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CARACTERÍSTICAS DO BRASIL E SEU SISTEMA DE SAÚDE Frederico Germano Lopes Cavalcante Nilson Massakazu Ando Ementa • Realidade socioeconômica e cultural brasileira; • Perfil epidemiológico brasileiro, desigualdades sociais e em saúde no Brasil; • Determinantes sociais em saúde; • Transição demográfica e epidemiológica; • História, princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde; • Redes de atenção à saúde e ATENÇÃO BÁSICA. Realidade de Saúde do Brasil • Grande extensão territorial: 8.515.767km2 • Divisão em 05 regiões: Norte, Nordeste, Centro- Oeste, Sul e Sudeste • Diferentes realidades socioeconômicas, geográficas e culturais Desigualdades no Brasil • País continental • Processo de colonização • Escravidão – fim tardio; transição para indigência • Imigrações • Industrialização – tardia, dependente • Urbanização – explosiva Desigualdades no Brasil O Brasil abriga 155 mil pessoas nessa situação, que abrange desde trabalho forçado ou por dívidas, tráfico humano ou sexual até casamentos forçados Cidades: crescimento acelerado, grandes desigualdades, bolsões de pobreza, apartheid social Desigualdades no Brasil Fonte: IBGE Desigualdades no Brasil Fonte: IBGE Escassez de médicos x Linha da Pobreza Fonte: Fonte: Estação de Pesquisa de Sinais de Mercado (EPSM/NESCON/FM/UFMG) *: Considera o número de médicos equivalente a 40 horas nas especialidades de clínica médica, saúde da família e pediatria Índice de escassez de médicos em Atenção Primária à Saúde (APS)* Proporção de domicílios com renda per capita abaixo da linha da pobreza (R$137) Transição demográfica Declínio rápido dos níveis de fecundidade Declínio do ritmo de crescimento demográfico Alteração da Estrutura da Pirâmide Etária; Aumento da Expectativa de Vida Transição epidemiológica • Superposição entre as etapas onde predominam as doenças transmissíveis e crônico- degenerativas • Existe um contraste importante entre as situações epidemiológicas das diferentes regiões do país • Tripla carga de doenças: uma agenda não concluída de doenças infecciosas e desnutrição; o desafio das doenças crônicas e seus fatores de risco; crescimento acelerado das causas externas. Sistema Único de Saúde: o sistema de saúde do Brasil Constituição Federal de 1988 “Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” SUS: Antecedentes históricos SUS: princípios Princípios DOUTRINÁRIOS Princípios ORGANIZATIVOS SUS: princípios doutrinários Universalidade Saúde como Direito de cidadania e não como Direito Trabalhista Equidade Tratamento diferente para se chegar a igualdade Integralidade Todo (Holística) – Medicina Integral Tudo (Direito aos três níveis de assistência) SUS: princípios organizativos Descentralização/Hierarquização/Regionalização Municipalização da saúde Como garantir o direito do cidadão? Descentralização Gestão mais próxima da população Pensar uma rede de assistência onde o cidadão da menor e mais afastada cidade tenha acesso à tecnologia necessária para recuperar sua autonomia, em caso de necessidade de saúde. Níveis de Assistência – Hierarquização Atenção Terciária Atenção Secundária Atenção Primária • Hospitalização, internação • Alta complexidade (Ex: hospitais universitários) Atenção Terciária • Ambulatórios de especialidades focais • Condição de maior necessidade de tecnologias "duras" Atenção Secundária • Organização em ESF e outras modalidades com foco no território • Tecnologias leves e abordagem biopsicossocial Atenção Primária D en si da de te cn ol óg ic a Hierarquização e organização em redes Redes de atenção à saúde no SUS Re de C eg on ha Á lc oo l, C ra ck e O ut ra s D ro ga s R ed e de U rg ên ci a e Em er gê nc ia C on di çõ es e d oe nç as cr ôn ic as Qualificação/Educação Informação Regulação Promoção e Vigilância à Saúde ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Este é o SUS que pouco conhecemos • Único no mundo a garantir assistência integral e gratuita a popu lação, incluindo pacientes com HIV, sintomáticos ou não, renais crônicos e com câncer • SIH/SUS: maior conjunto de procedimentos executados em hos pital no mundo pago por um mesmo financiador (Rehen de Souza, 2002) • Aproximadamente 1.000.000 de internações por mês – 11.295.000 em 2010 • Mais de 95% de transplantes feitos no Brasil (Brasil, 2003) Este é o SUS que pouco conhecemos 3,8 bilhões de atendimentos ambulatoriais 896 milhões de procedimentos para diagnóstico 19 milhões de ultrassonografias 11 milhões de sessões de hemodiálise 1,5 milhão de tomografias 6,5 mil transplantes de órgãos sólidos 4,5 milhões de procedimentos hospitalares cirúrgicos 7,1 milhões de procedimentos hospitalares clínicos 619 milhões de atendimentos para aquisição de medicamentos a nível ambulatorial Fonte: Ministério da Saúde, JAN-DEZ/2017 Atenção Básica no Brasil Atributos e diretrizes da Atenção Básica (PNAB 2017) • Regionalização e Hierarquização • Territorialização • População Adscrita • Cuidado centrado na pessoa • Resolutividade • Longitudinalidade do cuidado • Coordenação do cuidado • Ordenação da rede • Participação da comunidade. Atenção Básica: um panorama (2019) • 2.599 equipes implantadas • 5.477 municípios • 146.966.550 milhões de pessoas cobertas • 5.040 municípios com Equipes de Saúde Bucal - ESB • 24.435 ESB tipo I • 2.131 ESB tipo II • 5.502 municípios com Agentes Comunitários de Saúde – ACS • 260.563 ACS implantados • 898.942.350 milhões de pessoas atendidas Fonte: DAB/SAS/MS – Comp. fev/2019. https://aps.saude.gov.br/biblioteca/index Referências Bibliográficas • Conselho Federal de Medicina. Demografia Médica no Brasil 2020 / Coordenação de Mário Scheffer; equipe de pesquisa: Alex Cassenote, Alexandre Guerra, Aline Gil Alves Guilloux, Ana Pérola Drulla Brandão, Bruno Alonso Miotto, Cristiane de Jesus Almeida, Jackeline Oliveira Gomes e Renata Alonso Miotto. – São Paulo: Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP; Conselho Federal de Medicina, 2020. • Souza, Renilson Rehem. O sistema público de saúde brasileiro. Brasília; Ministério da Saúde; ago. 2002. 44 p. tab, graf. • Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988 • Brasil. Lei 8080 de 19 de setembro de 1990, Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. 1990 • Brasil. Lei 8142/90 de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade no SUS. 1990 • BRASIL. MInistério da Saúde . Portaria no. 2.436 de 21 de setembro de 2017. Brasília: Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 2017. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/?lang=pt&q=au:%22Souza,%20Renilson%20Rehem%22 https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/pesquisa/simples/BRASIL.%20MInist%C3%A9rio%20da%20Sa%C3%BAde/1010 https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/pesquisa/simples/Portaria%20no.%202.436%20de%2021%20de%20setembro%20de%202017/1030 ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO BRASIL Frederico Germano Lopes Cavalcante Nilson Massakazu Ando Ementa • Rede de Atenção à Saúde (RAS) • Atenção Primárias à Saúde (APS) • Política Nacional da Atenção Básica (PNAB) • Estratégia de Saúde da Família (ESF) • Programa Mais Médicos para o Brasil (PMMB) Questão orientadora • D. Maria, 62 anos, é diabética e hipertensa há pelo menos 7 anos, mas há 3 anos não vai ao médico. Acordou um dia com dor nas costas e resolveu procurar a Unidade de Saúde. Chegando lá, foi orientada a retornar na sexta- feira para marcar uma consulta para a semana seguinte. • Ela fez isso, e na segunda-feira estava diante do médico de família da sua área. Queria um referenciamentoao ortopedista. O médico lhe sugeriu experimentar usar diclofenaco durante 4 dias e retomar o tratamento da pressão e diabetes, além de fazer novo papanicolau e mamografia. Sugeriu também exames laboratoriais e uma consulta de rotina com o oftalmologista. Os exames foram coletados pela enfermeira da equipe na semana seguinte. Questão orientadora • Em um mês, a paciente retornava ao médico de família com o resultado dos exames de sangue e o controle da pressão realizado semanalmente. Tanto o diabetes quanto a pressão alta estavam mal controladas. O médico de família alterou a dose dos medicamentos prescritos na consulta anterior e orientou nova sequência de controle de pressão e novo exame laboratorial em 3 meses. • Nesse meio tempo, foi chamada para o oftalmologista, para a mamografia e fez o papanicolau com a auxiliar de enfermagem da unidade. Enquanto aguardava o período determinado pelo médico de família para fazer novos exames, ela perdeu o genro assassinado pela polícia e ficou extremamente abalada. Procurou então o médico de família para “pedir um calmante”. Por causa desse episódio, atrasou a coleta dos novos exames laboratoriais em 2 meses, mas procurou, então não se descuidar do uso dos medicamentos. Questão orientadora • Passados 5 meses da última consulta, coletou novos exames com a mesma enfermeira e voltou ao médico de família em seguida para retomar o tratamento da pressão e do diabetes. Segundo relatou ao médico de família, o oftalmologista dissera que sua vista estava “ok” e que, embora tenha começado uma catarata, não tinha de operar naquele momento. Aproveitou para queixar-se de dor na perna esquerda quando caminhava. • Os exames laboratoriais haviam melhorado consideravelmente, mas o médico de família detectou um pulso diminuído no membro inferior esquerdo. Ele solicitou uma ultrassonografia (US) Doppler, resolveu referenciar ao cirurgião vascular para uma avaliação e orientou espaçar os retornos, já que havia adquirido um controle aceitável da pressão e do diabetes. Questão orientadora • Enquanto aguardava o resultado da US, ela teve um quadro de gripe prolongado e