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Economia Aplicada aos Negocios

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PÓS - GRADUAÇÃO
NÚCLEO COMUM
ECONOMIA APLICADA 
AOS NEGÓCIOS
Gabriel Sarmento Eid
http://unar.info/ead2
 
 
 
 
 
 
ECONOMIA APLICADA AOS 
NEGÓCIOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Gabriel Sarmento Eid 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA .............................................................................................. 3 
PROGRAMA DA DISCIPLINA ..................................................................................................... 4 
UNIDADE 01. INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS BÁSICOS ..................................................... 6 
UNIDADE 02. MACROECONOMIA .......................................................................................... 13 
UNIDADE 03. MICROECONOMIA ........................................................................................... 20 
UNIDADE 04. POLÍTICAS ECONÔMICAS ................................................................................ 27 
UNIDADE 05. INDICADORES ECONÔMICOS ........................................................................ 34 
 
 
 
3 
 
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
 
Gabriel Sarmento Eid, Mestrando em Educação Sociocomunitária, UNISAL 
(2014); Graduado em Ciências Econômicas - FACAMP (Promoção do Ensino de 
Qualidade S/A) (2010); Atua como Consultor Econômico Independente na B&S 
Associados; Tem experiência na área de Economia, Finanças e Educação 
Financeira, atuando principalmente nos seguintes temas: Educação Financeira, 
Perícia Econômico-Financeira, Finanças Pessoais, Investimentos em Renda Fixa e 
Variável, Bolsa de Valores, Fundos Imobiliários; Áreas de Pesquisa: Educação 
Financeira; Finanças Pessoais; Associado ao CORECON/SP: 33.905. 
Para ser capaz de gerir de forma eficiente as finanças de qualquer 
negócio, o gestor financeiro precisa conhecer as variáveis econômicas que 
podem vir a afetar o empreendimento, as políticas públicas que podem afetar o 
meio em que o negócio está inserido e as medidas do governo que podem 
afetar as finanças da empresa, do mercado de captação de recursos e do 
mercado de investimentos financeiros. 
Tendo isso em vista, esta disciplina busca abordar os aspectos dentro da 
economia mais relevantes para o gestor financeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
PROGRAMA DA DISCIPLINA 
 
Ementa 
Abordagem de temas relevantes para a atividade do gestor financeiro 
dentro da esfera das ciências econômicas: Políticas Públicas que afetam o meio 
empresarial e Órgãos Governamentais com poder de fiscalização e atuação no 
mercado financeiro. 
 
Objetivos 
Capacitar o aluno na compreensão dos fundamentos econômicos 
pertinentes à atividade do gestor financeiro. 
 
Conteúdos 
Conceitos básicos de economia; Sistemas econômicos; Macroeconomia e 
Microeconomia; 
 
Bibliografia Básica 
MENDES, Judas Tadeu Grassi. Economia. Fundamentos e aplicações. São Paulo. 
Prentice Hall, 2005. 
PASSOS, Carlos Roberto Martins; NOGAMI, Otto. Princípios de Economia. São 
Paulo. Pioneira, 2002. 
ROSSETTI, José Pascoal. Introdução à economia. 20. ed. São Paulo. Atlas, 2010 
 
Bibliografia Complementar 
CANO, Wilson. Introdução à economia: uma abordagem crítica. São Paulo. 
Unesp, 1998. 
MANKIW, N. Gregory. Introdução à economia: princípios de micro e 
macroeconomia. 2. ed. Rio de Janeiro. Campus, 2001. 
 
5 
 
MARX, Karl (1859). Para a crítica da economia política. In MARX, K. Para a crítica 
da economia política; Salário preço e lucro; O rendimento e suas fontes. São 
Paulo. Abril Cultural, 1982. 
PINDYCK, Robert S. e RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. Makron Books, 
1994. Versão em inglês: Microeconomics. Macmillan, 1989. 
RUDIGER, Dornbusch e FISHER, Stanley. Macroeconomia. 5a edição. São Paulo: 
Makron Books do Brasil Editora Ltda e Editora McGraw Hill Ltda, 1991. Original 
em inglês: Macroeconomics. McGraw Hill, Fifth Edition, 1990. 
ROSSETTI, José P. Contabilidade Social. Atlas, São Paulo, 1986. 
SAMUELSON e NORDHAUS. Economia, Editora Mc Graw Hill, 12 edição. 
DORNBUSCH, RUDIGER e FISCHER, SATNLEY. Macroeconomia, Makron Books, 5 
edição. 
 
 
 
 
6 
 
UNIDADE 01. INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS BÁSICOS 
 
Objetivo 
Abordar os tópicos básicos em economia. 
 
BEBENDO NA FONTE 
Introdução 
Economia é a ciência social que estuda os processos de produção, 
distribuição, comercialização e consumo de bens e serviços. É o estudo de como 
as pessoas e a sociedade decidem empregar os recursos (Capital, Terra e Mão 
de Obra), que são escassos e podem ser utilizados de diversas maneiras, para 
produzir bens variados. O estudo da economia pode ser separado em duas 
grandes áreas: 
Macroeconomia – analisa o desempenho da economia como um todo, 
por meio da análise das variações de preços e produção. Algumas de 
suas variáveis principais são os preços, a produção e o emprego. 
Microeconomia – estuda o comportamento de cada “molécula 
econômica” do sistema, por meio de preços e quantidades relativas. Para 
exemplificar, pode-se citar a análise do funcionamento de empresas e do 
comportamento do consumidor. 
Os problemas econômicos fundamentais podem ser divididos em três: 
1. Quais produtos produzir e em qual a quantidade a ser produzida; 
2. Como os produzir, isto é, através de qual combinação de fatores 
produtivos da Terra, Capital e Mão de Obra; 
3. Para quem devem ser produzidos e distribuídos os produtos, mercado 
interno, mercado externo etc. 
 
7 
 
Esses problemas não existiriam se os fatores de produção fossem 
ilimitados; tal realidade é denominada de “lei da escassez”, ela estabelece que a 
limitação de recursos obrigue a escolha entre bens relativamente escassos. 
Isso implica o conceito de “Eficiência produtiva na economia”, que 
estabelece que não se pode aumentar a produção de um bem sem reduzir a de 
outro. 
Outro conceito importante que envolve essas questões é a Lei da Oferta 
e da Demanda; a oferta e a demanda atuam conjuntamente na determinação do 
preço e da quantidade dos produtos em cada determinado mercado, as 
empresas tentam analisar e prever essas variáveis para poder determinar sua 
capacidade produtiva e, assim, alocar, da melhor maneira, os seus recursos e 
obter o máximo possível de lucro. 
Para tanto, é analisada a Curva de Demanda, que se baseia no nível de 
utilidade de determinado produto para o consumidor: quanto maior o preço, 
menor a quantidade procurada, e vice-versa, porém, essa utilidade é uma 
variável com viés subjetivo, logo, a regra do preço não é plena, assim como a 
utilidade do produto pode variar de consumidor para consumidor. Os 
determinantes da demanda são: preço do produto, rendimento médio dos 
consumidores, dimensão do mercado, preço e disponibilidade de outros bens, 
gostos ou preferências. O deslocamento da curva ocorre em função da 
alteração desses fatores. 
Por outro lado, temos a Curva de Oferta que se baseia nos custos de 
produção de um bem ou serviço. É a relação entre os preços de mercado do 
produto/serviço e a quantidade ofertada pelos produtores. Quanto menor o 
preço, menor a quantidade de bens que será ofertada. Seus determinantes são: 
os custos de produção, monopólios, concorrências de outros bens, imprevistos 
meteorológicos, tributação, incentivos e subsídios, variáveis ambientais. O 
deslocamento da curva de oferta ocorre em função da alteração desses fatores. 
 
