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SERVIÇO SOCIAL E PODER JUDICIÁRIO

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SER Social, Brasília, v. 16, n. 34, p. 30-45, jan.-jun./2014
O Poder Judiciário e o Serviço Social na 
judicialização da política e da questão social 
/ Judiciary Power and Social Work in the 
judicialization of policy and of social question
Vânia Morales Sierra1
Resumo: Este ensaio tem por objetivo apresentar a evolução do Poder 
Judiciário no Brasil e analisar o fenômeno da judicialização da política 
e da questão social, a partir do estudo sobre a importância do Poder 
Judiciário na consecução dos direitos de cidadania. A fim de compre-
ender o processo que desencadeou o fenômeno da judicialização da 
política e da questão social, será apresentada uma síntese da história da 
formação do Poder Judiciário no Brasil. Em seguida, será feita uma 
análise da expansão do Poder Judiciário e do Serviço Social Judicial 
como parte do processo de judicialização da política e da questão 
social. Tal estudo se mostra relevante para o Serviço Social, visto que as 
políticas sociais são embasadas nas legislações sociais, elaboradas no 
objetivo da cidadania, tendo o assistente social como um profissional 
indispensável na consecução desses direitos. 
Palavras-chave: Poder Judiciário; Serviço Social; judicialização.
Abstract: This article aims to present the evolution of Judiciary Power 
in Brazil and to analyze the phenomenon of judicialization of politics 
and of social question, through of the study on importance of the Judi-
ciary Power to consecution of the citizenship rights. In order to unders-
tand the process that motivated the phenomenon of judicialization of 
politics and of social question, we will present a brief history of the 
formation of the Judiciary in Brazil. After that, we will analyse at the 
expansion of Judiciary Power and of social work as part of the process 
of judicialization of politics and of social question. 
1 Socióloga, professora doutora da Faculdade de Serviço Social da UERJ. Pertence ao Depar-
tamento de Política Social e é docente do quadro permanente do curso de PóS-Graduação em 
Serviço Social da UERJ.
31
O Poder Judiciário e o Serviço Social na judicialização da política e da questão social 
Keywords: Judiciary Power; Social Work; judicialization. 
Introdução
Com as mudanças recentes na relação entre os Poderes no Brasil, 
em grande parte devido à presença do Poder Judiciário na política, inú-
meras questões vêm sendo debatidas nas ciências sociais. O Poder Judi-
ciário, tradicionalmente criticado por seu isolamento e estrutura exces-
sivamente burocrática, hierárquica, conservadora, atrelada ao Poder 
Executivo, tem se incumbido de desempenhar um papel ativo na defesa 
dos direitos definidos na Constituição, principalmente aqueles relacio-
nados ao bem-estar social, tais como a saúde, a educação e a assistência. 
Isso porque a Carta Magna atribuiu aos juízes a função do controle de 
constitucionalidade das leis,2 motivo que tem gerado críticas ao Poder 
Judiciário, pelos efeitos de suas decisões sobre o planejamento e a gestão 
das políticas sociais. 
As novas atribuições desempenhadas pelo Judiciário têm pro-
vocado questionamentos por parte de intelectuais e da sociedade civil 
acerca de suas implicações para a democracia. A tradição jurídica no 
Brasil designava o juiz como mero executor da lei, despolitizando a 
função de julgar. Desde a Constituição de 1988, os juízes têm exer-
cido o papel de guardiães, passando a assumir a função de defesa dos 
direitos individuais e de minorias. Tal atribuição parece romper com 
a tradicional concepção da relação harmônica entre os poderes. Con-
sequentemente, os juízes têm se tornado um ator relevante no pro-
cesso político. 
Na medida em que as sentenças produzem impactos sobre a ges-
tão das políticas, não se amplia apenas o poder dos juízes, mas, sobre-
tudo, a sua responsabilidade (CAPPELLETTI, 1989). Neste sentido, é 
com relação às consequências das decisões judiciais que os juízes têm 
2 A Constituição instituiu o controle abstrato de normas (art. 103, I ao X), o controle omissivo 
de inconstitucionalidade (art. 103, § 2º) e estabeleceu a possibilidade da instituição da argui-
ção de descumprimento de preceito fundamental (art. 102, § 1º).
