Ø não foram avisados de que os noivos resolveram 
antecipar Ø para as 18 horas.” 
As ELIPSES substituem “os convidados” e “o jantar” 
 
Paralelismo: consiste em criar uma sequência de frases 
com estrutura idêntica. É a simetria da frase. O princípio 
do paralelismo é facilitar a leitura do enunciado e 
proporcionar clareza à expressão. O paralelismo pode ser 
sintático e semântico. 
 
FIQUE LIGADO NO ENEM! 
Enquanto a COESÃO, se preocupa com a superfície textual 
(FORMA), a COERÊNCIA discute os significados expressos 
pelo texto (CONTEÚDO). Um texto coeso não é 
necessariamente coerente e vice-versa. No entanto, os dois 
aspectos tendem a estar ligados. 
EX 1: “O dia está chuvoso, pois ontem encontrei vários amigos 
no cinema, ainda que esse fato contrariasse as pesquisas 
apresentadas pela imprensa” (texto COESO, mas sem 
COERÊNCIA). 
EX 2: “Crise financeira. Aumento no valor do dólar. Diminuição 
das importações” (texto COERENTE, mas sem COESÃO). 
 
 
 UNIDADE 4 
 
Estrutura dissertativa 
 
Dissertação 
Dissertar é, por meio da organização de palavras, frases e 
textos, apresentar ideias, desenvolver raciocínio, analisar 
contextos, dados e fatos. Neste momento temos a 
oportunidade de discutir, argumentar e defender o que 
pensamos utilizando-se da fundamentação, justificação, 
explicação, persuasão e de provas. 
A elaboração de textos dissertativos requer domínio da 
modalidade escrita da língua, desde a questão ortográfica 
ao uso de um vocabulário preciso e de construções 
sintáticas organizadas, além de conhecimento do assunto 
que se vai abordar e posição crítica (pessoal) diante desse 
assunto. 
Tal atividade desenvolve o gosto de pensar e escrever o 
que pensa, de questionar o mundo, de procurar entender e 
transformar a realidade. 
 
Objetivo 
Já sabemos que a redação solicitada pelo Enem é uma 
dissertação: por meio dela o redator faz um julgamento 
crítico de algum aspecto da realidade, com a intenção de 
apresentar e defender uma proposta de intervenção sobre 
uma situação-problema, favorecendo a promoção dos 
direitos humanos. 
Com isso a Banca quer avaliar a capacidade do candidato 
refletir e explorar os seus conhecimentos para ensaiar uma 
resposta sustentável diante de uma situação que ainda não 
tem solução definitiva. 
Por meio da dissertação, tornamo-nos parte ativa do 
diálogo social. Nela assumimos e defendemos nossa visão 
de mundo – nossas interpretações, nossas posições e nosso 
julgamento. É como se a realidade fosse o paciente, e nós, 
o médico: cria-se a expectativa de que o texto fará um 
 
Redação 
 
 
 
 
 
 
ENEM 5 
diagnóstico que sintetize e explique todo um quadro de 
sintomas que reclamam providências. 
Para atingir os objetivos de um texto desse tipo, portanto, 
não basta fazer um conjunto de considerações 
generalizantes: é preciso assumir uma posição. Isso é 
confirmado textualmente em documentos oficiais: 
Na dissertação, o enunciador apresenta explicitamente sua 
opinião, valendo-se do recurso dos argumentos de apoio 
para comprovar suas hipóteses e tese e assegurar o 
desenvolvimento de seu projeto de texto. 
 
