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NACIONALIDADE: é atribuição concedida ao indivíduo e que pode ser visto sob dois prismas: 1. SOCIOLÓGICO: vincula-se à ideia de nação, isto é, um grupo de pessoas que possui as mesmas características e as mesmas aspirações. 2. JURÍDICO: o que predomina é a qualidade de um indivíduo como membro de um determinado Estado Soberano AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE 1. FORMA ORIGINÁRIA: a) IUS SANGUINIS: geralmente adotado pelos países de emigração, como os da Europa b) IUS SOLIS: geralmente adotado pelos países de imigração, como os da América c) IUS SANGUINIS + IUS SOLIS (misto): adotado por países que admitem mais de um critério para a concessão da nacionalidade. Ex.: Brasil. FORMA ORIGINÁRIA NO BRASIL: IUS SOLIS (Art. 12, I, a) da CRFB): nascidos no território independentemente da nacionalidade dos pais, salvo se os pais estiverem aqui à serviço de seu próprio país. IUS SANGUINIS (Art. 12, I, b) e c) da CRFB): descendentes de brasileiros, independentemente do território em que nasceu. Aplica-se quando os pais brasileiros estão em território estrangeiro a serviço do Brasil ou quando, mesmo não estando em serviço, os pais brasileiros podem registrar seu filho no Consulado. Nos termos do artigo 63 da Lei de Migração, o filho de pai ou de mãe brasileiro nascido no exterior e que não tenha sido registrado em repartição consular poderá, a qualquer tempo, promover ação de opção de nacionalidade. 2. FORMA DERIVADA: é adquirida a partir da vontade própria do indivíduo, pelo processo de naturalização, porém, deve-se preencher alguns requisitos exigidos pelo Brasil. Pode também adquirir a naturalização a pessoa apátrida. a) NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA (Art. 12, II, a) da CRFB): estrangeiros provenientes de países com a língua portuguesa que residem no Brasil, ininterruptamente, por 1 ano e possuem idoneidade moral. O Estado julgará o processo conforme conveniência e oportunidade. b) NATURALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA (Art. 12, II, b) da CRFB): não importa sua origem, mas deve preencher alguns requisitos, de acordo com a CRFB: i. RESIDÊNCIA PERMANENTE NO BRASIL HÁ MAIS DE 15 ANOS ININTERRUPTOS ii. DEMONSTRAÇÃO DA INEXISTÊNCIA DE CONDENAÇÃO PENAL iii. REQUERIMENTO DO INTERESSADO, para provar a livre manifestação de vontade. OBSERVAÇÃO: há entendimentos de que no processo de naturalização extraordinária, o poder público não teria discricionariedade para julgar, pois, preenchidos os requisitos acima, o Estado estaria vinculado ao requerimento feito pelo estrangeiro. c) NATURALIZAÇÃO ESPECIAL: deve preencher os requisitos da capacidade civil, conhecimento do português e ausência de condenação penal. Pode ser concedida para: I. PARA ESTRANGEIRO CÔNJUGE OU COMPANHEIRO, HÁ MAIS DE 5 (CINCO) ANOS, DE INTEGRANTE DO SERVIÇO EXTERIOR BRASILEIRO EM ATIVIDADE OU DE PESSOA A SERVIÇO DO ESTADO BRASILEIRO NO EXTERIOR II. PARA ESTRANGEIRO SEJA OU TENHA SIDO EMPREGADO EM MISSÃO DIPLOMÁTICA OU EM REPARTIÇÃO CONSULAR DO BRASIL POR MAIS DE 10 (DEZ) ANOS ININTERRUPTOS d) NATURALIZAÇÃO PROVISÓRIA: concedida à migrante criança ou adolescente que tenha fixado residência em território nacional antes de completar 10 anos de idade e deverá ser requerida por intermédio de seu representante legal, sendo convertida em definitiva se o naturalizado expressamente assim o requerer no PRAZO DE 2 ANOS após atingir a maioridade. PROCEDIMENTO DE NATURALIZAÇÃO: 1. FASE ADMINISTRATIVA: ocorre perante o Ministério da Justiça, devendo o interessado protocolizar seu requerimento e documentos perante a Polícia Federal. Sendo deferido, segue para o Ministério da Justiça, que publicará a decisão no Diário Oficial. 