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Caderno de Direito Constitucional LFG Intensivo 1, 2 e 3 (2010-2011)

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Intensivo 1, 2 e 3 (2010-2011)
CONSTITUCIONAL
Marcelo Novelino, Pedro Taques, Pedro Lenza
Conteúdo
6TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO
6CONSTITUCIONALISMO
71ª fase: Constitucionalismo Antigo:
72ª fase: Constitucionalismo Clássico ou Liberal
7DIREITOS DE 1ª DIMENSÃO OU PRIMEIRA GERAÇÃO
83ª fase: Constitucionalismo Moderno ou Social
8DIREITOS DE 2ª DIMENSÃO OU SEGUNDA GERAÇÃO
94ª fase: Constitucionalismo Contemporâneo ou Neoconstitucionalismo
10DIREITOS DE 3ª IMENSÃO OU TERCEIRA GERAÇÃO
10DIREITOS DE 4ADIMENSÃO OU GERAÇÃO
115ª Fase: Constitucionalismo do Futuro
13TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO
13CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO
13Concepção Sociológica
13Concepção Política
13Concepção material e formal
14Concepção Jurídica
14Concepção Normativa (Konrad Hesse)
14Concepção Culturalista
15EVOLUÇÃO HISTÓRICA CONSTITUCIONAL
151. Constituição de 1824
172. Constituição de 1891
193. Constituição de 1934
204. Constituição de 1937
215. Constituição de 1946
226. Constituição de 1967
257. Constituição de 1969
258. Constituição de 1988
26CLASSIFICAÇÃO DA CRFB/88
26PODER CONSTITUINTE
26Fenômeno constituinte
27Poder Constituinte Originário
27Características essenciais do Poder Constituinte Originário
27Limitações materiais
28Titularidade x Exercício
28Poder Constituinte Decorrente
29Limitações
30Poder Constituinte Derivado
31Limitações do Poder Constituinte Derivado Reformador
34DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS
35Limitações do Poder Constituinte Derivado Revisor
36HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
361. HISTÓRICO
362. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
361º HERMENEUTICO CLÁSSICO ou JURÍDICO (Alemão - Ernest Forsthoff).
362º CIENTÍFICO ESPIRITUAL (Pudolf Smeno).
373º TÓPICO – PROBLEMÁTICO (Theodor Viehweg).
384º MÉTODO HERMENÊUTICO-CONCRETIZADOR (KONRAD HESSE).
385º MÉTODO NORMATIVO-ESTRUTURANTE (Friedrich Müller)
386º MÉTODO CONCRETISTA DA CONSTITUIÇÃO ABERTA (alemão Peter Häberle).
39PRINCÍPIOS INSTRUMENTAIS DE INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO
40PRINCÍPIOS INSTRUMENTAIS DE INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO
40COMPETÊNCIA
42Subprincípios ou máximas parciais
43PREÂMBULO DA CONSTITUIÇÃO
43Natureza
43CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
43Normas Constitucionais de Eficácia Plena
43Normas Constitucionais de Eficácia Contida/ Restringível/ Redutível
44Normas Constitucionais de Eficácia Limitada
44Normas de eficácia absoluta ou supereficaz
45Norma Constitucional de eficácia exaurida ou esvaida
45NORMAS CONSTITUCIONAIS NO TEMPO
451. REVOGAÇÃO:
452. RECEPÇÃO
463. CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE
46NORMAS CONSTITUCIONAIS NO TEMPO -
46REPRISTINAÇÃO
47MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL (Laband e Jellinek)
47CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
47SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO
48HIERARQUIA ENTRE LEI ORDINÁRIA E LEI COMPLEMENTAR
49HIERARQUIA DOS TRATADOS INTERNACIOANAIS
49PARÂMETRO DE CONSTITUCIONALIDADE
50BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE
50CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS DE INCONSTITUCIONALIDADE
50Quanto ao tipo de conduta praticada pelos poderes públicos
50Quanto à norma constitucional ofendida
51Quanto à extensão da Inconstitucionalidade
51Quanto ao momento da Inconstitucionalidade
52Quanto ao prisma de apuração
52FORMAS DE CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE
52Quanto à finalidade
54Quanto à competência
55Quanto ao momento
58Quanto à natureza
58FORMAS DE DECLARAÇÃO DA INCONSTITUCIONALIDADE PELO PODER JUDICIÁRIO
58Quanto aos aspectos
59Quanto ao aspecto temporal
61Quanto à extensão no controle concentrado abstrato
61CONTROLE DIFUSO CONCRETO
61Ação Civil Pública
61Cláusula de reserva do Plenário (regra da “full bench”)
64Suspensão da Execução da lei pelo Senado
65AÇÕES DE CONTROLE CONCENTRADO ABSTRATO
65Ação direta de inconstitucionalidade (ADI) e ação declaratória de constitucionalidade (ADC)
73CONTROLE DE COSNTITUCIONALIDADE
73CONTROLE CONCENTRADO ABSTRATO
73ADI e ADC
75PGR
76AGU
77“Amicus Curiae”
78Medidas Cautelares na ADI e na ADC
78Na ADI:
79Na ADC:
79Efeitos da Decisão de mérito na ADI e na ADC (Art. 24 ao 28, da lei da ADI)
82ADPF –AGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL
86INSTRUMENTOS DE CONTROLE DAS OMISSÕES INCONSTITUCIONAIS –
88CONTROLE CONCENTRADO CONCRETO – chamada ADI INTERVENTIVA (representação interventiva). (Federal)
88CONTROLE CONCENTRADO CONCRETO – chamada ADI INTERVENTIVA (representação interventiva). (Estadual)
88RECURSO EXTRAORDINÁRIO
89CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE NOS ESTADOS
891. FORMA DE ESTADO
922. CLASSIFICAÇÃO (para os Estados-membros)
933. ADI GENÉRICA EM SEDE ESTADUAL (representação de inconstitucionalidade)
98CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE DOS ESTADOS
98DIREITOS DA NACIONALIDADE
101DIREITOS FUNDAMENTAIS
105EFICÁCIA VERTICAL E HORIZONTAL
106LIMITES DOS LIMITES
107DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS
1145. GRAVAÇÃO CLANDESTINA, QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO E INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA
119DIREITOS SOCIAIS
121DIREITOS DOS TRABALHADORES (art. 7º, CF)
123*O STF condena deputado federal por crime de responsabilidade. O art. 45 assegura a deputados e senadores imunidade processual, no sentido de que não poderão ser processados sem prévia licença da corporação respectiva. Há imunidade processual aos senadores e aos deputados federais e estaduais.
124DIREITOS POLÍTICOS
1352. PERDA
1353. SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS
135ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
1351. Forma de Estado:
1362. Formas de governo:
1363. Sistema de governo
1364. CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DE UMA FEDERAÇÃO
137REQUISITOS DE MANUTENÇÃO DE UMA FEDERAÇÃO:
137AUTONOMIAS
138REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS
138CRITÉRIOS PARA DISTRIBUIR AS COMPETÊNCIAS:
138Poderes enumerados:
138Possibilidades de delegação – art. 22, p. único:
139Competências comuns – art.23
139Competências concorrentes – art. 24
140TIPOS DE FEDERALISMO ou DE FEDERAÇÃO
140Quanto ao surgimento:
1402. Quanto à concentração do poder [aonde está o poder]:
1413. Quanto à repartição de competências:
1414. Quanto às características dominantes do modelo.
142AUTONOMIA E SOBERANIA
143ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
143DIVISÃO ORGÂNICA = DIVISÃO DE FUNÇÕES.
144I - PODER LEGISLATIVO
144II - PODER EXECUTIVO
144III - PODER JUDICIÁRIO
145I - PODER LEGISLATIVO
145FORMAS DE MANIFESTAÇÃO DO LEGISLATIVO DA UNIÃO.
146DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE O LEGISLATIVO
146DEPUTADOS FEDERAIS
147ATRIBUIÇÕES DO PODER LEGISLATIVO DA UNIÃO
148ESPÉCIES DE PROCESSOS LEGISLATIVOS
148a) PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO OU COMUM
1481. INICIATIVA [proposição, disposição, capacidade legislativa, competência legiferante].
1482. DEBATE OU DISCUSSÃO
1493. VOTAÇÃO OU APROVAÇÃO
1494. SANÇÃO OU VETO [fase constitutiva, por deliberação]
150DERRUBADA DE VETO
1505. PROMULGAÇÃO
1506. PUBLICAÇÃO
150b) PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO
151c) PROCESSO LEGISLATIVO ESPECIAL
151PODER CONSTITUINTE DERIVADO OU DECORRENTE
153PROCESSO LEGISLATIVO ESPECIAL DA LEI DELEGADA
156CRIME DE RESPONSABILIDADE COMETIDO PELO PRESIDENTE DO PODER EXECUTIVO FEDERAL.
160III - PODER JUDICIÁRIO
160ATRIBUIÇÃO PRECÍPUA DO PODER JUDICIÁRIO:
161ORGANIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO NACIONAL
161SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
162SUPLENTE DE SENADOR:
1621) PRERROGATIVA DE FORO – ART. 53, § 1º, CF.
1632) IMUNIDADE MATERIAL OU INVIOLABILIDADE [FREEDOM OF SPEECH].
163ESTADO DE DEFESA/ESTADO DE SÍTIO.
1633) IMUNIDADE FORMAL [FREEDOM FROM ARREST]
165PROCESSO LEGISLATIVO
166MEDIDA PROVISÓRIA
166PRAZO DE VIGÊNCIA:
167REGIME DE URGÊNCIA:
167NECESSIDADE DE SANÇÃO:
167REVOGAÇÃO DE MP:
167LIMITAÇÕES MATERIAIS:
168CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DA MEDIDA PROVISÓRIA:
169MEDIDA PROVISÓRIA ESTADUAL
169SÚMULA VINCULANTE
170SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
171JUSTIÇA COMUM FEDERAL
172JUSTIÇA COMUM ESTADUAL
172JUSTIÇA ESPECIALIZADA ELEITORAL
172MINISTÉRIO PÚBLICO
173MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
174MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
174MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR174MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
174MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL
175PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DO MINISTÉRIO PÚBLICO
176PRINCÍPIO DA UNIDADE
176PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL
176Independência funcional ≠ Autonomia funcional.
177ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO
179O Ministério Público é instituição permanente
179Essencial à função jurisdicional do Estado
179Incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica
179Defesa do regime democrático
181E dos interesses sociais e individuais indisponíveis
182Promovendo as medidas necessárias a sua garantia
185COMPETÊNCIA CRIMINAL NA CONSTITUIÇÃO
185FASES/ETAPAS DETERMINATIVAS DA COMPETÊNCIA CRIMINAL
185PODER
185TERRITÓRIO
185ETAPAS DEFINIDORAS DA COMPETÊNCIA CRIMINAL NA CONSTITUIÇÃO
186COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS
187TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL
189ESPECIAIS OU ESPECIALIZADAS
189JUSTIÇA ELEITORAL
190JUSTIÇA MILITAR
190JUSTIÇA DO TRABALHO
191JUSTIÇA FEDERAL
191A competência criminal da Justiça Federal
1911º grupo: COMPETÊNCIA CRIMINAL GERAL:
191Crimes políticos.
192UNIÃO
192AUTARQUIAS FEDERAIS
193EMPRESA PÚBLICA
193SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL
194CRIMES AMBIENTAIS EM DETRIMENTO DA FAUNA.
195CRIMES AMBIENTAIS EM DETRIMENTO DA FLORA.
1962º GRUPO: COMPETÊNCIA CRIMINAL ESPECIAL OU ESPECÍFICA, PARTICULAR OU CASUÍSTICA CONSTITUCIONAL.
196OS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
197CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO E CONTRA A ORDEM FINANCEIRA
197CRIMES COMETIDOS A BORDO DE NAVIOS OU AERONAVES
198ESTRANGEIRO
199SISTEMA CONSTITUCIONAL DAS CRISES
TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO
CONSTITUCIONALISMO
As idéias básicas do Constitucionalismo são:
a) Separação de Poderes
b) Garantia dos Direitos
c) Princípio do Governo Limitado
De acordo com Karl Lowenstein, em sua Teoría de La Constituición, “a história do constitucionalismo não é, senão, a luta do homem político pela limitação do poder absoluto”. O Constitucionalismo se contrapõe ao Absolutismo. 
1ª fase: Constitucionalismo Antigo:
Inicia-se na Antiguidade, passa pela Idade Média e termina no final do século XVIII.
Surgiram experiências no Estado Hebreu, Grécia, Roma e Inglaterra “rule of law”.
2ª fase: Constitucionalismo Clássico ou Liberal
Surge no final do Século XVIII até a 1ª Guerra Mundial. Foi a partir das Revoluções Liberais que surgiram as primeiras constituições escritas, rígidas, dotadas de supremacia. 
A primeira foi a Constituição norte-americana (1787), em seguida, a Constituição francesa (1791). 
Com o surgimento da constituição escrita, surge a rigidez constitucional. E quando a Constituição é rígida, possui supremacia. 
DIREITOS DE 1ª DIMENSÃO OU PRIMEIRA GERAÇÃO
Surgem os DIREITOS DE 1ª DIMENSÃO: ligados à liberdade, em razão da luta da burguesia para limitar o poder estatal. São os direitos civis e políticos. (direitos individuais)
Os norte-americanos contribuíram com duas idéias essenciais:
- Supremacia da Constituição: poder constituinte e poderes constituídos (Poder Judiciário, Poder Legislativo e Poder Executivo).
- Garantia Jurisdicional: tendo como responsável o Poder Judiciário (por ser o poder mais neutro do ponto de vista político).
OBSERVAÇÃO:O controle de constitucionalidade difuso surgiu pela primeira vez nos Estados Unidos (Marshall).
Já os franceses, contribuíram com as seguintes idéias, inclusive, bem claras na Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão (art. 16): 
- Garantia de direitos;
- Separação dos poderes. 
Nessa segunda fase, surge a idéia de Estado de Direito (Estado Liberal): está ligado à idéia de império da lei. Esse modelo veio para substituir o Estado de Polícia (absolutista). Possui as seguintes características:
- Os direitos fundamentais correspondem aos direitos da burguesia (liberdade e propriedade). Não possuíam dimensão material, mas apenas a formal. 
- A administração pública não poderia intervir nesses direitos se não houvesse lei (já existia o princípio da legalidade).
- Limitação do poder do Estado pelo direito estende-se ao soberano. 
- Princípio da legalidade e da Administração Pública.
- O Estado se limita à defesa da ordem e segurança públicas (Estado mínimo).
(Observação: Adam Smith foi o principal teórico no campo econômico. Segundo ele, o Estado deve ter apenas três deveres: 
- proteger a sociedade contra a violência e a invasão externa; 
- estabelecer uma adequada administração da justiça, e
- erigir e manter obras e instituições que não sejam objeto de interesse privado. 
Concretizações do Estado de Direito
- “Rule of law”: governo das leis em substituição ao governo dos homens.
Foi na experiência da rule of law que surgiu o devido processo legal em seu caráter substantivo.
- Rechtsstrat - Prússia (século XVIII): idéia de impessoalidade e poder.
- État Légal: estabelecimento de normas por legisladores eleitos democraticamente. Vigorava a escola da exegese. Foi nessa época que surgiu a expressão “o juiz é a mera boca da lei”.
- État Du droit: Estado de Direito. – verfassungsstaaf (Estado Constitucional). 
*O princípio do devido processo legal no rule of Law, Rechtsstrat, État Légal e État Du droit – tema abordado na prova MP-MG.
3ª fase: Constitucionalismo Moderno ou Social
Período compreendido da 1ª a 2ª Guerra Mundial. Seu surgimento decorreu do esgotamento fático do constitucionalismo liberal, incapaz de atender às demandas por direitos sociais. 
DIREITOS DE 2ª DIMENSÃO OU SEGUNDA GERAÇÃO
Período em que surge a 2ª DIMENSÃO DE DIREITOS: ligada à igualdade (material). Consagrando os direitos sociais, econômicos e culturais (direitos coletivos).
Com isso, nasce o Estado Social: buscando a superação do antagonismo igualdade política x desigualdade social. 
(Qual a diferença entre Estado Social e Estado socialista?
É que o estado social mantém sua adesão ao capitalismo.
Características do Estado Social:
- intervenção no domínio social, econômico e laboral;
- o Estado assume papel decisivo na produção e distribuição de bens;
- garantia de um mínimo de bem-estar social (“welfarestate”). 
- estabelecimento de um grande convênio global de estabilidade econômica. (Keynes) – Pacto Keynesiano.
Savigny surge com os elementos interpretativos, que passam a ser utilizados em meados do século XVIII: interpretação literal, histórico, lógico e sistemático.
OBSERVAÇÃO:o elemento teleológico não entra nesse grupo, uma vez ele já estaria incluído nesses quatro elementos.
4ª fase: Constitucionalismo Contemporâneo ou Neoconstitucionalismo
Pós-positivismo: (Alexy e Dworki)
- Busca uma reaproximação entre o direito e a moral. Tenta ser um ponto intermediário entre o jusnaturalismo e o pós-positivismo. (Robert Alexy).
Após o fim da Segunda Guerra Mundial surge o neoconstitucionalismo, trazendo novas concepções de Estado Constitucional e da teoria do direito.
Se analisar o conceito de direito no jusnaturalismo, um elemento comum é encontrado. Segundo Alexy, esse elemento seria a correção substancial (para ser direito, tem que ser justo). Já no positivismo jurídico, dois elementos estão sempre presentes: validade formal ou eficácia social (a idéia principal não é a justiça, mas a segurança jurídica). 
O conceito de direito do pós-positivo reúne a validade formal, eficácia social e correção substancial.
Ex.: Judia volta à Alemanha e ajuíza ação pedindo indenização pelos bens confiscados. O Tribunal decidiu que, apesar de ser norma originária da Constituição, viola normas de sobre-direito (superior) e determinou que a Alemanha devolvesse os bens dela, por ser mais justo. 
Segundo Alexy, o direito extremamente injusto não é direito: o critério de justiça deve se sobrepor.
- Reconhecimento do caráter normativo dos princípios
Deixou de ser feita distinção entre princípio e norma. A norma passou a ser considerada gênero, com 2 espécies: princípios e regras. 
Norma: princípios e regras.
DIREITOS DE 3ª DIMENSÃO OU TERCEIRA GERAÇÃO
Surgem nesta quarta fase os DIREITOS DE 3ª DIMENSÃO: ligados à fraternidade ou solidariedade. 
São os seguintesdireitos de 3ª dimensão: o meio-ambiente, autodeterminação dos povos, progresso ou desenvolvimento, comunicação. 
(Observação: A classificação de Paulo Bonavides é adotada para concursos federais. Paulo Bonavides coloca a paz como 3ª dimensão. Hoje, entende que pertence a 5ª dimensão.
DIREITOS DE 4ª DIMENSÃO OU GERAÇÃO
Já aqueles DIREITOS DE 4ª DIMENSÃO estão ligados à pluralidade: democracia, informação e pluralismo. 
Características do Neoconstitucionalismo:
a) Normatividade da Constituição
OBSERVAÇÃO:A constituição européia entendia que os direitos fundamentais eram diretrizes que não vinculavam o legislador.
b) Supremacia Constitucional
Para ser suprema, deve ser rígida. Para ser rígida, deve ser escrita.
c) Centralidade da Constituição (onipresença da constituição, ubiqüidade constitucional)
Está presente em todos os assuntos que tenham a mínima relevância.