Como alcançá-lo 
Há várias maneiras de conceber o projeto de um texto 
dissertativo para atingir esse resultado. Mas desde a 
Antiguidade uma forma de estruturação vem se impondo: 
a que se convencionou chamar de estrutura ortodoxa da 
dissertação. 
Trata-se da organização do texto em três partes bem 
definidas, cada uma delas desempenho um papel 
específico: introdução, desenvolvimento e conclusão. 
Essa estrutura tem três grandes vantagens: 
 É um modelo consagrado, que vem sendo aperfeiçoado 
desde a Retórica clássica. Na Roma antiga, era comum 
os oradores organizarem seus discursos em uma 
introdução (chamada de exordium), um 
desenvolvimento (que tinha duas partes: narrativo e 
confirmativo) e uma conclusão (conhecida como 
peroratio). Seguir esse modelo, portanto, é dar 
demonstração de familiaridade com uma linhagem de 
pensamento muito relevante em nossa cultura. 
 Normalmente, as dissertações que as bancas divulgam 
como exemplos de textos bem escritos seguem a 
estrutura ortodoxa. Sua utilização, portanto, embora 
não valha como garantia de sucesso, ao menos mostra 
que o enunciador já teve contato co textos 
considerados exemplares. 
 Organizar ideias e apresentá-las numa progressão 
coerente não é tarefa simples. A estrutura ortodoxa 
configura inegavelmente, um modo eficiente de 
promover essa organização. 
 
Por tudo isso, é conveniente valer-se das 
prerrogativas da estrutura ortodoxa. Trata-se 
de uma maneira segura de dar organização a 
textos dissertativos. 
 
Espera-se que uma dissertação: 
 Comece com uma introdução em que se apresente o 
tema posto em debate. Já procurando conseguir a 
adesão do interlocutor à proposta do enunciador; 
 Prossiga com um desenvolvimento em que as 
concepções sugeridas na introdução sejam expandidas 
e comentadas; 
 Encerre-se com uma conclusão em que as informações 
apresentadas no desenvolvimento sejam enfeixadas em 
torno da proposta de intervenção prenunciada na 
introdução. 
 
 
 
 
 UNIDADE 5 
 
Primeiros procedimentos 
 
Interpretação da proposta de tema de redação 
É preciso ressaltar, antes de tudo, que a primeira etapa 
talvez seja a mais importante de todas. Isso porque se o 
candidato não tiver conseguido apreender na totalidade 
aquilo que a banca colocou em discussão, sempre será 
aplicado algum tipo de penalidade. Essa “falha” do 
vestibulando é o que chamamos de fuga ao tema. A fuga 
pode ser total ou parcial: no primeiro caso, a redação é 
anulada, pois não há possibilidade de corrigir um texto 
que explana sobre um assunto completamente diferente do 
solicitado; e no segundo as possibilidades de erros são 
inúmeras, com penalidades variando, adequando-se ao 
problema apresentado. 
 
Para não cometer erros: 
Dê atenção total a cada uma das palavras que compõem 
o tema. Se aqueles foram os textos escolhidos, é porque a 
composição deles - logo, suas palavras – apresentação 
com precisão a temática selecionada. Assim, observe a 
inter-relação entre eles, não deixando escapar nenhum dos 
sentidos apresentados. 
 
Muito cuidado para não confundir tema e assunto. A falta 
de distinção pode levar o aluno a uma falha bastante 
grave. O assunto pode ser uma referência genérica ou um 
fato específico; o que o diferencia do tema é que este 
último é uma discussão direcionada, construída a partir do 
assunto escolhido. 
Exemplo: 
Assunto: Torcedora gremista ofende o jogador do Santos. 
Possível tema: O que deve ser feito para exterminar o 
preconceito racial? 
 
De modo geral, os vestibulares costumam trazer 03 formas 
de apresentar uma discussão temática: 
 Proposta compreendida a partir de um texto-base e/ou 
uma frase-tema. 
 Proposta compreendida a partir de uma coletânea de 
textos, que dialogam entre si. 
 Observação: nos dois primeiros casos, nem sempre a 
frase-tema não está explícita e deve ser inferida pelo 
candidato com base nos textos da coletânea. 
 Proposta compreendida a partir de texto não-verbal ou 
de texto híbrido. 
 
Utilizando as coletâneas 
Como vimos, o ato de redigir é antecedido pelo de leitura. 
Com o material fornecido pela banca, o aluno terá seu 
raciocínio bem norteado, sem se perder nos inúmeros 
caminhos que lhe ocorrem ao ler o tema. Ao mesmo 
tempo, ele deverá exercer sua capacidade de absorver o 
conteúdo apresentado, adaptando-o a seu projeto de texto, 
como que numa atividade de reciclagem criativa.Redação 
 
 
 
 
 
