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Conceitos Fundamentais do Direito

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1.1 – Conceito de Direito
A ciência do direito é um ramo das ciências sociais que estuda as normas obrigatórias que controlam as relações dos indivíduos em uma sociedade. É uma disciplina que transmite aos estudantes de direito um conjunto de conhecimentos relacionados com as normas jurídicas determinadas por cada país. Para alguns autores, é um sinal de organização de uma determinada sociedade, porque indica a recepção de valores e aponta para a dignidade do ser humano.
1.2 – Origem e Finalidade do Direito 
De onde vem o Direito? Imaginemos, numa época distante, seres primitivos, de nossa espécie, vivendo em grupo. Por maior que fosse a harmonia ou o equilíbrio de força entre eles, é inevitável o surgimento de divergência, desentendimentos, conflitos. Assim, torna-se necessária a criação, entre eles, de normas que lhes sirvam de orientação da conduta. Mas, num mundo como esse que estamos imaginando, que tipo de regra de conduta se poderia estabelecer?
Resumidamente o direito passa a existir quando o homem vê que há uma necessidade de regras para se conseguir viver em sociedade.
1.3– Direito Subjetivo e Direito 
O Direito Subjetivo se caracteriza por ser um atributo da pessoa. Este faz dos seus sujeitos titulares de poderes, obrigações e faculdades estabelecidos pela lei. Em outras palavras o direito subjetivo é um poder ou domínio da vontade do homem, juridicamente protegida. É uma capacidade própria e de competência de terceiros.
Para determinar a natureza jurídica dos direitos subjetivos, é preciso analisar algumas das principais teorias acerca destes direitos: A teoria da vontade (Windscheid. 1817–1892), a Teoria do Interesse (Ihering. 1818–1892) e a Teoria Eclética (Jellinek. 1851-1911).
· A teoria da Vontade afirma que o direito subjetivo depende da vontade de seu titular. É a vontade do sujeito reconhecida pelo ordenamento jurídico. Esta teoria foi criticada por nem sempre depender da vontade de seu titular, como no caso dos incapazes, que mesmo não possuindo vontade, possuem direitos subjetivos exercidos através de seus representantes legais.
· A teoria do Interesse assevera que os direitos objetivos são os interesses juridicamente protegidos. O interesse aqui mencionado é analisado no sentido objetivo, ou seja, não se inclui na vontade. Este é tido como interesse de alguém, mas sim em relação aos valores genéricos da coletividade.
· A teoria eclética se caracteriza por uma fusão das teorias supracitadas. A completude da natureza dos direitos subjetivos de dá pela união de vontade e interesse jurídico.
Resumidamente o direito subjetivo é aquele que depende da vontade e da iniciativa dos interessados. 
Exemplo: direito de arrependimento de aquisições realizada fora do estabelecimento comercial dentre o prazo de 7 dias. 
direito objetivo se caracteriza por ser um dado cultural, composto de normas e instituições, constituindo um dado objetivo. Esse conjunto de normas, que se formaliza por uma entidade, uma instituição (Estado) rege a conduta da sociedade, fazendo esta ser titular de poderes, obrigações e faculdades. Podemos dizer que o direito objetivo (instituição) garante ao indivíduo o direito subjetivo de invocar o ordenamento jurídico a seu favor.
1.5–Ramos do Direito O Direito é uma área responsável por regular as relações entre os seres humanos na sociedade em um determinado período histórico. Apesar dele ser tratado de forma separada durante o seu estudo, as demais áreas do direito não devem ser tratadas fragmentadamente, pois elas são interdependentes. Assim, cada ramo do direito dependerá das noções básicas introduzidas pelo curso de Direito.
O Direito é dividido em dois grupos: direito público e direito privado. Uma classificação antiga e originária do Direito Romano, em que as normas se dividiam de acordo com a natureza de determinado interesse.
Direito Público: representado pelas diretrizes e atuações criadas para que o Estado (país, estado ou município) ou os órgãos públicos possam exercer o seu poder. Elas regulam as relações dentro de um país ou do país com os indivíduos. Sua missão principal é regular e limitar a ação do poder público para o bem geral da população.
Exemplo: desapropriação de bem particular em razão de obra pública.
Direito Privado: representado pelas normas que regulam as relações entre as pessoas ou desses com o Estado sem o uso de sua condição de poder. É baseado nas normas contratuais entre os particulares, identificando os interesses entre as partes de acordo com a lei.
Com isso foram surgindo os demais ramos do direito, cada qual exercendo uma função específica, mas interligado as outras áreas. Essa divisão é causa de contradição entre os autores, que parte acreditam que alguns ramos deveriam ser classificados dentro do direito público e parte dentro do direito privado. Isso faz com que haja uma certa dificuldade em definir cada ramo teoricamente. Por esse motivo serão explicadas resumidamente e de forma simples as demais áreas do direito e suas peculiaridades serão tratadas em outros artigos.
Exemplo: divórcio, não pode ser requerido se não pelo próprio casal.