8 
 
O chamado preço de equilíbrio verifica-se quando a quantidade 
procurada for igual à quantidade oferecida, o que ocorre quando as duas curvas 
se cruzam. 
Por meio da lei da oferta e da procura –também conhecida como lei da 
Oferta e da Demanda–, as questões de “o que, como e para quem” ficam 
parcialmente resolvidas. Isso se deve à interdependência de cada mercado em 
relação aos mercados de outros bens na estruturação do “sistema de equilíbrio 
geral de preços”. 
Enquanto o equilíbrio parcial ocorre diante do comportamentode cada 
mercado individualmente, o equilíbrio geral tem lugar diante dos processos 
simultâneos e interdependentes dos diferentes mercados – esse último é uma 
espécie de “mão invisível”. Esse modelo de “concorrência perfeita” é apenas um 
cenário potencial, que nunca ocorre, pois desconsidera diversos mecanismos da 
economia, chamadas de “falhas de mercado”, como a existência de monopólios 
e de externalidades. 
 
Sistemas Econômicos 
Em toda sociedade organizada, misturam-se, em maior ou menor 
medida, os mercados e a atividade de seus governos. O grau de concorrência 
desses mercados é variado, podendo ir do monopólio, em que apenas uma 
empresa existe, à economia de livre mercado, que apresenta uma verdadeira 
concorrência, com várias empresas operando. Porém, nenhum dos dois cenários 
implica preços justos, uma vez que tanto no monopólio quanto na concorrência 
as empresas detêm o poder de determinação dos preços. 
O mesmo acontece com relação à intervenção estatal, que engloba 
desde uma intervenção mínima expressa em impostos, crédito, contratos e 
subsídios, até o controle dos salários e dos preços dos sistemas em uma 
economia centralizada, como as que imperam nos países comunistas. 
 
9 
 
Entretanto, em ambos os sistemas, ocorrem divergências: no primeiro sistema, 
existem somente monopólios estatais; enquanto, no segundo, somente 
concessões às empresas privadas. 
As principais diferenças entre a organização econômica centralizada e a 
capitalista residem em quem é o proprietário dos capitais produtivos, 
financeiros e imobiliários, assim como nos diferentes pontos de vista sobre a 
distribuição da renda ou na forma de estabelecer os preços. Em quase todos os 
países capitalistas, uma parte importante do produto nacional bruto (PNB) é 
produzida por entes privados. 
Os problemas mais importantes enfrentados pelo capitalismo são o 
desemprego, a inflação e as injustas desigualdades econômicas. Os problemas 
mais graves das economias centralizadas são o subemprego, a informalidade, a 
burocracia e a corrupção. 
A chamada economia mista é uma situação intermediária entre a 
economia centralizada e a economia de livre-mercado são os modelos de 
economia social-democrata ou liberal-socialista. Nesses modelos, a atividade 
econômica se funda, em sua maior parte, no setor privado, enquanto o setor 
público regula essa atividade, intervindo para proteger os trabalhadores e 
redistribuir a renda. 
 
AMPLIANDO HORIZONTES 
Aproveitando a discussão dessa unidade, irei inserir aqui alguns trechos 
do texto do economista Luiz Carlos Bresser-Pereira publicado na revista 
Conjuntura Econômica, em que discute o Sistema Econômico Brasileiro. Tomei a 
liberdade de destacar os trechos mais importantes. 
Um sistema é sempre um conjunto de elementos articulados entre si de 
forma a constituir um todo [...] Quando se trata de um sistema social, o objetivo 
mínimo é igualmente a sobrevivência, ou a segurança, mas como é formado de 
 
10 
 
agentes racionais dotados de vontade, há um objetivo econômico adicional: o 
bem-estar [...] com o trabalho, que é o elemento básico de qualquer sistema 
econômico, o homem visa melhorar seu padrão de vida. Quando, finalmente, se 
trata de um sistema social dotado de um Estado moderno e democrático, ou seja, 
dotado de um instrumento de ação coletiva, o bem-estar deixa de ser um objetivo 
implícito e passa a ser explicito. Os governos dos Estados-nação, [...] passam a 
desenvolver estratégias buscando o desenvolvimento econômico. A lógica do 
sistema passa a ser o desenvolvimento. [...] Através do mercado e com o uso do 
dinheiro, os produtores competem entre si, e dessa forma o mercado aloca 
recursos e determina a distribuição da renda. No papel de alocador de 
recursos, o mercado é um mecanismo maravilhoso só embora cheio de 
falhas e dependente da ação regulatória do Estado para poder ser efetivo. 
Como instrumento distribuidor de renda é cego e injusto. Por isso, a ação 
deliberada da sociedade através do Estado está sempre presente na 
regulamentação do mercado e na tentativa de correção das suas falhas. 
No Brasil, porém, o sistema econômico vigente não obedece à lógica do bem- 
estar ou do desenvolvimento. Sua lógica é a dos juros (...). Enquanto nos países 
desenvolvidos a taxa de juros real para aplicações seguras em títulos de renda fixa 
está em torno de 2%, e em outros países em desenvolvimento é um pouco maior 
do que isto, aqui é cinco vezes maior. Por que tanto? Foram provavelmente as 
altas taxas de crescimento durante os anos 70 e a alta inflação durante os anos 
80 até 1994 que levaram os rentistas, especificamente os credores internos e 
externos do Estado, a entender consensualmente que essa taxa lhes é devida. E foi 
certamente a política frouxa, submissa, dos diversos governos, que legitimou essa 
pretensão. 
(...) Evidentemente, não é esse o entendimento dos interessados e das autoridades 
monetárias. Para eles, o objetivo está claro: é a meta de inflação, que seria 
condição para o desenvolvimento. Não há dúvida que manter o controle da 
 
11 
 
inflação é fundamental, mas para isso não é necessário manter a taxa de juros 
básica em um nível sem qualquer relação com a classificação de risco do país. 
Se fosse verdade que o controle da inflação é o objetivo principal da política 
econômica, nos momentos em que a demanda agregada caísse e a inflação 
entrasse correspondentemente em declínio, o Banco Central aproveitaria a 
oportunidade para baixar a taxa de juros básica para os níveis internacionais 
compatíveis com a classificação de risco do Brasil. Ora, isso é impensável para 
seus diretores, que adotam um modelo onde a taxa de juros de equilíbrio estaria 
em torno de 9% reais. Além disso, se o objetivo principal fosse combater a 
inflação, o governo já teria acabado definitivamente com toda indexação na 
economia brasileira. Mas também essa medida está fora da agenda do Ministério 
da Fazenda e do Banco Central. 
(...) Nos quadros dessa lógica, o crescimento não é esquecido. A taxa de juros 
básica que vem prevalecendo nos últimos dez anos inviabiliza os investimentos e 
levaria a economia à estagnação absoluta. A ideia, porém, não é essa. O objetivo 
subordinado, mas presente, é de um crescimento da renda per capita de 2% ao 
ano (3,5% bruto). Para lográ-lo, e manter os empresários industriais 
minimamente sob controle, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e 
Social (BNDES) garante uma taxa de juros para as grandes empresas inferior à 
Selic. Além do custo dos juros abusivos, o país deve, portanto, financiar esse outro 
valor com tributos. O governo, por sua vez, que já levou quase a zero o 
investimento publico, recusa-se a reduzir despesas correntes. Pelo contrário, as 
aumenta, pretendendo assim compensar os baixos salários. E, novamente, para 
manter o superávit primário necessário, eleva a carga tributária. 
A pressão dos juros, de um lado, reduzindo o investimento (não obstante a Taxa 
de Juros de Longo Prazo, a TJLP) e, de outro lado, a pressão da carga tributária 
reduzindo a renda em poder do público, tendem a reduzir a taxa de lucro, a não 
ser que se continue a comprimir os salários. Isto, entretanto, não é difícil porque a 
 