procurou novamente o médico de família da unidade, tendo sido atendida por ele no “acolhimento”. Finalmente, realizou a US Doppler com um radiologista, que mostrou uma obstrução arterial na altura da região poplítea. A paciente esperou 4 meses e finalmente conseguiu o cirurgião vascular, que sugeriu programar cirurgia. A paciente ficou assustada e decidiu procurar novamente o médico de família. • Combinaram que tentariam o tratamento clínico por meio do controle do diabetes e da hipertensão, além de cuidados gerais com as pernas, a fim de tentar evitar a cirurgia. Após 2 anos de seguimento e mais 6 consultas, encontra-se bem, sem lesão nos membros e com controle clínico da dor na perna esquerda. APS como um modelo de organização do sistema de saúde • Um sistema de saúde é “o conjunto de organizações, indivíduos e ações cuja intenção primordial é promover, recuperar e/ou melhorar a saúde” • Uma forma de organização dos serviços, na qual há uma porta de entrada ao sistema de saúde, que se configura como espaço de coordenação das respostas às necessidades dos indivíduos, suas famílias e comunidade Rede de Atenção em Saúde (RAS) APS como um modelo de organização do sistema de saúde • APS foi posicionada como um dos elementos da estrutura operacional de uma rede de atenção à saúde (RAS): centro comunicador e coordenador do cuidado. • Partindo do centro, ela tem a responsabilidade de fazer a ponte entre os diferentes níveis e pontos de atenção, assim como integrar ao processo os sistemas logísticos e de apoio, garantindo a integralidade de sua atenção. • A APS possui o papel coordenador, necessário para a integração do sistema. APS e sua integração na rede de atenção à saúde • Um sistema de saúde constitui-se de redes horizontais interligadas por pontos de atenção, de distintas densidades tecnológicas, com suas estruturas de apoio e logística, não havendo hierarquia entre os diferentes pontos de atenção à saúde • Como exemplos, citam-se unidades de atenção primária, unidades de cuidados intensivos, hospitais-dia, ambulatórios de cirurgia, ambulatórios de atenção especializada, serviços de atenção domiciliar. Os serviços de atenção primária são a porta de entrada ao sistema, e coordenam o conjunto de respostas às necessidades em saúde da população. • Um sistema de saúde com forte referencial na atenção primária à saúde é mais efetivo, é mais satisfatório para a população, tem menores custos e é mais equitativo – mesmo em contextos de grande iniquidade social. Conceitos e siglas que geram confusão • APS – atenção primária à saúde: “lugar” do sistema de saúde definido pelos serviços que oferece. • PSF/ESF – Programa Saúde da Família/Estratégia Saúde da Família: programa de 1994 a 1998 e estratégia do Estado para reorientar a atenção primária brasileira a partir de 1998. • MFC – Medicina de Família e Comunidade: especialidade médica. APS: aspectos-chave • Atenção primária à saúde (APS) é definida como “[...] atenção de primeiro contato, contínua, global e coordenada que se proporciona à população sem distinção de gênero, doença, ou sistema orgânico”. • Prevenção, cuidado a pacientes crônicos e vulnerabilidade social são conceitos que têm afinidade com a atenção primária, mas não são seus definidores. • Há vários instrumentos para avaliar a APS, sendo que o mais completo e mais utilizado no Brasil é o instrumento de Avaliação da atenção primária chamado PCATool • O conceito de integralidade utilizado na APS diverge do utilizado em outros campos APS: valores, princípios e atributos Atributos nucleares da APS: acesso de primeiro contato • É o princípio soberano, representa a porta de entrada e o primeiro contato do paciente com o sistema; outras nomenclaturas, algumas vezes entendidas como pejorativas, foram sendo usadas em parte, ou mesmo em substituição a este atributo, como “acolhimento”, “gatekeeper” ou “porteiro”. Atributos nucleares da APS: coordenação do cuidado • A coordenação envolve a continuidade de informação dentro do sistema, seja pela continuidade do profissional, seja via prontuário médico. • Importância em três níveis • Dentro da própria unidade • Na relação com profissionais que fornecem consultoria ou acompanhamento de curta duração • Na relação com especialistas focais que vão compartilhar o cuidado com a APS Atributos nucleares da APS: longitudinalidade • Longitudinalidade se relaciona com a existência de uma fonte regular de atenção e seu uso ao decorrer do tempo. • A longitudinalidade, que trata do acompanhamento do paciente ao longo do tempo por profissionais da equipe de atenção primária em saúde (APS), é considerada característica central deste nível assistencial. Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) Política nacional que direciona os trabalhos envolvidos nos diversos campos da APS 1. Dos Princípios e Diretrizes Gerais da Atenção Básica 2. Das Funções na Rede de Atenção À Saúde 3. Das Responsabilidades 4. Da Infraestrutura e Funcionamento da Atenção Básica 5. Implantação e Credenciamento das Equipes de Atenção Básica 6. Do Financiamento da Atenção Básica Comparativo: PNAB 2011 x 2017 Comparativo: PNAB 2011 x 2017 Comparativo: PNAB 2011 x 2017 Comparativo: PNAB 2011 x 2017 Comparativo: PNAB 2011 x 2017 Comparativo: PNAB 2011 x 2017 Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) 2017 Dispõe que as UBS deverão assegurar o acolhimento e escuta ativa e qualificada das pessoas, mesmo que não sejam da área de abrangência da unidade, com classificação de risco e encaminhamento responsável; Percentual de financiamento para as eAB (30% da eSF Modalidade 2); Recursos condicionados à abrangência da oferta de ações e serviços; Defineprazo máximo de 4 meses para a implantação da equipe credenciada, com fluxo e critérios para credenciamento de eAB, a ser publicado em manual específico; Inclui as Equipes de Atenção Básica Prisional; Reforça a importância da integração entre a Vigilância em Saúde e Atenção Básica: Agentes de Combate as Endemias (ACE) e Agentes Comunitários de Saúde (ACS); Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) 2017 • Define prazo máximo de 4 meses para a implantação da equipe credenciada, com fluxo e critérios para credenciamento de eAB, a ser publicado em manual específico; • Inclui as Equipes de Atenção Básica Prisional; • Reforça a importância da integração entre a Vigilância em Saúde e Atenção Básica: Agentes de Combate as Endemias (ACE) e Agentes Comunitários de Saúde (ACS); Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) 2017 • Define prazo máximo de 4 meses para a implantação da equipe credenciada, com fluxo e critérios para credenciamento de eAB, a ser publicado em manual específico; • Inclui as Equipes de Atenção Básica Prisional; • Reforça a importância da integração entre a Vigilância em Saúde e Atenção Básica: Agentes de Combate as Endemias (ACE) e Agentes Comunitários de Saúde (ACS); • ACS e ACE devem compor uma eAB ou uma eSF e serem coordenados por profissionais de saúde de nível superior realizado de forma compartilhada entre a Atenção Básica e a Vigilância em Saúde; • Nas localidades em que não houver cobertura eAB ou eSF, o ACS deve se vincular à equipe da Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS) e o ACE, deve ser vinculado à equipe de vigilância em saúde do município e sua supervisão técnica deve ser realizada por profissional com comprovada capacidade técnica; • Nº de ACS e ACE estabelecidos por base critérios demográficos,populacional, epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo com definição local; • Quantitativo de ACS em eSF a depender da necessidade e perfil epidemiológico local; em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura de 100% da população com número máximo de 750 pessoas por ACS em eSF; • Adiciona atribuições comuns aos ACS e ACE e acrescenta atribuições específicas do ACE; Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) 2017 Considera que em caráter excepcional e assistidos por profissional de saúde de nível superior, membro da equipe, após treinamento especifico e o fornecimento de equipamentos adequados, os ACS poderão realizar as seguintes atividades: • Aferir pressão arterial; • Realizar a medição da glicemia capilar; • Aferição da temperatura axilar; • Técnicas limpas de curativo. Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) 2017 Estratégia Saúde da Família Estratégia de Saúde da Família (ESF) É componente estruturante do sistema de saúde brasileiro tem provocado um importante movimento com o intuito de reordenar o modelo de atenção no SUS. O principal propósito da ESF é reorganizar a prática da atenção à saúde em novas bases e substituir o modelo tradicional, levando a saúde para mais perto das famílias e, com isso, melhorar a qualidade de vida da população. COMPOSIÇÃO DA ESF: uma equipe multiprofissional, composta por no mínimo: • Médico (preferencialmente da especialidade Medicina de Família e Comunidade); • Enfermeiro (preferencialmente especialista em Saúde da Família); • Auxiliar e/ou técnico de enfermagem; e • Agentes Comunitários de Saúde (ACS). • Podem ser acrescentados a essa composição os profissionais de Saúde Bucal (cirurgião-dentista, preferencialmente especialista em Saúde da Família e auxiliar ou técnico de saúde bucal) e os Agentes de Combate às Endemias (ACE). Estratégia de Saúde da Família (ESF) PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: • São a porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado de saúde; • Trabalha com território adscrito, com uma população delimitada, sob a sua responsabilidade; • Intervém sobre os fatores de risco aos quais a comunidade está exposta; • Presta assistência integral, permanente e de qualidade; • Realiza atividades de educação, promoção, prevenção e recuperação da saúde. Estratégia de Saúde da Família (ESF) ESF: processo de trabalho • Definição do território de atuação e depopulação sob responsabilidade das UBS e das equipes; • Programação e implementação das atividades de atenção à saúde de acordo com as necessidades de saúde da população, com a priorização de intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de saúde segundo critérios de frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui-se aqui o planejamento e organização da agenda de trabalho compartilhado de todos os profissionais e recomenda-se evitar a divisão de agenda segundo critérios de problemas de saúde, ciclos de vida, sexo e patologias, dificultan- do o acesso dos usuários; • Desenvolver ações que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco clínico-comportamentais, alimentares e/ou ambientais, com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistência de doenças e danos evitáveis; ESF: processo de trabalho • Realizar o acolhimento com escuta qualificada, classificação de risco, avaliação de necessidade de saúde e análise de vulnerabilidade, tendo em vista a responsabilidade da assistência resolutiva à demanda espontânea e o primeiro atendimento às urgências; • Prover atenção integral, contínua e organizada à população adscrita; • Realizar atenção à saúde na Unidade Básica de Saúde, no domicílio, em locais do território (salões comunitários, escolas, creches, praças etc.) e em outros espaços que comportem a ação planejada; ESF: processo de trabalho • Desenvolver açõeseducativas que possam interferir no processo de saúde-doença da população, no desenvolvimento de autonomia, individual e coletiva, e na busca por qualidade de vida pelos usuários; • Participar do planejamento local de saúde, assim como do monitoramento e avaliação das ações na sua equipe, unidade e município, visando à readequação do processo de trabalho e do planejamento diante das necessidades, realidade, dificuldades e possibilidades analisadas; • Desenvolver ações intersetoriais, integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenção integral; • Apoiar as estratégias de fortalecimento da gestão local e do controle social; • Realizar atenção domiciliar destinada a usuários que possuam problemas de saúde controlados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma unidade de saúde, que necessitam de cuidados Ferramentas da ESF • Territorialização • Trabalho em Equipe • Abordagem centrada na pessoa • Abordagem familiar • Abordagem comunitária • Gestão da Clínica • Matriciamento • Caracterizar a população; • Identificar os problemas de saúde- doença; • Avaliar a situação sócio-econômica e vulnerabilidade social; • Vínculo; • Mapeamento do território vivo – elementos estáticos e dinâmicos, barreiras funcionais e sociais; • Planejamento de ações da equipe; Ferramentas da ESF: territorialização Mapa do Território: • Área geográfica - ruas e avenidas, acidentes geográficos • Espaços de interesse comunitário: áreas de lazer, templos religiosos, áreas de ocupação, associações • Equipamentos Sociais (Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Centro de Assistência Psicossocial (CAPS), Creches...) • Tensões no território Ferramentas da ESF: territorialização Atuação das equipes de saúde da família: Território • Número definido de famílias • Território Vivo • Adscrição: 2000 a 3.500 pessoas, a depender da vulnerabilidade e perfil demográfico/epidemiológico Ferramentas da ESF: territorialização • O Território da ESF é dividido em áreas menores chamadas MICROÁREAS; • Essa divisão segue critérios de natureza geográfica, demográfica e social. • Cada MICROÁREA fica sob a responsabilidade sanitária de um Agente Comunitário de Saúde. Ferramentas da ESF: territorialização • É um processo concomitante e interdependente da territorializaçãoe da inserção comunitária; • Tem objetivo de identificar as condições de vida, necessidades de saúde e acesso da comunidade, vinculando o usuário à ESF; • Busca por outras informações: lideranças comunitárias, colaboradores na comunidade. Ferramentas da ESF: adscrição da clientela • Os ACS são parte integrante da equipe mínima da ESF; • São um elo entre as equipes de saúde e a comunidade, buscam e trazem informações entre a Unidade de saúde e a população; • Acompanham mensalmente, em domicilio todas as famílias • Desenvolvem de forma constante ações de promoção da saúde. QUANTOS AGENTES POR ESF? ➢ O número suficiente para cobrir 100% da população adscrita; ➢ Com um número máx. de 750 pessoas por ACS. Agente Comunitário de Saúde (ACS) Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica • O Nasf é uma estratégia inovadora que tem por objetivo apoiar, ampliar, aperfeiçoar a atenção e a gestão da saúde na Atenção Básica/Saúde da Família. Seus requisitos são, além do conhecimento técnico, a responsabilidade por determinado número de equipes de SF e o desenvolvimento de habilidades relacionadas ao paradigma da Saúde da Família. • Deve estar comprometido, também, com a promoção de mudanças na atitude e na atuação dos profissionais da SF e entre sua própria equipe (NASF), incluindo na atuação ações intersetoriais e interdisciplinares, promoção, prevenção, reabilitação da saúde e cura, além de humanização de serviços, educação permanente, promoção da integralidade e da organização territorial dos serviços de saúde. NASF-AB: o que é? • Equipe multiprofissional e interdisciplinar • Composição conforme necessidades • Suporte clínico, sanitário e pedagógico • Atendimentos regulados pelas equipes que atuam na atenção básica • Longitudinalidade do cuidado • Planejamento do cuidado conjuntamente com as equipes • Contribuição para a integralidade do cuidado • Discussão de casos NASF: características • Equipe multiprofissional e interdisciplinar • Composição conforme necessidades • Suporte clínico, sanitário e pedagógico • Atendimentos regulados pelas equipes que atuam na atenção básica • Longitudinalidade do cuidado • Planejamento do cuidado conjuntamente com as equipes • Contribuição para a integralidade do cuidado • Discussão de casos NASF: características • Interconsulta • Construção conjunta de projetos terapêuticos • Educação permanente • Intervenções no território e na saúde de grupos populacionais de todos os ciclos de vida • Ações de prevenção e promoção da saúde • Discussão do processo de trabalho das equipes, dentre outros. NASF: características • O apoio matricial será formado por um conjunto de profissionais que não têm, necessariamente, relação direta e cotidiana com o usuário, mas cujas tarefas serão de prestar apoio às equipes de referência (equipes de SF). Assim, se a equipe de referência é composta por um conjunto de profissionais considerados essenciais na condução de problemas de saúde dos clientes, eles deverão acionar uma rede assistencial necessária a cada caso. • o Nasf está inserido na rede de serviços dentro da APS assim como as equipes de SF, ou seja, ele faz parte da APS. • O apoio matricial apresenta as dimensões de suporte: assistencial e técnico-pe- dagógico. A dimensão assistencial é aquela que vai produzir ação clínica direta com os usuários, e a ação técnico-pedagógica vai produzir ação de apoio educativo com e para a equipe. Essas duas dimensões podem e devem se misturar nos diversos momentos. NASF: matriciamento Modalidades No. de equipes vinculadas Carga horária* NASF 1 5 a 9 eSF e/ou eAB para populações específicas Mínimo 200 horas semanais; cada ocupação deve ter no máximo 80 horas semanais. NASF 2 3 a 4 eSF e/ou eAB para populações específicas Mínimo 120 horas semanais; cada ocupação deve ter no máximo 40 horas semanais. NASF 3 1 a 2 eSF e/ou eAB para populações específicas Mínimo 80 horas semanais; cada ocupação deve ter no máximo 40 horas semanais. *Nenhum profissional poderá ter carga horária semanal menor que 20 horas. NASF: modalidades Profissionais do NASF •Assistente Social •Professional/Professor Educação Física •Farmacêutico •Fisioterapeuta •Fonoaudiólogo •Nutricionista •Psicólogo •Terapeuta Ocupacional •Médico Veterinário •Professor com Formação em Arte e Educação •Médico Pediatra •Médico Acupunturista •Médico Ginecologista/Obstetra •Médico Homeopata •Médico Psiquiatra •Médico Geriatra •Médico Internista (Clínica Médica) •Médico do Trabalho •Profissional Sanitarista Programa Mais Médicos Para o Brasil Programa Mais Médicos Programa Mais Médicos O PMMB atua em três frentes principais: 1. provimento imediato de profissionais médicos 2. melhorias estruturais para a APS 3. mudanças conceituais filosófica na construção do currículo do curso médico paralelamente ao aumento do numero de vagas e de cursos de medicina. Eixos do PMMB Programa Mais Médicos Programa Mais Médicos Programa Mais Médicos Programa Mais Médicos Programa Mais Médicos: eixo de formação Programa Mais Médicos Programa Mais Médicos PMMB: Supervisão Acadêmica • Uma das especificidades do programa, dentro da proposta de promover educação permanente, é por meio da figura do Supervisor Acadêmico, realizado por um colega médico, em geral, ligado a acompanhamento mensal de uma universidade, que faz um grupo para de médicos do dar suporte programa, técnico, acompanhar o seu desempenho clínico, o processo de trabalho, a relação com a equipe e com a comunidade. PMMB: Supervisão Acadêmica O momento de supervisão pode ocorrer a qualquer momento, por meios de comunicação diversa, para fortalecer o vínculo entre o supervisor e o supervisionado, de maneira que esse processo seja singularizado em todos os aspectos que possam influenciar no desempenho do profissional participante do programa. Para a realização das atividades de Supervisão Acadêmica