32
SER Social, Brasília, v. 16, n. 34, p. 30-45, jan.-jun./2014
Vânia Morales Sierra 
sido cobrados no tocante ao seu dever com a justiça. Na medida em que 
o positivismo jurídico vai sendo suplantado pelas mudanças que foram 
introduzidas na Constituição, a tendência é de que os magistrados pas-
sem a recorrer ao conhecimento de outras áreas. 
As ciências humanas, de um modo geral, têm contribuído não 
apenas na produção de conhecimento sobre o direito e o Poder Judi-
ciário, como também no trabalho de assessoria com a elaboração de 
pesquisas, relatórios etc. A ampliação do serviço social no Poder Judi-
ciário, tanto em nível federal quanto estadual, indicam este processo, 
no qual a contribuição de outros profissionais surge como fundamen-
tal para assegurar aos juízes informações necessárias, que servem para 
balizar suas decisões. A fim de compreender o processo que desenca-
deou o fenômeno da judicialização da política e da questão social, 
será apresentada uma síntese da história da formação do Poder Judi-
ciário no Brasil, com destaque para a questão da cidadania para a 
classe trabalhadora. Em seguida, será analisada a expansão do Poder 
Judiciário e do serviço social judicial como parte do processo de judi-
cialização da política e da questão social. Este artigo é produto de 
uma pesquisa financiada pelo CNPq, que tem como objetivo analisar 
as mudanças no Poder Judiciário e a atuação dos assistentes sociais 
judiciais no Rio de Janeiro. 
O Poder Judiciário no Brasil e a (des)proteção 
da classe trabalhadora
Durante o período colonial e imperial, o Judiciário se constituiu 
sob as marcas da estrutura latifundiária, da monocultura e da escravi-
dão. Sendo o dono de terra o centro das decisões dos conflitos e refe-
rência maior que a lei, era ele o legislador e executor da justiça local. Os 
aparelhos de justiça ao invés de funcionarem com base na lei pautavam-
-se na arbitrariedade, fazendo predominar a parcialidade e o faccio-
sismo (VIANA,1973, p. 140). Segundo Viana (Idem, p. 142), o desam-
paro legal dos pobres, de todos os desprotegidos e dos fracos reforçava 
33
O Poder Judiciário e o Serviço Social na judicialização da política e da questão social 
o poder do chefe territorial, que, por sua vez, possuía autoridade para 
defendê-los diante dos juízes corruptos. Conclui Viana que as institui-
ções de ordem administrativa e política nunca amparam cabalmente 
“os cidadãos sem fortuna, as classes inferiores, as camadas proletárias 
contra a violência, o arbítrio e a ilegalidade” (Idem, p. 146). 
Durante a República Velha, a justiça privada exerce o predomí-
nio sobre o que poderia ser o amparo legal. Ainda que a Constituição 
de 1891 tenha definido a separação entre os poderes, havia de fato era 
a subordinação da organização judiciária ao “governismo dos chefes 
locais”, o que resultava na incursão do poder privado sobre o poder 
público, a partir do compromisso “coronelista”3 (LEAL, 1997). Neste 
sistema, o filhotismo e o mandonismo subtraía a justiça da possibili-
dade de garantir igualdade para todos diante da lei. A regra para o 
convívio social era simultaneamente o “favor” e o “porrete”, que, em 
síntese, foi expressa por Leal da seguinte forma: “para os amigos pão, 
para os inimigos pau” (Idem, p. 61).
Segundo Comparato (2004, p. 153), a justiça submetida aos 
chefes locais passou, ao longo da República, a estar subjugada ao 
chefe do Estado, representando, de certa forma, a transposição para a 
esfera estatal do tradicional relacionamento entre os coronéis e seus 
agregados e capatazes, típico do interior. A relação entre os poderes 
Judiciário e Executivo não se consolidou como uma relação entre 
duas potências, mas de submissão geral à pessoa do presidente ou ao 
governador de Estado.
Somente a partir de 1930, o governo de Getúliovai criar uma 
justiça especial para tratar das questões referentes ao trabalho,4 alte-
3 Segundo Leal, o coronelismo é um sistema político caracterizado pela incursão do poder 
privado no domínio público, num momento de formação das estruturas políticas represen-
tativas no Brasil. Trata-se de uma estrutura complexa de distribuição de poder, que envolve a 
barganha entre fazendeiros e governo. 
