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CRIMES AMBIENTAIS
LEI Nº 9.605/98
Professora Renata Egert
renata@uri.edu.br

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS:
1.1. CONCEITO DE MEIO AMBIENTE
• É o espaço ocupado pelos seres vivos, onde habitam e há interação recíproca, influenciando na forma de vida e na mantença com todas as suas naturais características (Guilherme de Souza Nucci).
• Podemos concluir que meio ambiente é muito mais do que fauna e flora (todo lugar onde existe vida é considerado meio ambiente).
• Crimes ambientais, portanto, são aquelas condutas que atentam contra o habitat de qualquer ser vivo.
Lei 9.605/98. 
Nos crimes ambientais o bem jurídico protegido é o meio ambiente em sua dimensão global, este é elevado à categoria de bens essenciais à vida, à saúde e à felicidade do homem.
A Lei 9.605/98 para aplicação das sanções criminais, prevê a utilização das regras do Código Penal e Processo Penal no artigo 79 que estabelece que aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.

tipo aberto, porque não aparece, por completo, a norma que o agente transgride com seu comportamento, enunciado de forma vaga, necessitando de complementação ou integração através de outros dispositivos legais, por isso é considerado, na maioria dos casos.
Ex. Lei 9.605/98, art 35, I e II, Pescar mediante a utilização de: explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante; substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente. Pena – reclusão, de 1 a 5 anos. Neste artigo não se define o que venha ser explosivos, tampouco substâncias tóxicas proibidas.
NORMA PENAL EM BRANCO

agente é punido não por ter praticado o fato danoso ao meio ambiente, mas sim por não ter obtido a autorização ou licença para alguma atividade considerada nociva ao meio ambiente 
Ex. Caçar animais silvestres tanto pode ser um ilícito penal nos casos em que proíbe a caça, como pode ser considerado um fato atípico, nos casos em que é permitido caçar, mas com a devida licença.
FATO ATÍPICO OU CRIME DE MERA CONDUTA

DISPENSA a ocorrência do dano para caracterização do crime, assim, a simples probabilidade de ocorrência já enseja responsabilização do agente.
Ex. Crime de poluição, causar poluição em níveis que resultem, ou possam resultar danos a saúde, pode ensejar a consumação do delito.
CRIMES DE PERIGO

verificar a culpa e dolo do agente praticante do delito. 
dolosos há a intenção do agente em praticar a conduta delituosa, ou este assumiu o risco em produzi - lá, 
culposos, quando o resultado é provocado por imprudência, imperícia ou negligência.
Os crimes culposos encontram-se nos artigos: 38, 40, 41, 49, 54, 56, 62, 68.
Elemento subjetivo do tipo

a) Pessoa física: quando o crime ambiental é praticado de forma individual;
b) Pessoa jurídica de direito público e privado: 
CF/88, Lei 9.605/98, art 3º que estabelece que “as pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei”. 
Sujeito ativo

• O art. 3º da Lei regulamentou a possibilidade que foi criada pela própria CF de responsabilizar a pessoa jurídica pelo dano ambiental.
Art. 3º. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato.
• Art. 225, § 3º, CF. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
• Obviamente, as sanções penais para as pessoas jurídicas só poderão ser restritivas de direitos, multa ou prestação de serviços à comunidade (Art. 21)
RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURÍDICA

Mas esta não exclui a responsabilidade da pessoa física, autoras, co-autoras e partícipes, tendo em vista que empresa, por si mesma, não comete crimes. (BIS IN IDEM)
ENTENDIMENTO STF E STJ: EXISTE possibilidade de dupla responsabilização por crime ambiental cometido por pessoa jurídica, a punição desta não está condicionada à concomitante punição da pessoa física por ela responsável, o que se demonstra correto, pois, em alguns casos, torna-se difícil identificar a pessoa física que colaborou para o crime, havendo o risco de gerar impunidade.