são previstos momentos próprios, que se caracterizam enquanto espaços de Educação Permanente, encontro de educação permanente para qualificação da supervisão acadêmica, encontro de supervisão locorregional, supervisão periódica in loco. A Supervisão Acadêmica, tem como objetivos: • Fortalecimento da educação permanente em saúde, • integração ensino-serviço, • Fortalecimento da atenção básica; • Fortalecimento formação de profissionais nas redes de atenção à saúde. PMMB: Supervisão Acadêmica Supervisão Acadêmica • O supervisor é sua referencia profossional e pessoal dentro do programa; • Estará ao seu lado para dar suporte nos diversos assuntos da rotina do servico: • Dúvidas clínicas • Processo de trabalho • Organizaçã da agenda • Horário de estudos Conte com seu SUPERVISOR! Ele é seu colega. • “O resultado mais significativo do Mais Médicos foi levar acesso à saúde para a população, especialmente em populações vivendo em situação de vulnerabilidade. Isso é outorgar o direito à saúde previsto na Constituição brasileira”, • “O programa mostrou que é possível levar médicos para todos os lugares do país. Permitiu ainda que os profissionais brasileiros, principalmente os mais jovens, perdessem o medo de ir para o interior. Além disso, a chegada de médicos de 47 nacionalidades, com outros modos de atuar e outra formação, promoveu um debate sobre a formação de médicos no Brasil” Programa Mais Médicos – 5 anos Programa Mais Médicos – 5 anos Bibliografia • BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. (Série E. Legislação em Saúde) • BRASIL. Ministério da Saúde. Núcleo de Apoio à Saúde da Família. v. 1. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. (Cadernos de Atenção Básica, n. 39) • Tratado de medicina de família e comunidade : princípios, formação e prática [recurso eletrônico] / Organizadores, Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes, Lêda Chaves Dias; [coordenação editorial: Lêda Chaves Dias]. – 2. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2019. • Lei no 12.871, de 22 de outubro de 2013.Institui o Programa Mais Médicos, altera as Leis no 8.745, de 9 de dezembro de 1993, e no 6.932, de 7 de julho de 1981, e dá outras providências [Internet]. 2013 [citado 03 Fev 2016]. Disponível em: http://www.planalto. gov.br/cci vil_03/_ato2011-2014/2013/Lei/L12871.htm O TRABALHO EM EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NA APS NILSON MASSAKAZU ANDO FREDERICO GERMANO LOPES CAVALCANTE Médicos de Família e Comunidade Roteiro da aula • O trabalho em equipe. • Conceitos relacionados ao desenvolvimento do trabalho em equipe. • Equipe Multiprofissional de Saúde. • O trabalho em Equipe Multiprofissional. • Reunião de Equipe. • Discussão de casos clínicos na equipe. • Avanços no trabalho em equipe. O TRABALHO EM EQUIPE NA APS • O trabalho em equipe contribui para a obtenção de impactos sobre os diferentes fatores que interferem no processo saúde-doença. • A ação multiprofissional pressupõe a possibilidade da prática de um profissional se reconstruir na prática do outro, ambos sendo transformados para a intervenção na realidade em que estão inseridos. Link para o vídeo https://www.youtube.com/watch?v=52M5EfRkBBo CONCEITOS • Equipe: um grupo de pessoas com habilidades complementares, comprometidas umas com as outras e por um objetivo e projeto comum. • Equipe multiprofissional: aquela que não é centrada em uma única especialidade. CONCEITOS • MulHdisciplinaridade: associação ou justaposição de disciplinas que abordam um mesmo objeHvo a parHr de disHntos pontos de vista. • Interdisciplinaridade: busca a superação das fronteiras disciplinares, estabelecendo um consenso. Troca entre as disciplinas com integração dos instrumentos, métodos e esquemas conceituais. CONCEITOS • Transdisciplinaridade: Princípio teórico que busca uma intercomunicação entre as disciplinas, tratando efetivamente de um tema comum (transversal). Ou seja, na transdisciplinaridade não existem fronteiras entre as disciplinas. EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE SAÚDE • Equipe Multiprofissional de Saúde: é composta por diferentes profissionais, de diferentes áreas da saúde, que trabalham juntos para oferecer um atendimento completo e personalizado aos pacientes. • Cada um desses profissionais possui conhecimentos e habilidades específicas que complementam o trabalho dos demais. O TRABALHO EM EQUIPE MULTIPROFISSIONAL • Construção de um projeto comum • Articulação das ações • Interação comunicativa entre os agentes • Superação do isolamento dos saberes • Flexibilidade dos diferentes saberes • Maior autonomia e criatividade dos agentes e integração entre disciplinas REUNIÃO DE EQUIPE • Planejar um espeço na agenda para reunião de equipe • Organizar uma pauta para a reunião (pode ser construída durante a semana anterior) • Todos devem ter espaço de fala: fazer circular a palavra • Deve ser um espaço para valorizar o saber de todos • A reunião de equipe é planejada? REUNIÃO DE EQUIPE - PLANEJAMENTO • Objetivo • Participantes • Local, data, hora • Duração estimada • Material necessário • Agenda • Pautas REUNIÃO DE EQUIPE - CONDUÇÃO • Produzir ata da reunião e realizar a leitura da ata da reunião anterior. • Estimular a participação de todos. • Gerenciar o tempo. • Tomar decisões. • Atribuir responsabilidades e apontar pendências. • Fazer resumo e confirmar se todos compreenderam as combinações. REUNIÃO DE EQUIPE - ACOMPANHAMENTO • Acompanhar se as combinações estão sendo cumpridas. • Construção de pautas de forma coletiva ao longo da semana anterior (quadro/caderno da equipe). REUNIÃO DE EQUIPE – O QUE FAZER • Informes – breve. • Monitoramento de indicadores (desconstrução da visão de que metas e resultados são externos à equipe). • Discussão de casos complexos. • DiscuHr sobre o monitoramento dos casos existentes. • Planejamento das visitas domiciliares. REUNIÃO DE EQUIPE – O QUE FAZER • Avaliação do processo de trabalho. • Discussão sobre o papel dos profissionais, incluindo NASF. • Pactuar encaminhamentos e responsabilidades. • Educação Permanente da equipe. REUNIÃO DE EQUIPE – CUIDADO • Reuniões não planejadas e mal conduzidas podem gerar: • Perda de credibilidade. • Transmissões de mensagem erradas. • Perda de tempo dos envolvidos. • Desmotivação e improdutividade da equipe. DISCUSSÃO DE CASOS CLÍNICOS NA EQUIPE • Casos difíceis que necessitam de múltiplos olhares para tomada de decisão e acompanhamento da equipe. • Fio condutor para a troca de saberes e construção conjunta de um plano terapêutico comum. DISCUSSÃO DE CASOS CLÍNICOS NA EQUIPE • A discussão de caso em equipe promove: contribuição dos diversos componentes da equipe a parHr de diferentes olhares. • Conhecimento e responsabilização de todos os membros da equipe pelos casos discuHdos. AVANÇOS NO TRABALHO EM EQUIPE • Pensar a Educação Permanente da Equipe a partir das necessidades identificadas pela própria equipe. • Responsabilidade de todos os membros da equipe na realização da educação permanente. AVANÇOS NO TRABALHO EM EQUIPE • Avançar na comunicação, no compartilhamento e na interação • Entender os conflitos como propulsores da mudança e como parte do cotidiano do trabalho. REFERÊNCIAS UTILIZADAS • PEDUZZI, M et al. Trabalho em equipe na perspectiva da gerência de serviços de saúde: instrumentos para a construção da prática interprofissional. Physis Revista de Saúde Coletiva, v21, n2, Rio de Janeiro, 2011. p.629-646. • BRASIL. Estratégia Saúde da Família. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/estrategia-saude-da- família> https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/estrategia-saude-da-fam%C3%ADlia https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/estrategia-saude-da-fam%C3%ADlia REFERÊNCIAS UTILIZADAS • JUSTANIMATE. Egghunt. Paul Yan. Youtube, 10 de outubro de 2006. Disponível em: <hcps://www.youtube.com/watch?v=52M5EfRkBBo>. • PAULA, RA. Relação MulHprofissional do Trabalho em Equipe na Atenção Básica de Saúde. Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família. UFMG. 2007. https://www.youtube.com/watch?v=52M5EfRkBBo OBRIGADO nilsonando@gmail.com O TERRITÓRIO E SUAS CONDICIONALIDADES NILSON MASSAKAZU ANDO FREDERICO GERMANO LOPES CAVALCANTE Médicos de Família e Comunidade ROTEIRO DA AULA • Conhecendo o território. • Território Vivo. • Territórios na APS. • Territorialização. • Mapa Inteligente. • O Território e o Ambiente. CONHECENDO O TERRITÓRIO • Imagine-se na seguinte situação: você está se apresentando a sua nova equipe de saúde e a sua nova comunidade. • Nesse momento o que é importante que você saiba desse território no qual você acaba de chegar e pelo qual terá, junto com sua equipe de saúde, responsabilidade sanitária? • Veja as imagens a seguir e imagine que você pode estar em qualquer um desses lugares... COMEÇANDO A CONHECER MEU TERRITÓRIO • Quem são as pessoas desse lugar? • De que elas vivem? • Como elas vivem? • Como as famílias se organizam? • Quem são os líderes dessa Comunidade? COMEÇANDO A CONHECER MEU TERRITÓRIO • Quais os locais utilizados para esporte e lazer? • Quais os traços culturais e religiosos? • Quais as condicionantes de saneamento e de descarte de lixo? • Quais os riscos? • Como é o meio ambiente? TERRITÓRIO VIVO • O território apresenta muito mais do que uma extensão geométrica quando aplicado aos sistemas e serviços de saúde. • O território tem um perfil demográfico, epidemiológico, administrativo, tecnológico, político, social e cultural que o caracteriza e se expressa num território em permanente construção. (MONKEN e BARCELLOS, 2005) TERRITÓRIO NA APS • No território da APS as práticas de saúde avançam para a integração das ações de atenção, promoção, prevenção