Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ECONOMIA 4 O PAPEL DO ESTADO Caro acadêmico! Bem-vindo à quarta etapa do Curso Livre de Economia. Iremos conhecer mais alguns princípios básicos da Ciência Econômica e, mais precisamente, que fazem parte da Teoria Macroeconômica. Como você irá perceber, a maioria dos temas discutidos tem relação com o Estado, enquanto agente ativo na economia. No primeiro tópico, abordaremos os vazamentos do fluxo de renda. Poster iormente, nosso objet ivo será conhecer a evolução da Teoria Macroeconômica. No tópico 3 conheceremos algumas maneiras de se contabilizar a atividade econômica de um país, ou seja, a Contabilidade Nacional. Por fim, debateremos o tema do Estado, como um agente ativo na economia. Bom estudo! APRESENTAÇÃO Organização Daniele de Lourdes Curto da Costa Martins Reitor da UNIASSELVI Prof. Hermínio Kloch Pró-Reitora do EAD Prof.ª Francieli Stano Torres Edição Gráfica e Revisão UNIASSELVI Autor Daniel Rodrigo Strelow CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO .01 1 INTRODUÇÃO Prezado acadêmico! Na segunda etapa do Curso Livre em Economia estudamos o funcionamento de uma economia de mercado, os fluxos real e monetário e sua interligação, resultante no fluxo circular da renda. Foi apresentado a você o funcionamento de uma economia fechada, ou seja, com apenas famílias, empresas e governo. Neste tópico, abordaremos os vazamentos e as injeções no fluxo circular da renda, nos quais participam o Estado e o Setor Externo. Os vazamentos no fluxo circular da renda correspondem à parcela da renda das famílias que não se destinam ao consumo. Podemos apontar três: a poupança (S), os impostos (T) e as importações (M). Já as injeções no fluxo circular da renda são os mecanismos que compensam estes vazamentos. São mecanismos que permitem o retorno desta renda e seu reinvestimento na economia. Vejamos melhor como isso acontece. 2 VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – A POUPANÇA Na teoria keynesiana a renda adquirida pelas famílias deve ser gasta com o consumo, como já vimos. Todavia, se isso não for possível, as empresas não terão como vender todos os bens e serviços (mercadorias) produzidas, o que gera uma crise de superprodução. Nesta situação, há uma diminuição das receitas e, consequentemente, dos lucros da empresa, havendo, por isso, uma tendência à diminuição de seu quadro de funcionários, redução da renda da sociedade e, por consequência, diminuição do consumo. Neste caso, a economia se encontraria em um momento de retroalimentação negativa, ou um ciclo vicioso, sendo que as vendas estimulariam as demissões e essas demissões, por consequência, novas quedas nas vendas e assim sucessivamente. OS VAZAMENTOS DO FLUXO DA RENDA CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO De outro lado, é importante observar que nem todas as pessoas gastam o total da sua renda. Algumas famílias conseguem deter uma parte da sua renda como poupança. É importante observar que em países de terceiro mundo, nos quais os salários e as rendas são baixas, o nível de poupança tende a ser reduzido. A poupança representa um vazamento de recursos do Fluxo Circular da Renda e esses recursos, para se evitar uma crise, devem ser reinjetados na economia. 2.1 AS INJEÇÕES NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA PROVENIENTES DA POUPANÇA O papel de recolher os investimentos na forma de poupança é do mercado financeiro. Por meio dos bancos comerciais e demais entidades financeiras, efetua-se o recolhimento dessas rendas não gastas ou poupadas. O mercado financeiro coloca esses recolhimentos à disposição dos agentes econômicos na forma de empréstimos e cobra taxas de juros pela transação. As famílias (ou indivíduos) que têm recursos financeiros de sobra são estimuladas a aplicá-los no mercado financeiro em troca de uma remuneração. É justamente por meio desse mecanismo que o mercado financeiro recolhe o que se chama de vazamentos do fluxo circular da renda que ocorrem devido a “uma sobra” nos rendimentos das famílias. Ao recolher estes rendimentos, o mercado financeiro os oferece em forma de empréstimos que serão utilizados por empresários para estimular os investimentos. Assim, o recurso é injetado novamente no fluxo circular da renda. Podemos observar assim a importância da poupança, no sentido de financiar os empréstimos e investimentos. 3 VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – OS TRIBUTOS De outro lado, boa parte dos rendimentos das famílias não é gasta com consumo e também não é poupada. Uma parte considerável da renda das famílias é gasta com o pagamento de impostos ao governo. Isto representa mais um vazamento do fluxo circular da renda. Se as famílias pudessem optar ou se não existissem os impostos, os indivíduos poderiam fazer outra coisa com este dinheiro (como comprar mais mercadorias). Caso o montante de impostos cobrados pelo governo não retornasse para a economia, alguns problemas poderiam ocorrer. Dentre CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO eles, uma desaceleração econômica, fazendo diminuir a demanda por bens e serviços. Isso, se prevalecer por um período longo, poderia acarretar uma séria recessão e, é claro, em altos níveis de desemprego. 3.1 AS INJEÇÕES NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA PROVENIENTES DOS IMPOSTOS Os impostos recolhidos pelo governo são injetados novamento no fluxo circular da renda. Depois de recolher o dinheiro das famílias e das empresas, eles são investidos na sociedade, de várias formas. Por exemplo, com a realização de obras de infraestrutura, construção de escolas, universidades, investimento em saúde, entre tantas outras despesas públicas. Além disso, o governo compra insumos, é responsável pelo pagamento do funcionalismo público, realiza as transferências às famílias por meio de programas sociais e políticas públicas, paga as aposentadorias etc. Estas e outras atividades do governo se resumem a seus gastos, mas também significam injeções na economia dos recursos anteriormente retirados. Assim, é necessário um equilíbrio tanto do volume de impostos recolhido como de gastos do governo. Se os gastos do governo forem maiores que a sua arrecadação, o governo (igual a qualquer pessoa) estará em dívida. Se o contrário acontecer, ou seja, se houver uma maior arrecadação do que os gastos (ou seja, se sobrar dinheiro na conta do governo), ele consegue reduzir a sua dívida (se ele tiver). 4 VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – AS IMPORTAÇÕES Além da poupança e dos impostos, existe outro vazamento do fluxo circular da renda: os gastos das famílias com as mercadorias importadas. A compra de mercadorias produzidas fora do país favorece a produção naquele determinado país e desestimula a produção no país de domicílio. Importando produtos, o indivíduo envia parte da sua renda para o exterior. De outro lado, se a demanda por mercadorias importadas for muito grande, é possível que a demanda por mercadorias nacionais caia e algumas empresas quebrem. CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO 4.1 AS INJEÇÕES NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA PROVENIENTES – CASO DAS IMPORTAÇÕES Para este vazamento o governo dispõe de injeções de recursos. Nesse caso, existem as injeções de recursos no fluxo circular da renda que decorrem das exportações. Quando determinado país exporta mercadorias, ele atrai renda externa. Essa renda estimulará a demanda agregada e provocará um aquecimento na atividade econômica dentro do país. Por outro lado, se o volume de exportações for muito maior que o de importações, a tendência é ocorrer inflação, devido ao fato de que a produção nacional poderá não dar conta de suprir a elevação no consumo interno que se originará do excesso de renda resultante das exportações. 