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Deficiência Auditiva e AEE
Tema 01 – Questões Conceituais
da Deficiência Auditiva/Surdez:
Conceito, Etiologia e Prevenção.
História da Educação de Surdos
Bloco 1
Profª Gleidis R. Guerra
Conhecendo a surdez
A surdez é mais comum do que se pensa. No
Brasil, três a cada 1000 crianças nascidas
vivas possuem algum grau de deficiência
auditiva.
Em crianças prematuras, a probabilidade é de
seis para cada 1000 nascimentos.
Censo 2010 – 5,8% da população brasileira
possui algum grau de deficiência auditiva, o
que equivale a mais de nove milhões de
brasileiros.
Causas da surdez
Segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS), 60% das deficiências auditivas
poderiam ser prevenidas.
As principais causas relacionam-se com
infecções congênitas (rubéola, sífilis,
toxoplasmose e citomegalovírus).
Doenças da infância (meningite, caxumba,
sarampo).
Problemas na hora do parto (anóxia
neonatal).
Causas da surdez
Uso de medicação ototóxica.
Hiperbilirrubinemia.
Baixo peso ao nascimento (< 1.500 g.).
Otites.
Incubadora por mais de cinco dias.
Apgar de 0 a 4 no 1º’ ou 0 a 6 no 5º’.
História familiar.
Síndromes associadas a perdas auditivas.
Anatomia da orelha humana
Orelha externa – pavilhão auricular e conduto
auditivo externo: conduz as ondas sonoras até a
membrana timpânica.
Orelha média – membrana timpânica e cadeia
ossicular: transforma as ondas sonoras em
energia mecânica.
Orelha interna – cóclea e nervo auditivo:
através das células ciliadas, transforma a energia
mecânica em energia elétrica, que é conduzida
pelo nervo auditivo até o cérebro, onde é
interpretado.
Tipos de perda auditiva
CONDUTIVA – orelha externa e média, é
reversível.
NEUROSSENSORIAL – orelha interna, é
irreversível.
MISTA – somatória das duas anteriores.
Medida do som
A medida do som é o decibel. Quanto vale o
decibel?
Por volta de 15 dB, temos um parque
silencioso, em que escutamos o farfalhar das
árvores. Por volta de 40 dB, uma biblioteca.
Já um escritório, com computadores e
máquinas copiadoras, o som do local está por
volta de 70 dB. Uma britadeira emite o som
de aproximadamente 100 dB e a turbina de
uma avião pode chegar a 140 dB.
Graus de perda auditiva
0 a 25 dB – normal
26 a 40 dB – leve
41 a 55 dB – moderada
56 a 70 dB – moderadamente severa
71 a 90 dB – severa
Acima 90 dB – profunda
Surdez ou deficiência auditiva?
Do ponto de vista médico, clínico, consideramos
deficiente auditivo o indivíduo que com ou sem
uso de Aparelho de Amplificação Sonora
Individual (AASI) consegue ouvir a voz, e surdo
aquele que mesmo com o uso de aparelho não
ouve a voz.
Do ponto de vista socioantropológico, o grau da
perda auditiva não importa. São chamados
surdos aqueles que pertencem a uma
comunidade, a uma cultura, identificam-se por
uma língua – língua de sinais.
Deficiência Auditiva e AEE
Tema 01 – Questões Conceituais
da Deficiência Auditiva/Surdez:
Conceito, Etiologia e Prevenção.
História da Educação de Surdos
Bloco 2
Profª Gleidis R. Guerra
História da educação do surdo
Na antiguidade, o surdo não tinha direito nem
à vida, quanto mais à educação.
As pessoas que nasciam com deficiência eram
exterminadas, por serem consideradas um
peso para sociedade.
Certa vez, Aristóteles afirmou que o
pensamento só era possível a partir das
palavras articuladas, assim o surdo passou a
ser considerado desprovido de razão.
