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TCC Ana Flavia depois final_rev20-12

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Ana Flávia Coelho Lopes
Vivência do escalda-pés para o trabalhador da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte como estratégia humanização no trabalho: relato de experiência
Belo Horizonte
2017
Ana Flávia Coelho Lopes
Vivência do escalda-pés para o trabalhador da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte como estratégia de humanização no trabalho: relato de experiência
Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização Latu Sensu em Saúde Pública, apresentado à Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Saúde Pública. 
Orientadora: Dra. Tatiana Coelho Lopes
Belo Horizonte
2017
RESUMO
Trata-se de um relato de experiência que tem como objetivo descrever a vivência da prática de realização do escalda-pés nos trabalhadores da Unidade de Pronto Atendimento Norte de Belo Horizonte, como estratégia de humanização no trabalho, considerando-a como um dispositivo de integração da Politica Nacional de Humanização e da Politica Nacional de Terapias Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde. Essa prática foi realizada entre o período entre 2009 a 2014, em treze ocasiões, totalizando 411 atendimentos em profissionais de ambos os turnos (dia e noite) e de todas as categorias profissionais, durante seu horário de trabalho. Essa pratica envolveu uma ação interinstitucional entre a Unidade de Pronto Atendimento Norte de Belo Horizonte e o Núcleo de Terapias Integrativas e Complementares do Hospital Sofia Feldman. A partir do relato dos trabalhadores ficou evidenciado que essa vivência foi capaz de estimular o autocuidado e minimizar a sobrecarga física e emocional, proporcionando, desta forma, a promoção da saúde e humanização nas relações cotidiana. Dessa forma, aponta a necessidade de que essa pratica e outras destacadas tanto na Politica Nacional de Humanização como na Politica Nacional de Terapias Integrativas e Complementares do SUS sejam implementadas de forma sistemática no cotidiano dos trabalhadores. 
Palavras-chave: Saúde do Trabalhador; Humanização; Praticas Integrativas e Complementares e Escalda-pés.
ABSTRACT
This is an experience report that aims to describe the experienced practice of performing warm foot-bath for the workers of the North Unit of Aid Post of Belo Horizonte, as a strategy to humanization at work, considering it as an instrument of integration of the National Policy of Humanization and the National Policy of Integrative Therapies and Complementary in the Unified Health System. This practice was performed between the period of 2009 to 2014, on twelve occasions, totaling 411 attendances in professionals of both shifts (day and night) and of all professional categories during their working hours. This practice involved an interinstitutional action between the Belo Horizonte’s North Emergency Care Unit and the Integrative and Complementary Therapies Nucleus of the Sofia Feldman Hospital. From the workers' report, it was evidenced that this experience was able to stimulate self-care and minimize physical and emotional overload, thereby, providing health promotion and humanization in everyday relationships. Thus, it points out the need for this practice and others highlighted both in the National Humanization Policy and in the National Policy on Integrative and Complementary Therapies of the SUS (Health Unic System) to be implemented in a systematic way in the daily life of the workers. 
Keywords: Worker Health; Humanization; Integrative and Complementary Practices and warm foot-bath.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
	Figura 1
	Cartaz utilizado para a divulgação do escalda-pés na UPA Norte em 2008............................................
	24
	Figura 2
	Cartaz utilizado para a divulgação do escalda-pés na UPA Norte no ano de 2009.................................
	25
	Fotografia 1
	Prática de escalda-pés realizada na UPA Norte......
	26
	Fotografia 2
	Terapeutas do NTIC/HSF durante o oferecimento da prática de escalda-pés na UPA Norte.................
	27
	Fotografia 3
	Profissional da UPA Norte durante a realização do escalda-pés..............................................................
	28
	Fotografia 4
	Prática do escalda-pés com profissionais da UPA Norte.........................................................................
	29
	Gráfico 1
	Renda da população economicamente ativa: renda dos homens na regional norte de Belo Horizonte....
	17
	Gráfico 2
	Renda da população economicamente ativa: renda das mulheres na regional norte de Belo Horizonte..
	18
	Quadro 1 
	Práticas de escalda-pés realizados na UPA Norte no período de 2009 a 2014......................................
	23
LISTA DE TABELAS
	Tabela 1
	População por distrito sanitário - BH, segundo IVS 2012.....