12 
 
taxa de crescimento muito baixa produz um alto nível de desemprego. O objetivo 
para essa taxa (aquele que seria correspondente ao Produto Interno Bruto (PIB) 
potencial em face do atual nível de poupança e de investimentos) seriam os 2% 
reais per capita. Todavia, essa taxa de crescimento (e mesmo um pouco mais, 
como aconteceu em 2004) só é viável quando a taxa de câmbio está em um nível 
adequado (digamos, dada a recente depreciação do dólar nos mercados 
internacionais, R$ 3,20), estimulando assim um grande aumento das exportações. 
Essa taxa, entretanto, só foi alcançada no passado recente devido a duas crises 
(1998 e 2002). Desde meados de 2003, porém,a taxa de câmbio vem baixando 
devido à manutenção da política de juros elevados. Com a apreciação do real, as 
exportações caem, as importações aumentam, e, enquanto não se desencadeia 
nova crise de balanço de pagamentos, os investimentos caem e o crescimento do 
PIB se desacelera para em torno dos 1% per capita já referidos – ou seja, para a 
quase-estagnação. 
 
Disponível em: 
http://www.bresserpereira.org.br/Works/SmallPapers/5.SistemaEconomicoBrasileiro-
ConjEc.p.pdf 
 
 
http://www.bresserpereira.org.br/Works/SmallPapers/5.SistemaEconomicoBrasileiro-ConjEc.p.pdf
http://www.bresserpereira.org.br/Works/SmallPapers/5.SistemaEconomicoBrasileiro-ConjEc.p.pdf
 
13 
 
UNIDADE 02. MACROECONOMIA 
 
Objetivo 
Proporcionar conhecimento sobre macroeconomia aplicada aos gestores 
financeiros. 
 
BEBENDO NA FONTE 
Poucas instituições abordam tópicos de economia voltados aos 
profissionais de finanças de uma maneira integrativa e aplicável. 
Imagine que um gestor financeiro não tenha interesse e nem 
conhecimento sobre microeconomia, macroeconomia, sobre a atuação do 
governo na economia e que não conheça os indicadores econômicos. Então, a 
empresa onde ele trabalha sofre diante de um colapso econômico financeiro, 
como o ocorrido em 2008 e 2009, e seus superiores lhe solicitam um plano 
emergencial. 
Como ele irá fundamentar suas decisões? Como ele irá coletar e analisar 
os dados necessários? Quais dados ele irá coletar? Como ele vai elaborar um 
plano estratégico financeiro sem possuir conhecimento algum sobre o 
funcionamento do sistema financeiro nacional, das taxas de juros, das metas de 
inflação e como as políticas econômicas do governo afetam a empresa onde 
trabalha. 
Além disso, atualmente, existe uma oferta muito vasta de notícias e 
informações privilegiadas – na televisão, Internet, nos livros e revistas –, mas, 
para que elas sejam base para a tomada de decisões, é preciso entendê-las, 
saber analisá-las e, para isso, é preciso certo conhecimento dos aspectos 
conceituais da macroeconomia e microeconomia. 
Uma economia é composta por Receitas e Despesas, Bens e Serviços que 
são comercializados constantemente, Insumos para esses Bens e Serviços, 
 
14 
 
Salários para a mão de obra, Aluguéis da terra, Lucros das empresas e pessoas, 
a Terra em si, o Capital financeiro e o trabalho. Essa composição 
macroeconômica forma microeconomias que proporcionam o desempenho da 
economia maior, como, por exemplo, as Famílias, as Empresas e os mercados 
que esses componentes formam. 
Existem dois ramos da economia, a microeconomia e a macroeconomia, 
os quais influenciam diretamente na gestão das empresas, pois eles formam de 
alguma maneira a composição do mercado, seja micro ou macro. 
Para Mankiw (2001), microeconomia é o estudo da tomada de decisões 
individual de famílias e empresas e sua interação em mercados específicos e a 
macroeconomia é o estudo de fenômenos da economia como um todo 
(inflação, desemprego). É importante notar que o conjunto de fatos 
microeconômicos acaba formando uma macroeconomia. Para os dois conceitos, 
teremos influência direta na gestão e no mercado das empresas, então, é 
importante que o gestor tenha conhecimento do contexto relativo à economia 
e seus aspectos mercadológicos. 
 
Macroeconomia 
A Macroeconomia estuda o comportamento do sistema econômico, por 
meio da análise dos grandes agregados econômicos, como o nível de produção 
ou o produto total de uma economia, o nível de emprego e a renda per capita, 
a poupança e o investimento, o consumo e a produção industrial, o nível geral 
dos preços e as taxas de juros. Seus principais objetivos estão no crescimento 
econômico, distribuição de renda, redução do desemprego e da inflação e no 
desenvolvimento do comércio internacional. 
A estrutura macroeconômica se divide em cinco mercados: 
• Mercado de Bens e Serviços: Nível de produção agregada (produto 
interno bruto, por exemplo) bem como o nível de preços (inflação). 
 
15 
 
• Mercado de Trabalho: Nível de geral de oferta/demanda de mão de 
obra (sem diferenciar), determinando a taxa de salários e o nível de 
emprego/desemprego. 
• Mercado Monetário: Avalia os fluxos monetários, moeda interna, 
moeda externa, taxas de juros, taxas de crédito. 
• Mercado de Títulos: Mercado no qual os agentes econômicos 
superavitários, que possuem um nível de gastos inferior à sua renda, e 
deficitários, que possuem gastos superiores ao seu nível de renda. 
• Mercado de Divisas: Saldo da balança de pagamentos, expresso pelas 
exportações, pelas entradas de capitais financeiros e pelo volume de 
importações e saída de capital financeiro. 
 
A contabilidade nacional 
O estudo da macroeconomia ampara-se nos apontamentos estatísticos 
dos principais fluxos de produção e renda. Tal registro recebe o nome de 
Contabilidade Nacional ou Social. Suas normas e princípios seguem um padrão 
cada vez mais uniforme no plano internacional. Os países de primeiro mundo 
iniciaram a sistematização desses registros a partir do impulso dado pela teoria 
keynesiana, na metade do século XX, ao mesmo tempo em que surgia a 
necessidade destes mesmos entes em quantificar a atividade econômica da 
maneira mais rigorosa possível e traçar sua evolução ao longo do tempo. 
Após a crise de 1929 nos Estados Unidos, por exemplo, não havia dados 
confiáveis disponíveis sobre os mercados, ou sobre o nível de emprego. 
Somente em 1941, o parlamento britânico convocou um grupo sobre o 
comando do economista John Maynard Keynes, encarregando-o de elaborar 
uma sistemática de quadros ilustrativos capaz de evidenciar os recursos 
produzidos pela economia e sua utilização. 
 
