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Acumulação Primitiva (AP)

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Acumulação Primitiva (AP)
1) Seu segredo….
"Viu-se [ NOIS NÃO!!! ELE MOSTROU ISSO SÓ LOGICAMENTE!] como o dinheiro é transformado em capital, como por meio do capital se faz mais-valia e da mais-valia se faz mais capital. Entretanto a acumulação do capital pressupõe a mais-valia, a mais-valia a produção capitalista, esta porém a existência de massas maiores de capital e força de trabalho nas mãos de produtores de mercadorias. Todo este movimento parece, portanto, girar num círculo vicioso, do qual só saímos subpondo uma acumulação «original» («previous accumulation» em Adam Smith) anterior à acumulação capitalista, uma acumulação que não é o resultado do modo de produção capitalista mas o seu ponto de partida".
Catecismo burguês - uns poucos "inteligentes" e "frugais" acumularam lá atrás o que outros tantos "preguiçosos" dissipavam. Os 1os são os proprietários e os 2os os candidatos ao assalariamento (palavra proletários se cola neles).
História real - violência pura por trás do conto da carochinha de que direito e trabalho explicam enriquecimento.
Se AP não é isso, o que é?
Processo de i) separação do trabalhador e as condições de produção e ii) de transformação da riqueza acumulada em capital disposto à valorização.
Isso significou expropriar tanto os mestres artesãos corporativos como os senhores feudais que se encontravam de posse das fontes de riqueza. 
2) Expropriação no campo no caso clássico (que outros casos há? Ex Brasil e Suécia…)
Tese marxista da transição Fismo/Kismo ou Revolução Burguesa inglesa 
→ surgimento e desaparecimento do produtor independente. [Coexistência de camponeses "autênticos", mais ou menos subjugados a senhores (yeoman e gentry e variantes), assalariados rurais mistos, e outros, aos poucos dando lugar a concentração de terras e meios de produção - ou seja, proletarização do campo - com expulsão de mdo e fim das terras comunais]. 
→ roubo das terras da igreja, do estado, e golpe parlamentar transformando senhoriatos em prop priv - as Merchant-farms -, via leis de inclosures e, por fim, clearings. (Atenção à questão do acréscimo de produtividade do tr no campo (cujos efeitos são permitir o avanço da indústria via: concentração de k, expulsão de trabalhadores, criação de demanda).
3) Legislações sobre vagabundagem e mendicância e… salários!
(«72 000 grandes e pequenos ladrões foram executados» no reinado de Henrique VIII)
Os que são expulsos do tr antigo devem se adequar rapidamente ao tr moderno, mesmo que este não exista ou pague muito pouco, sob pena de castigo e até morte. Os salários devem ter fixação de limite enquanto o "mercado livre" e os sindicatos auto-defensivos não se constituem.
EU - Pq e quando e em que sentido, ou pra favorecer quem, o Estado se mete?
4) Rendeiro capitalista (Eu - capitalista agrário ou fundiário)
O sujeito que (mesmo servo) se diferencia dos demais e se beneficia da desvalorização do trabalho dos antigos iguais ou da desvalorização das rendas dos proprietários de terra por acidentes favoráveis (como inflação do ouro no sec XVI). 
5) Efeitos da rev agrícola, mercado interno, formação de K industrial
"A expropriação e expulsão do povo do campo forneciam à indústria citadina, repetidamente, massas de proletários que estavam totalmente fora das relações corporativas, uma sábia circunstância que leva o velho A. Anderson, na sua história do comércio, a acreditar numa intervenção direta da Providência".
Mas pq sobra gente no campo? Pq a produtividade do tr ali ↑. Pq? - métodos de cultura melhorados / concentração dos meios de produção (em grande parte roubados aos que eram expulsos) / os operários assalariados rurais foram aplicados mais intensivamente e o campo de produção em que eles trabalhavam para si diminuiu de tamanho / os produtos, os meios de subsistência e as matérias primas, devem agora ser comprados. 