 
 6 
Com frequência, porém, os candidatos confundem uso 
com cópia ou citação literal. Para não cometer tal erro e 
utilizar a coletânea de modo adequado é importante 
observar que a leitura dos textos presentes na coletânea 
deve ser uma oportunidade para: 
 Mapear o campo de debate, para identificar as 
principais correntes em disputa: os temas selecionados 
pelas provas envolvem problemas que geram polêmica 
na sociedade. Por trás das teses e dos argumentos 
conflitantes, há interesses e visões de mundo distintas. 
A leitura da coletânea, articulada ao repertório do 
candidato, deve ser suficiente para que ele possa ter 
uma noção razoável dos interesses em jogo, dos 
setores da sociedade implicados no debate e dos 
valores defendidos em cada um deles. 
 Identificar argumentos e possibilidades de contra 
argumentar: esse mapeamento dos setores sociais 
permitirá tomar ciência de alguns dos principais 
argumentos utilizados por cada uma das correntes 
ideológicas na defesa de suas teses. Isso também deve 
servir como estímulo para o candidato formular 
possíveis refutações, os contra argumentos. 
 Reconhecer pontos a ressalvar: ao entrar em contato 
com os argumentos apresentados na defesa do 
posicionamento contrário ao seu, o candidato deve 
avaliar a conveniência de fazer ressalvas, ou seja, 
admitir a validade de algum argumento contrário para 
depois considerá-lo menos relevante que seus 
argumentos pessoais. 
 Questionar-se, enriquecendo, aprofundando e 
solidificando o posicionamento explicitado na tese 
defendida: as três etapas anteriores devem servir de 
estímulo à reflexão crítica, propiciando maior 
densidade e personalidade à dissertação. A solidez de 
uma argumentação está diretamente relacionada ao seu 
grau de adesão à cidadania e aos valores morais. 
 
Listagens 
O candidato deve elencar em uma folha de rascunho toda 
e qualquer referência que tiver acerca do tema abordado, 
sem restrição, tudo o que vier na cabeça, referências, 
exemplos, ideias, argumentos. Assim, torna-se mais fácil 
visualizar suas impressões acerca da temática. 
 
Organização e seleção das ideias 
Listada suas impressões sobre a temática é hora de 
selecionar as melhores ideias, organizadas e associadas 
entre si, de modo que haja a máxima coerência possível. 
 
Roteiro 
Último momento pré-produção de texto. Cabe aqui a 
organizar do ‘esqueleto’ do texto, uma vez que já se tem a 
tese sobre o tema, é hora de planejar as primeiras linhas da 
introdução, a ordem de apresentação dos argumentos para 
chegar-se à conclusão, ou seja, ao fechamento das ideias e 
a reafirmação da tese anteriormente apresentada. 
 
 
 
FIQUE LIGADO NO ENEM! 
Somente depois de observadas essas quatro etapas é que o 
candidato deverá começar a escrever. 
É importante lembrar que quanto mais tempo for investido no 
planejamento do texto, menos tempo será gasto na produção 
propriamente dita. Isso porque um texto bem planejado “flui”, a 
‘escritura progride’ muito mais do que aquele feito “na hora” ­ 
em que o aluno acaba “empacando”, ou seja, parando o 
processo por inúmeras vezes. 
 
 
 UNIDADE 6 
 
Introdução 
 
Quais são os objetivos de uma introdução? 
Um exame mais cuidadoso da própria palavra pode 
colaborar para a compreensão do que se pretende com 
uma introdução. Eis o que traz o dicionário eletrônico 
Houaiss sobre esse termo: introdução: palavra formda a 
partir do verbo latinducere “levar, transportar, puxar sem 
descontinuidade: conduzir”, e do prefixo intro-, derivado 
do advérbio latino intro “dentro (especialmente de 
casa)”,(com verbos que denotam movimento, como é o 
caso de conduzir), levar “para dentro, para o interior” (...). 
Entende-se que introduzir, na origem, era “levar para 
dentro de casa”, apresentar, “mostrar os cômodos do 
edifício”. No nosso caso, é conduzir para o interior do 
texto, dando pistas sobre a sua organização, a sua 
orientação geral. 
O objetivo pretendido é que o leitor “sinta-se em casa”, de 
forma que ele consiga identificar o tema em discussão e 
obter uma pista para prever a proposta do enunciador. 
Além disso, convém que a introdução seja capaz de atiçar 
a curiosidade, de atrair o leitor, fazê-lo imaginar, de 
antemão, os possíveis “caminhos” de argumentação, 
antevendo a “linha’ a que o enunciador irá se filiar, o 
percurso argumentativo do texto. 
 
