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1600 QUESTÕES LÍNGUA PORTUGUESA - BANCA FUNCERN

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Em concursos úblicos 
 
1 
CADERNO DE QUESTÕES – PORTUGUÊS - FUNCERN 
 
 
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2 
CADERNO DE QUESTÕES – PORTUGUÊS - FUNCERN 
 
AS QUESTÕES DE NÚMERO 01 A 09 REFEREM-SE AO TEXTO 
ABAIXO. 
Inclusão Social 
Rodolfo F. Alves Pena 
A inclusão social é o termo utilizado para designar toda e 
qualquer política de inserção de pessoas ou grupos excluídos 
na sociedade. Portanto, falar de inclusão social é remeter ao 
seu inverso, a exclusão social. 
Nesse sentido, para estabelecer uma ação de inclusão social, 
primeiramente é necessário observar e identificar quais 
seriam aqueles que estariam sistematicamente excluídos da 
sociedade, ou seja, que não gozam dos seus benefícios e 
direitos básicos, como saúde, educação, emprego, renda, 
lazer, cultura, entre outros. 
De certo modo, é muito difícil que alguém ou algum grupo 
social esteja totalmente excluído de toda a sociedade. 
Geralmente, isso ocorre sobre uma parte dela. Assim, falar 
de inclusão é falar de democratizar os diferentes espaços 
para aqueles que não possuem acesso direto a eles. 
Por exemplo: as cotas raciais seriam uma medida de inclusão 
dos negros na universidade, no sentido de que esse grupo de 
pessoas, por razões históricas, possui estatisticamente 
maiores limitações materiais para alcançar o nível superior. 
Outro caso seria a adoção de medidas de acessibilidade para 
idosos e deficientes físicos que não conseguem acessar ou se 
deslocar em espaços públicos das cidades. 
A Secretaria Especial dos Direitos Humanos[1] resume alguns 
dados que podemos considerar como exemplos de exclusão 
social: 125 milhões de crianças no mundo não frequentam a 
escola, sendo dois terços delas mulheres; somente 1% dos 
deficientes físicos frequentam a escola em países 
subdesenvolvidos e emergentes; e 12 milhões de crianças 
morrem por problemas relacionados com a falta de recursos 
por ano. 
Vale lembrar que, por exemplo, caso uma pessoa seja de 
determinada etnia, ou cor, ou possua algum tipo de 
deficiência física ou seja portadora de necessidades 
especiais, ela não é automaticamente uma pessoa 
socialmente excluída. No entanto, se a sociedade não 
oferece condições e faz com que qualquer uma dessas 
características se torne um impeditivo à liberdade humana, 
então há um caso de exclusão social. 
Portanto, mais do que uma expressão, a exclusão social é, de 
certo modo, uma forma de violência ao ser ou à dignidade 
humana, uma vez que impede um indivíduo de exercer a sua 
cidadania por razões eticamente não justificáveis. 
Nesse contexto, a inclusão social transformou-se em um 
objetivo a ser perseguido por várias pessoas, em uma forma 
de luta. Assim, existem atualmente inúmeros movimentos 
sociais que reivindicam da sociedade geral e do poder 
público a efetuação de uma política real de contrapeso às 
diferenças históricas e sociais constituídas no cerne da 
história da civilização moderna. No Brasil, por exemplo, 
existem os movimentos de feministas, de negros, de 
homossexuais, de praticantes de religiões africanas, de 
portadores de necessidades especiais etc. 
Mais do que um esforço do governo em suas diferentes 
escalas, é preciso também uma maior ação social para a 
promoção de políticas de inclusão social. Isso envolve 
diversas áreas da sociedade, como a educação e a cultura, 
entre outras. Por isso, esforços coletivos e individuais que 
visem romper preconceitos e ações coercitivas são 
necessários para uma melhor vivência cotidiana. 
 
[1] Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Ética e cidadania: 
construindo valores na escola e na sociedade. 
 
Brasília: Ministério da Educação, SEIF, SEMTEC, SEED, 2003. Disponível 
em: http://www.oei.es/quipu/brasil/ec_inclu.pdf. Texto adaptado de: 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/educacao/inclusao-social.htm. 
Acesso em: 13 abri. 2018. 
 
QUESTÃO 01 (FUNDASE-RN: Agente Socioeducativo, 
Assistente Social, Pedagogo e Psicólogo - FUNCERN 2018) 
A intenção comunicativa dominante no texto é 
A) defender visão pessoal a respeito da inclusão social. 
B) fornecer dados que subsidiem a política da inclusão social. 
C) expor entendimento panorâmico sobre a inclusão social. 
D) orientar práticas que visem defender a inclusão social. 
 
QUESTÃO 02 (FUNDASE-RN: Agente Socioeducativo, 
Assistente Social, Pedagogo e Psicólogo - FUNCERN 2018) 
O quarto parágrafo do texto corresponde ao 
desenvolvimento de ideia explicitada 
A) no terceiro período do parágrafo anterior. 
B) no primeiro período do parágrafo anterior. 
C) no primeiro período do primeiro parágrafo. 
D) no segundo período do primeiro parágrafo. 
 
QUESTÃO 03 (FUNDASE-RN: Agente Socioeducativo, 
Assistente Social, Pedagogo e Psicólogo - FUNCERN 2018) 
Considere o parágrafo: 
Mais do que um esforço do governo em suas (1º) diferentes 
escalas, é preciso também uma maior ação social para a 
promoção de políticas de inclusão social. Isso (2º) envolve 
diversas áreas da sociedade, como a educação e a cultura, 
entre outras. Por isso, (3º) esforços coletivos e individuais 
que (4º) visem romper preconceitos e ações coercitivas são 
necessários para uma melhor vivência cotidiana. 
Em relação aos pronomes destacados, é correto afirmar: 
A) o segundo e o quarto retomam dados apresentados em 
períodos anteriores. 
B) o primeiro e o terceiro retomam dados apresentados em 
períodos anteriores. 
C) o segundo e o terceiro retomam dados apresentados no 
período em que se encontra cada uma dessas formas 
pronominais. 
D) o primeiro e o quarto retomam dados apresentados no 
período em que se encontra cada uma dessas formas 
pronominais. 
 
QUESTÃO 04 (FUNDASE-RN: Agente Socioeducativo, 
Assistente Social, Pedagogo e Psicólogo - FUNCERN 2018) 
O título do texto apresenta-se em registro 
FUNDASE-RN 2018: AGENTE SOCIOEDUCATIVO, 
ASSISTENTE SOCIAL, PEDAGOGO E PSICÓLOGO 
 
 
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3 
CADERNO DE QUESTÕES – PORTUGUÊS - FUNCERN 
A) denotativo e foca, estritamente, o tema a ser tratado. 
B) denotativo e orienta, claramente, o leitor para a intenção 
comunicativa. 
C) conotativo e orienta, claramente, o leitor para a intenção 
comunicativa. 
D) conotativo e foca, estritamente, o tema a ser tratado. 
 
QUESTÃO 05 (FUNDASE-RN: Agente Socioeducativo, 
Assistente Social, Pedagogo e Psicólogo - FUNCERN 2018) 
Considere o período: 
Portanto, mais do que uma expressão, a exclusão social é, de 
certo modo, uma forma de violência ao ser ou à dignidade 
humana, uma vez que impede um indivíduo de exercer a sua 
cidadania por razões eticamente não justificáveis. 
No trecho, o autor constrói uma afirmativa 
A) com auxílio de delimitação e sem justificativa. 
B) sem auxílio de delimitação e com justificativa. 
C) com auxílio de delimitação e de justificativa. 
D) sem auxílio de delimitação e de justificativa. 
 
QUESTÃO 06 (FUNDASE-RN: Agente Socioeducativo, 
Assistente Social, Pedagogo e Psicólogo - FUNCERN 2018) 
A palavra cujo acento gráfico se justifica pelo mesmo motivo 
que “excluídos” é 
A) “benefícios”. 
B) “saúde”. 
C) “básicos”. 
D) “nível”. 
 
QUESTÃO 07 (FUNDASE-RN: Agente Socioeducativo, 
Assistente Social, Pedagogo e Psicólogo - FUNCERN 2018) 
Considere o trecho: 
Vale lembrar que, por exemplo, (1ª) caso uma pessoa seja de 
determinada etnia, ou cor, ou possua algum tipo de 
deficiência física ou seja portadora de necessidades 
especiais, (2ª) ela não é automaticamente uma pessoa 
socialmente excluída. No entanto, (3ª) se a sociedade não 
oferece condições e faz com que qualquer uma dessas 
características se torne um impeditivo à liberdade humana, 
(4ª) então há um caso de exclusão social. 
Em relação às virgulas em destaque, é correto afirmar: 
A) todas são obrigatórias e justificam-se por razões 
diferentes. 
B) as duas primeiras são facultativas e justificam-se pela 
mesma razão. 
C) as duas últimas são facultativas e justificam-se por razões 
diferentes. 
D) todas são obrigatórias e justificam-se pela mesma razão. 
 
QUESTÃO 08 (FUNDASE-RN:Agente Socioeducativo, 
Assistente Social, Pedagogo e Psicólogo - FUNCERN 2018) 
Considere o período: 
No entanto, se a sociedade não oferece condições e faz com 
que qualquer uma dessas características se torne um 
impeditivo à liberdade humana, então há um caso de 
exclusão social. 
No trecho, a crase é decorrente 
A) da palavra “empeditivo”, apenas. 
B) da palavra “torne”, apenas. 
C) das palavras “empeditivo” e “liberdade”, 
simultaneamente. 
D) das palavras “torne” e “liberdade”, simultaneamente. 
 
QUESTÃO 09 (FUNDASE-RN: Agente Socioeducativo, 
Assistente Social, Pedagogo e Psicólogo - FUNCERN 2018) 
Considere o trecho: 
Nesse contexto, a inclusão social transformou-se em um 
objetivo a ser perseguido por várias pessoas, em uma forma 
de luta. Assim, existem (1º) atualmente inúmeros 
movimentos sociais que reivindicam (2º) da sociedade geral 
e do poder público a efetuação de uma política real de 
contrapeso às diferenças históricas e sociais constituídas no 
cerne da história da civilização moderna. 
Em relação aos verbos destacados, é correto afirmar: 
A) apenas o primeiro concorda com sujeito posposto, 
explicitado no período em que se encontra a forma verbal. 
B) apenas o segundo concorda com sujeito anteposto, 
explicitado no período anterior. 
C) ambos concordam com sujeito anteposto, explicitado no 
período anterior. 
D) ambos concordam com sujeito posposto, explicitado no 
período em que se encontra cada forma verbal. 
 
