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Tratados Internacionais: Conceito, Terminologia e Classificações

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Marcus – Direito Internacional Público – 23/02/2017
	 Fundamento no consentimento
Tratados
Costumes
Princípio Gerais do Direito
Tratados Internacionais (só faz, só fica se quiser)
1) Conceito: tratado internacional é o acordo formal concluído entre 2 ou mais pessoas jurídicas de direito internacional público, e que se destina a produzir efeitos jurídicos na órbita internacional.
a) Acordo formal: escrito, regras da convenção de Viena sobre tratados;
b) Pessoa jurídica de direito internacional público: Estados, Organizações internacionais;
c) Bilaterais ou multilaterais;
d) Tratados internacionais estão sujeitos à “PACTA SUNT SERVANDA”, significa o Tratado firmado deve ser obrigatoriamente executado pelas partes evoluídas.
2) Terminologia: Tratado, convenção, pacto, protocolo, carta, estatuto, acordo, declaração, regulamento e compromisso.
OBS.: Todavia existem alguns termos que exprimem realidades específicas no direito internacional.
a) Acordo de rede: bilateral para instalação física da rede de uma Organização Internacional em um Estado (território).
b) Compromisso arbitral: é o Tratado por meio do qual 2 Estados submetem à arbitragem um litígio do qual são partes.
c) Concordata: é um tratado bilateral em que uma das partes é a Santa Sé que tem por objeto tratar das relações da igreja católica.
3) Classificações: 
a) No. de partes bilaterais ou multilaterais.
b) Quanto ao procedimento: 		
[solene: exige assinatura + ratificação é aquele que a conclusão exige duas fase de expressão do consentimento, 1ª é a assinatura e depois a ratificação.
[procedimento breve é aquele em que o consentimento se exprime com a simples assinatura.
c) Quanto a natureza das normas: 
[contratual: é aquele que expressa negócios jurídicos celebrado entre sujeitos de direito internacional que tenham interesses comuns. Ex. Tratado comercial.
[Normativo: é aquele em que os pactuantes estabelecem regras que devem ser seguidas por todos. Ex. Convenção da OIT sobre trabalho escravo.
d) Quanto a execução no tempo:
[Dispositivos: são aqueles que se executam em um momento específico mas cujos efeitos se prolongam no tempo. Ex. tratado para definir fronteira.
[Dinâmicos: são tratados que vinculam as partes por prazo certo ou indeterminado, e cuja execução se prolonga no tempo. Ex. tratado comercial, extradição.
e) Quanto a execução no espaço:
[Ampla: é aquele que obriga cada uma das partes e relação a todo o seu território.
[restrita (muito excepcional): são aqueles que, por vontade dos pactuantes ou por sua natureza são aplicados apenas a uma parte do território. Ex. tratado de cooperação Amazônica (desenvolvimento regional).
Requisitos de validade de um tratado:
1) Capacidade: Estado ou Organização Internacional
2) Competência negocial
3) Consentimento mútuo
4) Objeto lícito e possível.
		09-03-17
Requisitos de validade
4 requisitos: 
1) capacidade: estados e organizações internacionais (PJ de Direito Internacional Público)
2) competência negocial: quem pode negociar em nome do Estado ou organizações internacionais. Convenção de Viena sobre Tratados (chefes de estado, chefes de governo; plenipotenciários (são os ministros de estado das relações exteriores ou chefe de missão diplomática (só podem negociar tratados bilaterais); representantes acreditados pelos estados perante uma conferência internacional ou organização internacional; possuidor de carta de plenos poderes.
3) Consentimento livre de vícios
4) Objeto do contrato deve ser lícito e possível
Fases de elaboração de um tratado
Passa por 2 fases
1ª) negociação
- bilaterias: negociação se inicia, normalmente, por nota diplomática. O local é, em regra, no território de um dos pactuantes. A exceção é fazer em um terceiro estado. O idioma é aquele definido pelos pactuantes.
- multilaterais: a negociação é coletiva, exige a convocação de conferencia diplomática internacional. Se houver pluralidade de idiomas as partes devem escolher o idioma de trabalho oficial e idiomas para as versões finais do tratado. A adoção do texto de um tratado numa conferencia diplomática internacional efetua-se, via de regra, por maioria de 2/3 (maioria qualificada) dos estados. A exceção é de os estados definirem regra diversa (unanimidade, por exemplo).
2ª) consentimento
As partes manifestam a sua vontade de se obrigar.
Nos tratados solenes o consentimento se dá na assinatura e posteriormente na ratificação (no plano internacional). A assinatura atesta que as cláusulas pactuadas são autenticas. Ratificação é o ato unilateral com que a PJ de Direito Internacional, signatária de um ratado, exprime definitivamente, no plano internacional, a sua vontade de se obrigar.
Nos tratados de procedimento breve basta a assinatura.
Obs: caso um estado não tenha participado da negociação, mas queira se obrigar por seu cumprimento, poderá praticar o ato de adesão, desde que o tratado admita esta possibilidade. Ratificação e adesão devem ser expressas.
Nos tratados multilaterais é possível a existência de reservas. É um ato unilateral. Estabeleço que um determinado ponto não será aceito. Reserva é uma declaração unilateral feita por um estado ao ratificar ou aderir a um tratado, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições.