Como atrair a atenção? 
Para compreender o papel da introdução de um texto 
dissertativo, vamos compará-la ao trailer de um filme. 
A função de um trailer é atrair o público para o filme, e 
para isso é preciso criar expectativas, despertar a 
curiosidade. Um trailer de sucesso mostra, em poucos 
minutos, elementos do enredo suficientes para dar uma 
noção sobre os conflitos que irão prender a atenção do 
espectador – dificilmente o público se sentirá atraído se 
não tiver pelo menos uma noção do gênero da película. 
Para atrair, então, é necessário mostrar aquilo que se julga 
importante e atraente. 
Mas é preciso cuidado para não mostrar demais, pois, se o 
trailer “entregar o fim do filme”, surtirá o efeito oposto: ao 
invés de criar expectativas, destruirá todo o suspense, 
afastando o espectador. Para manter o mistério e prender a 
atenção, é preciso esconder o desfecho. 
 
Redação 
 
 
 
 
 
 
ENEM 7 
Atrair, então, é o resultado de um jogo sutil entre mostrar 
e esconder. Isso vale tanto para um trailer como para a 
introdução do texto dissertativo. 
 
O que a introdução deve mostrar: 
Uma introdução deve mostrar o suficiente para situar o 
leitor levando-o a prosseguir na leitura. Para isso, espera-
se que ela contenha, pelo menos, os dois elementos já 
mencionados: 
1. A explicitação do tema, demonstrando que o 
enunciador apreendeu a questão posta em debate. 
 
2. A especificação da visão de mundo a ser exposta no 
texto ou, no mínimo, uma pista sobre a intervenção 
que será proposta. 
 
Além disso, para melhor atrair a atenção do leitor, é 
conveniente que a introdução também ressalte a relevância 
da questão posta em debate, relacionando-a ao universo 
cultural do público. 
Não é comum que alguém se interesse por um assunto 
com o qual não tenha nenhuma relação. Ao contrário, o 
leitor estará mais disposto a dedicar a sua atenção a um 
texto se puder identificar nele elementos de sua vivência, 
sobretudo se tiver noção dos possíveis riscos e/ou 
vantagens para a vida de sua comunidade implicados na 
polêmica. Em outras palavras, temos interesses pelos 
assuntos que, de alguma forma, dizem respeito a nós, 
enquanto indivíduos inseridos em uma sociedade. Isso faz 
com que as introduções frequentemente incluam o terceiro 
elemento, a seguir: 
 
3. Uma relação da questão com o repertório de 
conhecimentos do público, ou seja, uma 
contextualização do problema, situando-o em um 
universo mais amplo ou particularizando-o em 
alguma situação concreta de conhecimento geral. 
 
O que a introdução deve esconder: 
Deve ocultar pelo menos algum argumento significativo, 
garantindo que o leitor, à medida que prossegue na leitura, 
perceba um acréscimo na carga de informação 
transmitida. Se todas as ideias importantes forem 
apresentadas na introdução, o texto tenderá à redundância, 
ou seja, à mera repetição, traindo a expectativa do leitor. 
Assim como um filme deve revelar algo de surpreendente, 
evitando criar a impressão de que tudo era previsível, o 
texto precisa surpreender o leitor, oferecendo-lhe 
informações novas. 
 
Algumas estratégias de introdução 
Do que foi até aqui, depreende-se facilmente que não 
existe uma “receita infalível” de boa introdução. Há, 
entretanto algumas estratégias bastante eficazes, 
perceptíveis tanto em textos de autores consagrados 
quanto em muitas redações consideradas exemplares pelas 
Bancas examinadoras. Essas estratégias podem ser 
resumidas em quatro tipos de introdução: clássica (ou porcontextualização), questionadora ( ou por interrogação), 
provocativa (ou pela transgressão) e insinuante (ou pela 
sugestão das figuras). 
Sejam elas empregadas isoladamente ou combinadas, em 
geral dão resultado. 
 