5 SÍNTESE DOS VAZAMENTOS E INJEÇÕES A seguir, podemos analisar um resumo do Fluxo circular da renda, dos respectivos vazamentos e injeções. ILUSTRAÇÃO DO FLUXO CIRCULAR DA RENDA COM OS VAZAMENTOS E AS INJEÇÕES FONTE: O autor com base em Froyen (2001) CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DOESTADO Conforme ilustrado no esquema acima, os vazamentos do fluxo circular da renda são três: a poupança (S), os impostos (T) e as importações (M). Depois de estudar até aqui, você ainda pode se perguntar como isso acontece, ou como na prática acontecem os vazamentos no fluxo de renda. Imaginemos que o seu salário seja $ 3.000,00. Segundo a premissa keynesiana, para que a economia funcione de forma equilibrada você deveria gastar todo o seu salário, certo? Todavia, você sabe que parte do seu salário será retido em forma de impostos (pagamento de Imposto de Renda e contribuição previdenciária, por exemplo). Suponhamos que o valor gasto com isso seja de $ 200,00. Assim, seu salário real será de $ 2.800,00, que foi o que sobrou após ter pago os tributos. Além disso, você pode optar por guardar parte do seu salário na poupança. Suponhamos então que guarde mais $ 200,00 mensais, pois deseja comprar um automóvel no futuro. Tomando esta decisão, você estará optando por não consumir ou não gastar parte da sua renda. Seu salário, que era de $ 3.000,00, agora é de $ 400,00 ($ 3.000,00 – 200,00 – 200,00). Com dinheiro sobrando, você decide comprar um computador. Acontece que ele é importado da China. Digamos que você parcelou sua compra, cuja parcela é de $ 200,00 mensais. Temos então um gasto com importação no valor de $ 200,00 (por mês). Essa parte do seu salário não está sendo gasta dentro do país de origem, mas sim, no exterior. No final das contas, do seu salário inicial sobraram $ 2.400,00 para gastar com bens e serviços na economia de seu país. O restante (impostos + poupança + importação) corresponde a vazamentos no fluxo de renda. Imagine que muitas pessoas fizeram transações parecidas com a sua. Então, teremos um valor bem maior de vazamento no fluxo de renda. Se não for feito nada para corrigi-lo, a economia nacional poderá enfrentar alguns problemas relacionados à desaceleração: muitas empresas encontrarão problemas para vender seus bens e serviços e, possivelmente, terão de reduzir a produção. Isso poderá ocasionar desemprego. Para que isso não aconteça, o governo cria mecanismos ou gastos que compensam cada um dos vazamentos. Isso se denomina injeções na economia. Conforme a ilustração acima, pode-se observar que as injeções são constituídas por Investimentos (I) que visam compensar a poupança, os gastos do governo (G) que compensam a arrecadação de impostos (T) e as exportações (X), que têm a finalidade de se igualar às importações (M). Tudo isto para que a economia se mantenha equilibrada. CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO .02 1 INTRODUÇÃO Na pr ime i ra e tapa des te curso conhecemos os p r inc íp ios da microeconomia e da macroeconomia. Como vimos, a microeconomia se preocupa em estudar o comportamento econômico das unidades individuais, que são os consumidores, as firmas e os proprietários dos fatores de produção. Simplificadamente, é uma análise individual, microscópica, da economia. Já a macroeconomia se preocupa em estudar o comportamento da economia como um todo. É o ramo da teoria econômica que se ocupa da análise da atividade econômica a partir de agregados, levando em conta o somatório dos comportamentos dos agentes econômicos e dos seus resultados, considerados no todo. Simplificadamente, podemos dizer que é um olhar macroscópico sobre a economia. Sendo assim, podemos dizer que o OBJETIVO DA MACROECONOMIA é estudar a determinação do nível geral de preços, do nível de produto, da taxa de salários, do nível de emprego, da taxa de juros, do volume de moeda, da taxa de câmbio, do volume de divisas, os gastos do governo, consumo agregado, entre outros. Vale dizer ainda que, apesar das diferenças entre a microeconomia e a macroeconomia, não existe uma espécie de conflito entre elas, já que ambas são consideradas as duas grandes áreas da teoria econômica. Dito isto, quando surgiu, especificamente, este ramo da teoria econômica? Veremos melhor no decorrer deste tópico. Bom estudo! EVOLUÇÃO DA MACROECONOMIA CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO 2 UMA NOVA TEORIA EM MEIO À CRISE: O PAPEL DE KEYNES Podemos dizer que a macroeconomia ganhou maior relevância a partir dos anos 1930, em meio à Grande Depressão, iniciada em 1929. Principalmente com a publicação da obra Teoria geral do emprego, do juro e da moeda, em 1936, de John Maynard Keynes. Anteriormente, outros economistas contribuíram com discussões acerca do desempenho da economia como um todo, como Adam Smith, Malthus, Karl Marx e F. List. Contudo, Keynes é considerado o fundador da teoria macroeconômica, em suas tentativas de explicar a crise econômica que atingia o mundo e a propor medidas para sair dela. A crise de 1929, conhecida como a “Grande Depressão”, foi o período de maior crise econômica, de nível mundial, do século XX. Ela teve início em 1929, cujo ápice foi a quebra da bolsa de valores de Nova York. No primeiro momento, atingiu a economia norte-americana, a Europa, e depois, os países latino-americanos, asiáticos e africanos. Embora Keynes seja considerado o “pai” da macroeconomia, o economista polonês Michal Kalecki chegou aos mesmos resultados, também por volta dos anos 1930. Enquanto Keynes baseou sua investigação nos pressupostos da economia neoclássica, Kalecki partiu dos pressupostos marxistas. A crise econômica que seguiu nos anos 1930 causou uma série de problemas socioeconômicos, dentre eles, elevados índices de desemprego. Até este período, a preocupação dos economistas em estudar os problemas “macro” da economia não tinha muita notoriedade, particularmente a questão do nível de emprego. Isso porque a corrente hegemônica de economistas tinha como base os pressupostos clássicos, baseados na Lei de Say. Isto é, sustentavam que a oferta guiava a demanda e que o mercado se autorregulava, encontrando, assim, o equilíbrio de forma natural. Desse modo, para estes pensadores, tanto a crise econômica como os problemas dela advindos (dentre os quais, o desemprego e a superprodução) seriam temporários, de modo que a economia encontraria, naturalmente, seu equilíbrio, com base nas forças do próprio mercado. De certa maneira, estes pressupostos subestimaram os efeitos da crise de 1929 e, portanto, já não apresentavam soluções capazes de atenuar os problemas da depressão econômica. CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO A crise que se seguiu nos anos 1930 mostrou