16 
 
A primeira tentativa séria de uniformizar a base da contabilidade dos 
estados surgiu com a publicação do "Sistema Simplificado de Contas 
Nacionais", pela OCEE (Organização para a Cooperação Econômica Europeia), 
antecessora da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento 
Econômico). 
A contabilidade social lida com três variáveis: 
• Renda: salários das famílias obtidos por meio da venda de seus 
fatores de produção às empresas (mão de obra); outros conceitos 
derivam da renda: como a renda pessoal disponível e a renda de 
investimento, úteis na aferição do crescimento econômico de um país 
em determinado período. Partindo do modelo mais simples do fluxo 
de renda, é possível observar o saldo de poupança e investimento. 
• Produto: toda produção de bens e serviços finais de uma economia; o 
cálculo desse produto nacional pode ser feito sob vários aspectos, 
importantes para a contabilidade social. Por exemplo, o produto 
interno ou nacional, bruto ou líquido, a custo de fatores ou a preços 
de mercado, nominal ou real, total ou per capita ou poder paridade 
compra. 
• Despesas: Gastos com a produção dos bens e serviços da economia 
nacional por meio dos agentes econômicos. Também pode ser 
calculadas sob diversos aspectos e visões. 
Estas três variáveis são consideradas como detentoras de uma identidade 
macroeconômica entre si. É com elas que o Estado vai analisar a sua economia e 
embasar as suas políticas econômicas. 
Portanto, a Contabilidade social é uma técnica que tem como objetivo 
principal ilustrar e quantificar a atividade econômica do país, durante um 
determinado período de tempo, normalmente, um ano. Seus principais 
indicadores são: 
 
17 
 
A. Valor Bruto de Produção (VBP): Somatório de todos os bens e serviços 
produzidos, num dado período de tempo. Incorre no chamado erro de 
"dupla contagem", pois soma os produtos finais com os insumos 
utilizados na sua produção. 
B. Valor Agregado Bruto (VAB): É a correção do VBP, eliminando-se a dupla 
contagem. Obtém-se se descontando do VBP o valor dos insumos 
utilizados no processo produtivo. 
C. Renda Bruta (RB): Soma das remunerações brutas de todos os fatores de 
produção (Terra, Capital e Trabalho), duranteum período de tempo. 
D. Produto Interno Bruto (PIB): Soma de todos os bens e serviços finais 
produzidos dentro da economia do país, num determinado período de 
tempo, independentemente da origem dos fatores de produção. 
E. Produto Nacional Bruto (PNB): Soma de todos os bens e serviços finais 
produzidos, num determinado período de tempo, originários dos fatores 
de produção nacionais. 
F. Produto Interno Líquido: PIB descontando as depreciações. Medida mais 
sustentável de avaliação da economia. 
G. Produto Nacional Líquido: PNB descontando as depreciações. 
H. PIB ou Renda per capita: PIB ou Renda total da economia dividida pela 
população nacional. 
I. Renda Nacional (RN): é a renda líquida gerada no período, e que se 
dirige aos proprietários nacionais de fatores de produção. 
 
AMPLIANDO HORIZONTES 
Antes de 1936, quando a obra do economista John Maynard Keynes, 
“Teoria geral do emprego, do juro e da moeda”, foi publicada, o modelo 
econômico clássico –e hegemônico– explicava que as causas do desemprego 
 
18 
 
eram determinadas pelas estruturas rígidas do mercado de trabalho, que 
impediam que os salários baixassem até o nível do ‘equilíbrio’. 
Os economistas dos séculos XVIII e XIX acreditavam que a produção não 
sofreria grandes alterações e todos os fatores de produção estariam ocupados 
na produção de bens e serviços que formam a renda, o chamado estado de 
"pleno emprego". Além disso, baseados na Lei de Say, que estabelecia que 
"toda oferta cria sua própria demanda", eles acreditavam que toda a renda 
gerada pela produção (salários e lucros) seria utilizada no mercado para o 
consumo de bens e serviços, equalizando assim Oferta e Demanda. 
Keynes desenvolve sua teoria baseando-se no pressuposto de que, 
devido a vazamentos como a formação de estoques e redução de produção, os 
agentes econômicos não seriam capazes de coordenar a economia 
eficientemente e, por isso, seria necessária a intervenção do estado na 
economia, pois ele é o único agente realmente autônomo, já que não depende 
dos salários e nem do lucro. 
Sua primeira hipótese foi a existência de desemprego. Os economistas 
clássicos acreditavam apenas no desemprego voluntário. Keynes, ao contrário, 
acreditava na existência de desemprego não voluntário, resultante do fato de a 
economia estar funcionando abaixo de seu potencial, deixando assim uma 
capacidade ociosa. 
Keynes definiu o conceito de Oferta Agregada (OA) como o somatório da 
renda disponível na economia, enquanto a Oferta Potencial é a máxima 
produção da economia com o pleno-emprego de seus fatores de produção. Por 
sua vez, a Oferta Agregada Efetiva é aquela que efetivamente é colocada no 
mercado, podendo ocorrer sem a plena utilização dos fatores de produção. 
Keynes definiu também que a Demanda Agregada seria o somatório do 
consumo total da economia com os investimentos, os gastos governamentais e 
as exportações, subtraindo-se as importações. 
 
19 
 
A ênfase do keynesianismo na demanda, como determinante chave do 
nível de produção em curto prazo, permitiu iniciar o desenvolvimento da 
contabilidade social e de seus conceitos, tais como o gasto total com consumo, 
em formação de capital (produção de maquinaria, fábricas etc.), em gastos 
públicos e em exportações e importações, que constituem os elementos-chave 
da ‘demanda final’ agregada à economia. 
Também permitiu realizar a análise dos determinantes desses dados-
chave da demanda final, ao elaborar a teoria da demanda agregada de 
consumo e suas relações com os níveis da renda, assim como sua dependência 
dos tipos de interesses existentes. 
Portanto, a teoria monetária é uma parte essencial da teoria 
macroeconômica, uma variável monetária cuja função principal, em um mundo 
de incertezas, limita-se a equilibrar a oferta e a demanda de dinheiro, e não a 
equilibrar o investimento e a poupança planejados. A teoria monetária também 
está relacionada com outro elemento-chave da macroeconomia: a inflação. 
 
 
 
 
20 
 
UNIDADE 03. MICROECONOMIA 
Objetivo 
Proporcionar conhecimento sobre microeconomia aplicada aos gestores 
financeiros. 
 
BEBENDO NA FONTE 
É o ramo da economia voltado ao estudo do comportamento das 
unidades de consumo (famílias e/ou indivíduos), ao estudo das empresas, suas 
respectivas produções e custos, além do estudo da produção e preços dos 
diversos bens e serviços e fatores de produção. Representa uma visão 
microscópica dos fenômenos econômicos. 
Diferencia-se da macroeconomia, que é um ramo da economia que 
aborda os problemas econômicos de maneira agregada. 
Mercado é o local onde produtores e consumidores se encontram para 
realizar a compra e a venda das mercadorias. Os mercados existem desde os 
primórdios da humanidade. Eles evoluem de acordo com o desenvolvimento da 
sociedade, mas mantêm as mesmas características comuns: representam o local 
onde se realizam as transações entre compradores e vendedores. 
No mercado a regulação é feita pela lei da oferta e da procura. Quando 
há mais produtos que as necessidades da população, os preços tendem a 
baixar. Quando há menos produtos que a procura, os preços tendem a subir. 
O mercado regula os interesses de produtores e consumidores: os 
produtores querem ganhar o máximo possível; enquanto os consumidores 
querem pagar o mínimo possível. O resultado desse processo são os preços de 
equilíbrio, ou seja, é o patamar no qual consumidores e produtores realizam 
seus interesses, sem que nenhum seja prejudicado. Os mercados crescem 
quando há desenvolvimento econômico, crescimento da economia. 
 
21 
 
Os mercados entram em retração quando há desaceleração do 
desenvolvimento econômico. 
Os preços no mercado são a expressão monetária do valor de 
mercadorias e refletem os custos de produção e o lucro dos empresários. 
Os mercados caracterizam-se pela seguinte estrutura: concorrência 
perfeita; monopólio e oligopólio. 
 