e recuperação, de forma que as intervenções sobre os problemas sejam também sobre as condições de vida das populações. (MENDES, 1993) TERRITÓRIOS DE SAÚDE DENTRO DOS MUNICÍPIOS TERRITÓRIOS DE SAÚDE DENTRO DOS MUNICÍPIOSManaus é a capital do Amazonas. Tem 5 Distritos Sanitários de Saúde: DISA Leste DISA Norte DISA Oeste DISA Sul DISA Rural TERRITÓRIOS DE SAÚDE DENTRO DOS MUNICÍPIOS Natal é a capital do Rio Grande do Norte. Tem 5 Distritos Sanitários de Saúde: Distrito Norte 1 Distrito Norte 2 Distrito Sul Distrito Leste Distrito Oeste TERRITÓRIO ÁREA E TERRITÓRIO MICRO ÁREA Exemplo de uma área de abrangência de uma Unidade Básica de Saúde com 2 Micro áreas nomeadas de “46” e “48” TERRITÓRIO MORADIA/FAMÍLIA TERRITÓRIO MORADIA/FAMÍLIA TERRITÓRIO MORADIA/FAMÍLIA TERRITÓRIO MORADIA/FAMÍLIA TERRITORIALIZAÇÃO • Ferramenta metodológica que possibilita o reconhecimento das condições de vida e da situação de saúde da população de uma área de abrangência. TERRITORIALIZAÇÃO • É o reconhecimento e o esquadrinhamento do território segundo a lógica das relações entre condições de vida, ambiente e acesso às ações e serviços de saúde (Teixeira et al, 1998). TERRITORIALIZAÇÃO • Na organização do processo de trabalho, a territorialização representa o caminho para fazer o reconhecimento do território vivo com vistas à organização do processo de trabalho. TERRITORIALIZAÇÃO - OBJETIVOS • Conhecer como as pessoas vivem e adoecem e quais são os determinantes de saúde neste território. • Compreender as necessidades e potencialidades reais. • Servir como elemento de planejamento e construção de um modelo adequado à realidade local. TERRITORIALIZAÇÃO - OBJETIVOS • Gerar vínculo com a equipe e a comunidade, bem como incentivar a participação popular. • Identificar vulnerabilidades, populações expostas e problemas prioritários para as intervenções da Equipe de Saúde. TERRITORIALIZAÇÃO • Relações entre Instituições e atores sociais atuantes no território sanitário TERRITORIALIZAÇÃO – IMPORTANTE LEMBRAR • A territorialização é um ato que deve ser planejado e executado pelo médico e sua equipe, em consonância e com o apoio da gestão do município, por vários motivos, entre eles: TERRITORIALIZAÇÃO – IMPORTANTE LEMBRAR • O território de uma área de abrangência de uma Unidade de Saúde tem limites geográficos que só o gestor municipal e sua equipe têm competência para determinar. • Por isso, é importante a presença de um representante da equipe de gestão no processo de planejamento da territorialização. TERRITORIALIZAÇÃO – IMPORTANTE LEMBRAR • Pode acontecer de aquele território já ter sofrido processo de territorialização e construção de “mapas vivos” anteriormente e esses produtos podem ser reaproveitados. • Devemos lembrar que as unidades que estamos chegando tem uma história de trabalho e de ações e intervenções de saúde anteriores que devem e podem ser aproveitados por todos os novos médicos. TERRITORIALIZAÇÃO • Base para a organização das práticas e para o planejamento em saúde: • Resgatar a história do lugar (cultural, social, econômica) com os atores sociais do local. • Resgatar com a gestão local, mapas anteriores e apoio de outras secretarias. • Colher dados escritos e guardados com os ACS. TERRITORIALIZAÇÃO • Base para a organização das práticas e para o planejamento em saúde: • Ir em campo para definir a delimitação do território geográfico (ruas, vilas), identificando elementos geográficos (rios, morros, lagoas). • Identificar Residentes Referência (lideranças, grupos sociais). • Levantar indicadores de saúde (demanda da equipe: e-SUS AB, PMAQ, RELATÓRIOS). TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM CONTEMPLADOS 1. História e identidade territorial • Origens do território 2. Comunidade Humana • Origens, características demográficas, distribuição no sócio espaço, segmentos e subgrupos, cultura, escolaridade. TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM CONTEMPLADOS 2. Comunidade Humana • Organização social e política: sujeitos coletivos, processos de mobilização, lideranças, associações e grupos. • Qualidade e Condições de vida: moradias, espaços públicos, alternativas de lazer. TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM CONTEMPLADOS 2. Comunidade Humana • Indicadores de saúde (morbimortalidade, saneamento básico, etc.). 3. O “ambiente”: ecossistema(s) e paisagens modificados • Onde está situada a unidade. TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM CONTEMPLADOS 3. O “ambiente”: ecossistema(s) e paisagens modificados • Número de famílias/pessoas atendidas. • Saneamento básico (águas superficiais e profundas, drenagem). • Relações da comunidade com os serviços ambientais (uso do solo e mobilidade). • Formas de deslocamento e vias de transporte. TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM CONTEMPLADOS 4. Políticas públicas e projetos comunitários • Como as políticas de educação, saúde, trabalho, cultura e lazer, entre outras, estão acontecendo no território. TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM CONTEMPLADOS 5. Processos de produção no território (e os fluxos que o perpassam) • Atividades econômicas (lícita e ilícitas) que ocorrem no território e em seu entorno, tendo em vista a relevância de seus impactos sobre a saúde da população e dos ecossistemas. TERRITORIALIZAÇÃO – ELEMENTOS A SEREM CONTEMPLADOS 6. Os conflitos sócio ambientais e a percepção da comunidade • Possíveis problemas e conflitos de poder, de uso e ocupação do solo, culturais, étnicos, ambientais etc (todos da maior relevância para a saúde). TERRITORIALIZAÇÃO - MÉTODO E TÉCNICA DE COLETA DE DADOS • Fichas do E-sus. • Entrevista a moradores antigos, lideranças comunitárias, a Agentes Comunitárias(os) de Saúde, a profissionais de saúde da Unidade Básica de Saúde. • Fontes de dados secundários IBGE, DATASUS, Secretaria Municipal de Saúde. • Diário de campo. MAPA INTELIGENTE - COMO FAZER? • MAPEAMENTO: aplicação do processo cartográfico sobre uma coleção de dados ou informações, com vistas à obtenção de uma representação gráfica da realidade perceptível, comunicada a partir da associação de símbolos e outros recursos gráficos. MAPA INTELIGENTE - COMO FAZER? • ESQUADRINHAMENTO : definição dos limites geográficos/políticos. • PLOTAGEM: colocação da representação física no mapa, seja a unidade de saúde, seja o equipamento social, etc. • Você pode utilizar o Google Earth (https://www.google.com.br/earth/ download/gep/agree.html) ou mesmo utilizar uma cartolina grande. https://www.google.com.br/earth/download/gep/agree.html https://www.google.com.br/earth/download/gep/agree.html MAPA INTELIGENTE - COMO FAZER? • O importante é que consiga representar sua área de abrangência dividida em Microáreas, com o maior detalhamento possível, por ruas e casas. Lembrando sempre que nossa área de maior interesse é a família e as pessoas que lá estão, não é mesmo? • Essas famílias se relacionam com seus vizinhos (a rua), seu bairro (a micro área) e tudo que lá existe, sejam potencialidades e fragilidades. MAPA INTELIGENTE - COMO FAZER? • Esse diagnóstico é fundamental para enriquecimento da nossa capacidade de intervenção no processo saúde doença no território. RISCO RELATIVO Cobertura das Unidades Básicas da Saúde da Família em Manaus z z z e c =x̂ Alta renda Baixa renda Fonte: CNES - 04/03/2013. POPULAÇÃO/QUARTEIRÃO TERRITORIALIZAÇÃO A IMPORTÂNCIA DA BASE TERRITORIAL PARA COMPREENSÃO DO PROCESSO SAÚDE DOENÇA • Caracterizar a população. • Identificar os problemas de saúde doença. • Avaliar a situação socioeconômica e vulnerabilidade social. • Vínculo. A IMPORTÂNCIA DA BASE TERRITORIAL PARA COMPREENSÃO DO PROCESSO SAÚDE DOENÇA • Mapeamento do território vivo - elementos estáticos e dinâmicos, barreiras funcionais e sociais. • Planejamento de ações da equipe. A TERRITORIALIZAÇÃO É O FILME DE QUEM É A COMUNIDADE. A PARTIR DAÍ CABE A EQUIPE, SENTAR COM OS DADOS, REFLETIR, DISCUTIR E PLANEJAR AS MELHORES AÇÕES PARA A SUA COMUNIDADE! • Há várias ferramentas para se fazer o PES e o médico e a equipe deve adotá-las no processo de trabalho o quanto antes. O TERRITÓRIO E O AMBIENTE• Qual a responsabilidade da APS? • “O processo de territorialização realizado pelas equipes de saúde da família auxilia na identificação dos riscos ambientais a que a comunidade está exposta, de forma que a aproximação entre esses serviços amplia e qualifica o diagnostico de risco ambiental e propicia mais efetividade no planejamento das ações de controle ambiental” (Vidor A.C., 2012) O TERRITÓRIO E O AMBIENTE • Exemplos de indicadores que podem ser associados às doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (DRSAI): • Indicador de Pobreza; • Taxa de crescimento populacional; • Taxa de urbanização; • Renda familiar per capita; • Coleta de esgoto sanitário; • Tratamento de esgoto; • Saneamento inadequado; • Coleta de lixo; • Inundações ou enchentes; • Qualidade da água; • Água encanada; • Tratamento de água; • Coleta de lixo; • Taxa de mortalidade infantil; • Internações por doença diarreica aguda. REFERÊNCIAS UTILIZADAS • BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM de nº 2.436 de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html>. • BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM de nº 2.488 de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/ bvs saudelegis gm /2011/prt2488_21_10_2011.html>. REFERÊNCIAS UTILIZADAS • Borges C, Taveira VR. Territorialização. In: Gusso G, Lopes JM. (Org). Tratado de Medicina e Família e Comunidade: Princípios, formação e prática. Porto Alegre: Artmed, 2012. • Vidor AC. Vigilância em Saúde. In: Gusso G, Lopes JM. (Org). Tratado de Medicina e Família e Comunidade: Princípios, formação e prática. Porto Alegre: Artmed, 2012. • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. Saúde ambiental: Guia Básico para Construção de Indicadores. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. OBRIGADO nilsonando@gmail.com Acolhimento e Acesso Avançado Nilson Massakazu Ando Frederico Germano Lopes Cavalcante OBJETIVOS DA AULA • Compreender o conceito Acolhimento • Compreender o conceito de Acesso Avançado. • Compreender a diferença entre acesso e acessibilidade e a Atenção Primária à Saúde (UBS) enquanto porta de entrada. • Compreender o conceito ampliado de acolhimento enquanto prática humanizadora do cuidado. • Compreender o conceito de escuta qualificada, estratégias de execução e quais profissionais estão aptos a fazê-la. • Compreender como implantar o acesso avançado em uma UBS e quais as vantagens de se trabalhar com o mesmo. • Compreender como se fazer a gestão de uma agenda. • Compreender a diferença entre demanda espontânea e programada e como trabalhar de forma a contemplar as duas demandas da melhor forma. ➢Acolhimento é uma diretriz da Política Nacional de Humanização (PNH), que não tem local nem hora certa para acontecer, nem um profissional específico para fazê-lo ➢O acolhimento é uma postura ética que implica na escuta do usuário em suas queixas, no reconhecimento do seu protagonismo no processo de saúde e adoecimento, e na responsabilização pela resolução, com ativação de redes de compartilhamento de saberes. compromisso de resposta às necessidades dos cidadãos que procuram os serviços de saúde. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/167acolhimento.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/167acolhimento.html Acolhimento - OBJETIVOS ➢ Ampliar o acesso; ➢ Buscar a integralidade da atenção; ➢ Reorganizar o serviço a partir das necessidades, riscos e vulnerabilidade dos usuários; ➢ Redefinir relações; ➢ Reavivar conhecimentos ampliando a visão de análise e atuação sobre os problemas de saúde; ➢ Qualificação e humanização da assistência; ➢ Reconhecer o usuário como sujeito no seu processo saúde-doença. Para que serve o acolhimento? • É uma forma de ampliação e facilitação do acesso. • Facilita a continuidade e redefinição dos projetos terapêuticos dos usuários. • Pode servir como um dispositivo de reorganização do processo de trabalho em equipe. Acolhimento x Triagem “O acolhimento na porta de entrada só ganha sentido se entendemos como uma passagem para o acolhimento nos processos de produção de saúde.” ACOLHIMENTO -Objetivo: inclusão sob a ótica do vínculo e da vulnerabilidade -Programação X Imprevisto. “quem precisa ser atendido?” TRIAGEM - Objetivo : exclusão “quem não vou atender?” “quem não deveria estar aqui?” ACOLHIMENTO “Encontro complexo” entre dois ou mais SUJEITOS Sujeito Usuário Co-produção de compromissos singulares a partir de necessidades, de interesses e de direitos de cada um desse sujeitos. Sujeito Profissional de Saúde “É UMA FORMA DE ATENDER A TODOS QUE PROCURAM OS SERVIÇOS ROMPENDO COM A LÓGICA DA EXCLUSÃO.” “ ESCUTAR ANALISAR A DEMANDA RESPONSABILIZAR-SE E DIVIDIR RESPONSABILIDADE DAR RESPOSTAS AO USUÁRIO E SUA REDE SOCIAL OUVIR PEDIDOS Dimensões do Acolhimento COMO POSTURA • Prevenir, • Cuidar, • Proteger, • Tratar, • Recuperar, • Promover COMO TÉCNICA • Avaliar riscos e vulnerabilidade. • Construir respostas positivas. • Usuário como sujeito ativo e participante da própria saúde REORIENTADOR DO SERVIÇO • Avaliação das demandas e construção coletiva do fluxo dos serviços ACOLHER PRESSUPÕE ESCUTARESCUTAR Desafios ➢ Ampliar o acesso: Sem sobrecarga para as equipes Sem prejudicar a qualidade das ações ➢ Superar a prática profissional centrada na dimensão biológica e centrada no profissional. ➢ Formular formas de adaptação a vulnerabilidade local ➢ Responsabilização de toda a unidade. Importante Lembrar... • Um aspecto dos Serviços de Saúde mais valorizado pela população e que mais gera insatisfação quando não está ocorrendo de forma adequada é: ↓ O ACESSO ➢ Amplitude de horário; ➢ Ausência de atraso de nomeação; ➢ Ausência de atraso na chegada à UBS. O Acesso e o Primeiro Contato “O princípio do primeiro contato refere-se ao fato de ser o ponto de entrada mais fácil e próximo do usuário para os serviços de um sistema de saúde, portanto, a acessibilidade advoga por um local de atendimento próximo e que não prejudique ou atrase o diagnóstico e as intervenções necessárias para se resolver um determinado problema de saúde.” Brasil. MS. Esteche FF. Módulo: Acolhimento à demanda espontânea e à demanda programada. Unidade I – Acolhimento. Acesso e Acessibilidade • Para Donabedian (2003), acesso e acessibilidade a ações e serviços de saúde têm significados semelhantes. Dizem respeito à capacidade de obtenção de cuidados de saúde, quando necessário, de modo fácil e conveniente. • Acessibilidade ou acesso aparecem como um dos aspectos da oferta de serviços relativos à capacidade de produzir serviços e de responder às necessidades de saúde de uma determinada população. Albuquerque et al. Acessibilidade aos serviços de saúde: uma análise a partir dos serviços da AB em Pernambuco. Saúde e Debate. 2014. Acesso e Acessibilidade • A acessibilidade tem duas dimensões: • Geográfica: refere-se à distância e ao tempo de locomoção dos usuários para chegar aos serviços, incluindo os custos da viagem, dentre outros. • Sócio-organizacional: diz respeito a todas as características da oferta que podem facilitar ou dificultar a capacidade das pessoas no uso dos serviços. Acesso e Acessibilidade • Na dimensão sócio organizacional de acessibilidade, Donabedian (2003) evidencia a importância da adequação dos profissionais de saúde e dos recursos tecnológicos utilizados frente às necessidades dos usuários. • Assim, não basta a existência dos serviços,mas o seu uso tanto no início como na continuidade do cuidado. Ou seja, os serviços precisam ser oportunos, contínuos, atender à demanda real e ser capazes de assegurar o acesso a outros níveis de atenção. Albuquerque et al. Acessibilidade aos serviços de saúde: uma análise a partir dos serviços da AB em Pernambuco. Saúde e Debate. 2014. E o que é o Acesso Avançado? • É um modelo de acesso facilitado, em que a pessoa vinculada àquela equipe consegue um atendimento quando precisa, no horário mais adequado e com a forma de agendamento mais confortável; • Mais conhecido como “Faça o trabalho de hoje, hoje!” • Geralmente a agenda tem 65-75% das vagas para o mesmo dia com grande capacidade de oferta de consultas. • Nesse modelo há diminuição do tempo de espera e do absenteísmo muito comum em marcações a longo prazo. E isso é possível a partir da reorganização do processo de trabalho, de pequenos rearranjos nos fluxos da unidade, nas formas de agendamento e no enfrentamento de alguns desafios: • Abrir mão de uma agenda fragmentada em função de grupos por patologias ou faixas etárias (dias específicos para gestantes, crianças, hipertensos ou diabéticos). • Evitar pré-agendamentos prolongados, pois pode gerar um desperdício de tempo • Envolver todos os profissionais disponíveis para oferecer os melhores recursos de acordo com as necessidades da população de sua área. • A equipe precisa estar mais voltada para as necessidades da população, com uma agenda mais adequada à procura diária das pessoas (ter diagnósticos de demandas atualizados); • Definir quanto tempo será necessário para uma consulta pré-agendada, considerando que esta se dará para no máximo uma semana e ir diminuindo esse tempo até conseguir chegar “Faça o trabalho de hoje, hoje!”! Cuidados para uma equipe que pretende adotar o acesso avançado • 1º: O acesso avançado anda junto com o acolhimento e a escuta qualificada. A escuta qualificada preferencialmente é feita pelo profissional da enfermagem, porém pode ser feita pelo próprio médico ou cirurgião dentista da equipe. • Por isso, um dos pressupostos, se isso ainda não acontece, para melhorar o acesso na unidade de saúde, é o maior envolvimento do enfermeiro no cuidado das pessoas da sua área. Dessa forma, é importante que cada enfermeiro tenha seu próprio consultório e que esse seja próximo ao do médico de sua equipe. Essa disposição dos consultórios facilita o entendimento da vinculação para a equipe e para a população e também agiliza as interconsultas entre médicos e enfermeiros. Cuidados para uma equipe que pretende adotar o acesso avançado • 2º: Fluxo do atendimento – ESCUTA RÁPIDA • Caso o usuário venha para um serviço específico (vacinação, farmácia, coleta de exame, etc) , ali mesmo ele deve ser direcionado para que já haja resolutividade sem necessidade de passar por nenhuma outra etapa. • A pessoa passa pela recepção apenas para identificar qual a sua equipe e já é agendada/encaminhada para ser atendida pelos profissionais de referência. • A recepção (escuta rápida), nesse modelo, poderá fazer perguntas breves para identificar a necessidade imediata ou não de consulta. • Caso tenha necessidade de consulta, nesse momento retira-se o prontuário (se ainda for físico) e direciona a pessoa que procura atendimento no dia para a sua própria equipe (auxiliares de enfermagem, enfermeiros e médicos) no caso do usuário estar procurando por consulta nesse dia. Escutar significa, num primeiro momento, acolher toda queixa ou relato do usuário mesmo quando possa parecer não interessar diretamente para o diagnóstico e tratamento. Mais do que isto, é preciso ajudá-lo a reconstruir (e respeitar) os motivos que ocasionaram o seu adoecimento e as correlações que o usuário estabelece entre o que sente e a vida – as relações com seus convivas e desafetos. Importante por exemplo perguntar por que ele acredita que adoeceu e como ele se sente quando