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EBEJI-administracao-publica-13052019(1)

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
MATERIAL DEMATER IAL DE
APOIOAPOIO
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
AD MIN IST RAÇÃO PÚBLICAAD MIN IST RAÇÃO PÚBLICA
 
1. N OÇÕES D O EST AD ON OÇÕES D O EST AD O
 
O Estado é p esso a j ur í d ica t e r r i t o r ia l so b er an ap esso a j ur í d ica t e r r i t o r ia l so b er an a , capaz de contrair direitos e obrigações,
formado pelos elementos p o vo , t e r r i t ó r io e g o ver n op o vo , t e r r i t ó r io e g o ver n o , estes indissociáveis e indispensáveis.
A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil foi estabelecida na CF/88
e compreende a Un ião, Es t ad o s, D F e mun ic í p io sUn ião, Es t ad o s, D F e mun ic í p io s , que são pessoas jurídicas de direito
público, dotadas de autonomia, nos termos do art. 41 do Código Civil vigente, também chamada
de pessoas políticas.
 
F o r ma d e Es t ad oF o r ma d e Es t ad o
A partir de sua organização política, temos que no Brasil a forma de Estado adotada é a
fed er a t ivafed er a t iva (c l áusul a p é t r eac l áusul a p é t r ea , CF, art. 60, §4º , I), marcada pela d escen t r a l iza çãod escen t r a l iza ção
p o l í t ic ap o l í t ic a , ou seja, no Brasil coexistem, em um mesmo território, esferas políticas d is t in t a sd is t in t a s
(Un ião - p o d er p o l í t ico cen t r a l ; o s e s t ad o s - p o d er p o l í t ico r eg io n a l ; D F -(Un ião - p o d er p o l í t ico cen t r a l ; o s e s t ad o s - p o d er p o l í t ico r eg io n a l ; D F -
p o d er p o l í t ico r eg io n a l e l o ca l ; e mun ic í p io s - p o d er p o l í t ico l o ca l ) d o t ad a sp o d er p o l í t ico r eg io n a l e l o ca l ; e mun ic í p io s - p o d er p o l í t ico l o ca l ) d o t ad a s
d e aut o n o mia p o l í t ic a , f in an ce ir a e ad min is t r a t iva d e co mp et ên c ia s a t r ib uí d a sd e aut o n o mia p o l í t ic a , f in an ce ir a e ad min is t r a t iva d e co mp et ên c ia s a t r ib uí d a s
d ir e t amen t e p e l o t ex t o co n s t i t uc io n a ld ir e t amen t e p e l o t ex t o co n s t i t uc io n a l .
OBSOBS : entre os entes federativos não há subordinação, isto é não há hierarquia, mas sim
relação de coordenação, assim, coexistem também sem subordinação, administrações públicas
autônomas em cada um desses entes (federal, estadual e municipal).
OBS2OBS2 : As administrações Públicas de todos os entes federativos estão adstritas às regras e
aos princípios orientadores do direito administrativo constantes na Constituição Federal, bem
como às leis de caráter nacional. Exemplo: a Le i 8 .666/ 93Le i 8 .666/ 93 que veicula normas gerais de
caráter nacional sobre licitações e contratos administrativos.
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Po d er es d o Es t ad oPo d er es d o Es t ad o
 Estabelece a Constituição Federal de 1988 os três poderes do Estado:
Leg is l a t ivo, Execut ivo e o Jud ic iá r ioLeg is l a t ivo, Execut ivo e o Jud ic iá r io , todos eles in d ep en d en t es e h a r mô n ico sin d ep en d en t es e h a r mô n ico s
entre si (nos termos do texto constitucional, a separação dos poderes tem status de c l áusul ac l áusul a
p é t r eap é t r ea ).
OBSOBS : Os municípios não têm Poder Judiciário em suas estruturas orgânicas. No Distrito
Federal, a organização e a manutenção do Poder Judiciário são de competência da União.
 
O modelo de separação de Poderes adotado pela Carta Política vigente é o f l ex í ve lf l ex í ve l , razão pela
qual cada um dos Poderes exerce suas funções típicas e, em ce r t a med id aem ce r t a med id a , as três funções do
Estado (funções atípicas). 
Nesse sentindo, o Poder Executivo desempenha de forma predominante função administrativa,
entretanto, há o exercício da atividade administrativa em todos os poderes (de forma atípica), com
base na flexibilidade da separação dos poderes.
Em suma, temos administração pública em cada um dos entes federados e em todos os Poderes do
Estado.
OBS:OBS: qualquer que seja o órgão que a exerça, a atividade administrativa estará sempre sujeita
às regras e aos princípios norteadores do direito administrativo.
 
1. N OÇÕES D E GOVERN ON OÇÕES D E GOVERN O
 
S is t ema d e g o ver n oSis t ema d e g o ver n o
O sistema de governo adotado no Brasil foi o p r e s id en c ia l is t ap r es id en c ia l is t a , dessa forma o Presidente da
República a s sume t o t a l men t e a ch e f ia d o Execut ivo, ex e r cen d o a d ir eção d aa ssume t o t a l men t e a ch e f ia d o Execut ivo, ex e r cen d o a d ir eção d a
ad min is t r a ção p úb l ic a Fed er a lad min is t r a ção p úb l ic a Fed er a l , e, em consequência da forma federativa, os governadores
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assumem a chefia do Executivo e das administrações públicas dos Estados (DF), bem como os
prefeitos a chefia do Executivo dos municípios e das administrações públicas municipais.
 
F o r ma d e g o ver n oF o r ma d e g o ver n o
Forma de governo é maneira de como se in s t i t u iin s t i t u i o poder na sociedade e como se r e l a c io n amr e l a c io n am
o s g o ver n an t es e g o ver n ad o so s g o ver n an t es e g o ver n ad o s .
 
Principais características da forma de governo r ep ub l ic an a r ep ub l ic an a :
a) eletividade - direta ou indireta;
b) temporalidade no exercício do poder (período certo de tempo);
c) representatividade popular;
d) responsabilidade do governante (dever de prestar contas).
 
1. AD MIN IST RAÇÃO PÚBLICAAD MIN IST RAÇÃO PÚBLICA
 
Ad min is t r a ção p úb l ic a em sen t id o amp l o e em sen t id o e s t r i t oAd min is t r a ção p úb l ic a em sen t id o amp l o e em sen t id o e s t r i t o
A administração pública em sen t id o amp l osen t id o amp l o abrange os órgãos de governo e as funções
políticas por ele exercidas, assim como as pessoas jurídicas e órgãos que desempenham funções
meramente administrativas.
A administração pública em sen t id o e s t r i t osen t id o e s t r i t o só inclui órgãos e pessoas jurídicas administrativas
e as funções que eles desempenham, de natureza puramente administrativa.
OBSOBS : será empregada a expressão administração pública de agora em diante em sentido
estrito.
 
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Ad min is t r a ção p úb l ic a em sen t id o fo r ma l , sub j e t ivo o u o r g ân icoAd min is t r a ção p úb l ic a em sen t id o fo r ma l , sub j e t ivo o u o r g ân ico
A administração pública em sentido formal, subjetivo ou orgânico é aquela em que se considera
administração pública quemquem o ordenamento jurídico indica como tal, independente da atividade
que exerça.
Esse é o critério adotado no ordenamento jurídico brasileiro que id en t if ic a co moid en t if ic a co mo
ad min is t r a ção p úb l ic a ad min is t r a ção p úb l ic a ex c l us ivamen t eexc l us ivamen t e : a ) o s ó r g ão s in t eg r an t e s d a: a ) o s ó r g ão s in t eg r an t e s d a
ad min is t r a ção d ir e t a ; e b ) en t id ad es d a ad min is t r a ção in d ir e t a (aut a r quia s,ad min is t r a ção d ir e t a ; e b ) en t id ad es d a ad min is t r a ção in d ir e t a (aut a r quia s,
fun d açõ es , emp r esa s p úb l ic a s e so c ied ad es d e eco n o mia mis t a )fun d açõ es , emp r esa s p úb l ic a s e so c ied ad es d e eco n o mia mis t a ) .
 
Ad min is t r a ção p úb l ic a em sen t id o ma t e r ia l , o b j e t ivo o u fun c io n a lAd min is t r a ção p úb l ic a em sen t id o ma t e r ia l , o b j e t ivo o u fun c io n a l
Administração pública em sen t id o ma t e r ia l , o b je t ivo o u fun c io n a lsen t id o ma t e r ia l , o b j e t ivo o u fun c io n a l , é aquela formada
pelas atividades consideradas próprias da função administrativa. Para este conceito, o relevante éé
a a t iv id ad e (o u se j a , fun ção ad min is t r a t iva )a a t iv id ad e (o u se j a , fun ção ad min is t r a t iva ) e não o sujeito, razão pela qual, as
atividades realizadas no campo econômico, como, por exemplo, o Banco do Brasil, não integram
a administração pública em sentido material.
Matérias apontadas como próprias da administração pública:
a) serviço público;
b) polícia administrativa;
c) fomento;
d) intervenção (exceto a sua atuação direta como agente econômico).
 