Concorrência perfeita: é uma situação marcada pelas seguintes características: 
 O número de agentes compradores e vendedores é de tal ordem que 
nenhum deles, individualmente, possui condições para influir 
decisivamente no mercado. 
 Os produtos são homogêneos, podendo ser fabricados por qualquer dos 
produtores. 
 Produtores e consumidores têm mobilidade e não há acordo de preço 
entre os que participam do mercado. 
 O preço é definido de maneira impessoal, ninguém individualmente o 
estabelece. Deve haver transparência no mercado. Não há informações 
privilegiadas para qualquer agente econômico. 
 
Monopólio 
 Quando há no mercado apenas um vendedor, que domina inteiramente 
o mercado. 
 O produto da empresa monopolista não tem substituto próximo. Não há 
alternativas para os consumidores. 
 A entrada de concorrentes no mercado é praticamente impossível. 
 Tem poder total sobre a formação dos preços. 
 Os monopólios não têm transparências. Suas operações e transações são 
uma espécie de caixa preta. 
 
22 
 
Oligopólios 
É a forma moderna da grande empresa. Tem as seguintes características: 
 É formado por um pequeno grupo de grandes empresas que dominam 
um ou vários ramos de produção e dividem entre si o mercado. 
 Há grandes obstáculos para a entrada de concorrentes. 
 Quando há acordo de preços entre os oligopólios, a concorrência é 
residual. 
 
A procura no mercado 
A procura de um produto está relacionada às quantidades que os 
consumidores estão dispostos a adquirir em função dos preços. 
A reação típica dos consumidores em relação aos preços pode ser 
explicada de três maneiras: 
1. Quanto mais baixos os preços, maiores quantidades os consumidores 
tendem a procurar. Quanto mais altos os preços, menores quantidades 
são procuradas. 
2. Efeito substituição: quando o preço de determinado produto aumenta, 
permanecendo invariável o preço dos seus sucedâneos, os consumidores 
tendem a substituí-lo. 
3. Utilidademarginal: Quanto maior for a quantidade de um produto 
qualquer, menor será o grau de utilidade de cada nova unidade 
adicional. 
 Os graus de sensibilidade aos preços não são iguais para todos os 
produtos. Muitas vezes alterações de preço não são capazes de produzir 
modificações nas quantidades procuradas. 
 Esses graus de sensibilidade dos consumidores podem ser afetados por 
meio do conceito de elasticidade-preço da procura, que é a relação entre as 
 
23 
 
modificações observadas, nas quantidades procuradas decorrentes das 
alterações de preço. 
 Quando as quantidades procuradas aumentam na mesma proporção de 
redução nos preços, o produto apresenta uma elasticidade-preço 
unitária. 
 Quando as quantidades procuradas aumentam menos que a redução dos 
preços, há uma procura inelástica. 
 Quando as quantidades procuradas aumentam mais que as reduções de 
preços, há uma procura elástica. 
 
Fatores determinadas da elasticidade-preço 
Essencialidade - está ligada ao grau de necessidade do produto. Os produtos 
de maior essencialidade tendem a ter coeficientes de elasticidade baixos. 
Hábitos - a rigidez do consumo é também fator determinante na elasticidade-
preço. Muitos hábitos arraigados se transformaram em vício e faz com que os 
consumidores tenham pouca sensibilidade - variação nos preços. 
Periodicidade da aquisição - o intervalo de tempo entre uma e outra aquisição 
do produto é fator importante na elasticidade-preço do produto. Grandes 
intervalos de tempo entre a compra tendem a "apagar" da memória os preços 
de referência. 
Teoria da produção 
Empresa: unidade que produz bens ou serviços para a sociedade e que tem 
como objetivo a maximização do lucro. 
Empresário: é quem decide quando e como produzir as mercadorias. A 
produção depende da aceitação do mercado e implica lucros ou prejuízos. 
Produto: qualquer bem ou serviço resultante do processo de produção. 
Tecnologia: resulta do processo de conhecimento científico aplicado à 
produção. 
 
24 
 
Função da produção: é a relação que indica a quantidade máxima de produto 
que se pode obter, num determinado tempo, a partir de uma determinada 
gama de fatores de produção e de acordo com os processos de produção mais 
adequados. Ex.: o número de sapatos que poderão ser produzidos a partir de 
determinada quantidade de couro, prego, fios, energia elétrica, mão de obra, 
máquinas, equipamentos, num período de oito horas. 
Produção: é a transformação dos fatores de produção adquiridos pelas 
empresas com objetivo de venda no mercado. 
No processo de produção, diferentes fatores são acessados para a obtenção do 
bem final. As formas como esses fatores são combinados denomina-se métodos 
de produção. Os métodos de produção podem ser realizados de duas maneiras 
básicas: intensivos e extensivos. 
Métodos Intensivos de mão de obra: quando se utiliza uma quantidade maior 
de trabalhadores do que de máquinas, equipamentos ou insumos. 
Métodos Extensivos de mão de obra: quando se utiliza uma quantidade 
menor de trabalhadores do que de máquinas, equipamentos ou insumos. 
Fatores fixos e variáveis de produção: 
 Fixos: são aqueles em que as quantidades utilizadas não variam quando 
o volume da produção se altera. 
 Variáveis: são aqueles em que as quantidades variam quando o volume 
de produção se altera. 
Eficiência produtiva: é a utilização do método de produção mais eficiente 
tecnologicamente entre os métodos disponíveis, com o objetivo de alcançar 
uma determinada quantidade de produtos com um mínimo de fatores de 
produção. 
Eficiência econômica: é um método de trabalho que permite a obtenção da 
maior quantidade de produtos com o menor custo. 
 
25 
 
Lei dos rendimentos decrescentes: elevando-se a quantidade de um fator 
variável, permanecendo fixa a quantidade dos demais fatores, a produção 
inicialmente crescerá em taxas crescentes. Mas a partir de certa quantidade 
utilizada do fator variável, a produção crescerá com acréscimos cada vez 
menores, até decrescer. 
Custo de produção: representa a soma das despesas da empresa, quer 
relacionado com o capital fixo, quer com o capital variável. 
 
Terra (fator 
fixo) 
Mão-de-obra 
(fator variável) 
Produto 
total 
Produtividade 
média 
Produtividade 
marginal (Mão 
de obra) 
10 1 6 6.0 6 
10 2 14 7.0 8 
10 3 24 8.0 10 
10 4 32 8.0 8 
10 5 38 7.6 6 
10 6 42 7.0 4 
10 7 44 6.2 2 
10 8 44 5.4 0 
10 9 42 4.6 -2 
 
Tipos de Custos: 
 Custos fixos totais (custos indiretos): correspondem aos recursos de 
produção que não variam em função das alterações nas quantidades 
produzidas. Ex.: edifícios, máquinas, equipamentos. 
 Custos totais variáveis (custos diretos): referem-se aos recursos variáveis 
utilizados no processo produtivo. Estes custos dependem da quantidade 
a ser produzida. Ex.: matérias-primas, mão de obra, energia. 
 
26 
 
 Custo total médio: é obtido mediante a divisão do custo fixo total pela 
quantidade produzida. 
Receita da Empresa: é obtida por meio da multiplicação da quantidade de 
bens e serviços vendidos pelo respectivo preço de venda. 
Receita Marginal: o preço de venda também pode ser definido como a receita 
marginal da empresa, ou seja, quanto ela irá faturar a cada unidade adicional 
produzida e vendida. 
Economia de escala: ocorre quando a empresa aumenta o processo produtivo 
e obtém ganhos de produtividade. 
 