Nos casos em que a sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente, conforme estabelece o art 4º da Lei 9.605/98, assim, deverá ser utilizada a desconsideração quando a pessoa jurídica é mera fachada para proteger e esconder o patrimônio de seus administradores e proprietários.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 

O art 3º da Lei 9.605/98 
1) que a infração tenha sido cometida em seu interesse ou benefício; 
2) por decisão de seu representante legal ou contratual.
Assim, se o ato praticado apenas visou a satisfazer os interesses do dirigente, sem qualquer vantagem ou benefício para pessoa jurídica, esta deixa de ser o agente do tipo penal e passa a ser o meio utilizado para a realização da conduta criminosa.
Condicionantes para responsabilidade da pessoa jurídica

Coletividade
Individualmente
 
Ex. um incêndio intencional em uma mata particular, haverá crime ambiental, previsto no art. 41 da Lei 9.605/98, e um dano ao patrimônio particular, previsto no art. 163, § único, IV do Código Penal.
Sujeito passivo

2. APLICAÇÃO DAS PENAS
2.1. CRITÉRIOS ESPECÍFICOS PARA INDIVIDUALIZAÇÃO e DOSIMETRIA DA PENA
Art. 6º. Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará:
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas conseqüências para a saúde pública e para o meio ambiente;
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental;
III - a situação econômica do infrator, no caso de multa.
2.2. SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR PENA RESTRITIVA DE DIREITO 
Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade quando:
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a quatro anos;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do crime.
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída.
• Qualquer crime culposo independente da pena aplicada
• Crimes dolosos com pena inferior a 4 anos (≠ CP até 4 anos)
• Quando as circunstâncias indicarem a substituição (inciso II)
• A duração das penas deve ser a mesma ( 2 anos de detenção = 2 anos de serviços comunitários)
2.3. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO
Art. 8º. As penas restritivas de direito são:
I - prestação de serviços à comunidade;
II - interdição temporária de direitos;
III - suspensão parcial ou total de atividades;
IV - prestação pecuniária; 
V - recolhimento domiciliar.
• PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE: atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades de conservação, e, no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada, na restauração desta, se possível (Art. 9º).
• INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITO: 1) Proibição de o condenado contratar com o Poder Público; 2) Proibição de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios; 3) Proibição de participar de licitações, pelo prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de crimes culposos (Art. 10).
• SUSPENSÃO DE ATIVIDADES: somente será aplicada quando as PJs não estiverem obedecendo às prescriçõeslegais (Art. 11).
• PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA: consiste no pagamento em dinheiro à vítima ou à entidade pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual reparação civil a que for condenado o infrator (Art. 12). A lei criou na prestação pecuniária uma ligação entre o Direito Penal e o Direito Civil. O juiz determina quem deve receber a prestação pecuniária (vítimas de crimes ambientais não são definidas – crimes vagos).
• RECOLHIMENTO DOMICILIAR: baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer local destinado a sua moradia habitual, conforme estabelecido na sentença condenatória (Art. 13). Na verdade trata-se de uma pena restritiva de liberdade (equívoco da lei). Equivale ao regime semi-aberto de cumprimento de pena restritiva de liberdade, só que cumprido em residência e não em casa de albergado.
2.4. ATENUANTES
Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;
II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada;
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental;
IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.
• Pelo PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE, estas atenuantes afastam as atenuantes gerais do CP (art. 65 e 66), se forem idênticas (não são cumulativas). Porém, as atenuantes gerais do CP que não foram previstas pela Lei Ambiental poderão ser aplicadas. (Ex: Confissão – art. 65, III, d)
• BAIXO GRAU DE INSTRUÇÃO OU ESCOLARIDADE DO AGENTE – equivale ao desconhecimento da lei previsto pelo CP (art. 65 II).
• ARREPENDIMENTO DO INFRATOR – equivale ao arrependimento posterior (art. 16 CP), podendo a reparação do dano ser completa ou incompleta, porém significativa.
• COMUNICAÇÃO PRÉVIA PELO AGENTE DO PERIGO IMINENTE DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL – aplica-se esta atenuante quando o agente se arrepende e avisa as autoridades, mas ainda assim a degradação acontece. Se o aviso conseguir evitar a degradação ambiental o crime não se consumou e, portanto, é possível a aplicação da desistência voluntária ou arrependimento eficaz (responde somente pelos atos já praticados)
• COLABORAÇÃO COM OS AGENTES ENCARREGADOS DA VIGILÂNCIA E DO CONTROLE AMBIENTAL – ajuda prestada pelo autor às equipes do Estado que vão investigar o dano.
2.5. AGRAVANTES
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;
II - ter o agente cometido a infração:
a) para obter vantagem pecuniária;
b) coagindo outrem para a execução material da infração;
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente; 
d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial de uso;
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;
g) em período de defeso à fauna;
h) em domingos ou feriados;
à noite;
j) em épocas de seca ou inundações;
l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;
n) mediante fraude ou abuso de confiança; 
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental; 
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais; 
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes; 
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.
 Nada impede a aplicação das agravantes previstas pelo CP quando não forem coincidentes com as citadas pela Lei (Ex: motivo fútil – art. 61, II, a)
2.6. PENAS PARA PESSOAS JURÍDICAS
Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são:
I - multa; 
II - restritivas de direitos;
III - prestação de serviços à comunidade.
• O juiz deverá converter a pena privativa de liberdade por uma das penas previstas no art. 21.
Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são:
I - suspensão parcial ou total de atividades;
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações.
• A SUSPENSÃO DE ATIVIDADES será aplicada quando as PJs não estiverem obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do meio ambiente (art. 22, § 1º).
• A INTERDIÇÃO será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar (art. 22, § 2º).
• A PROIBIÇÃO DE CONTRATAR COM O PODER PÚBLICO e dele obter subsídios, subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dez anos (art. 22, § 3º).
Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em:
I - custeio de programas e de projetos ambientais;
II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
III - manutenção de espaços públicos;
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.
 
