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Petróleo: energia através da história Beatriz Raeski da Silva Guímell Amaral Fernandes[footnoteRef:1] [1: Acadêmicas do curso de Engenharia Química da Universidade de Passo Fundo (UPF); E-mails: beatrizraeski@gmail.com / guimell.fernandes@gmail.com] Resumo: Este artigo discute o que é o petróleo bem como sua história e, principalmente, sua relevância para a indústria e a vida cotidiana, ao passo que necessita ser substituído. Palavras-chave: Petróleo. Energia. Refino. Extração. Substituto. Introdução O petróleo sempre foi crucial para a geração de energia e combustóveis. Desde sua descoberta esperava-se que fosse produtivo e que causaria impacto na economia mundial. Todavia, o petróleo não é inesgótavel, e depois de quase 200 anos, sua expectativa de vida diminuiu, deixando os responsáveis por sua importação e exportação preocupados. Sendo poluente e tendo um alto custo para extração, veio a necessidade de subtituí-lo por algo que fosse mais rentável e menos poluente, sem contrastar em eficácia para que se suprisse a demanda de energia e combustíveis. 1 O que é o petróleo? É uma combinação complexa de hidrocarbonetos, isto é, compostos formados por carbono e hidrogênio que possui coloração que pode variar desde o incolor ou castanho claro até o preto. O petróleo é um recurso natural, mas sua exploração tem um alto custo finaceiro e requer diversos estudos. 1.1 Derivados do petróleo Além da gasolina, que é usada como combustível para a maioria dos automóveis, são também derivados do petróleo a parafina, o GLP (gás liquefeito de petróleo, ou gás de cozinha), produtos asfálticos (como o piche), a nafta petroquímica (matéria-prima utilizada na produção de gases), querosene, polímeros, solventes, óleos combustíveis, óleos lubrificantes, óleo diesel e combustível para aviação. 1.2 A origem do petróleo Há duas hipóteses: a primeira leva em conta que, com o aumento da temperatura, as moléculas do querogênio começariam a ser quebradas, gerando compostos orgânicos líquidos e gasosos, num processo denominado catagênese. Para se ter uma acumulação de petróleo seria necessário que, após o processo de geração e expulsão, ocorresse a migração do óleo e/ou gás através das camadas de rochas adjacentes e porosas, até encontrar uma rocha selante e uma estrutura geológica que detenha seu caminho, sobre a qual ocorrerá a acumulação do óleo e/ou gás em uma rocha porosa chamada rocha reservatório. Esta teoria é a mais aceita pela maioria dos geólogos e geoquímicos. Uma outra hipótese, datada do século XIX, defende que o petróleo teve uma origem inorgânica, a partir dos depósitos de carbono que possivelmente surgiram durante a formação da Terra. 1.3 A extração do petróleo Depois de identificar, através de estudos geológicos, a presença de uma rocha rica em petróleo, o local é isolado e começam as escavações. Ao atravessar a rocha sedimentar, a sonda usada para escavar chega à camada petrolífera, neste momento o petróleo é jorrado para fora da jazida. Isso ocorre devido à presença de gases componentes do petróleo. Após, ele é purificado nas torres de fracionamento. 1.4 Refino do petróleo bruto Ao chegar nas refinarias, o produto extraído dos reservatórios é submetido a uma separação gás-óleo-água livre e a desidratação do óleo para retirada de água e sais presentes no petróleo. O óleo bruto resultante é bombeado a um forno e em seguida, é encaminhado à uma torre de destilação atmosférica, também conhecida como destilação fracionada, onde ocorrerá a primeira etapa de separação de seus derivados. Ao longo da torre de destilação fracionada, há uma série de pratos (cerca de 30), onde é efetuada a separação dos derivados do petróleo de acordo com seus pontos de ebulição. Como o petróleo é composto por hidrocarbonetos, as frações mais pesadas dele são destiladas na parte inferior da torre e as frações mais leves na parte superior. Nesta etapa, são obtidos derivados como o gás combustível, o GLP, nafta, gasolina, querosene, óleo diesel e o gasóleo. A etapa posterior consiste na destilação à vácuo dos resíduos da destilação atmosférica após seu aquecimento no forno. Devido a ação do vácuo, esta unidade opera com pressões inferiores à pressão atmosférica, possibilitando que o sistema de calor e pratos efetue a separação de novos derivados do petróleo, como óleo combustível ou asfalto, Gasóleo Pesado e Gasóleo Leve . Nas refinarias ainda ocorrem outros processos para obtenção de derivados diversos, como o craqueamento, que transforma frações mais pesadas em frações mais leves através da quebra de moléculas dos compostos de cadeias longas em cadeias menores, e alquilação catalítica, onde há a reação de adição de duas moléculas leves para a síntese de uma terceira de maior peso molecular, catalisada por um agente de forte caráter ácido. 2 A importância do petróleo É difícil determinar alguma coisa que não dependa direta ou indiretamente do petróleo. Seus derivados se fazem presentes nos combustíveis automobilísticos, na geração de energia, na produção de plásticos, etc. O mundo depende do petróleo por todos estes fatores e, ainda, por propocionar geração de empregos nas indústrias. 3 A necessidade de substituir o petróleo O petróleo é uma fonte esgotável. Segundo a estimativa de 2008, o petróleo duraria mais 40 anos a partir de então. Portanto, nos últimos tempos tem sido considerada a produção de energias alternativas. A que se mais destaca atualmente são os biocombustíveis, que são mais baratos e menos poluentes que o petróleo, o que leva muitos acreditarem que seriam bons substitutos. 