Incorporação dos tratados ao ordenamento brasileiro
Aprovação no Congresso Nacional – art 49, I da CF, competência exclusiva de aprovar para ter efeito internamente. Ingressa com status de Lei Ordinária, como regra. Exceção feita para Tratados Internacionais de Direitos Humanos, que ingressam com status de Emenda Constitucional, se aprovados na Câmara dos Deputados e Senado federal em 2 turnos de votação, por 3/5 de votos dos respectivos membros (art 5, par 3º, CF, EC 45/04).
Os tratados de direitos humanos aprovados antes da EC 45 de 2004 (por exemplo, Pacto de São José da Costa Rica), foram incorporados com o status de supralegal (entre a CF e as leis).
Sujeitos de Direito Internacional Público
1) Estados: 
Conceito: PJ de direito internacional, formada por 3 elementos (povo, território e soberania)
Estado X Nação: nação são pessoas ligadas por questões de língua, tradições e religião ainda que estejam em territórios diferentes.
Povo: é o conjunto de nacionais, que possuem aquela nacionalidade.
Nacionalidade
Conceito: vínculo jurídico-político que une um indivíduo a um Estado.
Todo ser humano deve ter 1 nacionalidade. Pode ter mais de uma, o polipátrida.
Quem não tem uma nacionalidade é o apátrida.
Espécies: 
1) Originária ou primária: atribuída ao indivíduo no nascimento pela Constituição do Estado (não é uma opção, o estado que determina unilateralmente). 2 critérios: 
a) “Ius solis”: o indivíduo terá a nacionalidade do estado em que cujo território nasceu.
b) “ius sanguinis”: o indivíduo terá a nacionalidade dos ascendentes (pais) pouco importando o lugar onde nasceu.
2) Adquirida ou secundária: é a que decorre de um processo de naturalização definido por cada Estado. O indivíduo precisa pedir e o estado precisa deferir o seu pedido. Tem caráter bilateral.
Nacionalidade na Constituição de 1988.
Art 12 – fichamento. 5 horas
Brasileiros Natos e naturalizados.
Brasileiros natos: nacionalidade originária, são brasileiros de nascimento.
4 hipóteses: 
- nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros (os 2) desde que estes (pelo menos 1 deles) não estejam a serviço de seu país. Critério “ius solis”
- nascidos no estrangeiro de pai ou mãe brasileira, qualquer deles a serviço do Brasil. “ius sanguinis”
- nascidos no estrangeiro de pai ou mãe brasileira desde que sejam registrados numa repartição brasileira competente. “ius sanguinis”
- nascidos no estrangeiro de pai ou mãe brasileira desde que venham residir no Brasil e optem pela nacionalidade brasileira a qualquer tempo após a maioridade. “ius sanguinis”. Brasil não pode se negar a reconhece-lo como nato.
Brasileiros naturalizados: tem nacionalidade brasileira adquirida, decorrente de processo de naturalização.
3 formas de naturalização
- naturalização legal: lei 6815/80 – estatuto do estrangeiro(4 anos de residência, saber o idioma, etc). Brasil pode recusar mesmo preenchidos os requisitos. Ato discricionário
- originários de países de língua portuguesa, desde que possua residência no Brasil a 1 ano ininterrupto e idoneidade moral. Brasil pode recusar mesmo preenchidos os requisitos. Ato discricionário
- naturalização extraordinária, desde que o estrangeiro resida no Brasil a mais de 15 anos ininterruptos e ausência de condenação criminal. Brasil não pode negar se os requisitos estiverem presentes.
Diferenças entre brasileiros natos e naturalizados.
- diferenças são exceções e são apenas aquelas previstas na CF.
1 – cargos privativos dos brasileiros natos – art 12, par 3º., CF
Presidente da República, Vice-Presidente, Presidente da câmara dos deputados, Presidente do Senado federal e Ministro do STF deve ser brasileiro nato (sucessão do PR)
Oficial das Forças Armadas
Ministro de Estado da Defesa
Carreira Diplomática
2 - Composição do Conselho da República
Art 89, VII, CF – 6 cidadãos brasileiros natos.
3 – Propriedade de empresa jornalística ou de radio difusão
Art 222, CF – brasileiro nato, brasileiro naturalizado a mais de 10 anos ou PJ
4 – Extradição: é a entrega de um indivíduo de um estado para outro, mediante pedido deste por vias diplomáticas, para responder por crime ou cumprir pena. Legalidade do pedido é decidida pelo STF. PR decide se extradita.
Pode o Brasil extraditar Brasileiro?
- se for brasileiro nato, NÃO
- se for brasileiro naturalizado, em regra NÃO. 2 exceções: se o crime comum foi cometido antes da naturalização, se comprovado envolvimento com tráfico de entorpecentes, antes ou depois da naturalização.
Pode o Brasil extraditar estrangeiro?
- em regra, SIM.
- 2 exceções: crime político ou crime de opinião.
Extradição é diferente de expulsão, de deportação e de entrega ao Tribunal Penal Internacional.
Expulsão é a exclusão do território nacional do estrangeiro que cometer atividade nociva. Depende de inquérito no Ministério da justiça. Brasileiro nato ou naturalizado não pode ser expulso.
Deportação é a exclusão do território nacional do estrangeiro ilegal
Entrega ao Tribunal penal Internacional, e pode ser brasileiro nato, naturalizado ou estrangeiro
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