2. FASE JUDICIAL: tem jurisdição voluntária e ocorre perante a Justiça Federal. Será entregue um certificado ao Juiz Federal da cidade que reside o interessado, e logo após será lavrado no livro de audiência, assinado pelo juiz e o interessado. Deve cumprir 3 requisitos: a) COMPROVAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA b) DECLARAR, EXPRESSAMENTE, QUE RENUNCIA À NACIONALIDADE ORIGINÁRIA PARA EVITAR A POLIPATRIDIA c) ASSUMIR O COMPROMISSO DE CUMPRIR OS DEVERES DECORRENTES DA AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE BRASILEIRA O vínculo da nacionalidade possui três aspectos: nacionalidade (político), domicílio (jurídico) e residência (de fato). PERDA DA NACIONALIDADE – Art. 12, §4º da CRFB (rol taxativo) 1. PERDA PUNIÇÃO: O brasileiro naturalizado perderá sua nacionalidade por sentença judicial, transitada em julgado, em virtude da prática de atividade nociva ao interesse nacional. 2. PERDA MUDANÇA: O brasileiro nato ou naturalização perde sua nacionalidade quando adquirir outra, quando preenchidos os requisitos da voluntariedade, capacidade civil e concessão de nova nacionalidade EXCEÇÕES À PERDA DA NACIONALIDADE: a) Quando a outra nacionalidade adquirida for originária por reconhecimento da lei estrangeira b) Quando o brasileiro residente em outro país, veja-se obrigado a naturalizar-se, por imposição da lei estrangeira, para permanecer naquele país e nele exercer direitos civis. REAQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE: 1. AÇÃO RESCISÓRIA: ação que anule a decisão judicial que tenha cancelado a nacionalidade 2. DECRETO PRESIDENCIAL: no caso da perda ter ocorrido por naturalização voluntária ou quando a perda tenha sido decretada no regime das Constituições anteriores. CONFLITO DE NACIONALIDADE 1. POSITIVO: é um fenômeno resultante da diversidade de critérios existentes, cominando na aplicação de várias leis de diferentes Estados da sociedade internacional. 2. NEGATIVO: nesta hipótese ocorre a condição de apátrida, vez que nenhum dos critérios atribuídos pelos Estados com o qual o indivíduo possui ligação lhe favorece. NACIONALIDADE DA PESSOA JURÍDICA: tem como objetivo estender as leis para a PJ, a fim de conferir uma qualidade que as vinculem aos interesses da comunidade nacional que estejam ligadas por qualquer laço. Deve-se observar os critérios que são adotados pelos Estados para a determinação da nacionalidade da PJ: 1. NACIONALIDADE SEGUNDO O LOCAL DE CONSTITUIÇÃO DA PJ 2. NACIONALIDADE SEGUNDO O PAÍS ONDE SE SITUA A SEDE SOCIAL OU ADMINISTRATIVA DA SOCIEDADE, etc... BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS – Distinção a) Cargo – art. 12, § 3º, CRFB b) Função – art. 89, VII, CRFB c) Extradição – art. 5º, LI, CRFB: nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; d) Propriedade das empresas jornalísticas e de radiodifusão – art. 222, CRFB MEDIDAS COMPULSÓRIAS São formas juridicamente previstas para a retirada obrigatória de um estrangeiro do território, mas que não poderão acontecer se colocarem em risco a vida ou integridade pessoal do processado em questão. As mais importantes são: 1. DEPORTAÇÃO: processo administrativo de devolução de estrangeiro em situação migratória irregular no Brasil. O imigrante tem direito à assistência jurídica da Defensoria e não haverá deportação quando implicar em extradição não autorizada pela lei brasileira. Observa-se algumas regras: a) NOTIFICAÇÃO PESSOAL b) PRAZO DE 60 DIAS PARA REGULARIZAÇÃO c) LIVRE CIRCULAÇÃO APÓS A NOTIFICAÇÃO d) EXECUÇÃO DA DEPORTAÇÃO APÓS VENCIDO O PRAZO O deportado poderá voltar ao país 2. REPATRIAÇÃO: ocorre quando o clandestino é impedido de ingressar em território nacional pela fiscalização fronteiriça e aeroportuária brasileira. A repatriação poderá ocorrer através de medida administrativa, quando o estrangeiro que está impedido de entrar ou permanecer no Brasil, retornará ao seu país de origem ou cidadania. É repatriado o estrangeiro indocumentado ou que não possui visto para ingressar no País ou aquele que apresenta visto divergente da finalidade para a qual veio ao Brasil. 