QUESTÃO 10 (FUNDASE-RN: Agente Socioeducativo, 
Assistente Social, Pedagogo e Psicólogo - FUNCERN 2018) 
10. Em carta formal sobre exclusões sociais destinada aos 
vereadores da Câmara Municipal de Natal, o pronome de 
tratamento adequado para dirigir-se, diretamente, a essas 
autoridades é 
A) Suas Senhorias. 
B) Vossas Senhorias. 
C) Vossas Excelências. 
D) Suas Excelências. 
 
GABARITO 
01 – C 02 – A 03 – D 04 – A 05 – C 
06 – B 07 – D 08 – C 09 – A 10 – B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CADERNO DE QUESTÕES – PORTUGUÊS - FUNCERN 
 
PROVA DISCURSIVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 
Estas questões deverão ser respondidas nas folhas de 
respostas discursivas, mantendo o memorial de cálculo, 
quando for o caso. 
 
QUESTÃO 01 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Considere os excertos: 
Em sociedades tecnológicas, industrializadas, a escrita é 
onipresente. Ela integra cada momento de nosso cotidiano, 
constituindo-se numa forma tão familiar de fazer sentido de 
nossa realidade que seu uso passa despercebido para os 
grupos letrados. Para realizar uma atividade rotineira como 
uma compra no supermercado, por exemplo, escrevemos 
uma lista dos produtos que precisamos comprar; já no local 
de compras, lemos e comparamos rótulos, preços, datas de 
validade, ingredientes e cartazes promocionais [...]. Essa 
escrita ambiental e rotineira representa, entretanto, apenas 
uma das funções da escrita, das mais básicas. O domínio de 
outros usos e outras funções da escrita significa, 
efetivamente, o acesso a outros mundos, públicos e 
institucionais, como o da mídia, da burocracia, da tecnologia 
e, por meio deles, a possibilidade de acesso ao poder. 
Fonte: KLEIMAN, A. B. Os significados do letramento: uma 
nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas: 
SP: Mercado de Letras, 1995. p. 7-8. 
 
[...] as práticas sociais de uso da língua escrita devem receber 
destaque na orientação do trabalho escolar, em razão do 
valor social e histórico que têm em nossa sociedade. 
Independentemente, porém, da natureza da modalidade e 
da prática social de linguagem em foco, parte-se da 
compreensão de que o conhecimento do sujeito para nela 
atuar é uma produção humana – histórica e contextualizada 
– e de que sua apropriação se dá exatamente na prática 
social. [...] a definição do que se vai propor como objeto de 
ensino, a rigor, é uma ação de natureza pedagógica e, 
sobretudo política, voltada para a criação de situações de 
ensino que propiciem a construção de conhecimentos que 
resulte de uma atividade de busca por parte do próprio 
aluno, fundada em situações de aprendizagem significativas, 
a partir das indicações e das orientações fornecidas pelo 
professor. 
Adaptado de: BRASIL. Orientações Curriculares para o Ensino Médio 
(OCEM). Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: Ministério da 
Educação/Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 2006. v. 1, p. 34-
35. 
 
Tomando como referência tanto o papel da escrita em uma 
sociedade letrada e estratificada em classes sociais quanto 
as afirmações dos documentos oficiais sobre o trabalho com 
as práticas letradas no ensino médio, produza um 
comentário, na modalidade padrão da língua portuguesa, no 
qual você se posicione sobre a seguinte questão: a escola 
pública brasileira tem cumprido, a contento, o seu papel de 
formar alunos produtores de textos escritos, cidadãos 
letrados que concebam a escrita como prática discursiva e 
como instrumento de poder e de acesso ao mundo social? 
 
Na produção do comentário, problematize o ensino de 
escrita na última etapa da educação básica da rede pública, 
considerando as práticas didático-pedagógicas geralmente 
em uso e as práticas didático-pedagógicas delineadas nos 
documentos oficiais. 
 
QUESTÃO 02 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Considere o excerto: 
No ensino médio, a sistematização de certos conceitos 
específicos da teoria e da crítica literárias precisa alcançar 
maior profundidade, exigindo-se do aluno um repertório 
mais amplo de leituras e o conhecimento da organização 
estética da obra literária. A carência de noções teóricas e a 
escassez de práticas de leituras literárias são fatores que 
contribuem para que o aluno encare a literatura como 
objeto artístico de difícil compreensão. Essa situação é 
certamente herança das lacunas do ensino fundamental, 
como também decorre do próprio encaminhamento dado ao 
estudo de literatura no ensino médio, considerando, por 
exemplo, a seleção inadequada de obras literárias, sem levar 
em conta as leituras prévias dos alunos e as expectativas 
desse público-leitor. Além disso, as técnicas de abordagem 
ao texto literário não são diversificadas, contribuindo para 
que o educando desenvolva uma compreensão mitificada e 
homogênea do fenômeno literário. 
Adaptado de: SILVA, I. M. M. A literatura no ensino médio: quais os 
desafios do professor? In: BUNZEN, C.; MEDONÇA, M, (Org.). Português 
no ensino médio e formação do professor. São Paulo: Parábola, 2006. p. 
83. 
 
Considerando a perspectiva esboçada acima, produza um 
comentário, na modalidade padrão da língua portuguesa. 
Nesse comentário, eleja uma concepção de literatura que 
possa subsidiar abordagens didático-pedagógicas 
apropriadas ao desenvolvimento da formação humana do 
educando e à construção de um leitor crítico e reflexivo do 
texto literário. Em seguida, justifique sua escolha. 
 
PROVA OBJETIVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 
Considere o excerto para responder às questões de 1 a 10: 
A língua continua sendo forte elemento de discriminação 
social, seja no próprio contexto escolar, seja em outros 
contextos sociais, como no acesso ao emprego e aos serviços 
públicos em geral (serviços de saúde, por exemplo). 
Por isso, parece ser um grande equívoco a afirmação de que 
a variação linguística não deve ser matéria de ensino na 
escola básica. Assim, a questão crucial, para nós, é saber 
como tratá-la pedagogicamente, ou seja, como desenvolver 
uma pedagogia da variação linguística no sistema escolar de 
uma sociedade que ainda não reconheceu sua complexa 
cara linguística e, como resultado da profunda divisão 
socioeconômica que caracterizou historicamente sua 
formação (uma sociedade que foi, por trezentos anos, 
escravocrata), ainda discrimina fortemente pela língua os 
IFRN 2017: PROFESSOR DE ENSINO BÁSICO, 
TÉCNICO E TECNOLÓGICO:LÍNGUA 
PORTUGUESA E LITERATURA 
 
 
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5 
CADERNO DE QUESTÕES – PORTUGUÊS - FUNCERN 
grupos socioeconômicos que recebem as menores parcelas 
da renda nacional. 
A maioria dos alunos que chegam à escola pública é oriunda 
precisamente desses grupos socioeconômicos. E há, entre 
nossas crenças pedagógicas, um pressuposto de que cabe à 
escola pública contribuir, pela oferta de educação de 
qualidade, para favorecer, mesmo que indiretamente, uma 
melhor redistribuição da renda nacional. 
Obviamente, não se pode compreender a educação apenas 
como vetor de criação de valor econômico. É preciso vê-la 
principalmente como uma experiência sociocognitiva que dá 
acesso amplo ao universo das práticas socioculturais em 
toda a sua diversidade, universo este em que as linguagens 
(e a linguagem verbal em especial) têm papel constitutivo. 
Boa parte de uma educação de qualidade tem a ver 
precisamente com o ensino de língua – um ensino que 
garanta o domínio das práticas socioculturais de leitura, 
escrita e fala nos espaços públicos. E esse domínio inclui o 
das variedades linguísticas historicamente identificadas 
como as mais próprias a essas práticas, ou seja, o conjunto 
de variedades escritas e faladas constitutivas da chamada 
norma culta (o que pressupõe, inclusive, uma ampla 
discussão sobre o próprio conceito de norma culta e suas 
efetivas características no Brasil contemporâneo). 
Parece claro hoje que o domínio dessas variedades caminha 
junto com o domínio das respectivas práticas socioculturais. 
Não se trata de desenvolver uma pedagogia que se 
concentre nas formas léxico-gramaticais típicas dessas 
variedades, mas de uma pedagogia que integre o domínio 
das variedades ao domínio das práticas socioculturais de 
leitura, escrita e fala no espaço público. Sabemos fazer isso 
concretamente? Já conseguimos ir além das asserções de 
generalidades? Se não, que problemas têm de ser 
enfrentados e que caminhos concretos seriam viáveis para a 
construção de uma pedagogia da variedade linguística 
consequente com as crenças que acabamos de expor? 
Parece claro também, por outro lado, que não se trata 
apenas de desenvolver uma pedagogia que garanta o 
domínio das práticas socioculturais e das respectivas 
variedades linguísticas. Considerando o grau de rejeição 
social das variedades ditas populares, parece que o que nos 
desafia é a construção de toda uma cultura escolar aberta à 
crítica da discriminação pela língua e preparada para 
combatê-la, o que pressupõe uma adequada compreensão 
da heterogeneidade linguística do país, sua história social e 
suas características atuais. Essa compreensão deve alcançar, 
em primeiro lugar, os próprios educadores e, em seguida, os 
educandos. 
Fonte: FARACO, C. A; ZILLES, A. M. S. (Org.). Pedagogia da variação 
linguística: língua, diversidade e ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 
2015. p. 8-9. 
 
QUESTÃO 01 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
De acordo com o excerto, 
A) o ensino da língua deve priorizar o combate à 
discriminação social, gerada pelas variedades linguísticas 
manifestas no contexto escolar. 
B) a escolarização das práticas socioculturais de escrita, 
leitura e fala deve garantir a implementação de uma melhor 
distribuição de renda nacional. 
C) o ensino da língua deve garantir aos educandos o domínio 
das práticas linguageiras exigidas nas esferas públicas de 
usos da linguagem. 
D) a escolarização das práticas socioculturais de escrita, 
leitura e fala deve priorizar grupos sociais menos favorecidos 
a fim de que acessem os serviços públicos. 
 