	19
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
	HSF
	Hospital Sofia Feldman 
	IBGE
	Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
	IVS
	Índice de vulnerabilidade de saúde 
	MS
	Ministério da Saúde 
	NTIC/HSF
	Núcleo de Terapias Integrativas e Complementares do Hospital Sofia Feldman 
	PEA
	População economicamente ativa 
	PNH
	Política Nacional de Humanização 
	RAU
	Rede de Atenção às Urgências 
	SAMU
	Serviço Móvel de Urgência 
	SUS
	Sistema Único de Saúde 
	UBS
	Unidade Básica de Saúde 
	UPA
	Unidade de Pronto Atendimento 
	UPA Norte
	Unidade de Pronto Atendimento Norte 
SUMÁRIO
	1
	INTRODUÇÃO.......................................................................
	10
	2
	OBJETIVO..............................................................................
	14
	3
	METODODOGIA...................................................................
	15
	4
	DESENVOLVIMENTO.........................................................
	21
	5
	CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................
	30
	
	REFERENCIAS.....................................................................
	31
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho se propõe a discutir as condições de trabalho do trabalhador da saúde que atuam na Unidade de Pronto Atendimento Norte (UPA Norte), localizada em Belo Horizonte, vinculada à Prefeitura Municipal, sendo 100% SUS e como a atividade de escalda-pés vivenciada nesta Unidade pode ser uma estratégia de humanização e cuidado a este trabalhador. 
A Política Nacional de Atenção às Urgências foi instituída em 2003, considerando a grande insatisfação com o atendimento nas emergências hospitalares, a superlotação das emergências hospitalares e o perfil morbimortalidade no Brasil. Esta traz a reorganização da Rede de Atenção às Urgências (RAU), com finalidade de ampliar e qualificar o acesso oportuno e humanizado ao usuário que demanda esta rede (KONDER; O'DWYER, 2015).
Em 2011 foi instituída a Portaria n. 1.600/2011 que reformula a Política Nacional de Atenção às Urgências e instituiu a RAU no Sistema Único de Saúde (SUS). Esta tem como finalidade, prevista no artigo 3º, parágrafo 1º: “articular e integrar todos os equipamentos de saúde, objetivando ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de urgência e emergência nos serviços de saúde, de forma ágil e oportuna” (BRASIL, 2011). Como estratégia a todos os pontos de atenção, define o acolhimento com classificação de risco como base do processo e dos fluxos assistências de toda RAU, buscando por meio desta a qualidade e resolutividade (BRASIL, 2011).
A partir deste cenário, define-se como parte da RAU: 
Promoção, Prevenção e Vigilância à Saúde; Atenção Básica em Saúde; Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e suas Centrais de Regulação Médica das Urgências; Sala de Estabilização; Força Nacional de Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS); Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de 24h e o conjunto de serviços de urgência 24 horas; Hospitalar; e Atenção Domiciliar (BRASIL, 2011, Art. 4º).
Segundo as competências estabelecidas pela Portaria 1.600/2011, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) possui a característica assistencial, de natureza de pronto atender, considerando o acolhimento às demandas dousuário um dos seus princípios fundamentais. Logo, tem maior porosidade para atendimento a casos menos complexos, e a realização de consultas médicas a demandas definidas como não urgentes (BRASIL, 2011). Nota-se ainda a mudança de paradigma diante das competências e da inserção do trabalho da UPA na perspectiva de trabalho em rede:
A perspectiva de rede também se expressa na obrigatoriedade dessas unidades terem de ser articular com outros componentes da rede, sendo retaguarda para SAMU e atenção básica e recorrendo aos hospitais e centrais de regulação, através da pactuação de grades de referencia e contrarreferencia. A consubstanciação de um fluxo entre os níveis de atenção é fundamental, pois não cabe a essas unidades, considerando tanto seus objetivos, quanto sua estrutura física permanecer com pacientes por mais de 24 horas (KONDER; O'DWYER, 2015, p. 532).
Embora a política traga essa nova perspectiva de atuação em rede, a integração das UPAS com os Hospitais, sua porta de saída, e com os centros de saúde, portas reguladores do sistema, configura-se como maior desafio para a Política de urgência pré-hospitalar (KONDER; O'DWYER, 2015).