3. EXPULSÃO: é medida administrativa de retiradacompulsória do migrante do território nacional, com o impedimento de novo ingresso por prazo determinado, sendo certo que a mesma só caberá nas hipóteses legalmente previstas no Art. 54, §1º da Lei de Migração (rol taxativo) MEDIDAS DE COOPERAÇÃO 1. EXTRADIÇÃO: é medida de cooperação especializada entre o Estado brasileiro e outro Estado, pela qual se concede ou solicita a entrega de pessoa sobre quem recaia condenação criminal definitiva ou para fins de instrução de processo penal em curso. Pode ser: a) ATIVA: quando o Governo brasileiro requer a extradição de um foragido da justiça brasileira a outro país b) PASSIVA: quando um determinado país solicita a extradição de um indivíduo foragido que se encontra em território brasileiro. OBSERVAÇÃO: O objetivo principal é a repressão de crime internacional. A concessão da extradição é uma escolha do país e o pedido deverá ser feito por via diplomática com as devidas justificativas ou o fundamento de tratado ou acordo entre os Estados. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Segundo o Art. 95 da LM, a extradição só será concedida depois de cumprida a pena no Brasil, caso o estrangeiro tenha aqui praticado crimes. O Estado que solicita a extradição deverá assumir o compromisso com o Brasil de respeitar os procedimentos previstos no Art. 96 da Lei de Migração. ASILO: direito que consiste em oferecer amparo diplomático ou asilo territorial aos perseguidos políticos que buscam proteção em um Estado, com o objetivo de garantir a liberdade ou a vida, se colocadas em grave perigo por convulsões políticas ou sociais. Porém, o Estado não está obrigado a concedê-lo com fundamento na soberania ESPÉCIES DE ASILO: 1. DIPLOMÁTICO: é uma forma de exceção ao princípio da territorialidade, ou seja, da plenitude que o Estado exerce no âmbito do seu território, pois ocorre uma ficção jurídica de extraterritorialidade. Observa-se alguns pressupostos para concessão: a) NATUREZA POLÍTICA DO DELITO b) CASO DE URGÊNCIA c) NÃO AUXÍLIO DOS REPRESENTANTES DIPLOMÁTICOS PARA QUE O INDIVÍDUO ADENTRE EM SUA EMBAIXADA. Não estão protegidos pelo asilo diplomático: a) CRIMINOSOS COMUNS b) AUTORES DE ATOS 2. TERRITORIAL (OU REFÚGIO) : é definido como a proteção que um Estado concede a um indivíduo perseguido no âmbito do seu território. Atualmente, não só o criminoso político se beneficia de tal instituto, mas também os refugiados em geral REFUGIADOS: são pessoas ou grupo de pessoas que, em razão de perseguição política, racial, ética ou, ainda, afligidas pela guerra, se viram obrigadas a deixar a sua terra natal e a procurar refúgio em outros territórios. É importante observa o PRINCÍPIO DA NÃO-DISCRIMINAÇÃO. DIREITO PENAL INTERNACIONAL É a legislação do Estado que versa sobre ilícito praticado contra direito internacional, logo é a aplicação da “lei doméstica” DIREITO INTERNACIONAL PENAL É ramo das ciências jurídicas que trata dos assuntos criminais na ordem mundial, jurisdição e competência para julgamento e aplicação de sanções por órgãos vinculados à justiça internacional devidamente reconhecida como o Tribunal Penal Internacional (TPI). O TRIBUNAL DE NUREMBERG E OS TRIBUNAIS AD HOC, foram criados, respectivamente, para