1. ORGAN IZAÇÃO D A AD MIN IST RAÇÃOORGAN IZAÇÃO D A AD MIN IST RAÇÃO
 
En t id ad es p o l í t ic a s e en t id ad es ad min is t r a t iva sEn t id ad es p o l í t ic a s e en t id ad es ad min is t r a t iva s
Entidades políticas são p esso a s j ur í d ica s d e d ir e i t o p úb l ico in t e r n op esso a s j ur í d ica s d e d ir e i t o p úb l ico in t e r n o (no Brasil são:
Un ião, Es t ad o s, D F e mun ic í p io s – ad min is t r a ção d ir e t a )Un ião, Es t ad o s, D F e mun ic í p io s – ad min is t r a ção d ir e t a ) que formam a Federação
brasileira, caracterizadas por possuírem aut o n o mia p o l í t ic aaut o n o mia p o l í t ic a (auto-organização, editar leis – ou
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seja, competências de natureza política, legislativa e administrativa, conferidas diretamente pelas
Constituição Federal).
En t id ad es ad min is t r a t iva s s ão p esso a s j ur í d ica sEn t id ad es ad min is t r a t iva s s ão p esso a s j ur í d ica s , instituída por um ente político, e
compõem a ad min is t r a ção in d ir e t aad min is t r a ção in d ir e t a (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e
sociedades de economia mista), sem autonomia política, de competência administrativa, ou seja, de
mera execução de lei (principal distinção das entidades políticas que podem editar lei).
OBSOBS : A entidade administrativa n ão é sub o r d in ad a h ie r a r quicamen t en ão é sub o r d in ad a h ie r a r quicamen t e à pessoa
política que a instituiu, é v in cul ad av in cul ad a . A entidade política que instituiu a pessoa administrativa
exerce co n t r o l e ad min is t r a t ivoco n t r o l e ad min is t r a t ivo intitulado de t ut e l a o u sup er v isãot ut e l a o u sup er v isão , com o objetivo
de verificar o cumprimento das finalidades para qual a entidade administrativa foi criada.
 
N o çõ es d e cen t r a l iza ção , d escen t r a l iza ção e d esco n cen t r a çãoN o çõ es d e cen t r a l iza ção , d escen t r a l iza ção e d esco n cen t r a ção
Cen t r a l iza ção e d escen t r a l iza çãoCen t r a l iza ção e d escen t r a l iza ção são duas formas básicas adotadas pelo Estado para sua
organização e atuação administrativa.
Denomina-se cen t r a l iza ção ad min is t r a t ivacen t r a l iza ção ad min is t r a t iva a a t iv id ad e exe r c id a d ir e t amen t ea t iv id ad e exe r c id a d ir e t amen t e pelo
Estado, através de seus órgãos e agentes que compõem a ad min is t r a ção d ir e t aad min is t r a ção d ir e t a .
A A d escen t r a l iza ção ad min is t r a t ivad escen t r a l iza ção ad min is t r a t iva ocorre quando o Estado através de outras pessoas
desempenha atribuições dele originárias. Pode ocorrer a descentralização, mediante
o ut o r g a/ p o r se r v iço so ut o r g a/ p o r se r v iço s (pressupõe edição de lei e t r an s fe r e o se r v içot r an s fe r e o se r v iço ; fundamenta-se no
princípio da especialização ou especialidade) ou por d e l eg a ção / p o rd e l eg a ção / p o r co l ab o r a çãoco l ab o r a ção (através de
contrato ou ato unilateral transfere a ex ecuçãoexecução do serviço).
OBSOBS : o p r in c í p io d a e sp ec ia l iza ção / e sp ec ia l id ad ep r in c í p io d a e sp ec ia l iza ção / e sp ec ia l id ad e é a ideia de que a especialização
do serviço propiciará maior capacitação para o desempenho ótimo daquelas competências.
OBS2OBS2 : na delegação por contrato h á p r a zo d e t e r min ad oh á p r a zo d e t e r min ad o, entretanto, na delegação por
ato administrativo unilateral não há em razão da p r eca r ied ad ep r eca r ied ad e .
OBS3OBS3 : em n en h uma fo r ma d e d escen t r a l iza ção h á h ie r a r quiaem n en h uma fo r ma d e d escen t r a l iza ção h á h ie r a r quia (exerce somente
controle finalístico – tutela administrativa – supervisão).
 
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Quando ocorre a d is t r ib uição d e co mp et ên c ia s in t e r n amen t ed is t r ib uição d e co mp et ên c ia s in t e r n amen t e envolvendo a estrutura de
uma mesma p esso a j ur í d icauma mesma p esso a j ur í d ica , trata-se da chamada d esco n cen t r a ção ad min is t r a t ivad esco n cen t r a ção ad min is t r a t iva .
Como consequência da desconcentração, têm-se os ó r g ão s p úb l ico s, que é o co n j un t o d eó r g ão s p úb l ico s, que é o co n j un t o d e
co mp et ên c ia s l o ca l izad o n a e s t r ut ur a in t e r n a d a mesma p esso a j ur í d icaco mp et ên c ia s l o ca l izad o n a e s t r ut ur a in t e r n a d a mesma p esso a j ur í d ica .
OBS:OBS: a desconcentração ocorre tanto no exercício de competências da administração direta,
quanto indireta.
OBS2 :OBS2 : na desconcentração h á r e l a ção d e h ie r a r quia – co n t r o l e h ie r á r quicoh á r e l a ção d e h ie r a r quia – co n t r o l e h ie r á r quico
(poderes de comando, fiscalização, revisão, punição, solução de conflitos de competência,
delegação e avocação).
 
1. CON CEIT O D E AD MIN IST RAÇÃO D IRET A, AD MIN IST RAÇÃOCON CEIT O D E AD MIN IST RAÇÃO D IRET A, AD MIN IST RAÇÃO
IN D IRET A E EN T ID AD ES PARAEST AT AISIN D IRET A E EN T ID AD ES PARAEST AT AIS
 
Ad min is t r a ção d ir e t aAd min is t r a ção d ir e t a é aquela composta por órgãos públicos, aos quais foram distribuídas
competências para que exerçam de forma centralizada a atividade administrativa.
Ad min is t r a ção in d ir e t aAd min is t r a ção in d ir e t a é o conjunto de entidades vinculadas às pessoas políticas que as
instituíram para o exercício de forma descentralizada, de atividades administrativas.
O DL 200/67, dispõe em seu art. 4º a o r g an iza ção d a ad min is t r a ção p úb l ic a fed e r a lo r g an iza ção d a ad min is t r a ção p úb l ic a fed e r a l , in
verbis:
Art. 4º A Administração Federal compreende:
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura
administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas
de personalidade jurídica própria:
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;
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c) Sociedades de Economia Mista;
d) fundações públicas. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
 
Embora o decreto supracitado refira-se apenas ao Poder executivo federal, e s sa o r g an iza ção ées sa o r g an iza ção é
o b r ig a t ó r ia à Un iãoo b r ig a t ó r ia à Un ião , b em co mo ao s e s t ad o s, D is t r i t o Fed er a l e mun ic í p io sb em co mo ao s e s t ad o s, D is t r i t o Fed er a l e mun ic í p io s , uma
vez que todos os entes federados e todos os poderes da república possuem administração pública,
conforme a Constituição Federal de 1988.
Nos termos do art. 37, caput, da CF:
Art. 37. A ad min is t r a ção p úb l ic a d ir e t a e in d ir e t a d e qua l quer d o s Po d er esA ad min is t r a ção p úbl ic a d ir e t a e in d ir e t a d e qua l quer d o s Po d er es da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (...).
 
OBSOBS : cumpre observar que, embora seja comum relacionar a administração indireta aa
a t iv id ad es ad min is t r a t iva sa t iv id ad es ad min is t r a t iva s , existem empresas públicas e sociedades de economia mista
criadas para exp l o r a r a t iv id ad e eco n ô micaexp l o r a r a t iv id ad e eco n ô mica em sentido estrito. Entretanto, integram a
administração pública, visto que no Brasil o critério adotado é o de administração pública em
sentido fo r ma lfo r ma l .
 
As en t id ad es p a r a es t a t a isen t id ad es p a r a es t a t a is são pessoas jurídicas p r ivad a sp r ivad a s , s em f in s l uc r a t ivo ssem f in s l uc r a t ivo s , que n ãon ão
in t eg r am a ad min is t r a ção p úb l ic ain t eg r am a ad min is t r a ção p úb l ic a , mas co l ab o r amco l ab o r am com o Estado no desempenho de
atividades de interesse público, recebendo dele modalidades de fo men t ofo men t o .
São entidades paraestatais: os serviços sociais autônomos (conhecido como sistema “S”), as
organizações sociais, as organizações da sociedade civil de interesse público, as instituições
comunitárias de educação superior e as denominadas entidades de apoio.
 
Pr in c í p io d a o r g an iza ção l eg a l d o Se r v iço Púb l icoPr in c í p io d a o r g an iza ção l eg a l d o Se r v iço Púb l ico
É o preceito que a doutrina costuma atribuir ao mandamento em que cargos, empregos e funções
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públicas, bem como ministérios e órgãos públicos devem ser criados mediante lei.
EXCEÇÃOEXCEÇÃO :: há hipóteses em que a constituição confere aos decretos a atribuição de
disciplinar sobre a organização da administração pública e extinguir funções e cargos
públicos, são elas:
a) a criação, a transformação e a extinção de cargos, funções e empregos públicos da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal, ocorrem mediante r e so l uçãor eso l ução da própria Casa
Legislativa (CF, arts. 48, X, 51, IV, e 52, XIII);
b) iç (CF, art. 61, § 1º , II, “a”);
c) a extinção de funções ou cargos públicos vag o svag o s , bem como dispor sobre o r g an iza ção eo r g an iza ção e
fun c io n amen t o d a ad min is t r a ção fed e r a lfun c io n amen t o d a ad min is t r a ção fed e r a l , d esd e que n ão imp l ique aumen t od esd e que n ão imp l ique aumen t o
d e d esp esa n em c r ia ção o u ex t in ção d e ó r g ão s p úb l ico sd e d esp esa n em c r ia ção o u ex t in ção d e ó r g ão s p úb l ico s , é de competência
privativa do Presidente da República, exercida por meio de d ec r e t o aut ô n o mo d ec r e t o aut ô n o mo (CF, art.
84, VI, “a” e “b”);
d) a c r ia ção e a ex t in ção d e min is t é r io s e ó r g ão s a c r ia ção e a ex t in ção d e min is t é r io s e ó r g ão s da administração pública federal
dá-se mediante l e i d e in ic ia t iva p r iva t iva d o Pr es id en t e d a Rep úb l ical e i d e in ic ia t iva p r iva t iva d o Pr es id en t e d a Rep úb l ica (CF, arts.
48, XI, e 61, § 1º , II, “e”);
e) a criação e a extinção dos cargos do Po d er Jud ic iá r ioPo d er Jud ic iá r io são efetuadas por meio de lei de
iniciativa privativa do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e dos Tribunais de
Justiça, conforme o caso (CF, art. 96, II, “h”).
 