4 A origem da Justiça Trabalhista é o Decreto nº 21.369, de 12 de maio de 1932, instituído 
das comissões mistas de negociação para dirimir os conflitos coletivos, e o Decreto nº 22132, 
de 25 de novembro de 1932, que criou as juntas de conciliação e julgamento (ARAUJO, 
34
SER Social, Brasília, v. 16, n. 34, p. 30-45, jan.-jun./2014
Vânia Morales Sierra 
rando o caráter formal da justiça pelo reconhecimento de sujeitos de 
direito coletivo (GOMES, 2007, p. 17). A justiça do trabalho, con-
forme a Constituição de 1934, não pertencia ao Poder Judiciário, sendo 
uma justiça administrativa, subordinada ao Poder Executivo, regida 
pela legislação social, empregando somente o método jurisdicional 
(ARAUJO, 2004). Somente em 1946, a justiça do trabalho passou a 
integrar o Poder Judiciário, na categoria Justiça Federal Especializada. 
No período de 1930 a 1945, foi intensa a produção da legislação 
trabalhista e previdenciária. Segundo Carvalho (2002, p. 126), durante 
a ditadura varguista, os direitos sociais “não eram vistos como indepen-
dentes da ação do governo, mas como um favor em troca do qual se 
dariam gratidão e lealdade. A cidadania que resultava era passiva e 
receptora...”. Com a ditadura, o acesso da classe trabalhadora ao Poder 
Judiciário, para defesa de seus direitos, reduzia-se às questões relaciona-
das às causas trabalhistas. 
Segundo Arantes (2004, p. 102), é a partir dos anos 1930 que se 
inicia a expansão do Poder Judiciário. Até a Constituição de 1988, 
Arantes identifica três momentos, que foram interpretados como ondas 
de expansão do Poder Judiciário. A primeira onda ocorreu nas décadas 
de 1930 e 1940, quando foram criadas soluções alternativas para os 
problemas da ordem e dos conflitos coletivos. Na segunda onda, essa 
matriz ideológica seria retomada a partir de 1970, quando se atribui ao 
Ministério Público a responsabilidade principal da defesa dos interesses 
difusos e coletivos perante o Poder Judiciário. A terceira onda se carac-
teriza pelas profundas transformações inseridas no ordenamento jurí-
dico durante a década de 1980, que vão desde o reconhecimento legal 
da existência dos direitos difusos e coletivos e a abertura do processo 
judicial à representação desses direitos. 
Tradicionalmente, o Poder Judiciário é percebido como poder 
coercitivo, burocrático, cujo funcionamento serve à fragmentação da 
2004, p. 181). 
35
O Poder Judiciário e o Serviço Social na judicialização da política e da questão social 
classe trabalhadora, visto que atende caso a caso e, em nome da suposta 
igualdade de condição diante da lei, julga sem considerar as desigualda-
des sociais. Aliás, a relação do Judiciário com os pobres tem sido carac-
terizada como preconceituosa e repressiva. Sua organização, ritos e lin-
guagem rebuscada serviram para delimitar sua distância e impor a 
legalidade. Todavia, o Poder Judiciário nunca foi imparcial. Os proces-
sos judiciais, como já registrado por Challoub (2001), em sua pesquisa 
sobre os trabalhadores no início do século XX, reforçavam a percepção 
dos pobres como viciosos e perigosos. 
Durante a ditadura civil e militar, a autonomia do Poder Judi-
ciário foi restringida, tendo sido suspensas as garantias dos magistra-
dos, pela possibilidade de demiti-los, dispensá-los, aposentá-los, 
transferi-los para a reserva. Também foi delegada à Justiça Militar 
poder para julgar crimes políticos ou contrários à segurança nacional, 
cometidos por civis. 
No período que vai de 1964 a 1988, a repressão à criminali-
dade tida como comum continuava recaindo sobre os pobres não 
integrados ao sistema produtivo (SERRA, 2009, p. 221). Pouco se 
sabe sobre o Poder Judiciário nessa época. Conforme observou Zaffa-
roni (1995, p. 29), na América Latina apagou-se a memória histórica 
referente à função que cumpriu o Poder Judiciário, em cada período 
político. Com isso, criou-se um obstáculo para a construção da crítica 
acerca de sua intervenção, o que permite, segundo o autor, a reincidên-
cia dos mesmos erros. 
