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Duplicata: Título de Crédito

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Duplicata
A duplicata é um titulo de crédito concebido pelo direito brasileiro, que nasceu como instrumento de politica fiscal, que controlava a incidência do imposto de selo e se consolidou em razão do pouquíssimo uso da letra de câmbio na praxe comercial nacional.
A grande característica da duplicata, que difere essencialmente da letra de câmbio, é a sal sistemática de aceite obrigatório.
Registre-se, ainda, que atualmente a duplicata é regulada por legislação especifica, trata-se da Lei 5.474/1968 e do Decreto-lei 436/1969, que lhe fez algumas alterações.
Causalidade da duplicata:
A duplicata é titulo causal, ou seja, só pode ser emitida para documentar determinadas relações jurídicas preestabelecidas pela sua lei de urgência, quais sejam: uma compra e venda mercantil, ou um contrato de prestação de serviços.
Nenhum outro negocio jurídico, portanto, admite a emissão de duplicata. Na prática, a duplicata mais utilizada, com ampla folga, é a que representa uma compra e venda mercantil, chamada simplesmente de duplicata mercantil. O Superior Tribunal de Justiça já decidiu, por exemplo, que é nula duplicata emitida em razão de contrato de leasing.
A causalidade da duplicata significa tão somente que ela só pode ser emitida nas causas em que a lei expressamente admite a sua emissão. Deve-se frisar que a causalidade da duplicata é tão forte que o Código Penal previa, até meados de 1990, como crime a emissão e o aceite de duplicata que não correspondesse efetivamente a uma compra e venda mercantil ou um contrato de prestação de serviços. A lei 8.137/1990 alterou o art. 172 do Código Penal, passando a prever como crime a emissão de duplicata em desacordo com a mercadoria vendida.
Características essenciais:
Além de ser um titulo causal, a duplicata é titulo de modelo vinculado, ou seja, só pode ser emitida com obediência rigorosa aos padrões de emissão fixados pelo Conselho Monetário Nacional. Além disso, deve conter os seguintes elementos: a) a expressão duplicata e a clausula de ordem, b) data de emissão, c) os números da fatura e da duplicata, d) a data do vencimento, e) o nome e o domicilio do vendedor, f) o nome, o domicilio e o numero de inscrição no cadastro de contribuintes do comprador, g) a importância a ser paga, por extenso e em algarismo, h) o local do pagamento, i) o local para aceito do sacado, j) a assinatura do sacador.
Emitida com obediência aos requisitos acima listados, deve a duplicata ser enviada ao sacado para que ele a pague, quando se tratar de duplicata á vista ou a aceite ou devolva, se se tratar de duplicata a prazo. Vê-se, que a duplicata é titulo estruturado como ordem de pagamento.
É preciso ressalvar, no entanto, que aceite obrigatório não significa, de modo algum, aceite irrecusável. A obrigatoriedade do aceite da duplicata, não permite a afirmação de que o aceite jamais poderá ser recusado, para que haja a recusa é necessária a apresentação de justificativa plausível, tal como: 1) o não recebimento das mercadorias, 2) a existência de vícios nos produtos recebidos e 3)a entrega fora do prazo estipulado e etc.
Sistemática da emissão, aceite e cobrança da duplicata:
A duplicata é titulo de crédito emitido pelo próprio credor. A duplicata é efetivamente o único titulo que pode ser emitido para documentar uma compra e venda. Essa regra, na verdade, exclui apenas a possibilidade de emissão de letra de câmbio, mas é plenamente possível a emissão de nota promissória ou cheque, por exemplo.
Emitida a duplicata, ela devera então ser enviada para o devedor, para que este efetue o aceite e a devolva. Caso ele recuse o aceite, conforme já destacado, terá que justificar tal ato. Esta sistemática esta disciplinada não art. 6º da Lei das Duplicatas. O § 1º prevê que: “o prazo para a remessa de duplicata será de 30 (trinta) dias, contando da data de sua emissão”, já o § 2º complementa que: “se a remessa for feita por intermédio de representantes de instituições financeiras, procuradores ou correspondentes, estes deverão apresentar o titulo ao comprador dentro de 10 (dez) dias, contados da data de seu recebimento na praça de pagamento”.
Feita a remessa, cabe então ao devedor aceitar a duplicata e devolve-la, salvo, repita-se se tiver razoes plausíveis para recusar o aceite, caso em que deve fazê-lo de forma escrita e justificada. É o que prevê o art. 7º da Lei de Duplicatas.
