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1CIENCIA POLITICA aula 01

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CIÊNCIA POLÍTICA
01. CONCEITO E OBJETO DE ESTUDO
O interesse pelo Estado, pela sua organização, o estudo de sua origem, sua estrutura e funcionamento de seus órgãos, acompanha o desenvolvimento do pensamento científico e filosófico;
A Ciência Política sistematiza conhecimentos jurídicos, filosóficos, sociológicos, políticos, históricos, antropológicos, econômicos, psicológicos para buscar o aperfeiçoamento do Estado, concebendo-o como fato social e uma ordem, que procura atingir os seus fins com eficácia e justiça;
Estuda o Estado em seus múltiplos e variados sentidos e significados (estrutura, funcionamento, relação com o sistema jurídico, etc.);
No entanto, seu objeto de estudo não é somente o Estado, pois seu alcance é amplo e transcende o fenômeno estatal, incluindo o estudo das ideias, ideologias, teorias políticas, fatos políticos, etc.
Do Estado, estuda sua ORIGEM, A ORGANIZAÇÃO, o FUNCIONAMENTO, e as FINALIDADES, compreendendo-se no seu âmbito tudo o que se considere existindo no Estado e influindo nele.
CIÊNCIA POLÍTICA
“É a ciência geral que integra em sua síntese superior os princípios fundamentais das diversas ciências sociais, jurídicas e políticas que têm por objeto o Estado considerado em relação a determinados momentos históricos, e estuda o estado de um ponto de vista unitário, em sua evolução, organização, funções e mais típicas formas, com o intuito de determinar-lhe as leis de formação, o fundamento e a finalidade.” (Alexandre Groppali);
02. TEORIA GERAL DO ESTADO
A Teoria Geral do Estado é uma disciplina de síntese porque sistematiza não apenas conhecimentos jurídicos, mas também os de outras disciplinas afins, tais como a Filosofia, a Sociologia, a Ciência Política, a psicologia, a Antropologia e a História, valendo-se destes conhecimentos para aperfeiçoar o Estado;
Pode‑se empregar diversos métodos para estudar a TGE, destacando‑se os seguintes:
método dedutivo, que consiste em enquadrar na teoria geral os fatos particulares ou isolados; 
método indutivo, que consiste em analisar fatos concretos e isolados, mas similares, e procurar obter uma conceituação teórica que os explique;
c) método analógico, que lança mão de estudos comparatísticos, isto é, uma análise do Estado e das instituições segundo suas manifestações em realidades políticas e jurídicas diversas.
CIÊNCIA POLÍTICA
Principais correntes de pensamento existentes, que procuram identificar o objeto da Teoria Geral do Estado:
para a corrente denominada filosófica, o objeto da TGE é a busca da razão da existência do Estado, e de suas finalidades, como um agente regulador da sociedade, mas sempre num plano ideal; 
b) para a chamada corrente sociológica entende que o objeto da TGE é enfocar o Estado pelo prisma do fato social concreto, numa abordagem realista;
 c) a corrente formalista é aquela para a qual o Estado deve ser estudado somente segundo seu aspecto normativo, ou seja, como criador de leis e regras jurídicas.
A Teoria Geral do Estado é, também, designada por Teoria do Estado, Doutrina do Estado, ou Direito Constitucional I. Esta última denominação é dada quando se pretende oferecê‑la aos alunos como espécie de "Parte Geral" do Direito Constitucional;
No Brasil, na década de 1940, ocorreu o desdobramento, em alguns cursos jurídicos, da disciplina Direito Público e Constitucional em duas, a Teoria Geral do Estado e o Direito Constitucional.
CIÊNCIA POLÍTICA
03. SURGIMENTO DAS DISCIPLINAS
- Diretrizes anteriores:
a) justificar o Estado em função dos valores éticos da pessoa humana (crítica – distanciamento da realidade – Ex: Platão – ideal – deve ser;
b) realidade social (Preponderância de fatos concretos – Guerra e Paz – Tolstoi);
c) realidade normativa (criado para realizar fins jurídicos, estudo a partir de considerações técnico-formais) resultando no formalismo jurídico – positivismo jurídico – Justo porque ordenado – Tecnicismo-jurídico;
- Todas estas versões unilaterais causaram distorções na apreciação do fenômeno Estado.