3.1 Os biocombustíveis Os biocombustíveis nada mais são que combustíveis de origem biológica não fóssil. São produzidos a partir de uma ou mais plantas como a soja, mamona, cana-de-açúcar, milho, beterraba, etc. É uma fonte de energia renovável, isto é, é naturalmente reabastecida. Este acaba sendo mais um fator que torna o biocombustível uma boa alternativa, já que o petróleo é uma fonte de energia não renovável, assim dependendo de condições geológicas dentro de um período de tempo para existir. 4 A indústria de petróleo A história da indústria petrolífera começa no século XIX, quando na Escócia foi descoberto que o mesmo poderia ser extraído do carvão e do xisto betuminoso. Para que isso pudesse acontecer, foram criados processos de refinação. O primeiro poço moderno foi perfurado no Azerbaijão, no ano de 1846. O Azerbaijão foi o maior produtor de petróleo no século XIX e sua produção era de mais da metade da produção mundial. O primeiro poço nas Américas foi perfurado no Canadá, em 1858. Em agosto de 1859 foi perfurado o primeiro poço nos Estados Unidos para a procura do petróleo, a uma profundidade de 21 metros. O poço revelou-se produtor e a data passou a ser considerada, pelos norte-americanos, a do nascimento da moderna indústria petrolífera. 4.1 A produção de petróleo no mundo Atualmente os Estados Unidos lideram o ranking de produção de petróleo com aproximadamente 9 milhões de barris por dia, ultrapassando a Arábia Saudita, que era líder na produção há 40 anos. O Brasil se encontra na décima posição devido a produção de 2014, relatada como o recorde do país com 2,92 milhões de barris por dia. 4.2 A produção no Brasil No Brasil, foi no início do século XX que foram encontrados fósseis marinhos em áreas betuminosas. A Petrobras foi criada através do sancionamento de uma lei feito por Getúlio Vargas em 1953. As operações de exploração e produção de petróleo, bem como as demais atividades ligadas ao setor de petróleo, gás natural e derivados, exceto a distribuição atacadista e da revenda no varejo pelos postos de abastecimento, foram conduzidas pela Petrobras até 1997. Nesse ano, o então presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso sancionou a lei que pôs fim ao regime de monopólio da empresa, ou seja, desde então o trabalho de exploração, produção, refino e transporte do petróleo no Brasil da Petrobras passou a competir com outras empresas estrangeiras e nacionais. 4.2.1 A Petrobras hoje A Petrobrasé uma empresa de economia mista, ou seja, tem a atuação controlada pelo Estado, que detém mais da metade das suas ações ordinárias. Com um faturamento de US$72,3 bilhões, possui 63 sondas de perfuração - sendo 44 marítimas -, 12.895 poços produtores, 103 plataformas de produção, 16 refinarias, 31.089 km de dutos e 5.870 postos de combustível e ainda investe na área de combustíveis renováveis e pesquisa (dados de 2006). 5 Os efeitos da queda do preço do petróleo A queda dos preços afeta diretamente as empresas que exploram petróleo e os investimentos no setor. No último acontecimento, a petroleira canadense Suncor, por exemplo, anunciou o corte de mil postos de trabalho para reduzir custos de exploração entre US$ 600 milhões e US$ 800 milhões em dois anos. Já os grandes importadores e dependentes do petróleo, como Filipinas e China, aproveitam os preços baixos para impulsionar o crescimento econômico ou reverter a desaceleração econômica. Grandes comerciantes de petróleo do mundo também aproveitam o momento para contratar superpetroleiros para armazenar estoques de barris no mar à espera de uma recuperação dos preços. A estratégia eleva as taxas de frete de navios-tanque, e as empresas de transporte vêem os preços de suas ações subirem. Grandes consumidores de combustível como as companhias aéreas podem, em tese, ser beneficiados com o combustível mais barato e levar essa economia para uma redução nos preços. O Banco Mundial avalia que o preço mais baixo do petróleo está reduzindo a inflação no mundo todo e é provável que retarde as altas nas taxas de juros nos países ricos. Conclusão Este artigo pretendeu informar sobre o petróleo, bem como sua situação no passado e presente da humanidade, colocando em evidência a transformação passada pela indústria petrolífera desde sua descoberta até os dias atuais. O petróleo, apesar de ser considerado por alguns como insubstituível e inesgotável, necessita de substituição quase imediata. As diversas mudanças ocorridas desde a Revolução Industrial levaram a humanidade a um caminho muito futurista e promissor, porém pouco sustentável. Inevitavelmente seria preciso a busca por alternativas que colaborassem com o meio ambiente, ao passo que também colaborassem com o estilo de vida humano, isto é, o consumo em massa. Para que isso aconteça, o petróleo e sua principal função, de abastecer o mundo, deveriam ser abandonadas. Pouco a pouco, biocombustíveis tomam seu lugar e vão se esgotando suas reservas ao redor do mundo. O único desafio é como sobreviver sem o petróleo, matéria-prima de tantas substâncias e materiais usados em indústrias e até mesmo nas casas da população. É por isso que encontrar seu substituto é uma árdua tarefa, requerindo profissionais especializados que possam identificá-lo. Referências BARROS, Filipe de. Formação do petróleo: teoria orgânica. 2009. Disponível em: <https://filipedebarros.wordpress.com/tag/formacao-do-petroleo-teoria-organica/>. Acesso em: 11 jun. 2015. CEPA. A origem do petróleo. Disponível em: <http://cepa.if.usp.br/energia/energia1999/Grupo1A/origem.html>. Acesso em: 11 jun. 2015. FARIA, Caroline. Petrobras e o Petróleo no Brasil. 2007. Disponível em: <http://www.infoescola.com/geografia/petrobras-e-o-petroleo-no-brasil/>. Acesso em 11 jun. 2015. GARCEZ, Calors Alberto Guimarães. A origem inorgânica do petróleo. 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