QUESTÃO 02 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Da leitura do excerto, é correto inferir que 
A) a variação linguística é tratada didaticamente, no 
contexto da escola pública brasileira, como o mais 
importante objeto de ensino. 
B) a língua é um instrumento de poder, cujo domínio 
promove a distribuição de renda, favorecendo o acesso às 
práticas socioculturais de leitura, escrita e fala. 
C) a heterogeneidade linguística é uma realidade da 
sociedade brasileira e precisa ser problematizada no 
contexto escolar. 
D) a variação linguística é tratada, pedagogicamente, de 
forma exitosa, a partir de uma abordagem instrumental das 
práticas de linguagem. 
 
QUESTÃO 03 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
De acordo com o excerto, o desenvolvimento de uma 
pedagogia da variação linguística 
A) prioriza a seleção dos objetos de ensino a partir de uma 
visão de língua baseada na homogeneidade e na 
desvalorização dos seus aspectos funcionais e estruturais. 
B) pressupõe a assunção de uma concepção de ensino 
produtivo de língua que contemple o trabalho com as 
variedades constitutivas da norma-padrão, ampliando as 
habilidades de uso da linguagem do aluno. 
C) prioriza, nas práticas pedagógicas, as formas léxico-
gramaticais das variedades escritas e faladas que constituem 
a chamada norma-padrão. 
D) pressupõe a assunção de uma concepção de ensino de 
língua descritivo o qual leva o aluno a identificar os 
mecanismos estruturais da língua, privilegiando a variedade 
escrita culta e a correção formal da linguagem. 
 
QUESTÃO 04 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Do primeiro parágrafo do excerto, é correto inferir que 
A) o preconceito linguístico é uma realidade extraescolar, a 
partir de uma informação subentendida. 
B) o domínio da língua garante acesso ao mundo do 
trabalho, a partir de uma informação pressuposta. 
C) a discriminação social perpetua-se nos serviços públicos, 
a partir de uma informação subentendida. 
D) a discriminação pela língua é uma problemática antiga, a 
partir de uma informação pressuposta. 
 
 
 
 
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6 
CADERNO DE QUESTÕES – PORTUGUÊS - FUNCERN 
QUESTÃO 05 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
O excerto organiza-se a partir de uma planificação 
predominantemente 
A) injuntiva, por se valer de estratégias de transmissão de 
saberes teóricos para orientar o trabalho pedagógico com o 
fenômeno da variação linguística. 
B) argumentativa, por defender, a fim de combater a 
discriminação pela língua, a reformulação do trabalho com a 
variação linguística e a construção de uma cultura escolar de 
respeito às variedades populares. 
C) expositiva, por propor a resolução da problemática da 
diversidade linguística a partir do desenvolvimento de uma 
pedagogia da variação linguística. 
D) descritiva, por caracterizar a heterogeneidade linguística 
brasileira e apresentar, a fim de combater a discriminação 
pela língua no contexto escolar, estratégias de abordagem 
da variação linguística. 
 
QUESTÃO 06 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Ao longo do excerto, o uso da palavra parece caracteriza 
A) um paralelismo sintático, estratégia de progressão 
temática utilizada como recurso discursivo. 
B) um procedimento expressivo, estratégia de progressão 
temática utilizada como recurso estilístico. 
C) uma repetição, estratégia de progressão textual utilizada 
como recurso retórico. 
D) uma paráfrase, estratégia de progressão textual utilizada 
como recurso semântico. 
 
QUESTÃO 07 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Considere o trecho: 
Parece claro hoje que o domínio dessas variedades caminha 
junto com o domínio das respectivas práticas socioculturais 
(1). Não se trata de desenvolver uma pedagogia (2) que se 
concentre nas formas léxico-gramaticais típicas dessas 
variedades (3), mas (4) de uma pedagogia (5) que integre o 
domínio das variedades ao domíniodas práticas 
socioculturais de leitura, escrita e fala no espaço público 
(6). 
Assinale a opção que classifica, adequada e 
respectivamente, as orações enumeradas de 1 a 6. 
A) (1) subordinada substantiva objetiva direta; (2) 
subordinada substantiva subjetiva; (3) subordinada adjetiva 
restritiva; (4) subordinada adverbial concessiva; (5) 
subordinada substantiva objetiva indireta; (6) subordinada 
adjetiva restritiva. 
B) (1) subordinada substantiva subjetiva; (2) subordinada 
substantiva objetiva indireta; (3) subordinada adjetiva 
restritiva; (4) coordenada sindética adversativa; (5) 
subordinada substantiva objetiva indireta reduzida; (6) 
subordinada adjetiva restritiva. 
C) (1) subordinada substantiva subjetiva; (2) subordinada 
substantiva completiva nominal; (3) subordinada adjetiva 
restritiva reduzida; (4) coordenada sindética adversativa; (5) 
subordinada substantiva completiva nominal reduzida; (6) 
subordinada adjetiva restritiva reduzida. 
D) (1) subordinada substantiva objetiva direta; (2) 
subordinada substantiva subjetiva; (3) subordinada adjetiva 
restritiva reduzida; (4) subordinada adverbial concessiva; (5) 
subordinada substantiva completiva nominal; (6) 
subordinada adjetiva restritiva reduzida. 
 
Para responder às questões de 8 a 10, considere o trecho: 
Parece claro também, por outro lado, que não se trata 
apenas de desenvolver uma pedagogia que garanta o 
domínio das práticas socioculturais e das respectivas 
variedades linguísticas. Considerando o grau de rejeição 
social das variedades ditas populares, parece que o que nos 
desafia é a construção de toda uma cultura escolar aberta à 
crítica da discriminação pela língua e preparada para 
combatê-la, o que pressupõe uma adequada compreensão 
da heterogeneidade linguística do país, sua história social e 
suas características atuais. Essa compreensão deve alcançar, 
em primeiro lugar, os próprios educadores e, em seguida, os 
educandos. 
 
QUESTÃO 08 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
O agrupamento nominal essa compreensão configura 
procedimento coesivo de 
A) associação e substituição, estabelecido pela retomada de 
referentes. 
B) substituição, estabelecido por seleção lexical. 
C) reiteração e associação, estabelecido pela repetição de 
termos. 
D) reiteração, estabelecido por substituição. 
 
QUESTÃO 09 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
No excerto, os elementos linguísticos em primeiro lugar e 
em seguida são articuladores 
A) de relações lógico-semânticas os quais atuam no nível 
macroestrutural do texto, encadeando orações entre si. 
B) da organização textual os quais atuam no nível 
microestrutural do texto, encadeando termos de orações 
entre si. 
C) de relações metadiscursivas os quais atuam no nível 
macroestrutural do texto, encadeando termos de orações 
entre si. 
D) da organização textual no tempo/espaço os quais atuam 
no nível microestrutural do texto, encadeando orações entre 
si. 
 
QUESTÃO 10 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
No trecho em análise, a palavra deve 
A) manifesta um comentário, a partir de uma modalização 
deôntica, com vistas a reforçar um posicionamento 
assumido, acerca do conteúdo temático, pela voz do 
enunciador. 
B) revela um encadeamento da voz do outro em comentário 
sobre o conteúdo temático, a partir da modalização 
apreciativa, com vistas à avaliação do discurso pelo 
coenunciador. 
 
 
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7 
CADERNO DE QUESTÕES – PORTUGUÊS - FUNCERN 
C) manifesta um comentário sobre o conteúdo temático, a 
partir de uma modalização pragmática, com vistas a 
explicitar julgamentos sobre a ação do coenunciador. 
D) revela um posicionamento expresso por uma voz 
enunciativa, a partir da modalização lógica, com vistas a 
questionar o valor de verdade das palavras do enunciador. 
 
Para responder às questões 11 e 12, considere o excerto: 
Todos os recursos da língua – em todos os seus planos 
(fonológico, morfológico, sintático, semântico, pragmático) 
e níveis (lexical, frasal, textual-discursivo) – em termos de 
unidades e estrutura (sejam elas fonológicas, morfológicas, 
sintáticas, textuais), funcionam como pistas e instruções de 
sentidos que são coadjuvados nessa função por 
mecanismos, fatores e princípios. Dessa ação conjunta, 
surgem os efeitos de sentido possíveis para uma dada 
sequência linguística usada como texto numa dada situação 
de interação. 
O que se disse anteriormente autoriza afirmar que tudo o 
que é gramatical é textual e, vice-versa, que tudo o que é 
textual é gramatical. Assim, quando se estudam aspectos 
gramaticais de uma língua, estão sendo estudados os 
recursos de que a língua dispõe para que o falante/escritor 
constitua seus textos para produzir o(s) efeito(s) de sentido 
que pretende sejam percebidos pelo ouvinte/leitor e o que 
afeta essa percepção. Quando são estudados aspectos 
textuais da língua, estamos estudando como esses recursos 
funcionam na interação comunicativa [...]. 
Fonte: TRAVAGLIA, L. C. Gramática ensino plural. São Paulo: Cortez, 
2003. p. 45. 
 
QUESTÃO 11 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Do excerto, infere-se: 
A) o ensino de gramática concebida como um conjunto 
sistemático de normas para bem falar e escrever deve ser 
assumido no contexto escolar a fim de garantir o 
desenvolvimento da competência comunicativa do aluno e a 
sua agência na vida social. 
B) uma concepção de gramática fundada na descrição e no 
funcionamento de regras estruturais da língua proporciona 
a autonomia do sujeito leitor/produtor de textos e viabiliza 
a construção de sentidos dos textos escritos na sala de aula. 
C) o ensino de gramática, quando enfatiza as variedades 
cultas da língua, representantes do padrão monitorado 
escrito, desenvolve-se em uma abordagem emancipatória, 
proporcionando a autonomia do sujeito leitor/produtor de 
textos na escola. 
D) uma concepção textual-interativa de trabalho com a 
gramática, imbricando texto e gramática, favorece a 
constituição identitária e o desenvolvimento da 
competência comunicativa do sujeito leitor/produtor de 
textos na escola. 
 
QUESTÃO 12 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Do excerto, depreende-se uma concepção de texto como 
A) um jogo interativo, um mosaico discursivo e dialógico, 
espaço de interação entre texto, leitor e autor. 
B) uma mensagem codificada, um produto discursivo e 
dialógico de um agente criador solitário, o autor. 
C) um artefato cultural que prescinde tanto de sentidos 
múltiplos como do pensamento interativo do leitor. 
D) uma sequência de palavras interativas que revela um 
sentido único estabelecido para texto, leitor e autor. 
 
