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Migrações Internas no Brasil

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Disciplina: Geografia da População
Aula 8: Mobilidade Espacial da População − as migrações
internas no Brasil
Apresentação
A mobilidade espacial faz parte da dinâmica da humanidade. Reza a lenda que
Galileu, no final do seu julgamento, depois de ter negado que a Terra seria o centro
do Universo para não ser queimado pela Inquisição, proferiu a seguinte frase em
latim: Eppur se muove (e, no entanto, ela se move).
O mesmo pode ser afirmado sobre as populações que, por diferentes motivos, se
movem. A partir das migrações, novos espaços surgiram e se consolidaram ou, de
forma oposta, perderam dinamismo e importância nos cenários mundial ou nacional.
No Brasil, as migrações acompanharam o deslocamento das atividades econômicas e
a consolidação financeira de determinadas regiões, em diferentes períodos históricos.
A concentração populacional do início da colonização do território brasileiro no século
XVI estava nas regiões litorâneas do Nordeste brasileiro por causa da forte economia
açucareira. Esse quadro se alterou com a descoberta do ouro na região das Minas
Gerais, que atraiu um forte contingente populacional tanto do Nordeste quanto da
Europa.
A transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro, o crescimento
de cafeicultura e a industrialização concentraram a população nas grandes metrópoles
do Sudeste brasileiro.
Objetivos
Relacionar a migração campo-cidade com o processo de industrialização e
metropolização da população brasileira.
Examinar os movimentos pendulares como decorrentes do crescimento das
regiões metropolitanas e da periferização das camadas mais pobres da
população brasileira;
Identificar os novos fluxos populacionais brasileiros decorrentes do crescimento
da Região Centro-Oeste e do agronegócio.
Breve histórico da imigração para
o Brasil
O povo brasileiro foi formado a partir de diferentes grupos étnicos e
nacionalidades. Por um longo tempo da história, o Brasil foi um país que
recebeu pessoas que buscavam trabalho, enriquecimento ou um lugar seguro
e livre de perseguições.
A partir de 1530, por causa da ameaça dos franceses e dos holandeses, que
começaram a criar assentamentos em alguns pontos do litoral brasileiro,
Portugal começou a desenvolver o cultivo da cana-de-açúcar como forma de
gerar riqueza e incentivar a vinda de imigrantes portugueses para a sua
maior colônia. As primeiras regiões do Brasil foram assim formadas:
Nordeste
Com o desenvolvimento da cana-de-açúcar e a imigração, formaram-se as
vilas que posteriormente seriam as capitais dos estados do Nordeste. A
produção de alimentos foi dividida do seguinte modo:
Litoral — cana-de-açúcar;
Interior — pecuária de corte;
Agreste — cultivos alimentares.
 Fonte: Pixabay
Sudeste
1
http://127.0.0.1:5500/geografia_da_populacao__GON944/aula8.html
A descoberta do ouro no final do século XVII, na região das Minas Gerais,
provocou uma reestruturação na organização populacional e administrativa do
Brasil, ainda em seu período colonial.
O início da mineração ocorreu ao mesmo tempo que o declínio da produção de
açúcar no Nordeste devido à concorrência da produção em outras regiões,
como as Antilhas Holandesas. Com isso, os imigrantes europeus passaram a
se concentrar na Região Sudeste da colônia.
 Fonte: Pixabay
Esse fluxo populacional foi tão expressivo que “contribuiu para a expansão do
Brasil em direção ao Rio Grande, fomentando a criação de gado e rebanhos de
todo tipo” (IBGE, Brasil 500 Anos). A mineração foi a primeira atividade
econômica brasileira que atraiu pessoas de nacionalidades europeias
diferentes da portuguesa.
Família Real Portuguesa em 1808
A chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil em 1808, fugindo das guerras
napoleônicas, foi planejada e protegida pela Coroa Inglesa. Alguns acordos já
estavam previstos e, entre eles, estava a abertura dos portos às nações
amigas.