É estabelecido que as UPAS devem funcionar no período integral, isto é, 24 horas por dia e 7 dias por semana, prestando serviço resolutivo aos usuários com demandas agudas ou crônicas agudizadas, por meio do acolhimento e da classificação de risco realizado pelo enfermeiro, priorizando os casos mais graves ao atendimento preferencial. Caracteriza-se como unidade intermediaria entre a atenção básica e rede hospitalar. Competente às UPAS atenderem tanto pacientes de menor complexidade quanto estabilizar um paciente critico para o Serviço Móvel de Urgência (SAMU), além de construção de fluxos de referencia e contrarreferencia com a rede assistencial regional e hospitalar, visando garantir a integralidade do cuidado (OLIVEIRA et al., 2015). 
É importante destacar que no município de Belo Horizonte esse dispositivo de saúde foi criado anteriormente à instauração da Política Nacional às Urgências (2003), e que inclusive serviram de referência para sua construção juntamente com as experiências dos Municípios de Campinas/SP, Curitiba/PR e Rio de Janeiro/RJ (OLIVEIRA et al., 2015). 
Atualmente, Belo Horizonte conta com nove UPAS, sendo uma por regional, que atendem exclusivamente ao SUS, integram a rede de urgência do município, como uma unidade pré-hospitalar fixa e oferecem uma estrutura intermediária entre a Unidade Básica de Saúde (UBS) e as portas de urgência hospitalares.
Estão articuladas com o SAMU que, por sua vez, organiza o fluxo de atendimento e encaminha o usuário ao serviço de saúde adequada à situação (BRASIL, 2014).
O usuário pode chegar à UPA por demanda espontânea, pelo SAMU, encaminhamento da UBS ou da própria rede hospitalar. Primeiramente ele será acolhido pelo enfermeiro, segundo o Protocolo de Manchester, o qual é preconizado pelo Ministério da Saúde (MS). 
Este protocolo utiliza um método de triagem para classificar os usuários segundo a condição clínica e o risco envolvido. Logo o atendimento não será por ordem de chegada, mas pela ordem da gravidade clínica. Esta será definida por cores, sendo: vermelho (emergência), laranja (muito urgente), amarelo (urgente), verde (pouco urgente) e azul (não urgente) (PINTO JUNIOR; SALGADO; CHIANCA, 2012). 
Entretanto, o que se observa no cotidiano do funcionamento das UPAS é diferente do que está preconizado, seja pelo subfinanciamento para a saúde que gera uma precarização da estrutura física, material, de recursos humanos e da rede saúde, seja pela dificuldade de estabelecimento de acesso dos usuários nos outros dispositivos de atenção o que acaba por gerar uma lotação superior ao preconizado das UPAS, comumente noticiado pela mídia, como é o caso da UPA Norte. 
O cotidiano das Unidades de Urgência e Emergência é marcado pela falta de rotina frente à imprevisibilidade das demandas caracterizadas como urgentes e de pronto atendimento, o que gera um ritmo acelerado de trabalho em benefício da vida (DAL PAI; LAUTERT, 2008).
O trabalho é fundamental na vida das pessoas, proporciona dignidade à medida que representa um meio de sobrevivência, de representatividade social (status), de crescimento e realização pessoal. Paradoxalmente, pode representar fonte de intenso sofrimento e adoecimento, quando suas condições estão contrárias às expectativas e necessidades do trabalhador (SPAGNOL et al., 2015). 
Na minha vivencia de trabalho na UPA Norte, além das supracitadas, identifico questões graves que prejudicam as condições de trabalho, sendo elas: ausência de integralidade, ausência de ambiência e de praticas de humanização tanto com o usuário como com o trabalhador, condições precárias de trabalho, pouca participação dos trabalhadores nas decisões do processo de trabalho, sobrecarga de trabalho físico e mental, longas jornadas de trabalho e situações corriqueiras de violência dentro da Unidade com agressões físicas e ameaças de morte.
Outro agravante, são demandas de usuários relacionados às questões sociais (usuário em situação de rua, falta de emprego, pobreza, dependentes de álcool e droga) que deflagram cotidianamente nas UPAS e geram nos profissionais a sensação de impotência e frustração. 
Vivenciar o cotidiano da UPA Norte é conviver com a doença, a dor, a pobreza, a violência e o sofrimento humano em um contexto de escassos recursos materiais e humanos, que refletem a realidade de outras Unidades de Urgência e Emergência no SUS. Rotineiramente, os trabalhadores verbalizam a angustia de trabalhar nestas condições, apresentam queixas de fadiga, insatisfação, depressão, estresse, problemas familiares, medo da violência, o que pode ser percebido também no número de atestados médicos e absenteísmo dos profissionais. 