Cr ia ção d a s en t id ad es d a ad min is t r a ção in d ir e t aCr ia ção d a s en t id ad es d a ad min is t r a ção in d ir e t a
A Constituição Federal em seu art. 37, inciso XIX dispõe sobre a criação das entidades da
administração indireta, in verbis:
Art. 37 (...)
XIX - somente por l e i e sp ec í f ic al e i e sp ec í f ic a poderá ser c r iad a aut a r quiac r iad a aut a r quia e a u t o r i z a d a a u t o r i z a d a a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art3
 
Assim, com base no princípio da especialização, ente federado edita lei específica, com
competências específicas discriminadas de atribuição originária do próprio ente, transferindo-as a
nova pessoa jurídica (entidade da administração indireta).
Há duas diferentes sistemáticas para a criação das pessoas jurídicas da administração indireta. No
caso das autarquias (pessoa jurídica de direito público), a criação se dá diretamente por lei
específica, e em relação às demais entidades a lei apenas autoriza, pois sua criação (aquisição de
personalidade jurídica) depende da inscrição do registro dos atos constitutivos na instituição
competente.
No tocante as emp r esa s p úb l ic a s e so c ied ad es d e eco n o mia mis t aemp r esa s p úb l ic a s e so c ied ad es d e eco n o mia mis t a , o tema é
incontroverso, uma vez que são pessoas jurídicas de direito privado, entretanto, no que tange as
fun d açõ es p úb l ic a sfun d açõ es p úb l ic a s , elas podem ser criadas literalmente nos termos da segunda parte do
inciso XIX do art. 37, como pessoas jurídicas de direito privado, como podem, de acordo com a
jurisprudência do STF e doutrina dominante ser criadas diretamente por lei específica, com
personalidade jurídica de direito público, quando, nesse caso, serão espécie do gênero autarquia,
portanto, intituladas fundações autárquicas ou autarquias fundacionais.
A extinção das entidades, em atenção ao princípio da simetria, dar-se-á também mediante lei
específica, diretamente se autarquia ou fundação pública com personalidade jurídica de direito
público; por autorização, se empresa pública ou sociedade de economia mista.
 
Qualquer hipótese de criação ou extinção de entidade da administração indireta v in cul ad a aov in cul ad a ao
Po d er Execut ivoPo d er Execut ivo , a lei específica é de in ic ia t iva p r iva t iva d o Ch efe d o Po d erin ic ia t iva p r iva t iva d o Ch efe d o Po d er
Execut ivoExecut ivo , nos termos da CF, art. 61, § 1º , inciso II, alínea “e” (embora a previsão seja para a
esfera federal é o b r ig a t ó r ia o b r ig a t ó r ia a adoção do disposto pelas demais pessoas políticas, com base no
p r in c í p io fed e r a t ivo e n o p r in c í p io d a s imet r iap r in c í p io fed e r a t ivo e n o p r in c í p io d a s imet r ia ). Essa exigência de simetria é
consolidada no âmbito do STF (ADI 2295/RS).
OBS:OBS: o vocábulo “órgãos” é empregado no dispositivo constitucional acima citado, em
sentido amplo, e tem por escopo abarcar quaisquer unidades, personalizadas ou não, da
estrutura da administração pública.
 
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Finalmente, em relação à parte final do inciso XIX, do art. 37, da CF, prevê lei complementar
para dispor sobre as áreas de atuação das fundações públicas (de personalidade jurídica de direito
público ou privado). Entretanto, até hoje essa lei complementar não foi editada.
 
Cr ia ção d e sub s id iá r ia s e p a r t ic ip a ção n o cap it a l d e emp r esa s p r ivad a sCr ia ção d e sub s id iá r ia s e p a r t ic ip a ção n o cap it a l d e emp r esa s p r ivad a s
A carta política de 1988 trata das sub s id iá r ia s (c r ia ção e p a r t ic ip a ção n o cap it a l d esub s id iá r ia s (c r ia ção e p a r t ic ip a ção n o cap it a l d e
emp r esa s p r ivad a s )emp r esa s p r ivad a s ) das entidades da administração indireta, no inciso XX, art. 37, CF, in
verbis:
 
Art. 37 (...)
 XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação desubsidiárias das entidades
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa
privada;
 
Subsidiárias são pessoas jurídicas controladas por uma das entidades da administração indireta.
Classificam-se como subsidiária integral (quando a entidade-matriz detém a totalidade do capital),
ou como subsidiária controlada (quando a entidade-matriz detém apenas o controle societário).
OBSOBS : Em qualquer caso, a subsidiária tem p er so n a l id ad e j ur í d ica p r ó p r iap e r so n a l id ad e j ur í d ica p r ó p r ia .
 
Há divergência doutrinária em relação à posição das subsidiárias em relação à administração
pública formal, entretanto, o entendimento ora seguido é a de não fazerem parte da administração
pública indireta.
As subsidiárias são pessoas jurídicas de direito privado, mas são impostas a elas também
observância a algumas regras de direito público.
Vale destacar que o Decreto 8.945/2016 regulamentou, na esfera federal, a Lei 13.303/2016, e
procurou estabelecer algumas diferenciações relevantes, cujas regras se aplicam apenas a entidades
que de algum modo estejam relacionadas com empresas públicas e sociedade de economia mista:
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Art. 2° Para os fins deste Decreto, considera-se:
I - empresa estatal - entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, cuja maioria
do capital votante pertença direta ou indiretamente à União;
II - empresa pública - empresa estatal cuja maioria do capital votante pertença diretamente à
União e cujo capital social seja constituído de recursos provenientes exclusivamente do setor
público;
III - sociedade de economia mista - empresa estatal cuja maioria das ações com direito a voto
pertença diretamente à União e cujo capital social admite a participação do setor privado;
IV - subsidiária - empresa estatal cuja maioria das ações com direito a voto pertença direta ou
indiretamente a empresa pública ou a sociedade de economia mista;
V - conglomerado estatal - conjunto de empresas estatais formado por uma empresa pública ou
uma sociedade de economia mista e as suas respectivas subsidiárias;
VI - sociedade privada - entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
patrimônio próprio e cuja maioria do capital votante não pertença direta ou indiretamente à
União, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; e
VII - administradores - membros do Conselho de Administração e da Diretoria da empresa
estatal.
Parágrafo único. Incluem-se no inciso IV do caput as subsidiárias integrais e as demais
sociedades em que a empresa estatal detenha o controle acionário majoritário, inclusive as
sociedades de propósito específico.
 
No que tange a exigência de concurso público para contratação de pessoal o entendimento não é
pacífico, entretanto, parece predominante o entendimento de que esses empregados estão sujeitos
a contratação mediante concurso público de provas ou provas e títulos.
Essa posição foi adotada no enunciado da Súmul a 231 d o T CUSúmul a 231 d o T CU:
231231 - A exigência de concurso público para admissão de pessoal se estende a toda a
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administração indireta, nela compreendidas as autarquias, as fundações instituídas e mantidas
pelo poder público, as sociedades de economia mista, as empresas públicas e, ainda, as demais
entidades controladas direta ou indiretamente pela União, mesmo que visem a objetivos
estritamente econômicos, em regime de competitividade com a iniciativa privada.
 
No que tange ao termo “autorização legislativa” presente no dispositivo em comento, de acordo
com a j ur isp r ud ên c ia d o ST Fj ur isp r ud ên c ia d o ST F, significa dizer que a autorização será dada em lei ordinária do
ente federado competente. Também en t en d e o ST Fen t en d e o ST F que não é necessário “uma lei para cada
subsidiária a ser criada”, mas que supre a exigência constitucional, a existência de um dispositivo
na lei que deu origem ao ente da administração indireta, autorizando-o genericamente a criar
subsidiárias (ou participar do capital de empresas privadas).
É o que orienta excerto de a có r d ão d o ST F (AD I 1 .649/ D F )acó r d ão d o ST F (AD I 1 .649/ D F ) :
“... É dispensável a autorização legislativa para a criação de empresas subsidiárias, desde que
haja previsão para esse fim na própria lei que instituiu a empresa de economia mista matriz,
tendo em vista que a lei criadora é a própria medida autorizadora”.
 