julgar crimes cometidos na Segunda Guerra Mundial e julgar atrocidades praticadas no território da Iugoslávia e Ruanda. Foram anteriores ao TPI. TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL: Foi estabelecido como um sistema permanente de justiça criminal internacional. Tem como objetivo punir os violadores de direitos humanos, e, em contrapartida, protegendo os indivíduos de novas violações. Sua sede é situada em Haia É uma instituição independente, não é considerado órgão da ONU, entretanto mantém uma relação de estreita cooperação, sendo integrante do sistema das Nações Unidas. Possui personalidade jurídica e capacidade jurídica (inclusive para firmar tratados) PRINCÍPIOS DO TPI: 1. NULLUN CRIMEM SINE LEGEN: não há crime sem lei (legalidade) 2. NULLA POENA SINE LEGEN: não há pena sem prévia cominação legal 3. IRRETROATIVIDADE: impossibilidade de julgar crimes anteriores à entrada em vigor do Estatuto. 4. RESPONSABILIDADE PENAL INDIVIDUAL 5. IMPRESCRETIBILIDADE 6. INTENCIONALIDADE 7. IRRELEVÂNCIA DA FUNÇÃO OFICIAL 8. ORDENS SUPERIORES NÃO SÃO EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE 9. NÃO APLICÁVEL A MENORES DE 18 ANOS 10. RESPONSABILIDADE DO SUPERIOR/COMANDANTE CARACTERÍSTICAS DO TPI 1. COMPLEMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE: só exercerá sua jurisdição em caso de manifesta incapacidade ou falta de disposição de um sistema judicial primário, ou seja, quando o Estado não quer exercer sua jurisdição CRIMES JULGADOS PELO TPI – “core crime”: crimes de maior gravidade que preocupam a sociedade internacional como um todo. 1. GENOCÍDIO: cometido em tempos de guerra ou paz que busca destruir total ou parcialmente um determinado grupo 2. CRIMES DE GUERRA: violações graves da Convenção de Genebra 3. CRIMES CONTRA A HUMANIDADE: homicídio, extermínio, escravidão, deportação ou transferência forçada, tortura, estupro, escravidão sexual, prostituição forçada, entre outros. 4. CRIMES DE AGRESSÃO; não há expressa tipificação, por isso, há dificuldade em seu aplicado. CRIMES QUE NÃO ENTRAM NO ESTATUTO 1. TRAFICO DE DROGAS 2. TERRORISMO OBSERVAÇÃO: a Corte pode exercer sua jurisdição se houver uma situação na qual os crimes que estão compreendidos na sua competência sejam a ela encaminhados por um Estado-Parte, ou pelo Conselho de Segurança, ou se o Promotor, que representa o Ministério Público, tiver iniciado uma investigação preliminar, nos termos determinantes do Art. 15. Um Estado que não seja Parte no Estatuto pode fazer uma declaração aceitando a competência do Tribunal. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: os Estados-Partes deverão cooperar plenamente com o Tribunal no inquérito e no procedimento contra crimes da competência deste. O Tribunal estará autorizado a dirigir pedidos de cooperação aos Estados-Partes que serão transmitidos pela via diplomática ou por qualquer outra via apropriada escolhida pelo Estados-Parte no momento da ratificação, aceitação, aprovação ou adesão ao Estatuto COMPOSIÇÃO DO TPI 18 MAGISTRADOS Eleitos pela Assembleia Geral do Estatuto para exercerem mandatos de 9 ANOS sem direito e reeleição 1 PROMOTOR INDEPENDENTE Com poderes para iniciar o procedimento de maneira autônoma. Está sujeito, apenas, a uma câmara de pré-julgamento a pedido de um país membro do Conselho de Segurança PENAS E PUNIÇÕES DO TPI As decisões propostas pelo Tribunal Penal Internacional direcionam-se à indenização e reabilitação das vítimas e à afirmação da inviolabilidade da dignidade humana. A pena máxima de até 30 anos, admitindo excepcionalmente a prisão perpétua, quando justificada a extrema gravidade do crime cometido e pelas circunstâncias pessoais do condenado. Há também