Esse acordo prejudicou o desenvolvimento de qualquer indústria em solo
nacional, mas transformou o Brasil em um importante espaço econômico,
longe das guerras travadas na Europa.
 Chegada do Príncipe D. João, da família real e
da Corte à Igreja de Nossa Senhora do Rosário para
missa comemorativa da chegada ao Rio de Janeiro.
Óleo sobre tela. Armando Martins Viana. Século XX.
Museu da Cidade, Rio de Janeiro. Disponível em:
http://dpedroiv.pt/cronologia/1808/janeiro/22/chegada-
da-familia-real-ao-brasil/35
<http://dpedroiv.pt/cronologia/1808/janeiro/22/chegada-
da-familia-real-ao-brasil/35> . Acesso em: 30
jul. 2018.
Uma das principais medidas tomada por D. João VI foi incentivar a imigração
de populações europeias para o Brasil. Apesar do número de imigrantes no
Brasil não ter sido expressivo entre 1808 e 1850, representou o início do
período em que o país foi percebido como uma opção de imigração por vários
povos.
PRINCIPAIS FLUXOS IMIGRATÓRIOS PARA O BRASIL ENTRE 1808 E 1850
Ano Origem Destino
1808 Açores Rio Grande do Sul
1818 Suíça Rio de Janeiro (Fundaram Nova Friburgo)
1824 Alemanha Rio Grande do Sul (Fundaram a Cidade de São Leopoldo)
1827 Alemanha Paraná (Rio Negro)
1828 Prússia Pernambuco
1829 Alemanha São Paulo (Santo Amaro) e Santa Catarina (São Pedro de Alcântara)
http://dpedroiv.pt/cronologia/1808/janeiro/22/chegada-da-familia-real-ao-brasil/35
Fonte: Adaptado de ADAS (2004).
A partir de 1850, os fluxos de imigrantes para o Brasil se intensificaram.
A Inglaterra exerceu grande pressão para que o Brasil abolisse a escravidão
— a Lei Eusébio de Queiroz
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/lim581.htm> , que
proibia o Tráfico Negreiro, foi assinada em novembro 1950; em maio de 1888,
a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/lim3353.htm> ,
extinguindo a escravidão no país.
Precisa-se de mão de obra
A falta de mão de obra escrava, sobretudo nas fazendas de café do Rio de
Janeiro e de São Paulo, fez com que o governo brasileiro desenvolvesse
muitas campanhas para atrair imigrantes europeus.
No período de 1850 a 1934, houve um grande fluxo imigratório no Brasil.
Entre os imigrantes se destacavam os italianos, os alemães, os espanhóis, os
sírios e libaneses e os japoneses.
IMIGRAÇÃO NO BRASIL, POR NACIONALIDADE (PERÍODOS DECENAIS 1884-1893 A 1924-1933)
600.000
500.000
400.000
300.000
200.000
100.000 
1884-1893 1894-1903 1904-1913 1914-1923 1924-1933
ALEMÃES ESPANHÓIS ITALIANOS JAPONESES PORTUGUESES SIRIOS E TURCOS OUTROS
Saiba mais
O período da Primeira Guerra Mundial foi fortemente favorável às
indústrias paulistas e muito desfavorável para os produtos de exportação
cultivados no Nordeste Brasileiro, sobretudo o açúcar e o algodão.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/lim581.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/lim3353.htm
A partir de década de 1920, a cafeicultura e as indústrias paulistas
passaram a atrair, além dos imigrantes europeus, os migrantes do
Nordeste brasileiro em busca de empregos na Região Sudeste.
A partir do fim da Segunda Grande Guerra Mundial, os fluxos
populacionais internacionais deixaram de ser significativos na
constituição da população brasileira.
A industrialização brasileira e a
migração campo-cidade
Na segunda metade do século XX, o processo de industrialização se
instalou no território nacional.
Com o governo do presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961) houve a
internacionalização da economia nacional, com o estímulo à instalação de
indústrias estrangeiras de bens de consumo duráveis e não duráveis, na
Região Sudeste do Brasil.