OBSERVAÇÃO:A “constitucionalização do direito” é fruto dessa centralidade. Fatores que contribuíram para essa constitucionalização: 
- eficácia horizontal dos direitos fundamentais
- filtragem constitucional (as leis tiram seu fundamento de validade da Constituição – princípio da interpretação conforme a constituição);
- rematerialização da constituição, comum às constituições do 2º pós-guerra, que se tornaram prolixas. Significa que novos direitos fundamentais foram incorporados), maior abertura da interpretação constitucional (existem vários métodos de interpretação).
Os princípios são interpretados por meio de ponderação. Essa técnica amplia a margem de análise do Juiz. Já quanto às normas, analisam-se as premissas (maior e menor). 
Ex.: Ver HC que analisou caso dos Judeus: os ministros partiram da ponderação e chegaram a conclusões distintas.
( Esse tema é recorrente nos concursos.
d) Fortalecimento do Poder Judiciário
Tornou-se mais forte com o advento da CRFB/88.
Ex.: ampliação das ações de controle de constitucionalidade, dos legitimados para propor essas ações. 
O principal protagonista não é mais o legislador, mas sim o Juiz.
Estado Democrático de Direito ou Estado Constitucional Democrático:
Faz uma conexão entre Estado de Direito e democracia, por meio do princípio da soberania popular (art. 2º, parágrafo único da CRFB). Possui como principais características:
- Preocupação com a efetividade e com a dimensão material dos direitos fundamentais
Enquanto antes se preocupava em consagrar na constituição determinados direitos; hoje, a preocupação é fazer com que esses direitos sejam efetivos, ou seja, saiam do papel para a realidade. 
- O governo deve ser exercido e organizado em termos democráticos.
- O legislador passa a ter, além das limitações formais, limitações materiais.
- A democracia hoje é vista num sentido substancial: surge a garantia de direitos fundamentais para todos, inclusive, para as minorias.
Não satisfeitos com todas essas etapas, os autores estão falando num novo constitucionalismo (José Roberto Dromi – “La reforma constitucional: El constitucionalismo de por-venir”):
5ª Fase: Constitucionalismo do Futuro
Busca equilíbrio entre as conquistas do constitucionalismo moderno e os excessos do constitucionalismo contemporâneo. Possui os seguintes valores fundamentais:
- Verdade, Solidariedade, Consenso, Continuidade, Participação, Integração, Universalização.
Quadros resumos:
	Momento histórico
	Documentos e características marcantes
	ANTIGUIDADE
	Lei do Senhor, Hebreus – limites bíblicos;
Democracia direta – Cidades-Estado gregas
	IDADE MÉDIA
	Magna Carta de 1215
	IDADE MODERNA
	Pactos forais ou cartas de franquia
Petition of rights de 1628;
Habeas Corpus Act de 1679;
Bill of Rights de 1689;
Act of Settlement de 1701
	CONSTITUCIONALISMO 
NOTE-AMERICANO
	Contratos de colonização;
Compact de 1620;
Fundamental orders of Connecticut de 1639;
Carta outorgada pelo Rei Carlos II de 1662;
Declaration of rights do Estado de Virgínia de 1776;
Constituição da Confederação dos Estados Americanos de 1781.
	CONSTITUCIONALISMO 
MODERNO
	Constituição norte-americana de 1787;
Constituição francesa de 1791
	CONSTITUCIONALISMO CONTEMPORÂNEO
	Totalitarismo constitucional;
Dirigismo comunitário;
Constitucionalismo globalizado;
Direitos de segunda dimensão;
Direitos de terceira dimensão(fraternidade e solidariedade)
	CONSTITUCIONALISMO 
DO FUTURO
	Consolidação dos direitos de terceira dimensão;
Segundo Dromi, a verdade, a solidariedade, a continuidade, a participação, a integração, e a universalidade são perspectivas.
	Para o Neoconstitucionalismo, a CONSTITUIÇÃO é:
	Centro do sistema
	
	Norma jurídica- imperatividade e superioridade;
	
	Carga valorativa – axiológica – dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais;
	
	Eficácia irradiante em relação aos Poderes e mesmo aos particulares;
	
	Concretização dos valores constitucionalizados;
	
	Garantia de condições dignas mínimas – mínimo existencial
	CONSTITUCIONALISMO MODERNO
	NEOCONSTITUCIONALISMO
	Hierarquia entre normas
	Hierarquia entre normas não apenas formal, mas axiológica – valor;
	Limitação do poder
	Concretização dos direitos fundamentais
	MARCO HISTÓRICO DO NEOCONSTITUCIONALISMO
	HISTÓRICO
	Estado Constitucional de Direito;
Documentos a partir da Segunda Guerra Mundial;
Redemocratização
	FILOSÓFICO
	Pós-positivismo;
Direitos fundamentais;
Direito-ética
	TEÓRICO
	Força normativa – Konrad Hesse;
Supremacia da constituição – constitucionalização dos direitos fundamentais;
Nova dogmática da interpretação constitucional
(Dica de leitura:
Capítulo 1 -  Direito Constitucional esquematizado - Pedro Lenza, ed. Saraiva. memorizar quadro esquemático
Capítulo 1 e 2 - Direito Constitucional - Marcelo Novelino, ed. Método. memorizar quadro esquemático
(Praticando:
fazer questões do site:http://www.questoesdeconcursos.com.br/
TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO
CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO
Existem várias concepções ou acepções a serem tomadas para definir o termo “constituição”.
Concepção Sociológica
Segundo Ferdinand Lassale, em seu livro “¿ Qué es uma Constitución?”, as questões constitucionais são questões de poder, e não de direito.
Lassale traz a distinção entre a Constituição escrita ou jurídica e a real ou efetiva. A última diz respeito à soma dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade, que regem uma determinada nação. 
Para ele, uma constituição só seria legítima se representasse o efetivo poder social, refletindo as forças sociais que constituem o poder. Caso isso não ocorresse, ela seria ilegítima, uma simples folha de papel.
Ex.: Aristocracia (eles seriam responsáveis pelos fatores reais do poder)
A Constituição real sempre prevalece sobre a escrita. Na sua concepção, quando a Constituição escrita não corresponde à real, não passa de “uma folha de papel”.
Concepção Política
Tem como principal precursor Carl Schmitt
. Segundo ele, o fundamento da Constituição está na decisão política que a antecede. 
Faz a distinção entre Constituição propriamente dita e leis constitucionais: são formalmente iguais, no entanto, materialmente distintas. 
a) Constituição propriamente dita é apenas aquilo que decorre de uma decisão política fundamental: direitos fundamentais, estrutura do Estado e organização dos poderes, vida democrática etc. (normas materialmente constitucionais).
b) Leis constitucionais: são as demais normas inseridas no texto constitucional, mas não contêm matéria de decisão política fundamental- as normas formalmente constitucionais.
Ex.: art. 242 CRFB – Colégio Pedro II
OBSERVAÇÃO:Para o controle de constitucionalidade, importa a forma.
Na visão de Schmitt, em razão de ser a constituição um produto de uma certa decisão política, ela seria, nesse sentido, a decisão política do titular do poder constituinte.
Concepção material e formal
Critério próximo ao de Schmitt. Do ponto de vista material, o que vai importar para definirmos se uma norma tem caráter constitucional ou não será o seu conteúdo, pouco importando a forma pela qual foi aquela norma introduzida no ordenamento jurídico.
Já nocritério formal, o que Schmitt chama de leis constitucionais, não mais nos interessa o conteúdo da norma, mas sim a forma como ela foi introduzida no ordenamento jurídico. Normas constitucionais, nesse sentido, são aquelas introduzidas pelo poder soberano, por meio de processo legislativo mais dificultoso, diferenciado e mais solene do que o processo legislativo de formação das demais normas do ordenamento.
Concepção Jurídica
Segundo Hans Kelsen, o fundamento da Constituição não está na sociologia nem na política, mas sim, no direito. Aloca a constituição no mundo do dever ser, e não no mundo do ser, caracterizando-a como fruto da vontade racional do homem, e não das leis. Faz distinção entre:
a) Constituição em sentido lógico-jurídico – o fundamento é a norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental da validade da constituição jurídico-positiva.
-é o fundamento da Constituição em sentido jurídico-positivo.
-é hipotética por que é norma pressuposta, fruto de uma convenção social: surge a partir do momento em que as pessoas aceitam se submeter às normas. No entanto, essa norma não diz que a Constituição deve ter conteúdo justo.
b) Constituição em sentido jurídico-positivo – equivale à norma positiva suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional em mais alto grau.
Escalonamento de normas – piramidal – uma norma constituindo o fundamente de validade de outra, numa verticalidade hierárquica.
	PLANO LÓGICO-JURÍDICO
	PLANO JURÍDICO POSITIVO
	Norma fundamental hipotética;
Plano suposto;
Fundamento lógico-transcendental da validade da Constituição jurídico-positiva.
	Norma posta, positivada;
Norma positivada suprema
Concepção Normativa (Konrad Hesse)
Surge após a 2ª guerra mundial. Hesse rebate a concepção sociológica por meio do livro “Força normativa da constituição”.
Hesse concorda em alguns pontos com Lassale. Ele afirma que se a concepção sociológica for admitida (descrição da realidade), o direito constitucional vai deixar de ser uma ciência do dever-ser, passando a ser uma ciência do ser. 
Ainda que em alguns casos a Constituição escrita acabe por sucumbir diante da realidade, em outros, ela possui uma força normativa capaz de modificar esta realidade. Para isso, basta que exista uma “vontade de Constituição” e não apenas uma “vontade de poder”. 
Concepção Culturalista
É um apanhado das concepções anteriores. O primeiro a citá-la no Brasil foi J. H. Meirelles Teixeira. Busca o fundamento da Constituição em todas as concepções anteriores, remetendo ao conceito de Constituição Total.
A Constituição ao mesmo tempo em que surge condicionada pela cultura de um povo, também é condicionante desta cultura.