as limitações desta teoria que presumia o equilíbrio automático da economia. Keynes, a partir de estudos sobre o emprego e os ciclos econômicos, superou tais conceitos e sugeriu formas para atenuar a crise. Ele apontou justamente o contrário do que preconizavam os economistas clássicos: evidenciou que a demanda era responsável por guiar a oferta (pois, para Keynes, as necessidades dos indivíduos é que influenciariam a oferta) e comprovou que o nível de emprego de uma economia estava ligado à sua demanda efetiva, que corresponde àquela proporção da renda direcionada a gastos com o consumo e com o investimento. Com isso, negou que a solução para a crise econômica se encontrava do “autoequilíbrio” do mercado. O “remédio” proposto para sair da depressão econômica foi uma política macroeconômica de estímulo à demanda efetiva/ agregada da economia. Ou seja, com políticas de intervenção do Estado na economia de um país, do lado da demanda agregada, através de gastos e investimentos em atividades produtivas (como a construção de obras públicas, subsídios a setores estratégicos da indústria, aumento do crédito, redução da taxa de juros, entre outros). Podemos dizer que a demanda efetiva/agregada é a demanda por bens e por serviços, que possuem capacidade de pagamento. Refere-se às necessidades que a população efetivamente possa pagar. As principais preocupações de Keynes se concentraram nos grandes agregados econômicos de curto prazo (os clássicos defendiam o longo prazo). Além disso, sustentou que a situaçãode pleno emprego era apenas uma das tantas situações possíveis em uma economia. Ao contrário dos clássicos, dizia ser possível alcançar o equilíbrio de uma economia com desemprego no mercado de trabalho. Inclusive, sem o pleno emprego dos recursos produtivos. O pleno emprego de uma economia corresponde a uma situação em que todos os recursos disponíveis (emprego, por exemplo) estão sendo utilizados de forma plena na produção dos bens e dos serviços, o que garante o equilíbrio das atividades produtivas. Justamente, foi a partir do trabalho de Keynes que a Teoria Macroeconômica ganhou evidência e se desenvolveu profundamente, principalmente no pós-2ª Guerra. Mais e mais, os economistas estavam preocupados em compreender as variáveis que influenciavam o desempenho da economia, em seus vários âmbitos. CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO 2.1 BREVE EVOLUÇÃO DA MACROECONOMIA Estes pressupostos defendidos por Keynes influenciaram muitos governos no direcionamento de suas políticas de planejamento econômico, bem como economistas, em suas análises da realidade. No primeiro caso, por exemplo, podemos citar o famoso New Deal, programa de recuperação econômica do presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt (1933-1939). A convicção que se tinha era de que o capitalismo poderia ser salvo das crises, desde que o Estado interviesse na economia. No segundo caso, a explicação dos problemas macroeconômicos tornou-se cada vez mais complexa, fazendo surgir várias escolas de pensamento. Dentre elas, os keynesianos, os monetaristas, os novos clássicos, os neokeynesianos e os institucionalistas. Como o nome sugere, os keynesianos baseavam suas análises na obra de Keynes e defendiam seus principais pressupostos. Tentavam demonstrar que as economias capitalistas se caracterizavam pela incapacidade de alcançar o nível de pleno emprego, devido às falhas de mercado. E assim, a recomendação era de intervenção do Estado via políticas de gastos públicos, fiscal e monetária. No período que se sucedeu à Segunda Guerra Mundial, as formulações keynesianas dominaram o debate econômico e se difundiram pelo mundo, sendo adotadas por inúmeros governos. De fato, a adoção destas políticas contribuiu para o crescimento da economia por alguns anos, sem distúrbios graves. Porém, a partir dos anos 1970, tornou-se recorrente entre muitos países a ocorrência do fenômeno da estagflação, que nada mais é do que uma situação de estagnação econômica, com baixos ou mesmos índices negativos de crescimento, combinado com altos níveis de inflação e desemprego. Neste período, a corrente keynesiana de explicação dos problemas macroeconômicos perdeu espaço. Ganhou força então o chamado monetarismo (cujo importante pensador é Milton Friedmann), rotulado como uma espécie de antítese do pensamento keynesiano. Os monetaristas preconizavam que a economia de mercado se autorregulava, não havendo, assim, necessidades de intervenção por parte do Estado. Para esta corrente de pensamento, o problema da inflação era essencialmente de ordem monetária. Da mesma maneira, entendiam que as flutuações econômicas resultavam, em sua maior parte, de alterações na oferta monetária. Logo, a moeda era a variável mais importante na determinação da demanda efetiva/agregada da economia. Dessa maneira, o controle do estoque de moeda, ou melhor, uma oferta monetária estável, permitiria um controle do processo inflacionário e também serviria para manter a economia em equilíbrio. Apenas no curto prazo, CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO mudanças na política monetária poderiam estimular a demanda efetiva; no longo prazo, geraria inflação. Também nos anos 1970 e 1980 ganhou força a escola das expectativas racionais, também conhecida como os novos clássicos. Analogamente aos monetaristas, defendiam que a economia se autorregulava e, portanto, políticas de intervenção por parte do Estado acabavam sendo ineficazes. Sustentavam o controle da oferta de moeda, bem como a ideia das expectativas racionais, isto é, de que os agentes econômicos fundamentam suas expectativas futuras de forma racional. Segundo estes pensadores, o indivíduo tem acesso a muitas informações no campo econômico, desde o entendimento da economia até a devida compreensão dos impactos de políticas monetárias e fiscais. Assim, consegue prever as ações do governo no que diz respeito à política econômica, tornando-as ineficazes. Mais recentemente, a escola dos novos keynesianos vem analisando a realidade com base nos principais pressupostos de Keynes, porém, com base em um esquema teórico mais sólido. Evidentemente, sustentam que a economia capitalista não se autorregula e que o pleno emprego dificilmente pode ocorrer, pois tanto os salários como os preços não são tão flexíveis. Defendem que os governos estabeleçam políticas de estabilização. Por fim, os institucionalistas trazem novos elementos para a discussão dos agregados macroeconômicos. Entre eles, o papel da tecnologia e das instituições. Para estes pensadores, existe um grau elevado de abstração em determinadas correntes do pensamento econômico. Além disso, sustentam que existem muitas instituições sociais e de poder que influenciam na formação dos preços e na alocação de recursos na economia. Para eles, o mercado é apenas uma destas instituições e, sendo assim, é preciso levar em consideração, nas análises, todas as outras estruturas organizacionais que influenciam a formação de preços e demais setores da economia. CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO .03 1 INTRODUÇÃO Caro acadêmico! Neste terceiro tópico iremos debater o Estado como um agente ativo na economia. Podemos dizer que a presença crescente do Estado nas economias