Introdução clássica por contextualização 
Consiste em situar a questão sob debate no interior de um 
universo mais amplo, do ponto de vista histórico, 
geográfico ou ideológico. A intenção é criar um painel no 
qual a questão se enquadre, relacionando-a com o 
repertório de conhecimentos do leitor, para enfatizar a 
importância do tema. Os dados que formulam esse 
contexto podem ser diversos tipos, compondo, por 
exemplo: 
 Um percurso histórico; 
 Uma enumeração de exemplos concretos; 
 Uma apresentação de dado(s) estatístico(s); 
 Uma definição de termos implicados no problema; 
 Um resumo das teses em circulação. 
A contextualização também pode ser conseguida com a 
exposição de dados geográficos, formando, por exemplo, 
um painel que explore semelhanças e contrastes entre 
diversas regiões do país ou do mundo. 
 
Introdução questionadora 
Consiste em lançar interrogações a respeito da questão 
que será analisada e respondida no percurso textual. As 
perguntas delimitam o tema e podem servir para antecipar 
quais serão os passos seguidos pelo enunciador na 
sequência do texto, situando o leitor. Note-se que essa 
estratégia é válida para conquistar a atenção do leitor 
desde que as perguntas formuladas admitam uma resposta 
fundamental por uma argumentação consistente. 
 
Introdução provocativa 
Consiste em atacar opiniões difundidas no senso comum, 
por meio de afirmações de impacto. O sucesso dessa 
estratégia depende, evidentemente, da argumentação que a 
sucede: a postura contestatória pode ser eficiente para 
atrair o leitor, mas exigirá esforço redobrado na 
sustentação de uma proposta de intervenção que não pode 
afrontar os direitos humanos. 
 
INTRODUÇÃO INSINUANTE (PELA SUGESTÃO 
DAS FIGURAS) 
Consiste em sensibilizar o leitor para a questão, por 
meio da breve narração de um caso particular ilustrativo, 
de comparações ou de citações que sirvam como 
motivação para a discussão do tema e para a leitura. 
a) Exploração da comparação (analogia/metáfora); 
b) Citação ou alusão motivadora. 
o efeito de sensibilização do leitor pode ser conseguido 
também por meio de uma narrativa sintética de algum 
caso exemplar. 
 
 
 UNIDADE 7 
 
Desenvolvimento 
 
Conceito e estrutura 
O desenvolvimento constitui a maior parte do texto 
dissertativo, e é nele que a introdução se expande. Sua 
 
Redação 
 
 
 
 
 
 
 8 
função principal consiste em defender a visão de mundo 
do enunciador, explicitada ou sugerida no primeiro 
parágrafo do texto. Vale ressaltar que o desenvolvimento é 
a parte mais importante da dissertação, pois é nele que 
surgem os principais recursos argumentativos – 
justamente aqueles que vão ser responsáveis pelo 
convencimento do leitor. 
 
Os Parágrafos na Dissertação Escolar 
Parágrafo-padrão é uma unidade de composição 
constituída por um ou mais de um período, em que se 
desenvolve determinada ideia central, ou nuclear, a que se 
agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas 
pelo sentido e logicamente decorrentes dela. 
Nas dissertações, os parágrafos são estruturados a partir de 
uma ideia que normalmente é apresentada em sua 
introdução, desenvolvida e reforçada por uma conclusão. 
Muito comum nos textos de natureza dissertativa, que 
trabalham com ideias e exigem maior rigor e objetividade 
na composição, o parágrafo-padrão apresente a seguinte 
estrutura: 
 introdução - também denominada tópico frasal, é 
constituída de uma ou duas frases curtas, que 
expressam, de maneira sintética, a ideia principal do 
parágrafo, definindo seu objetivo; 
 desenvolvimento - corresponde a uma ampliação do 
tópico frasal, com apresentação de ideias secundárias 
que o fundamentam ou esclarecem; 
 conclusão - nem sempre presente, especialmente nos 
parágrafos mais curtos e simples, a conclusão retoma a 
ideia central, levando em consideração os diversos 
aspectos selecionados no desenvolvimento. 
 