Para Meirelles Teixeira, trata-se de uma formação objetiva de cultura.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA CONSTITUCIONAL
1. Constituição de 1824
Não se pode entende uma constituição a partir de sua promulgação. Deve-se analisar o contexto histórico de sua época. 
Em 1777, assume o poder em Portugal Dona Maria, período este nominado de “a viradeira”. Ao assumir ela afastou o Marques de Pombal, e começou a manter relação comercial com a Inglaterra. 
Em 1789, ocorre na Europa a Revolução Francesa, Dona Maria impede que os idéias da Revolução Francesa pudessem ser propagado em Portugal, eis que, Portugal era um Estado Absolutista. Este é o período que ocorre a Inconfidência Mineira no Brasil. 
Em 1795, Dona Maria edita alvará impedindo que o Brasil tivessem indústria. Isto foi exigência da Inglaterra, para que Portugal pudessem manter relação com o Brasil. 
Em 1806, Napoleão edita o chamado Bloqueio Continental, que foi a proibição de que os Estados Europeus negociassem com a Inglaterra.
Em 1808, a família real veio ao Brasil, e algumas medidas foram tomadas: 
a) Abertura dos portos para as nações amigas; 
b) Cancelamento do alvará que proibia indústria no Brasil; 
c) Criação do Banco do Brasil (José da Silva Lisboa – Visconde de Cairu – discípulo de AdamSmith); 
Com a chegada da família real chegou a europização do Brasil, eis que, culturamente adotou costumes europeus. Como Portugal veio escoltado pela Inglaterra, esta era o país que pagavam a menor taxa de importação, além de outros benefícios, como por exemplo, a extraterritorialidade, o cidadão inglês era julgado por juízes ingleses que no Brasil estivesses. 
Em 1914/1815, Napoleão perdeu a guerra na Batalha de Waterloo, e assim, foi feito o Congresso de Viena. Dom João VI foi proibido de participar do Congresso, porque não se encontrava em solo Europeu. 
Assim, para participar, elevou o Brasil a Reino Unido a Portugal e Algaves, deixando de ser colônia, e assim, pode participar do Congresso.
Contudo, a elite portuguesa queria a volta de Dom João VI a Europa, e assim, faz a Revolução do Porto, pleiteando: 
a) Volta de Dom João VI a Europa; 
b) Recolonização do Brasil; 
Em 1821, Dom João VI volta ao Brasil, deixando seu filho, Dom Pedro. Nesta época, Dom Pedro passa a começar a não aceitar as ordens de Portugal, e no final desse ano, Dom João exige a volta de Dom Pedro. 
Em 9 de janeiro de 1822, Dom Pedro ler a carta do “Dia do Fico”. De janeiro até setembro, ocorreu manifestação pela Independência do Brasil.
No dia 7 de setembro de 1822, Dom Pedro I, voltando de Santos, no Riacho de Ipiranga, declara a independência. A primeira nação que reconheceu a independência foi o EUA (Doutrina Monroe: pregava América para os americanos). 
Em 1823 é convocada a Assembléia Nacional Constituinte. Formaram-se dois grupos: brasileiros e portugueses. Os brasileiros criaram um projeto de constituição denominado “Constituição da Mandioca”: só pode votar quem tivesse determinada extensão de terras que pudesse cultivar certa quantidade de mandiocas. 
Ocorre que os portugueses não tinham terras no Brasil, mas apenas comércio. Então, ficariam afastados das eleições. 
Em razão desta Constituição, Dom Pedro dissolveu a Assembléia: Noite da Agonia. Formou um grupo de 10 membros e outorgou a Constituição em 25 de março de 1824.
1.1 Características 
a) Outorgada
b) Baseou-se na Constituição Francesa (1791) e a Espanhola (1812)
c) Adota a teoria do poder moderador – 4º Poder (Benjamin Constant). Não se adotou a divisão orgânica de Montesquieu. 
Os juízes eram escolhidos pelo Imperador (Executivo). O senado era vitalício. O poder Moderador estava acima dos outros (Imperador).
d) O Estado era irresponsável (o rei não erra)
e) Forma de estado unitário – as províncias não tinham legislativo próprio
f) Forma de governo – monarquia perpétua hereditária
g) Constituição semi-rígida ou semi-flexível
h) A constituição possuía limite temporal (só poderia ser alterada após 4 anos)
i) Sufrágio restritivo censitário
j) A religião oficial era católica apostólica romana – Estado confessional – unida à Igreja. O imperador nomeava o padre num instituto denominado padroado.
l) Constituição rica em direitos fundamentais, apesar de ainda existir a escravidão
m) Constituição pactuada – O imperador abre mão um pouco do poder em nome do Estado.
2. Constituição de 1891
Em 1831 os portugueses fizeram, em Ouro Preto, grande festa para D. Pedro. Muitos brasileiros foram assassinados na Noite das Garrafadas. 
No mesmo ano, D. João VI morre em Portugal. D. Pedro abdicou do trono português para D. Miguel e ofereceu sua filha a este. 
D. Pedro deixou trono para seu filho, como príncipe regente, e voltou a Portugal. Bonifácio de Andrade ficou como tutor do menor. 
De 1831 a 1840 o Brasil vive um período de regência. Em 1834 a Constituição foi alterada pelo Ato Adicional de 1834: deu as províncias legislativo próprio (capacidade política). Os federalistas, então, aproveitaram que não havia imperador e tentaram acabar com o estado unitário. Já era o início o federalismo no Brasil. 
Em 1840, foi feito um Ato de interpretação ao referido ato adicional: voltou-se a ser um estado unitário. 
Em 1848
 houve o chamado parlamentarismo à brasileira: o imperador era chefe de estado e o parlamentoelegia o gabinete.
Em 1864 a 1870 houve a Guerra do Paraguai, tendo Duque de Caxias como líder. Os brasileiros saíram vitoriosos.
Em 1888 houve a libertação dos escravos e em 15 de novembro de 1889, República. São os motivos da República:
- Idade avançada do Imperador (só tinha como herdeira a Princesa Izabel)
- Libertação dos escravos: monarquia perdeu apoio da elite rural
- Aparecimento das Forças Armadas como Instituição
O decreto 01 do governo provisório, editado por Rui Barbosa convoca a Assembleia Nacional Constituinte para criar uma constituição (1889). 
Cria-se a bandeira nacional: “ordem e progresso” é o ideal positivista (doutrina de Augusto Comte). O positivismo pregava que o cidadão precisa de ordem e regras para depois crescer. 
2.1 Características
Com a Proclamação da República, a família real foi banida. O Brasil, então, precisava de dinheiro. Iniciou o período inflacionário. O presidente era Deodoro da Fonseca.
a) Constituição promulgada: decorre de uma Assembleia Nacional Constituinte
Quem a redigiu quase que sozinho foi Rui Barbosa, o qual era monarquista. O advogado Amaro Cavalcanti também o auxiliou
b) Fonte inspiradora
: Constituição americana
c) Cria a República como forma de governo
d) Cria a federação como forma de estado: as províncias passam a ser estados com poder legislativo próprios.
Ex.: os Estados-membros poderiam legislar sobre eleitoral e processo civil.
Os Estados-membros eram governados por Presidentes. Havia possibilidade de reeleição. 
Os EUA surgiram de 3 estados dependentes: federação por agregação ou centrípeta. Ao contrário do Brasil, que era um estado unitário e foi dividido: federação por desagregação ou centrífuga.
e) O poder moderador acabou em 1798
f) Constitucionaliza o habeas corpus
g) Constitucionaliza o MP
h) Separação do estado e igreja
i) Cria a grande naturalização de 1891
j) Sufrágio universal com algumas restrições: mulher e mendigo não votavam
l) O nome do Brasil era Estados Unidos Brasil
m) Adota sistema presidencialista
n) Cria o STF
o) O voto era adescoberto (identificado)
p) Não existia justiça eleitoral
3. Constituição de 1934
O período de 1891 a 1934 será dividido em períodos para melhor estudo:
a) 1891 a 1930: República Velha, dividida em dois períodos:
a.1 República das Espadas
a.2 República dos Governadores (café com leite, bucha)
Em 1926, a Constituição de 1891 recebe uma emenda: retira-se um pouco da autonomia dos estados-membros e acaba com a doutrina nacional do habeas-corpus (Escola Política Brasileira do HC)
. Rui Barbosa defendia que o HC era instrumento utilizado para a defesa de todos os direitos líquidos e certos. Contra ele, Pedro Lessa entendia que HC só poderia ser usado para a proteção da liberdade de locomoção. 
Em 1930 surge o mandado de segurança, constitucionalizado em 1934. 
Em 1926 a economia baseava-se no café. Os cultivadores brasileiros contraíram grandes empréstimos internacionais. Caso eles não pagassem, a União seria a responsável. Vigorava a política do café com leite. 
O presidente de 1926 a 1930 era Washington Luis (café). O próximo deveria ser um mineiro. Ocorre que, em 1929, houve a quebra da bolsa de nova York, prejudicando os produtores de café de São Paulo. Washington quebrou a política do café com leite e nomeou Júlio Preste como Presidente. Três governadores não concordaram com a quebra da política: Antônio Carlos (Minas), João Pessoa (Paraíba) e Getúlio Vargas (RS).
Por que a bandeira da Paraíba está escrito “nego”?
Porque negou apoio a Júlio Prestes. 
Esses 3 governadores lançaram Getúlio como Presidente e João pessoa como vice: aliança liberal. Tal aliança ganhou formalmente, mas como o voto era fraudado, eles perderam. Júlio Prestes venceu.
A eleição foi em março de 1930 e tomaria posse em novembro. Ocorre que, em julho de 1930, na Paraíba, João Pessoa determinou que a polícia fizesse uma busca e apreensão na casa de advogado líder da oposição. Na casa deste advogado, a polícia encontra um cofre com cartas de amor do advogado (que era casado) para uma senhora liberal de 23 anos. As cartas foram publicadas no diário oficial da Paraíba.