capitalistas, tanto desenvolvidas quanto em desenvolvimento, é um fato incontestável. E isso, de certa maneira, desafia o dogma da economia neoclássica, os pressupostos da microeconomia (que explica a realidade a partir dos agentes privados que se movimentam no mercado) e, mais recentemente, o fundamentalismo neoliberal. Mundo afora, seja em maior ou em menor grau, o Estado se faz presente. Mas, e o que explica essa “intervenção” do Estado? Logo de início, poderíamos argumentar que, para responder a esta indagação, seria necessário identificar as numerosas funções exercidas pelos governos, assim como a origem e o destino dos recursos que os governos manipulam, pelo mundo afora. Ou então, caberia fazer comparações internacionais para se verificar o “grau de intervenção do Estado” em cada economia nacional. O fato é que encontrar respostas plausíveis exigiria um amplo debate, como um estudo bem aprofundado. Ocupemos-nos, aqui, de uma análise mais geral. Bom estudo! O ESTADO COMO AGENTE ATIVO NA ECONOMIA Vimos que a presença do Estado nas economias capitalistas é um fato incontestável. Talvez não haja maiores incompatibilidades entre Estado e mercado. Qual é a sua opinião sobre isso? CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO 2 INICIANDO O DEBATE A rigor, em qualquer sociedade do passado se dispunha de alguma forma de regulação pública. Contudo, é apenas nas modernas e complexas sociedades capitalistas que o Estado assume a feição de uma estrutura burocrática e intervencionista. Nos economicamente liberais séculos XVIII e XIX, cabia ao Estado prover serviços, principalmente, de justiça e segurança. É com a solução keynesiana, a partir dos anos 1930, que o Estado passa a assumir funções econômicas mais relevantes e mais diversificadas. Na URSS, já a partir de 1917, o Estado passará a substituir o mercado no comando da economia. Se olharmos para as correntes de pensamento econômico, iremos notar posturas diferentes quanto à presença do Estado na economia. Os economistas clássicos e, mais radicalmente, os neoclássicos se expressaram contrários à presença do Estado na economia. Já os keynesianos, e mesmo aqueles com tradição marxista, não viam maiores problemas na intervenção pública.De maneira geral, considerando a história mais recente, podemos destacar algumas razões que levaram o Estado a participar mais ativamente da economia. Entre esses fatores, estão: • Problemas de desemprego: principalmente nos momentos de crise econômica, houve crescimento exacerbado dos níveis de desemprego. Isso levou os governos a utilizarem medidas para mitigar tal problema, como a realização de obras públicas com a finalidade de absorver mão de obra. • O crescimento da renda per capita: o desenvolvimento da economia de mercado e o crescimento do volume de riquezas têm aumentado o poder de compra das pessoas. Com isso, também cresceu a demanda por bens e serviços públicos (lazer, educação, saúde, entre outros). • As mudanças tecnológicas: novas tecnologias, muitas vezes, demandam investimentos em infraestrutura. Esta, por vezes, fica a cargo dos governos. Por exemplo, o surgimento e intensificação do transporte rodoviário. • O aumento da população: taxas elevadas de crescimento populacional levam a aumento dos gastos do Estado com as despesas básicas como segurança, educação, lazer, entre outras. • Efeitos das guerras: nas guerras, o Estado sempre é protagonista através de seus gastos. Por exemplo, as duas grandes guerras do século passado ou, mesmo, a guerra do Iraque. Todas elas foram patrocinadas via recursos públicos. CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO • Os fatores políticos e sociais: em uma sociedade complexa, diversos são os grupos sociais que demandam bens e serviços. As reivindicações por políticas públicas crescem quando temos inúmeros setores da sociedade conquistando poder político. • A própria evolução e complexidade da economia: principalmente a partir do século XX, as relações econômicas tornaram-se muito complexas, motivando o alargamento das funções do Estado. Por exemplo, desenvolvimento em larga escala do comércio internacional e o predomínio dos mercados financeiros. Se atentarmos para o que dizem os economistas, veremos que não existe um consenso quanto ao que deve ser o papel do Estado na economia. Se fizermos uma generalização, podemos distinguir três posições em relação a esta questão: Uma primeira posição seria aquela dogmática liberal do Estado Mínimo. Os defensores destas ideias argumentam que o Estado não deve intervir na economia, ou melhor, que ele tenha apenas poucas atribuições, cuidando de setores que não interessam à iniciativa privada (podemos citar a manutenção da justiça, da segurança, entre outros). Defendem, assim, a abertura de mercado, corte nas despesas dos governos, privatização de estatais, a autorregulação dos mercados, entre outras ações. Uma segunda posição seria aquela da intervenção integral do Estado na economia, nos moldes do “socialismo real”. Portanto, contrária à primeira, vista acima. Argumentam que cabe ao Estado planejar a economia (o que, quanto e como será produzido), que as classes sociais devem ser extintas, que os meios de produção sejam socializados, que não haja distorção de salários e de riqueza, que o Estado providencie o atendimento de necessidades básicas (saúde de qualidade, educação etc.), entre outros argumentos. Uma terceira posição seria a de intervenção parcial do Estado na economia, aos moldes da socialdemocracia, em que se inserem muitos países europeus. Essa corrente defende a economia baseada na livre empresa, mas com a participação estatal na promoção do bem-estar social. Isso através de benefícios sociais a todas as pessoas, como acesso à moradia, educação de qualidade (todos os níveis), previdência social, saúde pública e de qualidade, entre outros. 3 FUNÇÕES DO SETOR PÚBLICO Desde uma perspectiva da regulação macroeconômica, podemos resumir as funções do Estado da seguinte maneira: CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO 1 Promover a estabilidade econômica. A estabilidade econômica se refere à busca permanente de elevados níveis de emprego, de baixas taxas de inflação, de controle apropriado da taxa de câmbio, de combate à queda no nível de atividade econômica, entre outros. Sendo assim, cabe ao governo fazer uso de políticas econômicas, a fim de manter o equilíbrio da economia. E, para isso, pode usar a política fiscal, a política monetária, a política cambial, a política comercial e de rendas. 2 Estimular o crescimento econômico . O est ímulo ao crescimento econômico implica indicar prioridades ao setor produtivo, conceder crédito e realizar investimentos públicos. Isso tudo objetivando o crescimento do produto da economia. Por exemplo, a melhoria das rodovias de um país, os investimentos realizados em portos, a concessão de subsídios a determinados ramos industriais estratégicos. 