Considerando, sobretudo o fato deque o aceite no regime da duplicata é obrigatório, vê-se então que o devedor se obriga ao pagamento desse titulo independentemente de aceitá-lo expressamente. Daí porque se diz que o aceite, na duplicata, pode ser expresso ou presumido.
O aceite expresso, como o próprio nome já indica, é aquele realizado no próprio titulo, no local indicado. Nesse caso, a duplicata se aperfeiçoa como titulo de credito sem maiores formalidades. Já o aceite presumido, por sua vez, ocorre quando o devedor recebe, sem reclamação, as mercadorias adquiridas e enviadas pelo credor. Nesse caso, ainda que a duplicata não seja aceita expressamente, o simples fato de o devedor ter recebido as mercadorias sem recusa formal já caracteriza o aceite do título, que se diz, portanto, presumido, provando-se pela mera demonstração do recebimento das mercadorias. A grande diferença entre o aceite expresso e o aceite presumido se manifesta na execução da duplicata. Com efeito, a duplicata aceita expressamente, como é título de crédito perfeito e acabado, pode ser executada sem a exigência de maiores formalidades. Basta a apresentação do título. Além da apresentação do título, são necessários o protesto e o comprovante de entrega das mercadorias. Essa sistemática está prevista no art. 15 da Lei das Duplicatas. 
O Superior Tribunal de Justiça é bastante rigoroso na análise da possibilidade de execução de duplicata sem aceite, ou seja, aceita por presunção. Exige-se a prova inequívoca do recebimento das mercadorias ou da efetiva prestação dos serviços.
É entendimento também do Superior Tribunal de Justiça que a exigência de comprovação da entrega das mercadorias, para que a duplicata não aceita expressamente se aperfeiçoe como título executivo, só é necessária se a execução é voltada contra o devedor principal, ou seja, o comprador. Se, todavia, a execução é direcionada contra o sacador, isto é, contra o próprio vendedor, no caso de ele ter endossado o título a terceiros, é desnecessária a referida comprovação. Por outro lado, entende também o mesmo STJ que a duplicata sem aceite, caso não se consiga demonstrar inequivocamente a entrega das mercadorias, pode embasar o ajuizamento de ação monitória.
Outro entendimento importante do STJ sobre duplicatas diz respeito aos casos em que uma duplicata sem causa é transferida por endosso. O STJ pacificou seu entendimento, no sentido de que o endossatário que recebe tal título e o encaminha a protesto responde perante o suposto devedor.
No que se refere ao protesto da duplicata, destaque-se que este pode ser de três tipos: 1) por falta de aceite, 2) por falta de devolução, 3) por falta de pagamento. Ressalte-se que a praça de pagamento constante do título, além de ser o local indicado para a realização do protesto, é também o foro competente para a ação de execução, nos termos do art. 17 da Lei das Duplicatas. Esse protesto por indicações é realizado quando há a retenção (não devolução) do título por parte do devedor (comprador). Nesse caso, como o credor (vendedor) não está na posse do título, deverá então fornecer ao cartório as indicações deste, retiradas da fatura e do Livro de Registro de Duplicatas de que trata o art. 19 da lei.
Portanto, havendo a retenção da duplicata, o procedimento mais correto a ser adotado para a conservação dos direitos creditórios é a realização do protesto por indicações. Com esse protesto, bem assim com a comprovação da entrega das mercadorias, poderá ser ajuizada a competente execução. O Superior Tribunal de Justiça decidiu que não é admissível o protesto por indicações de meros boletos bancários, sendo indispensável que tenha havido a emissão deduplicatas e a posterior retenção delas por parte do comprador.
Não obstante seja a sistemática do protesto por indicações prevista na lei, não é o que ocorre na prática, algumas vezes. É comum, quando há retenção da duplicata, que o credor emita uma triplicata, enviando-a posteriormente a protesto para executá-la na sequência. Com efeito, a triplicata só deve ser emitida quando há perda ou extravio da duplicata, nos termos do art. 23 da Lei das Duplicatas. No entanto, como não há maiores prejuízos, tem-se aceito a prática sem maiores problemas.
Por fim, destaque-se que a execução da duplicata prescreve: 1) em três anos contra o devedor principal e seus avalistas, 2) em um ano contra os codevedores e seus avalistas, e em um ano entre os codevedores. É o que estabelece o art. 18 da Lei das Duplicatas.

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