A modernização não ficou restrita aos centros urbanos e às indústrias. Uma
das grandes transformações decorrentes da industrialização nacional foi a
chamada modernização da agricultura.
2
http://127.0.0.1:5500/geografia_da_populacao__GON944/aula8.html
 Fonte:Pixabay
A modernização da agricultura
1
Foi uma modernização conservadora, pois não alterou a estrutura fundiária
concentradora, característica do rural brasileiro.
2
Significou a introdução de maquinário em diversas fases da produção agrícola
e a quimificação,com a utilização de fertilizantes químicos e agrotóxicos.
3
A utilização de defensivos químicos fez com que a produtividade das lavouras
crescesse.
4
Teve como consequência uma crescente mecanização do campo, reduzindo a
necessidade de mão de obra empregada nas atividades agrícolas.
5
Incrementou o fluxo migratório em direção aos grandes centros, sobretudo os
da Região Sudeste.
Os migrantes nordestinos se direcionavam principalmente
para as grandes metrópoles nacionais, Rio de Janeiro e
São Paulo, mas a construção de Brasília e a expansão da
fronteira agrícola em direção ao Centro-Oeste,
transformou essa região em um polo de atração para
migrantes em busca de novas terras para cultivar.
Fluxos migratórios no Brasil entre
1950 e 1980
Anos 1950-1960
Áreas urbanas das metrópoles do Sudeste.
Anos 1960-1970
Regiões Norte e Centro-Oeste.
Anos 1970-1980
Origem e destino em diferentes regiões do país.
Quase todos esses fluxos migratórios podem ser caracterizados como sendo
migração campo-cidade. Na década de 1960, a população urbana brasileira
superou a população rural em número de habitantes. O Brasil passou a ser um
país urbano e não mais rural.
Migração rural urbana no brasil de
1960 a 2010
Ano Pop. Rural Pop. Urbana % da Pop. Rural % da Pop. urbana
1960 38.767.423 31.303.034 55,3% 44,7%
1970 41.037.586 52.097.260 44,1% 55,9%
1980 38.573.725 80.437.327 32,4% 67,6%
1990 36.110.443 108.714.709 24,9% 75,1%
2000 31.845.211 137.953.959 18,8% 81,2%
2010 20.830.007 160.925.792 15,6% 84,4%
Analisando a tabela, identificamos a transição da população rural para urbana
ao longo da última metade do século XX. A população se concentrou nas
grandes cidades brasileiras, sobretudo nas metrópoles nacionais, Rio de
Janeiro e São Paulo. Ou seja, no Brasil, a urbanização tem características de
metropolização .
O processo de metropolização da população brasileira é ampliado pela própria
dinâmica demográfica. Junto ao intenso movimento de migração campo-
cidade, o Brasil vivenciou o período de Transição Demográfica, que
estudamos na aula 7.
Saiba mais
No período de transição demográfica, as taxas de fecundidade da
população ainda são muito altas e as de mortalidade, devido aos avanços
da medicina e à urbanização da população, caem rapidamente. Como
consequência, há um forte crescimento vegetativo que, concentrado nas
3
http://127.0.0.1:5500/geografia_da_populacao__GON944/aula8.html
grandes e industrializadas capitais nacionais, faz com que o processo de
urbanização caminhe junto com o de metropolização da população
brasileira.
Vamos analisar a tabela a seguir? Perceba o crescimento das populações das
regiões metropolitanas brasileiras, que mais que dobrou em apenas 40 anos.