3 Assegurar a distribuição de renda. Infelizmente, é comum, nas economias de mercado, a existência de considerável desigualdade na distribuição de renda. Sendo assim, cabe ao Estado agir como um agente redistribuidor de renda. Além de uma intervenção que persiga tais propósitos ser, intr insecamente, posit iva, ela parece contribuir para um “equil íbrio macroeconômico”, que não seria alcançado a partir da plena liberdade de mercado. A preocupação com a distribuição de renda (dada a tendência à concentração de riquezas) pode ser encaminhada por meio de adequada política tributária (por exemplo, cobrando uma alíquota maior de imposto da camada mais rica da população). Outras maneiras podem envolver as transferências governamentais (programas de bolsa de estudos, erradicação da fome, entre outras). 3.1 ORÇAMENTO PÚBLICO, RECEITAS E DESPESAS DO GOVERNO O orçamento público é o documento que prevê receitas e despesas governamentais num certo período. Mostra quanto o governo recolhe em forma de impostos e quanto gasta em cada área específica. Entendemos por receitas todos os ingressos do governo, provenientes da sociedade em forma dos tributos (impostos, taxas etc.). Já as despesas correspondem aos gastos governamentais em atividades-fim (como educação, saúde, segurança etc.) e atividades-meio (como pessoal, material de consumo etc.). Para saber mais sobre o orçamento público, consulte este link: <https:// www.youtube.com/watch?v=u37F1fBwvEU&t=66s>. CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO Entendidos estes dois conceitos, o que acontece quando o governo gasta mais do que arrecada? E o que acontece quando gasta menos que arrecada? Vejamos melhor: Esta última situação é conhecida como superávit público e ocorre justamente quando a arrecadação do governo é superior aos seus gastos. Com dinheiro sobrando, as contas públicas ficam em dia e é possível continuar investindo na economia. Já a primeira situação, onde os gastos do governo superam a sua arrecadação, é denominada de déficit público. Pode ser de três tipos: I. Déficit Primário, que leva em consideração a diferença entre arrecadação e despesas no período (do ano em exercício). Não se leva em consideração a correção monetária e cambial e os juros da dívida contraída em outros anos. II. Déficit Operacional, que corresponde à diferença entre arrecadação e despesas no período, acrescido dos juros da dívida passada. III. Déficit Nominal/total, que leva em consideração o déficit total, ou seja, inclui a dívida atual, mais os juros, correção monetária e cambial das dívidas passadas. Voltando à pergunta anterior. Em uma situação de déficit público, o que fazer? Nesta situação, o governo pode utilizar algumas medidas de política fiscal ou de política monetária. No primeiro caso, pode lançar mão de medidas que envolvam o aumento de impostos ou redução dos gastos do governo. Ou ainda, utilizar estas duas medidas em conjunto. Com relação às medidas de política monetária, ele pode emitir moeda ou vender títulos da dívida pública. No primeiro caso, o Tesouro Nacional toma dinheiro emprestado do Banco Central, o que é equivalente a uma política monetária expansionista. Apesar de mitigar os efeitos do déficit público, a expansão da moeda na economiapode gerar pressões inflacionárias. Já ao vender títulos da dívida pública ao setor privado, o governo troca-os por moeda que está em circulação. Logo, retira moeda da economia. Apesar de possibilitar um aumento das receitas do governo, ao longo do tempo isso contribui para o aumento da dívida pública. Além disso, pode ser necessário elevar os juros para atrair investidores. CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO Entende-se por política fiscal as ações de controle e administração das contas públicas através da política tributária e de gastos. É um importante instrumento de política do governo, operando de forma a manter um nível tolerável de estabilidade econômica. Atuando através dos mecanismos da política fiscal, ou seja, através da política de gastos e de tributação, o governo pode aumentar ou diminuir o nível de renda da economia, influenciando a demanda agregada. É uma ferramenta de combate à depressão e à inflação. De acordo com o cenário macroeconômico, o Estado pode lançar mão de uma política fiscal de cunho expansivo ou restritivo. A política fiscal é expansiva quando vai estimular a demanda agregada. A renda é expandida. São medidas como: aumento nos gastos públicos; diminuição da carga tributária (estimulando consumo e investimento); estímulos à exportação; barreiras à importação (beneficiando a produção nacional). A política fiscal é restritiva quando se quer “desacelerar” a demanda. O objetivo é contrair a renda. São medidas como: diminuição dos gastos públicos; elevação da carga tributária (desestimulando o consumo); elevação das importações. 3.2 A ARRECADAÇÃO POR PARTE DO ESTADO: OS TRIBUTOS Vimos anteriormente que o governo arrecada dinheiro, essencialmente, através dos tributos. É assim que o Estado compõe sua receita fiscal. Basicamente, os tributos são constituídos por: 1) Impostos; 2) Taxas; 3) Contribuições de melhoria; 4) Empréstimos compulsórios; 4) Contribuições especiais. Vejamos cada um deles: 1 Os IMPOSTOS são os tributos por excelência, servem para compor a receita do Estado e permitir que cumpra suas funções com a sociedade. São arrecadados e não têm uma finalidade previamente estabelecida. Podemos classificá-los entre impostos diretos e impostos indiretos. Os impostos diretos são aqueles que afetam a riqueza dos contribuintes, incidindo de forma direta sobre a riqueza e a renda. Quem arca com seu ônus é a pessoa que recolhe o imposto. Exemplos: Imposto de Renda (IR), Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana (IPTU), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Já os impostos indiretos estão relacionados com a produção e comercialização, incidindo, portanto, mercadorias e serviços. Geralmente, a firma que recolhe o imposto pode transferir o ônus para terceiros. Exemplos: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre Serviços (ISS). CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO Podemos classificar os impostos ainda entre: • Impostos Regressivos: são aqueles em que o aumento da contribuição é proporcionalmente menor à medida que a renda aumenta. Logo, o ônus do pagamente deste imposto recai sobre as classes menos privilegiadas. Exemplo: ICMS e IPI. • Impostos Proporcionais: a proporção arrecadada do imposto permanece constante, para qualquer nível de renda. Os diversos segmentos sociais são onerados igualmente em termos de percentual de imposto. • Impostos Progressivos: ocorre quando o porcentual de contribuição se eleva à medida que a renda aumenta. O ônus desse tipo de imposto recai de forma mais acentuada sobre as classes mais ricas. Exemplo: Imposto de Renda. 2 As TAXAS são cobradas em razões do exercício de polícia ou pela utilização de serviços públicos específicos e divisíveis. Ou seja, utilizados por quem paga, como exemplo, taxa de coleta de lixo ou taxa de fiscalização de vigilância sanitária. O que é cobrado tem destinação prévia. 3 As CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA são cobradas quando uma determinada obra pública aumenta o valor patrimonial de bens e imóveis. 4 Os EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS também têm destinação prévia e são cobranças direcionadas a atender problemas emergenciais, como guerras, calamidade pública e investimento urgente. Ex.: o confisco da poupança efetuado pelo governo Collor. 