a possibilidade de reparar as vítimas e os seus familiares. DIREITO CIVIL INTERNACIONAL – DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO CONFLITO DE LEIS: O Direito Internacional Privado estará presente quando dois ou mais sistemas legais estiverem envolvidos na circunstância e, ambos teoricamente, aptos para resolver o litígio. CONEXÃO INTERNACIONAL: Os conflitos de leis no espaço resolvem-se por meio das regras de Direito Internacional Privado, ou seja, regras de conexão. PRINCÍPIOS: 1. NÃO-RETROATIVIDADE 2. NÃO-TRANSATIVIDADE: uma lei não deve ser aplicada a situações jurídicas que não possuem contato com seu âmbito espacial de aplicação. 3. TERRITORIALIDADE: As normas jurídicas têm também uma vocação espacial de vigência que é o território do Estado em cuja ordem jurídica se integra Conectando-se determinada situação jurídica internacional com mais de que um direito deve-se determinar a qual desses direitos será aplicado para resolver as questões jurídicas levantadas. No Brasil, as regras de determinaçãoaplicáveis em caso de conflito, estão tipificadas na LIDB. NORMA DE CONFLITO: estabelece critérios de determinação da lei competente para a resolução de uma questão jurídica que envolva uma relação jurídica absolutamente internacional. Observa-se alguns elementos essenciais: 1. CONCEITO-QUADRO: designa na norma indicativa a matéria à qual vai ser aplicada, ou seja, a questão jurídica a que se refere à norma especificamente. 2. ELEMENTO DE CONEXÃO: estabelece o critério fático ou normativo mediante o qual, no caso concreto, elege-se apenas uma das leis em conflito que pode ser aplicada simultaneamente àquele caso concreto. DOMICÍLIO E NACIONALIDADE 1. No Brasil, aplica-se o CC (arts.70 e 71), o domicílio da pessoa natural é o lugar em que se estabelece a sua residência. 2. O domicílio necessário será estipulado aos incapazes, militares, servidores públicos, marítimo e preso. 3. Nos contratos, as partes podem estipular cláusula em que seja estabelecido domicílio legal. 4. Podem ser os domicílios das pessoas jurídicas o território nacional, as respectivas diretorias/administrações ou, o local estipulado em estatuto. ESTATUTO PESSOAL Aplica-se o estatuto voltado às pessoas naturais quando houver relações privadas com conexão internacional e, o estatuto às pessoas jurídicas aplica-se nas relações jurídicas internacionais. DIREITO DE FAMÍLIA 1. Quando o casamento ocorrer no Brasil, entre brasileiro/estrangeiro ou estrangeiros, prevalecerá a lei brasileira, no mais, pode o casamento de estrangeiros ser celebrado perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos (CF e LINDB – art.226, §2° e 7°, §2°) 2. Quando o casamento entre brasileiros ocorrer em território estrangeiro deverá ser realizado em consulado e, quando for entre estrangeiro/brasileiro, realizar-se-á a cerimônia conforme as normas do país que estão. E, além disso, caso seja realizado por autoridade competente, o casamento será anulável no prazo de 2 anos da data de cerimônia 3. Com relação ao regime de bens, entende-se que no Brasil considerar- se-á a comunhão parcial, comunhão universal ou separação total dos mesmos. No caso de regime de bens com relação ao matrimônio de estrangeiros, vale a lei onde está localizado seu domicílio, e, havendo mais de 1, a de onde há o 1° domicílio conjugal. Para mais, o estrangeiro naturalizado, com anuência de seu cônjuge, pode solicitar a adoção do regime brasileiro (comunhão parcial) na entrega de certificado. 4. No caso de divórcio direito, aplica-se as leis brasileiras, bem como o divórcio administrativo. Entretanto, o divórcio realizado no estrangeiro, para possuir validade em território nacional, deve ser homologado pelo STJ 5. Na possibilidade de tutela e curatela, conforme LINDB (art.7°, §7°), será considerado o domicílio do tutor ou curador, exceto nas hipóteses de abandono. 