 Dantas mata João Pessoa em Recife, na confeitaria da Glória.
Getúlio Vargas pega corpo de João Pessoa e inicia manifestações. Ocorreu a Batalha de Tararé. Na verdade, não houve batalha nenhuma.
Em 24 de outubro de 1930, os militares afastam Júlio Prestes e não permitem que Washington Luis assuma. Getúlio Vargas assume poder em 3 de novembro de 1930, pondo fim à República Velha e dando início a República Nova. 
Edita também um decreto que revoga a constituição de 1891 e passa a governar por meio de decretos. Nomeia interventores para todos os estados. 
Em 1932, estudantes paulistas iniciam manifestações para uma nova constituição. No dia 23 de maio, a polícia do interventor mata quatro estudantes paulistas. Em razão da morte, no dia 9 de julho inicia a Revolução Constitucionalista de 1932. Informalmente, os paulistas queriam voltar ao poder. 
Getúlio Vargas acabou com essa revolução no Vale da Paraíba. 
Em 1933, convoca uma Assembleia Nacional Constituinte.
3.1 Características
a) Constituição promulgada
b) Fonte inspiradora: Constituição Alemã de 1919 (Weimer)
(MP-Minas) A Constituição de 1934 marca a mudança do constitucionalismo. Até 1934, havia um constitucionalismo jurídico-político (organização do estado, direitos fundamentais de 1ª dimensão). Assim, havia um estado liberal. A partir de 1934, as constituições passam a ser também econômicas e sociais. Passa-se ao estado social (dispõe sobre saúde, trabalho, educação, previdência).
c) Constitucionaliza o voto da mulher
d) Criação da justiça do trabalho
e) Constitucionalização do mandado de segurança e da ação popular
f) Liberdade de imprensa
4. Constituição de 1937
No período entre 1934 e 1937 existiam duas forças políticas
- Ação Integralista Brasileira (direita), apoiado por grandes proprietários e empresários. Tinham o lema: “Deus, Pátria e Família”. O líder era Plínio Salgado. Tinham ideais fascistas. 
- Aliança Nacional Libertadora (esquerda), formado por operários e sindicalistas. Tinham mais de 400 mil brasileiros filiados. 
Em 1935, Getúlio cria a Lei de Segurança Nacional, temendo um golpe comunista. Ocorreu a Intentona Comunista (tentativa de golpe de esquerda). Getúlio acaba com a Aliança e com a Intentona Comunista.
Em 1937, Getúlio afirma, falsamente, que os comunistas tinham um plano (Plano Cohen). Para inibir esse falso plano, inventado pelo próprio Getúlio, institui o Estado Novo. 
4.1 Características
a) Outorgada
b) Fonte inspiradora: Constituição Polonesa. Por isso, Polaca. Alguns entendem que o nome “Polaca” ocorreu pq havia muitas prostitutas.
c) Redigida por Francisco Campos (Chico Ciência)
d) Restringe HC e desconstitucionaliza a ação popular
e) Centraliza poder no chefe do executivo da União
 Fechou o Congresso e legislava por meio de decretos-lei. Além disso, o Presidente tinha a última palavra nas questões constitucionais. Materialmente, havia um poder: o de Getúlio
f) Acaba com a federação: Getúlio afasta governadores, fecha parlamentos estaduais e nomeia interventores. Materialmente, o estado era unitário.
g) Censura da imprensa
h) Era uma Constituição Cesarista. Mas a consulta popular nunca ocorreu. Então, não existia do ponto de vista formal. 
5. Constituição de 1946
Entre os anos de 1937 até 1946:
Getúlio criou o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), Voz do Brasil, café substituído pela indústria.
Em 1933, Hitler é eleito na Alemanha, unificando, em 1934, o poder na Alemanha. Em 1939 inicia a 2ª Guerra Mundial. 
De 1939 a 1943 o Brasil fica neutro. Formam-se dois grupos no mundo:
- Eixo Alemanha, Itália e Japão
- EUA e outros.
Interesse dos EUA no Brasil:
O EUA e aliados queriam utilizar a base aérea naval, em Natal, pois é o ponto mais perto da África. Interessavam-se também pela borracha e mineral utilizado na fabricação de binóculos. 
Forneceram dinheiropara a construção da Companhia de Siderúrgica de Volta Redonda, Walt Disney veio ao Brasil. Brasil entrou na Guerra com a FED – Força Expedicionária Brasileira, aliado aos EUA. Os expedicionários retornaram em 1945, vitoriosos.
Em 1945, os militares, temendo novo golpe, afastam Getúlio do poder. Convocam-se eleições para presidente e para o congresso. A instituição mais forte eram as Forças Armadas. Concorriam Dutra e Brigadeiro Eduardo Gomes, ambos militares. Dutra ganhou a eleição.
5.1 Características
a) Promulgada
b) Fonte inspiradora: Constituição brasileira de 1934. Possui, então, mesmas características da de 1934. Foi uma das mais democráticas. 
c) Foi uma constituição municipalista: deu maiores competências aos municípios.
d) Eleições diretas (O vice era eleito separadamente e era ao mesmo tempo, presidente do senado)
6. Constituição de 1967
De 1946 a 1967:
a) 1946 a 1950 – Presidente Dutra. Possuía as seguintes características:
- Entreguismo: abertura da economia para as empresas internacionais. Houve uma quebra na indústria nacional.
b) 1950 – Getúlio Vargas foi eleito.
- Nacionalismo populista: expulsa as multinacionais do Brasil, cria a campanha “O Petróleo é Nosso”. Em 1953, cria a Petrobrás. 
Em agosto de 1954, Getúlio suicida-se. Carlos Lacerda, opositor de Getúlio, sofre um atentado e morre um major da aeronáutica, chegando-se à conclusão que o agressor foi contratado por Getúlio. Assume o vice Café Filho.
Novas eleições em 1956 é eleito o Jucelino Kubitschek e vice João Goulart. Há a construção de Brasília. 
Depois, Jânio Quadros é eleito com o vice Goulart, o qual governou durante 7 meses e pregava política contra a corrupção (vassourinha). Proibiu o uso de biquínis nas praias, brigas de galo, lança-perfume e corrida de cavalos. Cria-se a expressão “Terceiro Mundo”. Reata relações diplomáticas com a China e União Soviética. Ocorre a condecoração de Che Guevara. 
Em agosto de 1961, Jânio renuncia à Presidência. Quem deveria assumir era o vice. Os militares entendiam que Goulart era comunista (estava na China) e para não ser preso, entrou no Brasil pelo Rio Grande do Sul, governado por Leonel Brizola. Este lança a Cadeia da Legalidade (movimento popular a partir do RS para a defesa da Constituição). Então, Goulart assumiu poder.
Em setembro de 1961, Goulart assume como Chefe de Estado. Cria-se o Parlamentarismo de setembro de 1961 a fevereiro de 1963, quando houve uma consulta popular e retornou-se ao presidencialismo. À época do Parlamentarismo, Tancredo Neves foi chefe de governo.
Tancredo inicia as denominadas Reformas de Base, as quais tinham 5 pontos: 
- reforma educacional: proibiu escolas particulares e 15% dos lucros eram da educação
- reforma tributária: impostos progressivos
- reforma urbana: quem tivesse mais de uma casa, deveria vender a preços baixos para o governo
- reforma agrária: ninguém poderia ter propriedade com mais de 600 hectares
- reforma eleitoral: analfabeto pode votar
- Impede a remessa de lucros das multinacionais para fora do Brasil. O lucro deveria er aqui aplicado.
Ele assina as reformas na Passeata dos Cem Mil, n RJ. Em SP, para contrariar a do RJ, ocorre a Passeata da Família com Deus pela Liberdade. 
As forças armadas dão um golpe militar e o afastam em 31 de março de 1964, com apoio popular. A partir de 1º de abril, fomos governados por meio de Atos Institucionais. Além destes atos, houve Atos Complementares, todos com força constitucional. 
- AI 01: inaugura a ditadura militar
O presidente poderia cassar mandatos e fechar o congresso.
O 1º Presidente foi Castelo Branco (1964-1967). Em 1965:
- AI 02: acaba com todos os partidos políticos, criando o bipartidarismo: Arena (governo) e MDP (oposição). 
No final de 1966, o Congresso é convocado e o governo remete um projeto de constituição e concede 40 dias para que seja votado.
Chegou-se a Constituição de 1967. 
6.1 Características
a) É atípica: nem promulgada e nem outorgada
b) Centraliza poder no Chefe do executivo da União
c) Eleições indiretas para presidente e governador
d) Presidente pode fechar congresso
e) Constitucionaliza atos institucionais
Em 1967 assume o 2º presidente militar: Costa e Silva (1967-1969). Ocorreu um ato importante: em agosto de 1968, o deputado Moreira Alves fez um discurso na Câmara sugerindo um boicote ao dia 7 de setembro. Os militares pedem a suspensão da imunidade de Moreira, que não é aceito pela Câmara, com um discurso de Mário Covas, em favor da democracia.
Em 13 de dezembro de 1968, os militares editam o AI 05 (documento mais autoritário da nossa história): fecha o congresso nacional por tempo indeterminado, cassa direitos políticos e mandatos, restringe a utilização do HC, censura, proíbe que as casas sejam pintadas de vermelho, proíbe manifestações populares, pena de morte etc. Vive-se num estado de sítio permanente. 
Em 1969, Costa e Silva está doente e os militares não permitem que o vice assuma: Cria-se uma junta militar, a qual outorga a Constituição de 1969.
