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Chico Albuquerque Retrospectiva O mercado publicitário brasileiro conheceu, em 1948, o fotógrafo Chico Albuquerque, o primeiro a fotografar modelos e produtos para uma campanha publicitária. Um pioneiro do seu tempo. Assim podemos definir o fotógrafo Francisco Albuquerque, conhecido como "Seu Chico" em sua terra natal, o Ceará, e como Albuquerque, em São Paulo, cidade onde fez carreira. Foi em São Paulo que o fotógrafo marcou o seu nome na história da fotografia publicitária brasileira. Um dos primeiros fotógrafos a trabalhar no ramo da publicidade, Chico fez escola não só na capital paulista, como também em sua terra natal para onde retornou aos 60 anos de idade. Albuquerque exerceu a profissão para a qual tinha um dom nato até os últimos dias da sua vida. Fotografou sua última campanha, em 2000, para a Del Rio, aos 83 anos. Sua relação com a fotografia começou cedo e se estendeu para mais de 60 anos. Aos quinze anos, em Fortaleza, Albuquerque realizou seu primeiro documentário de curta- metragem e aos 17 anos já atuava como fotógrafo profissional. Aprendeu sobre composição e a divisão áurea do triângulo na prática e teve como um dos seus mestres o grande cineasta norte-americano Orson Welles. Albuquerque foi convidado em 1942 para fazer a fotografia do filme It’s All True, longa inacabado de Orson Welles. It´s All True se baseava no Brasil e tinha como história principal a saga dos jangadeiros cearenses Jacaré, Tatá, Mané Preto e Mestre Jerônimo. Em 1941, os quatro realizaram a travessia de Fortaleza ao Rio de Janeiro na jangada São Pedro. O feito tinha como intenção chamar a atenção de Getúlio Vargas, já que os jangadeiros não tinham os benefícios da legislação trabalhista. Durante a filmagem da cena da chegada da jangada no Rio de Janeiro, um acidente acabou tirando a vida de Jacaré. Abalado com o acontecido, Welles abandonou as gravações e voltou com sua equipe para os Estados Unidos. Porém, Chico Albuquerque ficou marcado para sempre pela luz e pelo cenário do litoral cearense. As imagens e a fotografia de It´s All True permaneceram intactas na mente de Albuquerque por 10 anos. Em meados da década de 50, o fotógrafo retornou a Fortaleza, onde realizou um dos seus mais reconhecidos ensaios. Albuquerque voltou suas lentes para a tradicional praia de Mucuripe. Seu olhar registrou, além da bela paisagem, também a vida dos jangadeiros, as relações de amizade e o seu cotidiano, enfatizando a luta pela sobrevivência e a importância do mar na vida daqueles homens. Albuquerque chegou em São Paulo em 1945 para ser o grande precursor e mestre da fotografia de publicidade brasileira. Ele fotografou pela primeira vez modelo e produto para uso em uma campanha da Johnson & Johnson, da agência J.W. Thompson, em 1948. Até então as campanhas publicitárias eram concebidas apenas com o uso de ilustrações e desenhos. Também foi "Seu Chico" o responsável pela inovação técnica na fotografia de publicidade. Sempre à frente do seu tempo, o fotógrafo foi o primeiro a importar flashes eletrônicos para o Brasil, em 1958. Segundo Bob Wolfenson, Albuquerque inaugurou a profissão do fotógrafo publicitário no Brasil. "Também foi pioneiro na feitura das coisas, porque tecnicamente as condições eram muito piores que hoje". Depois da publicação da primeira fotografia em anúncio publicitário, Albuquerque não parou mais. A partir de então, conta o fotógrafo e cineasta Zaragoza, ele começou a fotografar todos os layouts para empresas como a Gessy Lever e Tecidos Matarazzo. "Foi aí que começou a revolução de mudar ilustrações por fotografia", afirma Zaragoza. Todo esse material fotográfico, principalmente as imagens produzidas na década de 50, foram apresentadas para o público na exposição Chico Albuquerque Retrospectiva no Museu da Imagem e do Som de São Paulo, em 2005. Após a sua morte, em 2003, o Instituto Cultural Chico Albuquerque, com sede em Fortaleza, ficou responsável pela conservação e divulgação do acervo deixado pelo fotógrafo. Galeria Chico Albuquerque Propaganda Galeria