Neste contexto, é evidente a necessidade de identificar e criar estratégias que venham minimizar essas mazelas. Por isso, o presente Estudo objetiva registrar a vivencia do escalda-pés voltado para o trabalhador da UPA Norte, como uma prática capaz de estimular o autocuidado, de minimizar a sobrecarga física e emocional, e proporcionando, desta forma, a humanização nas relações cotidianas. 
2 OBJETIVO
Descrever a vivência do escalda-pés, como uma estratégia de humanização e de cuidado ao trabalhador da saúde que atua na Unidade de Pronto Atendimento Norte, como um dispositivo de integração da Politica Nacional de Humanização e da Politica Nacional de Terapias Integrativas e Complementares no SUS. 
3 METODODOGIA
O presente estudo trata-se de um relato de experiência que se utiliza de “gêneros pertencentes ao domínio social da memorização e documentação das experiências humanas, situando-as no tempo” (ELIAS, 2014, p. 2). Foram utilizados como fonte de dados a memória da experiência vivida pela pesquisadora, de pessoas que vivenciaram a experiência além do resgate de material a partir de email, cartazes, registros fotográficos e estudo documental do arquivo de atendimentos e avaliações do Núcleo de Terapias Integrativas e Complementares do Hospital Sofia Feldman (NTIC/HSF). 
Essa experiência surgiu a partir de um movimento em 2008, no qual o Colegiado Gestor da UPA Norte iniciou uma série de encontros com os trabalhadores com a finalidade de construir propostas de humanização para o trabalhador, que até então, nunca haviam sido implementadas na Unidade. Desses encontros, surgiram 03 ações que permaneceram por quase dois anos: o Tecendo com Prosas e Letras (momento mensal durante o café da tarde onde as pessoas trocam livros, prosas e apreendem a arte de tecer crochê e/ou tricô); Cine UPA (exibição mensal de curtas metragens com assuntos gerais, com duração media de 15 minutos, sendo fornecido durante o período do café da tarde, com pipoca e refrigerante); Roda de conversa (realizada mensalmente durante o café da tarde, onde se faz uma roda de conversa sobre assuntos que os trabalhadores desejem falar, podendo estar ligado ou não ao trabalho).
E foi neste contexto de buscar ações que contribuíssemna humanização das relações entre trabalhadores, gestores e usuários, especialmente pensando na importância de cuidar de quem cuida, que o Serviço Social da UPA Norte buscou parceria no NTIC/HSF, para a realização do escalda-pés, em datas pontuais e comemorativas, sendo que a primeira vez que aconteceu foi no dia 03 de janeiro de 2009.
O Hospital Sofia Feldman (HSF) está localizado no mesmo distrito da UPA Norte o qual faz referencia e contra referencia para casos ligados a saúde materno infantil. É uma instituição filantrópica, com 100% dos leitos destinado ao SUS, especializada na atenção à saúde da mulher e da criança no período perinatal sendo referencia para os Distritos Norte e Nordeste de Belo Horizonte (HSF, 2017). Como uma necessidade de ampliar a prática de cuidado à mulher e ao trabalhador, em 2006 foi criado o NTIC, com a proposta de resgatar e estimular a aplicação das Praticas Integrativas e Complementares e como forma de se aliar às práticas já existentes na assistência à mulher, ao recém-nascido e ao trabalhador (BORGES; MADEIRA; AZEVEDO, 2011). O NTIC/HSF conta com a atuação de enfermeiros e terapeutas que dispõe dos recursos de auriculoterapia, chás, escalda-pés e reflexologia, homeopatia, musicoterapia, florais, iridologia, yoga e método Rességuier. 
Desta forma, o Serviço Social entrou em contato com a coordenação do NTIC/HSF e solicitou a parceria para oferecer aos trabalhadores da UPA Norte a prática do escalda-pés, sendo o primeiro agendado para o dia 03 de janeiro de 2009, em comemoração ao ano novo. Esta parceria foi baseada nas trocas solidárias entre os serviços da rede SUS. Depois desta primeira ação, teve-se um grande retorno positivo dos trabalhadores que constantemente levavam essa demanda para à gerencia e ao serviço social, de forma que foram agendadas mais outras doze ações, entre os anos de 2009 e 2014, sempre em eventos comemorativos.