População absoluta nas principais regiões
metropolitanas de 1970-2010
Região 
Metropolitana
DISTRIBUIÇÃO POPULACIONAL
1970 1980 1991 2000 2010
Belém 669.768 1.021.486 1.401.305 1.794.981 2.101.883
Fortaleza 1.070.114 1.627.042 2.339.538 2.901.040 3.615.767
Recife 1.755.083 2.347.005 2.874.555 3.272.322 3.690.547
Salvador 1.135.818 1.752.839 2.474.385 2.988.610 3.573.973
Belo Horizonte 1.619.792 2.570.281 3.385.386 4.161.028 5.414.701
Rio de Janeiro 6.879.183 8.758.420 9.796.649 10.847.106 11.835.708
São Paulo 8.113.873 12.552.203 15.395.780 17.768.135 19.683.975
Campinas 644.490 1.221.104 1.778.821 2.215.027 2.797.137
Curitiba 809.305 1.427.782 1.984.349 2.634.410 3.174.201
Porto Alegre 1.590.798 2.307.586 3.029.073 3.495.119 3.958.985
Goiania 424.588 807.626 1.204.565 1.606.955 2.173.141
Brasília 625.916 1.357.171 1.980.432 2.746.747 3.717.728
TOTAL 25.338.728 37.750.545 47.644.838 56.431.480 65.757.746
População do Brasil 93.134.846 119.002.706 146.825.475 169.544.443 190.732.694
(%) 27,2 31,7 32,4 33,3 34.5
Movimentos pendulares e
concentração populacional nas
regiões metropolitanas
O crescimento das populações dos centros urbanos foi acompanhado de um
processo de periferização das populações de renda mais baixa.
As cidades brasileiras crescem tanto em população quanto em área. Mas
crescem de forma muito desigual.
No sistema capitalista, o solo urbano possui valores diferenciados em virtude
de:
1
Infraestrutura existente no local.
2
Quantidade de serviços de qualidade.
3
Proximidade dos locais de trabalho.
Os terrenos dos bairros mais próximos aos locais de
trabalho e com infraestrutura e serviços de qualidade são
muito caros e acessíveis, de forma regularizada, às
classes alta e média.
Os imigrantes rurais, recém-chegados aos núcleos urbanos, ocupam espaços
menos valorizados das regiões centrais das cidades, como as encostas dos
morros, ou se deslocam para às periferias, caracterizando um processo de
segregação socioespacial das classes mais pobres.
Uma das características das grandes cidades brasileiras é a concentração do
emprego em alguns lugares, principalmente nas regiões centrais dos núcleos
urbanos.
Grande parte da população é obrigada a fazer deslocamentos diários entre o
local de moradia e o local de trabalho. Esse deslocamento diário é conhecido
como Movimento pendular , que provoca perdas financeiras, de tempo e
de vida.
 Visão aérea de favela em encosta de morro,
Rio de Janeiro.Fonte:Pixabay
Veja, na tabela a seguir, que as duas metrópoles nacionais são as cidades em
que as pessoas mais gastam tempo nos seus deslocamentos diários.
Tempo gasto nos deslocamentos diários casa-
trabalho nas principais regiões metropolitanas
4
http://127.0.0.1:5500/geografia_da_populacao__GON944/aula8.html
Área Metropolitana Tempo gasto no
deslocamento (minutos)
Trabalhadores com deslocamento acima
de 30 minutos
Minutos Var. (%) Var. (%)
2012 2011 (12/11) 2012 2011 (12/11)
Rio de Janeiro - RJ 141 130 8,4 2.794.364 2.838.340 - 1,5
São Paulo - SP 132 131 1,1 5.536.241 5.297.456 4,5
Salvador - BA 128 123 4,5 806.905 794.787 1,5
Belo Horizonte - MG 125 123 1,5 1.084.115 1.059.506 2,3
Recife - PE 122 115 6,0 668.958 659.180 1,5
Curitiba - PR 122 120 1,1 588.676 575.454 2,3
Goiânia - GO 120 117 2,1 398.603 394.816 1,0
Manaus - AM 120 117 2,3 384.844 380.675 1,1
Grande Vitória - ES 119 117 1,8 353.604 350.834 0,8
Maceió - AL 118 116 2,2 183.582 181.861 0,9
Grande São Luís -
MA
118 116 2,1 257.177 254.830 0,9
Distrito Federal - DF 118 116 1,5 622.457 619.256 0,5
Belém - PA 117 116 0,3 314.970 321.894 - 2,2
Baixada Santista -
SP
116 113 2,0 300.245 298.237 0,7
Sudoeste
Maranhense - MA
114 111 3,2 17.432 17.213 1,3
Mobilidade do trabalho e a
interiorização da população
brasileira
O principal motivo que faz com que as pessoas migrem de um lugar para
outro é a busca por trabalho e por melhores condições de vida.