De acordo com Zaffaroni, a “explosão da litigiosidade” na Amé-
rica Latina decorre, basicamente, da disparidade entre o discurso jurí-
dico e a planificação econômica, da distância entre os direitos sociais 
definidos constitucionalmente e os problemas regionais, agravados pela 
marginalização e exclusão. Nesta região, o protagonismo dos juízes se 
efetua num contexto de aumento da burocracia estatal (e da pretensão 
de sua redução por cortes orçamentários) e da produção legislativa 
impulsionada unicamente pelo clientelismo político (1995, p. 24).
36
SER Social, Brasília, v. 16, n. 34, p. 30-45, jan.-jun./2014
Vânia Morales Sierra 
No Brasil, o tema do acesso à justiça foi analisado por Jun-
queira, que destaca a singularidade brasileira no processo de redemo-
cratização do Poder Judiciário. A seu ver, diferente do que acontecia 
nos países centrais, a principal questão histórica não era a expansão 
do Welfare State e a necessidade de tornar efetivos os direitos das 
minorias étnicas e sexuais, mas a necessidade da expansão dos direitos 
sociais básicos, para toda a população (JUNQUEIRA, 1996, p. 391). 
Para a autora, a pressão por mudanças no direito ocorreu, inicial-
mente, devido ao crescente fenômeno das invasões urbanas e da inca-
pacidade do Poder Judiciário de resolver os novos conflitos emergen-
tes na sociedade brasileira. 
Ao longo da década de 1990, depois de promulgada a Constitui-
ção de 1988, as políticas sociais foram submetidas às condições ditadas 
pelas medidas políticas e econômicas de ajuste fiscal. A redução no 
orçamento provocou a degradação dos sistemas de proteção social, 
ampliando a demanda pelo Poder Judiciário, deslanchando o processo 
de judicialização da política e da questão social. 
De acordo com Salvador (2010, p. 60), em 2009, foram desvia-
dos para alguns setores econômicos quase 70 bilhões de reais, que 
faziam parte do orçamento da seguridade social. O autor também 
comenta que não houve compensação, pois o governo não adotou 
medidas no sentido de garantir o emprego e ampliar a proteção social.
Em grande parte, estas ações fazem com que o Estado deixe de 
cumprir seu dever constitucional de garantir a proteção social aos cida-
dãos brasileiros. Ao abdicar desta função, intensifica-se a tendência de 
aumento da demanda por direitos sociais no Poder Judiciário. De certa 
forma, a judicialização da política resulta da omissão do Poder Execu-
tivo no encargo da efetivação de direitos, mediante a execução das polí-
ticas públicas.
37
O Poder Judiciário e o Serviço Social na judicialização da política e da questão social 
O serviço social na judicialização da política e da questão social
 Tate (1995) entende por judicialização a expansão do Poder 
Judiciário nos sistemas políticos do mundo. Com base no conceito de 
Vallinder, Tate (Idem) compreende que a judicialização da política 
pode ocorrer em dois momentos: 1) quando as cortes e os juízes 
ampliam seu poder, ao revisar a decisão sobre a política pública, for-
mulada anteriormente por outras agências, especialmente o Legisla-
tivo e o Executivo; e, 2) quando os métodos e procedimentos judiciais 
são incorporados às instituições administrativas, indo além do Judici-
ário. Vallinder (1995) também destaca que a judicialização pode oca-
sionalmente ocorrer em decorrência da omissão das instituições 
majoritárias diante de certas questões pelas quais deveriam se encarre-
gar de decidir. 
Desde que Tate e Vallinder cunharam a expressão judicialização 
da política, com a publicação do livro The Global Expansion of Judicial 
Power, em 1995,o fenômeno tem sido discutido entre diversos pesqui-
sadores no mundo. Antoine Garapon (1999, p. 44), um jurista francês, 
considera que tal processo tem gerado a politização da razão judiciária 
ao mesmo tempo em que se judicializa o discurso político. Por conse-
guinte, as reivindicações políticas passam a ser feitas em termos mais 
jurídicos que ideológicos, e os direitos individuais e formais tendem a 
suplantar os direitos coletivos e substanciais. De acordo com o seu pen-
samento, a judicialização também tem efeitos sobre a vida social, pois 
há um aumento desmesurado de leis para regular a sociabilidade. Tal 
processo é resultado de maior pluralismo social e do recuo do Estado 
provedor. Num contexto de crise estrutural do capitalismo, o Estado se 
retrai e desmonopoliza a “questão social”. A judicialização, segundo 
esta abordagem, expressa a anomia das sociedades contemporâneas, 
resultante do movimento progressivo de privatização das normas, de 
precarização do trabalho e de retração dos serviços do Estado. Nesse 
contexto, os indivíduos pressionam o sistema jurídico em busca de pro-
teção e segurança. 