Para responder às questões de 13 a 20, considere o excerto: 
Em muitas concepções tradicionais de leitura e de escrita 
que são veiculadas na escola, essas práticas são relacionadas 
a uma concepção de linguagem ingênua, segundo a qual 
haveria uma relação transparente e unívoca entre 
pensamento e linguagem. Como decorrência, vemos que a 
instituição escolar se torna o espaço para que sejam 
reproduzidos os usos linguísticos autorizados com a palavra 
escrita e, por isso mesmo, autoritários. Nesse sentido, resta 
ao aluno leitor/produtor de textos ocupar o lugar que lhe é 
destinado institucionalmente, sem que lhe seja permitido 
reconhecer a historicidade constitutiva da linguagem e 
(re)construir a sua própria história de leitura e escrita. 
Pensando nessas questões, acredito ser fundamental a 
inclusão da historicidade em qualquer análise sobre a 
linguagem. Considero que esse cruzamento entre 
instituições que se encarregam de atribuir significados à 
escrita e à leitura permite que se visualizem algumasdas 
contradições entre diferentes concepções que orientam as 
abordagens de ensino em sala de aula. 
Fonte: MATENCIO, M. L. M. Leitura, produção de textos e a escola: 
reflexões sobre o processo de letramento. Campinas, SP: Mercado de 
Letras, 1994. p. 66. 
 
QUESTÃO 13 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Para a compreensão global do excerto, o leitor não pode, 
prioritariamente, prescindir do domínio de conhecimentos 
relativos a 
A) participantes de um dado contexto de comunicação. 
B) marcas de vozes sociais de uma dada esfera discursiva. 
C) saberes de uma dada esfera discursiva. 
D) características de estilo individual de um dado autor. 
 
QUESTÃO 14 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Do excerto, emerge uma proposta de concepção de ensino 
de língua em que o sujeito deve ser 
A) visto a partir de uma realidade linguística univocal. Nas 
práticas discursivas, o sujeito atualiza o sistema gramatical 
subjacente à língua, pois há um modo neutro, objetivo e 
sobre-humano de se falar no mundo. 
B) compreendido como um ente uno verbalmente 
autônomo na heteroglossia constitutiva das línguas sociais. 
Nesse sentido, o sujeito lida com um sistema gramatical 
abstrato a ser explicitado, descrito e explicado. 
C) visto como um ser mediado pela linguagem, capaz de agir 
no e sobre o mundo. Nesse sentido, o sujeito situa-se 
historicamente e constitui-se a partir da internalização 
dinâmica e ininterrupta da heteroglossia constitutiva das 
línguas sociais. 
 
 
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8 
CADERNO DE QUESTÕES – PORTUGUÊS - FUNCERN 
D) compreendido a partir de uma visão reificada da 
linguagem. Nas práticas discursivas, o sujeito constitui-se 
como um conglomerado de vozes sociais, caracterizando-se 
como uma arena de diferentes dizeres, já que se aliena de 
sua realidade social. 
 
QUESTÃO 15 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Romper com concepções tradicionais de ensino de língua 
portuguesa problematizadas no excerto significa conceber a 
linguagem como um 
A) meio objetivo para se comunicar segundo um conjunto de 
signos que se combinam de acordo com determinadas 
regras gramaticais. 
B) instrumento comunicativo, uma realidade heteroglótica 
por meio da qual o emissor transmite informações 
codificadas ao receptor. 
C) sistema abstrato de formas linguísticas sociointeracionais 
no qual a enunciação, refletindo e refratando o mundo, é um 
ato dialógico e social. 
D) conjunto de atividades sociointeracionais, uma realidade 
heteroglótica em que os signos verbais refletem e refratam 
o mundo. 
 
QUESTÃO 16 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Considerando o excerto, em uma proposta de ensino que 
rompe com a tradição escolar, 
A) a leitura e a escrita são tratadas como práticas sociais 
situadas e desenvolvidas, dialogicamente, no processo de 
interação verbal. 
B) a escrita é trabalhada em uma abordagem dialógica, 
centrando as atividades na prática sistematizada e contínua 
da redação escolar. 
C) a leitura é considerada como um processo de 
decodificação de informações implícitas e explícitas para 
depreender os sentidos construídos, dialogicamente, no 
texto. 
D) a leitura e a escrita são focadas como práticas dialógicas 
que valorizam os usos linguísticos socialmente aceitos e 
ancorados na norma-padrão. 
 
QUESTÃO 17 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Considere o trecho: 
Em muitas concepções tradicionais de leitura e de escrita 
que são veiculadas na escola, (1ª) essas práticas são 
relacionadas a uma concepção de linguagem ingênua, (2ª) 
segundo a qual haveria uma relação transparente e unívoca 
entre pensamento e linguagem. 
Em relação às vírgulas em destaque, é correto afirmar: 
A) a segunda (2ª) sinaliza pausa expressiva de valor 
estilístico, constituindo-se, portanto, como um uso não 
previsto pelas convenções. 
B) a primeira (1ª) sinaliza sintagma deslocado da ordem 
direta, sendo, portanto, uma exigência da cadeia 
sintagmática. 
C) ambas sinalizam sintagmas deslocados da ordem direta, 
sendo, portanto, uma exigência da cadeia sintagmática. 
D) ambas sinalizam pausas expressiva de valor estilístico, 
constituindo-se, portanto, como um uso não previsto pelas 
convenções. 
 
QUESTÃO 18 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Considere o trecho: 
Nesse sentido, resta ao aluno leitor/produtor de textos 
ocupar o lugar que lhe é destinado institucionalmente, sem 
que lhe seja permitido reconhecer a historicidade 
constitutiva da linguagem e (re)construir a sua própria 
história de leitura e escrita. 
Assinale a opção que, pluralizando-se o elemento linguístico 
destacado no trecho, atende às convenções da norma-
padrão. 
A) Nesse sentido, resta aos alunos leitores/produtor de 
textos ocuparem o lugar que lhe é destinado 
institucionalmente, sem que lhe seja permitido 
reconhecerem a historicidade constitutiva da linguagem e 
(re)construírem a sua própria história de leitura e escrita. 
B) Nesse sentido, resta aos alunos leitores/produtores de 
textos ocuparem o lugar que lhes é destinado 
institucionalmente, sem que lhes seja permitido 
reconhecerem a historicidade constitutiva da linguagem e 
(re)construírem as suas próprias histórias de leitura e escrita. 
C) Nesse sentido, resta aos alunos leitor/produtores de 
textos ocupar o lugar que lhes é destinado 
institucionalmente, sem que lhes seja permitido reconhecer 
a historicidade constitutiva da linguagem e (re)construir as 
suas próprias histórias de leitura e escrita. 
D) Nesse sentido, resta aos alunos leitores/produtores de 
textos ocupar o lugar que lhe é destinado 
institucionalmente, sem que lhe seja permitido reconhecer 
a historicidade constitutiva da linguagem e (re)construírem 
a sua própria história de leitura e escrita. 
 
Para responder às questões 19 e 20, considere o trecho: 
Pensando nessas questões, acredito ser fundamental a 
inclusão da historicidade em qualquer análise sobre a 
linguagem. Considero que (1) esse cruzamento entre 
instituições que (2) se encarregam de atribuir significados à 
escrita e à leitura permite que (3) se visualizem algumas das 
contradições entre diferentes concepções que (4) orientam 
as abordagens de ensino em sala de aula. 
 
QUESTÃO 19 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
O elemento linguístico em destaque foi usado, em 
A) (1), como conjunção subordinativa integrante, 
introduzindo uma oração que exerce função sintática de 
adjunto adnominal; e, em (2), como pronome relativo, 
introduzindo uma oração que exerce função sintática de 
objeto direto. 
B) (2), como conjunção coordenativa explicativa, 
introduzindo uma oração que exerce função sintática de 
adjunto adnominal; e, em (3), como conjunção subordinativa 
integrante, introduzindo uma oração que exerce função 
sintática de sujeito da forma verbal permite. 
 
 
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CADERNO DE QUESTÕES – PORTUGUÊS - FUNCERN 
C) (3), como conjunção subordinativa consecutiva, 
introduzindo uma oração que exerce função sintática de 
adjunto adverbial; e, em (4), como pronome relativo, 
introduzindo uma oração que exerce função sintática de 
sujeito da forma verbal orientam. 
D) (1), como conjunção subordinativa integrante, 
introduzindo uma oração que exerce função sintática de 
objeto direto; e, em (4), como pronome relativo, 
introduzindo uma oração que exerce função sintática de 
adjunto adnominal. 
 
QUESTÃO 20 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Considerando a tradiçãogramatical e a organização sintática 
do trecho, identificam-se dois períodos: 
A) o primeiro composto por coordenação e o segundo 
composto por subordinação. Ambos encontram-se na 
ordem direta. 
B) ambos compostos por subordinação. O primeiro 
encontra-se na ordem indireta; o segundo, na ordem direta. 
C) ambos compostos por coordenação. O primeiro encontra-
se na ordem direta; o segundo, na ordem indireta. 
D) o segundo composto por subordinação e o primeiro 
composto por coordenação. Ambos encontram-se na ordem 
indireta. 
 
QUESTÃO 21 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Considere o excerto: 
Podem-se destacar alguns pontos positivos e 
simultaneamente negativos da adoção da história da 
Literatura no ensino tal qual se tem cristalizado: 1. Resolve o 
problema da seleção de obras, pois constitui um corpus 
definido e nacionalmente instituído, mas elimina as 
peculiaridades regionais; 2. Resolve o problema da falta de 
preparação e de conhecimento literário que possa existir 
entre os professores, já que esses lidam com a reprodução 
de uma crítica institucionalizada, porém esse procedimento 
impede o professor de ser ele próprio um leitor crítico e 
estabelecer suas próprias hipóteses de leitura para abraçar 
as investidas mais livres de seus alunos na leitura; 3. Permite 
cobrir um tempo extenso, numa linha que vai do século XII 
ao século XXI, destacando momentos reconhecidos da 
tradição literária, porém tal extensão torna-se matéria para 
simplesmente decorar as características barrocas, 
românticas, naturalistas etc. confundem-se freneticamente, 
sem nada ensinar; 4. Permite tomar conhecimento de um 
grande número de títulos e autores, mas, em virtude da 
quantidade e variedade, a leitura do livro é inviabilizada e 
entendida como secundária; e 5. Permite ao aluno o 
reconhecimento de características comuns a um grande 
número de obras, porém obriga a obra a se ajustar às 
peculiaridades da crítica e não o contrário 
Fonte: BRASIL. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. (OCEM). 
Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC/SEB, 2006. p. 76. 
 