7. Constituição de 1969
7.1 Características
a) alguns dizem que não foi Constituição, mas emenda 01 da Constituição de 1967
b) maior centralização de poder no chefe do executivo
c) restrição do HC
d) constitucionaliza várias disposições do AI 5
e) Proíbe manifestações populares. Em razão disso, surge a Luta Armada
. Há o tropicalismo e movimentos estudantis. São dois movimentos importantes: VPR (Vanguarda popular revolucionária – Carlos Lamarca) e ALN (Aliança de Libertação Nacional - Maringuela). Surge o MR8. 
f) é a denominada Linha dura do movimento militar
Depois da junta militar, Médici assume. De 1970 a 1974 ocorreu o milagre econômico. Em 1974 ocorreu a Crise de Petróleo. Em 1974 assume Geisel, o qual começa a abertura democrática. 
Em 1977 houve o pacote de abril de 77: conjunto de emendas constitucionais que altera a constituição de 1969. Criou senadores biônicos, voto facultativo para analfabetos. 
Em 1979, o Presidente era João Batista Figueiredo. Há dois momentos importantes: Lei da Anistia (está sendo discutido hoje), quando exilados voltam ao Brasil e acaba o bipartidarismo.O Arena se transformou, ao final, em DEM e o MDB se transformou em vários partidos. 
Lula cria o PT em 1979. Surge também o PMDB com Ulisses Guimarães, PDT com Leonel Brizola, PTB com Ivete Vargas etc. 
A proposta de emenda das diretas, em 1984, foi rejeitada. Em 1985 houve eleição indireta no colégio eleitoral: Tancredo x Maluf. Mesmo sendo indireta, Tancredo prometeu ao povo uma nova constituição. Tancredo venceu. Vice José Sarney.
Tancredo passa mal e não toma posse. Depois morre. Assume José Sarney.
8. Constituição de 1988
Por meio da Emenda 26, Sarney convoca a Assembleia Nacional Constituinte, o qual inicia seus trabalhos em 01 de fevereiro de 1987 e vai até 5 de outubro de 1988, promulgando a CRFB.
8.1 Trabalhos constituintes
O Presidente da constituinte foi Ulisses Guimarães. Foram criadas 24 subcomissões. No final de maio de 1987, foram diminuídas para 8 comissões temáticas. 
 Em junho de 1987, foi nomeado Relator Bernardo Cabral para sistematizar o trabalho destas comissões. Criou o Cabral 01 (551 artigos). Erros: faltou unidade, trabalho muito minucioso. O Cabral 01 recebe 5600 emendas. A Constituição foi reduzida até a sua promulgação.
CLASSIFICAÇÃO DA CRFB/88
a) Quanto à forma: escrita.
OBSERVAÇÃO:o único costume constitucional é o voto de liderança: quando uma matéria é unânime, eles reúnem as lideranças para que as matérias sejam aprovadas.
b) Quanto à sistemática: codificada
c) Quanto à origem: promulgada (democrática, popular, votada)
d) Quanto ao modo de elaboração: dogmática – surge a partir dos dogmas dominantes.
e) Quanto à estabilidade: rígida. O que caracteriza uma Constituição rígida é o processo mais dificultoso para a elaboração de suas normas.
OBSERVAÇÃO:Para Alexandre de Moraes, a CRFB seria super-rígida, em razão da previsão das cláusulas pétreas. 
( Essa classificação foi tema de 2ª fase da Magistratura–MG.
f) Quanto à identificação das normas constitucionais: formal.
g) Quanto à extensão: analítica (prolixa ou regulamentar), até como uma forma de reação aos regimes anteriores.
h) Quanto à função ou estrutura: dirigente ou programática (Canotilho) por que traça os caminhos que Estado deve percorrer. Programática em razão de estabelecer programa de ação. Ex: art. 3º objetivos fundamentais da CRFB.
OBSERVAÇÃO:as normas programáticas estabelecem obrigações de fim, e não de meio.
i) Quanto à dogmática: eclética
PODER CONSTITUINTE 
Fenômeno constituinte
Dará origem a uma constituição e pode ocorrer de duas maneiras:
a) Revolução: golpe de estado ou insurreição.
Para o Direito, Revolução é a ruptura com o ordenamento jurídico anterior. Ocorre por meio de um golpe de Estado, quando o poder é usurpado pelos próprios governantes. Já a insurreição é feita por grupos externos aos poderes constituídos.
b) Transição Constitucional: Ocorreu com a CRFB/88. Revela um dualismo: o mesmo órgão exerce a função de poder constituído e poder constituinte.
A diferença é que esta segundo maneira ocorreu dentro de regras.
Poder Constituinte Originário
Classificação
A primeira classificação divide o PCO em três espécies:
a) HISTÓRICO – quando elabora a 1ª constituição de um Estado (ex.: Constituição de 1824).
b) REVOLUCIONÁRIO – responsável pela elaboração das constituições posteriores (ex.: 1891, 1934, 1937, 1946 e 1969)
c) TRANSICIONAL – 
A segunda classificação divide o Poder Constituinte Originário em:
a) MATERIAL – escolha do conteúdo que será consagrado na Constituição.
b) FORMAL – consagra o conteúdo em normas constitucionais.
( Prova Magistratura/SP - Segundo a Teoria Tridimensional do Direito (Miguel Reale), quais são as três dimensões do direito?
Além da normativa, possui dimensão fática e axiológica. 
No plano valorativo, situa-se a moralidade, liberdade, dignidade etc. O Poder Constituinte Originário material fará a escolha desse conteúdo e o Poder Constituinte Originário irá consagrá-los no plano jurídico (princípio da moralidade, liberdade de informação etc).
O titular do Poder Constituinte Originário é o povo. Quem irá formalizá-lo é a Assembléia Constituinte.
Características essenciais do Poder Constituinte Originário
Trata-se de um Poder:
- INICIAL – não há nenhum poder antes ou acima dele;
- AUTÔNOMO – cabe a ele escolher o direito que irá prevalecer;
- INCONDICIONADO – não está submetido a qualquer tipo de condição.
- SOBERANO
- ILIMITADO (juridicamente)
- INDEPENDENTE
O principal teórico do Poder Constituinte foi Abade Sieyès (jusnaturalista), O que é o Terceiro Estado?, Segundo ele, as características são: 
- Incondicionado – é incondicionado para o direito positivo, mas se submete ao direito natural.
- Permanente – não se esgota com o seu exercício.
- Inalienável – o povo não pode perder o direito de querer mudar a sua vontade.
( A CESPE costuma abordar o tema com freqüência.
Limitações materiais 
São limitações meta-jurídicas (estão fora do Direito). 
Jorge Miranda divide as limitações em três espécies:
- Transcendentes – são impostas ao PCO material, ou seja, são aquelas limitações em relação aos valores que serão escolhidos.
Ex.: limitação pelo direito natural, valores éticos ou advindas de uma consciência jurídica coletiva.
(Tema abordado na prova do MPF: 
PROIBIÇÃO DA VEDAÇÃO DO RETROCESSO (efeito cliquet) pode ser utilizado em dois sentidos: em relação ao PCO e com relação aos direitos sociais.
Em relação ao PCO, significa que os DF’s conquistados por uma sociedade não podem ser objeto de retrocesso.
Ex.: não haverá pena de morte, salvo em caso de guerra declarada. Se uma próxima Constituição admitir pena de morte, contrariará o princípio da proibição do retrocesso.
- Imanentes – são impostas ao PCO formal. Relacionam-se à configuração do Estado à luz do PCO material ou a própria identidade do Estado. 
- Heterônomas – são aqueles advindos de outros ordenamentos jurídicos, principalmente do direito internacional.
OBSERVAÇÃO:O PC não é constitucional/inconstitucional, mas legítimo/ilegítimo
Titularidade x Exercício
Está ligada à idéia de legitimidade. Quando se fala em titular do PC, deve-se entender como aquele que detém o PC. Segundo a concepção mais aceita, o titular é o povo (reside na soberania popular). 
OBSERVAÇÃO:Ainda que nem sempre seja o povo que faça a Constituição, ele sempre é o titular.
Se a Constituição foi feita por uma Assembléia Constituinte, será legítima.
O aspecto da legitimidade analisado é subjetiva, em razão de se ligar ao sujeito titular do PC. Pode-se também falar em legitimidade objetiva, o qual se relaciona as limitações acima mencionadas.
Poder Constituinte Decorrente
Cria as constituições dos estados-membros. Então, só existirá em estados federativos.
Art. 11. ADCT Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta.
Parágrafo único: Promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câmara Municipal, no prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica respectiva, em dois turnos de discussão e votação, respeitado o disposto na Constituição Federal e na Constituição Estadual.
Art. 25. CRFB. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
No caso dos Estados, quando surge uma nova Constituição, as constituições dos estados-membros são recepcionadas por um curto período de tempo (efeito dominó). 
A Constituição Estadual deve obedecer os paradigmas da Constituição Federal (art. 25) – Princípio da Simetria. Tal princípio aplica-se tanto a constituição dos estados, como as leis orgânicas. Estas últimas devem observar uma dupla simetria: CRFB e dos Estados.
Limitações 
José Afonso estabelece três tipos de limites aos princípios constitucionais:
- Sensíveis – são aqueles previstos no art. 34, VII da CRFB:
Art. 34 CRFB
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
 e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
O PGR pode ajuizar a ADI interventiva (é controle concreto e concentrado de constitucionalidade) – STF. Se o Estado viola um princípio sensível, o PGR pode ajuizá-la. Se o STF negar provimento a ADI, não pode o Presidente negar intervenção. Caso contrário, o Presidente pode decretar a intervenção federal. 
A Lei 1.079/50 (crimes de responsabilidade), art. 12, III, prevê que é crime deixar de atender a requisição de intervenção do STF, ou se, está obrigado a decretar a intervenção (ato vinculado). 
Segundo o STF, a decisão possui natureza político-administrativa.
- Extensíveis – Está espalhado pela CRFB. Podem ser expressos ou implícitos. São normas organizatórias da União que se estendem aos estados-membros. 