5 .1 EN T ID AD ES EM ESPÉCIE5 .1 EN T ID AD ES EM ESPÉCIE
 
a ) Aut a r quia s – co n ce it oa ) Aut a r quia s – co n ce it o
 
Denominam-se autarquias as entidades da administração pública indireta, dotadas de
personalidade jurídica de direito público, patrimônio próprio e autonomia administrativa, criadas
por lei específica para o exercício de competências estatais determinadas.
Devem ser outorgadas as autarquias apenas atividades típicas da administração pública e, por
sujeitar-se ao regime jurídico de direito público, é concedido pelo ordenamento jurídico poderes
privilégios e restrições que dispõe o Estado para o desempenho da função administrativa.
OBS:OBS: não há hierarquia entre a autarquia e o ente federado que a criou.
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É relevante mencionar que o ordenamento jurídico infraconstitucional, bem como a
jurisprudência, tem adotado a concepção de que autarquia é um “gênero” de entidade
administrativa indireta, subdividido em “espécies”, em razão de determinadas particularidades.
São espécies de autarquias: a) aut a r quia “ co mum” o u “ o r d in á r ia ”aut a r quia “ co mum” o u “ o r d in á r ia ” (aquela que não apresenta
nenhuma particularidade); b) aut a r quia “ so b r eg ime e sp ec ia l ”aut a r quia “ so b r eg ime e sp ec ia l ” (que apresenta uma
particularidade, quando comparado com o regime jurídico “geral”, “comum”, “ordinário” –
previsto no DL 200/1967); c) aut a r quia fun d ac io n a laut a r quia fun d ac io n a l (fundação pública de personalidade
jurídica de direito público – instituída diretamente mediante lei específica; e d) a s so c ia çãoa sso c ia ção
p úb l icap úb l ic a .
Faz-se pertinente a alusão a duas autarquias sob regime especial: as agências reguladoras e
agências executivas.
A s a g ên c ia s r eg ul ad o r a sag ên c ia s r eg ul ad o r a s são pessoas jurídicas que têm por objetivo a regulação de
determinado setor da economia e possuem maior autonomia ante o Poder Executivo, no intuito de
transmitir estabilidade razoável dos marcos regulatórios.
Ag ên c ia ex ecut ivaAg ên c ia ex ecut iva é uma qualificação conferida pelo Poder Público às autarquias que com ele
celebrem contrato de gestão, nos termos do art. 37, § 8º , CF e atendam aos demais requisitos
fixados pela Lei 9.649/1998.
 
Cr ia ção e ex t in çãoCr ia ção e ex t in ção
As autarquias somente podem ser criadas ou extintas por meio de lei específica, nos termos do
inciso XIX, art. 37, da CF. Essa lei específica (que cria ou extingue) deve ser de iniciativa do Chefe
do Executivo dos entes federados (art. 61, §1, II, “e”, CF e conforme o p r in c í p io d ap r in c í p io d a
s imet r ias imet r ia ).
OBS:OBS: Na hipótese de criação ou extinção de autarquia vinculada ao Poder Legislativo ou ao
Poder Judiciário, a iniciativa será do poder correspondente, a que estiver vinculada a entidade.
 
N a t ur eza j ur í d icaN a t ur eza j ur í d ica
A autarquia é uma entidade administrativa, ou seja, é pessoa jurídica e por isso diferente da pessoa
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política que a criou. Titular de direitos e obrigações que não se confundem com aqueles do ente
federado que a instituiu.
Por ser pessoa jurídica de direito público,ostenta características as pessoas públicas, como os
poderes, privilégios e restrições.
A personalidade da autarquia se inicia somente com a vigência da lei específica que a instituiu, por
isso decretos ou quaisquer outros atos administrativos que disponham sobre o funcionamento da
entidade, detalharem sua estrutura, procedimentos internos, não criam a autarquia e não lhe dão
personalidade jurídica, pois essa já existia formalmente, como dito acima, com a vigência da lei
instituidora.
 
Pa t r imô n ioPa t r imô n io
Inicialmente, o patrimônio da autarquia é formado pela transferência de bens móveis e imóveis da
pessoa política que a criou. No caso de extinção da autarquia, o patrimônio será reincorporado ao
do ente federado que a ela estava vinculada.
De acordo com o que estabelece o art. 98 do Código Civil, uma vez que as autarquias são pessoas
jurídicas de direito público, os bens pertencentes a ela são bens públicos, sujeitos ao regime que
lhes é próprio, por essa razão, os bens das autarquias têm como características privilégios e
também restrições, como por exemplo: a imprescritibilidade, impenhorabilidade, necessidade de
autorização legislativa para alienação de bens imóveis, em regra precedida de licitação.
 
A t iv id ad es d esen vo l v id a sAt iv id ad es d esen vo l v id a s
Nos termos do DL 200/1967, as autarquias são destinadas a executar atividades típicas da
administração pública, ou seja, a prestação de serviços públicos em sentido amplo, a realização de
atividades de interesse social e o desempenho de atividades que envolvam prerrogativas públicas, a
exemplo do exercício do poder de polícia.
OBSOBS : CON SELHOS D E PROF ISSÕESCON SELHOS D E PROF ISSÕES regulamentadas têm natureza de autarquia.
Entretanto, decidiu o STF que a OAB não se enquadra nesses conselhos, pois configura uma
entidade ímpar, sui generis, não integrante da administração pública, conforme trecho da
ementa do acórdão em que a decisão foi assentada:
“Não procede a alegação de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos à Administração
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Pública Direta e Indireta. A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A
Ordem é um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades
jurídicas existentes no direito brasileiro. A OAB não está incluída na categoria na qual se
inserem essas que se tem referido como ‘autarquias especiais’ para pretender-se afirmar
equivocada independência das hoje chamadas ‘agências’. Por não consubstanciar uma entidade
da Administração Indireta, a OAB não está sujeita a controle da Administração, nem a
qualquer das suas partes está vinculada. (...) Não há ordem de relação ou dependência entre a
OAB e qualquer órgão público. A Ordem dos Advogados do Brasil, cujas características são
autonomia e independência, não podem ser tidas como congênere dos demais órgãos de
fiscalização profissional. A OAB não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas.
Possui finalidade institucional. Embora decorra de determinação legal, o regime estatutário
imposto aos empregados da OAB não é compatível com a entidade, que é autônoma e
independente. (...) Incabível a exigência de concurso público para admissão dos contratados
sob o regime trabalhista pela OAB” (ADI, 3.026/DF, rel. Min. Eros Grau, 08.06.2006).
Ademais, decidiu o STF:
“A Le i n º 12 .514/ 2011 , que t r a t a so b r e a s co n t r ib uiçõ es (an uid ad es )A Le i n º 12 .514/ 2011 , que t r a t a so b r e a s co n t r ib uiçõ es (an uid ad es )
d ev id a s ao s Co n se l h o s Pr o f is s io n a is, é co n s t i t uc io n a l .d ev id a s ao s Co n se l h o s Pr o f is s io n a is, é co n s t i t uc io n a l . Sob o ponto de vista
formal, esta Lei, apesar de ser fruto de uma MP que originalmente dispunha sobre outro
assunto, não pode ser declarada inconstitucional porque foi editada antes de o STF declarar
ilegítima a prática do “contrabando legislativo” (ADI 5127/DF). Ainda quanto ao aspecto
formal, esta Lei não trata sobre normas gerais de Direito Tributário, motivo pelo qual não
precisava ser veiculada por lei complementar. Sob o ponto de vista material, a Lei respeitou os
princípios da capacidade contributiva, da vedação ao confisco e da legalidade. STF. Plenário.
ADI 4697/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 06/10/2016 2016 (Info 842).”
 
Ainda,
Lojas que vendam animais vivos e medicamentos veterinários não precisam se inscrever no
Conselho Regional de Medicina Veterinária. N ão e s t ão suj e i t a s a r eg is t r o p e r an t e oN ão es t ão suj e i t a s a r eg is t r o p e r an t e o
r e sp ec t ivo Co n se l h o Reg io n a lr e sp ec t ivo Co n se l h o Reg io n a l de Medicina Veterinária, nem à contratação de
profissionais nele inscritos como responsáveis técnicos, a s p esso a s j ur í d ica s quea s p esso a s j ur í d ica s que
exp l o r em a s a t iv id ad esexp l o r em a s a t iv id ad es de comercialização de animais vivos e a venda de medicamentos
veterinários, pois n ão são a t iv id ad es r e se r vad a s à a t ua ção p r iva t ivan ão são a t iv id ad es r e se r vad a s à a t ua ção p r iva t iva do médico
veterinário. STJ. 1ª Seção. REsp 1.338.942-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em
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https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d62bcf67cf8ef4536d0ff0204922214b?categoria=2&subcategoria=24
26/4/2017 2017 (recurso repetitivo) (Info 602).
 
Além disso,
O fa t o d e o s co n se l h o s n ão p o d er em execut a r d í v id a s in fe r io r e s a qua t r oO fa t o d e o s co n se l h o s n ão p o d er em execut a r d í v id a s in fe r io r e s a qua t r o
vezes o va l o r co b r ad o an ua l men t e d a p esso a f í s ic a o u j ur í d icavezes o va l o r co b r ad o an ua l men t e d a p esso a f í s ic a o u j ur í d ica
in ad imp l en t e , n ão o b s t a o can ce l amen t o d o r eg is t r o d o p r o f is s io n a l quein ad imp l en t e , n ão o b s t a o can ce l amen t o d o r eg is t r o d o p r o f is s io n a l que
d e ix a r d e e fe t ua r o p ag amen t o d e d ua s an uid ad es co n secut iva sd e ix a r d e e fe t ua r o p ag amen t o d e d ua s an uid ad es co n secut iva s , conforme
disposto no art. 64 da Lei n. 5.194/1966. (...) os Conselhos de Fiscalização Profissional devem
cobrar os profissionais inadimplentes por meio de Ação de Execução Fiscal, e não por
cancelamento do registro profissional, pois constituiria ato de coação ilícita (...) prevalece,
atualmente, o entendimento no STJ de que "os Conselhos não executarão judicialmente
dívidas referentes a anuidades inferiores a quatro vezes o valor cobrado anualmente da pessoa
física ou jurídica inadimplente". (...) Com isso, o Conselho de Fiscalização pode cancelar o
registro do profissional que deixar de efetuar o pagamento da anuidade durante dois anos
consecutivos sem prejuízo da obrigatoriedade do pagamento da dívida, mas, para isso, deve
obedecer às normas insculpidas no texto constitucional. REsp 1.659.989-MG, Rel. Min.
Herman Benjamin, por unanimidade, julgado em 25/4/2017, DJe 5/5/20172017 .
Ademais,
Tendo em vista que uma das peculiaridades relevantes desses conselhos profissionais é não
estarem sujeitos às regras constitucionais concernentes aos orçamentos públicos, não estando
incluídos na programação financeira e orçamentária da União, “os pagamentos devidos, em
razão de pronunciamento judicial, pelos conselhos de fiscalização não se submetem ao regime
de precatórios” (Informativo 861 d o ST F861 d o ST F )
Por fim,
Os conselhos profissionais, apesar de sua natureza autárquica, não estão isentos do
pagamento de custas judiciais, conforme previsão expressa do art.4°, parágrafo único, da Lei
9.289/96 (STF. 1° Turma. RMS 333572AgR, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
09/08/2016).
 