Chico Albuquerque Ensaios Fotográficos Galeria Chico Albuquerque Frutas Galeria Chico Albuquerque Retratos Nos anos 50, primórdios do crescimento e desenvolvimento industrial de São Paulo, Chico Albuquerque, com um dos estúdios mais bem equipados e modernos da cidade, fotografou personalidades da sociedade paulistana e artistas nacionais, deixando um arquivo iconográfico sobre essa época da nossa história tecnológica e sociocultural. Entre esses artistas temos as fotografias de Aldemir Martins, Mário Cravo e Victor Brecheret. Os três artistas plásticos são internacionalmente reconhecidos. Aldemir Martins, cearense, um dos representantes da pintura brasileira. retrato do artista plástico Mário Cravo, baiano, um dos representantes da escultura e gravura no Brasil (1950). Afinal, o que é fotografia? A palavra fotografia vem do grego Foto = Luz e Grafia = Escrita, ou seja, escrever com luz. Segundo o Dicionário Aurélio, “fotografia é o processo de formar ou fixar uma emulsão (Emulsão fotográfica: camada de gelatina, sensível à luz, aplicada em chapas e filmes fotográficos.) fotossensível, e que compreende, usualmente, duas fases distintas: na primeira é impressionada pela luz, e sobre ela se forma, por meio de um sistema óptico, a imagem do objeto; na segunda, a emulsão impressionada é tratada por meio de reagentes químicos que revelam e fixam, permanentemente, a imagem desejada” A fotografia surgiu da necessidade do homem registrar momentos importantes, como casamentos, festa de família e nascimentos, utilizados posteriormente para relembrar tais eventos. Até então esses registros eram feitos através de pinturas, não acessíveis a todos pelo seu alto custo, além da demora em sua produção. No século XIX, a sociedade obteve uma grande invenção e também uma longa trajetória de aperfeiçoamento da fotografia, porém, era necessário descobrir uma maneira de fixar a imagem obtida através da câmara escura. Todavia, foi só no século XX que obtivemos a evolução das aplicações e fixações das imagens, foi neste século ainda, que se conseguiu revelar a primeira fotografia colorida. Com a chegada do século XXI, surge a “Era Digital”. O registro de imagens teve que acompanhar esta evolução, nasce assim, mais um grande invento, a fotografia digital, que acabou possibilitando o acesso desta arte “fotografar” a mais pessoas. Fotografar não é tirar uma foto e sim registrar ou criar uma imagem. A câmera fotográfica não é só um meio para registro de bons momentos, mas também, uma ferramenta de trabalho para muitas pessoas. Existem diversos estilos de fotografia, mas nos deteremos à apenas três: a fotografia de moda, a fotografia jornalística e a Fotografia Publicitária. A fotografia de moda, inicialmente, era apenas documental. Com o passar do tempo, a preocupação com a estética e com a própria moda, fizeram com que as fotografias para esse segmento passassem a ter uma nova roupagem, hoje não se fotografa apenas roupas e sim um estilo de vida. Os cenários para essas produções são elaborados de acordo com o que se pretende passar a este publico consumidor. Fotografia de Moda – Vitor Shalom Já na fotografia jornalística, não há uma preocupação com cenário. A imagem vem do momento, do instante e do acaso, buscando sempre retratar a realidade do que vivenciamos. Dentro do jornalismo a fotografia tem caráter informativo. Foto jornalística vencedora do: Word Press Photo of the year 2008 - Anthony Suau. A Fotografia Publicitária aproxima-se muito da fotografia de moda, ambas opondo-se a fotografia jornalística. A fotografia publicitária exigeplanejamento antecipado como locação de cenário, produto adequado, enquadramento e escolha da luz, além da postura e ângulos do modelo ou produto. Essas fotografias são produzidas para a difusão comercial, ou seja, sua finalidade é para a divulgação e obtenção de lucro com a comercialização dos produtos fotografados, visto que, tem cunho monetário. Fotografia publicitária. Archive 2008/2009 “200 best ad photographer worldwide” – Chico Audi.
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