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Paracetamol, dipirona, aspirina, soro de nariz. Conheça os efeitos colaterais ocultos de remédios tomados como se fossem balinhas
Paracetamol
EFEITOS DESEJADOS: O remédio diminui o envio de mensagens aos receptores de dor e atua na regulação da temperatura do corpo, baixando a febre. Quando o paracetamol é metabolizado pelo fígado, uma pequena parte se transforma em uma substância tóxica, a NAPQI, que na maioria dos casos é rapidamente eliminada.
EFEITOS INDESEJADOS: Para adultos, a partir de 4 gramas por dia ou 1 g de uma vez só, o fígado pode não dar conta de toda a NAPQI produzida. Nesse caso, aumenta o risco de lesões irreversíveis e falência do órgão. As crianças são ainda mais vulneráveis. Parte das overdoses de paracetamol é intencional, mas existe um grande número de pessoas que passa da medida sem perceber. Ou porque acha que a droga é 100% segura — e nenhuma é — ou por desconhecer que muitos outros remédios para dor, coriza, febre, alergia e inflamação contêm o princípio ativo.
Digamos que você tome um Tylenol para febre (750 mg de paracetamol) e um Resfenol (400 mg) para coriza, congestão nasal e outros desconfortos do resfriado. É 1,55 grama por dose, o que já traz riscos para o fígado, já que o órgão metaboliza melhor até 1 grama de cada vez. Bom, essa dosagem quatro vezes ao dia dá 6,2 gramas, enquanto o ideal para não sobrecarregar o fígado é de 4 gramas para baixo. Se você ainda por cima mandar aquele remedinho para relaxar a musculatura depois de um dia tenso no trabalho, a conta aumenta. Um comprimido de Torsilax, o décimo medicamento mais vendido no Brasil em 2015 e o segundo em faturamento, coloca 300 mg de paracetamol a mais na sua corrente sanguínea. Se suas noites forem frequentemente banhadas a três doses de álcool, o fígado, que a essa altura estará tomando uma lavada das NAPQIs, vai pedir para sair. Tomar paracetamol para curar ressaca, então, é apagar fogo com gasolina. Em 2011  e 2014 , o FDA alertou os médicos para que deixem de prescrever drogas que contenham mais de 325 mg de paracetamol em combinação com outras substâncias. É uma tentativa de desestimular o consumo casado, de mais de um remédio com o mesmo princípio ativo, que pode levar a uma overdose acidental. Dipirona, mucato de isometepteno e cafeína
EFEITOS DESEJADOS: A dipirona diminui a dor e a febre, o isometepteno e a cafeína reduzem o calibre dos vasos sanguíneos do cérebro, enfraquecendo a dor.
EFEITOS INDESEJADOS: Não precisa nem exagerar no consumo para se expor a dois efeitos colaterais raros, mas potencialmente fatais da dipirona. Um é a diminuição da quantidade de células do sangue, como glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Outro, especialmente em asmáticos, é o choque anafilático, reação alérgica grave que pode acontecer mesmo em quem está acostumado a usar a medicação. Esses riscos levaram muitos países a proibir a dipirona, como os EUA e a Austrália.
Outro problema com os remédios contra dor de cabeça é que eles podem diminuir a capacidade do corpo de liberar endorfinas, nossos analgésicos interiores. O uso exagerado cria resistência, quando é preciso uma dose maior para surtir efeito, e mascara outros distúrbios, que se tornam crônicos. Por exemplo, se o incômodo vem de uma sinusite mal curada, o comprimido alivia o sintoma, mas não resolve a causa. A ­inflamação na face vai ficando cada vez mais difícil de tratar. E a dor só piora. Dipirona, citrato de orfenadrina e cafeína
EFEITOS DESEJADOS: A dipirona e a cafeína reduzem a dor e a orfenadrina inibe os comandos de contração involuntária dos músculos, produzindo relaxamento.
EFEITOS INDESEJADOS: Além dos problemas da dipirona, a superdosagem de orfenadrina é potencialmente tóxica. A ingestão de 2 a 3 gramas dessa substância pode levar à morte. Os efeitos colaterais vão de boca seca e alterações nos batimentos do coração até alucinações, tremor, agitação e, em doses altas, delírio e coma.