tem este ou aquele sintoma. Quanto mais a doença for compreendida e correlacionada com a vida, menos chance haverá de se tornar um problema somente do serviço de saúde, mas sim, também, do sujeito doente. ESCUTA QUALIFICADA • A equipe define quem ficará responsável por fazer a escuta qualificada. • Nela, o profissional de nível superior já conseguirá resolver grande parte das demandas que chegam para a equipe. E aquelas que são necessárias realmente de serem vistas pelo médico, são direcionadas pelo médico no mesmo dia. • A ambiência, o fluxo favorável e estudado para cada unidade e situação, reuniões de equipe periódicas para revisão de protocolos e de situações conflituosas e principalmente a vontade de fazer dar certo é a receita para que o ACOLHIMENTO COM ACESSO AVANÇADO seja implantado com sucesso. Agenda Compartilhada e Acesso Avançado 27 A AGENDA ➢As agendas tem um papel fundamental nas atividades das unidades, permitindo um acesso pautado na equidade e universalidade; ➢Devem garantir esse acesso e a qualidade da atenção em saúde a toda a população; ➢Deve ser construída a partir de um diagnóstico situacional da realidade social e epidemiológica da comunidade, associado à análise dos riscos e vulnerabilidades desse território e levantamento de problemas; A AGENDA • O tipo de agenda vai depender do tipo de processo de trabalho e de acesso que está funcionando na unidade. • Mas alguns princípios são básicos: • Deve sempre ser dialogada e socializada entre todos da equipe; • Qualquer mudança (férias, afastamento, mudança de horário, etc) deve ser informada, principalmente para àqueles que ficam na recepção (escuta rápida); • Assim, se a equipe está em ACESSO AVANÇADO 100% na agenda não haverá “consulta agendada” e assim por diante. AGENDA Cuidado Agendado Cuidado Continuado Atividades EducativasReuniões de Equipe Visita Domiciliar Demanda Imediata Tempo para escrever... EXEMPLO DAS ATIVIDADES DE UMA AGENDA Como viabilizar o acolhimento à demanda espontânea? • Toda a equipe é responsável pelo acolhimento. • Identificar casos de maior risco e vulnerabilidade e facilitar o acesso dos usuários a uma avaliação mais rápida pelo profissional mais adequado (escuta qualificada). • Fluxos de transferência / encaminhamento dos usuários que necessitam de outros recursos assistenciais. • Discutir critérios de risco e organizar a agenda dos profissionais de modo a contemplar a agenda programada e casos agudos. • Diálogo com os usuários. Perguntas que podem ajudar a equipe na implantação do acolhimento: • Existe acolhimento na unidade? Quem são os responsáveis? Como é feito? Como podemos melhorar? • Como é organizado o fluxo dos usuários na unidade? • Quais as principais dúvidas e necessidades dos usuários? • Quais os problemas e conflitos enfrentados pelos profissionais no que diz respeito ao acolhimento? • Quais as tentativas de solução desses problemas? Referências • Brasil. Ministério da Saúde. Acolhimento à demanda espontânea. Cadernos de Atenção Básica; n. 28, V. 1. 1. ed.; 1. reimpr. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. • Brasil. Ministério da Saúde. Acolhimento à demanda espontânea. Cadernos de Atenção Básica; n. 28, V. 2. 1. ed.; 1. reimpr. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. • Esteche FF. Acolhimento à demanda espontânea e programada. Programa de Educação Permanente em Saúde da Família – PEPSUS. Acesso em 02 de fev 2019. Disponível em https://avasus.ufrn.br/ • Brasil. Ministério da Saúde. Acolhimento nas práticas de produção da saúde(Série B. Textos Básicos de Saúde). 2. ed. 5. reimp. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010. • Wolmann A et al. Novas possibilidades de organizar o Acesso e a Agenda na Atenção Primária à Saúde. Prefeitura Municipal de Curitiba, 2014. Acesso em 02 de fev 2019. Disponível em http://arquivos.leonardof.med.br/SaudeCuritiba_CartilhaAcessoAvancado_2014-06-05.pdf • Murray M, Tantau C. Same-Day Appointments: Exploding the Access Paradigm. Fam Pract Manag. 2000 Sep;7(8):45-50. Acessoem 02 de fev 2019. Disponível em https://www.aafp.org/fpm/2000/0900/p45.html. https://avasus.ufrn.br/ http://arquivos.leonardof.med.br/SaudeCuritiba_CartilhaAcessoAvancado_2014-06-05.pdf https://www.aafp.org/fpm/2000/0900/p45.html ABORDAGENS NA PESSOA, NA FAMÍLIA E VISITA DOMICILIAR Nilson Massakazu Ando Frederico Germano Lopes Cavalcante Roteiro da aula 1. Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) 2. Tipologias familiares e ferramentas de abordagem familiar: Ciclo de vida familiar, Genograma, Ecomapa, APGAR familiar, FIRO e PRACTICE 3. Visita domiciliar Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) • Vídeo-aula: Método Clinico Centrado na Pessoa - MSP0672 • Prof. Dr. Gustavo Gusso (FMUSP) • Duração: 26 minutos • Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HXuiRefleM8 Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) https://www.youtube.com/watch?v=HXuiRefleM8 Aplicação do Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) • Vídeo: IPES e PSOs: Método Clínico Centrado na Pessoa • Programa de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade, SMS-RJ -2016 • Duração: 6 minutos • Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=17-SNbKtKZc https://www.youtube.com/watch?v=17-SNbKtKZc Aplicação do Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) •Reflita se há diferença entre as duas abordagens clínicas? •Há diferença no tempo de duração dessas consultas? •Qual abordagem gera melhor resultado na saúde da pessoa? Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) • Vídeo: Começou uma família…Responsamuitabilidade! • Produção: Tecendo prosa • Duração: 2 minutos • Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8-eSBSVr3Ls Abordagem familiar https://www.youtube.com/watch?v=8-eSBSVr3Ls Abordagem familiar • Conceitos de família “A família é um modelo universal para o viver. Ela é unidade de crescimento; de experiência; de sucesso e fracasso; ela é também a unidade da saúde e da doença.” Natan W. Ackerman “A família é o conjunto de pessoas, ligadas por laços de parentesco, dependência doméstica ou normas de convivência, que residem na mesma unidade domiciliar. Inclui empregado (a) doméstico (a) que reside no domicílio, pensionista e agregados.” Ministério da Saúde, Brasil (2001) Tipos de arranjos familiares 1. Família nuclear bigeracional (pais e filhos); 2. Família extensiva (três ou quatro gerações); 3. Família unitária (uma só pessoa, ex.: viúva sem filhos); 4. Família adotiva temporária; 5. Família adotiva bi-racial / multicultural; 6. Casal residindo separadamente; 7. Família monoparental (filho/s com pai ou mãe); 8. Família homossexual (com ou sem filho/s); 9. Família reconstituída (remarried/step families); 10. Família institucional (instituto com função de criar e desenvolver afetivamente a criança/adolescente); 11. Famílias com constituição funcional (pessoas vivendo juntas, sem laços legais, mas com forte compromisso mútuo). Abordagem familiar Ferramentas de abordagem familiar 1. Ciclos de vida 2. Genograma 3. Ecomapa 4. APGAR familiar 5. FIRO 6. PRACTICE Abordagem familiar Ciclos de vida FASE DO CICLO DE VIDA 1. Saindo de casa: jovens solteiros 2. O novo casal 3. Família com filhos pequenos 4. Famílias com filhos adolescentes 5. Lançando os filhos e seguindo em frente 6. Famílias no estágio tardio: a velhice FASE DO CICLO DE VIDA (Popular) Família composta por jovem adulto Família com filhos pequenos Família no estágio tardio Abordagem familiar Estágios do ciclo de vida familiar de classe média Estágios do ciclo de vida familiar de classe média Abordagem familiar Ciclos de vida MLS (quatro anos) vem à UBS queixando-se de diarreia e vômitos há dois dias. Ela está acompanhada de sua irmã de 10 anos. Seu pai (29 anos) está acamado há dois anos, devido a bala perdida que o acertou na coluna lombo-sacra quando vendia bebidas informalmente na rua. Sua mãe (30 anos) está trabalhando como doméstica e lavandeira para manter financeiramente a família. O outro irmão, de dois anos, ficou em casa, aguardando as irmãs mais velhas retornarem da UBS. Em qual(is) estágio(s) do ciclo de vida está a família de MLS? Ciclo de vida da família de classe popular 1. Família composta por jovem adulto • Adolescente precisa sair de casa para trabalhar precocemente • Tornam-se adultos “sozinhos” • Processo pode começar por volta dos 10 anos de idade 2. Família com filhos pequenos • Etapa de grande acúmulo de papéis • Inclui tarefas do novo casal e da família com filhos pequenos: novo sistema conjugal, papéis paternos e maternos • Acúmulo de gerações • Relações menos duradouras • Reestruturações frequentes devido a novos relacionamentos 3. Família no estágio tardio de vida • Idosos continuam sustentando família • Inexistência do “ninho vazio” • Homens e mulheres tornam- se avós mais cedo, ainda com capacidade reprodutiva • Acúmulo de gerações no mesmo ambiente Exercício 1 Explique como geralmente se caracteriza o ciclo de vida da família da classe popular Exercício 1 Explique como geralmente se caracteriza o ciclo de vida da família da classe popular Abordagens na pessoa, na família e visita domiciliar Abordagem familiar - Genograma Conceito: O genograma é uma ferramenta da abordagem familiar que nos ajuda a demonstrar esquematica e dinamicamente problemas biomédicos, genéticos, comportamentais e sociais que envolvem a família estudada. Avalia 5 domínios familiares: 1. O modo de comunicação; 2. As relações; 3. As doenças; 4. Os problemas familiares e 5. As experiências traumáticas. Abordagem familiar - Genograma Aplicação: A aplicação do genograma à clínica na APS permite visualizar o processo de adoecer, facilita o plano terapêutico e permite à família