Uma proposta de ensino capaz de romper com os aspectos 
negativos apontados no excerto deve assumir, 
primordialmente, uma concepção de literatura como 
fenômeno 
A) cultural, histórico e social, instrumento político revelador 
de contradições e conflitos da realidade humana. 
B) artístico misterioso e imprevisto, condicionado por 
elementos sociais e individuais, reveladores de talentos. 
C) cultural, histórico e social, instrumento pedagógico 
revelador, por excelência, de traço poético, ficcional ou 
dramático. 
D) artístico surpreendente e criativo, condicionado, por 
excelência, à linguagem verbal e objeto de fruição estética. 
 
QUESTÃO 22 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Considere os excertos: 
(I) 
[...] no Brasil, contribuiu de maneira importante pelo fato de 
ter dado posição privilegiada ao meio e à raça como forças 
determinantes. Ora, meio e raça eram conceitos que 
correspondiam a problemas reais e a obsessões profundas, 
pesando nas concepções dos intelectuais e constituindo uma 
força impositiva em virtude das teorias científicas do 
momento [...]. 
Fonte: CANDIDO, A. O discurso e a cidade. São Paulo: Duas Cidades, 
1993. p. 152. 
(II) 
[...] o homem ocidental não mais se conformava em abrir 
mão das virtualidades da vida terrena que o humanismo [...] 
e o alargamento espacial da Terra lhe revelaram. Por isso, o 
conflito entre o ideal de fuga e renúncia do mundo e as 
atrações e solicitações terrenas. Diante do dilema, em vez da 
impossível destruição, tentou a conciliação, a incorporação, 
a absorção. 
Fonte: COUTINHO, A. Introdução à literatura no Brasil. Rio de Janeiro: 
Editora Bertrand Brasil, 1990. p. 99. 
(III) 
[...] A interação familiar, a educação da infância, as relações 
homem-mulher e homem-paisagem, a vida em sociedade, as 
instituições políticas e religiosas, tudo vai mudando de 
imagem e de significado no nível da consciência. Estilhaça-se 
o espelho em que esta reflete e prolonga a cultura recebida. 
E os cacos, ainda não rejuntados por uma nova ideologia 
explícita, vão-se dispondo em mosaico quando os apanha o 
andamento de uma prosa solta, rápida, impressionista. 
Fonte: BOSI, A. Céu, inferno. São Paulo: Duas Cidades, 2010. p. 212-213. 
 
(IV) 
A fluência ardorosa do tempo, o gosto pelo nebuloso e 
antigo, a busca de consolidação da identidade nacional, o 
rosto pátrio, a afirmação de seus primeiros habitantes, [...], 
o uso da canção de verso breve, o folhetim, a comédia, certa 
tendência declamatória e a exploração fremente do 
sentimento sobre a razão. 
Fonte: NEJAR, C. História da literatura brasileira: da carta de Caminha aos 
contemporâneos. São Paulo: Leya, 2011. p. 93. 
 
Tendo em vista os estilos de época da literatura brasileira, os 
excertos destacados abordam, respectivamente, 
A) (I) o Realismo-Naturalismo, (II) o Barroco, (III) o 
Modernismo e (IV) o Romantismo. 
 
 
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10 
CADERNO DE QUESTÕES – PORTUGUÊS - FUNCERN 
B) (I) o Realismo-Naturalismo, (II) o Neoclassicismo, (III) o 
Romantismo e (IV) o Modernismo. 
C) (I) o Pré-Modernismo, (II) o Barroco, (III) o Romantismo e 
(IV) o Modernismo. 
D) (I) o Pré-Modernismo, (II) o Neoclassicismo, (III) o 
Modernismo e (IV) o Romantismo. 
 
QUESTÃO 23 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Transpuseram a prosa formal, inovaram a ficção, dominaram 
a força dos gêneros, reformularam a sintaxe e poetizaram o 
romance brasileiro. Trata-se dos escritores 
A) Jorge Amado e Mário de Andrade. 
B) Machado de Assis e Raquel de Queiroz. 
C) Clarice Lispector e Guimarães Rosa. 
D) Oswald de Andrade e José Lins do Rego. 
 
QUESTÃO 24 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Considere os excertos de poemas da literatura brasileira: 
(I) 
Lembro-me bem. A ponte era comprida, 
E a minha sombra enorme enchia a ponte, 
Como uma pele de rinoceronte 
Estendida por toda a minha vida! 
(II) 
Se se pudesse o espírito que chora 
Ver através da máscara da face, 
Quanta gente, talvez, que inveja agora 
Nos causa, então piedade nos causasse! 
(III) 
O Eden alli vai n’aquella errante 
Ilhinha verde – portos venturosos 
Cantando à tona d’água, os tão mimosos 
Simplices corações, o amado, o amante. 
(IV) 
Existe um povo que a bandeira empresta 
Para cobrir tanta infâmia e cobardia!... 
E deixa-a transformar-se nesta festa 
Em manto impuro de bacante fria!... 
 
Em relação aos excertos, é correto afirmar: 
A) os versos do excerto (I) são pré-modernistas, pois revelam 
uma força poética que inova a linguagem. 
B) os versos do excerto (II) são parnasianos, pois revelam 
controle de aspectos formais e extravasamento de emoções. 
C) os versos do excerto (III) são neoclássicos, pois revelam 
uma atmosfera bucólica de inspiração clássica. 
D) os versos do excerto (IV) são românticos da segunda 
geração, pois revelam um conteúdo de preocupação social. 
 
QUESTÃO 25 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Considere o excerto: 
Romantismo, indianismo, nativismo e paixão pela cultura 
popular vingaram no mesmo clima de emancipação do 
Antigo Regime. O processo atravessou duas ou três gerações 
e, embora tenha sido mais agudo no período das 
independências, persistiu até o século seguinte, resistindo 
bravamente às ondas cosmopolitas do pensamento 
evolucionista, aqui ajustadas e filtradas de tal modo que se 
misturaram generosamente com o folclorismo romântico. 
No Brasil, trabalhos de levantamento e transcrição dos 
materiais de base foram empreendidos por José de Alencar, 
Juvenal Galeno, Celso de Magalhães, Coutode Magalhães, 
Sílvio Romero, João Ribeiro e, no século XX, por Amadeu 
Amaral, Mário de Andrade, Renato Almeida, Lindolfo 
Gomes, Augusto Meyer, Câmara Cascudo, Gustavo Barroso, 
Cavalcanti Proença, Oswaldo Elias Xidieh, Theo Brandão, 
Ariano Suassuna e tantos outros. Colheram todos a relação 
entre os agentes da cultura não letrada, quase sempre 
anônimos, e a palavra oral, pois o imaginário popular se 
exprimiu, durante séculos, abaixo do limiar da escrita. 
No conjunto, o que aconteceu foi uma verdadeira operação 
de passagem, pela qual o letrado brasileiro foi incorporando 
ao repertório do leitor culto os signos e as imagens de um 
estilo de vida interiorano, rústico e pobre. Valorizando 
estética e moralmente as tradições populares, carreava-se a 
água para o moinho das identidades regionais e, no limite, 
da identidade nacional. 
Fonte: BOSI, A. Literatura e resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 
2002. p. 259-260. 
 
O personagem da literatura brasileira que melhor ilustra 
essa operação de passagem, contribuindo, 
significativamente, para a construção da identidade regional 
e nacional configura-se em 
A) Rodrigo Cambará, homem de ideais de justiça em relação 
às causas populares. 
B) Policarpo Quaresma, homem marginal, intelectual 
mulato, humilhado e ofendido. 
C) Fabiano, sertanejo rude, que se submete a um sertão 
hostil repleto de ausências. 
D) Jerônimo, síntese do imigrante português, que se 
submete à cultura dos trópicos. 
 
QUESTÃO 26 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Considere os comentários: 
(I) 
Obra inovadora, uma narrativa poética, na qual plantas, 
pássaros e insetos são apresentados de forma afetiva. 
Constitui um romance de costumes que traz a vida e a morte 
de pequenos animais. Esses vivem em uma chácara urbana, 
onde a batalha pela vida pode significar a luta pela 
sobrevivência humana. 
(II) 
Currais Novos e o Seridó são o ambiente dessa narrativa em 
primeira pessoa. O narrador é um menino do sertão que vem 
morar na cidade para estudar. A linguagem apresenta-se 
duramente poética, sem rodeios, confrontando o rural e o 
urbano. 
III) 
A narrativa desenvolve-se na Natal do início do século XX, 
período em que a cidade sofreu grandes transformações 
impulsionadas pelos ecos de uma modernidade que 
acontecia nas grandes metrópoles. A personagem principal, 
 
 
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de comportamento, supostamente, transgressor, acaba se 
rendendo às imposições sociais e abdicando de seus desejos. 
(IV) 
A transformação da personagem principal, um sertanejo 
submisso e libidinoso da região do Seridó, é motivo para 
tornar visíveis elementos tradicionais dessa região norte-rio-
grandense. A narrativa, construída à semelhança das 
narrativas de cordel, evidencia mitos, lendas e diversas 
figuras que compõem a cultura popular. 
 
Para responder às questões de 27 a 29, considere os 
poemas: 
BANHO (RURAL) 
De cabaça na mão, céu nos cabelos 
à tarde era que a moça desertava 
dos arenzés da alcova. Caminhando 
 
um passo brando pelas roças ia 
nas vingas nem tocando; reesmagava 
na areia os próprios passos, tinha o rio 
 
com margens engolidas por tabocas, 
feito mais de abandono que de estrada 
e muito mais de estrada que de rio 
 
onde em cacimba e lodo se assentava 
água salobre rasa. Salitroso 
era o também caminho da cacimba 
 
e mais: o salitroso era deserto. 
A moça ali perdia-se, afundava-se 
enchendo o vasilhame, aventurava 
 
por longo capinzal, cantarolando: 
desfibrava os cabelos, a rodilha 
e seus vestidos, presos nos tapumes 
 
velando vales, curvas e ravinas 
(a rosa de seu ventre, sóis no busto) 
libertas nesse banho vesperal. 
 
Moldava-se em sabão, estremecida, 
cada vez que dos ombros escorrendo 
o frio d'água era carícia antiga. 
 
Secava-se no vento, recolhia 
só noite e essências, mansa carregando-as 
na morna geografia de seu corpo. 
 
Depois, voltava lentamente os rastos 
em deriva à cacimba, se encontrava 
nas águas: infinita, liquefeita. 
 