Ácido acetilsalicílico (aspirina)
EFEITOS DESEJADOS: A aspirina é três em um. Em baixas dosagens, até 1 grama, funciona contra dor e estágios leves de febre. Acima dessa quantidade, inibe processos inflamatórios, principalmente as artrites.
EFEITOS INDESEJADOS: A overdose costuma acontecer de forma acidental, principalmente com idosos, que usam doses maiores do remédio, e crianças pequenas. Oito comprimidos são suficientes para aumentar o risco de excesso de acidez no sangue e baixa acentuada de glicose, causando choque cardiovascular e insuficiência respiratória — distúrbios que podem levar à morte. Por causar queda nos níveis de açúcar, qualquer dosagem de aspirina pode causar hipoglicemia em diabéticos que tomam medicamentos para controlar a doença.
A aspirina e outros anti-inflamatórios também não devem ser usados antes de procedimentos cirúrgicos, mesmo os mais simples, como arrancar um dente ou uma unha encravada. Quando existe um corte na pele, as plaquetas se juntam e formam tampões para não deixar o sangue escapar. A aspirina inibe essa agregação e deixa a porta aberta para hemorragias. Usar o remédio junto com outro anti-inflamatório ou álcool também é mau negócio: aumenta as chances de úlcera e sangramentos estomacais e intestinais severos.
1. O uso de analgésicos pode mascarar doenças sérias
Eles são uma mão na roda: acabam com a dor rapidinho. Mas saiba que, ao invés de acabar com o problema, há o risco de você estar retardando o diagnóstico de um problema grave. Por exemplo, se você toma remédio diariamente para dor de cabeça, fique sabendo que a causa pode não ser a sua rotina estressante, mas encrencas como pressão alta, meningite e até tumores. “O mesmo vale para uma dor de estômago, que pode simular, na verdade, um problema cardíaco”, alerta o médico Victor Sato, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, de São Paulo.
2. Errar na dose é grave
Se você é daquelas que decidem aumentar a dose do medicamento para potencializar sua eficácia, saiba que essa é uma prática pra lá de perigosa. “Tomar remédio sem orientação e em quantidades inadequadas aumenta a probabilidade de efeitos colaterais”, diz Victor Sato. Para ter ideia, o consumo excessivo de anti-inflamatórios pode acarretar problemas gástricos.
3. Usar antibióticos sem necessidade pode tornar as bactérias resistentes
Apesar de ser proibido, muita gente consome antibióticos sem a prescrição de um médico. Pois saiba que o uso indiscriminado desses remédios abre portas para o surgimento de micro-organismos resistentes a eles. Isso ocorre porque os antibióticos matam tanto as bactérias do mal quanto aquelas que têm a função de proteger o corpo, a chamada flora bacteriana. No entanto, sempre sobram algumas – as resistentes. Na ausência do exército de defesa, esses micróbios se proliferam, de modo que aquele remédio não terá mais efeito. “E aí, será preciso usar medicamentos cada vez mais fortes”, avisa Victor Sato.
4. Misturar é perigosoicos e até renais. Já os analgésicos elevam o risco de danos ao fígado. A automedicação eleva o risco da chamada interação medicamentosa, que ocorre quando o princípio ativo de uma droga interfere na ação de outro medicamento. Alguns antibióticos, por exemplo, podem diminuir o efeito de sua pílula anticoncepcional. Por isso, além de não misturar por conta própria, você precisa sempre contar ao médico quais remédios você toma.
5. Corticoide não é brincadeira
Como têm ação anti-inflamatória, os corticoides prometem alívio rápido da dor de garganta à alergia de pele. E mais: podem ser adquiridos na farmácia sem a necessidade de receita. No entanto, abusar dessas substâncias – sem a orientação de um médico – não é recomendável. “Há maior propensão a infecções graves e também catarata, diabetes, insuficiência renal…”, diz o toxicologista Sergio Graff, da Universidade Federal de São Paulo.
6. Descongestionantes nasais podem aumentar a pressão
Isso mesmo: aquelas gotinhas que você pinga no nariz (e carrega na bolsa) não são tão inofensivas quanto parecem. É que elas carregam uma substância que é um potente vasoconstritor, que tem como objetivo contrair os vasose facilitar, assim, a respiração. A questão é que seu efeito não se restringe à mucosa nasal e, se usadas em dose muito elevada, tendem a aumentar a pressão de vasos presentes em outras partes do corpo. Com isso, problemas como glaucoma, hipertensão e até derrame podem dar as caras.

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