6. No Brasil, havendo falecimento ou abandono, aplica-se a lei do último domicílio do de cujus ou desaparecido. A sucessão ocorre por testamento ou sucessão legal, com a devida presença dos herdeiros necessários (ascendentes, descendentes e/ou cônjuge/companheiro). No âmbito internacional, considera-se a situação do bem imóvel, logo, havendo 2 ou mais imóveis em diversos país abrir-se-á inventários em todos eles. Para mais, a Europa, considera a competência regulada pela nacionalidade. CONTRATOS E OBRIGAÇÕES INTERNACIONAIS 1. Possui como elementos de conexão o domicílio, a nacionalidade, o local da conclusão e o local da execução contratual. 2. No Brasil considera-se o local de constituição contratual (local da proposta), já as leis estrangeiras, consideram o local da execução do contrato. *EXCEÇÕES: São eles, o contrato de trabalho (local da profissão), a transferência de tecnologia, o benefício econômico. EXCEÇÃO DA APLICABILIDADE DE LEI ESTRANGEIRA 1. Violação de Ordem de Norma Pública 2. Fraude à Lei 3. Ausência de Reciprocidade 4. Instituições Desconhecidas PROCESSOS 1. Conforme Art.5° da LINDB, o direito estrangeiro é provado por documentos enviados pela via diplomática. 2. A adaptação é a aproximação excepcional, com a comparação de instituições semelhantes, para aproveitar sentenças proferidas no exterior. 3. A competência para homologação de sentença estrangeira é do STJ, onde o juiz determina o conteúdo estrangeiro a ser aplicado, caso a parte não o faça, de forma a aplica-lo subsidiariamente. 4. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes REQUISITOS PARA EXECUÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA 1. HAVER SIDO PROFERIDA POR JUIZ COMPETENTE 2. TER SIDO AS PARTES CITADAS OU HAVER-SE LEGALMENTE VERIFICADO À REVELIA 3. TER PASSADO EM JULGAMENTO E ESTAR REVESTIDA DAS FORMALIDADES NECESSÁRIAS PARA A EXECUÇÃO NO LUGAR EM QUE FOI PROFERIDA 4. ESTAR TRADUZIDA POR INTÉRPRETE AUTORIZADO 5. TER SIDO HOMOLOGADA PELO STF É DE COMPETÊNCIA JUDICIÁRIA PARA PROCESSAR E JULGAR AÇÕES NO BRASIL: 1. PENAL: O fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil e que o réu, de qualquer nacionalidade, esteja domiciliado no Brasil e aqui tiver cumprido sua obrigação. 2. ALIMENTOS: o credor deve ter domicílio no Brasil ou se o réu mantiver vínculos no Brasil, como por exemplo, posse ou propriedade de bens. 3. RELAÇÃO DE CONSUMO: quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil, e as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. 4. RELAÇÃO À IMÓVEIS SITUADOS NO BRASIL: Em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. Em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. OBSERVAÇÕES: Quando uma das partes possuir o direito de optar pelo país em que o litígio será ajuizado, estende- se que há o “fórum shopping”. O Brasil é indiferente na hipótese em que for ajuizada mesma ação em território nacional e alienígena. CARTA ROGATÓRIA: A carta rogatória é o instrumento apto para solicitar ajuda estrangeira que dispensa juramentação, autenticação ou qualquer outro processo de legalização, podendo ser ativa, quando realizada no Ministério da Justiça e encaminhado pelo Ministério das Relações Exteriores, ou passiva, quando o Brasil a recebe. EXEQUATUR: O STJ, na pessoa do juiz federal, é o órgão competente para emitir ordem judicial conhecida como “exequatur” para cumprimento de diligência, sendo que nos processo cautelares, a carta rogatória executória, não necessita homologação.
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