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SER Social, Brasília, v. 16, n. 34, p. 30-45, jan.-jun./2014
Vânia Morales Sierra 
No Brasil, a chamada judicialização da política e das relações 
sociais tem sido objeto de polêmica em torno da questão de saber se a 
intervenção do Poder Judiciário na cena política e na esfera da vida 
privada é democrática. Além disso, questiona-se a ingerência do Poder 
Judiciário sobre a vida dos pobres, o que tem sido interpretado como 
mais uma forma de controle social, sem o objetivo da promoção social 
ou da cidadania. Nestes termos, o Poder Judiciário estaria reforçando o 
processo de criminalização da pobreza, ao não se pronunciar, quando 
provocado, contra as restrições aos direitos civis impostas, por exem-
plo, aos moradores de “lugares perigosos”, ou ainda em desconsiderar 
os direitos fundamentais, em suas decisões, como nos casos do julga-
mento de ações contra a remoção de moradores em áreas públicas ou 
em regiões de conflitos agrários. 
O fenômeno da judicialização da política e das relações sociais 
tem sido motivo de controvérsias entre gestores da política, procurado-
res, juízes e intelectuais. O protagonismo dos juízes, bem como o ati-
vismo do Poder Judiciário nas políticas públicas, parecem inaugurar 
um novo capítulo na história do Poder Judiciário brasileiro. Mais afas-
tados das decisões puramente técnicas e formais, passando a atuar como 
intérpretes da Constituição de 1988, os juízes vêm se tornando atores 
políticos com influência direta sobre o governo. 
Os estudos sobre judicialização no Brasil adquiriram visibili-
dade após a publicação, em 1999, do livro de Werneck Vianna et al. 
intitulado A judicialização da política e das relações sociais no Brasil. 
Para os autores, numa sociedade de capitalismo retardatário e de 
democracia incipiente, a judicialização não seria resultado apenas do 
processo de privatização das normas como destacou Garapon (1995), 
mas sobretudo, “do avanço da agenda igualitária em um contexto 
que, tradicionalmente, não conheceu as instituições da liberdade” 
(VIANNA, 1999, p. 150). 
Nesse processo, enquanto os cidadãos recorrem ao Judiciário 
visando à efetivação de seu direito, o Poder Judiciário é acusado de ser 
39
O Poder Judiciário e o Serviço Social na judicialização da política e da questão social 
indiferente aos limites orçamentários da administração pública (BAR-
ROSO, 2007). Faria (2004, p. 106), ao remeter à questão, afirma estar 
o Poder Judiciário numa encruzilhada, pois não dispõe de meios pró-
prios para assegurar a concretização de objetivos substantivos nela pre-
vistos. Não obstante, o Poder Judiciário tem sido procurado em vista da 
possibilidade de efetivação de direitos, apesar da desconfiança com rela-
ção à sua eficácia, em vista de sua morosidade. Segundo Sadeck (2004, 
p. 88), há uma crise no Poder Judiciário, que diz respeito à sua estru-
tura pesada, sem agilidade e incapaz de fornecer soluções, em tempo 
razoável, previsíveis e a custo acessível para todos. 
A judicialização da política e da questão social é uma tendência 
que tem se acentuado no Brasil. Segundo Vianna, Burgos e Salles 
(2007, p. 41), o juiz tem se tornado protagonista direto da questão 
social, num processo claro de substituição do Estado e dos recursos 
classicamente republicanos. De acordo com Aguinski e Alencastro 
(2006, p. 20), tal processo ocorre “em detrimento do compromisso 
mais efetivo do Estado e da esfera pública”. 
Nas Ciências Sociais Aplicadas, o tema tem sido debatido ora 
sendo considerado um avanço, ora recebendo críticas. Silva (2012, p. 