Em todas as ações que ocorreram, o NITC/HSF forneceu recursos humanos necessários (terapeutas) e todo o material, sendo: aparelho de som, bacias, flores, sais, chás, ebulidor, caldeirão, banquetas, creme. Já o serviço social da UPA Norte preparava o local, tendo sempre que organizar uma sala improvisada (sala da gerencia, sala de micronebulização/pediatria, consultório da pediatria), sendo a referencia no dia da prática do escalda-pés, convidando os trabalhadores e organizando a demanda, bem como cuidando da ambiência do local, como diminuição da luminosidade e dos ruídos.
O NTIC/HSF registrou todas essas praticas em instrumento próprio, onde as pessoas que receberam a intervenção / prática do escalda-pés, realizaram uma breve avaliação da experiência, de forma livre. 
3.1 Contextualizaçao do Cenario de Estudo
O cenário do relato de experiência é a UPA Norte, vinculada a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e integrada a rede de Urgência, unidade que atende exclusivamente pelo SUS, situada no Bairro Primeiro de Maio, Distrito Sanitário Norte, sendo referências a 22 Centros de Saúde desta Regional, com uma população de 193.039 habitantes (BELO HORIZONTE, 2017a), sendo composta 51,72% por mulheres, a faixa etária predominante é de 19 a 44 anos (BELO HORIZONTE, 2017a). 
A população economicamente ativa (PEA), na sua maioria, pertence às classes D e E, sendo as mulheres com menor renda que os homens. 
A PEA masculina possui faixa salarial predominante de 01 a 02 salários mínimos (20,73%), enquanto a segunda faixa é de 03 a 05 salários mínimos (19,78%) (CDL-BH, 2010) (GRÁFICO 1). 
Gráfico 1 - Renda da população economicamente ativa: renda dos homens na regional norte de Belo Horizonte
Fonte: CDL-BH, 2010
A PEA feminina, a faixa salarial predominante é de meio a 01 salário mínimo (28,06%), enquanto a segunda faixa é de 01 a 02 salário mínimo (26,00%) (CDL-BH, 2010 (GRÁFICO 2).
Gráfico 2 - Renda da população economicamente ativa: renda das mulheres na regional norte de Belo Horizonte
Fonte: CDL-BH, 2010
Outro indicador importante na caracterização da população da regional norte, é o índice de vulnerabilidade de saúde (IVS), uma vez que é a regional de Belo Horizonte que apresenta o maior índice de risco elevado (33,7%) e muito elevado (13,8%) de vulnerabilidade da saúde (BELO HORIZONTE, 2013), ou seja, é a regional de Belo Horizonte com maior vulnerabilidade no município.
TABELA 1
População por distrito sanitário - BH, segundo IVS 2012
 
Fonte: BELO HORIZONTE, 2013
O IVS é um indicador criado pela Secretaria Municipal de saúde em 1998 e é um importante instrumento para nortear as políticas públicas, em especial de saúde, uma vez que considera diferentes variáveis socioeconômicas e de ambiente para análise de grupos populacionais em determinadas áreas geográficas, aponta para uma análise da situação de saúde que inclui os determinantes sociais como fundamentais no processo de saúde e doença (BELO HORIZONTE, 2013).
Ressaltamos que a UPA norte, fica localizada no mesmo quarteirão que o Abrigo São Paulo, instituição filantrópica, pertencente à Sociedade São Vicente de Paula, que oferece 200 vagas (150 masculina e 50 feminina) de pernoite para pessoas em situação de rua, entre 18 a 60 anos, portando documento de identidade ou boletim de ocorrência, não podendo estar sob efeito de álcool e/ou drogas, atendendo-as no horário de 17 horas às 7 horas da manhã, com fornecimento de jantar e café da manhã. Desta forma, a UPA tornou-se referência para esta população na busca de serviços de saúde e outras demandas para além do setor saúde, sendo um público frequente no cotidiano da instituição, com alto grau de vulnerabilidade social e de saúde.
A equipe da UPA Norte é composta por 373 servidores pelas seguintes categorias de profissionais da saúde: assistentes sociais, auxiliar administrativo, auxiliar de laboratório, auxiliar de saúde bucal, auxiliar de enfermagem, bioquímico, cirurgião dentista, copeira, enfermeiros, farmacêutico, médicos (especialidade Clinica médica, Cirurgia, Ortopedia, Pediatria), porteiro, recepcionista, serviços gerais, técnico em patologia, técnicos de radiologia, tendo uma média de 7.917 atendimentos mensais no primeiro semestre de 2017 (BELO HORIZONTE, 2017b).