• Em todas as hipóteses o juiz fixará a duração da pena imposta de acordo com a pena privativa de liberdade prevista para o crime.
Perde a ilicitude a ação quando: 
a) em estado de necessidade; 
* Está previsto no artigo 23-I do Código Penal brasileiro e exemplificado no artigo 24 do referido código.
* Encontra-se em estado de necessidade alguém em situação de perigo atual ou iminente. O estado de necessidade só pode ser alegado se a situação de perigo não foi provocada pelo próprio indivíduo ou por ele não podia ser prevista.
* O estado de necessidade pode ser praticado tanto em proveito próprio quanto em favor de terceiros.
* O estado de necessidade não pode ser alegado por quem tem o dever legal de enfrentar o perigo (policiais, bombeiros, etc.).
Causas excludentes de ilicitude (art. 23 do CP).

* Está previsto no artigo 23-II do Código Penal brasileiro e exemplificado no artigo 25 do referido código.
* Entende-se legitima defesa quem, usando moderadamente de meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
* A legitima defesa é uma reação a uma agressão humana. Contra coisas e animais não é legítima defesa e sim estado de necessidade. Razão do Veto do art. 37, III da Lei 9.605/98, que considerava legitima defesa a reação contra o ataque de animais ferozes.
LEGÍTIMA DEFESA

* Está previsto no artigo 23-III do Código Penal brasileiro.
* Entende-se que não há crime quando o agente pratica os crimes nestes dois casos..
EM ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL OU EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO

3. ESPÉCIES DE CRIMES AMBIENTAIS
3.1. CRIMES CONTRA FAUNA
CAÇA ILEGAL
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida.
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.
• É possível a aplicação do Princípio da Insignificância (Ex: agente que caça uma única borboleta) • Estado de Necessidade e Legítima Defesa excluem o crime (caça de subsistência).
§ 1º. Incorre nas mesmas penas: I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida; II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural; III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da faunasilvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente.
EXPORTAÇÃO ILEGAL DE PELES E COUROS
Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da autoridade ambiental competente:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
IMPORTAÇÃO ILEGAL DE ANIMAIS
Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial 
favorável e licença expedida por autoridade competente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
MAUS TRATOS DE ANIMAIS
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
• Aplica-se às rinhas de galos; trabalhos excessivos de animais sem alimentação ou descanso necessário; castigo físico desmedido; e discute-se em relação a animais de Rodeios.
§ 1º. Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
§ 2º. A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.
• Não proíbe toda e qualquer experiência com animais, proíbe apenas as dolorosas ou cruéis quando houver outro meio de pesquisa alternativo.
EXTERMÍNIO DE ESPÉCIE AQUÁTICA PELA POLUIÇÃO DE ÁGUAS
Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:
I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aqüicultura de domínio público;
II - quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas, sem licença, permissão ou autorização da autoridade competente;
III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou corais, devidamente demarcados em carta náutica.
PESCA PROIBIDA
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares 
interditados por órgão competente:
Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
• Período de pesca proibida = período de defeso (reprodução)
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécies com tamanhos inferiores aos permitidos;
II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos;
III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécies provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas.
PESCA PREDATÓRIA
Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante; II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente:
Pena - reclusão de um ano a cinco anos.
3.2. CRIMES CONTRA FLORA
DESTRUIÇÃO DE FLORESTA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.
DESTRUIÇÃO DE MATA ATLÂNTICA
Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em estágio avançado ou médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.
CORTE DE ÁRVORE EM FLORESTA DE PRESERV. PERMANENTE
Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão da autoridade competente:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
DANO A UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização:
§ 1º. Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre.
§ 2º. A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada circunstância agravante para a fixação da pena.
§ 3º. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.
INCÊNDIO EM MATAS OU FLORESTA
Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa.
SOLTAR BALÕES
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano:
Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
EXTRAÇÃO ILEGAL DE MINERAIS
Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
DESTRUIÇÃO DE PLANTAS ORNAMENTAIS
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, 
plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa.
EXPLORAÇÃO INDEVIDA DE FLORESTA EM TERRAS PÚBLICAS
Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente:
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.
§ 1º. Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência
imediata pessoal do agente ou de sua família.
§ 2º. Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a pena será aumentada de 1 (um) ano por milhar de hectare.
ENTRAR EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ILEGALMENTE
Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos ou
subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA NOS CRIMES CONTRA A FLORA
Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um sexto a um terço se:
I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a 
modificação do regime climático;
II - o crime é cometido:
 a) no período de queda das sementes;
 b) no período de formação de vegetações; 
 c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça 
ocorra somente no local da infração;
 d) em época de seca ou inundação; 
 e) durante a noite, em domingo ou feriado.
3.3. CRIMES CONTRA ORDENAMENTO URBANO E PATRIMÔNIO CULTURAL
DESTRUIR PATRIMÔNIO CULTURAL
Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:
I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial;
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou similar protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial.
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa.
ALTERAR EDIFICAÇÃO CONSIDERADA PATRIMÔNIO CULTURAL
Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico,ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
PICHAÇÃO
Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
§ 1º. Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de detenção e multa.
§ 2º. Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo de valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação artística,
desde que consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo locatário ou arrendatário do bem privado e, no caso de bem público, com a autorização do órgão competente e a observância das posturas municipais e das normas editadas pelos órgãos governamentais responsáveis pela preservação e conservação do patrimônio histórico e artístico nacional.
FALSIDADE EM LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
CONCESSÃO ILEGAL DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização ou permissão em desacordo com as normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja realização depende de ato autorizativo do Poder Público:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa.
3.4. POLUIÇÃO E OUTROS CRIMES
CAUSAR POLUIÇÃO
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º. Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
REALIZAR ATIVIDADE POLUIDORA SEM AUTORIZAÇÃO
Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

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