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A farmacologia pode ser definida como o estudo dos efeitos das substâncias químicas sobre a função dos sistemas biológicos. A motivação pelo estudo da farmacologia surgiiu da prática clínica, porém o seu estabelecimento como ciência só pode ser construído com base em fundamentos seguros de fisiologia, patologia e química. Uma das principais questões que envolvem a farmacologia é como agem as substâncias e medicamentos. Antigamente, todos os fármacos tinham origem natural proveniente de ervas e plantas com efeitos medicinais e atualmente, a maioria é sintético. Hoje em dia muitos laboratórios tentam desenvolver medicamentos a partir de plantas, uma vez que os medicamentos sintéticos são mais difíceis de serem desenvolvidos. Somente uma de cada dez mil moléculas sintéticas se converte em medicamento e um em cada dez fármacos pesquisados chega às farmácias, levando muitos anos para serem manipulados e comprovado a sua eficácia em humanos e com isso gerando um custo elevadíssimo que acaba sendo repassado aos pacientes que dependem destes fármacos para a sobrevivência. Vários fármacos surgem ao acaso, ao observar-se um determinado efeito quando se faz uso da substância ou do próprio fármaco para outra doença. A piperazina, por exemplo, foi originalmente utilizada no tratamento da gota e descoberta posteriormente outra aplicação como vermífugo. Muitos fármacos surgem a partir de uma triagem empírica, onde substâncias são submetidas a diversos testes de forma mais ou menos aleatória. Outra possibilidade são as fontes naturais, onde se seleciona uma substância baseada no uso popular como a ayahuasca ou mais conhecido como Santo Daime. Pode-se também atuar na modificação molecular e uma determinada substância já conhecida, promovendo transformações químicas para aumentar a potência do fármaco, diminuir seus efeitos colaterais, melhorar farmacocinética e sabor/odor. Fonte: RANG, HP, DALE, MM, RITTER, JM, FLOWER, RJ, HENDERSON, G. Farmacologia, 2012. Atualmente busca-se conhecer a fundo uma doença para o desenvolvimento do fármaco adequado ao tratamento. Um exemplo disso é a descoberta da molécula de Captopril. Conhecia-se a Enzima Conversora de Angiotensina e sabia-se que o veneno de jararaca agia inibindo essa enzima e, consequentemente, reduzindo a PA; desenvolveu-se então o fármaco a partir dessa ideia. Fonte: RANG, HP, DALE, MM, RITTER, JM, FLOWER, RJ, HENDERSON, G. Farmacologia, 2012. Os ensaios farmacológicos são realizados em 3 etapas. 1. Ensaios pré-clínicos – são realizados visando determinar quais proteína-alvo e substância podem agir sobre determinado problema. Em geral são estudos em vitro. 2. Estudos em animais experimentais – atualmente são usados animais transgênicos. Existem dois níveis de testes: 1. Curta duração – avalia-se a atividade farmacológica, toxicidade aguda e subcrônica (principalmente hepatotoxicidade e nefrotoxicidade). 2. Longa duração – avalia-se toxicidade crônica, teratogenicidade, carcinogenicidade e mutagenicidade. 3. Ensaios clínicos (duração de 2 a 10 anos): 1. Fase 1 – Voluntários normais, saudáveis– avalia-se segurança, tolerabilidade, toxicidade, parâmetros farmacocinéticos (absorção, acúmulo em tecidos) e interações. Geralmente são feitas comparações com fármacos já existentes ou usando-se placebo. Ensaios do tipo duplo cego. 2. Fase 2 – realizada em pacientes selecionados (em geral 100 a 300) – avalia-se eficácia terapêutica, esquema posológico, farmacocinética. 3. Fase 3 – Grande número de pacientes selecionados – avaliação de eficácia e segurança. Lançamento do fármaco no mercado. 4. Fase 4 – realizada em pacientes fazendo uso regular do fármaco – observa-se reações adversas, padrão de uso e indicações adicionais. Pode obrigar a retirada do fármaco do mercado. Referências Bibliográficas BRUNTON, L.L. GOODMAN & GILMAN: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12ª ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2012. RANG, H.P., DALE, M.M., RITTER, J.M., FLOWER, R.J., HENDERSON, G. Farmacologia. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. Links: http://www.periodicos.ufrn.br/mneme/article/view/164/154 http://www.uff.br/RVQ/index.php/rvq/article/viewArticle/65
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