 
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http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1659989
At o s e co n t r a t o sAt o s e co n t r a t o s
Em regra, os atos praticados pelas autarquias são atos administrativos, que ostentam as mesmas
peculiaridades dos atos administrativos praticados pela administração direta, submetidos aos
mesmos requisitos de validade para atribuição de legitimidade e gozam dos mesmos atributos.
As contratações feitas pelas autarquias com terceiros, em regra, são feitas através de contratos
administrativos, inclusive no que tange a exigência de licitação prévia.
 
Or çamen t oOr çamen t o
O orçamento fiscal das autarquias está compreendido na lei orçamentária anual, nos termos da
CF, art. 165, §5 º , I.
 
Reg ime d e p esso a lReg ime d e p esso a l
O regime jurídico exigido por parte de cada ente federativo, de acordo com o art. 39, caput, da
Constituição Federal, é o r eg ime j ur í d ico ún ico (e s t a t ut á r io )r eg ime j ur í d ico ún ico (e s t a t ut á r io ) . Dessa forma, será aplicável
a todo o pessoal permanente de sua administração direta, e respectivas aut a r quia saut a r quia s e
fun d açõ es p úb l ic a sfun d açõ es p úb l ic a s .
As autarquias são alcançadas pela exigência constitucional de realização de co n cur so p úb l icoco n cur so p úb l ico ,
bem como pela vedação constitucional de a cumul a ção r emun er ad a d e ca r g o s,a cumul a ção r emun er ad a d e ca r g o s,
emp r eg o s e fun çõ es p úb l ic a semp r eg o s e fun çõ es p úb l ic a s , nos termos do art. 37, II e XVII, CF.
 
N o meação e exo n er a ção d e d ir ig en t e sN o meação e exo n er a ção d e d ir ig en t e s
A lei instituidora da autarquia prevê a forma de investidura de seus dirigentes. É privativa do
Presidente da República a competência para nomeação, na esfera federal, de acordo com o art. 84,
XXV (aplicar-se-á o p r in c í p io d a s imet r iap r in c í p io d a s imet r ia ).
Para nomeação poderá ser exigida prévia aprovação do Senado Federal do nome escolhido pelo
presidente da república. Essa aprovação prévia poderá ser imposta diretamente pela constituição
ou prevista somente em lei (CF, art. 84, XIV e art. 52, III, “d”, “e” e “f ”), bem como no âmbito
dos estados poderá lei local condicionar a nomeação de dirigentes a aprovação de o respectivo
Poder Legislativo.
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OBS:OBS: é pacífica a j ur isp r ud ên c ia d o ST Fj ur isp r ud ên c ia d o ST F no que tange a prévia aprovação do Poder
Legislativo a nomeação de dirigentes de autarquias e fundações públicas, baseados no
princípio da simetria, tendo em vista o disposto no art. 52, III, “f”, CF (ADI 1,642/MG).
OBS2 :OBS2 : por outro lado, não pode a lei estabelecer hipóteses de exigência de aprovação
legislativa prévia para a exo n er a çãoexo n er a ção de dirigentes de entidades. É un ifo r me n oÉ un ifo r me n o
Sup r emo Tr ib un a l Fed er a l o en t en d imen t o d e que n o r mas l eg a is co m esseSup r emo Tr ib un a l Fed er a l o en t en d imen t o d e que n o r mas l eg a is co m esse
co n t eúd o ex t r ap o l am o s is t ema d e f r e io s e co n t r ap eso s e s t ab e l ec id o n aco n t eúd o ex t r ap o l am o s is t ema d e f r e io s e co n t r ap eso s e s t ab e l ec id o n a
Ca r t a Po l í t ic a , s en d o, d essa fo r ma , Ca r t a Po l í t ic a , s en d o, d essa fo r ma , in co n s t i t uc io n a isin co n s t i t uc io n a is , p o r o fen sa ao, p o r o fen sa ao
p r in c í p io d a sep a r a ção d o s Po d er es (AD I 1 .949/ RS)p r in c í p io d a sep a r a ção d o s Po d er es (AD I 1 .949/ RS) .
 
Cap ac id ad e exc l us ivamen t e ad min is t r a t ivaCap ac id ad e exc l us ivamen t e ad min is t r a t iva
A entidade autárquica possui caráter mer amen t e ad min is t r a t ivomer amen t e ad min is t r a t ivo , diferentemente das pessoas
políticas, que são dotadas de autonomia política (capacidade de auto-organização e capacidade de
legislar dentro dos limites constitucionais).
Nesse sentido, as autarquias possuem apenas capacidade de autoadministração, que significa
administrar a si própria, de acordo com as regras da lei instituidora.
 
Re l a ção co m o en t e e s t a t a l in s t i t u id o rRe l a ção co m o en t e e s t a t a l in s t i t u id o r
A relação da autarquia e o ente estatal instituidor é uma relação de vinculação, razão pela qual não
se fala em subordinação ou hierarquia entre estes.
 O ente federado exercerá sobre a autarquia controle finalístico, tutela administrativa, ou
supervisão (sinônimos), cujo exercício pressupõe previsão legal, que determinará os limites e
instrumentos de controle.
Em linhas gerais, o controle finalístico é um controle que deve se concentrar, essencialmente na
verificação do atingimento de resultados pertinentes ao objeto da entidade.
 
Co n t r o l e d e d esemp en h oCo n t r o l e d e d esemp en h o
Sem prejuízo do controle finalístico, as autarquias e demais entidades da administração indireta
podem celebrar com o Poder Público o chamado contrato de gestão, de acordo com § 8º , art. 37,
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CF.
Neste contrato, serão fixadas metas de desempenho que as entidades se comprometerão a cumprir
dentro de prazos estipulados e em contrapartida a entidade terá sua autonomia gerencial,
orçamentária e financeira ampliada.
OBS:OBS: As autarquias (e fundações públicas) que firmem contrato de gestão com o Poder
Público poderão ser qualificadas como agências executivas.
 
Aut a r quia s so b r eg ime e sp ec ia lAut a r quia s so b r eg ime e sp ec ia l
A expressão “regime autárquico especial” é aplicável a qualquer particularidade, a qualquer
característica - prerrogativa ou restrição -, não prevista no Decreto-Lei 200/1967, que integre o
regime jurídico da autarquia. Assim, depreende-se que esse decreto-lei teria estabelecido o “regime
jurídico geral”, “ordinário” ou “comum” das entidades da administração indireta.
OBS:OBS: Cumpre lembrar que o DL 200/67 é destinado às entidades federais, razão pela qual,
só é acurado falar no regime jurídico do DL 200/1967 como o “regime jurídico geral” das
entidades federais.
Qualquer peculiaridade pode ser considerada pela lei instituidora motivo para afirmar que a
autarquia é “sob regime especial”, pois a expressão não reporta a um regime jurídico
preestabelecido.
Em regra as leis instituidoras de autarquias “sob regime especial” estabelecem formas de
ampliar sua autonomia administrativa.
 
Por fim, é oportuno registrar que autarquias sob regime especial e agências reguladoras não se
confundem, pois qualquer entidade pode ser criada sob regime especial, inclusive as que não
exercem atividades de regulação.
Também não é corretor confundir autarquias sob regime especial e agências executivas, uma vez
que qualquer autarquia, desde que celebre com o Poder Público contrato de gestão, pode ser
qualificada como agência executiva.
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Principais diferenças entre agência reguladoras e agência executivas:
Ag ên c ia s Reg ul ad o r a sAg ên c ia s Reg ul ad o r a s Ag ên c ia s ex ecut iva sAg ên c ia s ex ecut iva s
Têm sido criadas como autarquias sob regime
especial;
Podem ser autarquias sob regime
especial ou não; podem ser fundações
públicas;
Só estão obrigadas a celebrar contrato de gestão
se houver tal exigência na respectiva lei
instituidora;
Obrigatoriamente celebram contrato
de gestão;
 
OBS:OBS: Uma agência reguladora pode ser uma agência executiva, porém essarelação não é
obrigatória.
 
Co n t r o l e Jud ic ia lCo n t r o l e Jud ic ia l
As autarquias estão sujeitas ao controle do poder judiciário quanto aos aspectos de legalidade e
legitimidade, tanto pelas vias ordinárias, quanto pelas especiais.
Os “atos de autoridade” praticados pelos agentes das autarquias são passíveis de controle judicial
de legalidade por meio de mandado de segurança.
 