Tópico frasal 
A ideia central do parágrafo é enunciada através do 
período denominado tópico frasal (também chamado de 
frase-síntese ou período tópico). Esse período orienta ou 
governa o resto do parágrafo; dele nascem outros períodos 
secundários ou periféricos; ele vai ser o roteiro do escritor 
na construção do parágrafo; ele é o período mestre, que 
contém a frase-chave. 
Como o enunciado da tese, que dirige a atenção do leitor 
diretamente para o tema central, o tópico frasal ajuda o 
leitor a agarrar o fio da meada do raciocínio do escritor; 
como a tese, o tópico frasal introduz o assunto e o aspecto 
desse assunto, ou a ideia central com o potencial de gerar 
ideias-filhote; o tópico frasal é enunciação argumentável, 
afirmação ou negação que leva o leitor a esperar mais do 
escritor (uma explicação, uma prova, detalhes, exemplos) 
para completar o parágrafo ou apresentar um raciocínio 
completo. Assim, o tópico frasal é enunciação, supõe 
desdobramento ou explicação. 
A ideia central ou tópico frasal geralmente vem no 
começo do parágrafo, seguida de outros períodos que 
explicam ou detalham a ideia central, de variadas 
maneiras (por enumeração, por descrição, por confronto, 
por análise, por exemplos, etc.) 
 
Argumentação 
Argumentação é, de modo geral, um conjunto de 
procedimentos linguísticos utilizado pelo enunciador para 
convencer o leitor, obtendo sua adesão. 
Argumentar não é demonstrar 
A demonstração é a estratégia do método científico 
moderno. Admitem-se apenas dois tipos de provas: os 
dados verificáveis pela observação impessoal e as 
deduções lógicas inegáveis, relações de ideias em que uma 
necessariamente leva à outra. São provas universais, 
válidas para toda a humanidade, já que independem das 
crenças e das disposições do auditório. As conclusões de 
uma demonstração não admitem contestação, são válidas 
até que sejam obtidas novas evidências que demonstrem o 
contrário. 
A argumentação, por outro lado, toma como ponto de 
partida as várias crenças e valores que coexistem em uma 
sociedade. Como vimos, exige que se pressuponha que, 
apesar da divergência de opiniões, existiam valores 
comuns entre os participantes de um debate, o que tornaria 
possível buscar algum grau de sintonia entre as mentes. 
Enquanto a demonstração parte de ideias evidentes e 
verificáveis, a argumentação fundamenta-se em um 
acordo entre o enunciador e seu auditório a respeito do 
grau de importância desses direitos universais. Eles são 
priorizados de tal forma que os valores em comum se 
sobrepõem aos particulares. 
 
Em síntese, demonstração e argumentação apresentam 
alguns traços distintivos: 
 
 
Demonstração Argumentação 
Baseia-se em dados 
verificáveis e em 
princípios lógicos 
Baseia-se em valores 
sociais, nas crenças e nos 
interesses. 
Dados articulados por 
necessidade lógica, sem 
intervenção do orador 
Dados articulados pelo 
orador segundo sua força 
persuasiva 
Independente do auditório É dirigida ao auditório 
Prova a verdade de 
descobertas e raciocínios 
lógico-matemáticos 
Defende a conveniência ou a 
inconveniência de teses e 
atitudes 
Conclusões são 
incontestáveis 
Conclusões admitem 
contestação 
Encerra a polêmica Realimenta a polêmica 
 
Recursos Argumentativos 
 Citação de autoridade: Caracteriza-se pela citação de um 
pensamento ou frase de uma autoridade no assunto que 
está sendo debatido. Entende-se como autoridade o 
indivíduo que possui algum tipo de especialização no 
assunto em pauta e é reconhecível pelo homem médio. Há 
prós e contras na utilização desse tipo de argumento. O 
seu emprego é positivo quando permite evidenciar 
capacidade de leitura e reflexão por parte do enunciador, 
inter-relacionando discursos, achamada intertextualidade. 
Por outro lado, pode ser negativo quando o discurso do 
outro, a autoridade, ganha mais destaque que o 
pensamento do próprio autor da dissertação. Assim, é 
necessário equilíbrio e bom senso para que não se perca a 
marca de autoria do discurso. 
 Comparação: apresentação de dois quadros de realidade 
diferentes e destaque das características divergentes e 
 