556), em seu estudo sobre a judicialização do Benefício da Prestação 
Continuada (BPC), afirma que quase 6% dos beneficiários tiveram 
reconhecidos seus direitos por determinação judicial, o que constitui 
199.863 pessoas beneficiadas. Todavia, a autora conclui que, apesar da 
inegável importância do Judiciário no acesso ao BPC, as desigualdades 
regionais acabam sendo reforçadas, visto que o acesso à justiça é menor 
nas regiões mais empobrecidas, como o Nordeste por exemplo. 
Assumpção (2012) também investigou a judicialização do BPC 
e destacou ser este processo resultado do confronto entre a interpreta-
ção, por parte dos juízes, da Constituição e das leis infraconstitucio-
nais, citando como exemplo a Lei Orgânica da Assistência Social 
(Loas). Por estipular apenas um quarto da renda per capita para ter 
acesso ao BPC, a Loas estaria restringindo um direito constitucional 
40
SER Social, Brasília, v. 16, n. 34, p. 30-45, jan.-jun./2014
Vânia Morales Sierra 
somente aos que vivem em extrema pobreza. Além disso, passou a ser 
contestada também por estabelecer um critério estritamente quanti-
tativo para definir a pobreza.
Além do BPC, outras áreas da política têm sido investigadas. 
Alves (2013) considerou a judicialização dos medicamentos em 
Campos dos Goytacazes um avanço, tendo em vista os problemas 
relacionados à falta de logística do governo para a sua distribuição. 
Percebeu que a procura pelo Poder Judiciário consistia na única 
alternativa para a obtenção do remédio, que, em caso contrário, não 
seria obtido. A assistente social judicial Josélia Reis (2010, p. 82) 
também destacou a importância do Serviço Social neste processo, 
demonstrando a ocorrência de 62% de resolutividade nos casos que 
envolvem as demandas de seguridade social, sem a necessidade de se 
chegar ao juiz. Com relação à judicialização, a autora considera que, 
mesmo sendo em grande parte resultado do acúmulo de ações indi-
viduais em vista da obtenção de direitos que não foram efetivados, 
tal processo expressa a possibilidade alternativa de exercício da cida-
dania. Em suas palavras: 
(...) o reconhecimento da importância do exercício de cidadania 
participativa apresenta-se subjacente ao reconhecimento da provo-
cação do Judiciário como algo inerente à falta de cumprimento das 
obrigações formais das instituições para com a população (REIS, 
2010, p. 83).
Todavia se, por um lado, a judicialização pode ser uma alternativa 
para a efetivação de direitos, por outro, pode se traduzir em resultados 
negativos, reforçando a tendência do Judiciário em aplicar o seu poder 
“prioritariamente de forma coercitiva ou repressiva, direcionado para o 
disciplinamento, a normalização de condutas” (FÁVERO, 2005). 
Em uma pesquisa sobre a judicialização dos conflitos com crian-
ças e adolescentes atendidos por programas de acolhimento institucio-
nal integral em São Gonçalo, Figueiredo (2012) entendeu este processo 
41
O Poder Judiciário e o Serviço Social na judicialização da política e da questão social 
como o aprofundamento da tendência do Poder Judiciário em usar o 
direito como uma forma de controle social, sendo que atualmente res-
ponde conforme a ideologia neoliberal. 
(...) a judicialização das crianças e adolescentes acolhidos em São 
Gonçalo exprime um processo inverso ao das instituiçõesque aten-
diam a política relacionada ao Código do Menor de 1979, visto 
que antes se judicializava a infância a fim de separá-la da família, 
submetendo-a à tutela do Estado, enquanto, nos dias atuais, a judi-
cialização implica na retirada dessas crianças e adolescentes das ins-
tituições de acolhimento, seja para devolvê-las às suas famílias, seja 
para entregá-las à adoção. Trata-se de buscar adaptar o Estatuto às 
orientações da política neoliberal, que visa tornar o Estado mais efi-
ciente, restringindo o alcance das políticas sociais (FIGUEIREDO, 
2012, p. 4). 
De fato, a judicialização da política tende a intensificar a judicia-
lização da questão social, mas enquanto a primeira pode ser concebida 
positivamente, a outra tende a ser identificada como aumento do poder 
de coerção e controle. Segundo Sierra (2011, p. 259), a judicialização 
da política “remete à intromissão do Poder Judiciário nos processos de 
deliberação política, admitindo com isso o conflito na relação entre os 
Poderes”, enquanto a judicalização da questão social “refere-se ao 
aumento da interferência dos aparatos de controle judicial sobre a 
pobreza, quer seja para proteção e defesa dos direitos de cidadania, quer 
seja para repressão dos comportamentos penalmente puníveis”. 