5 As CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS são parecidas com os impostos, mas diferenciam-se pelo fato de que o tributo em questão é previamente destinado a uma finalidade específica. Exemplo, as contribuições sociais, previdenciárias (FGTS, PIS, COFINS, entre outros), contribuições sindicais, contribuições de categorias profissionais. CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO .04 1 INTRODUÇÃO Prezado acadêmico! Você já se perguntou como se faz para medir o desempenho da economia de um país? A metodologia utilizada para isso é denominada de Contabilidade Nacional. Ela permite, por um lado, medir o desempenho da economia e, por outro, evidenciar as relações entre os agregados macroeconômicos. A partir de todas as informações resultantes deste diagnóstico, que, no caso dos países, é de um ano, se pode formular as políticas econômicas. Justamente, conhecer suas principais características será nosso objetivo neste Tópico 4. 2 NOÇÕES BÁSICAS DE CONTABILIDADE NACIONAL Podemos definir a Contabilidade Nacional como uma metodologia capaz de registrar e quantificar os agregados macroeconômicos. Através dela pode-se quantificar a economia de um país, de uma maneira sistemática e coerente. De um modo geral, podemos dizer que ela é composta por cinco contas básicas: CONTABILIDADE NACIONAL CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO informações Nestas contas estão contidos os principais agregados macroeconômicos e, juntos, representam a medida oficial do fluxo do produto e da renda de um país. No Brasil, a responsabilidade por organizá-las é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para conhecer mais sobre as contas nacionais do Brasil, acesse este link, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): <http://www.ibge. gov.br/home/estatistica/economia/contasnacionais/2013/default.shtm>. Para se elaborar as contas nacionais, alguns princípios básicos são levados em consideração, dentre eles: I. São computadas apenas as transações com bens e serviços finais, portanto, são excluídos da contabilidade os bens e serviços intermediários. II. Procura-se medir a produção do próprio período. Com isso, não são computados os valores de transações de anos anteriores. III. As transações medidas sempre se referem a um fluxo por unidade de tempo, geralmente, um ano. IV. As transações financeiras não são consideradas, por se tratarem de transferências entre aplicadores e tomadores. E isso não configura um acréscimo à produção real da economia. CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO Os bens finais são aqueles que são vendidos para consumo ou para utilização final. Ou seja, já passaram por todo o processo de transformação, estão inteiramente acabados. Por exemplo, um automóvel 0 km. Já os bens intermediários correspondem àqueles que sofrem alguma transformação no processo de produção de outros bens. Eles são consumidos no processo produtivo para poder gerar o produto final. Por exemplo, o trigo, no processo de produção do pão. 3 MEDIDAS DE ATIVIDADE ECONÔMICA: PRODUTO NACIONAL, RENDA NACIONAL E DESPESA NACIONAL Para mensurar a atividade econômica, que é contínua, tomam-se em conta os valores das transações realizadas com os bens e meios produtivos durante um ano. Existem algumas formas de fazer isso, entre elas, através do conceito de Produto Nacional, de Renda Nacional e de Despesa Nacional. Entendemos por PRODUTO NACIONAL o valor monetário de todos os bens e serviços finais gerados pela economia durante determinado período de tempo (geralmente, um ano). Representa o valor do produto pela ótica de quem vendeu. Não entram nesta conta os bensintermediários. Já a RENDA NACIONAL corresponde aos pagamentos feitos aos recursos de produção utilizados para gerar esse produto nesse mesmo ano. São as remunerações do trabalho (mão de obra), capital, terra, capacidade empresarial e tecnologia. O resultado obtido por meio destas duas contas será sempre igual. Por exemplo, imaginemos uma economia que produza apenas feijão e milho. Os pagamentos aos recursos de produção utilizados foram: salários, aluguel da terra, juros e lucros. Vejamos melhor as contas com a ajuda da tabela a seguir: Produção Renda Valor total da produção de feijão $ 1.200.000,00 Total dos pagamentos de salário $ 1.600.000,00 Valor total da produção de milho $ 800.000,00 Aluguel da terra $ 160.000,00 - - Juros pagos $ 40.000,00 - - Lucros $ 200.000,00 Produto Nacional $ 2.000.000,00 Renda Nacional $ 2.000.000,00 CALCULANDO O PRODUTO NACIONAL E A RENDA NACIONAL FONTE: O autor com base em Passos; Nogami (2012) CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO Se calcularmos pela ótica do produto nacional, ou seja, o valor final dos produtos produzidos por esta economia, teremos um Produto Nacional de $ 2.000.000,00 (soma da produção de feijão + a de milho). Da mesma forma, somando os pagamentos feitos aos fatores de produção, teremos uma Renda Nacional de $ 2.000.000,00 (remuneração do trabalho + remuneração da terra + remuneração do capital + remuneração da capacidade empresarial). Por fim, a DESPESA NACIONAL é o gasto realizado pelos agentes econômicos com o produto nacional. Ela apresenta o mesmo valor do produto nacional, porém medido pela ótica de quem comprou e não de quem vendeu. Considerando as despesas realizadas pelos agentes econômicos, temos que a Despesa Nacional é igual: despesas de consumo + despesas de bens de capital + despesas de governo + despesas do setor externo. Como vimos anteriormente, quando se mede o resultado das atividades econômicas não são computados os bens e serviços intermediários, apenas os finais. Disso se tem uma identidade muito importante nas contas nacionais: Produto Nacional = Renda Nacional = Despesa Nacional 3.1 POUPANÇA E INVESTIMENTO Não é novidade para ninguém que as pessoas não gastam, necessariamente, tudo o que ganham. Muitas poupam para o futuro. Analogamente, as empresas não produzem apenas bens de consumo final, para o consumo. Elas produzem também bens de capital, que aumentam a capacidade produtiva da economia. Essas considerações requerem que consideremos dois importantes conceitos: o de Poupança Agregada e o de Investimento Agregado. A poupança é o ato de não consumir no período, deixando para um consumo futuro. Disso se tem que a Poupança Agregada (S) é a parcela da renda nacional (RN) que não é consumida no período. De toda a renda recebida pelas famílias, a parcela que não for gasta com consumo (C) será denominada Poupança Agregada (S). S = RN - C O Investimento Agregado é gasto com todos os bens produzidos (bens de capital, bens de consumo, intermediários) e não consumidos no período, que irão, portanto, aumentar a capacidade produtiva da economia. Ele também é chamado de taxa de acumulação do capital e compõe-se do investimento em bens de capital acrescido da variação de estoques de todos os bens que não foram consumidos. CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO Investimento total = investimento em bens de capital + variação de estoques Os bens de capital (bens de produção) são aqueles bens utilizados para a produção de outros bens e que não se desgastam totalmente no processo produtivo. Por exemplo, as máquinas, os equipamentos, as instalações. Sempre que falamos de Investimento Agregado (I), estamos nos referindo a produtos físicos. Dessa maneira, o investimento em ações, por exemplo, não se configura um investimento no sentido econômico. Ele é apenas uma transferência financeira, isto é, apenas a transação ocorrida na bolsa de valores que não aumenta, por si mesma, a capacidade produtiva da economia. Caso este recurso seja utilizado no processo produtivo (compra de equipamentos, máquinas, aumento das instalações, entre outros), aí teremos uma situação de investimento. Vale dizer ainda que investimentos em ativos de segunda mão (usados) não entram na contabilidade do Investimento Agregado. Esta ação se configura apenas como uma transferência de ativos. Como foi produzida em anos anteriores, foi computado lá atrás. 