As condições de vida e de moradia das populações mais pobres têm como
consequência a diminuição da capacidade de atração dessas áreas.
Comentário
Leia sobre a Desmetropolização.
<galeria\aula8\docs\desmetropolizacao.pdf>
A combinação da desconcentração industrial com a queda da qualidade de
vida das populações dos grandes centros influenciou a dinâmica dos fluxos
migratórios internos no Brasil. As regiões metropolitanas começaram a
diminuir o seu ritmo de crescimento.
Mas, será que isso significa que as metrópoles
brasileiras estão encolhendo em tamanho de sua
população? Não! Isso significa que outras
regiões estão crescendo em um ritmo maior do
que Rio de Janeiro e São Paulo — todas as
regiões metropolitanas continuam crescendo,
porém, algumas estão crescendo mais
intensamente do que outras.
http://127.0.0.1:5500/geografia_da_populacao__GON944/galeria/aula8/docs/desmetropolizacao.pdf
Fonte: (Dragana_Gordic / Freepik)
Para aonde estão indo os migrantes
atualmente?
Os grandes centros continuam com poder de atração populacional. Mas, a
expansão da fronteira agrícola no Centro-Oeste e o crescimento do
agronegócio dinamizaram a economia de outras regiões, como o Norte e o
Centro-Oeste, e as transformou em polos de atração populacional.
Segundo o IPEA, nas últimas três décadas as maiores taxas de aumento
populacional ocorreram nas regiõesmetropolitanas de Campo Grande (MS),
Cuiabá (MT), Goiânia (GO) e Brasília (DF).
Exemplo
A cidade que mais cresceu nesse período foi Campo Grande (MS) que em
1970 tinha uma população de 140 mil pessoas e, na virada do século
possuía 663 mil habitantes. Um crescimento de cinco vezes, que não foi
acompanhado pelos investimentos em infraestrutura urbana.
Crescimento da população brasileira por
regiões
REGIÕES
(IBGE)
POPULAÇÃO EM
2000
POPULAÇÃO EM
2010
CRESCIMENTO (% 2000 –
2010)
NORTE 12.900.704 15.865.678 22,98
NORDESTE 47.741.711 53.078.137 11,18
SUDESTE 72.412.411 80.353.724 10,97
SUL 25.107.616 27.384.815 9,07
CENTRO-
OESTE
11.636.728 14.050.340 20,74
BRASIL 166.799.170 190.732.694 12,33
Algumas regiões metropolitanas no Norte e do Nordeste ainda oferecem uma
boa qualidade de vida para suas populações. A atração de novas pessoas
impõe ao poder público o grande desafio de fazer muitos investimentos em
serviços públicos e infraestrutura para evitar que o quadro de exclusão
espacial e degradação urbana dos antigos grandes centros não se reproduza
em grande escala nas cidades em rápido crescimento do interior do Brasil.
Atividade
1 - Leia o artigo IBGE: migração de retorno do Sudeste para o
Nordeste perde força. <http://www.ebc.com.br/2012/10/ibge-
migracao-de-retorno-do-nordeste-para-o-sudeste-perde-forca> 
Nas décadas de 1960 e 1970 a migração campo-cidade se caracterizava
pela migração de nordestinos para a Região Sudeste. Esses imigrantes
buscavam melhores condições de trabalho e de vida na principal região
industrializada da país. Analise tanto os motivos que fizeram com que, na
década de 1990, o fluxo se invertesse e se direcionasse para o Nordeste
quanto os motivos da diminuição de sua intensidade na primeira década
do século XXI.