4 DESENVOLVIMENTO
O trabalho, compreendido como uma atividade humana básica, caracteriza-se como meio do ser humano para garantir condições dignas de vida, de um sentido social e a sua própria subjetividade. Tem uma grande importância na constituição da identidade individual, nas redes de relações sociais, trocas afetivas e econômicas, logo, irá interferir nos modos e formas de viver do individuo (HELOANI; LANCMAN, 2004).
As contradições do mundo do trabalho, relacionadas às formas de produção e reprodução da sociedade capitalista, repercutem na vida das pessoas com questões paradoxais, sendo o trabalho, fonte de dignidade, mas também fonte de sofrimento, de desequilíbrio físico e mental, dor e frustração. Desta forma, afetam a qualidade de vida e torna as condições de trabalho insalubres (COSTA; VIEIRA; SENA, 2009).
Quando falamos do trabalhador da saúde, há especificidades do trabalho fundamentais a se destacar. Os contextos político, ambiental e gerencial são questões que terão relação direta com a integridade e a saúde do trabalhador. O cotidiano do trabalhador da saúde lhe coloca exposto a situações insalubres, tanto físicas, referentes aos riscos biológicos/ químicos próprios do ambiente de trabalho, quanto psicológico, de vivenciarem no cotidiano a dor e o sofrimento humano. Agrava-se que as instituições de saúde, possuem uma estrutura político administrativa pouco flexível que tolhe a autonomia do trabalhador (COSTA; VIEIRA; SENA, 2009). 
O ambiente de trabalho está diretamente ligado com fatores que influenciam no processo de saúde e doença e que interferem na produtividade do trabalhador da saúde, como: ruídos, iluminação inadequada, temperatura extremas, estética, higiene e cuidado. Assim como fatores da organização do trabalho, identifica-se: conteúdo e horário de trabalho, sobrecarga ou subcarga de trabalho físico e mental;participação e envolvimento no trabalho; relações interpessoais; ritmo e pressão do tempo, impossibilidade de ascensão funcional por ausência de planos de cargos e salários (BECKER; OLIVEIRA, 2008). 
Esses trabalhadores, geralmente, vivenciam uma rotina desgastante que geram agravos à saúde de natureza física e/ou psicológica, podendo provocar quadros de transtornos alimentares, de sono, de eliminação fisiológica, fadiga, agravos aos sistemas corporais, diminuição do estado de alerta, estresse, desorganização do meio familiar e neuroses, ocasionando acidentes de trabalho, bem como grande volume de licenças para tratamento de saúde (BECKER; OLIVEIRA, 2008; BARBOZA; SOLER, 2003). 
Os ambientes hospitalares, em que pode ser comparado ao ambiente de UPA, proporcionam aos seus trabalhadores piores condições de trabalho em relação aos demais serviços de saúde. Estes estão permanentemente expostos a riscos ocupacionais, ligados aos agentes físicos, químicos e biológicos, bem como a fatores ergonômicos e psicossociais. As condições de trabalho implicam em longas jornadas e em turnos desgastantes que incluem o turno noturno, de feriados e finais de semana; multiplicidade de funções e ritmo intenso e excessivo de trabalho (BECKER; OLIVEIRA, 2008; SILVA; MARZIALE, 2000).
Neste contexto, fica evidente a necessidade de desenvolver estratégias de humanização com os trabalhadores, visando à promoção da saúde do trabalhador. Consequentemente, melhorando a assistência deste prestada ao usuário.
Entende-se como humanização uma estratégia de interferência nos processos de produção de saúde, considerando que os sujeitos (usuários, trabalhadores e gestores), quando mobilizados, são capazes de transformarem a si e a realidade. Por isto, a humanização pode ser o meio de envolver a rede da saúde no comprometimento de defesa da vida, baseado nos laços de solidariedade, cidadania e defesa do SUS (BENEVIDES; PASSOS, 2005).
Conforme o Quadro 1, a prática de escalda-pés aconteceram na UPA Norte entre o período de 2009 e 2014, por 12 vezes, motivado por eventos comemorativos, totalizando 411 aplicações que atingiram profissionais de ambos os turnos (dia e noite) e de todas as categorias profissionais, sendo beneficiados 128 (31,14%) profissionais de nível universitário e 283 (68,86%) de nível técnico /médio ou fundamental. 