- Dimensões do Estado (Alexandre Groppali):Compreendeu a necessidade de considerar o Estado com um todo dinâmico, passível de ser observado sob vários ângulos mas sempre considerando uma unidade indissociável;
a) sociológica – gênese do Estado e sua evolução;
b) jurídica – organização e personificação do Estado;
c) justificativa – fundamentos e fins do Estado;
CIÊNCIA POLÍTICA
Culturalismo realista é a posição defendida pelo filósofo do Direito Miguel Reale, considerada mais abrangente do que as demais, segundo a qual se deve proceder a uma fusão das correntes filosófica, sociológica e formalista, permitindo que o Estado seja estudado na totalidade de seus aspectos, dentro de uma perspectiva dinâmica de sua atuação;
CIÊNCIA POLÍTICA – Nomenclatura com influência anglo-Saxônica e francesa;
TEORIA GERAL DO ESTADO – influência alemã. Disciplina nova que aparece só no fim do século XIX – com organização científica e metodológica;
Origem remota da disciplina: Platão e Aristóteles (Grécia Antiga), Cícero (Roma Antiga), com reflexões acerca dos governos e sistemas políticos;
Período Medieval: obras de Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino, justificam a ordem político-social vigente;
Somente no final da Idade Média, já no século XIV, ocorre uma reação a essa abordagem, chegando mesmo alguns autores a defender a separação da Igreja e do Estado, como Marsílio de Pádua, com a obra Defensor pacis, de 1324;
CIÊNCIA POLÍTICA
Séc. XV e XVIII refinam o conceito de Estado: Nicolau Maquiavel (1469 ‑ 1527), Thomas Hobbes (1588 ‑ 1679), John Locke (1632 ‑ 1704), Montesquieu (1689 ‑1755) e Jean‑Jacques Rousseau (1712 ‑ 1778);
Gerber (Alemanha, 1865) - Fundamentos de um Sistema de Direito Político Alemão;
Georg Jellinek (1851‑1911), considerado como o verdadeiro criador da concepção moderna da disciplina. Sua obra, intitulada Teoria Geral do Estado, publicada em 1900, foi logo traduzida para outros idiomas, e passou a servir de referência para o estudo da disciplina;
No século XX, a disciplina englobava tanto o estudo do Estado, quanto o que hoje é considerado o campo do Direito Constitucional. 
Direito Público Geral (V. E. Orlando, Itália), Doutrina do Estado (França), Direito Político (Espanha), Direito Público e Constitucional (Brasil);
1940: separação entre TGE e Constitucional;
1994: Ciência Política ou TGE ?
CIÊNCIA POLÍTICA
“A Ciência Geral do Estado estuda o princípio e a natureza do estado, suas condições permanentes e leis do seu desenvolvimento, suas obrigações e direito” (Bigne de Villeneuve);
“A Teoria Política é a ciência do Estado e lhe estuda a origem, a forma e a natureza.” (Kranemburg);
“A Política descreve o Estado como deve ser e porque deve ser. A Teoria Geral estuda o Estado como ele é.” (Azambuja);
Se o Estado é a ordem jurídica, a TGE tem que coincidir com a Teoria do Direito, assim como a Política – doutrina do Estado justo – tem que coincidir com a Filosofia Jurídica – doutrina do Direito justo.” (Kelsen)
POLÍTICA
“Política é o conjunto de esforços feitos com vista a participar do poder ou a influenciar a divisão do poder, seja entre Estados seja no interior de um único Estado” (Max Weber, A Política como Vocação);
Política é a arte de governar a sociedade: o conjunto de normas, preceitos e processos, pela maior parte empíricos e arbritários, para governar e atingir o objetivo do Estado, que é o bem público, ou outros objetivos mais restritos.
Política é a arte de conquistar o poder político, conservá-lo e exercê-lo” (Maquiavel);
“Política é a vida do Estado, a arte de governar.” (Bluntschli)
Sentido estrito: orientação específica do Estado em determinado assunto (política econômica, educacional, etc.)