Então era que a moça regressava 
tendo nos olhos cânticos e aromas 
apreendidos no entardecer rural. 
Fonte: MAMEDE, Z. O arado. Rio de Janeiro: São José, 1954. p.17-18. 
 
O BANHO DA CABLOCA 
Teima dos sapos... 
Chiado dos ramos nos balcedos... 
Chóóóóó... da levada... 
 
— Noitinha — 
 
Acocorada num cepo põe sobre os cabelos compridos 
As primeiras cuias d’água: — Choá! Choá! Choá” — 
A lua treme n’água remexida... 
Ruque! ruque! das mãos esfregando as carnes rijas... 
Um pedaço de canção alegra o banho... 
E a teima dos sapos: — foi! Não foi! 
E a camisa é posta sobre a carne molhada e nova 
E a sombra passa entre as árvores — ligeira — úmida e 
morna — 
Num pedaço de canção que alegrou o banho... 
 
Fonte: FERNANDES, J. Livro de poemas. Introdução, organização e notas 
de Maria Lúcia de Amorim Garcia. 5. ed. Natal: EDUFRN, 2008. p. 49. 
 
QUESTÃO 27 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Os dois poemas manifestam 
A) algumas similitudes. A principal delas consiste no 
tratamento sensual dado à figura feminina, o qual se justifica 
pelo fato de os poetas pertencerem a um mesmo contexto 
histórico-social. 
B) alguns questionamentos aos modelos da lírica tradicional. 
Nesse sentido, incorporam elementos da cultura regional 
(banho de rio, cuias d’água, cabaça na mão etc.) ao espaço 
poético. 
C) o prazer das banhistas ao sentirem o contato com a água. 
Em ambos os poemas, essa relação promove, nas duas 
moças, o poder da transformação por meio do 
autoconhecimento. 
D) a sensualidade feminina, que se concretiza por meio de 
descrições. No primeiro, as descrições são objetivas; no 
segundo, suavizam-se marcando o encontro da banhista 
com a identidade feminina e o prazer do banho. 
 
QUESTÃO 28 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Em relação aos poemas, é correto afirmar: 
A) ambos apresentam marcas explícitas de 
intergenerecidade constituídas a partir de uma mesma 
temática. 
B) ambos evidenciam procedimentos cinematográficos no 
registro sutil de flagrantes do cotidiano. 
C) o segundo configura-se como moderno, com marcas de 
paródia no tratamento dado ao tema. 
D) o primeiro configura-se como moderno, com marcas 
pontuais de elementos da tradição manifestos na forma. 
 
QUESTÃO 29 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Considere o trecho: 
velando vales, curvas e ravinas 
(a rosa de seu ventre, sóis no busto) 
libertas nesse banho vesperal. 
 
 
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12 
CADERNO DE QUESTÕES – PORTUGUÊS - FUNCERN 
Na tessitura poética do trecho, o uso dos parênteses 
evidencia 
A) juízos inverossímeis. 
B) relações intertextuais. 
C) informações implícitas. 
D) dados textuais anteriores. 
 
QUESTÃO 30 (IFRN: Professor de Ensino Básico, Técnico e 
Tecnológico: Língua Port. e Lit. Brasileira - FUNCERN 2017) 
Considere os dois poemas: 
 
Olho: Anchieta Fernandes, 1968. 
Fonte: CIRNE, Moacy. A poesia e o poema do Rio Grande do Norte. Natal: 
Fundação José Augusto, 1979. p. 88. 
 
 
 
Terra: Décio Pignatari, 1956. 
Fonte: PIGNATARI, Décio. Poesia pois é poesia. São Paulo: Duas Cidades, 
1986. p. 23. 
 
Em relação aos poemas, é correto afirmar: 
A) ambos são exemplares do poema processo, que enfatiza 
a exclusividade da imagem visual. 
B) ambos são exemplares da poesia concreta, que utiliza a 
linguagem verbal aliada à não verbal. 
C) o segundo é um poema concreto, pois utiliza a linguagem 
verbal, sobrepondo-se à linguagem não verbal. 
D) o primeiro é um poema processo, pois evidencia a 
linguagem não verbal, rompendo com o discurso literário da 
poesia. 
 
GABARITO 
01 – C 02 – C 03 – B 04 – D 05 – B 
06 – C 07 – B08 – D 09 – B 10 – A 
11 – D 12 – A 13 – C 14 – C 15 – D 
16 – A 17 – B 18 – B 19 – D 20 – B 
21 – A 22 – A 23 – C 24 – A 25 – C 
26 – C 27 – N 28 – D 29 – D 30 – D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CADERNO DE QUESTÕES – PORTUGUÊS - FUNCERN 
 
As questões de número 01 a 10 referem-se ao texto 
reproduzido abaixo. 
MAIORIDADE PENAL: UMA ANÁLISE SOBRE O CÉREBRO 
DOS JOVENS 
Carlos Orsi 
Um dado curioso do debate brasileiro sobre maioridade 
penal é a insistência com que emerge a afirmação, 
peremptória, de que os jovens de hoje “não são ingênuos 
como os de antigamente” e “sabem muito bem o que estão 
5fazendo”. 
A primeira questão que um observador cético poderia 
levantar é: “de antigamente”, quando? Em 1874, os Estados 
Unidos condenavam Jesse Pomeroy, de 14 anos, à prisão 
perpétua por duplo homicídio. William Henry “Bonney” 
10McCarthy, o “Billy the Kid” do Velho Oeste, matou pela 
primeira vez aos 17 e, aos 20, já tinha a cabeça a prêmio. Foi 
morto pouco depois, em 1881. Nathan Leopold e Richard 
Loeb, a dupla de assassinos que inspirou o filme “Festim 
Diabólico”, de Alfred Hitchcock, cometeram o assassinato 
15pelo qual foram condenados, em 1924, quando já eram 
maiores de idade – tinham 19 e 18 anos, respectivamente – 
mas haviam participado de crimes menores, antes. 
Delinquência juvenil – incluindo crimes escabrosos, 
cometidos com arrogância, violência e crueldade – não é 
20invenção dos tempos modernos. A percepção do problema 
talvez seja maior hoje do que foi no passado, mas, como 
apontou uma reportagem da Folha de S. Paulo, faltam dados 
para que possamos ter sua real dimensão. 
Agora, se adolescentes que cometem crimes bárbaros não 
25são exatamente uma invenção moderna, o que dizer da 
alegação de que eles “sabem muito bem o que estão 
fazendo”? Há alguns anos, nos Estados Unidos, foi produzida 
uma boa consolidação da ciência a respeito da capacidade 
do cérebro adolescente de, exatamente, saber o que está 
30fazendo. E isso por causa de Christopher Simmons. 
Esse jovem havia sido condenado à morte, aos 17 anos, por 
um crime arrepiante: a vítima, uma mulher, foi amarrada 
com fita adesiva, cabos elétricos e jogada do alto de uma 
ponte. Em 2005, quando Simmons já estava com 28 anos, a 
35Suprema Corte dos EUA determinou que a condenação à 
morte de menores de 18 anos era inconstitucional. 
Em 2004, quando a questão ainda se encontrava em aberto, 
a revista Science publicou uma reportagem sobre o papel da 
neurociência no julgamento. Resumindo, a melhor evidência 
40científica diz que o cérebro de um jovem de 16 ou 17 anos 
ainda não atingiu o desenvolvimento pleno de áreas 
fundamentais para a responsabilidade criminal, como as 
envolvidas no controle das ações impulsivas, das emoções e 
da capacidade de resistir à tentação de prazer imediato. 
45Ruben Gur, da Universidade da Pensilvânia, resumiu a 
questão assim: “A própria parte do cérebro que o sistema 
legal julga só entra em ação mais tarde”. 
Desde que a neurociência ajudou a convencer a Suprema 
Corte a salvar a vida de Simmons (que hoje cumpre prisão 
50perpétua), a questão do “teenage brain” – “cérebro 
adolescente” – assumiu um papel importante no sistema 
judiciário dos Estados Unidos. Alguns advogados logo 
tentaram usar a cartada da imaturidade juvenil para 
neutralizar, de vez, a culpabilidade de seus clientes, como se 
55o cérebro imperfeito fosse a “verdadeira causa” dos 
crimes. 
Poucos cientistas endossam essa interpretação radical: ser 
adolescente não basta para transformar ninguém em 
criminoso. Há outros fatores envolvidos, inclusive sociais. 
60Uma análise publicada recentemente, envolvendo mais de 
50 mil homicídios cometidos na Califórnia ao longo de duas 
décadas, mostra que a correlação entre idade adolescente e 
comportamento criminoso é mais forte nas parcelas mais 
pobres da população e praticamente desaparece entre os 
65ricos. 
O que se sabe, de fato, é que o cérebro jovem é mais 
vulnerável a estresse, a emoções fortes e tem baixa 
capacidade de analisar as consequências de longo prazo de 
suas ações. Jovens são naturalmente mais irresponsáveis, e 
70não é muito difícil imaginar que as pressões trazidas pela 
pobreza aumentem a tentação de agir irresponsavelmente. 
E o que tudo isso tem a ver com o caso concreto da 
maioridade penal? Não vou defender aqui a ideia de que ser 
irresponsável é ser inimputável. Como escreveu um poeta, 
75“toda perversidade é fraqueza”; logo, ser fraco não deveria 
bastar para desculpar ninguém. 
Mas, se o jovem está disposto a cometer um crime e ainda 
não está mentalmente equipado para avaliar 46 
consequências de modo eficaz, será que o medo de “ser 
80preso como adulto” vai impedi-lo? 
Talvez, dado o modo como o cérebro adolescente funciona, 
o efeito dissuasório de uma redução da 48 maioridade penal 
seja muito menor do que se imagina. 
Claro, dissuasão não é a única função da pena. Há a questão 
85da correção do comportamento e de se tirar elementos 
perigosos de circulação, poupando possíveis futuras vítimas. 
Mas lembremo-nos de que o Brasil não tem prisão perpétua 
e de que um jovem, julgado e preso como adulto aos 16, 
muito provavelmente voltará às ruas antes dos 30, tendo 
90passado os anos que, na população em geral, são usados 
para aprender uma profissão e começar uma carreira, 
trancafiado na companhia de bandidos experientes. Do jeito 
que a coisa está, os adolescentes presos sairão da cadeia, já 
adultos, graduados em colégios técnicos da crueldade e em 
95universidades do crime. 
Fonte: adaptado de <http://revistagalileu.globo.com>. Acesso em: 02 jul. 
2015. 
QUESTÃO 01 (IFRN: Tradutor e Intérprete de Linguagem e 
Sinais - FUNCERN 2015) 
É propósito comunicativo dominante do texto 
A) informar sobre crimes bárbaros praticados por menores 
de idade. 
B) defender um ponto de vista acerca da questão da 
maioridade penal. 
C) apresentar uma visão científica sobre o cérebro dos 
menores de idade. 
D) enumerar acontecimentos relacionados à questão da 
maioridade penal. 
 