Redação 
 
 
 
 
 
 
ENEM 9 
comuns, no intuito, por exemplo, de demonstrar avanço ou 
retrocesso em determinado país ou período histórico. 
 Causa-consequência. Esta é uma estratégia que explora o 
bom-senso do leitor e a capacidade de o escrevente levar à 
reflexão sobre terminado assunto. O argumento funciona 
como decorrência de uma informação posta no texto, 
estabelecendo-se uma relação entre fato motivador (causa) 
e resultado (consequência). 
 Exemplificação. Este é um tipo de mecanismo, até certo 
ponto, mais acessível, visto que abre a possibilidade de 
recorrer a fatos comuns do cotidiano, ou veiculados pela 
mídia de grande circulação, para retratar uma realidade em 
que se confirma a opinião defendida no texto. Os cuidados 
que se deve ter ao usar essa estratégia são: estabelecer 
coerência entre o exemplo dado e a tese do texto; não 
utilizar exemplos muito particulares, pois isso tornaria 
mais difícil a aceitação da tese por parte de outra pessoa 
que se distancie da sua realidade, e também porque, 
quando partimos para nossa realidade particular, 
restringimos a discussão a um ponto de vista limitado, 
muito apegado às nossas crenças. Isso não é desejável 
num texto argumentativo, que exercita o pensamento 
lógico-racional. 
 Dados quantitativos. Apontado como uma das estratégias 
argumentativas mais confiáveis - por trabalhar com a 
realidade dos números, a qual é mais dificilmente 
contestável - o recurso a dados quantitativos pode se 
constituir da citação de pesquisas que envolvam dados 
estatísticos e de números, percentuais em sua maioria. Os 
dados devem estar em consonância com a tese apresentada 
e devem vir de fonte segura, reconhecida, como as 
universidades federais e os ministérios do governo. 
 
FIQUE LIGADO NO ENEM! 
O uso excessivo de exemplos pode comprometer a qualidade 
do texto. Muitos alunos acabam recorrendo a esse expediente 
sem qualquer tipo de interpretação da realidade, atendo-se 
apenas à exposição dos fatos. O texto perde sua força de 
convencimento e acaba por incorrer em um problema 
fundamental: torna-se um texto expositivo. 
Por último, é importante frisar que os argumentos utilizados 
devem estar em concordância com a tese defendida, pois visam 
justificá-la. 
 
 
 UNIDADE 8 
 
Conclusão 
 
A conclusão em sentido estrito 
Do ponto de vista lógico, a conclusão pode ser entendida 
como uma decorrência natural de um raciocínio 
anteriormente apresentado; ela não nasce do nada, mas 
sim de tudo aquilo que se afirmou na introdução e no 
desenvolvimento. 
A estrutura silogística ajuda a entender essa definição 
stricto sensu de conclusão. O silogismo, cuja base é o 
aristotelismo, estrutura-se a partir de duas proposições 
(chamadas premissas) que originam uma conclusão: 
 
Permissa 1: as desigualdades sociais nos países africanos 
são maiores do que na França. 
Permissa 2: a Etiópia é um país africano. 
Conclusão: As desigualdades sociais na Etiópia são 
maiores do que na França. 
 
Nota-se que, neste tipo de raciocínio, a conclusão apenas 
explícita uma informação que já estava contida nas 
premissas iniciais. Por isso, no silogismo, a conclusão 
nunca traz uma ideia nova ao raciocínio; sua função é 
apenas a de enunciar o que já estava implícito. 
 
Objetivos 
 Fazer o leitor perceber que o texto acabou. As 
possibilidades de indicar o término são inúmeras, 
mas uma boa dica é começar o parágrafo com 
uma palavra ou expressão que tenha valor 
conclusivo. Palavras e expressões denotativas 
como “desse modo”, “sendo assim”, “portanto”, 
“então”, “dessa forma” e outras afins, constituem 
ótimas sugestões. 
 Buscar ser uma decorrência natural daquilo que foi 
dito ao longo do texto. Em outras palavras, ela 
deve ser uma espécie de síntese ratificadora da 
argumentação do enunciador. Uma boa estratégia 
é tentar parafrasear a tese apresentada 
na introdução. 
 Por fim, devemos sempre nos preocupar com aquela 
boa impressão – já mencionada – que devemos 
causar à banca examinadora. Por isso, no espaço 
que ainda estiver disponível para a confecção do 
texto, o aluno deverá, no mínimo, manter (e, se 
possível elevar) o nível de interesse do leitor. 
Trata-se de um “algo mais” em relação aos 
outros candidatos, a ‘marca de autoria’, o que 
certamente aumentará a sua nota. 
 