História da educação do surdo
A história da educação do surdo só começa
mesmo a partir do final do século XVI,
quando as famílias ricas contratavam tutores
para educarem seus filhos surdos.
Por serem considerados desprovidos de razão,
aqueles que não falavam não tinham direito à
herança, à escritura, à nada da vida cidadã.
PEDRO PONCE DE LEON – pai da educação
dos surdos.
Escolas para surdos
As primeiras escolas para surdos, na Europa,
surgem no século XVIII.
Charles L’epée na França – sinalização
metódica.
Samuel Heinecke na Alemanha – proibição
dos sinais, uso da fala.
Thomas Braidwood na Inglaterra – método
misto.
Escolas para surdos
Nos EUA, a primeira escola para surdos abre
em Massachusetts, já no século XIX.
Também no século XIX, um professor surdo
francês, E. Huet, traz a língua de sinais
francesa para o Brasil e funda, em 1855, o
Instituto Imperial de surdos-mudos.
Língua de sinais ou oral?
Começa uma polêmica em relação ao que
seria melhor para o surdo, o uso da língua de
sinais ou da fala?
Nos EUA, Graham Bell é o grande defensor do
oralismo. Na tentativa de inventar o aparelho
auditivo, inventa o telefone.
Gallaudet, também nos EUA, defende o uso
da língua de sinais.
Congresso de Milão
Em 1880 ocorre o Congresso Internacional de
Educação do Surdo, que ficou conhecido como
Congresso de Milão.
Tem como objetivos discutir a melhor maneira de
educar o surdo e discutir o uso das línguas de
sinais.
Este Congresso contou com a participação de
representantes da educação do surdo de diversos
países do mundo, porém, os professores surdos
foram proibidos de participar.
Congresso de Milão
Por 160 votos a quatro, o Congresso decide
que a única maneira de educar o surdo passa
a ser através da fala.
As línguas de sinais passam a ser proibidas
em todos os países do mundo, com exceção
dos EUA, que votaram contra.
Assim, passa a vigorar a primeira corrente
comunicativa, ou filosofia educacional na
educação do surdo: ORALISMO.
Oralismo – 1880 a 1970
Acredita que a única maneira de educar os
surdos é através da fala.
Proíbe a língua de sinais.
Vê a surdez como uma doença e a fala como
a cura.
Não acredita na capacidade do surdo, tem
como premissa: não fala, não pensa.
Educação voltada para dar o que “falta”.
Qualidade ruim.
Década de 1960
Willian Stokoe – estuda a Língua Americana
de Sinais (ASL) e comprova que é uma língua
completa, com todos os componentes da
língua oral.
Educadores comprovam que crianças surdas,
filhas de pais surdos que, portanto, sabem a
LS, aprendem melhor que as crianças surdas,
filhas de pais ouvintes.
Comunicação total
Filosofia educacional que tem como objetivo a
comunicação efetiva do surdo.
Libera a língua de sinais.
Estimula a criança surda em todos os aspectos:
auditivo, de fala, sinais, expressões faciais e
corporais, entre outros.
Na escola, usa fala e sinais simultaneamente, o
que dificulta a compreensão.
Não é possível usar uma gramática na fala e
outra nos sinais.
Uso do português sinalizado.
Bilinguismo
O bilinguismo nasce das comunidades surdas,
pela primeira vez o surdo pode escolher o que
é melhor para ele.
Acredita que o surdo tenha que aprender
duas línguas, porém em momentos diferentes
e com pessoas diferentes.
A primeira língua é a de sinais e só depois
que for fluente nesta língua irá aprender sua
segunda língua: a língua do seu país na
modalidade escrita.
Bilinguismo X oralismo
A fala é vista como uma oportunidade e não
como uma obrigação.
A surdez é vista como uma diferença e não
como uma doença.
A língua de sinais é a língua natural do surdo.
Como diferença, a surdez não precisa ser
curada, mas sim respeitada.
O respeito à língua de sinais é o respeito ao
sujeito surdo.

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