A palavra política tem origem no termo grego politiké, que é a união de outras duas palavras gregas: polis e tikós. Polis significa cidade e tikós é um termo que significa o bem comum dos cidadãos. Significava, portanto, governo da cidade para o bem comum de todos os cidadãos.
POLÍTICA
Aristóteles:
o homem é um animal político porquetem a capacidade de aprender, pensar, falar e de se relacionar e conviver em sociedade,
o Estado é mais importante do que as pessoas, no sentido de que o todo (sociedade) deve ser mais importante do que as partes que o formam,
o objetivo da política e do Estado é a formação da consciência ética e moral das pessoas como partes de uma sociedade,
o bem de todos deve ser mais importante que o bem de cada pessoa.
ORIGEM DO ESTADO
As principais teorias que procuram explicar a formação originária do Estado podem ser agrupadas em duas correntes: 
naturalista (ou espontânea); 
contratualista.
A corrente naturalista defende a posição de que o Estado se formou de modo espontâneo, isto é, sem a convergência das vontades dos indivíduos. Para essa teoria, não se identifica qualquer ato voluntário na formação do Estado.
Portanto, Estado seria uma sociedade natural, no sentido de que decorre naturalmente do fato de os homens viverem necessariamente em sociedade e aspirarem naturalmente realizar o bem geral que lhes é próprio, isto é, o bem público;
A corrente contratualista defende a posição de que o Estado se formou mediante a concretização da vontade de diversos homens, ou seja, o Estado resulta de ato voluntário.
Portanto, Estado seria obra da inteligência e da vontade dos membros do grupo social, ou dos que nele exercem o governo e influência;
ORIGEM DO ESTADO
As principais correntes naturalistas, são as que explicam a formação do Estado como tendo origem: 
familial (ou patriarcal); 
b) em atos de força; 
c) em causas econômicas; 
d) no desenvolvimento interno da sociedade.
As fases em que se costuma dividir a evolução dos Estados são: 
Estado Antigo; 
b) Estado Grego; 
c) Estado Romano;
 d) Estado Medieval; 
e) Estado Moderno.
ORIGEM DO ESTADO
Período ágrafo – atos políticos, porém sem Estado organizado;
Idade dos Metais – o homem deixa a organização em clãs e convive em vilas. Quem governará?
Primeiros governantes: pela força;
Características do Estado Antigo eram: 
natureza unitária (inexiste divisão interior do Estado, nem das funções do governo nem do território; apresenta‑se como uma unidade territorial, política, jurídica e administrativa;
religiosidade (a vida social e política era dominada pela religião; poder dos governantes era outorgado por uma ou mais divindades; Estado Teocrático);
Estado Grego: 
pólis; 
auto‑suficiência (autarkéia, vocábulo grego cujo sentido evoluiu para autarquia = entidade autônoma, auxiliar e descentralizada da administração pública)
Democracia ateniense;
ORIGEM DO ESTADO
O Estado Grego, embora guerreasse e se lançasse a conquistas, subjugando outros povos, não buscava expansão territorial, mediante anexação dos territórios conquistados. Tampouco buscavam os vencedores integrar os povos vencidos em uma sociedade comum. A inexistência de expansão territorial e de integração visava à preservação do caráter da polis original, sem miscigenação com outras.
As principais características do Estado Romano eram: 
base familiar da organização;
sociedade política organizada, inicialmente, segundo o modelo da cidade‑Estado; 
domínio sobre grande extensão territorial.