A conclusão no Enem: Uma proposta de intervenção 
No Enem, a proposta de redação permite que o enunciador 
apresente uma sugestão para solucionar o problema ou um 
dos problemas levantados pela proposta de redação. É 
claro que é impossível, em cinco ou seis linhas, propor 
uma solução milagrosa para um problema; por isso, 
falamos em “proposta de intervenção”, e não 
simplesmente em “solução”. A sua proposta de solução 
tem que ser objetiva, ou seja, tem que ser algo que possa 
ser posto em prática. Além disso, precisa ser algo que 
tenha a ver com o que você disse ao longo da redação. O 
examinador quer saber se você, como cidadão, sabe qual o 
problema existente no tema e qual a sua ideia para 
amenizá-lo. Não é uma questão de defender 
ardorosamente determinado ponto de vista. Trata-se de 
buscar uma ação aplicável na sociedade, mostrando 
respeito aos valores humanos e considerando a 
diversidade sociocultural”. 
 
 Relação com a análise – Imagine um texto sobre a 
criminalidade entre crianças e adolescentes no 
Brasil. Ao tratar das causas desse grave problema, 
 
Redação 
 
 
 
 
 
 
 10 
ele aponta para a pobreza e o desemprego. Diz, em 
síntese, que é por falta de condições econômicas 
dignas que tantos meninos e jovens tornam-se 
infratores no país. No final, propõe que a educação 
pública deve sofrer uma reforma profunda, de modo 
que haja maior acesso a informações, valores e 
oportunidades. 
 
 Medidas específicas e realizáveis – Muitas vezes os 
textos propõem medidas vagas, gerais, que não 
adicionam muito à discussão, ainda que respeitem os 
valores humanos e sejam coerentes com a análise 
empreendida. Exemplo: Quanto ao problema dos 
menores infratores, alguém poderia propor melhorar 
a educação e diminuir a pobreza. O.k., todos 
concordamos com isso. Mas como melhorar a 
educação, como diminuir a pobreza? É claro que o 
ENEM não espera que você tenha conhecimento 
técnico no assunto. Mas vale um esforço para 
elaborar medidas mais específicas e concretas, como 
aumento do salário dos professores da rede pública, 
maior permanência na escola, apoio à prática de 
atividades esportivas, programas de bolsas que 
estimulem o jovem a estudar e se preparar para o 
mercado, aumento do salário mínimo e melhora na 
infraestrutura e na segurança nas comunidades mais 
carentes. 
 
 Diálogo com o que existe – Por fim, vale lembrar 
que os temas do ENEM, por serem de interesse 
público, normalmente são alvo de ampla discussão 
na sociedade. Já circulam diversos posicionamentos 
sobre eles, e os governos e a sociedade certamente 
estão envolvidos em possíveis soluções, ainda que 
infelizmente elas nem sempre sejam as melhores. 
Tanto secretarias e ministérios quanto ONGs 
realizam ações por diversas causas. Discuta, 
dialogue, mostre interesse em participar da busca 
pelas melhores soluções. 
 
FIQUE LIGADO NO ENEM! 
Cuidado com a ‘utopia’ e o discurso panfletário. Uma proposta 
de intervenção válida, além de visar à promoção dos direitos 
humanos, deve, mesmo com poucas linhas, manifestar uma 
visão de mundo que contemple a complexidade e a diversidade 
social e ideológica do Brasil. Além de evitar o simplismoutópico, 
convém fugir do enredo ‘panfletário’ daqueles que, em tom 
taxativo, dizem-se senhores de soluções definitivas, que, 
entretanto, não foram jamais implementadas. Formulações do 
tipo “Basta apenas...”, “é só...” e outras do mesmo tom apenas 
revelam simplismo e uma visão autoritária.

Continue navegando