4 OUTRAS MEDIDAS AGREGADAS: O PNB E O PIB Derivados destes conceitos que vimos anteriormente, temos outras medidas para quantificar as atividades econômicas. Umas delas é o Produto Nacional Bruto (PNB). Podemos defini-lo como o valor de mercado de todos os bens e serviços FINAIS (pertencentes aos nacionais) produzidos na economia em um dado período de tempo (geralmente um ano), independentemente do território econômico em que esses recursos foram produzidos. Inclui os milhares de bens e serviços produzidos por uma economia: roupas, carros, celulares, ovos, bebidas, serviços médicos, de educação, entre tantos outros. E como medir o PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB)? Basicamente, calculamos o valor monetário de cada bem (ou seja, a quantidade de cada bem ou serviço, multiplicado pelo seu preço) para depois somar o total destes valores. Por exemplo, imaginemos uma economia hipotética, que produza apenas cinco bens. A tabela a seguir nos mostra o tipo de bem, os preços e as quantidades produzidas por esta economia no período de um ano. CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO MEDINDO O PNB DE UMA ECONOMIA HIPOTÉTICA FONTE: O autor com base em Passos; Nogami (2012) Bem Preço ($) Quantidade A - Cerveja 5,00 (por unidade) 400 B - Ovos 6,00 (por dúzia) 100 C - Gasolina 4,00 (por litro) 500 D - Carne 20,00 (por quilo) 350 E - Madeira 40,00 (metros cúbicos) 250 Para descobrimos o PNB desta economia, primeiramente multiplicamos a quantidade total de cada bem pelo seu respectivo preço. Depois, somamos os resultados e chegamos ao seu PNB. Na fórmula (Pa = preço de A; Qa = quantidade de A; e assim, respectivamente): PNB = (Pa x Qa) + (Pb x Qb) + (Pc x Qc) + (Pd x Qd) + (Pe x Qe) PNB = (5,00 x 400) + (6,00 x 10) + (4,00 x 500) + (20,00 x 350) + (40,00 x 250) PNB = $ 2.000,00 + $ 600,00 + $ 2.000,00 + $ 7.000,00 + $ 10.000,00 PNB = $ 21.600,00 Além desta maneira de medir o PNB, podemos utilizar a abordagem da renda, que leva em consideração a soma das remunerações dos fatores de produção (soma dos salários, juros, aluguéis, lucros). No caso, teríamos que somar o total das remunerações pagas ao longo do processo produtivo. Ao medirmos a produção de um país (como no exemplo anterior) podem surgir problemas, como o da dupla (ou múltipla) contagem. Ou seja, como a economia produz bens econômicos de uso final, é preciso que a contabilidade leve em consideração os bens intermediários no processo de produção. Assim, é necessário excluir da contabil idade do produto os bens intermediários, considerando apenas os bens finais. Para isso se utiliza o conceito de VALOR ADICIONADO. Por exemplo, para computar o valor final de um livro, teríamos que descontar o preço do papel, da tinta, da madeira, dos corantes e tantos outros produtos utilizados no processo produtivo. O conceito de valor adicionado corresponde ao cálculo do que cada ramo de atividade adicionou ao valor do produto final, levando em conta cada etapa do processo produtivo. É o valor bruto da produção menos o valor de bens intermediários adquiridos no processo produtivo. CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO Para exemplificar, utilizemos os dados da tabela a seguir e imaginemos que o Produto Nacional Bruto (PNB) do país X seja composto apenas pela produção de pães. Podemos evitar o problema da dupla contagem de duas maneiras. A primeira, contabilizando o valor dos produtos finais. Como o produto final são os pães, temos um PNB de $ 2.800,00. A segunda maneira é computando o valor do valor adicionado, ou seja, levando em consideraçãoapenas os valores que foram adicionados ao produto à medida que ele passa pelos estágios de produção. Estágios da produção Receita de Vendas ($) Compra de Outras empresas ($) Valor Adicionado ($) 1. Produção de Trigo 1.400,00 0,00 1.400,00 2. Produção de Farinha 2.000,00 1.400,00 600,00 3. Produção de Pão (produto final) 2.800,00 2.000,00 800,00 4. Valor adicionado 2800,00 CALCULANDO O VALOR ADICIONADO FONTE: O autor com base em Passos; Nogami (2012) No nosso exemplo, temos três estágios. Supomos que os produtores de trigo não adquiram bens de outras firmas. Estes vendem sua produção a uma empresa que irá processar o trigo por $ 1.400,00. Neste primeiro estágio, o valor adicionado é de $ 1.400,00 ($1.400,00 - $ 0,00). Esta empresa o processa e vende a uma padaria por $ 2.000,00. Portanto, o valor adicionado nesta segunda etapa foi de $ 600,00 ($ 2.000,00 - $ 1.400,00). Por fim, a padaria vende aos consumidores toda a produção de pães por $ 2.800,00. Nesta terceira etapa o valor adicionado foi de $ 800,00 ($ 2.800,00 - $ 2.000,00). A soma dos valores adicionados em cada etapa totaliza então $ 2.800,00, igual ao produto final e que nos dá o PNB desta economia. Além do Produto Nacional Bruto (PNB), temos o Produto Nacional Líquido (PNL). Este nada mais é do que o PNB descontado da depreciação. Isto é = PNL = PNB – depreciação. A depreciação corresponde ao consumo de estoque de capital físico em determinado período. CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO 4.1 PNB NOMINAL E PNB REAL Outra importante questão relacionada ao PNB é distinguir se ele variou de um ano para o outro devido ao aumento/diminuição nos preços ou por um aumento/diminuição nas quantidades do produto. Ou ainda, se devido aos dois. Quando consideramos o aumento do PNB de um ano para o outro, muito dessa elevação se deve ao aumento dos preços que ocorreu no período e não tanto ao aumento físico da produção. Existem, portanto, duas situações: uma que considera o valor nominal, isto é, acrescida da inflação do período; e outra, real, que desconta a elevação nos preços. Assim, podemos definir o PNB entre PNB nominal e PNB real. O PNB nominal mede o valor da produção aos preços prevalecentes no período durante o qual o bem é produzido. O PNB real mede o valor da produção em qualquer período aos preços de um ano-base e nos dá uma estimativa da variação real ou física na produção entre anos específicos. É o PNB descontado da inflação ocorrida no período. Por isso, é preciso separar as partes variação no produto que correspondem a um aumento definitivo da produção daqueles que se referem apenas ao aumento de preços. E como os economistas fazem para separar crescimento de preços de crescimento real do produto? O fazem tomando os preços de determinado ano como base (ano-base) e os utilizam para medir o PNB de diferentes anos. Isso significa, na prática, ter como parâmetro um índice de preço, que serve como uma estimativa da variação do