conceito de Urbs (conquistas, progressiva integração dos povos conquistados, noção de universalidade do Cristianismo);
Estado Medieval:
Alta Idade Média: reinos bárbaros, cristalização do feudalismo, descentralização política, poder da Igreja;
Baixa Idade Média: surgimento da burguesia, renascimento comercial e urbano, desagregação feudal;
Esferas de poder;
ORIGEM DO ESTADO
Estado Moderno:
Formação dos Estados Nacionais: defesa contra islâmicos, Cruzadas, influência burguesa;
 Absolutismo;
O Estado Constitucional de Direito (Constitucionalismo, Revoluções Burguesas);
Teóricos:
Jusnaturalistas: Marcílio de Pádua (Defensor Pacis, 1324), Thomas Morus (Utopia, 1516), Tommaso Campanella (Cidade do Sol, 1602);
Absolutistas: Maquiavel, Bossuet, Bodin, Hobbes;
Iluministas: Locke, Montesquieu, Rousseau; Quesnay, Turgot (Fisiocracia);
Autores Modernos: Hamilton, Jay e Madison ( “O Federalista”), Tocqueville, Burke, Kant, Hegel, Stuart Mill, Saint-Simon (socialismo utópico), Leão XIII (socialismo cristão), Marx (socialismo científico);
ORIGEM DO ESTADO
Formação do Estado:
Contratualismo: Hobbes, Locke, Rousseau;
Formação Natural: Platão, Heller, Marx e Engels;
Por união: pessoal (Felipe II), União real (Reino Unido), Federação (EUA);
Por divisão: secessão (EUA), Sucessão (Carlos Magno);
Por ato de governo (Westphalia);
Por decisão internacional (Israel, Namíbia);
Por concessão de soberania (Guianas Inglesas);
Por colonização seguida de emancipação (Brasil);
ORIGEM DO ESTADO
As teorias existentes sobre o aparecimento do Estado podem ser englobadas em três correntes:
o Estado e a sociedade teriam existido sempre, já que em todos os grupos humanos sempre houve uma autoridade social superior, capaz de manter a ordem; 
a Humanidade teria vivido sem o Estado somente até determinada época, a partir da qual o Estado foi sendo constituído, para atender à crescente complexidade da atividade e das necessidades dos grupos sociais;
o Estado é um conceito histórico concreto e definido, que não é válido para todas as épocas, pois sua existência somente pode ser reconhecida quando a sociedade política apresenta determinadas características.
 
CONCEITO DE ESTADO
Estado (do latim status = estar firme, na acepção de situação permanente de convivência);
As dificuldades para defini‑lo são inúmeras, podendo ser citadas as seguintes: 
existe uma variedade muito grande de correntes doutrinárias, daí não ser possível encontrar uma definição que seja aceita por todas; 
é sempre possível analisar o Estado sob muitos ângulos, porém qualquer definição reflete obrigatoriamente o ponto de partida do observador; 
existe considerável grau de subjetividade no estudo do Estado, dificultando o estabelecimento de uma definição objetiva; 
ao longo dos séculos, o vocábulo tem sido empregado em grande variedade de acepções.
Definição a partir de uma noção de força: o Estado como entidade institucionalizadora do poder, dotada de força irresistível, embora delimitada pelo Direito;
Definição a partir de uma ordem jurídica: o elemento jurídico como primordial na disciplina do Estado;
A noção jurídica de Estado passa a prevalecer a partir do século XIX, na Alemanha, com os trabalhos de Savigny, Gerber e Jellinek.
CONCEITO DE ESTADO
A primeira menção ao vocábulo "Estado", na forma aproximada como hoje é entendido, surge na obra de Nicolau Maquiavel, O Príncipe, publicada em 1513, sendo posteriormente incorporada às obras dos juristas e cientistas políticos alemães, franceses e italianos;
Teorias acerca da relação entre Estado e Direito:
a teoria monística (Estado e Direito são uma única unidade, coincidindo plenamente os conceitos);
a teoria dualística (Estado e Direito são duas realidades completamente distintas, sem relação um com o outro);
Alguns autores consideram que a dualidade entre Estado e Direito é um dos fundamentos da Ciência Política e da jurisprudência modernas, que regulam as relações jurídicas no interior da sociedade. 
Para Kelsen, no entanto, essa dualidade é indefensável, na medida em que o Estado como comunidade jurídica não pode ser separado de sua ordem jurídica, da mesma forma que uma corporação não é distinta de sua ordem constitutiva. 
Como inexiste razão para se supor que existam duas ordens normativas diferentes, a ordem do Estado e a sua ordem jurídica, devemos admitir que a comunidade a que chamamos de "Estado" é a "sua" ordem jurídica.