IFRN 2015: TRADUTOR E INTÉRPRETE DE 
LINGUAGEM E SINAIS 
 
 
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CADERNO DE QUESTÕES – PORTUGUÊS - FUNCERN 
QUESTÃO 02 (IFRN: Tradutor e Intérprete de Linguagem e 
Sinais - FUNCERN 2015) 
A ideia principal do texto encontra-se 
A) diluída e é reconstituída a partir de trechos presentes no 
segundo parágrafo. 
B) implícita e é depreendida com base nas informações 
presentes no título. 
C) implícita e é depreendida com base nas informações 
presentes nos parágrafos. 
D) diluída e é reconstituída a partir de informações presentes 
no título. 
 
QUESTÃO 03 (IFRN: Tradutor e Intérprete de Linguagem e 
Sinais - FUNCERN 2015) 
A variedade linguística presente no texto 
A) imprime um tom de formalidade à discussão, uma vez que 
predominam estruturas linguísticas representativas da 
escrita padrão da língua portuguesa. 
B) imprime um tom de informalidade à discussão, uma vez 
que predominam estruturas linguísticas representativas da 
escrita informal da língua portuguesa. 
C) contribui para a construção de uma imagem adolescente 
da figura do autor, uma vez que predominam marcas 
linguísticas identificadoras do perfil dessa imagem. 
D) contribui para a construção de uma imagem autoritária 
da figura do autor, uma vez que surgem marcas 
identificadoras da linguagem de uma época distante da 
atual. 
 
QUESTÃO 04 (IFRN: Tradutor e Intérprete de Linguagem e 
Sinais - FUNCERN 2015) 
São elementos linguísticos que, coerentemente, sinalizam a 
inter-relação e a localização dos parágrafos na progressão do 
tema: 
A) “Desde que” (l. 48) e “Mas” (l. 87). 
B) “Esse jovem” (l. 31) e “a questão” (l. 37). 
C) “o problema” (l. 20) e “essa interpretação radical” (l. 57). 
D) “isso” (l. 30) e “tudo isso” (l. 72). 
 
QUESTÃO 05 (IFRN: Tradutor e Intérprete de Linguageme 
Sinais - FUNCERN 2015) 
É correto afirmar que o texto 
A) caracteriza uma situação por meio de uma 
simultaneidade de acontecimentos e é dominantemente 
descritivo. 
B) constrói um relato de acontecimentos por meio de uma 
sucessão de fatos e é dominantemente narrativo. 
C) estrutura uma justificativa para uma afirmação 
consensual e é dominantemente explicativo. 
D) estabelece um diálogo entre ideias divergentes e é 
dominantemente argumentativo. 
 
QUESTÃO 06 (IFRN: Tradutor e Intérprete de Linguagem e 
Sinais - FUNCERN 2015) 
Assinale a opção em que as palavras pertencem à mesma 
classe gramatical e são acentuadas graficamente pela 
mesma regra. 
A) Um dado curioso do debate brasileiro sobre maioridade 
penal é a insistência com que emerge a afirmação, 
peremptória, de que os jovens de hoje “não são ingênuos 
como os de antigamente” [...]”. 
B) Resumindo, a melhor evidência científica diz que o 
cérebro de um jovem de 16 ou 17 anos ainda não atingiu o 
desenvolvimento pleno [...]. 
C) Claro, dissuasão não é a única função da pena. Há a 
questão da correção do comportamento e de tirar 
elementos perigosos de circulação [...]. 
D) Poucos cientistas endossam essa interpretação radical: 
ser adolescente não basta para transformar ninguém em 
criminoso. Há outros fatores também envolvidos, inclusive 
sociais [...] 
 
QUESTÃO 07 (IFRN: Tradutor e Intérprete de Linguagem e 
Sinais - FUNCERN 2015) 
Considere o trecho: 
Alguns advogados logo tentaram usar a cartada (1ª) da 
imaturidade juvenil para neutralizar (2ª), de vez, a 
culpabilidade de seus clientes, como se o cérebro imperfeito 
fosse a “verdadeira” causa dos crimes. 
Em relação ao sentido das palavras destacadas, é correto 
afirmar: 
A) a primeira, em uso conotativo, designa uma ação serena 
e inconsistente; e a segunda, em uso denotativo, designa 
uma ação responsável pela promoção ou pela valorização de 
algo. 
B) a primeira, em uso denotativo, designa uma ação incisiva 
e inconsistente; e a segunda, em uso conotativo, designa 
uma ação responsável pela promoção ou perda de força de 
algo. 
C) a primeira, em uso denotativo, designa uma ação serena 
e ousada; e a segunda, em uso conotativo, designa uma ação 
responsável pela exclusão ou pela valorização de algo. 
D) a primeira, em uso conotativo, designa uma ação incisiva 
e ousada; e a segunda, em uso denotativo, designa uma ação 
responsável pela exclusão ou pela perda de força de algo. 
 
QUESTÃO 08 (IFRN: Tradutor e Intérprete de Linguagem e 
Sinais - FUNCERN 2015) 
Considere o trecho: 
Mas, se o jovem está disposto a cometer um crime e ainda 
não está mentalmente equipado para avaliar consequências 
de modo eficaz, será que o medo de “ser preso como adulto” 
vai impedi-lo? 
Assinale a opção em que, pluralizando-se a expressão 
destacada e obedecendo-se às convenções no âmbito da 
concordância e da regência, o período se apresenta de 
acordo com a norma padrão. 
A) Mas, se os jovens estão dispostos a cometer um crime e 
ainda não estão mentalmente equipados para avaliar 
consequências de modo eficaz, será que o medo de “ser 
presos como adultos” vai lhes impedir? 
B) Mas, se os jovens estão dispostos a cometerem um crime 
e ainda não estão mentalmente equipado para avaliarem 
consequências de modo eficaz, será que o medo de “serem 
presos como adultos” vai impedir-lhes? 
C) Mas, se os jovens estão dispostos a cometer um crime e 
ainda não estão mentalmente equipados para avaliar 
 
 
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CADERNO DE QUESTÕES – PORTUGUÊS - FUNCERN 
consequências de modo eficaz, será que o medo de “serem 
preso como adultos” vai os impedir? 
D) Mas, se os jovens estão dispostos a cometerem um crime 
e ainda não estão mentalmente equipados para avaliarem 
consequências de modo eficaz, será que o medo de “serem 
presos como adultos” vai impedi-los? 
 
QUESTÃO 09 (IFRN: Tradutor e Intérprete de Linguagem e 
Sinais - FUNCERN 2015) 
Considere o trecho: 
Agora, se adolescentes que cometem crimes bárbaros não 
são exatamente uma invenção moderna (1ª), o que dizer da 
alegação de que eles “sabem muito bem o que estão 
fazendo” (2ª)? 
Em relação aos segmentos destacados, é correto afirmar: 
A) o primeiro exerce função de advérbio; e o segundo, de 
adjetivo. 
B) o primeiro e o segundo subordinam-se à mesma oração 
principal. 
C) o primeiro posiciona-se na ordem direta do período; e o 
segundo subverte essa ordem. 
D) o primeiro e o segundo constituem orações principais em 
relação a orações substantivas. 
 
QUESTÃO 10 (IFRN: Tradutor e Intérprete de Linguagem e 
Sinais - FUNCERN 2015) 
Considere o trecho: 
Desde que a neurociência ajudou a convencer a Suprema 
Corte a salvar a vida de Simmons (que hoje cumpre prisão 
perpetua), a questão do “teenage brain” – cérebro 
adolescente – assumiu um papel importante no sistema 
judiciário dos Estados Unidos. 
No que se refere à pontuação, é correto afirmar: 
A) os parênteses podem ser excluídos sem implicações para 
a construção de sentido; e os travessões somente podem ser 
substituídos por parênteses. 
B) os parênteses e os travessões demarcam trechos que 
podem permanecer entre vírgulas facultativas. 
C) os parênteses podem ser excluídos com implicações na 
construção do sentido; e os travessões somente podem ser 
substituídos por vírgulas. 
D) os parênteses e os travessões demarcam trechos que 
podem permanecer entre vírgulas obrigatórias. 
 
GABARITO 
01 – B 02 – C 03 – A 04 – B 05 – D 
06 – C 07 – D 08 – D 09 – B 10 – D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Protestos contra a redução da maioridade penal marcam 
os 25 anos do ECA 
Movimentos sociais e entidades ligadas à defesa dos 
direitos da criança e do adolescente fizeram hoje (13), em 
todo o país, uma série de atos contra a redução da 
maioridade penal. O protestos foram organizados pela 
Frente Nacional Contra a Redução da Maioridade Penal. A 
defesa do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), que 
completa 25 anos hoje (13), também esteve na pauta das 
manifestações. 
Em São Paulo, o protesto ocorreu em frente à Catedral da Sé, 
no centro da cidade. O ato foi marcado por discursos e 
apresentações culturais. “Temos que cobrar a 
implementação de vários artigos, que são só na teoria, para 
garantir os direitos totais das crianças e dos adolescentes, e 
ter menos violência”, disse Katerina Volcov, uma das 
coordenadoras do protesto em São Paulo. 
No Rio de Janeiro, a manifestação ocorreu na Candelária, no 
centro da capital fluminense. Além de lembrar os 25 anos do 
ECA, a presidenta do Conselho Estadual de Defesa dos 
Direitos da Criança e do Adolescente do Rio de Janeiro, 
Mônica Alkmim, disse que os protestos são para mostrar 
que muita gente é contra a redução da maioridade penal. “A 
gente quer mostrar para a população que temos argumentos 
para ser contra, que é preciso, primeiro, efetivar o ECA, com 
todos tendo acesso a direitos”, afirmou. 
Em Brasília, o protesto ocorreu na Rodoviária do Plano 
Piloto, onde manifestantes distribuíram panfletos com 
mensagens contra a redução da maioridade penal às pessoas 
que passavam pelo local. 
A Câmara dos Deputados aprovou, no dia 1º deste mês, 
proposta de emenda à Constituição (PEC) reduzindo a 
maioridade penal, de 18 para 16 anos, nos casos de crimes 
hediondos. Ela ainda precisa passar por um segundo turno 
de votações na Câmara para então ser analisada pelo 
Senado, também em dois turnos. 
 
Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/brasil/2015
/07/13/interna_brasil,586419/protestos-contra-a-reducao-da-
maioridade-penal-marcam-os-25-anos-do-eca.shtm (adaptado para esta 
prova). 
 
QUESTÃO 01 (FUNDAC-RN: Processo Seletivo Simplificado - 
Agente Educacional - FUNCERN 2015) 
Em relação ao texto lido, é correto afirmar que é: 
A) uma crônica e tem como tema a defesa do Estatuto da 
Criança e do Adolescente. 
B) um resumo e tem como tema os direitos humanos no 
Brasil. 
C) uma notícia e tem como tema os protestos contra a 
redução da maioridade penal.D) um artigo de opinião e tem como tema a importância do 
Estatuto da Criança e do Adolescente. 
 
 
 
FUNDAC-RN 2015: AGENTE EDUCACIONAL 
 
 
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CADERNO DE QUESTÕES – PORTUGUÊS - FUNCERN 
QUESTÃO 02 (FUNDAC-RN: Processo Seletivo Simplificado - 
Agente Educacional - FUNCERN 2015) 
No trecho: “A gente quer mostrar para a população que 
temos argumentos para ser contra, que é preciso, primeiro, 
efetivar o ECA, com todos tendo acesso a direitos”, 
considerando-se a Norma Culta, identifica-se um problema 
de concordância referente ao uso da expressão: 
A) a gente. 
B) população. 
C) com todos. 
D) a direitos. 
 
QUESTÃO 03 (FUNDAC-RN: Processo Seletivo Simplificado - 
Agente Educacional - FUNCERN 2015) 
No período: “A Câmara dos Deputados aprovou, no dia 1º 
deste mês, proposta de emenda à Constituição (PEC) 
reduzindo a maioridade penal, de 18 para 16 anos, nos casos 
de crimes hediondos.”, mantendo o sentido original, as 
palavras destacadas poderiam ser substituídas, 
respectivamente, por: 
A) comparando, social, horríveis. 
B) dividindo, infantil, odiosos. 
C) simplificando, juvenil, aceitáveis. 
D) diminuindo, criminal, bárbaros. 
 
QUESTÃO 04 (FUNDAC-RN: Processo Seletivo Simplificado - 
Agente Educacional - FUNCERN 2015) 
A sequência de palavras acentuadas conforme a mesma 
regra é: 
A) país, Brasília, distribuíram. 
B) série, agência, Candelária. 
C) também, além, mês. 
D) violência, câmera, rodoviária. 
 
QUESTÃO 05 (FUNDAC-RN: Processo Seletivo Simplificado - 
Agente Educacional - FUNCERN 2015) 
Considerando o primeiro parágrafo do texto, a expressão 
que funciona como complemento nominal é: 
A) movimentos sociais e entidades. 
B) em todo o país. 
C) da maioridade penal. 
D) 25 anos. 
 
QUESTÃO 06 (FUNDAC-RN: Processo Seletivo Simplificado - 
Agente Educacional - FUNCERN 2015) 
Em relação ao período: “Em São Paulo, o protesto ocorreu 
no centro da cidade.”, é correto afirmar que: 
A) o verbo ocorrer é impessoal. 
B) “Em São Paulo” e “no centro da cidade” são 
complementos verbais. 
C) o verbo ocorrer é intransitivo. 
D) “O protesto” é complemento nominal. 
 
QUESTÃO 07 (FUNDAC-RN: Processo Seletivo Simplificado - 
Agente Educacional - FUNCERN 2015) 
O verbo distribuir, no quarto parágrafo, pode ser classificado 
como: 
A) intransitivo. 
B) apenas transitivo direto. 
C) apenas transitivo indireto. 
D) transitivo direto e indireto. 
 
QUESTÃO 08 (FUNDAC-RN: Processo Seletivo Simplificado - 
Agente Educacional - FUNCERN 2015) 
No último parágrafo do texto, foram sublinhados quatro 
verbos. É correto afirmar que: 
A) o verbo reduzir está flexionado no gerúndio. 
B) o verbo passar está flexionado no particípio passado. 
C) o verbo analisar está flexionado no infinitivo. 
D) o verbo ser está flexionado no modo imperativo. 
 
QUESTÃO 09 (FUNDAC-RN: Processo Seletivo Simplificado - 
Agente Educacional - FUNCERN 2015) 
Marque a opção que apresenta o período em que o uso do 
acento grave para indicar a crase está correto. 
A) Após à sanção do ECA, há 25 anos, o Brasil conseguiu 
reduzir o índice de mortalidade infantil. 
B) O Brasil, após várias tentativas, conseguiu reduzir em 24% 
às mortes de crianças antes de 1 ano de idade. 
C) Levantamento feito pelo Fundo das Nações Unidas para a 
Infância (Unicef), com base em dados do Ministério da 
Saúde, mostra que à taxa diminuiu consideravelmente. 
D) A redução da mortalidade infantil deve-se às previsões do 
estatuto que privilegiam a saúde da criança desde a gestação 
da mãe. 
 
QUESTÃO 10 (FUNDAC-RN: Processo Seletivo Simplificado - 
Agente Educacional - FUNCERN 2015) 
O texto faz menção a Katerina Volcov e Mônica Alkmim, 
citando seus respectivos cargos. Os pronomes de 
tratamento adequados para se dirigir a essas mulheres, 
considerando a função exercida por cada uma, 
respectivamente, são: 
A) Vossa Senhoria e Vossa Alteza. 
B) Vossa Excelência e Vossa Senhoria. 
C) Vossa Alteza e Vossa Senhoria. 
D) Vossa Senhoria e Vossa Excelência. 
 
GABARITO 
01 – C 02 – A 03 – D 04 – B 05 – C 
06 – C 07 – D 08 – A 09 – D 10 – D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CADERNO DE QUESTÕES – PORTUGUÊS - FUNCERN 
 
As questões de 01 a 15 referem-se ao texto reproduzido 
abaixo. 
IDIOTA À BRASILEIRA 
Adriano Silva 
Ele não faz trabalhos domésticos. Não tem gosto nem 
respeito por trabalhos manuais. Se puder, atrapalha quem 
pega no pesado. Trata-se de uma tradição lusitana, ibérica, 
reproduzida aqui na colônia desde os tempos em que os 
negros carregavam em barris, nos ombros, a toalete dos seus 
proprietários e eram chamados de "tigres" – porque os 
excrementos lhes caíam sobre as costas, formando listras. O 
Perfeito Idiota Brasileiro, ou PIB, também não ajuda em casa. 
Influência da mamãe, que nunca deixou que ele participasse 
das tarefas – nem mesmo pôr ou tirar uma mesa, nem 
mesmo arrumar a própria cama. Ele atira suas coisas pela 
casa, no chão, em qualquer lugar, e as deixa lá, pelo 
caminho. Não é com ele. Ele foi criado irresponsável e 
inconsequente. É o tipo de cara que pede um copo d'água 
deitado no sofá. E não faz nenhuma questão de mudar. O PIB 
é especialista em não fazer, em fazer de conta, em empurrar 
com a barriga, em se fazer de morto. Ele sabe que alguém 
fará por ele. Então ele se desenvolveu um sujeito 10 
preguiçoso. Folgado. Que se escora nos outros, não 
reconhece obrigações e adora levar vantagem. Esse é o seu 
esporte predileto – transformar quem o cerca em seus 
otários particulares. 
O tempo do Perfeito Idiota Brasileiro vale mais que o das 
demais pessoas. É a mãe quem fura a fila de carros no colégio 
dos filhos. É a moça quem estaciona em vaga para 
deficientes no shopping. É o casal quem atrasa uma hora 
para um jantar com amigos. As regras só valem para os 
outros. O PIB não aceita restrições. Para ele, só privilégios e 
prerrogativas. Um direito divino – porque ele é melhor que 
os outros. É um adepto do vale-tudo social, do cada um por 
si e do seja o que Deus quiser. Só tem olhos para o próprio 
umbigo e os únicos interesses válidos são os seus. 
O PIB é o parâmetro de tudo. Quanto mais alguém for 
diferente dele, mais errado esse alguém estará. Ele tem 
preconceito contra pretos, pardos, pobres, nordestinos, 
baixos, gordos, gente do interior, gente que mora longe. E 
ele é sexista para caramba. Mesma lógica: quem não é da 
sua tribo, do seu quintal, é torto. E às vezes até quem é da 
tribo entra na moenda dos seus pré-julgamentos e da sua 
maledicência. A discriminação também é um jeito de você se 
tornar externo, e oposto, a um padrão que reconhece em si, 
mas de que não gosta. É quando o narigudo se insurge contra 
narizes grandes. O PIB adora isso. 
O PIB anda de metrô. Em Paris. Ou em Manhattan. Até em 
Buenos Aires ele encara. Aqui, nem a pau. Melhor uma hora 
de trânsito e R$ 25 de estacionamento do que 15 minutos 
com a galera do vagão. É que o Perfeito Idiota tem um medo 
bizarro de parecer pobre. E o modo mais direto de não 
parecer pobre é evitar ambientes em que ele possa ser 
confundido com um despossuído qualquer. Daí a fobia do 
PIB por qualquer forma de transporte coletivo. 
Outro modo de nunca parecer pobre é pagar caro. O PIB 
adora pagar caro. Faz questão. Não apenas porque, para ele, 
caro é sinônimo de bom. Mas, principalmente, porque caro 
é sinônimo de "cheguei lá" e "eu posso". O sujeito acha que 
reclamar dos preços, ou discuti-los, ou pechinchar, ou buscar 
ofertas, é coisa de pobre. E exibe marcas como 
penduricalhos numa árvore de natal. É assim que se mostra 
para os outros. Se pudesse, deixaria as etiquetas presas ao 
que veste e carrega. O PIB compra para se afirmar. Essa é a 
sua religião. E ele não se importa em ficar no vermelho – 
preocupação com ter as contas em dia, afinal, é coisa de 
pobre. 
O PIB também é cleptomaníaco. Sua obsessão por ter, e sua 
mania de locupletação material, lhe fazem roubar roupão de 
hotel e garrafinha

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