AMPLIANDO HORIZONTES 
Se tiver maiores interesses em compreender os preceitos teóricos da 
Microeconomia, pesquise as obras de Robert Pindyck, Daniel Rubinfeld, Prentice 
Hall e Gregory Mankiw. 
 
 
27 
 
UNIDADE 04. POLÍTICAS ECONÔMICAS 
 
Objetivo 
Proporcionar conhecimento sobre microeconomia aplicada aos gestores 
financeiros. 
 
BEBENDO NA FONTE 
As políticas econômicas são um conjunto de medidas tomadas pelo 
Estado de um país com o objetivo de agir e incutir sobre os mecanismos de 
produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Embora apontadas ao 
campo da economia, essas medidas obedecem também a critérios de ordem 
política e social. 
Em suma, a política econômica global do Estado consiste em promover o 
desenvolvimento socioeconômico, redução do desemprego e sua estabilidade 
de preços, equilibrar o volume financeiro das transações econômicas com o 
exterior, promover estabilidade de preço e controle da inflação e orientar a 
distribuição da riqueza e da renda. Para alcançar os objetivos da política 
econômica global, são utilizadas quatro políticas com dinâmicas próprias: Fiscal, 
Cambial, de Rendas e Monetária. 
Política Fiscal: é a política de receitas e despesas do Governo Federal, Estadual 
e Municipal. Envolve a definição e aplicação da carga tributária exercida sobre 
os agentes econômicos, bem como a definição dos gastos do Governo. Quando 
as receitas são superiores à soma das despesas, diz-se que o governo tem um 
superávit fiscal primário e, caso sejam inferiores, um déficit fiscal primário. 
Tem forte impacto sobre a política monetária quando os prazos de 
recolhimento de impostos afetam o fluxo de caixa dos agentes econômicos. 
Uma política fiscal adequada permitiria reduzir o endividamento interno do 
Tesouro através de um superávit fiscal. Para aumentar as receitas é necessária 
 
28 
 
uma Reforma Tributária que melhore a capacidade arrecadadora e, para reduzir 
as despesas, uma Reforma Administrativa que diminua despesas de custeio. A 
Reforma da Previdência ajudaria tanto na redução do custo quanto no aumento 
da receita. 
De acordo com a teoria Keynesiana, o governo de um país, em vez de 
procurar o equilíbrio no orçamento, deveria praticar uma política fiscal de 
elevação dos gastos públicos e/ou redução de impostos, mesmo que 
incorrendo em déficits orçamentários. É a denominada 'política expansionista' 
da demanda e da produção. 
Política Cambial: instrumento da política de relações comerciais e financeiras 
entre um país eo conjunto dos demais países; está fundamentalmente baseada 
na administração da taxa de câmbio e no controle das operações cambiais. A 
atuação do Governo sobre essa taxa, com mecanismos que podem valorizá-la 
ou desvalorizá-la, afeta diretamente as exportações, importações e o 
movimento internacional de câmbio financeiro. 
A política cambial deve ser cuidadosamente administrada no que tange 
ao seu impacto sobre a política monetária. O desempenho muito forte nas 
exportações gera um efeito monetário pelo ingresso de divisas, sendo que a 
conversão da moeda estrangeira para reais implica a expansão da emissão de 
moeda, que é fato gerador de inflação. 
A oferta monetária via câmbio, por exportações ou por captações 
externas, prejudica o controle dos juros, aumentando o custo do governo, que 
se obriga a aumentar a dívida pública mobiliária para enxugar a moeda que 
entra em circulação. A remuneração dos dólares em reservas internacionais é 
menor do que a remuneração paga internamente nos títulos federais. Uma boa 
política cambial deve permitir um elevado fluxo de moedas com o exterior nos 
dois sentidos. 
 
29 
 
Política de Rendas: é a política que o governo exerce, estabelecendo controles 
diretos sobre a remuneração dos fatores diretos de produção envolvidos na 
economia, tais como salários, depreciações, lucros, dividendos e preços dos 
produtos intermediários e finais. Os principais objetivos dessa política são: 
propiciar ganhos de poder aquisitivo aos salários, no caso de controle de outros 
preços; redistribuir a renda; garantir a renda mínima a determinados setores ou 
classes sociais; reduzir o nível das tensões inflacionárias, visando à estabilidade 
dos preços. 
Política Monetária: conjunto de medidas adotadas pelo governo visando 
adequar os meios de pagamentos disponíveis às necessidades da economia do 
país. Uma das principais funções da política monetária é o controle da oferta de 
moeda e das taxas de juros, a fim de que sejam atingidos os objetivos da 
política econômica do governo. A atuação do governo procura regular a moeda 
circulante no mercado financeiro, o que ocasiona reflexos nas taxas de juros. 
Ao governo interessa ter instrumentos capazes de interferir no mercado 
financeiro, dada a importância desse mercado perante o setor produtivo da 
economia. A taxa de juros tem papel fundamental na realocação de recursos 
entre os agentes econômicos; assim, quando ocorrem flutuações imprevisíveis 
da taxa de juros, o governo utiliza instrumentos para manter essas flutuações 
dentro de uma faixa de previsibilidade que não provoquem sérias distorções ao 
setor produtivo, seguindo uma programação monetária prévia. 
A política monetária pode recorrer a diversas técnicas de intervenção, 
controlando a taxa de juros pela alteração nos critérios e nas taxas cobradas em 
operações de redesconto do Banco Central, regulando as operações de 
Mercado Aberto (Open Market), alterando os percentuais de exigibilidade em 
Depósitos Compulsórios. 
Em relação ao crédito, podem ser adotadas medidas restritivas ou 
práticas seletivas. As restritivas consistem na fixação de limites de crédito 
 
30 
 
bancário e na redução dos prazos de pagamento dos empréstimos. As práticas 
seletivas visam, sobretudo, direcionar o crédito para atividades mais rentáveis e 
produtivas da economia. 
No Brasil, como na maioria de outros países, o Banco Central é o órgão 
responsável pela execução das políticas monetária e cambial do País, bem como 
pela regulação e fiscalização do SFN. O primeiro conjunto de atribuições é o de 
um banco central clássico, objetivando a estabilidade interna e externa da 
moeda. Já as funções de órgão supervisor, nem sempre a cargo do banco 
central em outros países, objetivam manter a estabilidade e solvência do 
sistema financeiro. 
A independência do banco central, em discussão atualmente no 
Congresso, significa dar a ele autonomia plena na execução da política 
monetária, sem a interferência política do governo. A suposta necessidade 
dessa independência é um forte argumento a favor da exclusão da atividade de 
supervisão bancária do elenco de atribuições de uma autoridade monetária. 
Em maior ou menor grau, este argumento de proteção ao “guardião da 
moeda” vem historicamente explicando a opção política de muitos países em 
retirar do Banco Central a função de supervisão bancária, transferindo-a para 
outro órgão do governo, deixando o banco com foco na Política Monetária do 
país. 
 