nível geral de preços. No ano-base, o índice sempre terá o valor de 100. Nos anos seguintes, mostrará as variações a partir desta base. Por exemplo, pensemos no ano de 2010 como ano-base. Neste ano, o PNB do país Y foi de $ 412.817,60. Como nosso ano-base é 2010, o índice deste ano seria 100. Se no ano de 2011 a variação no nível geral de preços foi de 17,3%, nosso índice será de 117,3 (100 + 17,3). No ano seguinte, o PNB do país Y chegou a $ 548.696,00. Porém, ainda não descontamos a inflação. Então, para descobrirmos o PNB real de 2011, fazemos o seguinte cálculo: dividimos o PNB nominal de 2011 (548.696,00) pelo índice de preços (117,3) e multiplicamos seu resultado por 100. Com isso, encontraremos o PNB de 2011, medido a preços do ano- base, 2010. Assim: = 548.696,00 100 467.771,53 117,3 x CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO 4.2 O PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) Outra medida comumente utilizada para mensurar a atividade econômica é o Produto Interno Bruto (PIB). O PIB considera o valor agregado de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do território econômico de um país, independentemente da nacionalidade dos proprietários das unidades produtoras desses bens e serviços. Assim, não leva em conta o resultado entre as rendas enviadas ao exterior e as contas recebidas do exterior. Prezado acadêmico, a Renda Recebida do Exterior (RR) refere-se à renda que recebemos devido à produção das empresas nacionais no exterior. A Renda Enviada ao Exterior (RE) é o resultado das transferências de rendas de estrangeiros obtidas no Brasil, por exemplo, e enviadas a seu país de origem (remessa de lucros, royalties etc). Portanto: RR – RE = RLFE (Renda Líquida dos Fatores Externos). Mas, você deve se perguntar: qual é a diferença entre PNB e PIB? Basicamente, o PNB leva em consideração o valor agregado de todos os bens e serviços finais produzidos por uma economia, independentemente do território econômico em que estes recursos foram gerados. Por exemplo, no cálculo do PNB brasileiro, se leva em conta o que foi produzido apenas pelas empresas brasileiras, tanto aquelas que estão instaladas no Brasil, como aquelas que estão instaladas em outras partes do mundo (mas pertencem a brasileiros). Já o PIB considera apenas o valor agregado de todos os bens e serviços produzidos dentro do território de um país, independentemente da nacionalidade dos donos das empresas. Por exemplo, no cálculo do PIB brasileiro se leva em consideração a produção realizada dentro das fronteiras nacionais, tanto das empresas brasileiras, como das multinacionais (que estão instaladas em nossas fronteiras). Ou seja, na conta do PNB entram as contas da Renda Líquida dos Fatores Externos (rendas recebidas do exterior subtraídas das rendas enviadas ao exterior). O PIB não considera estas contas. Simplesmente: PNB = PIB + RLFE. Dessa maneira, caso as rendas recebidas do exterior forem maiores que as enviadas, o PNB será maior que o PIB. Do contrário, se as rendas recebidas forem menores que as rendas enviadas, o PNB será menor que o PIB. CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO Caro acadêmico! É possível acessar os valores do Produto Interno Bruto brasileiro no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O link para acesso é: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl. asp?z=p&o=32&i=P&c=5938>. É possível visualizar os dados para diversos níveis: Brasil, grandes regiões, Estados e, mesmo, municípios. CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO AUTOATIVIDADE Prezado acadêmico! Estamos chegando ao final de mais uma etapa do Curso Livre em Economia. Chegando até aqui, é importante fixar alguns conceitos e teorias que você estudou até agora. Por isso, elaboramos algumas autoatividades para você testar seus conhecimentos. 1 Logo no primeiro tópico da quarta etapa, conhecemos os principais vazamentos do fluxo circular da renda. Quais são eles? Por quais medidas eles podem ser corrigidos? 2 A presença do Estado, tanto em economias mais desenvolvidas como naquelas em desenvolvimento, é um fato difícil de se contestar. O fato é que, seja em menor ou em maior grau, ele é um agente ativo na economia. Nas economias capitalistas modernas podemos distiguir três grandes funções do Estado, no que se refere à intervenção econômica. Quais são estas funções? Discorra sobre cada uma delas. 3 No último tópico da quarta etapa, vimos que a Contabilidade Nacional é um mecanismo pelo qual se mede o nível de atividade econômica de um país. Entre as várias medidas da atividade econômica, podemos ressaltar o Produto Nacional Bruto (PNB) e o Produto Interno Bruto (PIB). Como podemos diferenciá-los? 4 A macroeconomia tem por objetivo estudar a determinação dos grandes agregados da economia, entre eles: o nível geral de preços, o nível de produto, a taxa de salários, o nível de emprego, a taxa de juros, o volume de moeda, a taxa de câmbio, o volume de divisas, os gastos do governo, o consumo agregado,entre outros. Vimos que a divisão da teoria econômica, entre macroeconomia e microeconomia, é relativamente recente, mais precisamente, ocorreu a partir da Grande Depressão, de 1929. Disserte sobre a evolução da macroeconomia e a importância de Keynes neste campo teórico. 5 A Contabilidade Nacional corresponde a uma metodologia que auxilia no registro e na quantificação dos principais agregados econômicos. Com ela, podemos “medir” a economia de uma nação, de maneira coerente e sistemática. Com base nisso, ligue a primeira coluna à segunda: a) Renda Nacional. b) Investimento. c) Despesa Nacional. d) Poupança. e) Produto nacional. CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO ( ) O gasto realizado pelos agentes econômicos com o produto nacional. ( ) O valor monetário de todos os bens e serviços finais gerados pela economia durante determinado período de tempo. ( ) Ato de não consumir no período, deixando para um consumo futuro. ( ) Corresponde aos pagamentos feitos aos recursos de produção utilizados para gerar o produto, em um ano. São as remunerações do trabalho (mão de obra), capital, terra, capacidade empresarial e tecnologia. ( ) Gasto com todos os bens produzidos e não consumidos no período, que irão, portanto, aumentar a capacidade produtiva da economia. CURSO LIVRE - ECONOMIA 4: O PAPEL DO ESTADO REFERÊNCIAS FROYEN, Richard T. Macroeconomia. 5 ª edição, São Paulo: Saraiva, 2001. PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; GREMAUD, Amaury Patrick. Manual de economia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. xviii, 606p, il. PASSOS, Carlos Roberto M.; NOGAMI, Otto. Princípios de economia. 6. ed. rev. São Paulo: Cengage Learning, c2012. xxiv, 670 p, il. ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. José Paschoal Rossetti. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2003. SANDRONI, Paulo. Novíssimo dicionário de economia. 3. ed. São Paulo: Best Seller, 1999. 649 p. VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de economia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. xix, 292 p, il. VICECONTI, Paulo Eduardo V. (Paulo Eduardo Vilchez); NEVES, Silvério das. Introdução à economia. 7. ed. rev. e atual. São Paulo: Frase, 2005. xix, 594 p, il.
Compartilhar