 
CONCEITO DE ESTADO
“Chegou um momento em que os homens sentiram o desejo, vago e indeterminado, de um bem que ultrapassa o seu bem particular e imediato e que ao mesmo tempo fosse capaz de garanti-lo e promovê-lo” (Dabin);
Família (involuntário, mas a tutela finda com a maioridade), outras instituições (voluntário e determinado), Estado (de sua tutela o homem jamais se emancipa);
“ O Estado moderno é uma sociedade à base territorial,dividida entre governantes e governados, e que pretende, nos limites do território que lhe é reconhecido, a supremacia sobre as demais instituições; De fato, é supremo e legal depositário da vontade sociale fixa a situação de todas as outras organizações. Põe sob seu domínio todas as formas de atividade, cujo controle ele julgue conveniente. Na lógica dessa supremacia se subentende que tudo quanto restar fora de seu controle é feito com sua permissão.” (Harold Laski);
Todas as demais sociedades têm a organização e a atividade reguladas pelo Estado, que pode suprimi-las ou favorecê-las. Nenhuma delas tem poder direto sobre o indivíduo e só conseguem dele o cumprimento das obrigações assumidas se o Estado as reconhece, e unicamente este dispõe legitimamente da força para tornar efetiva a obediência; 
CONCEITO DE ESTADO
“Estado é a organização político-jurídica de uma sociedade para realizar o bem público, com governo próprio e território determinado.” (Azambuja);
O Estado pode decidir esmagar-me de impostos, pode opor-se à prática minha religião, pode obrigar-me a sacrificar a vida em uma guerra que eu não considere moralmente injusta, pode negar-me os meios de cultura intelectual, sem os quais, no mundo moderno, não conseguirei desenvolver minha personalidade;
O Estado aparece, então, como um poder de mando, como governo e dominação;
Objetivos: ordem e defesa social (bem público), utilizando-se de meios diversos de acordo com a época, cultura, etc.
Tem autoridade e dispõe de poder, cuja manifestação é a força;
“A autoridade existe para realizar o bem público (...)e o poder torna efetiva a obediência dos governados. (...) A autoridade requer o poder, mas o poder que não deriva da autoridade é tirania.” (Maritain) o poder do Estado é o mais alto dentro de seu território e ele tem o monopólio da força para tornar efetivas sua autoridade;
CONCEITO DE ESTADO
“O Estado é de interesse central para a política sendo ele próprio um lócus para o exercício do poder, um produtor de decisões e a comunidade política primária para muitos seres humanos, no mundo contemporâneo (...) concebido como sujeito ativo, o Estado age através de indivíduos e grupos organizados de pessoas, que tomam e implementam decisões em nome do Estado e que, ao decidir, alegam que são agentes ou órgãos do Estado.” (Neil MacCormic);
O Estado é pessoa jurídica, que expressa sua vontade através de determinadas pessoas ou determinados órgãos. É sujeito de direitos e obrigações;
PERSONALIDADE JURÍDICA
A importância da concepção do Estado como pessoa jurídica, isto é, o entendimento de que o Estado tem personalidade jurídica, reside na conquista da conciliação doutrinária entre as posições política e jurídica;
O filósofo e jurista alemão Friedrich Carl von Savigny (1779‑1861) foi o pioneiro no desenvolvimento da noção do Estado como pessoa jurídica;
As principais consequências da aceitação da ideia de que o Estado tem personalidade jurídica real são: 
a possibilidade de tratamento jurídico dos interesses coletivos;
impedimento à ação arbitrária do Estado, por meio de mecanismos jurídicos;
o reconhecimento de que o Estado tem direitos e obrigações;
o estabelecimento de limites jurídicos claros e precisos na atuação do Estado com o particular.
FATO POLÍTICO
“É o que concerne ao Estado e ao governo, para diferenciação dos fatos ou fenômenos econômicos e sociais propriamente ditos, como também da justiça; da administração e outras atividades da vida civilizada, tais como a arte, a ciência, etc.” (Lalande);
“É o que se refere ao Estado, o que dele faz parte e o que com ele se relaciona e na medida em que se relaciona.” (idem);
“É o próprio Estado, todos os seus modos de ser, todas as suas formas, suas partes integrantes: a constituição, os órgãos e funções, as formas de governo, a situação dos indivíduos perante ele.” (Azambuja);
Qualquer fato torna-se político se cair sob o domínio do Estado (economia, esporte, etc.).

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