1.6 Fontes do Direito 
Fontes do direito" é uma expressão utilizada no meio jurídico para se referir aos componentes utilizados no processo de composição do direito, enquanto conjunto sistematizado de normas, com um sentido e lógica próprios, disciplinador da realidade social de um estado. Em outras palavras, fontes são  as origens do direito, a matéria prima da qual nasce o direito.
São utilizadas como fontes recorrentes do direito as leis, o costume, a jurisprudência, a equidade e a doutrina.
· Leis são as normas ou o conjunto de normas jurídicas criadas através de processos próprios, estabelecidas pelas autoridades competentes;
· Costume é a regra social derivada de prática reiterada, generalizada e prolongada, o que resulta numa convicção de obrigatoriedade, de acordo com a sociedade e cultura em particular;
· Jurisprudência é o conjunto de decisões sobre interpretações de leis, feita pelos tribunais de determinada jurisdição;
· Equidade é a adaptação de regra existente sobre situação concreta que prioriza critérios de justiça e igualdade;
· Doutrina é a produção realizada por pensadores, juristas e filósofos do direito, concentrados nos mais diversos temas relacionados às ciências jurídicas;
Atualmente, é consenso que os princípios fundamentais de direito constituem também fonte do direito.
As fontes têm várias classificações possíveis: podem ser voluntárias e involuntárias, materiais ou formais; as formais, por sua vez, podem ser imediatas e mediatas.
Quanto às fontes voluntárias e involuntárias, o critério de distinção é a forma e processo como se exteriorizam essas regras. Como fontes voluntárias temos as leis, resultantes de um processo formal legislativo, intencional, que criam regras para o direito. Já a fonte involuntária é a que não traduz um processo intencional de criação do direito, ou seja, cria involuntariamente direito. Exemplo perfeito dessa modalidade é o costume.
O conceito de fonte material está relacionado ao organismo dotado de poderes para a elaboração de leis. Por exemplo, o artigo 22, I, da constituição federal estabelece que a união é a fonte de produção do direito penal, o que quer dizer que os estados e os municípios não detêm o poder de legislar sobre a matéria.
Fontes formais são aquelas pela qual o direito se manifesta. As fontes formais imediatas são aqueles fatos que, por si só, são fatos geradores do direito, como por exemplo, as normas legais. As fontes formais mediatas são os costumes, os princípios gerais do direito, a jurisprudência e a doutrina. No artigo 4º. da Lei de Introdução ao Código Civil temos que quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
1.7 A lei: Elementos, Hierarquia, Vigência, Cessação da obrigatoriedade, retroatividade.
 Elemento da lei: de acordo com as técnicas legislativa (a redação da lei) 
a) Tipos de lei. Exemplo: lei ordinária
b) Número da lei; 
c) Datada promulgação – aprovação; 
d) Ementa= resumo ;
e) Artigo: são numerados em forma ordinal do primeiro ao nono e em forma cardial dez, onze… ;
f) Caput: cabeça;
g) Inciso: são representados por algarismos romanos, serve para completar a redação anterior; 
h) Alíneas: São representado por letras maiúsculas, serve em para completa a redação anterior;
i) Itens: são representados por números, serve para completar a redação anterior 
j) Parágrafo §: são representados por símbolo quando existe um número superior; a um e por extenso quando for quando for único. Serve para apresentar observações/ exceções e/ou ressalva;
k) Local da promulgação 
l) Data da publicação: a partir de quando não se pode alegar seu desconhecimento;
m) Data de início de vigência: a partir de quando a lei passa a produzir seus efeitos geralmente essa informação vem expressa (escrita) no final do texto legal. Entretanto caso essa informação esteja ausente, cabe aplicar as seguintes regras gerais. 1) no território nacional, a lei começa a viger em 45 dias após a promulgação. 2) no território estrangeiro a lei começa a viger e, três meses após a publicação. 
Hierarquia 
Consiste no grau de relevância da lei, e para tanto leva consideração, o quórum (o número de votos) necessário para a sua provação. 5 principais tipos de lei seguem indicados na ordem decrescente:
1. Constituição federal: foi promulgada e publicada em grande parte em 5 de outubro de 1988.
Constituição Federal é o conjunto de leis fundamentais que organiza e rege o funcionamento de um país. É considerada a lei máxima e obrigatória entre todos os cidadãos de determinada nação, servindo como garantia dos seus direitos e deveres.
A Constituição Federal Brasileira de 1988 é a atual legislação do país, criada por uma Assembleia Constituinte e promulgada oficialmente em 5 de outubro de 1988.
Nos países democráticos, a elaboração de uma Constituição é feita pela Assembleia Constituinte, sendo que os seus participantes são todos escolhidos através de eleição popular.
2. Emendas: as emendas ou emendas à constituição serve para alterar a constituição federal (CF) o quórum é de 3/5= 60% dos integrantes da câmara dos deputados e do senado federal, em rotação separados

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