Instrumentos de Política Monetária 
Depósito Compulsório: é um mecanismo que representa o recolhimento de 
parte do capital captado pelas instituições financeiras aos cofres do BACEN, 
esterilizando a moeda, inibindo o poder de multiplicação da moeda bancária. 
Com a fixação de um percentual de compulsório, o Banco Central obrigará a 
instituição financeira a não emprestar integralmente os recursos captados. 
Assim, somente uma parcela retornará para o mercado financeiro, seja na forma 
 
31 
 
de depósitos à vista ou a prazo. O banco, antes de fazer um novo empréstimo, 
terá que recolher o valor correspondente ao compulsório para então repassar o 
valor residual novamente ao mercado, dando continuidade ao ciclo. 
O excesso de liquidez bancária sofreu um substancial aumento ao longo 
de 2002, devido a uma série de fatores como os resgates líquidos de títulos 
públicos federais e a rolagem da dívida cambial por intermédio de swaps 
“solteiros” (sem vínculo com títulos públicos) a partir de maio. Em consequência, 
a posição de liquidez bancária esterilizada diariamente pela mesa de mercado 
aberto do Banco Central aumentou continuadamente durante o ano, passando 
de uma situação de necessidade de injeção de liquidez de R$ 18,7 bilhões no 
início do ano para um excesso de liquidez de R$ 64,1 bilhões no fechamento do 
ano e R$ 80,7 bilhões, no fim de janeiro de 2003. 
Utilizando esse instrumento de controle, o Banco Central alterou em 
diversas ocasiões a regulamentação dos recolhimentos compulsórios e dos 
encaixes obrigatórios sobre recursos bancários, de forma a neutralizar o excesso 
de liquidez bancária. O total de depósitos compulsórios no Banco Central 
aumentou de R$ 63,2 bilhões no final de 2001 para R$ 123,1 bilhões em 
dezembro de 2002. 
No dia 19 de fevereiro, o BACEN elevou a alíquota de recolhimento 
compulsório sobre depósitos à vista de 45% para 60%. As alíquotas do 
recolhimento compulsório e do encaixe obrigatório sobre depósitos a prazo e 
de poupança também foram alteradas em 2002, e foi instituída exigibilidade 
adicional sobre os recursos à vista, a prazo e sobre depósitos de poupança. O 
cumprimento da exigibilidade é feito mediante a vinculação de títulos públicos 
federais no Selic. 
Linha de Redesconto: de acordo com os seus objetivos, promoverá o 
aumento/redução do volume financeiro destinado a esta linha de socorro ou 
então a elevação/redução do custo financeiro, fazendo com que as instituições 
 
32 
 
financeiras mais dependentes desta linha atuem de uma maneira menos 
agressiva, reduzindo, portanto, o grau de descasamento ou desequilíbrio de 
seus caixas. 
É uma assistência de liquidez nos momentos em que determinado banco 
não consegue resolver seus problemas de caixa com captação junto ao público 
nem via mercado interbancário. As operações de redesconto são concedidas a 
exclusivo critério do Banco Central, por solicitação da instituição financeira 
interessada. As operações de redesconto podem ser: 
Mercado Aberto (Open Market): o Brasil, como a maioria dos países que 
adotam um regime de metas para a inflação, utiliza a taxa de juros básica como 
principal instrumento na condução da política monetária. A meta para a taxa 
Selic é definida mensalmente pelo Comitê de Política Monetária - Copom. Cabe 
ao Departamento de Operações do Mercado Aberto -Demab- manter a taxa 
Selic próxima à meta estabelecida pelo Comitê, através das operaçõesde 
mercado aberto. Na prática, o Banco Central realiza operações compromissadas 
(compra de títulos públicos com compromisso de revenda ou venda de títulos 
públicos com compromisso de recompra) de curto prazo, a maioria das vezes 
por um dia. Essas também são conhecidas como repos (repurchase 
agreements). 
Operacionalmente, a mesa de operações efetua leilões informais, de 
forma geral em sistema eletrônico, dos quais participam todos os 22 dealers 
primários selecionados duas vezes ao ano dentre as instituições mais ativas do 
sistema financeiro. Os dealers intermedeiam o relacionamento do Banco Central 
com o restante do mercado e são escolhidos através de critérios de 
desempenho, incluindo o desempenho de cada instituição nos mercados 
primários e secundários de títulos públicos, no mercado de operações 
compromissadas e seu relacionamento com o Banco Central. 
 
 
33 
 
AMPLIANDO HORIZONTES 
Para saber mais sobre como o estado pode atuar na economia, procure 
ler os relatórios que o próprio governo publica em seus websites, muitos desses 
relatórios apresentam o ponto de vista teórico do governo e são uma ótima 
fonte de conhecimento. 
 
34 
 
UNIDADE 05. INDICADORES ECONÔMICOS 
Objetivo 
Proporcionar conhecimento sobre os indicadores econômicos. 
 
BEBENDO NA FONTE 
PIB ou PNB 
Um equívoco em torno do PIB é a que mistura taxas trimestrais de 
crescimento, divulgadas periodicamente pelo IBGE, com taxas anuais. A taxa 
trimestral ilustra o crescimento do PIB em um trimestre em relação ao trimestre 
anterior e serve para medir a velocidade e aceleração do crescimento do PIB. 
Essa taxa, por sua vez, é anualizada, ou seja, indica o quanto o PIB cresceria no 
ano todo se esse ritmo de crescimento continuasse o mesmo. Para se evitar 
confusões no tratamento das variações do PIB deve-se sempre tomar a base 
inicial da medida como 100, e aplicar sobre ela os índices de crescimento 
divulgados. Isso permite visualizar corretamente o fenômeno em curso. 
Outro equívoco se dá entre os conceitos de Produto Interno Bruto - PIB e 
Produto Nacional Bruto - PNB. Nos Estados Unidos, o conceito preferido é o de 
PNB, e por isso ele aparece nos principais livros de macroeconomia. Na Grã 
Bretanha e no Brasil, é mais usado o PIB. 
O PIB é o valor total da produção de bens e serviços ocorrida dentro das 
fronteiras do país, sem considerar a nacionalidade dos que se apropriaram 
dessas rendas, sem descontar rendas eventualmente enviadas ao exterior e sem 
considerar as recebidas do exterior, daí o qualificativo de "interno". 
O PNB considera as rendas recebidas do exterior por nacionais do país e 
desconta as que foram apropriadas por nacionais de outros países, daí o 
qualificativo "nacional.". 
No caso do Brasil, o PNB é menor do que o PIB porque uma parcela da 
ordem de 3% do PIB brasileiro não é usufruída por brasileiros e sim enviada ao 
 
35 
 
exterior na forma de lucros, dividendos e juros do capital estrangeiro. Assim, a 
renda interna bruta é de fato menor do que PIB. Nos Estados Unidos, ao 
contrário, o PNB é maior do que PIB porque as rendas obtidas pelas empresas 
americanas no exterior, e enviadas aos Estados Unidos na forma de remessa de 
lucros e dividendos, são consideradas parte do PNB americano. Portanto: O PIB, 
descontado dessa renda enviada ao exterior, ou somado à renda recebida do 
exterior é chamado PNB. O conceito de PNB, por esse motivo, está mais 
próximo ao conceito de Renda Nacional. O Produto Nacional Bruto, 
descontadas as perdas por depreciação, é exatamente igual à Renda Nacional 
Líquida. Assim: 
PIB – Renda enviada ao exterior + Renda recebida do exterior = PNB 
PNB – Depreciação = Produto Nacional Líquido = Renda Nacional Liquida. 
Renda Nacional Líquida = Renda per capita 
População 
 
Indicadores de Conjuntura 
Elaborados pelo INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA 
(IBGE), temos: 
 
Pesquisa industrial mensal 
Mede a produção física acompanhando cerca de 700 produtos em cinco 
mil empresas com o que elabora quatro índices: a variação da produção do mês 
em relação ao mês anterior e em relação ao mesmo mês do ano anterior; a 
variação da produção acumulada nos últimos 12 meses em relação aos 12 
meses anteriores, e a acumulada no ano, em relação ao mesmo período no ano 
anterior. Os índices são específicos por setores industriais (indústria da 
borracha, vestuário, veículos, etc), e por tipos de bens: bens de capital, bens 
intermediários, bens de consumo duráveis e os não duráveis. Os indicadores do 
 
36 
 
IBGE ressentem-se da pequena amostragem, da não inclusão de serviços e da 
não atualização frequente da amostragem em função da mudança do perfil 
produtivo do país. 
 