QUADRO 1
Práticas de escalda-pés realizados na UPA Norte no período de 2009 a 2014
	Data da realização
	Motivação
	Turno
	Número de funcionários atendidos
	Distribuição de funcionários de acordo com o nível de escolaridade
	03 de janeiro de 2009
	Comemoração ano novo
	Dia e noite
	74
	15 profissionais de nível universitário
59 profissionais de nível técnico/ médio / fundamental
	29 de outubro de 2009
	Comemoração da semana do servidor
	Dia
	37
	12 profissionais de nível universitário
25 profissionais de nível técnico /médio/ fundamental
	04, 05 e 06 de janeiro de 2010
	Comemoração ano novo
	Dia e noite
	111
	40 profissionais de nível universitário 
71 profissionais de nível técnico/ médio/ fundamental
	03 de novembro de 2011
	Comemoração do dia do servidor
	Dia e noite
	46
	16 profissionais de nivel universitario
30 profissionais de nivel técnico / médio / fundamental
	11 de maio de 2012
	Semana da enfermagem
	Dia e noite
	42
	12 profissionais de nível universitário
30 profissionais de nível técnico /médio/ fundamental
	09, 10 e 11 de maio de 2013
	Semana da enfermagem
	Dia e noite
	69
	21 profissionais de nível universitário
48 profissionais de nível técnico /médio/ fundamental
	13 e 14 de maio de 2014
	Semana da enfermagem
	Dia e noite
	32
	12 profissionais de nível universitário
20 profissionais de nível técnico /médio/ fundamental
	Total
	12 Dias de realização da pratica
	411 aplicações
	126 profissionais de nível universitário
280 profissionais de nível técnico /médio/ fundamental
05 usuários
Fonte: Dados da pesquisa
A divulgação da prática de escalda-pés era sempre divulgada com cartazes coloridos, em folha A3 e afixados nos espaços comuns de convivência dos servidores, como o refeitório. Durante a pesquisa memorial para este Estudo, foram localizados no histórico de e-mails, dois cartazes, o primeiro referente a dezembro de 2008 e o segundo referente a dezembro de 2009.
	
FIGURA 1- Cartaz utilizado para a divulgação do escalda-pés na UPA Norte em 2008
Fonte: E-mail institucional
	
FIGURA 2- Cartaz utilizado para a divulgação do escalda-pés na UPA Norte no ano de 2009
Fonte: E-mail institucional
O escalda-pés é considerado uma prática Integrativa e Complementar como uma estratégia de cuidado que valoriza o trabalhador, estimula o autocuidado, minimiza a sobrecarga física e emocional, proporcionando a promoção da saúde e a humanização nas relações cotidianas. 
Esta prática corrobora com a Política Nacional de Praticas Integrativas e Complementares (PNPIC) que estimula a utilização de recursos naturais de prevenção e de recuperação da saúde, através de tecnologias eficazes e seguras, por meio de uma escuta acolhedora que fortaleça o vínculo terapêutico e o autocuidado (BRASIL, 2015).
FOTOGRAFIA 1 – Prática de escalda-pés realizada na UPA Norte
Fonte: Arquivo NITC/HSF
O escalda-pés é a prática de repousar os pés em uma bacia de água morna com ervas ou óleo aromatizante, com o objetivo de relaxar e diminuir o ritmo agitado da rotina diária, já que é capaz de combater a sensação de pés cansados e sofridos. A técnica consiste em mergulhar os pés em uma bacia com água quente por um período de 15 minutos, seguidos de 5 minutos de massagem com creme hidratante ou óleo. Acrescentam-se na água algumas ervas, sais de banhos ou essências para auxiliar na redução do estresse (SPAGNOL et al., 2015, p. 47).
Pode ser oferecido por um profissional de saúde, de qualquer nível de formação, devidamente qualificado para tal prática que utiliza saberes e práticas da medicina tradicional, que estimulam o uso de métodos naturais, valorizando o vínculo terapêutico, a integração do ser humano com a natureza, sob perspectiva mais ampla do conceito de processo de saúde doença e promoção do cuidado, sendo um importante instrumento coadjuvante de tratamentos alopáticos (ISCHKANIAN; PELICIONI, 2012).
FOTOGRAFIA 2 – Terapeutas do NTIC/HSF durante o oferecimento da prática de escalda-pés na UPA Norte
Fonte: Arquivo NITC/HSF
Durante e após a realização da pratica de escalda-pés, o retorno dos profissionais foi muito positivo e a demanda para sua implementação de forma continua e sistemática, considerando seus benefícios diante de plantões característicos de uma unidade de urgência: sobrecarregado com muitas intercorrências e imprevisibilidades. Os trabalhadores expressaram sentimentos de alivio do estresse, afeto, cuidado, tranquilidade, espiritualidade, prazer e valorização (Arquivo do NTCI/HSF).