Juí zo co mp et en t eJuí zo co mp et en t e
Lit í g io s En vo l ven d o :Lit í g io s En vo l ven d o :
Juí zoJuí zo
Co mp et en t e :Co mp et en t e :
Autarquias federais e atos coatores praticados por seus agentes.
Justiça Federal (CF,
109, I e VIII)
Autarquias Estaduais e Municipais
Justiça Estadual (não
há norma específica)
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Litígios funcionais – servidores estatutários e autarquia federal Justiça Federal
Litígios funcionais – servidores estatutários e autarquia estadual Justiça Estadual
Litígios entre empregado público (isto é, contratados sob o regime
trabalhista) e autarquia (federal, estadual ou municipal) 
Justiça do Trabalho
(CF, art. 114)
 
OBS:OBS: Segundo entendimento do STF, os agentes públicos contratados por tempo determinado
para atender situação de excepcional interesse público têm relação funcional de direito público, e
não trabalhista (RE 573.202/AM, com repercussão geral reconhecida).
 
Pr iv i l ég io s p r o cessua is Pr iv i l ég io s p r o cessua is (Regime jurídico de Fazenda Pública)
a )a ) prazo em dobro para as suas manifestações processuais, salvo disposição diversa (CPC, art.
183);
b )b ) isenção de custas judiciais;
c )c ) dispensa de exibição de instrumento de mandato em juízo, pelos procuradores de seu
quadro de pessoal (CPC, art. 287, parágrafo único, III; Lei 9.46911997, art. 9º);
d )d ) dispensa de preparo para a interposição de recursos (CPC, art. 1.007, § 1º ; Lei 9.494/1997,
art. 1º-A);
e )e ) não sujeição a concurso de credores ou à habilitação em falência, liquidação, recuperação
judicial, inventário ou arrolamento, para cobrança de seus créditos; (Lei 6.830/1980, arts. 1º ,
2º , § 1º e 29).14 RE 573.202/AM (repercussão geral), rei. Min. Ricardo Lewandowski.
 
As sentenças proferidas contra os entes federados e suas respectivas autarquias, ou que julgar
procedentes no todo ou em parte, estão sujeitas obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição
(remessa necessária). Assim, ainda que não tenha sido impetrado recurso de apelação, os autos
devem ser remetidos ao tribunal (CPC, art. 496, I e II).
EXCEÇÃOEXCEÇÃO - Não se aplica a regra ora em foco (duplo grau necessário) quando a
condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a:
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(a) 1.000 salários mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito
público; (b) 500 salários mínimos para os estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias
e fundações de direito público e os municípios que sejam capital de estado; e (c) 100 salários
mínimos para os demais municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público
(CPC, art. 496, § 3º).
*Tamb ém n ão se ap l ic a o d up l o g r au d e j ur isd ição o b r ig a t ó r io quan d oTamb ém n ão se ap l ic a o d up l o g r au d e j ur isd ição o b r ig a t ó r io quan d o a
sentença estiver fundada em: (a) súmula de tribunal superior; (b) acórdão proferido pelo
Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos
repetitivos; (c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência; e (d) entendimento coincidente com orientação vinculante firmada
no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou
súmula administrativa (CPC, art. 496, § 4º).
 
OBS:OBS: Nos termos da CF, art. 100, as pessoas jurídicas de direito público submetem-se ao regime
de p r eca t ó r io s j ud ic ia isp r eca t ó r io s j ud ic ia is , razão pela qual os bens de autarquia que porventura esteja sofrendo
execução judicial não estão sujeitos a penhora, entretanto, o texto constitucional exige que a verba
necessária ao pagamento dos débitos oriundos de sentença transitada em julgado seja anualmente
incluída nos respectivos orçamentos.
Co n se l h o s p r o f is s io n a is n ão e s t ão suj e i t o s ao r eg ime d e p r eca t ó r io sCo n se l h o s p r o f is s io n a is n ão e s t ão suj e i t o s ao r eg ime d e p r eca t ó r io s . . Os
pagamentos devidos, em razão de pronunciamento judicial, pelos Conselhos de Fiscalização (exs:
CREA, CRM, COREN, CRO) não se submetem ao regime de precatórios. STF. Plenário. RE
938837/SP, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em
19/4/20172017 (repercussão geral) (Info 861).
 
Pr e sc r ição quin quen a lPr esc r ição quin quen a l
Prescreve em cinco anos o direito de terceiro promover ação contra autarquia. Em regra, o prazo
prescricional pode ser suspenso ou interrompido conforme as situações de ações em geral.
EXCEÇÃOEXCEÇÃO : a interrupção da prescrição só pode ocorrer uma vez e, cessada a causa da
interrupção, o recomeço do prazo está sujeito a regra especial: em vez de a contagem reiniciar
por inteiro (como nas situações ordinárias de interrupção), o prazo prescricional contra a
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https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/522e1ea43810e90242942ccc0995dae1?categoria=2&subcategoria=15&assunto=766
autarquia recomeça a correr pela metade, isto é, uma vez reiniciada a contagem, a prescrição
deveria consumar-se, em princípio, com o transcurso do prazo de dois anos e meio.
 
OBS:OBS: essa regra especial de reinício da contagem do prazo prescricional interrompido não
pode resultar em um prazo total, somados os períodos, anterior e posterior, à interrupção,
inferior a cinco anos (Súmul a 383 d o ST FSúmul a 383 d o ST F ).
 
Imun id ad e t r ib ut á r iaImun id ad e t r ib ut á r ia
A chamada imunidade tributária recíproca proíbe a instituição de impostos para as autarquias
sobre o patrimônio, rendas e sobre os serviços que elas prestem, porém o texto constitucional
disciplina que a imunidade protege apenas o patrimônio, a renda e os serviços vinculados aos fins
institucionais específicos da autarquia, ou a outros derivados destes.
Por outro lado, tem decidido o STF, que a imunidade também alcança a exploração, pela
autarquia, de atividades estranhas aos seus objetivos próprios, desde que a renda decorrente dessa
exploração seja integralmente destinada à manutenção ou ampliação das finalidades essenciais da
entidade.
 
Resp o n sab i l id ad e c iv i lResp o n sab i l id ad e c iv i l
Nos termos do §6º , art. 37, CF (responsabilidade civil objetiva) as autarquias respondem
civilmente pelos danos que seus agentes nessa qualidade causarem a terceiros, ou seja, a autarquia
terá que i n d e n i z a r i n d e n i z a r os danos que seus a g en t e sag en t es causem nessa qua l id ad equa l id ad e a t e r ce ir o st e r ce ir o s ,
in d ep en d en t e d e d o l o o u cul p ain d ep en d en t e d e d o l o o u cul p a , a menos que comprove culpa exclusiva da vítima, ou causa
excludente admitida como força maior.
A autarquia terá direito a promover ação regressiva contra o agente causador do dano, no
entanto, terá que demonstrar que o mesmo agiu com dolo ou culpa.
 
b ) F un d açõ es Púb l ic a sb ) F un d açõ es Púb l ic a s
 
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Co n ce it oCo n ce it o
As fundações públicas são entidades da administração indireta, criadas por iniciativa do Poder
Público, mediante lei específica, com personalidade jurídica de direito público ou privado,a partir
de patrimônio público (total ou parcial), que tem por objeto atividades de interesse social
(observadas as áreas de atuação a serem definidas em lei complementar) exercidas sem intuito de
lucro.
Exemplos: Fundação Nacional do Índio (FUNAI); Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE); Fundação Nacional da Saúde (FUNASA); Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Fundação Escola Nacional de Administração
Pública (ENAP).
 
N a t ur eza j ur í d icaN a t ur eza j ur í d ica
Existem divergências em relação a natureza jurídica da personalidade jurídica das fundações
públicas, sendo a orientação predominante a que defende a possibilidade de tais entidades serem
instituídas com personalidade jurídica de direito público ou de direito privado, a critério do ente
federado instituidor.
A Constituição Federal de 1988 faz referência às fundações públicas conferindo-lhes privilégios
próprios de pessoas jurídicas de direito público e em razão a esse tratamento a doutrina
administrativista passou a propugnar o reconhecimento da personalidade jurídica de direito
público a essas entidades.
Por outro lado, nos termos do inciso XIX, do art. 37, a Constituição Federal desde 1998, prevê a
instituição das fundações públicas segundo mecanismo de criação de pessoas privadas.
Assim, f ir mo u-se o en t en d imen t o n o ST F p e l a p o ss ib i l id ad e d a s fun d açõ esf ir mo u-se o en t en d imen t o n o ST F p e l a p o ss ib i l id ad e d a s fun d açõ es
p úb l ica s se r em in s t i t u í d a s co mo p esso a s j ur í d ica s d e d ir e i t o p r ivad o, ca so emp úb l ica s se r em in s t i t u í d a s co mo p esso a s j ur í d ica s d e d ir e i t o p r ivad o, ca so em
que se r á ap l ic ad o l i t e r a l men t e o in c iso XIX, d o a r t . 37 , b em co mo co mque se r á ap l ic ad o l i t e r a l men t e o in c iso XIX, d o a r t . 37 , b em co mo co m
p er so n a l id ad e j ur í d ica d e d ir e i t o p úb l ico, que se r á c r iad a d ir e t amen t e p o r l e ip e r so n a l id ad e j ur í d ica d e d ir e i t o p úb l ico, que se r á c r iad a d ir e t amen t e p o r l e i
e sp ec í f ic a e ad quir ir á p e r so n a l id ad e j ur í d ica co m a s imp l e s v ig ên c ia d a n o r maesp ec í f ic a e ad quir ir á p e r so n a l id ad e j ur í d ica co m a s imp l e s v ig ên c ia d a n o r ma
in s t i t u id o r ain s t i t u id o r a .
Apesar de inexistir nesse segundo caso previsão constitucional, é legítima sua instituição, no
entanto, tais entidades serão uma espécie de autarquia, denominada de “fundação autárquica” ou
“autarquia fundacional”, e terão regime jurídico idêntico as autarquias, sendo a diferença entre as
duas meramente conceitual:
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Aut a r quiaAut a r quia F un d ação Aut á r quica/ Aut a r quia fun d ac io n a lF un d ação Aut á r quica/ Aut a r quia fun d ac io n a l
Regime jurídico
idêntico
Regime jurídico idêntico
Ser v iço p úb l icoSer v iço p úb l ico
personificado,
em regra, t í p ico d et í p ico d e
Es t ad oEst ad o
Pa t r imô n io p e r so n a l izad oPa t r imô n io p e r so n a l izad o destinado a uma finalidade
determinada - de in t e r e s se so c ia lin t e r e s se so c ia l
 
OBSOBS : A Constituição Federal não faz distinção entre fundação pública de direito privado e de
direito público, razão pela qual, todas as disposições constitucionais referentes as fundações
públicas, alcançam todas elas, seja de direito público, ou de direito privado.
 