Ex.: normas expressas
Art. 28 da CRFB. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77. (norma para o Presidente) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997)
      § 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V. (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucionalnº 19, de 1998)
        § 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 75.CRFB As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Ex.: normas implícitas: princípios básicos do processo legislativo, requisitos para criação de CPI
Para o STF, os princípios extensíveis são normas de observância obrigatória pelos estados.
- Estabelecidos –
a) Expressos:
- mandatórias – irá mandar o Estado fazer algo
Art. 37. CRFB A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
- vedatórias – irá proibir.
Art. 19. CRFB É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
        I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
        II - recusar fé aos documentos públicos;
        III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
b) Implícitos:
Art. 21 – se a competência foi atribuída à União, o Estado não pode tratar
Art. 30 – se foi atribuída ao Município, o Estado não pode tratar.
c) Decorrentes: 
São aqueles que defluem do sistema constitucional. Ex.: princípio de respeito recíproco entre as unidades da federação. 
Poder Constituinte Derivado
Classifica-se em reformador (fará a reforma constitucional) e revisor (faz a revisão constitucional).
a) Reforma – é a via ordinária e pontual de alteração da CRFB (art. 60 CRFB)
b) Revisão – via extraordinária e transitória de alteração da CRFB.
Art. 3º. ADCT. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.
Trata-se de um poder secundário, limitado e condicionado juridicamente. 
(OBSERVAÇÃO: A mutação constitucional é um processo não formal de mudança da CRFB (ato legítimo de interpretação constitucional), ao passo que a revisão e a reforma são procedimentos formais, solenes, previstos no próprio texto constitucional.
Limitações do Poder Constituinte Derivado Reformador
a) temporais – impede a modificação da CRFB durante determinado período de tempo. 
A Constituição de 1824 já possuía essa limitação. Já a CRFB/88 não consagrou esse tipo de limitação. 
(OBSERVAÇÃO: Houve limitação temporal para o poder revisor (art. 3º ADCT).
b) circunstanciais – impede a alteração da CRFB durante situações excepcionais de extrema gravidade.
Art. 60 § 1º CRFB- A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
( Há algum impedimento para alterar CRFB durante estado de calamidade pública?
Não impede, pois não se enquadra no art. 60, §1º, CRFB.
c) formais, procedimentais ou processuais ou implícitas – Uma vez que a CRFB estabelece o procedimento a ser estabelecido, ela está proibindo que seja feito de outra forma. Classificam-se em:
c.1 subjetivas – relaciona-se àquele que poderá tomar a iniciativa. O art. 61 da CRFB traz a regra geral:
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
O Presidente só pode participar do processo de elaboração da emenda na sua iniciativa, como um dos legitimados. 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
Não há previsão expressa de iniciativa popular para emenda
. Contudo, há dois posicionamentos acerca do tema:
1ª corrente – é possível a iniciativa, sob o argumento de que deve ser feita uma interpretação sistemática da CRFB - analogia legis.
 (José Afonso)
2ª corrente – não é possível, uma vez que a regra de iniciativa para as emendas é excepcional. Assim, a interpretação deverá ser restritiva. (defendida pela maioria da doutrina).
( OBSERVAÇÃO: A CRFB não estabeleceu a Casa iniciadora obrigatória no processo de emenda. Assim, a discussão e votação da proposta de emenda pode ser iniciada em qualquer das Casas.
(OBSERVAÇÃO: Também não estabeleceu a iniciativa reservada. Então, em se tratando de emenda, será sempre concorrente. 
c.2 objetivas – estão ligadas a outras formalidades. 
Art. 60 
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. 
§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem
.
§5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. (princípio da irrepetibilidade do projeto)
Art. 62
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo
( OBSERVAÇÃO: No processo de emendas, a 2ª Casa recebe o texto aprovado na Casa anterior e o aprecia como novo, com ampla liberdade de alteração. 
Se efetuar alterações substanciais, o texto retornará para a 1ª Casa, mas não para simples apreciação de emendas; esta apreciará todo o novo texto recebido da 2ª Casa. 
Se a 1ª Casa modificar novamente o texto, ele mais uma vez será remetido à 2ª Casa, e assim por diante, até que a matéria tenha recebido votos favoráveis de, pelo menos, 3/5 dos membros de ambas as Casas, em dois turnos de votação. 
(OBSERVAÇÃO: Ocorrendo, na votação pela 2ª Casa, aprovação, sem modificação substancial, de apenas uma parte da proposta de emenda provada na 1ª Casa, esta parte aprovada em ambas as Casas é promulgada sem que haja retorno à Casa Iniciadora, desde que a parte suprimida do texto pela 2ª Casa seja autônoma em relação à parte aprovada.
(OBSERVAÇÃO: A rejeição do substitutivo (apresentado pelo Relator) não obsta reapreciação da matéria constante da proposta originariamente apresentada, não sendo caso de incidência da vedação prevista no art. 60, §5º da CRFB.
( Medida Provisória rejeitada em determinado ano poderá ser reeditada no mesmo ano. (Correto)
Sessão legislativa não é = ano. A sessão só inicia em 2 de fevereiro. E pode haver convocação extraordinária em janeiro, o qual não coincide com a sessão que irá iniciar.
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
(OBSERVAÇÃO: 
Legislatura = 4 anos ou 4 sessões legislativas (art. 57). 01 sessão legislativa = 2 períodos legislativos:
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. (sessão ordinária)
d) materiais ou substanciais – podem ser expressas ou implícitas. Possui as seguintes finalidades:
- preservar identidade material da CRFB
- protegerinstitutos e valores essenciais
- assegurar a continuidade do processo democrático
d.1 expressas:
Art. 60 § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
 I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
De acordo com o STF, as cláusulas pétreas não significam a intangibilidade literal da respectiva disciplina, mas apenas a proteção de seu núcleo essencial. 
( De acordo com voto do Ministro do STF, forma federativa do Estado é princípio intangível. (Correto)
De acordo com o STF, o princípio da imunidade tributária recíproca também é cláusula pétrea.
( O voto obrigatório é cláusula pétrea?
Não.
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS
O Título II da CRFB consagra os direitos e garantias fundamentais (gênero). Nele estão compreendidos os direitos individuais, coletivos, sociais, de nacionalidade e políticos.
Os direitos e garantias individuais estão, em regra, no art. 5º CRFB. 
De acordo com o STF, apesar de elencados sistematicamente no art. 5º, os direitos e garantias individuais não se restringem a ele. Encontram-se espalhados por todo o texto constitucional. São eles:
- Princípio da anterioridade eleitoral (art. 16), pois se trata de uma garantia individual do cidadão eleitor.
- Princípio da anterioridade tributária (art. 150, III, b), pois se trata de uma garantia individual do cidadão contribuinte.
( OBSERVAÇÃO: Direito adquirido – deve ser analisado em face de uma nova CRFB ou em face de uma emenda. Em relação à nova Constituição, é pacífico no STF que não há direito adquirido em face de uma nova Constituição (o PC originário não possui limitações no plano jurídico). 
O STF faz distinção entre: 
- retroatividade mínima: atinge efeitos futuros de atos passados.
- retroatividade média: atinge prestações vencidas e não pagas.
- retroatividade máxima: atinge atos consolidados no passado.
As retroatividades médias e máximas devem está expressas na CRFB. O art.231, §6º possui retroatividade máxima:
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. 
§ 6º - São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé.
Há dois posicionamentos na doutrina quanto à violação do direito adquirido, por meio de emendas. O dispositivo que consagra tal direito:
Art. 5º XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; 
1ª corrente: O que a lei veda é que LEI não pode violar o direito adquirido (lei em sentido estrito: Lei Ordinária e Lei Complementar), e não as emendas. Então, a vedação do art. 5º só se dirige ao legislador infraconstitucional. (Daniel Sarmento e Paulo Modesto)
2ª corrente: PREVALECE. A lei deve ser interpretada em sentido amplo, como um ato normativo qualquer. A limitação seria aplicada tanto ao legislador ordinário, como ao constituinte. É o entendimento mais adequado, em razão de consagrar o princípio da segurança jurídica. 
( Essa discussão foi abordada no Exame da Magistratura do RS.
d.2 implícitas:
- O próprio art. 60 da CRFB (Paulo Bonavides e José Afonso). 
A dupla revisão não é admitida pela maioria da doutrina brasileira. Ex.: Governo quer implantar reforma política, mas não possui quórum de 3/5. Então, propõe PEC para modificar para maioria absoluta e, em seguida, propõe outra PEC alterando a CRFB. 
Em relação aos direitos sociais, Paulo Bonavides, em argumento contrário, defende que os direitos sociais são pressupostos elementares para o exercício dos direitos de liberdade. 
De acordo com uma parcela da doutrina, todos os direitos fundamentais são cláusulas pétreas (no STF, entendimento isolado do Min. Carlos Velloso). 
- Sistema presidencialista e forma republicana de governo. Segundo Ivo Dantas, após o plebiscito de 1993, ter-se-iam tornado cláusula pétrea. 
Art. 2º. ADCT No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar no País
Limitações do Poder Constituinte Derivado Revisor
Art. 3º. ADCT. A revisão constitucional será realizada após cinco anos (limitação temporal), contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta (limitação formal) dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.
(OBSERVAÇÃO:
Sessão unicameral = Os votos são dados pelos congressistas, ou seja, somando votos dos deputados e senadores.
Sessão conjunta = os votos são contabilizados separados, em cada Casa. Devem ser maioria na CD e no Senado.
Possui as características: procedimento simplificado, tempo certo para realização e processo único 
Uma vez concretizada a revisão constitucional nos termos do art. 3º da ADCT, não é legítimo ao poder constituinte criar, por meio de emenda, nova hipótese de procedimento simplificado de revisão, distinto daquele estabelecido no art. 60. 
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
1. HISTÓRICO
No sentido clássico, interpretar é revelar o sentido e fixar o alcance da norma jurídica. A hermenêutica irá fornecer os elementos a serem utilizados na interpretação. Assim, interpretação e hermenêutica não são termos sinônimos.