Enfim, em todos os casos destacados, o serviço social tem parti-
cipado fornecendo subsídios às decisões judiciais. Segundo Souza 
(2006, p. 59), o assistente social é parte constituinte e constitutiva dos 
conflitos judicializados. Tradicionalmente o serviço social é convocado 
para realizar o estudo social e o parecer técnico. Todavia, outras atribui-
ções estão sendo exigidas ao assistente social judicial, como emitir rela-
42
SER Social, Brasília, v. 16, n. 34, p. 30-45, jan.-jun./2014
Vânia Morales Sierra 
tórios de avaliação, formular projetos de intervenção, além de realizar 
as já conhecidas visitas domiciliares, de esclarecer os usuários dos seus 
direitos, fazer encaminhamentos para o acesso às políticas públicas, rea-
lizar contatos interinstitucionais etc.5 
Atualmente, o serviço social da Justiça Federal está presente no 
atendimento dos juizados especiais federais (JEFs). Segundo Reis 
(2010, p. 76), somente em 1989 ingressou a primeira assistente social 
para atuar com o servidor do Poder Judiciário Federal. A demanda para 
a realização de um trabalho voltado ao público dos JEFs ocorreu 
somente em 2005, por conta da necessidade da perícia social ser reali-
zada junto ao Serviço de Perícias Médicas.
De certa forma, a ampliação do serviço social na justiça tem 
acompanhado a expansão do Poder Judiciário e de suas atribuições, o 
que indica a valorização deste serviço, cada vez mais considerado indis-
pensável ao encargo da prestação jurisdicional. Considerando a criação 
de procedimentos menos formais nos juizados especiais e os juízes per-
cebendo a necessidade de valorizar informações confiáveis pertinentes 
ao litígio, a fim de fundamentar as sentenças, percebe-se o quanto o 
assistente social pode acrescentar no sentido da qualidade da prestação 
jurisdicional, possibilitando aos juízes conciliar a sua responsabilidade 
judicial com a capacidade de responder as demandas por justiça, favo-
recendo com isso um melhor desempenho institucional. De certa 
forma, se é possível reconhecer um aumento da responsabilidade dos 
juízes neste processo, também se pode verificar uma sobrecarga de tra-
balho da equipe técnica, que neste contexto de judicialização adquire 
relevância não apenas sobre a influência nas sentenças, mas, sobretudo, 
por ser o assistente social um profissional que intervém sobre as expres-
sões da questão social, sendo cobrado das habilidades e competências 
5 Informação obtida no site da Justiça Federal e do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, 
disponível em: <http://www.tjrj.jus.br/institucional/inf_juv_idoso/cap_vara_inf_juv_idoso/
estrutura/div_serv_soc.jsp>.
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O Poder Judiciário e o Serviço Social na judicialização da política e da questão social 
expressas nas dimensões técnico-operativa, teórico-metodológica e 
ético-política do serviço social. 
Num país onde a extrema desigualdade social acentua a desigual-
dade no acesso e garantia de direitos, o Serviço Social Judicial, ao lidar 
com a parcela da população que enfrenta grandes dificuldades de acesso 
aos direitos sociais básicos, procura alinhar o trabalho profissional aos 
interesses das classes trabalhadoras e subalternas, no sentido do projeto 
ético político (NETTO, 1999) e dos princípios do Código de Ética da 
profissão de 1993, sendo, portanto, favorável à equidade e à justiça social, 
“numa perspectiva de universalização do acesso a bens e a serviços relati-
vos às políticas e programas sociais, bem como sua gestão democrática”. 
Trata-se de um trabalho que requer o compromisso profissional com a 
defesa dos direitos de cidadania, numa disputa com o projeto hegemô-
nico neoliberal, que tem deteriorado os sistemas de proteção social.
No Poder Judiciário, a execução do trabalho do assistente social 
judicial deve se orientar na direção do Código de Ética Profissional e do 
Projeto Ético-Político-Pedagógico, tendo em vista que pode ser reali-
zado com a finalidade de tornar a justiça mais próxima e sensível aos 
dramas que atingem o cotidiano da classe trabalhadora, procurando 
fazer com que sejam garantidos o respeito a sua individualidade e a 
todos os seus direitos. 
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