A parte final do inciso XIX, art. 37, determina que seja editada Le i Co mp l emen t a rLe i Co mp l emen t a r que defina
as áreas de atuação das Fundações Públicas (a orientação doutrinária é que as fundações públicas
sejam criadas com finalidades institucionais de interesse social), entretanto, até hoje a lei ainda não
foi editada.
 
Reg ime Jur í d icoReg ime Jur í d ico
As “fundações públicas de direito público” são uma espécie de autarquia e, por isso, seguem o
mesmo regime jurídico das autarquias, qual seja, o regime jurídico de direito público, com as
prerrogativas e limitações que o caracterizam.
Em relação às fundações públicas de direito privado, conceitualmente a elas se aplicam o regime
híbrido, regulamentadas em parte pelo direito privado e em parte pelo direito público.
Acontece que muitas são as regras constitucionais que tem como destinatárias conjuntamente as
autarquias e fundações públicas, dificultando a distinção do regime jurídico para as fundações
públicas de direito privado.
 Apesar das dificuldades, é possível apontar algumas características das fun d açõ esfun d açõ es
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p úb l ica s co m p er so n a l id ad e j ur í d ica d e d ir e i t o p r ivad op úb l ica s co m p er so n a l id ad e j ur í d ica d e d ir e i t o p r ivad o , que a distinguem das
autarquias fundacionais, como por exemplo:
a )a ) só adquirem personalidade jurídica com a inscrição dos seus atos constitutivos no registro
público competente;
b )b ) não podem desempenhar atividades típicas de Estado, a exemplo do poder de polícia;
c )c ) não têm poder normativo (não podem editar atos gerais e abstratos que obriguem os
particulares);
d )d ) em regra, seus bens não são juridicamente classificados como bens públicos;
e )e ) não gozam dos privilégios processuais outorgados à Fazenda Pública;
f )f ) não estão sujeitas ao regime de precatórios judiciários, previsto no art. 100 da Constituição;
g )g ) não têm a prerrogativa de cobrar suas dívidas mediante o processo especial de execução
judicial estabelecido na Lei 6.830/1980;
h )h ) não podem ser sujeitos ativos tributários;
i )i ) para a doutrina majoritária, as causas relacionada às fundações públicas de direito privado,
federais, estaduais e municipais, devem ser processadas e julgadas pela Justiça Estadual.
 
No tocante ao art. 66 do Código Civil e o controle do Ministério Público em relação às fundações
públicas, a doutrina majoritária sustenta que estas não estão sujeitas ao dispositivo em questão,
bem como não as alcança em nenhuma espécie.
O Ministério Público, no que tange às fundações públicas, exerce controle ordinário, deflagrado
quando existirem indícios de irregularidades, diferente das fundações da iniciativa privada, uma
vez que em relação a elas exerce função de curadoria.
Finalmente, em relação ao foro competente, para julgamento das lides que envolvem as fundações
públicas de direito público, uma vez que são espécies de autarquia, se forem federais, têm foro na
Justiça Federal, ressalvadas as causas de falência, de acidentes de trabalho e nas sujeitas à Justiça
Eleitoral e à Justiça do Trabalho.
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Sendo a fundação pública de direito público estadual ou municipal, o foro competente será o da
Justiça Estadual.
As causas concernentes as fundações públicas com personalidade jurídica de direito privado serão
julgadas no foro comum da Justiça Estadual.
 
c ) Emp r esa s p úb l ic a s e so c ied ad es d e eco n o mia mis t ac ) Emp r esa s p úb l ic a s e so c ied ad es d e eco n o mia mis t a
 
In t r o d uçãoIn t r o d ução
São imprescindíveis algumas definições para adequada abordagem da matéria e uniformização da
linguagem, uma vez que o ordenamento constitucional confere relevância ao objeto exercido pela
entidade, pois, no que tange ao regime jurídico, este será distinto, conforme elas explorem
atividade econômica ou se dediquem à prestação de serviço público (ambas as atividades em
sentido estrito).
Classificação das a t iv id ad es d esen vo l v id a sa t iv id ad es d esen vo l v id a s pela generalidade das p esso a s p úb l ic a s ep essoa s p úb l ic a s e
p r ivad a sp r ivad a s :
A ) a t iv id ad es n ão eco n ô mica sA) a t iv id ad es n ão eco n ô mica s : atividades em que não há finalidade lucrativa;
A .1 ) a t iv id ad es ex c l us iva s d e Es t ad oA.1 ) a t iv id ad es ex c l us iva s d e Es t ad o : envolvem exercício do poder de império,
traduzindo manifestação da própria soberania. Somente podem ser desempenhadas por
pessoas jurídicas de direito público, sem possibilidade de delegação a particulares;
A .2 ) a t iv id ad es d e in t e r e s se so c ia l , s em in t uit o d e l uc r oA .2 ) a t iv id ad es d e in t e r e s se so c ia l , s em in t uit o d e l uc r o : Podem ser exercidas:
pela administração pública direta ou indireta, essas atividades são se r v iço s p úb l ico ssão se r v iço s p úb l ico s em
sentido estrito, sem fins lucrativos e sem possibilidade de delegação. Pelo setor privado,
se r v iço p r ivad ose r v iço p r ivad o, sem fins lucrativos, em regra com incentivo do Estado. Mais
genericamente, pelas pessoas jurídicas integrantes do denominado “t e r ce ir o se t o rt e r ce ir o se t o r ”.
 
B) a t iv id ad es eco n ô mica s em sen t id o amp l oB) a t iv id ad es eco n ô mica s em sen t id o amp l o : são as atividades empresariais
exploradas com finalidade de lucro e os serviços públicos passíveis de serem explorados com
intuito de lucro.
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B.1 )B.1 ) a t iv id ad es eco n ô mica s em sen t id o e s t r i t oa t iv id ad es eco n ô mica s em sen t id o e s t r i t o : são atividades produtivas rurais,
comerciais e industriais, bem como a prestação de serviços privados, abertos à livre iniciativa,
exercidas com finalidade de lucro. Em ca r á t e r ex cep c io n a lEm ca r á t e r ex cep c io n a l , o Estado desempenha essas
atividades (“Estado-empresário”), o que ocorre quando sua exploração é necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei
(CF, art. 173), e quando sua exploração está sujeita a regime constitucional de monopólio (CF,
art. 177);
B.2 )B.2 ) s e r v iço s p úb l ico s p a ss í ve is d e se r exp l o r ad o s co m in t uit o d e l uc r ose r v iço s p úb l ico s p a ss í ve is d e se r exp l o r ad o s co m in t uit o d e l uc r o : são
os serviços públicos de que trata o art. 175 da Constituição. Por serem serviços públicos,
mesmo que sejam explorados com intuito de lucro, estão sujeitos obrigatoriamente a regime
jurídico de direito público. São exemplos os serviços de telefonia, de fornecimento de energia
elétrica, de rádio e difusão sonora de sons e imagens, de transportes coletivos (art.21, inc.XII,
da CF).
 
Somente se enquadram como se r v iço s p úb l ico sse r v iço s p úb l ico s, seja em sentido amplo ou restrito, atividades
que, por imposição constitucional ou legal, sejam realizadas sob regime jurídico de direito público.
Se r v iço p úb l ico em sen t id oSer v iço p úb l ico em sen t id o
amp l oamp l o
Ser v iço p úb l ico em sen t id o e s t r i t oSe r v iço p úb l ico em sen t id o e s t r i t o
São todas as atividades de administração
pública em sentido material exercidas
pelo Estado, sob regime jurídico de
direito público. Ex: poder de polícia,
atividades internas de uma repartição,
serviços públicos prestados por
particulares mediante concessão ou
permissão.
Restringem-se às prestações que representem,
em si mesmas, uma utilidade ou comodidade
material para a população em geral, executada
sob regime jurídico de direito público (art. 175 –
podem ser prestados pela administração direta,
indireta ou por meio de delegação a
particulares). Ex: art.21, inc. XII, da CF.
 