Pesquisa mensal do comércio 
Indicador iniciado em 1995, alcançando apenas mil estabelecimentos na 
região do Rio de Janeiro. Acompanha vendas, emprego e massa salarial no 
comércio. 
Elaborados pela FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS (FGV): 
Sondagem Conjuntural 
Afere a cada três meses a taxa de utilização, níveis de produção, emprego 
e intenções de investimento de 1440 empresas em dez segmentos da 
economia. 
Elaborados pela FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO 
PAULO (FIESP): 
Nível de Atividade Industrial 
É divulgado na última quarta-feira do mês seguinte ao mês aferido, a 
partir de questionários respondidos por cerca de 700 indústrias que 
representam 30 por cento da produção industrial do país. Trata-se de um índice 
composto pelos índices de variação mensal dos seguintes dados: total de 
pessoal ocupado pelas empresas; total de horas pagas; total de horas 
trabalhadas na produção; total de salários reais (deflacionados pelo Índice de 
Preços ao Consumidor da FIPE); salário médio real; total de vendas reais 
(deflacionadas pelo Índice de Preços ao Atacado da FGV); utilização da 
capacidade instalada. 
DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS INDÚSTRIAS (CNI): 
• Indicador de Atividade na Indústria de Transformação: levantado mês a 
mês, em âmbito nacional, com a variação do valor das vendas reais, pessoal 
 
37 
 
empregado, horas trabalhadas na produção, total de salários pagos e ocupação 
da capacidade instalada. 
 
OUTROS INDICADORES: 
Nível de Investimentos: investimentos em bens de produção são o melhor 
termômetro precursor da atividade econômica, de grande visibilidade, pelo 
seguinte mecanismo: em regime de produção invariante, empresários apenas 
repõe equipamento, na proporção do desgaste regular estimado em 10 por 
cento do capital produtivo existente; se a produção sobe, digamos 10 por cento, 
além da reposição normal, empresários ampliam seus equipamentos. Mesmo se 
os ampliarem em apenas 3 por cento, as compras de equipamentos se 
expandem em 30 por cento (dos 10 por cento do estoque, para 13 por cento do 
estoque). No sentido inverso, quedas na produção levam ao adiamento mais do 
que proporcionais nas reposições de bens de capital. É possível inferir o ritmo 
de investimentos pelo volume de contratos de financiamentos de bens de 
capital do programa FINAME, do Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico e Social, uma das principais fontes de financiamentos de bens de 
capital. 
Índices de comércio: a Associação Comercial de São Paulo divulga agregados 
de comércio e de pagamentos que indicam se está havendo melhoria ou 
deterioração no volume e qualidade das vendas: número de falências e 
concordatas requeridas e decretadas, volume de títulos protestados na capital, 
por setor de comércio, volume de consultas ao serviço de proteção ao crédito. 
Os indicadores têm que ser interpretados. Pode haver aumento no número de 
concordatas requeridas devido às frequentes mudanças na lei de falência ou 
outras leis, e não em decorrência de uma crise. 
A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica), ligada à USP, criou 
um indicador composto precursor da atividade econômica de validade 
 
38 
 
discutível, que se vale de dados acessíveise de compilação rápida, dados esses 
ligados à movimentação de pessoas e mercadoria: variação no número de 
passageiros nos ônibus urbanos e no metrô, consumo de energia elétrica e 
combustíveis, consultas ao crédito; número de passageiros embarcados no 
aeroporto de Cumbica e terminal rodoviário. 
 
Principais Índices de Inflação 
Índice Geral de Preços do IBGE (IGP) 
Começou a ser calculado em 1947, comparando preços do mês anterior 
com os do mês corrente, coletados em 18 capitais. Há três grupos de preços: os 
de produtos no atacado, baseados numa amostragem de cerca de 500 
mercadorias, com 60 por cento de peso no índice final; os de preços ao 
consumidor, com base nas compras de famílias com renda de 1 a 33 salários 
mínimos, entram com 30 por cento; preços da construção civil, com 10 por 
cento de peso, baseados em planilhas de custo de empresas de engenharia. 
Trata-se de um dos menos precisos índices, justamente pela sua abrangência, 
num quadro muito dispersivo de inflação. É divulgado em duas versões: uma 
contendo apenas os preços do que é produzido internamente (disponibilidade 
interna) e outra incluindo preços de importações. 
 
Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM) da FGV 
Criado a pedido da Federação dos Bancos com uma cláusula que impede 
sua modificação pelo governo, tinha como função, servir de corretor de 
contratos bancários aplicável já no dia 30 do mês em curso. É o primeiro a ser 
divulgado e tem como base os mesmos preços e a mesma ponderação do IGP, 
mas do dia 20 do mês anterior ao dia 20 do mês em questão. 
 
 
 
39 
 
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do IBGE 
Para rendas de 1-8 salários mínimos, foi o índice oficial de inflação de 
1979 a 1986. 
Índice de Preços ao Consumidor (IPC) 
Sucedeu ao INPC como índice oficial, até 1990 e difere apenas no 
período de coleta dos preços. 
Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) IBGE 
Índice oficial do governo para medir a inflação e que serve de referência 
para as metas de inflação. Para rendas até quarenta salários mínimos, qualquer 
que seja a fonte de rendimentos e residentes nas áreas urbanas das regiões. 
Balanço de pagamento 
É uma conta que registra todas as transações comerciais e financeiras de 
um país com o outro ou do Brasil com o resto do mundo. É constituída pela 
balança comercial, balança de serviços e balança de capitais. 
Balança comercial 
Registra todos os fluxos correspondentes às importações e exportações de 
um país. Dependendo do seu resultado operacional, o país pode ter superávit 
ou déficit comercial. 
 SUPERÁVIT: as exportações são maiores que as importações 
 DÉFICIT: as importações são maiores que as exportações. 
Balança de serviços 
Registra os pagamentos e recebimentos por compra e venda de serviços 
internacionais. Entre os principais itens desta conta, destacam-se pelo lado da 
despesa, os frutos pagos a navios estrangeiros, os juros da dívida externa e os 
lucros remetidos ao exterior pelas firmas estrangeiras e pelo lado da receita são 
contabilizados os fretes pagos a navios brasileiros, os prêmios de seguros a 
companhias nacionais, os juros pagos ao Brasil por países devedores e os lucros 
eventualmente recebidos ao exterior. 
 
40 
 
A BALANÇA DE SERVIÇOS e a BALANÇA COMERCIAL conjuntamente 
formam a BALANÇA DE TRANSAÇÕES CORRENTES. 
Balança de capitais 
Registra todas as transações que não se referem à produção ou venda de 
serviços ou bens. Incluem-se nesta conta os investimentos diretos das 
empresas estrangeiras no Brasil, o fluxo de capital estrangeiro, que ingressa 
como empréstimo, os créditos do FMI, do Banco Mundial, bem como os de 
outros governos para o Brasil. 
Em princípio, o balanço de pagamentos de um país deve manter o 
equilíbrio. Quando isso não acontece o país usa as reservas ou empréstimos 
internacionais para manter o equilíbrio. 
 
AMPLIANDO HORIZONTES 
Para maiores informações sobre esses indicadores, utilize o website do IPEA, no 
endereço www.ipeadata.gov.br. 
 
http://www.ipeadata.gov.br/
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