2 - Nas décadas de 1950 e de 1960 se intensificou a migração campo-
cidade. Como consequência desse movimento, houve a urbanização da
população brasileira e o crescimento das regiões metropolitanas. Assinale
a alternativa que não contém uma causa de estímulo a essa migração.
 a) A mecanização do campo decorrente do processo de modernização
da agricultura nacional.
 b) O estímulo ao cultivo de exportação em detrimento da agricultura
familiar.
 c) A industrialização do Brasil concentrada na Região Sudeste.
 d) A reforma agrária que distribuiu terras até então concentradas nas
mãos de latifundiários.
 e) A construção de rodovias interligando as regiões brasileiras,
principalmente a estrada Rio-Salvador (BR 116).
http://www.ebc.com.br/2012/10/ibge-migracao-de-retorno-do-nordeste-para-o-sudeste-perde-forca
3 - As migrações pendulares são caracterizadas corretamente por:
 a) Fluxos diários de pessoas do campo para a cidade visando
comercializar a produção agrícola.
 b) Fluxos diários de trabalhadores entre o local de residência e o local
de trabalho.
 c) Fluxos permanentes de pessoas buscando emprego na
agroindústria.
 d) Fluxos populacionais de retorno para o campo.
 e) Fluxos inter-regionais de trabalhadores rurais nas épocas de
colheitas.
4 - Transformações na dinâmica da economia brasileira impactaram os
fluxos migratórios nacionais. Sobre essa questão é correto afirmar que:
 a) A Região Sudeste continua sendo a única opção para o imigrante
que busca por empregos de baixa qualificação.
 b) As grandes metrópoles nacionais, São Paulo e Rio de Janeiro, ainda
conseguem oferecer as melhores condições de vida e de trabalho para os
imigrantes.
 c) A Região Norte é a principal região de saída dos migrantes
nacionais.
 d) A estrutura agrária da Região Sul do Brasil facilita o emprego de
mão de obra vinda de outras regiões do país.
 e) O crescimento do agronegócio na Região Centro-Oeste a
transformou em uma importante opção para os imigrantes nordestinos e
do Sul do país.
Notas
Imigrante e emigrante
Imigrante - Pessoa que chega a um determinado lugar, que pode ser uma cidade ou
um país, no caso das imigrações internacionais.
Emigrante - Pessoa que sai de um determinado lugar. O Imigrante e o Emigrante
são definidos a partir do ponto de vista de quem sai ou de quem fica.
Emigrante
pessoa que sai de um determinado lugar. O Imigrante e o Emigrante são definidos a
partir do ponto de vista de quem sai ou de quem fica.
Industrialização
O termo industrialização passou a ser sinônimo de desenvolvimento e de
modernização.
Metropolização
Movimento de crescimento das regiões metropolitanas devido à concentração
populacional nas regiões metropolitanas das grandes cidades nacionais. No Brasil, a
urbanização se caracteriza pelo rápido crescimento das regiões metropolitanas.
Movimento
Movimento diário realizado por pessoas que trabalham em locais diferentes e
distantes do seu lugar de moradia. Decorre do crescimento das regiões
metropolitanas e da periferização das populações mais pobres.
Referências
ADAS, Melhem. Panorama Geográfico do Brasil. São Paulo: Contexto, 2004.
DAMINANI, Amélia. População e Geografia. São Paulo: Contexto, 1998.
1
2
2
3
4
ERVATTI, Leila Regina; BORGES, Gabriel Mendes; JARDIM, Antonio de Ponte. (Orgs)
Mudanças Demográficas do Brasil no Início do Século XXI – Subsídios para as
Projeções das Populações. Cadernos Estudos e Análises — Informações
Demográfica e Socioeconômica, n.3. IBGE. Rio de Janeiro, 2015.
IBGE. Brasil 500 Anos. Disponível em: https://brasil500anos.ibge.gov.br/
<https://brasil500anos.ibge.gov.br/> . Acesso em: 1 abr. 2018.
ROSS, Jurandyr L. Sanches. Geografia do Brasil. São Paulo: EUDUSP, 1995.
SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. O Brasil: território e desigualdade no início
do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001.
Próximos Passos
Mobilidade Espacial da População Mundial: História das migrações humanas;
Conflitos armados, pobreza e migrações internacionais na atualidade;
Brasil na rota da imigração internacional no século XXI.
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