uma melhor compreensão sobre o desenvolvimento de suas patologias. Exercício 2 Observe a figura a seguir: Sobre as relações familiares representadas nesse genograma, é correto afirmar que: A) Ricardo tem uma relação conflituosa com Júlio. B) João tem uma relação de proximidade com Ricardo. C) Maria tem uma relação de distanciamento com Vera. D) João tem uma relação de muita proximidade com Ana. Abordagem familiar Ecomapa • Demonstra as relações entre os membros de uma família e a comunidade e ajuda a avaliar os apoios e suportes disponíveis e sua utilização pela família. • Uma família que tem poucas conexões com a comunidade e entre seus membros necessita maior investimento da equipe para melhorar seu bem estar. Informações contidas no ecomapa: 1. a vizinhança (área física); 2.serviços da comunidade (médicos, saúde mental, toxico-dependência, violência doméstica, conselhos); 3.grupos sociais (igrejas; grupos cívicos: comissão de pais, de bairro; grupos de convívio, ONG); 4. educação; 5. relações pessoais significativas (amigos, vizinhos, família mais afastada); 6. trabalho; 7. outras (específicas da família e da área em que habita). Informações contidas no ecomapa: - membros da família e suas idades no centro do círculo - utiliza símbolos do genograma - círculos externos mostram os contatos da família com membros da comunidade ou com pessoas e grupos significativos - linhas indicam o tipo de conexão Abordagem familiar Informações contidas no ecomapa: • linhas contínuas: ligações fortes, relações sólidas • ------------ linhas tracejadas: ligações frágeis, relações tênues • // linhas com barras ou talhadas: aspectos estressantes, relações conflituosas • →←↔ setas: fluxo de energia e/ou recursos • Ausência de linhas: ausência de conexão Abordagem familiar - Ecomapa Abordagem familiar - APGAR familiar • Adaptation (Adaptação), • Partneship (Participação), • Growth (Crescimento), • Affection (Afeição) e • Resolve (Resolução). O APGAR familiar é um questionário composto por cinco perguntas, que pretende quantificar a percepção que o doente tem do funcionamento familiar, bem como esclarecero tipo de relação/integração que ele tem com os membros da família. Abordagem familiar - FIRO (Orientações Fundamentais nas Relações Interpessoais) O FIRO é utilizado para compreender as mudanças no ciclo de vida familiar, avaliar as alterações conjugais ou familiares, patologias graves e pacientes terminais. As relações familiares se inserem em três dimensões: inclusão, controle e intimidade, ou seja, a família pode ser estudada quanto às suas relações de poder, comunicação e afeto. Aplicações do FIRO • Idoso deprimido após a perda do cônjuge • Transtorno de humor emmulher perimenopáusica • Adulto começa a beber após aposentar-se por invalidez • Casal queixa-se de que seu filho está incontrolável com a chegada de um novo irmão • Casal queixa-se que a intimidade e as relações sexuais já não são satisfatórias Abordagem familiar - PRACTICE . Exercício 3 Na prática do médico de família, a da abordagem familiar contribui para o plano de prevenção, de investigação clínica e de tratamento de casos simples e complexos. O instrumento de abordagem familiar que identifica todos os sistemas envolvidos e relacionados com a pessoa, com a família em questão e com o meio onde vivem é denominado: A) Apgar da família. B) Genograma. C) Ciclo vital. D) Ecomapa. Visita domiciliar •Vídeo: Agente Comunitário de Saúde. •Duração: 4 minutos • Fonte: Diário de um Posto de Saúde: https://www.youtube.com/watch?v=lc_qUXTIj7Q&t=1s https://www.youtube.com/watch?v=lc_qUXTIj7Q&t=1s A Atenção Domiciliar proporciona ao paciente um cuidado ligado diretamente aos aspectos referentes à estrutura familiar, à infraestrutura do domicílio e à estrutura oferecida pelos serviços para esse tipo de assistência. Assim, evita-se hospitalizações desnecessárias, diminui o risco de infecções e a superlotação de serviços de urgência e emergência, melhora a gestão dos leitos hospitalares e o uso dos recursos. Visita domiciliar – Atenção Domiciliar A Política Nacional de Atenção Domiciliar (PNAD): => definiu três níveis de atenção domiciliar (AD1, AD2 e AD3), sendo o primeiro nível (AD1) de responsabilidade das equipes de Atenção Primária à Saúde (APS); Þ valorizou a APS como âmbito privilegiado assistencial e responsável pela maior parte dos cuidados em AD no Brasil. Þ reforçou a visita domiciliar (VD) como ação ímpar para o conhecimento do contexto da pessoa mediante observação ativa, abordagem familiar e reconhecimento dos determinantes sociais atuantes. Visita domiciliar – Atenção Domiciliar • O (a) Sr.(a) sabia que esse serviço de atenção domiciliar é do SUS? SIM: 83,98% e NÃO: 15,86% • Além do atendimento pela Equipe de Atenção Domiciliar, o (a) Sr.(a) e sua família são acompanhados por uma Equipe de Saúde da Família SIM: 53,00% e NÃO: 46,11% • Após a alta do Melhor em Casa houve necessidade de continuidade de tratamento pela equipe da Unidade Básica de Saúde? NÃO, NÃO HOUVE NECESSIDADE: 40,99% ; SIM, NA UBS: 36,52% ; SIM, NO DOMICÍLIO:74% ; SIM, MAS NÃO TEVE ACESSO: 9,65% • Fonte: DOGES/SGEP/MS (2017) Visita domiciliar – Atenção Domiciliar Visita domiciliar – Atenção Domiciliar Referências bibliográficas • McWHINNEY, Ian R; FREEMAN, Thomas R. Manual de Medicina de Família e Comunidade de McWHINNEY. 4 ed. Porto Alegre: ARTMED, 2017, 536 p.2. • STEWART, Moira et al. Medicina Centrada na Pessoa: transformando o método clínico. 3 ed. Porto Alegre: ARTMED, 2017, 416 p.3. • GUSSO, Gustavo; LOPES, José MC, DIAS, Lêda C, organizadores. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED, 2019,2388p. • DUNCAN BB; SCHMIDT MI; GIUGLIANI ERJ; DUNCAN MS; GIUGLIANI C, organizadores. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.5. • STARFIELD, Barbara. Atenção Primária, equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços-tecnologia. Brasília: UNESCO, Ministério da Saúde, 2002. 726p. [disponível na Internet: http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001308/130805por.p df] SAÚDE DE POPULAÇÕES ESPECÍFICAS E POLÍTICAS DE EQUIDADE NILSON MASSAKAZU ANDO FREDERICO GERMANO LOPES CAVALCANTE Médicos de Família e Comunidade ROTEIRO DE AULA • Princípio da equidade. • Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. • Política Nacional de Atenção à Saúde da População de Rua. • Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. • Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas. • Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional. • Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. • Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada. O que é saúde? “[...] a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso a posse da terra e acesso a serviços de saúde. É assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as quais pode gerar grandes desigualdades nos níveis de vida [...]” (8ª Conferência Nacional de Saúde) Princípio da Equidade • O Estado deve tratar "desigualmente os desiguais", concentrando seus esforços e investimentos em zonas territoriais com piores índices e déficits na prestação do serviço público. POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA • Raça: categoria essa que foi histórica e culturalmente construída e que é constituída de pessoas que são, efetiva ou potencialmente, vítimas de desvantagens sociais por efeitos de preconceito e discriminação relativos a origem étnica ou as marcas visíveis de que são portadoras a cor ou outras características físicas superficiais (fenótipo). (FIGUEROA, 2004) POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA • A identidade racial, que tem íntima relação com a influência da raça/cor na construção da personalidade e dos relacionamentos sociais, é um dos fatores a ser levado em conta no sentido de prevenir doenças de modificação dos fatores do meio ambiente que impedem ações equânimes em saúde. POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA • Racismo: “sistema de relação social que apregoa uma práxis política de exclusão do diferente, visando manter uma ordem dominante. E o que mantém simbolicamente essa práxis é medo da perda do poder, mesmo que esse poder seja micro ou pontual. Dessa forma, o racismo é um poder excludente” (SANTOS, 2001) POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA • Racismo Institucional: “(...) o fracasso coletivo de uma organização em prover um serviço profissional e adequado às pessoas com certos marcadores grupais de cor, cultura, origem étnica ou regional, o que caracteriza esse tipo de racismo é que ele extrapola as relações interpessoais e ocorre à revelia das boas intenções individuais, implicando o comprometimento dos resultados de planos e metas de instituições, gestões administrativas e de governo.” (PCRI, 2005) POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA • 53,6% da população brasileira se autodeclara negra (PNAD, 2014). • Do total de 1.583 mortes maternas em 2012, 60% eram de mulheres negras e 34% de brancas. • Em 2012, a taxa específica (por 100 mil hab.) de homicídios de jovens negros foi três vezes maior que a referida taxa de jovens brancos. POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA • Dos 39.123 óbitos infantis notificados em 2012, 45% foram de crianças negras e 41% de brancas; esta diferença é maior entre as mortes que ocorrem na primeira semana de vida, sendo que 47% são de crianças negras e 38% de brancas. • De 2000 para 2012, a taxa de mortalidade pela doença falciforme dobrou no país, sendo praticamente influenciada pelas tendências das cor/raças pretas e pardas. • Em 2012, as maiores taxas de mortalidade por diabetes ocorreram na população
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