As empresas públicas e as sociedades de economia mista foram idealizadas para se dedicarem à
exploração d e a t iv id ad es eco n ô mica s em sen t id o e s t r i t o d e a t iv id ad es eco n ô mica s em sen t id o e s t r i t o (CF, art. 173). Todavia, tal
circunstância não impediu que, antes e depois do DL 200/1967, fossem criadas empresas
públicas e sociedades de economia mista incumbidas da prestação de serviços públicos.
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Ab r an g ên c ia d o e s t a t ut o j ur í d ico d a s emp r esa s p úb l ic a s e so c ied ad es d eAb r an g ên c ia d o e s t a t ut o j ur í d ico d a s emp r esa s p úb l ic a s e so c ied ad es d e
eco n o mia mis t a (Le i 13 .303/ 2016 )eco n o mia mis t a (Le i 13 .303/ 2016 )
 
A Constituição Federal prevê, em seu art. 173, § 1º , a edição de um estatuto (que deverá ser lei
ordinária de caráter nacional) para disciplinar aspectos das empresas públicas e das sociedades de
economia mista.
Com o intuito de assegurar condições iguais de atuação de operação, o texto constitucional
disciplina que o Estatuto deverá dispor sobre a sujeição das empresas públicas e sociedades de
economia mista ao regime jurídico próprio de empresas privadas, conforme CF, art. 173, II, § 1º ,
in verbis:
 
Art. 173. Ressa l vad o s o s ca so s p r ev is t o s n es t a Co n s t i t u içãoRessa l vad o s o s ca so s p r ev is t o s n es t a Co n s t i t u ição , a exploração direta
de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista
e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de
bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
(...)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos
e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
 
Já o art.175 da CF, que também integra os preceitos constitucionais referentes à Ordem
Econômica e Financeira, trata da prestação de serviços públicos enquadrados como atividade
econômica em sentido amplo (vide conceitos no tópico anterior):
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão
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ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
 
Assim, embora existam serviços públicos que se enquadrem como atividades econômicas em
sentido amplo, a sua prestação d ir e t ad ir e t a pelo Estado não consiste em exceção, a exemplo daqueles
previstos no art.21, inc. XII, da CF.
De todo modo, em julho de 2016, foi publicada a Lei 13.303/2016, de caráter nacional, cuja
aplicação é obrigatória para todos os entes da federação, destinada a dispor sobre:
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre o e s t a t ut o j ur í d ico d a emp r esa p úb l ic a , d a so c ied ad ees t a t ut o j ur í d ico d a emp r esa p úb l ic a , d a so c ied ad e
d e eco n o mia mis t a e d e sua s sub s id iá r ia sd e eco n o mia mis t a e d e sua s sub s id iá r ia s , abrangendo toda e qualquer empresa pública
e sociedade de economia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que
exp l o r e a t iv id ad e eco n ô mica d e p r o d ução o u co mer c ia l iza ção d e b en s o u d eexp l o r e a t iv id ad e eco n ô mica d e p r o d ução o u co mer c ia l iza ção d e b en s o u d e
p r es t a ção d e se r v iço sp r es t a ção d e se r v iço s, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de
mo n o p ó l io d a Un ião o u se j a d e p r e s t a ção d e se r v iço s p úb l ico s .mo n o p ó l io d a Un ião o u se j a d e p r e s t a ção d e se r v iço s p úb l ico s . (g.n.) 
 
A primeira e mais importante observação a se fazer é a de que, em regra, as empresas públicas e
sociedade de economia mista são criadas para exercer atividadeseconômicas, ainda que em sentido
amplo. No entanto, há no Brasil, e podem vir a ser criadas, empresas públicas e sociedades de
economia mista que não estão (ou estarão) abrangidas pela Lei n°13.303/2016, a exemplo daquelas
que desempenham atividades de regulação e exercício de poder de polícia, bem como
desenvolvem ações de interesse social (saúde, ensino, pesquisa e etc.) sem intuito de lucro.
Na esfera federal, o Decreto 8.945/2016 foi editado com o propósito de regulamentar a Lei
13.303/2016. Contudo, nenhum dispositivo desse decreto menciona qual seria o objeto das
empresas públicas e sociedades de economia mista sujeitas a sua regulamentação.
Por esse motivo, a solução mais prudente é considerar que as disposições da Lei 13.303/2016 são
direcionadas às empresas públicas e sociedades de economia mista que desempenham atividades
econômicas (incluída a prestação de serviços públicos de natureza econômica).
Ainda, merece frisar que, embora a Lei 13.303/2016 subordine a seus preceitos a esmagadora
maioria das empresas púbicas e sociedades de economia mista do país, existem entidades dessa
natureza jurídicas que não estão abrangidas pela Lei. Não são todas, são quase todas !
 
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Co n ce it oCo n ce it o
 
A Lei 13.303/2016 conceituou as empresas públicas e sociedades de economia mista nos seguintes
termos:
Art. 3o Emp r esa p úb l ic aEmp r esa p úb l ic a é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado,
com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente
detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. 
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União,
do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a
participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da
administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
Art. 4o So c ied ad e d e eco n o mia mis t aSo c ied ad e d e eco n o mia mis t a é a entidade dotada de personalidade jurídica de
direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações
com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos
Municípios ou a entidade da administração indireta. 
§ 1o A pessoa jurídica que controla a sociedade de economia mista tem os deveres e as
responsabilidades do acionista controlador, estabelecidos na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
1976, e deverá exercer o poder de controle no interesse da companhia, respeitado o interesse
público que justificou sua criação. 
§ 2o Além das normas previstas nesta Lei, a sociedade de economia mista com registro na
Comissão de Valores Mobiliários sujeita-se às disposições da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de
1976. 
Também é relevante transcrever os conceitos insculpidos no Decreto 8.945/2016, lembrando que
essas disposições são aplicáveis apenas no âmbito da União:
Art. 2o Para os fins deste Decreto, considera-se:
I - emp r esa e s t a t a lemp r esa e s t a t a l - entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, cuja
maioria do capital votante pertença direta ou indiretamente à União;
II - emp r esa p úb l ic aemp r esa p úb l ic a - empresa estatal cuja maioria do capital votante pertença
d ir e t amen t ed ir e t amen t e à União e cujo capital social seja constituído de recursos provenientes
exclusivamente do setor público;
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6385.htm
III - so c ied ad e d e eco n o mia mis t aso c ied ad e d e eco n o mia mis t a - empresa estatal cuja maioria das ações com direito a
voto pertença d ir e t amen t ed ir e t amen t e à União e cujo capital social admite a participação do setor
privado;
IV - sub s id iá r iasub s id iá r ia - empresa estatal cuja maioria das ações com direito a voto pertença direta ou
indiretamente a empresa pública ou a sociedade de economia mista;
V - co n g l o mer ad o e s t a t a lco n g l o mer ad o e s t a t a l - conjunto de empresas estatais formado por uma empresa
pública ou uma sociedade de economia mista e as suas respectivas subsidiárias;
VI - so c ied ad e p r ivad aso c ied ad e p r ivad a - entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
patrimônio próprio e cuja maioria do capital votante não pertença direta ou indiretamente à
União, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; e
VII - administradores - membros do Conselho de Administração e da Diretoria da empresa
estatal.
Parágrafo único. Incluem-se no inciso IV do cap utcap ut as sub s id iá r ia s in t eg r a issub s id iá r ia s in t eg r a is e as d ema isd ema is
so c ied ad es em que a emp r esa e s t a t a l d e t en h a o co n t r o l e a c io n á r ioso c ied ad es em que a emp r esa e s t a t a l d e t en h a o co n t r o l e a c io n á r io
ma j o r it á r ioma j o r it á r io , inclusive as sociedades de propósito específico.
Conforme sublinhado, o Decreto em comento criou uma restrição não estipulada na Lei
13.303/2016, qual seja, a de que a maioria do capital votante da sociedade de economia mista
pertença d ir e t amen t ed ir e t amen t e à União.
Em relação à empresa pública, o Decreto 8.945/2016 também trouxe uma inovação quanto à sua
forma, disposta no art.11, a saber: “ emp r esa p úb l ic aemp r esa p úb l ic a adotará, p r e fe r en c ia l men t ep r e fe r en c ia l men t e , a forma
de so c ied ad e an ô n imaso c ied ad e an ô n ima , que será obrigatória para as suas subsidiárias”.
 Ademais, vale destacar que, conforme utilizado por alguns autores, o Decreto apresenta o
conceito genérico de emp r esa e s t a t a lemp r esa e s t a t a l para se referir às empresas públicas e sociedades de
economia mista, as respectivas subsidiárias e as demais empresas controladas direta ou
indiretamente pelo poder público.
Cumpre consignar, por fim, que a figura da “ emp r esa e s t a t a l d ep en d en t e“ emp r esa e s t a t a l d ep en d en t e ”, à luz da Lei de
Responsabilidade Fiscal (Lei 101/2000), abrange todas as sociedades controladas, direta ou
indiretamente, pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos municípios, que
dependem de recursos do controlador para fazer face às despesas nele arroladas:
 
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Art. 2o Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como:
I - en t e d a F ed er a çãoen t e d a F ed er a ção : a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município;
II - emp r esa co n t r o l ad aemp r esa co n t r o l ad a : sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto
pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação;
III - emp r esa e s t a t a l d ep en d en t eemp r esa e s t a t a l d ep en d en t e : empresa controlada que receba do ente controlador
recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de
capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária;
 
Cr ia çãoCr ia ção
A instituição de empresas públicas e sociedades de economia mista, conforme inciso XIX, art. 37,
da CF, será aut o r izad aaut o r izad a mediante de lei específica.
Uma vez autorizada, somente com a inscrição dos atos constitutivos no órgão competente (art. 45,
CC/02), ocorre a criação, ou seja, a aquisição da personalidade jurídica.
Segundo o art.13 da Lei 13.303/2016, a lei de criação da empresa pública e da sociedade de
economia mista deverá dispor sobre diretrizes e restrições a serem consideração na elaboração do
estatuto da empresa.
Os atos constitutivos podem ser veiculados

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