FOTOGRAFIA 3 – Profissional da UPA Norte durante a realização do escalda-pés
Fonte: Arquivo NITC/HSF
Esta pratica corrobora com a Política Nacional de Humanização (PNH), criada em 2003, que surge como respostas à insatisfação da sociedade brasileira quanto à qualidade e à dignidade no cuidado à saúde, com o propósito de repensar e articular iniciativas de humanização no SUS e enfrentar os problemas no campo da organização e gestão do trabalho em saúde que resultam em fatores desfavoráveis tanto na produção da saúde quanto na vida dos trabalhadores (PASCHE; PASSOS; HENNINGTON, 2011).
FOTOGRAFIA 4 – Prática do escalda-pés com profissionais da UPA Norte 
Fonte: Arquivo NITC/HSF
A PNH é uma política transversal que apresenta princípios e diretrizes a fim de produzir mudanças na forma de gerir e cuidar, por meio da inclusão de gestores, trabalhadores e usuários nos processos de gestão e cuidado estimulando as trocas solidarias entre estes. É importante destacar que uma das diretrizes preconizadas e consideradas como necessária para disparar mudanças nos espaços de saúde é a Valorização do Trabalhador (BRASIL, 2013).
Diante do exposto, pode-se dizer, corroborando com os conceitos de Merhy e Franco (2009), queo escalda-pés é caracterizado por uma tecnologia leve-dura e leve, enquanto um ato de cuidar, representa uma forte potencia transformadora do “trabalho vivo em ato” que rompe com o modelo biomédico hegemônico, capaz de produzir uma restruturação produtiva em saúde, na medida que é um ato centrado nas necessidades de cuidado, revelando se como uma nova forma de assistir e cuidar dos trabalhadores de saúde. 
Observa-se ainda, a dimensão coletiva na organização e na realização do escalda-pés, que só foi possível por meio de trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e uma instituição parceira da rede, imbuídos de uma energia criativa e do desejo cuidar do outro, no caso, o trabalhador da UPA Norte. 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O relato de experiência descreve a vivencia do Escalda-pés como uma estratégia de cuidado ao trabalhador da saúde que atua na UPA Norte, na perspectiva das Políticas Nacionais de Humanização e das Terapias integrativas e Complementares, capaz de estimular o autocuidado e minimizar a sobrecarga física e emocional, proporcionando, desta forma, a promoção da saúde e humanização nas relações cotidiana.
Apesar de todos os benefícios identificados com a pratica do escalda pés, esta ocorreu apenas em eventos pontuais e comemorativos, sendo insuficientes para materializar a humanização como uma pratica institucional. A pratica aponta para uma intencionalidade, sendo necessário mobilização dos gestores e trabalhadores para investimento de recursos humanos e físicos com objetivo do esclada-pes torna-se uma pratica sistemática, assim como ampliada para outras ações de humanização que incluam os trabalhadores em espaços de participação ativa e decisória sobre o processo de trabalho e de produção da saúde.
Evidencia a necessidade de trazer o debate sobre a PNH, especialmente no que tange a Valorização do Trabalhador e a participação deste nos processos decisórios e de construção dos processos de trabalho para o cotidiano dos serviços de saúde e instancias de controle social.
A prática do escalda-pés é uma maneira de se “reinventar a roda”, de valorizar a trocas relacionais baseada no cuidado, afeto e solidariedade, sem trocas materiais e de consumo, mas motivadas pelo ato genuíno de cuidar. 
A vivência do escalda-pés na UPA Norte, nos remete a reflexão entre o modo de produção capitalista em interface com os modos de se produzir saúde, numa sociedade permeada pela valorização do consumo, da competição, dos bens materiais e do capital. Logo, esta prática corrobora com os fundamentos do SUS e seu movimento de resistência, composto por usuários, trabalhadores e gestores que se reinventam todos os dias diante dos desafios postos especialmente pelo atual cenário político e de (des) financiamento, lutando pela valorização da saúde como um bem público e como uma bandeira de luta por uma sociedade justa e solidária, pautada em valores democráticos, éticos e humanos. 
REFERENCIAS
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