As primeiras constituições escritas surgiram durante o constitucionalismo clássico, no final do século XVIII. Surgiu nessa época o Estado de Direito (liberal), assim como a interpretação constitucional. 
Nesse período, a hermenêutica era uma atividade mecânica, apenas literal. Afirmava-se que o Juiz era mera “boca da lei”. Para se ter uma idéia, não se admitia que o Juiz aplica-se diretamente a Constituição, mas apenas as leis.
Em 1918, surgiu o constitucionalismo social, em que aparecem os direitos do 2ª geração, assim como uma transformação do Estado Liberal para Estado social. Passa, então, a intervir nas relações sociais. Essa postura de incremento reflete-se também no Poder Judiciário. A atividade hermenêutica, então, passa a ser mais complexa, inclusive, com o uso dos elementos desenvolvidos por Savigny.
2. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
Os métodos de Savigny não eram suficientes. Surge, então, a necessidade de se instituir outros métodos. Contribuíram para o surgimento os seguintes fatores:
- O fato de a Constituição ser composta, sobretudo, por princípios na parte dos direitos fundamentais. 
- Superioridade hierárquica da Constituição. 
- Diversidade de objeto e de eficácia das normas constitucionais.
- Ideologia ou pré-compreensão do intérprete.
Segundo Canotilho, os métodos são complementares, ou seja, um irá complementar o outro. 
O autor alemão que tornou os métodos conhecidos foi ERNEST-WOLFGANG BOCKENFORDE.
Os métodos são os seguintes:
1º HERMENEUTICO CLÁSSICO ou JURÍDICO (Alemão - Ernest Forsthoff).
Parte da chamada tese da identidade entre lei e constituição. A constituição é uma lei como as demais, logo pode ser interpretada pelos mesmos elementos tradicionais de interpretação desenvolvidos por Savigny: o gramatical, lógico, histórico e sistemático.
A principal crítica feita a esse método é que os elementos de interpretação de Savigny foram desenvolvidos exclusivamente para o direito privado, razão pela qual seriam insuficientes para a interpretação da Constituição.
2º CIENTÍFICO ESPIRITUAL (Pudolf Smeno).
O termo espiritual está associado ao espírito da Constituição, ou seja, aos valores consagrados no textoconstitucional, subjacentes ao texto constitucional. 
Alguns autores o chamam de MÉTODO VALORATIVO.
Para esse método o preâmbulo da CF tem importante valor espiritual. Eis o seu conteúdo:
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 
Outros o chamam de MÉTODO INTEGRATIVO: a Constituição é o mais importante elemento de integração comunitária, razão pela qual deve ser interpretada como um todo.
(OBSERVAÇÃO: O método em estudo pode ser associado ao método sistemático de Savigny.
Esse método leva em consideração os valores extraconstitucionais, ou seja, aqueles que estão fora do texto da Constituição, por exemplo, a realidade social. Por isso, ainda leva o nome de MÉTODO SOCIOLÓGICO.
A crítica feita por Canotilho a esse método é a de que a sua utilização pode levar a uma indeterminação e mutabilidade dos resultados, diante da variedade de realidades existentes.
3º TÓPICO – PROBLEMÁTICO (Theodor Viehweg).
Na década de 50 predominava ainda o positivismo e esse método surgiu como uma reação ao mesmo (anti-positivista). É um método concretista.
“Topos”: é um esquema de pensamento, de raciocínio, de argumentação, pontos de vista, lugares comuns. Exemplo disso é a premissa de que as exceções devem ser interpretadas restritivamente. São extraídos da doutrina dominante, jurisprudência pacífica ou do senso comum.
“Problema”: utilizado diante de um problema concreto a ser resolvido. Problema concreto são aqueles casos difíceis, ou seja, casos em que se tem mais de uma resposta. 
É também chamado de MÉTODO ARGUMENTATIVO, porque a partir do problema são desenvolvidos os argumentos favoráveis e contrários para a solução do problema.
 A norma jurídica é considerada mais um argumento. O método tópico-problemático não serve para a escolha do argumento correto, mas sim aquele mais aceito diante dos pensamentos examinados.
Críticas:
1ª análise superficial da jurisprudência.
2ª sua utilização pode conduzir a um casuísmo ilimitado, pois se a norma é mais um argumento, pode levar a um casuísmo.
3ª a interpretação deve partir da norma para a solução do problema, e não o inverso como é o caso do método em estudo.
Utilidade desse método: quando há uma lacuna no direito.
4º MÉTODO HERMENÊUTICO-CONCRETIZADOR (KONRAD HESSE).
Concretização é a aplicação da norma ao caso concreto. Neste método há uma primazia da norma sobre o problema.Segundo esse método interpretação e aplicação constituem um processo unitário. Só interpreta para aplicar e só aplica se antes interpretar.
Segundo o autor desse método ele teria três elementos básicos:
1º norma a ser interpretada.
2º problema concreto a ser resolvido.
3º compreensão prévia do intérprete. 
Não é qualquer pessoa que pode interpretar a norma. Somente aquele que tem um conhecimento prévio de teoria da constituição é que pode interpretar a norma. Logo, o círculo de interprete da Constituição não é aberto.
5º MÉTODO NORMATIVO-ESTRUTURANTE (Friedrich Müller)
Estabelece uma estrutura para a concretização da norma constitucional. A norma é resultante da conjugação do texto da norma (programa normativo) com a realidade social (domínio normativo).
Norma é diferente de texto da norma: a norma é a proibição e o texto é somente a exteriorização da norma.
Elementos:
- Dogmáticos: como a doutrina e a jurisprudência.
- Teóricos: são fornecidos pela teoria da constituição.
- Metodológicos: elementos clássicos do Savigny e os princípios instrumentais (de interpretação). 
- Política Constitucional: estão ligados às consequências da decisão. É uma análise das consequências da decisão (política, econômica etc). O juiz deve valorar os custos da decisão (pragmatismo). 
Críticas:
1ª enfraquecimento da força normativa e quebra da unidade da Constituição.
6º MÉTODO CONCRETISTA DA CONSTITUIÇÃO ABERTA (alemão Peter Häberle).
“Sociedade aberta de intérpretes”.
A interpretação não deve ser fechada a um ciclo de intérprete. Para ele todo aquele que vive a Constituição deve ser considerado um legítimo intérprete. 
As normas da Constituição dirigem-se não só aos Poderes Públicos, mas também a sociedade, logo todo o indivíduo e classes dele devem interpretá-la. Tais pessoas seriam, na verdade, pré-intérpretes; a interpretação definitiva será dada pela Corte Constitucional. 
( OBSERVAÇÃO: Duas previsões na Lei da ADI e ADC representam bem exemplos desse método: o Amicus Curiae e as Audiências públicas. Tais previsões conferem legitimidade democrática às decisões do STF.
Para Peter Häberle a democracia não deve estar presente não só no momento anterior à elaboração da constituição, mas também em sua interpretação.
Extensão da Interpretação Constitucional.
Posturas:
1ª INTERPRETATIVISMO
Premissas básicas:
a) Respeito absoluto ao texto (textualismo) à vontade do constituinte originário (originalismo ou preservacionismo).
b) Os juízes devem apenas aplicar a Constituição, e não modificá-la. 
c) Existe apenas uma única resposta correta. 
2ª NÃO INTERPRETATIVISMO
Premissas básicas:
a) Cada geração tem o direito de viver a constituição ao seu modo.
b) Os tribunais tem o dever de desenvolver e evoluir o texto constitucional.
Princípios Instrumentais ou Postulados Informativos ou Princípios Hermenêuticos.
É preciso uma breve diferenciação:
- Postulado Normativo: Para Humberto Ávila são metas-normas que estabelecem um dever de segundo grau consistente em prescrever a estrutura de aplicação de outras normas e modos de raciocínio e argumentação em relação a eles. 
- Regras: são mandamentos de definição, ou seja, normas que devem ser aplicadas na medida exata de suas prescrições. As regras obedecem à lógica do tudo ou nada (RONALD DWORKIN). A definição tradicional de regra é: são normas imediatamente descritivas de comportamento devidos ou atributivas de poder.
- Princípios: No pós-positivismo as normas são gênero e regra e princípios são espécies dela. 
Princípios são mandamentos de otimização (ou maximização), ou seja, normas que estabelecem que algo seja cumprido na maior medida possível, de acordo com as possibilidades fáticas e jurídicas existentes (ROBERT ALEXY). 
Princípios materiais são aqueles que aplicam direitos em si mesmo. 
Princípios instrumentais são aqueles que servem para interpretar normas, princípios materiais.
Vejamos os Princípios Instrumentais:
PRINCÍPIOS INSTRUMENTAIS DE INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO
Princípio da Interpretação Conforme a Constituição: 
Parte da ideia de supremacia da Constituição. Só pode ser realizada quando a norma for polissêmica ou plurissignificativa (mais de um significado).
O dispositivo da decisão ficaria da seguinte forma: “a norma X é constitucional, desde que interpretada da maneira A”.
Limites a interpretação conforme:
a) Clareza do texto legal. Não há como fazer uma interpretação conforme.
b) Vontade do legislador. O juiz não pode substituir a vontade do legislador pela sua vontade.
O STF declara a Declaração de Nulidade sem Redução de Texto como equivalente à interpretação conforme.
 Na declaração de nulidade o dispositivo da decisão é: “a norma X é inconstitucional se interpretada da forma A”. 
O STF entende que no controle difuso só é cabível a interpretação conforme. Não admite a declaração de nulidade sem redução de texto. Esta somente é possível no controle concentrado.
Princípio da Presunção de Constitucionalidade das Leis:
Se as leis retiram seu fundamento na Constituição, presume-se que são constitucionais (presunção relativa – juris tantum). 
Na dúvida a lei deverá ser declarada constitucional.

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