Moral - quem junta e organiza o trabalho alheio fica agora com o seu excedente de produtividade.
Os operários rurais ass trabalhando pra um kista rural não mais produzem os diversos bens de antes que então passam a demandar de outros.
A manufatura tem poderes limitados pra levar este processo às últimas consequências, só a grande indústria (maquínica) o fará.
6) Gênese do kista industrial
O K financeiro, em Marx, de "usura", e o comercial, ou "de mercador", corriam por fora mas vão se juntar às transformações intestinas. Se antes "o capital-dinheiro formado por usura e comércio foi impedido, na sua transformação em capital industrial, pela constituição feudal, no campo, e pela constituição corporativa, nas cidades", agora não o será mais! 
"A nova manufactura estava implantada em portos marítimos de exportação ou em pontos de campo raso, fora do controlo da antiga cidade e da sua constituição corporativa. Daí, na Inglaterra, a luta encarniçada das corporate towns contra estes novos viveiros industriais".
O comércio, as finanças e outros elementos antigos (como a escravidão) são reinventados pelo K em formação. Outra invenção (violenta) só que agora externa da AP é o colonialismo. Os monopólios das Cias e os "exclusivos metropolitanos" foram poderosas alavancas da concentração do capital. E mais: oferta de mp e mercado para escoamento da snovas produções. 
Por fim, o sistema das dívidas públicas e o sistema de crédito internacional - Primeiro, os bancos que negociam os títulos publícos (como o banco da Inglaterra) adiantam-lhe o $. O que ganham com isso (e com sua valorização em bolsa), serve pra que ele pp compre esses títulos. Ele emite notas suas e estas são aceitas pra uma porção de coisas (descontar letras de câmbio, fazer adiantamentos sobre mercadorias e comprar metais preciosos) e começam a ser usadas pra emprestar pro Estado e pra pagar juros que o estado devia aos seus credores. "Gradualmente, tornou-se o inevitável depositário dos tesouros metálicos do país e o centro de gravitação de todo o crédito comercial. Pela mesma altura em que, em Inglaterra, se deixava de queimar bruxas, começava a enforcar falsificadores de notas de banco". A exportação de K segue o mesmo caminho…Os bancos se cacifam para organizar a unidade dos capitais dispersos desde o início, o que significa que a concorrência plena entre produtores de mesmo tamanho, produtos homogêneos e i gual poder de fixação de preços é uma fantasia.
6) Tendência histórica (ou, depois de vermos usa gênese, no que ela vai dar?)
"A propriedade privada do trabalhador sobre os seus meios de produção é a base da pequena empresa, a pequena empresa é uma condição necessária para o desenvolvimento da produção social e da individualidade livre do próprio trabalhador. [Os liberais pensam que o kismo é isso] Sem dúvida que este modo de produção também existe no interior da escravatura, da servidão e de outras relações de dependência. Mas ela só floresce, só lança toda a sua energia (...) onde o trabalhador é proprietário privado livre das suas condições de trabalho por ele próprio manejadas" (...) "A propriedade privada adquirida pelo trabalho próprio, assentada na fusão do indivíduo trabalhador, isolado, independente, com as suas condições de trabalho, foi suplantada pela propriedade privada kista, que assenta na exploração de trabalho alheio, mas formalmente livre".
O Kismo é:
i) filho de certa fragmentação que leva ao indivíduo - esse prod.ind., pequeno empresário.
ii) precisa fragmentar - para se apropriar privadamente - a terra, natureza, capacidades sociais
iii) precisa reuni-los depois de fragmentados, concentrando sua propriedade
iv) inviabilizar que eles se reúnam por si pp (cooperação fora do mercado)
v) logo, o K socializa mas privatiza criando contradições que carecem de solução.
"A centralização dos meios de produção e a socialização do trabalho atingem um ponto em que se tornam incompatíveis com o seu invólucro capitalista".

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